Mourinho ganha a Liga Europa com o Manchester United

  • Lusa
  • 24 Maio 2017

O Manchester United conquistou a Liga Europa. Frente ao Ajax, os Red Devils marcaram dois golos sem resposta.

O Manchester United, comandado pelo treinador português José Mourinho, conquistou hoje a edição 2016/17 da Liga Europa em futebol, ao vencer os holandeses do Ajax por 2-0, na final de Estocolmo.

O francês Paul Pogba, aos 18 minutos, e o arménio Henrikh Mkhitaryan, aos 48, apontaram os tentos dos Red Devils, que conquistaram o terceiro troféu da temporada, depois da Supertaça e da Taça da Liga inglesa.

O United arrebatou o troféu que faltava no seu currículo, enquanto o técnico luso passou a somar 25 títulos, quatro deles europeus, pois já contava duas edições da Liga dos Campeões (2003/04 e 2009/10) e uma da Taça UEFA (2002/03).

 

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Temer convoca militares para garantir segurança em Brasília

  • Lusa
  • 24 Maio 2017

O Presidente Michel Temer decretou a "ação de garantia da lei e da ordem" na Esplanada dos Ministérios onde se registaram violentos confrontos com manifestantes.

O ministro da Defesa brasileiro Raul Jungmann, anunciou hoje que o Presidente Michel Temer decretou a “ação de garantia da lei e da ordem” na Esplanada dos Ministérios onde se registaram violentos confrontos entre polícias e manifestantes.

Segundo o ministro, as tropas federais passarão a reforçar a segurança no local, onde os edifícios estavam a ser evacuados por ordem do Governo.

Raul Jungmann afirmou que o chefe de Estado brasileiro considera “inaceitáveis” os desacatos e o “descontrole” registados no protesto.

“Ele [Michel Temer] não permitirá que atos como este venham a turbar um processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito as instituições”, acrescentou.

Durante a tarde, imagens transmitidas pela televisão mostram que foram destruídas as fachadas dos ministérios de Minas e Energia, dos Transportes, da Agricultura, do Meio Ambiente da Cultura e do Planejamento.

A manifestação começou pacífica, mas rapidamente degenerou em violência cerca das 13h30 locais (15h30 em Lisboa), quando os manifestantes tentaram aproximar-se do Congresso.

Os organizadores do protesto, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), reivindicam que a presença de pelo menos 150 mil pessoas.

A manifestação visava inicialmente protestar contra reformas liberais promovidas pelo Governo, mas nos últimos dias o pretexto passou também a ser a destituição de Michel Temer e a realização de eleições diretas no país.

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As sentenças da “maior burla da história da justiça portuguesa”, uma por uma

Doze foram condenados, outros três foram absolvidos. Ao fim de mais de seis anos de julgamento, há sentenças no caso BPN. Vão de penas suspensas a 14 anos de prisão.

“Esta foi a maior burla da história da justiça portuguesa” julgada até hoje. Foi assim que, ao fim de quase sete horas da leitura do acórdão, o juiz Luís Ribeiro descreveu o processo principal do caso Banco Português de Negócios (BPN). Os advogados dos condenados já fizeram saber que vão recorrer das decisões e o mais provável é que o processo se arraste por mais anos, já que, para além do Tribunal da Relação, podem ainda recorrer ao Supremo Tribunal e ao Tribunal Constitucional. Mas uma parte importante deste processo chegou ao fim esta quarta-feira: 12 arguidos receberam sentenças pelos crimes cometidos no seio do banco, outros três foram absolvidos.

No fim, o juiz presidente quis destacar a importância das três absolvições, às quais “nunca se dá qualquer relevância”. Ricardo Oliveira, Hernâni Ferreira e o advogado Felipe Baião do Nascimento, todos acusados de crimes de burla qualificada, foram os três arguidos absolvidos. O empresário Ricardo Oliveira ficou conhecido por ter obtido do BPN empréstimos milionários para investir em imobiliário. Já Hernâni Ferreira, também empresário, estava ligado à empresa de cerâmica Labicer. A acusação contra esta empresa caiu depois de ter sido declarada a sua insolvência.

Mas o juiz também deixou claro que os responsáveis pelos crimes “não podem ficar impunes”. “Provaram-se factos que constituem, efetivamente, crimes graves”, sublinhou Luís Ribeiro. Além disso, estes crimes “não foram praticados ocasionalmente”, “começaram em 2001 e prolongaram-se por oito anos”. Durante este tempo, os responsáveis esconderam sempre do Banco de Portugal e das entidades supervisoras “aquilo que era feito no Banco Insular e que levou à ruína do BPN”.

Ao fim de seis anos e meio de julgamento, há consequências para os responsáveis por esta ruína. Uma por uma, aqui ficam as sentenças.

José Oliveira Costa

É o “principal responsável” pelos crimes cometidos dentro do grupo BPN. À saída da leitura do acórdão, o advogado Leonel Gaspar referiu-se ao seu cliente como “um homem muito sério”, que, acredita, “nunca pôs um centavo no bolso”. A acusação tem outra leitura do homem que fundou o BPN: Oliveira Costa atuou com o propósito de perpetuar os cargos que mantinha no grupo, conjugando esforços no sentido de ludibriar os acionistas e fazendo com que as entidades que administrava pagassem e sofressem perdas para seu próprio benefício. Além disso, apropriou-se de fundos que sabia que não lhe pertenciam e procurou obter vantagens fiscais ao ocultar valores que deveriam ser públicos.

Foi condenado a três anos de prisão por um crime de falsificação de documento, três anos e três meses de prisão por um crime de fraude fiscal qualificada, sete anos e seis meses de prisão por um crime de burla qualificada e cinco anos de prisão por um crime de branqueamento. Em cúmulo jurídico, Oliveira Costa é condenado a pena única de 14 anos de prisão.

José Vaz Mascarenhas

Era o presidente do Banco Insular de Cabo Verde, a instituição no centro de todo este processo. Cooperou com Oliveira Costa para que as operações criminosas fossem feitas através do Insular. Foi condenado a dois anos por um crime de falsificação de documento, dois anos e seis meses de prisão por um crime de abuso de confiança e cinco anos e seis meses de prisão por um crime de burla qualificada. Em cúmulo jurídico, Vaz Mascarenhas é condenado a pena única de sete anos e três meses de prisão.

Luís Caprichoso

Antigo administrador executivo do BPN, é visto pelo Ministério Público como “o número dois” de Oliveira Costa. Era ele quem garantia a operação da Planfin, a empresa que criava as sociedades offshore do grupo BPN. Foi condenado a três anos e seis meses por um crime de falsificação de documento e seis anos e seis meses de prisão por um crime de burla qualificada. Em cúmulo jurídico, Caprichoso é condenado a pena única de oito anos e seis meses de prisão.

Francisco Sanches

Passou de chefe de gabinete de Oliveira Costa a administrador executivo do BPN. É o quarto homem a ser considerado pelo Ministério Público como um dos principais responsáveis pelos crimes cometidos. Foi condenado a dois anos e seis meses de prisão por um crime de falsificação de documento, dois anos e seis meses de prisão por um crime de fraude fiscal qualificada e cinco anos de prisão por um crime de burla qualificada. Em cúmulo jurídico, Sanches é condenado a pena única de seis anos e nove meses de prisão.

Leonel Mateus

O antigo administrador da Planfin foi condenado a três anos de prisão por um crime de burla qualificada. A pena é suspensa e Leonel Mateus é condenado a pagar, pelo período de três anos, uma indemnização ao Estado de 30 mil euros.

Luís Almeida

Responsável da Planfin Contas, foi condenado a um ano e seis meses de prisão por um crime de falsificação de documento e três anos e seis meses de prisão por um crime de burla qualificada. Em cúmulo jurídico, Luís Almeida é condenado a pena única de quatro anos e três meses de prisão. A pena é suspensa e Luís Almeida é condenado a pagar uma indemnização de 45 mil euros, pelo mesmo prazo.

Isabel Cardoso

A advogada que criou e geriu offshores do grupo foi condenada a dois anos e três meses de prisão por um crime de falsificação de documento e três anos de prisão por um crime de burla qualificada. Em cúmulo jurídico, é condenada a pena única de quatro anos e quatro meses de prisão. A pena é suspensa e Isabel Cardoso é condenada a pagar uma indemnização de 25 mil euros, pelo mesmo prazo.

Telmo Reis

O fundador da Labicer foi condenado a dois anos e seis meses de prisão por um crime de fraude fiscal qualificada, três anos e seis meses de prisão por um crime de burla qualificada e dois anos de prisão por um crime de abuso de confiança. Em cúmulo jurídico, Telmo Reis é condenado a pena única de cinco anos de prisão. A pena é suspensa e Telmo Reis é condenado a pagar uma indemnização de 50 mil euros, pelo mesmo prazo.

José Monteverde

Acionista e devedor do BPN, foi condenado a três anos de prisão por um crime de abuso de confiança e dois anos e seis meses de prisão por outro crime de abuso de confiança. Em cúmulo jurídico, Monteverde é condenado a pena única de quatro anos de prisão. A pena é suspensa e Monteverde é condenado a pagar uma indemnização de 10 mil euros.

Luís Ferreira Alves

Outro dos fundadores da Labicer, foi condenado dois anos de prisão por um crime de fraude fiscal qualificada. A pena é suspensa e Luís Alves é condenado a pagar uma indemnização de 25 mil euros.

António Franco

Antigo gestor do BPN, foi condenado a um ano de prisão por um crime de falsificação de documento e dois anos e seis meses de prisão por um crime de burla qualificada. Em cúmulo jurídico, Franco é condenado a pena única de três anos de prisão. A pena é suspensa e António Franco é condenado a pagar uma indemnização de 10 mil euros.

Rui Dias Costa

Responsável da Labicer, foi condenado a dois anos de prisão por um crime de fraude fiscal qualificada e três anos e seis meses de prisão por um crime de burla qualificada. Em cúmulo jurídico, Rui Dias Costa é condenado a quatro anos de prisão. A pena é suspensa e Rui Dias Costa é condenado a pagar uma indemnização de 30 mil euros.

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Fed dá novo impulso às bolsas. Wall Street em recorde

Que a Fed vai voltar a subir os juros já os investidores sabiam. A dúvida era quando. Mas as minutas da Fed vieram dissipar as dúvidas. Os juros sobem em breve. E as bolsas aplaudem a decisão.

A Reserva Federal dos EUA está preparada para voltar a subir a taxa de juro. E vai fazê-lo muito em breve, o que foi bem recebido pelos investidores, levando as praças norte-americanas a valorizar. Os índices norte-americanos atingiram novos máximos históricos.

“Seria apropriado em breve” apertar a política monetária expansionista ainda mais, em linha com o que a Fed tem vindo a fazer desde dezembro de 2015, lê-se nas minutas da última reunião da Fed, isto apesar de alguns membros da Fed quererem mais sinais positivos da economia.

“A maior parte dos participantes julgam que se a informação económica vier a seguir em linha com as suas expectativas seria apropriado, em breve, que o comité desse um novo passo para remover alguma política acomodatícia“, dizem as minutas. A subida dos juros pode acontecer já em junho.

Perante estes comentários dos responsáveis da Fed, as bolsas aceleraram. Os três índices norte-americanos valorizaram, com o S&P 500 a somar 0,26% para 2.404,83 pontos, o Dow Jones a subir 0,36% e o Nasdaq a avançar 0,40% para um recorde de 6.163,02 pontos.

Enquanto as bolsas subiram, o dólar recuou ligeiramente. Isto num dia em que os preços do petróleo também corrigiram. Na véspera da reunião da OPEP onde deverá ser anunciado o prolongamento do corte da produção, o Brent caiu para 53,96 dólares enquanto o WTI perdeu 0,3% para 51,33 dólares.

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Offshores: Centeno diz que não publicitação de dados “não é uma boa estratégia”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Maio 2017

Centeno não trouxe ao Parlamento dados da receita mas salientou que "não é preciso ter uma grande expetativa que isto vá contribuir para a consolidação orçamental".

O ministro das Finanças diz que a “única lição” a tirar da polémica em torno das transferências para offshores sem controlo do fisco é que “não publicitar informação com esta sensibilidade não é uma boa estratégia” do ponto de vista de transparência e de ação governativa.

O ministro falava perante os deputados na comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, a propósito das transferências de aproximadamente 10 mil milhões de euros feitas entre 2011 e 2014 para offshores sem vigilância do fisco. De acordo com Mário Centeno, “há de facto um erro técnico” que será abordado no relatório da Inspeção-Geral das Finanças, e também há um “erro político” que, frisou, já foi reconhecido por um governante do Executivo anterior.

O ministro sublinhou que tem “grande experiência” em lidar com estatísticas e notou que “aquilo que as torna com maior qualidade” é a tentativa de “encontrar explicações para os fenómenos” observados e a não divulgação desses números é “o caminho todo percorrido para que nada disto aconteça”. Disse depois que foi a decisão do atual Executivo de publicar estes dados que permitiu que “se indagasse” a informação.

“É muito simples para mim identificar” onde estão os problemas, adiantou ainda o governante, indicando: “se o erro informático e o erro político estão correlacionados, não me cabe a mim tirar decisão” mas que eles “coexistem, sim”.

Centeno está a ser ouvido na sequência de um requerimento do PSD. O deputado Duarte Pacheco foi o primeiro a tomar a palavra, defendendo que foi a correção ao sistema informático que permitiu a deteção do erro e não a publicação das estatísticas, uma leitura que não é acolhida por Centeno. O ministro acredita que se a informação tivesse sido disponibilizada mais cedo, também o erro teria sido detetado previamente, o que levou Duarte Pacheco a questionar se estava em causa uma crítica aos responsáveis da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) que não deram logo pela questão depois da publicação.

Pelo CDS, a deputada Cecília Meireles quis saber que receita já tinha sido arrecadada neste âmbito mas Centeno remeteu dados para mais tarde. “Isso pode ser zero”, adiantou, destacando que o que está em causa não é isso. “Não é preciso ter uma grande expectativa que isto vá contribuir para  consolidação orçamental”, o problema é que as declarações “não estavam corretas”, afirmou.

A polémica das offshores já levou diversas personalidades ao Parlamento, entre os quais o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e o atual titular da pasta, Rocha Andrade. Também a antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, foi ouvida, na semana passada.

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Minutas da Fed apontam para subida da taxa de juro em breve

A economia norte-americana abrandou, mas Fed diz ser "transitório". Alguns membros da Reserva Federal pedem mais sinais sólidos, mas há consenso para aumentar taxa de juro em breve.

Quando a presidente da Reserva Federal, Janet Yellen, voltar a encontrar os seus pares dos vários Estados norte-americanos a 13 e 14 de junho, poderá ser para aumentar outra vez a taxa de juro. As minutas da última reunião da Fed reveladas esta quarta-feira mostram isso mesmo: os governadores querem diminuir os estímulos da política monetária, diminuindo o balanço do banco e aumentando a taxa de juro em breve, ainda que deixem um aviso. Em causa está a desaceleração da economia dos EUA no primeiro trimestre, que dizem ser transitória.

Nas minutas pode-se ler que os governadores dizem que “seria apropriado em breve” apertar a política monetária expansionista ainda mais, em linha com o que a Fed tem vindo a fazer desde dezembro de 2015. A economia norte-americana abrandou, mas os membros da Fed dizem ser algo “transitório”. Contudo, alguns pedem que se espere por mais sinais da recuperação efetiva da economia.

A maior parte dos participantes julgam que se a informação económica vier a seguir em linha com as suas expectativas seria apropriado, em breve, que o comité desse um novo passo para remover alguma política acomodatícia“, pode-se ler nas minutas relativas à reunião de 2 e 3 de maio, onde os governadores decidiram manter a taxa inalterada.

Além do aumento da taxa de juro, a Reserva Federal norte-americana quer diminuir o seu balanço de 4,5 biliões de dólares. A ideia é que à medida que vai aumentando a taxa de juro, a Fed deixe de injetar tanto dinheiro na economia. Já em reuniões anteriores existia concordância numa mudança na política de reinvestimento no final de 2017. Uma das opções passará por deixar de reinvestir o dinheiro obtido com as amortizações de obrigações.

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Banca: Dos erros do passado à prudência do presente

A banca cometeu erros e respondeu a incentivos no financiamento às empresas. Agora, dizem os gestores, há prudência e a aposta nos bens transacionáveis.

Fórum Económico, na tarde desta quarta-feira, em Braga.InvestBraga

Vários nomes de peso da banca nacional estiveram esta quarta-feira em Braga, num painel sobre investimento que contou com a participação do ex-ministro da Economia, Carlos Tavares, do presidente do BCP Capital, Pedro Reis, do administrador da CGD, Francisco Cary, e de Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco. Entre as conclusões, a ideia de que a estrutura da economia portuguesa está a mudar, tal como o financiamento e a gestão de risco.

Carlos Tavares foi o primeiro a intervir, tendo traçado um perfil da economia portuguesa e do crédito ao longo dos últimos anos. Relembrou como a rede bancária nacional evoluiu ao longo do tempo, tendo culminado em 2010 num dos “maiores rácios da Europa de balcões por habitante e ATMs por habitante”. Que crescimento foi este? Que crédito foi este? “Vemos que, entre 1998 e 2015, o crédito expandiu-se nos setores não transacionáveis. São bens necessários mas que, numa economia aberta como a portuguesa, não a sustentam por si só”, indicou.

"Vemos que, entre 1998 e 2015, o crédito expandiu-se nos setores não transacionáveis. São bens necessários mas que, numa economia aberta como a portuguesa, não a sustentam por si só.”

Carlos Tavares

Ex-ministro da Economia

Sobre isso, Carlos Tavares acrescentou ainda: “Temos de entender que a procura do investimento se tenha dirigido para os setores que tinham maiores margens no curto prazo, que eram os não transacionáveis, dirigidos ao mercado interno.” Mais à frente, sublinhou que isso também se deveu a fatores de política regulatória e económica, esta última a virar “muitos recursos para o setor não transacionável da economia”. E terminou a apresentação com um alerta: “É preciso que [os bancos] ajudem as empresas a crescer por vias alternativas que não sejam a dívida. Mais capital, menos dívida. Caso contrário, teremos dificuldade em manter empresas no setor transacionável que sejam fortes.”

Fernando Alexandre, pró-reitor da Universidade do Minho, concordou que “houve muito investimento e mal direcionado” nos últimos anos. “Durante muitos anos, arranjámos desculpas para termos deixado de crescer depois de 2000. Procurámos lá fora um conjunto de razões para não crescermos, como se fizéssemos tudo bem, mas não crescíamos por estarmos no mundo errado”, rematou. Mas não deixou a plateia sem uma justificação: “Deixámos de crescer porque tínhamos uma estrutura setorial assente nos bens não transacionáveis que teve bons resultados durante muito tempo, mas que acabou no ano 2000.”

O académico recordou que, no início do milénio, houve “um conjunto de setores” que começou a cair — como o da construção –, produzindo em oito anos qualquer coisa como 300.000 desempregados. E falou de problemas de eleitoralismo: “O incentivo que quem tem eleições em dois anos tem para não deixar cair esse setor é enorme. Era quase impossível ganhar eleições pondo as políticas a apontarem para setores que ainda eram muito pequenos. Mas eram o futuro”, sublinhou.

Depois, foi a vez de Vitor Fernandes, do Novo Banco, reconhecer que “a banca cometeu muitos erros”. Disse que Portugal é um país que “não cresce” desde 2000. Mas deu outra perspetiva, referindo que “a generalidade da banca portuguesa financia, neste momento, bens transacionáveis”. “Do ponto de vista do risco, a banca hoje é muito mais prudente ao nível da gestão”, rematou.

Do ponto de vista do risco, a banca hoje é muito mais prudente ao nível da gestão.

Vitor Fernandes

Administrador do Novo Banco

Pedro Reis, do BCP Capital, falou do caso do banco liderado por Nuno Amado para indicar que “o BCP reencontrou a sua estabilidade”. “Tem uma base portuguesa, mas quer sobretudo apoiar as empresas exportadoras e a internacionalização da economia”, disse. Acrescentou ainda: “Se acreditarmos que a chave da internacionalização é a dimensão, e que a dimensão/escala implica capital”, é necessário que a banca assegure “o apoio do financiamento e o apoio na sua capitalização”.

O banqueiro indicou ainda que “é sempre mais fácil recorrer ao financiamento do que ao capital”. “Temos de ser frontais nisso: há todo um caminho a percorrer. Quando se fala em capital de risco, temos visto, a perceção é que o capital de risco é visto como um equity loan. Eu não estou a limitar sequer ao papel dos bancos. Há outros players até ao nível de private equity no mercado. Mas não tenho muitas dúvidas de que se queremos apoiar o crescimento sustentável das empresas, temos de nos focar na capitalização. O financiamento não pode ser tudo. Os bancos devem estar à altura dos desafios que se impõem as empresas”, defendeu Pedro Reis.

"Não tenho muitas dúvidas de que se queremos apoiar o crescimento sustentável das empresas, temos de nos focar na capitalização. O financiamento não pode ser tudo.”

Pedro Reis

Presidente do BCP Capital

Em representação da CGD esteve Francisco Cary. Confrontado com as declarações de Paulo Macedo, em que o gestor do banco público indicava que a banca tem excesso de liquidez, o administrador discordou: “Correndo o risco de contrariar o meu presidente, acho que nunca há excesso de liquidez num banco.” Mais à frente no painel, e falando do setor empresarial, indicou que este é “um período circunstancial” em que as empresas se transformam, acumulam liquidez e até capacidade de investimento. “Se calhar [até] há oferta de crédito a mais. [Mas] está na altura de os empresários aproveitarem estas circunstâncias. Não é garantido que tudo vá correr bem, mas a tendência é essa”, concluiu Francisco Cury.

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Braga: Quatro pilares fundamentais para crescer

O presidente da Câmara de Braga diz que o futuro da cidade passa por eliminar a burocracia, reter recursos humanos e aumentar a internacionalização e a componente das infraestruturas.

Ricardo Rio, o presidente da Câmara Municipal de Braga, elencou esta quarta-feira, durante o encerramento do Forum Económico, os desafios que a cidade tem pela frente para os anos mais próximos.

Para Rio, os próximos desafios da cidade passam pela desburocratização, a componente de infraestruturas, a projeção internacional e os recursos humanos.

Em matéria da eliminação dos custos de contexto, Ricardo Rio relembrou que a gestão urbanística da cidade não estava ajustada aos desafios pelo que está em curso uma revolução tecnológica.

No que diz respeito à componente infraestrutural, o presidente da Câmara recordou que esta tem que ser feita pela autarquia.

“A componente de infraestruturas a expensas do erário municipal porque o quadro comunitário não está formatado para as áreas de localização empresarial, e temos de criar condições para desenvolver as existentes e criar novos projectos”, sublinhou o presidente da Câmara.

Sobre a internacionalização, o presidente da autarquia referiu-se que “nesta matéria, contamos com a ajuda dos embaixadores empresariais e também com os embaixadores estrangeiros que estão sediados em Portugal”.

Por último, Ricardo Rio alertou para a questão dos recursos humanos. “Podemos ser vítimas do nosso sucesso, e começarmos a sentir o que outros destinos já vão sentindo e que é a falta de recursos humanos“.

Ricardo Rio avançou ainda que é “trabalhando todos estes mecanismos” que Braga se torna um pólo de competitividade e que, do ponto de vista economia, se possa tornar um “motor da economia internacional”.

Para Rio, a cidade tem de mitigar a dependência do setor da eletrónica e continuar a “trabalhar para captar novos projetos nas novas tecnologias, na ciência e na saúde”.

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Já se sabe quem comprou a posição do BCP na Pharol

  • Rita Atalaia
  • 24 Maio 2017

O BCP vendeu as ações que tinha na operadora. Mas não revelou detalhes. Num comunicado enviado ao regulador, a Pharol revela que o comprador é um fundo detido pela Atlantis Global Investments.

Já se sabe quem comprou a participação que o BCP tinha na Pharol. Num comunicado enviado à CMVM, a acionista de referência da brasileira Oi diz ter recebido a notificação da High Bridge Unipessoal. Este fundo, detido pela Atlantis Global Investments, passa agora a deter mais de 6% da empresa portuguesa.

O BCP deixou na terça-feira de fazer parte da estrutura acionista da Pharol. O banco liderado por Nuno Amado anunciou a venda de um bloco de 6,17% da antiga PT SGPS. Não anunciou na altura mais detalhes sobre a alienação desta participação, nomeadamente os valores do negócio e o comprador. Mas esta comunicação ao regulador já estava prevista, uma vez que todas as participações qualificadas, acima de 2%, têm de ser divulgadas à CMVM. O dono da posição é agora o fundo High Bridge Unipessoal que, por sua vez, é controlado pela Atlantis Global Investments LLC.

Foi a 12 de agosto de 2015 que o BCP assumiu uma posição qualificada na Pharol, depois de ter executado uma penhora sobre a Ongoing, uma das principais acionistas da Portugal Telecom, que incluía 37.804.969 ações ordinárias, representativas de aproximadamente 4,2169% do capital social e direitos de voto da Pharol.

O BCP era o terceiro maior acionista da Pharol. Atualmente, a Telemar Norte Leste (Oi) é o principal acionista com 10% da empresa liderada por Palha da Silva, seguida pelo Novo Banco, que assume uma participação de 6%.

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Centeno para presidente do… Conselho de Governadores do BEI

Ainda não é desta que Mário Centeno vai para o Eurogrupo, mas tal pode vir a acontecer. Hoje assumiu um outro cargo: o ministro das Finanças português vai para o Conselho de Governadores do BEI.

Mário Centeno passou esta quarta-feira a ser o presidente do Conselho de Governadores do Banco Europeu de Investimento (BEI). O anúncio feito pelo Ministério das Finanças revela que o mandato vai ter a duração de um ano. Centeno sucede a Mateusz Morawiecki, ministro das Finanças da Polónia, na presidência do Conselho de Governadores que é composto, tal como o Eurogrupo, pelos restantes ministros das Finanças da União Europeia. O atual presidente do Banco Europeu de Investimento é o alemão Werner Hoyer.

Esta nomeação é automática e decorre do esquema de rotação estabelecido pelo Banco, baseado na ordem alfabética dos Estados Membros em língua inglesa”, esclarece o gabinete de Mário Centeno em comunicado, acrescentando que a sua função será presidir à reunião anual “que deverá ocorrer em maio de 2018, bem como a eventuais reuniões extraordinárias do Conselho que venham a ser agendadas”.

O volume de financiamento do BEI em 2016 foi de 83,75 mil milhões de euros. Por exemplo, no ano passado, o Banco Europeu de Investimento aprovou um financiamento superior a 15 mil milhões de euros para projetos em várias áreas, contemplando Portugal, nomeadamente nos setores do clima e da educação. “O financiamento assinado pelo BEI em 2016 em Portugal totalizou 1 486 milhões de euros, ligeiramente acima dos 1 413 milhões de euros observados em 2015“, revela o Ministério.

O BEI foi criado em 1954, após a entrada em vigor do Tratado de Roma, mas Portugal só entrou em 1986, quando aderiu à então Comunidade Económica Europeia. “No entanto, o BEI começou a financiar operações em Portugal a partir de 1976, tendo desde essa data emprestado cerca de 46.404 milhões de euros para apoiar 769 projetos em Portugal”, segundo o Ministério das Finanças.

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Festa do PDE nos juros da dívida acalma. PSI-20 fica igual

Se no mercado de dívida houve stress, na bolsa nacional nem por isso. BCP subiu significativamente, mas quedas da EDP e da Nos travaram uma valorização do PSI-20.

A festa do PDE na dívida portuguesa acalmou com uma subida dos juros esta quarta-feira. Perante o anúncio de reembolso ao Fundo Monetário Internacional e o alerta deixado pelo Banco Central Europeu, o mercado da dívida ressentiu-se. Já o PSI-20 ficou inalterado: o BCP acumulou ganhos pela segunda sessão consecutiva, mas a EDP e a Nos fecharam em terreno negativo, travando uma valorização na praça nacional.

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Prejuízo da Cimpor encolhe para 34 milhões no trimestre

  • Rita Atalaia
  • 24 Maio 2017

A cimenteira conseguiu diminuir as perdas nos primeiros três meses do ano. Apesar de as operações no Brasil, Egito e Moçambique terem pressionado, a recuperação na Argentina ajudou a compensar.

A Cimpor conseguiu diminuir os prejuízos no primeiro trimestre. A cimenteira revelou um resultado negativo de mais de 34 milhões. Apesar de ainda estar no vermelho, conseguiu diminuir as perdas em mais de seis milhões em comparação com o mesmo período do ano passado. Um abrandamento no Brasil, Egito e Moçambique foi compensado pela recuperação na Argentina e em Portugal.

O EBITDA aumentou 5% face trimestre homólogo do ano anterior, beneficiando das iniciativas de aumento de eficiência implementadas nos últimos dois anos. A margem EBITDA subiu um ponto percentual para 18,6%”, refere a cimenteira num comunicado enviado à CMVM. O resultado líquido do trimestre compara com os prejuízos de 40,7 milhões nos primeiros três meses do ano anterior.

A empresa conseguiu diminuir as perdas, apesar de as operações no Brasil, Egito e Moçambique terem pressionado. “O atraso na recuperação do Brasil e os desafios no Egito e em Moçambique não impediram a Cimpor de capturar as novas oportunidades de crescimento emergentes no seu portefólio”, afirma a cimenteira. A diminuição dos custos também contribuiu para este resultado: caíram 1,4%, “refletindo as iniciativas de ajuste aos presentes contextos de mercado”, explica.

"O novo ciclo de crescimento na Argentina, a excelência operacional no Paraguai, a recuperação do mercado interno português e a dinâmica operacional da África do Sul, combinados com o um aumento do preço médio em moeda local de 10% e a favorável evolução do real brasileiro permitiram manter o volume de vendas.”

Cimpor

“O novo ciclo de crescimento na Argentina, a excelência operacional no Paraguai, a recuperação do mercado interno português e a dinâmica operacional da África do Sul, combinados com o um aumento do preço médio em moeda local de 10% e a favorável evolução do real brasileiro permitiram manter o volume de vendas.”

O volume de negócio manteve-se praticamente no mesmo nível do ano passado. Portugal contribuiu com um aumento de 14%, mas podia ter ajudado mais. “A procura local recuperou, permitindo um aumento de 24% nas vendas de cimento e clínquer no mercado local, enquanto a recuperação das exportações se viu adiada, limitando o aumento do volume de negócios a 14%.”

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