BES: Emigrantes lesados voltam a protestar em Paris

  • Lusa
  • 27 Maio 2017

Cerca de uma centena de emigrantes lesados do BES juntaram-se este sábado em Paris num novo protesto. Afirmam que "parar é morrer" e prometem novas ações.

Cerca de uma centena de emigrantes lesados do BES juntaram-se este sábado em Paris num novo protesto, afirmando que “parar é morrer” e prometendo novas ações, a 17 de junho na capital francesa e mais tarde em Portugal.

Depois da sede do Novo Banco em Paris, da Embaixada de Portugal e da Torre Eiffel, desta vez foi com o monumental edifício da Ópera como pano de fundo que os emigrantes chamaram a atenção dos turistas, com bandeiras de Portugal e cartazes em que se lia “bancos portugueses = perigo”, gritando “banqueiros portugueses, ladrões dos emigrantes”.

Madalena Araújo, de 57 anos, tem sido uma das presenças habituais nos protestos que começaram há dois anos em Paris e promete continuar a participar nas manifestações porque “o dinheiro que lá está é fruto do trabalho, suor e sacrifício de tanto ano” em França. “Venho a todas e continuarei sempre que possa. Jamais abandonarei este combate, esta luta, porque não podemos abandonar. Já vão fazer três anos no dia 04 de agosto [desde o colapso do BES] e parar é morrer, como se costuma dizer”, afirmou à Lusa a portuense, que está em França há 31 anos.

A manifestação foi organizada pelo grupo Emigrantes Lesados Unidos. Dele faz parte Carlos Costa, que sublinhou que “há pessoas desesperadas porque não têm dinheiro para viver e outras que não têm dinheiro para ir para Portugal” e que “estão completamente prisioneiras do banco”.

“Desde o princípio que dizemos que estamos esquecidos e é evidente que estamos esquecidos. Eles andam a empatar. O Novo Banco continua a apodrecer esta situação e tem que haver uma solução”, afirmou o português, de 50 anos, atualmente desempregado e com mais quatro pessoas da família lesadas do BES.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galamba: Folga orçamental pós-PDE ultrapassa os 900 milhões

Se se confirmar a saída de Portugal do PDE, o Governo poderá beneficiar de uma folga de mais de 900 milhões de euros. Porém, o acesso à margem para reformas e investimento é limitado pelas regras.

O deputado socialista colocou um número na folga que a provável saída do Procedimento por Défices Excessivos poderá dar ao Governo. Em entrevista ao Observador, João Galamba afirmou que a margem pode ir até aos 0,5% do PIB, ou seja, um montante que ultrapassa os 900 milhões de euros. Contudo, o porta-voz do PS para os assuntos económicos alerta que o défice terá de continuar inferior a 3%.

“Pode haver uma flexibilidade até 0,5% do PIB, desde que o défice fique abaixo dos 3%”, afirmou Galamba, referindo que foi essa a margem que Portugal “objetivamente” ganhou. Feitas as contas com o PIB atingido em 2016, essa margem traduz-se em mais de 900 milhões de euros que o Executivo poderá gastar, consoante a concordância das autoridades europeias. “É uma margem para investimento e para reformas, não é uma margem para aumentar despesa corrente”, alertou o deputado socialista.

Isto significa que esta verba não poderá ser utilizada diretamente nas negociações mais quentes para o Orçamento do Estado para 2018, nomeadamente nos escalões do IRS. As regras de Bruxelas foram flexibilizadas em 2015 e, de forma sucinta, dizem que há margem para os Estados-membros terem mais gastos com investimento público ou reformas estruturais, desde que o desvio não fure a meta de défice inferior a 3% e que o país corrija as suas finanças públicas nos anos seguintes de forma a atingir o objetivo de médio prazo (OMP), que para Portugal é um excedente (superávit) estrutural de 0,25%.

O próprio primeiro-ministro tinha alertado os seus parceiros à esquerda, no debate quinzenal desta semana, que a folga conseguida era curta, justificando-se com duas regras da Comissão Europeia que tornam mais complicado o acesso à flexibilidade: “A margem que agora ganhamos é uma margem estreita e que depende ainda de um conjunto de fatores estatísticos que só em 2018 poderemos beneficiar”, afirmou, referindo que “só poderemos beneficiar relativamente às reformas estruturais quando reduzirmos a nossa distância relativamente ao objetivo de médio prazo e para o ano está previsto que aconteça“. Neste caso, Portugal teria de estar a menos de 1,5% do seu OMP.

Quanto ao investimento público, António Costa explicou que “só poderemos beneficiar da flexibilidade em matéria de investimento quando não estivermos a crescer acima do potencial de crescimento“. “Ora essas duas condições não estão ainda inteiramente verificadas”, concluiu, diminuindo assim as expectativas do PCP, BE e PEV que pedem ao Governo para investir mais na saúde, educação e serviços públicos.

No debate, Costa disse ainda que “agora o que temos de ter é a determinação para as alcançar e sobretudo uma boa seletividade de como as queremos utilizar”. Tema abordado também por João Galamba na entrevista deste sábado, onde explica que “o Governo terá agora de avaliar que reformas podem ter um custo elevado no curto prazo, e que por isso poderiam ser adiadas ou transformadas para acomodar as restrições orçamentais, e que agora podem ser aceleradas”. O foco estará assim no Programa Nacional de Reformas que o Executivo apresentou em abril.

Esta folga orçamental dada aos Estados-membros já acontece atualmente. Nas recomendações por país reveladas na passada segunda-feira, a Comissão Europeia decidiu conceder a flexibilidade requerida pela Lituânia e a Finlândia com base na avaliação dos programas de estabilidade de 2017.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Misericórdias preparam candidatura ao Plano Juncker

  • ECO
  • 27 Maio 2017

Objetivo é usar o apoio das verbas comunitárias para recuperar equipamentos sociais como hospitais, unidades de cuidados continuados, estruturas residenciais para pessoas idosas, creches ou cantinas.

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) vai candidatar-se ao Plano Juncker para recuperar equipamentos sociais como hospitais, unidades de cuidados continuados, estruturas residenciais para pessoas idosas, creches, pré-escolares ou cantinas sociais. Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o presidente da UMP, Manuel de Lemos explicou que a proposta vai ser entregue até ao final do verão.

Os equipamentos sociais estão a precisar de requalificação. Estamos a preparar uma candidatura aos fundos do plano Juncker, em cooperação com o Estado”, disse o responsável, acrescentando que já tem um sindicato bancário e está “em testes com algumas Misericórdias”. “Já tivemos contactos com o Luxemburgo… Esperamos entregar a candidatura até ao final do verão e depois, serão três a quatro meses para a avaliação”, frisou.

Já tivemos contactos com o Luxemburgo… Esperamos entregar a candidatura até ao final do verão e depois, serão três a quatro meses para a avaliação.

Manuel de Lemos

Presidente da União das Misericórdias Portuguesas

A candidatura será apresentada através de uma plataforma criada entre as várias Misericórdias, porque o Banco Europeu de Investimento apenas aceita financiar projetos com um valor mínimos de 50 milhões de euros. “Há um valor mínimo de 50 milhões de euros de financiamento e por isso estamos a juntar várias Misericórdias, através de uma plataforma”, explicou Manuel de Lemos, que está à frente da UMP desde 2007.

É esta exigência que explica, em parte, o facto de Portugal ter apenas 18 projetos selecionados para serem financiados pelo Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos (FEIE), segundo o vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Román Escolano, que esteve em Lisboa em fevereiro. Em causa estão 1.000 milhões de euros (valor correspondente ao final de 2016) que serão disponibilizados à medida que os projetos forem sendo executados, pelo que parte importante do dinheiro ainda poderá demorar alguns anos até chegar na totalidade à economia portuguesa.

O valor atribuído aos projetos pelo Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos implica que haja também dinheiro colocado pelos promotores privados pelo que o BEI espera que os 1.000 milhões de euros a colocar nos 18 projetos em Portugal impliquem que, no total, sejam mobilizados 3.400 milhões de euros de investimento na economia.

O ‘plano Juncker’ foi apresentado no final de 2014 pelo atual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e tem como objetivo ajudar à retoma da economia europeia através da mobilização de 315 mil milhões de euros de investimentos no conjunto da União Europeia.

O plano tem como suporte o Fundo Europeu de Investimento Estratégico, dotado de 21 mil milhões de euros, sendo 16 mil milhões de euros de garantias do orçamento da União Europeia e cinco mil milhões de euros de dinheiro do BEI.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Portugal tem mil milhões em risco na dívida pública

Se tivesse de vender a dívida pública portuguesa que comprou perderia mil milhões de euros. O risco de isso acontecer existe, mas ter ou não de pagar essa fatura está nas mãos do BCE.

A perda potencial com os títulos de dívida pública adquiridos pelo Banco de Portugal (BdP) atingiu os 1.092 milhões de euros em 2016. São mais 964 milhões de euros face ao estipulado em 2015, ano em que se iniciou o programa de compra de ativos do setor público (PSPP) do Banco Central Europeu (BCE) através do qual Carlos Costa já comprou 21.357 milhões de euros de dívida portuguesa. No entanto, o reforço das provisões para riscos gerais constituídas para este programa diminuiu em 280 milhões de euros.

Um dos riscos destes títulos de dívida pública, segundo a metodologia do Eurosistema seguida pelo Banco de Portugal, são as variações do valor de mercado. A carteira do Banco de Portugal relativo ao PSPP duplicou de um ano para o outro, mas a diferença entre o custo amortizado (valor da compra) e o valor de mercado aumentou muito mais — cerca de 8,5 vezes.

Ou seja, entre 2015 e 2016, os ativos do PSPP passaram de 10.104 milhões de euros para os 21.357 milhões de euros. Mas a diferença entre o custo amortizado e o valor de mercado passou de uma perda potencial de 128 milhões de euros para uma perda potencial de 1.092 milhões de euros, caso a dívida fosse vendida de imediato.

O mesmo é dizer que a carteira de títulos de dívida pública portuguesa detida pelo Banco de Portugal vale neste momento, no mercado secundário, menos mil milhões de euros face ao valor da sua aquisição. Esta perda potencial disparou fruto da subida dos juros da dívida nacional ao longo do último ano, levando à perda de valor das obrigações do Tesouro. A título de exemplo, os títulos a dez anos registaram uma desvalorização de 6,5% nesse período.

Existe a possibilidade, neste momento, de o BCE decidir interromper o programa de compras e obrigar os bancos centrais a venderem uma parte das suas carteiras em mercado, o que poderá trazer prejuízos para o Banco de Portugal. As provisões para riscos gerais são utilizadas, por isso, em parte, para cobrir esse risco potencial. A incógnita passa assim por saber se e como é que o BCE vai “desfazer” o seu programa de estímulos.

Este risco, se consumado, será absorvido por inteiro pelo BdP uma vez que estes títulos são de risco não partilhado. Ou seja, ao contrário de outros títulos de política monetária de risco partilhado (em que o BdP responde pela sua chave de capital, que ronda os 2,5%, em conjunto com os outros bancos centrais da Zona Euro), a responsabilidade da dívida adquirida ao abrigo do PSPP é toda do banco central nacional — estes ativos representam agora 40% do total da carteira. Contudo, se esses ativos de política monetária se mantiverem no balanço do banco até à sua maturidade, esse risco reduz-se consideravelmente.

Para além deste risco de menos-valias com uma venda antecipada a preços atuais de mercado, existem outros riscos ponderados, segundo uma metodologia do Eurosistema, onde se inclui o perigo para as contas do BdP de o custo de financiamento (atualmente a 0%) ser superior face ao rendimento destes títulos adquiridos. Este indicador de risco, calculado através de uma matriz de risco fornecida pelo BCE para tornar o processo mais objetivo, teve como resultado em 2016 uma subida desse risco menor face ao projetado em 2015.

Isso traduziu-se num reforço de provisionamento 58,3% inferior (-280 milhões de euros) àquele que tinha sido executado em 2015, o que em parte justificou a entrega de mais dividendos ao Estado do que o previsto. Em 2015 tinham sido constituídas provisões dedicadas especificamente ao PSPP na ordem dos 480 milhões de euros. Um ano depois esse reforço foi de 200 milhões de euros.

A cobertura foi feita pelo mínimo dada a especificidade do ativo e a informação privilegiada, motivos que poderão indicar que a expectativa é a de que o BCE conserve uma parte importante dos ativos do PSPP até à sua maturidade nos balanços dos bancos centrais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo recruta para trabalho não remunerado

  • ECO
  • 27 Maio 2017

O Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros abriu uma nova unidade onde há mais estagiários -- não remunerados -- do que consultores economistas.

O Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros (CEJUR) criou uma nova unidade que é sobretudo constituída por estagiários. São quatro, ao todo, acompanhados por dois consultores economistas. Os estágios — não remunerados — têm como objetivo “dar apoio à atividade desta unidade”.

O Diário de Notícias avança que este novo departamento, criado pela Presidência do Conselho de Ministérios, terá como função avaliar o impacto das leis. Segundo documentos a que o jornal teve acesso, a lista de tarefas a cumprir pelos estagiários inclui o “desenvolvimento de processos de avaliação de impacto legislativo”, nomeadamente o “desenvolvimento de procedimentos de avaliação”, “recolha e tratamento de dados” e a “elaboração de relatórios de avaliação do impacto legislativo”.

No anúncio publicado em janeiro, o CEJUR dizia estar à procura de estagiários, alunos de mestrado ou doutoramento que desejassem realizar um estágio profissional não remunerado. O DN relembra que os estágios profissionais não remunerados são ilegais.

Contactada pelo DN, a Presidência do Conselho de Ministros disse que foi um lapso na redação da oferta. A entidade refere que, no assunto da oferta, podia ler-se “recrutamento de estágios curriculares“. No caso do ISCTE, o ofício enviado aos alunos refere apenas estágios profissionais.

À agência Lusa, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, garantiu em Viana do Castelo que não há trabalho não remunerado no Governo.

Não creio que haja intenção nenhuma da presidência do Conselho de Ministros, tenho a certeza que não há. Trata-se de um estágio numa área relativamente original. Não há aqui nenhuma tentativa de encontrar um trabalho usando um vínculo desadequado. Obviamente que se houver algum problema iremos corrigi-lo“, afirmou Vieira da Silva.

O Bloco de Esquerda também já reagiu. A coordenadora do partido, Catarina Martins, avisa Governo que está “enganado” se pensa que o BE se vai calar sobre as suas lutas e criticou o Conselho de Ministros por querer estágios não remunerados.

“Quem pensa que o Bloco de Esquerda calará alguma das lutas que são as suas lutas de sempre está muito enganado. Nós soubemos do caso, denunciamo-lo, o José Soeiro já questionou, e bem, o Governo sobre esta matéria, e não largamos. Tem de ser corrigido”, declarou Catarina Martins, no discurso que fez hoje em Vila Nova de Gaia, durante um almoço no âmbito das eleições autárquicas do Bloco de Esquerda, para apresentar as candidaturas a Vila Nova de Gaia.

Já o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, disse que o Governo “anda há muitos meses a anunciar uma publicidade enganosa. A anunciar a integração de precários nos quadros permanentes da administração, a anunciar a intenção de acabar com a precariedade na administração pública, mas ao mesmo tempo a usar subterfúgios como aquele que hoje foi noticiado”.

(Notícia atualizada às 17h30 com declarações do PSD)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rui Moreira: TAP tem “concentrado” a sua operação em Lisboa

  • ECO
  • 27 Maio 2017

O presidente da Câmara do Porto enviou uma carta ao presidente do Conselho Metropolitano do Porto. Rui Moreira defende a criação de um hub da TAP no Porto. Mas também fala sobre a Eurovisão.

O presidente da Câmara do Porto escreveu uma carta ao presidente do Conselho Metropolitano do Porto. Rui Moreira fala sobre a TAP, chamando a atenção para a falta de cumprimento de um serviço público por parte da empresa, e faz referência à Eurovisão, assinalando que tudo parece apontar que o evento vai acontecer em Lisboa. O autarca aproveita também para falar sobre a candidatura portuguesa à deslocalização da Agência Europeia do Medicamento, sediada no Reino Unido.

“No caso da TAP, e face ao esgotamento da Portela, veio a Associação dos Hoteleiros defender a criação de um hub da TAP no Aeroporto do Porto. Um tema que me é particularmente caro, reconheço, e que as atuais circunstâncias voltam a suscitar”, refere Rui Moreira na carta.

O autarca, relembrando uma notícia avançada pelo Expresso — de que o aeroporto Humberto Delgado vai esgotar em 2018 e a solução para a capital manter o crescimento turístico passa pela criação de um hub no Porto — defende que “se o Estado Português é o maior acionista da TAP, se este Governo reverteu uma parte da privatização, então não pode deixar de invocar essa qualidade”.

O presidente da Câmara do Porto afirma também que o Executivo não “se pode colocar numa posição de neutralidade quando há uma questão de interesse nacional que exigiria uma intervenção enérgica. E, neste caso, é inegável que esse interesse, que existe, não se coaduna com a forma como a TAP tem vindo a concentrar a sua operação em Lisboa“.

Eurovisão em Lisboa?

Na mesma carta, Rui Moreira também chama a atenção para o Festival da Canção. “Quanto ao festival da Eurovisão: parece estar predeterminado que decorrerá em Lisboa, mas trata-se de um evento que será organizado pela RTP. Ora, a exemplo do que sucede noutros países, seria bom que não ficasse subentendido que tem de ser em Lisboa“, salienta o autarca.

“A área metropolitana do Porto tem o Europarque e o Multiusos de Gondomar que certamente podem acolher este evento, a área metropolitana tem todas as condições logísticas e hoteleiras para poder acolher os visitantes, não se entendendo porque parece excluída à partida”, afirma.

Rui Moreira aproveita ainda para falar sobre a candidatura portuguesa à deslocalização da EMA, sediada no Reino Unido. “Sendo de aplaudir essa candidatura nacional, como o fiz publicamente e em carta que dirigi ao senhor primeiro-ministro há já algumas semanas e logo que esta intenção foi conhecida, também ela parece, agora, aprisionada pela lógica centralista. As últimas declarações da senhora secretária de Estado dos Assuntos Europeus a um órgão de comunicação é razão de alguma estupefação (conteúdo em inglês)”, defende.

O presidente da Câmara de Lisboa critica o facto de Margarida Marques ter referido que Lisboa é a melhor cidade portuguesa para a localização da EMA. “E quanto à opinião da senhora secretária de estado de que Lisboa é a melhor cidade portuguesa para esta localização, trata-se de uma opinião pessoal, ou corresponde à política do governo?”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa pede para se manter o esforço para a economia crescer

  • ECO
  • 27 Maio 2017

Para que a economia continue a crescer, "é essencial", no entender de António Costa, continuar com o esforço que tem vindo a ser feito.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou este sábado que é essencial continuar com o esforço que tem vindo a ser feito a nível económico, porque a economia é como uma bicicleta e é “necessário continuar a pedalar” para que não pare.

“Uma boa economia é uma economia que não vive artificialmente, que vive assente no que é essencial: confiança, investimento, criação de riqueza, criação de emprego, exportação, aumento da nossa atividade económica”, sublinhou o líder do Executivo socialista, que falava durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra do Parque Municipal de Góis, no distrito de Coimbra.

Uma boa economia é uma economia que não vive artificialmente, que vive assente no que é essencial: confiança, investimento, criação de riqueza, criação de emprego, exportação, aumento da nossa atividade económica.

António Costa

Primeiro-ministro

Para que a economia continue a crescer, “é essencial”, no entender de António Costa, continuar com o esforço que tem vindo a ser feito.

“Se pararmos, é como quando deixamos de pedalar uma bicicleta: a bicicleta primeiro para e, se não nos equilibrarmos, caímos. É necessário continuar a pedalar para que a bicicleta continue a andar”, realçou, retomando uma metáfora que já tinha usado em março, no encerramento da sessão de lançamento do Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego (SI2E), que decorreu no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, em Évora. Ou ainda em abril, na assinatura do PTE-D 2030 – Pacto Territorial para o Emprego e Desenvolvimento da Marinha Grande e no início de maio, na cerimónia de lançamento da primeira pedra do intercetor do Rio Tinto.

Ainda fazendo recurso da analogia, o primeiro-ministro sublinhou que há “muito para pedalar”.

“É necessário que os bons resultados que temos tido cheguem a todo o território e que cheguem sobretudo a todas e a todos os portugueses”, defendeu, notando que ainda há “muitos portugueses que ainda estão no desemprego” e muitos que, tendo partido do país, “ainda têm vontade de regressar”.

É necessário que os bons resultados que temos tido cheguem a todo o território e que cheguem sobretudo a todas e a todos os portugueses.

António Costa

Primeiro-ministro

“É a todos esses que temos de ser capazes de responder e fazer chegar os resultados do trabalho que temos vindo a desenvolver”, afirmou.

Durante o seu discurso, António Costa destacou também o papel dos municípios no desenvolvimento do país, voltando a frisar que o processo de descentralização “é a pedra angular da reforma do Estado“.

Dar aos municípios mais competências e mais recursos para, em conjunto, se gerir melhor o país é melhorar a qualidade e a eficiência da Administração Pública”, referiu.

Promoção turística sub-regional passa para entidades intermunicipais

Aliás, segundo um projeto de decreto-lei do Governo, a promoção turística sub-regional vai ser assumida pelas entidades intermunicipais, no âmbito da descentralização de competências, mas não terá impacto na aplicação dos fundos europeus do Portugal 2020.

As entidades intermunicipais passam a deter a “competência para o desenvolvimento da promoção turística interna sub-regional, em articulação com as entidades regionais de turismo”, explica o projeto de decreto-lei setorial, a que a Lusa teve acesso.

A participação na definição do plano regional de turismo a nível sub-regional, “cuja iniciativa e responsabilidade de execução é competência das entidades regionais”, e a promoção nacional “dos produtos e recursos turísticos sub-regionais, tendo como enquadramento a estratégia turística regional, designadamente em eventos de promoção turística” estão entre os poderes conferidos às entidades intermunicipais.

Outras atribuições são a apresentação de “candidaturas a programas de financiamento nacionais e europeus”, a gestão de “programas com financiamento nacional e ou europeu” e a definição dos “eventos considerados âncora para a sub-região e participar na sua organização”.

“O regime previsto no presente decreto-lei não prejudica a vigência do modelo de aplicação dos fundos europeus estruturais e de investimento, nomeadamente o acordo de parceria Portugal 2020”, ressalva o documento, em relação às verbas comunitárias no período de 2014-2020.

O exercício das novas competências pelas entidades intermunicipais “depende de prévio acordo de todos os municípios que as integram”, mediante deliberação da respetiva assembleia municipal.

A articulação com as entidades regionais de turismo “é exercida em linha com a Estratégia Nacional para o Turismo e com os planos regionais de turismo”, de forma “a obter-se uma atuação integrada e eficiente das ações projetadas”, e os planos regionais, na vertente sub-regional, estão sujeitos a parecer prévio, não vinculativo, das entidades intermunicipais.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), num documento de trabalho, discordou que a promoção dos produtos sub-regionais tenha por enquadramento as orientações do ‘marketing’ regional, porque “há especificidades ao nível dos produtos e dos recursos turísticos que justificam a aposta em conceitos próprios”, sem limitações regionais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quando elétricos do futuro se juntam aos coches do passado

  • ECO
  • 27 Maio 2017

O Museu Nacional dos Coches é palco para mostrar aos visitantes as relíquias do passado, mas também está a dar a conhecer qual será o futuro da mobilidade. Veja as novidades.

Reabriu muito recentemente ao público, mas com uma novidade. Além dos coches do passado, o Museu Nacional dos Coches está polvilhado de automóveis — mas também motas — que serão o futuro da mobilidade sustentada. Modelos híbridos, mas também muitos totalmente elétricos, das mais variadas marcas. É um salão para dar a conhecer novos produtos, mas também esclarecer as dúvidas que estes veículos ainda suscitam.

Por entre coches centenários vão surgindo propostas futurísticas de marcas como a Tesla, a BMW, Volkswagen, Renault ou Hyundai, entre outras. “A mostra dos carros elétricos em pleno espaço museográfico tem por objetivo acentuar o contraste entre a contemporaneidade e o passado”, diz a Direção Geral do Património Cultural.

No VExpo 2017 – Salão Internacional do Veículo Elétrico, Híbrido e da Mobilidade Inteligente, que arrancou a 24 de maio, terminando este domingo, 28 de maio, procura colocar-se a mobilidade sustentada na ordem do dia. Nesse sentido, além da exposição destes automóveis, há conferências, mas mais importante são os test-drives. É que mais do que ver, para muitos potenciais compradores é preciso experimentar.

E mesmo quando o conceito elétrico aguça o apetite, há sempre dúvidas sobre como funcionam estes modelos. A pensar nos receios de muitos potenciais clientes, as marcas estão a realizar workshops onde é possível esclarecer o funcionamento das baterias, as autonomias dos diferentes modelos, bem como os sistemas de carregamento.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CaixaBank quer fazer mudanças internas no BPI

  • Lusa
  • 27 Maio 2017

O BPI, controlado pelo espanhol CaixaBank, vai reorganizar a sua estrutura interna a partir de junho. A área de banca de investimento fica obrigada a reportar a Espanha.

O Banco BPI, controlado pelo espanhol CaixaBank, vai reorganizar a sua estrutura interna a partir de junho, sendo que a área de banca de investimento fica obrigada a reporte a Espanha.

Segundo uma nota interna, a que a Lusa teve acesso, a reorganização interna do banco foi aprovada na reunião da comissão executiva de 23 de maio e terá efeitos já em junho. Desde logo, é criada a unidade de banca corporativa e de investimento, que “integra os 25 principais grupos empresariais portugueses e as áreas de produtos de banca de investimento”.

É referido que as equipas de clientes serão liderada por Carmo Oliveira a quem é dada a missão de fazer a “implementação sistemática comercial do CaixaBank” e a “maximização do cross-selling entre as duas instituições”, o BPI e o CaixaBank. Já as unidades responsáveis por produtos de banca de investimento (financiamento estruturado, corporate finance e mercado de capitais – distribuição) serão “geridas numa lógica de unidade ibérica, com reporte funcional ao CaixaBank”.

Esta nota interna informa ainda da “nomeação, em cada região, de um único diretor responsável pela gestão das grandes empresas, médias empresas e banca institucional”. Esta medida implica a redução de sete para dois dos diretores que fazem reporte direto à administração, ficando Pedro Fernandes responsável pelo norte de Portugal e Pedro Coelho pelo sul.

Além destas mudanças, são integradas as direções de operações especiais de empresas e de investimento imobiliário e é criada a direção de banca transacional para empresas, que passará a integrar parte das equipas de direção de crédito especializado a empresas, que é extinta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Palco principal do Rock in Rio Brasil feito em Portugal, levado em contentores para o Rio

  • Lusa
  • 27 Maio 2017

Uma metalúrgica pouco maior do que uma garagem, na zona de Sintra, cinco trabalhadores e porta virada a sul, construiu mais de 20 toneladas do palco principal do Rock in Rio deste ano, no Brasil.

Este ano, no Rio de Janeiro, aquele que é apelidado pelos promotores como o maior festival de música do mundo terá um palco todo em branco, em alumínio e ferro. Parte dele já está a chegar e de Portugal partem quase diariamente mais contentores com a estrutura.

É feito pela metalúrgica de Sintra, uma pequena oficina familiar de 500 metros quadrados, e por outra de Freamunde, Paços de Ferreira, esta uma grande empresa (Irmarfer), que exporta para vários países e ocupa uma área de 40.000 metros quadrados.

A Metalúrgica Frontal, mas essencialmente a Irmarfer são as principais responsáveis pela notória presença lusa no festival do Brasil. Eurico João, o português que no Rio de Janeiro está a coordenar a montagem dos palcos, diz à Lusa: “Arriscaria que 50% das operações estão nas mãos de portugueses”.

É o palco secundário, é a tenda Vip e é essencialmente o palco principal, 80 toneladas a atravessar o atlântico para serem depois montadas, como um enorme “jogo de legos”, como diz Eurico João.

Já a trabalhar no Rio para a próxima edição do festival de setembro, Eurico não esconde o orgulho e a curiosidade de ver o palco principal em funcionamento, pelo qual vão passar nomes como Lady Gaga, Maroon5, Justin Timberlake, Aerosmith ou Guns N’Roses.

Porque é um palco cenograficamente com algumas novidades mas tecnicamente muito inovador, com mais capacidade de carga (algumas bandas têm equipamentos muito pesados), mais leve (no passado pesava 300 toneladas) e mais fácil de montar, e com mais qualidade, “proporcionando mais conforto a técnicos e artistas”.

Palco Mundo do Rock in Rio, no Rio de Janeiro, em 2014.

“Hoje temos capacidade de carga na cobertura de quase 50 toneladas, antes tínhamos 25”, exemplifica o responsável, que diz ver com orgulho tanta presença portuguesa na iniciativa.

Uma presença, neste caso, com 88 metros de frente e 22 de profundidade. “É a primeira vez que evoluímos para o palco do mundo”, diz à Lusa o presidente da Irmarfer, Ivo Silva, lembrando que a empresa, no entanto, tem feito outras grandes estruturas do festival, como fez 60% das estruturas temporárias dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (incluindo a maior tenda do mundo), como está a fazer agora uma estrutura de 7.000 metros quadrados, em Lima, Peru, para um festival “Cirque du Soleil”.

E para o festival de setembro, os palcos e a tenda vip, é também “em grande”. Para lá já foram 15 técnicos para a montagem. Para lá já seguiram também as estruturas feitas em Sintra, na pequena oficina de Paulo Martinho.

Foram 154 peças de quatro por dois metros, que igualmente se vão montar como num jogo de lego. Paulo vai partir para o Brasil no início de julho, onde irá passar três semanas, e volta em setembro para desmontar.

Entrada do Rock in Rio Lisboa.

Para trás ficaram já dois meses de trabalho dos cinco membros da empresa, “escondida” numa zona industrial em Alcolombal de Cima, Terrugem, a cinco quilómetros de Sintra.

Diz Paulo Martinho que a Frontal também foi convidada para fazer o cenário do palco do festival de música de Paredes de Coura, e lembra outros trabalhos que vão fazendo, alguns, vários, para a Suíça.

Atuação dos Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio de Madrid, em 2012.

“Começámos a fazer mais trabalhos para eventos”, diz o responsável à Lusa, recordando os primeiros tempos da empresa, os trabalhos apenas de construção civil, a sobrevivência quando muitas outras fecharam. “Nós fomo-nos aguentando, é preciso gostar um bocadinho do que se faz”.

Criou a Frontal com o irmão em 1988, depois de ter, também com o irmão, trabalhado durante três anos em Guantánamo, a base naval norte-americana em Cuba, que alberga uma prisão militar.

Com a Frontal e o Rock in Rio acabaria por voltar a território norte-americano, Las Vegas, mas também viajaria para o Brasil e Espanha, porque já montou parte do palco principal do festival uma dúzia de vezes.

Rock in Rio Las Vegas, Times Square.

Prepara-se para o voltar a fazer, depois de ter enviado os contentores com 12 toneladas de chapa, 20.000 parafusos e outros materiais, mais de 20 toneladas ao todo.

E agora, a carga pronta e metida nos contentores, que as luzes, a música e a festa façam brilhar o trabalho dos portugueses no maior palco do maior festival do mundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sócios da Deloitte recebem 53 milhões através de Malta

  • ECO
  • 27 Maio 2017

Só em 2015, os sócios da Deloitte Portugal receberam, em média, 1,1 milhões em dividendos. Isto através de Malta, o país da UE que oferece os impostos mais baixos aos empresários não residentes.

Os sócios da Deloitte receberam 53 milhões de euros em dividendos livres de impostos em apenas um ano. Rendimentos de 48 partners que foram canalizados através de Malta, o Estado-membro da União Europeia que oferece os impostos mais baixos a todos os empresários não residentes no país. Isto desde que aceitem transferir para lá os lucros obtidos no país de origem.

De acordo com o Expresso (acesso pago), só em 2015, cada um dos sócios da Deloitte Portugal recebeu, em média, 1,1 milhões de euros em dividendos através desta estrutura complexa. O jornal avança que a estrutura montada pela auditora tira partido da política do Governo daquele país de devolver aos acionistas estrangeiros de empresas registadas em Malta mais de 85% dos impostos que teoricamente são cobrados à cabeça com uma taxa de 35%. Na prática, representa uma taxa efetiva de 5% de imposto.

Documentos divulgados através de um projeto do consórcio europeu de jornalismo de investigação — “Malta Files” — mostra a forma a Deloitte recorreu a várias soluções legais para poupar nos impostos sobre os dividendos distribuídos. Os ficheiros também mostram, segundo o Expresso, que os sócios da Deloitte em Portugal criaram pelo menos cinco empresas em Malta.

Uma das empresas, registada com o nome Deloitte International Limited, fatura serviços de consultoria a clientes fora de Portugal, sobretudo em Angola. Ao Expresso, a auditora disse que “os rendimentos de operações internacionais (como Angola) pagam imposto nesses países”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Proposta do PS sobre arrendamento local sem apoio da maioria

  • ECO
  • 27 Maio 2017

A proposta do PS para que a utilização de apartamentos para alojamento local passe a depender de autorização do condomínio foi elaborada sem consultar a secretária de Estado do Turismo.

A proposta do PS para que a utilização de apartamentos para alojamento local passe a depender de autorização do condomínio foi elaborada sem consultar a secretária de Estado do Turismo. Uma proposta que não deve passar no Parlamento por falta de apoio da maioria.

“Os grupos parlamentares têm autonomia, mas manda a prudência que quando um deputado quer levar um assunto ao Parlamento deve perguntar primeiro ao Governo o que acha sobre a matéria, o que não foi o caso“, afirma uma fonte ao Expresso (acesso pago). Contactado pelo jornal, o gabinete da secretária de Estado do Turismo remete quaisquer comentários para o grupo parlamentar do PS. Mas relembra que as regras do alojamento local estão a ser alvo de revisão e serão feitos ajustes à lei até ao final deste ano.

Os deputados que apoiam a proposta dizem não ter havido qualquer descoordenação com o Executivo, tanto em relação ao timing como ao conteúdo. Mas reconhecem ao Expresso que o assunto pode ser “conflituante” com os interesses da tutela para o setor do Turismo.

Proposta do PS não tem apoio maioritário

“Isto foi feito assim, mas não quer dizer que termine desta forma, há mais marés do que marinheiros“, de acordo com uma fonte da Secretaria de Estado do Turismo. Os promotores deste projeto, os deputados Carlos Pereira e Filipe Neto Brandão, dizem também que o objetivo é abrir a porta ao debate e acolher sugestões de todos os partidos para que a proposta possa ser melhorada.

Para o Bloco de Esquerda, é uma “medida avulsa que não só não resolve o problema, como pode ter efeitos perversos”. O partido acredita que a proposta favorece fundos imobiliários e grupos hoteleiros que compram prédios. É preciso “diferenciar a lei” de acordo com os “locais das cidades”, defende o Bloco.

O PCP é o único partido que admite que a proposta “faz sentido”. “Os condóminos devem ter uma palavra a dizer”, defende a deputada Paula Santos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.