EBA propõe normas para facilitar a comparação de comissões nas contas

O regulador desenhou um conjunto de regras que visam facilitar a comparação das comissões das contas bancárias. O documento prevê a padronização de oito serviços e a uniformização de documentos.

A comparação das comissões associadas às contas bancárias a nível europeu, mas também nacional, está cada vez mais próxima de ser simplificada. A Autoridade Bancária Europeia (EBA) publicou os projetos de normas técnicas que visam facilitar a comparação e melhorar a transparência da informação sobre as comissões associadas às contas de pagamento.

Este documento que surge após uma consulta pública realizada no final do ano passado, necessita ainda de obter a concordância da Comissão Europeia, que submeterá para aprovação pelo Conselho e Parlamento Europeu para posterior entrada em vigor, é mais um passo no sentido de concretizar o disposto na Diretiva das Contas de Pagamento. Esta diretiva estabelece regras sobre a comparabilidade das comissões relacionadas com as contas de pagamento. O objetivo é uniformizar, a nível europeu, a terminologia que deve ser utilizada na designação dos serviços associados às contas de pagamento, bem como nos documentos de informação pré-contratual e contratual fornecidos aos consumidores.

“São padronizadas as definições dos oito serviços comuns à totalidade dos Estados-Membros da União Europeia: manutenção de conta, disponibilização de um cartão de débito, disponibilização de um cartão de crédito, descoberto, transferência a crédito, ordem permanente, débito direto e levantamento em numerário”, explica o Banco de Portugal. Posteriormente, caberá a cada autoridade nacional incluir na respetiva lista nacional (que terá entre dez a 20 serviços) as definições padronizadas dos serviços relevantes.

É ainda uniformizado o formato e o símbolo do documento de informação sobre comissões (em inglês, Fee Information Document), que vai apresentar as comissões dos serviços associados à conta de pagamento que constam da lista dos serviços mais representativos definida por cada Estado-Membro. As instituições devem disponibilizar este documento aos consumidores como documento de informação pré-contratual, que deve também estar disponível no site da instituição, permitindo assim a comparação de comissões entre diferentes instituições.

Os primeiros passos para permitir essa comparação de comissões já foi dado pelo banco de Portugal que, desde a semana passada, passou a disponibilizar no Portal do Cliente Bancário, um comparador de comissões das contas de Serviços Mínimos Bancários e das contas Base, em antecipação da transposição da Diretiva de Contas de pagamento. O objetivo passa por alargar essa informação a um conjunto entre oito e dez comissões associadas às contas bancárias, o que poderá acontecer ainda este ano.

A EBA define ainda o formato e o símbolo do extrato de comissões (em inglês, Statement of Fees), que deverá ser fornecido ao consumidor pelo menos uma vez por ano. Este documento apresenta informação sobre todas as comissões cobradas, bem como sobre os juros pagos (por exemplo, de descobertos bancários) e recebidos relacionados com os serviços associados à conta de pagamento. Esta norma já é aplicada em Portugal desde o início do ano passado.

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Porto emite dívida. Quer 30 milhões de euros dos adeptos

O Futebol Clube do Porto está de volta ao mercado de dívida. Quer 30 milhões de euros dos pequenos investidores. Oferece uma taxa de 4,25%.

Depois do Benfica, que conquistou pela primeira vez o tetracampeonato, é a vez do Porto voltar ao mercado de dívida. A SAD do Futebol Clube do Porto avançou com uma emissão de obrigações destinadas aos pequenos investidores, muitos deles adeptos do clube azul e branco, no valor de 30 milhões de euros. A taxa é de 4,25%.

A “oferta configura-se numa oferta pública de subscrição dirigida ao público em geral, tendo por objeto até 6.000.000 de obrigações, de valor nominal de cinco euros por cada obrigação, perfazendo um montante inicial máximo de 30 milhões de euros, o qual poderá ser aumentado, por opção do emitente, até ao dia 29 de maio 2017, inclusive”. O mínimo são 20 obrigações, ou seja, 100 euros.

“A oferta destina-se ao financiamento da atividade corrente do emitente, permitindo-lhe consolidar o respetivo passivo num prazo mais alargado, através do refinanciamento de operações que se vencerão num futuro próximo, nomeadamente o reembolso do empréstimo obrigacionista denominado “FC Porto SAD 2014-2017”, no montante de 20 milhões (…) com reembolso agendado para 6 de junho de 2017”, refere a SAD.

Para atrair os investidores para este novos títulos, que vão garantir o reembolso da emissão anterior, a SAD liderada por Pinto da Costa apresenta uma taxa “de juro fixa igual a 4,25%, ao ano”, acima dos 4% que o Benfica pagou na última emissão em que obteve 60 milhões de euros. Na anterior operação, realizada em 2015, a taxa apresentada pela SAD foi de 5%.

O prazo da oferta decorrerá entre as 8h30 do dia 23 de maio de 2017 e as 15h00 do dia 6 de junho de 2017, podendo as ordens de subscrição ser recebidas até ao termo deste prazo”, refere o prospeto da oferta publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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Crescimento de 3,2% e défice de 1,4% são “hipótese” para este ano, diz Marcelo

  • Lusa
  • 18 Maio 2017

"Ninguém pode revelar uma realidade que não existe", admite o Presidente. Mas estes números são uma "hipótese que não está afastada".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou, esta quinta-feira que “é uma hipótese que não está afastada” Portugal conseguir, já este ano, um crescimento económico à volta de 3,2% e um défice de 1,4%.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu estes números à conversa com deputados croatas, em Zagreb, a propósito da evolução da situação económica e financeira em Portugal, num momento de recolha de imagens, captadas pela RTP.

Mais tarde, questionado pela RTP sobre onde foi buscar aqueles dois dados, o Presidente da República respondeu: “Eu disse que é uma hipótese que não está afastada o poder haver uma evolução positiva da economia, se ela vier de trás, que aponte para a confirmação destes números”.

O Presidente disse ainda que nunca divulgou estes dados “porque ninguém pode revelar uma realidade que não existe“, e acrescentou: “Eu digo que é um dos cenários possíveis, um défice mais baixo e um crescimento mais alto”.

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Supremo Tribunal Federal abre inquérito contra Michel Temer

  • Lusa e ECO
  • 18 Maio 2017

Em causa está uma denúncia feita pelos donos da empresa brasileira JBS, que revela que Temer terá autorizado um suborno ao ex-deputado Eduardo Cunha, preso por corrupção.

O juiz Edson Fachin, relator dos casos de corrupção da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou esta quinta-feira a abertura de um inquérito contra o Presidente do Brasil, Michel Temer. A informação foi divulgada pelo portal brasileiro de notícias G1.

O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base numa denúncia feita pelos donos da JBS, os empresários Joesley Batista e Wesley Batista, que gravaram uma conversa com o Chefe de Estado na qual Temer terá, supostamente, dado aval para o pagamento de suborno ao ex-deputado Eduardo Cunha, preso por envolvimento nos casos de corrupção da Petrobras.

Temer passa, assim, a estar formalmente sob investigação no âmbito da Lava Jato. Segundo a Constituição brasileira, o Presidente do país só poderá ser investigado por atos cometidos durante o exercício do mandato e com autorização do STF. Os factos denunciados por Joesley Batista já terão ocorrido durante a legislatura, em março deste ano.

Esta tarde, por volta das 20h00 (hora de Lisboa), Michel Temer tem agendada uma comunicação ao país.

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Sonae aumenta receitas, mas lucros afundam no trimestre

Em causa está um efeito de comparação com 2016 em que a empresa encaixou montantes elevados com a venda de shoppings. Além disso, a Sonae pagou mais impostos este ano.

A Sonae aumentou as suas receitas, mas isso não foi suficiente para tapar a queda em mais de 70% dos lucros. A Sonae registou oito milhões de euros de lucros no primeiro trimestre de 2017, menos de 22 milhões de euros face ao mesmo período de 2016. Os resultados do primeiro trimestre justificam-se por dois motivos: primeiro porque em 2016 a Sonae teve um benefício fiscal de 11 milhões de euros e neste trimestre teve de pagar dois milhões de euros; e em segundo porque no ano passado vendeu vários centros comerciais, uma efeito extraordinário que dificulta a comparação.

Essa rubrica teve um impacto positivo de 62 milhões de euros no início de 2016. “No primeiro trimestre de 2016, em particular, a Sonae RP concluiu três transações de sale and leaseback no montante de 230 milhões, que se traduziram num ganho de capital de 64 milhões (com um impacto positivo na rubrica de itens não recorrentes)”, explica a empresa em comunicando, referindo que no primeiro trimestre deste ano a Sonae RP — a unidade de negócio responsável pela gestão do portefólio de imobiliário de retalho da Sonae — não efetuou qualquer transação desse tipo.

Assim, se fossem excluídas essas operações extraordinários, os lucros da Sonae tinham aumentado, argumenta a empresa em comunicado de imprensa: “Excluindo os ganhos de capital não recorrentes registados no primeiro trimestre de 2016, fruto essencialmente das operações de sale and lease back, a evolução do resultado líquido da Sonae teria sido positiva“. O EBITDA (lucros antes de impostos, juros, depreciação e amortização) recorrente — ou seja, o que exclui os efeitos extraordinários — aumentou 12,7% para os 49 milhões de euros.

Nestes primeiros três meses, as vendas cresceram “em todos os negócios”, houve uma melhoria da rentabilidade operacional e menores custos financeiros. O volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 6% para os 1.278 milhões de euros. “Num trimestre desafiante no comparativo com o período homólogo, crescemos em todos os negócios assegurando rentabilidade em linha com as nossas expectativas”, afirma o vice-presidente-executivo da Sonae, Ângelo Paupério, no comunicado.

Num trimestre desafiante no comparativo com o período homólogo, crescemos em todos os negócios assegurando rentabilidade em linha com as nossas expectativas.

Ângelo Paupério

Vice-presidente-executivo da Sonae

O capital próprio da Sonae foi reforçado em 177 milhões de euros para os 1.995 milhões de euros. O rácio da dívida líquida fixou-se nos 40,9%. No total, a empresa investiu 54 milhões de euros no primeiro trimestre, principalmente no lançamento de novas unidades, novos negócios, reforço da internacionalização e no serviço ao cliente. A maior parte do investimento foi para a Sonae MC (retalho alimentar, onde se inclui o Continente e a Wells), 28 milhões de euros no total. A Worten investiu seis milhões de euros.

Já em abril a empresa revelou que adquiriu a totalidade do capital da Brio. Esta operação surgiu poucos meses depois de a Sonae ter adquirido, em dezembro, 51% do capital da Go Well. A empresa opera, através da marca “Go Natural”, em 22 restaurantes igualmente especializados em alimentação saudável no país, localizados normalmente em centros comerciais.

Em comparação com o mesmo período de 2016, a Sonae empregou mais 1.500 pessoas. “Esta criação de emprego traduz o crescimento das várias áreas de negócios da Sonae, que conseguiram reforçar a ligação aos seus clientes e expandir as suas atividades em Portugal e a nível internacional”, refere o comunicado.

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António Costa diz que “é prematuro” discutir escalões de IRS

O próximo ano vai contar com um alívio da carga fiscal, nomeadamente através da introdução de novos escalões de IRS. Mas, para já, é cedo para falar disso, diz o primeiro-ministro.

Bloco de Esquerda e PCP têm pressionado o Governo para que haja um alívio significativo da carga fiscal no Orçamento do Estado para 2018, mas António Costa não está pronto para revelar as novas medidas que vão constar do documento. Para o primeiro-ministro, ainda há “muito tempo” até ao dia da apresentação do próximo Orçamento e, por isso, “é prematuro” discutir medidas como a alteração aos escalões de IRS.

“Temos de continuar a trabalhar para que o bom momento que a economia vive tenha continuidade. A criação de novos escalões no IRS, tendo em vista melhorar a progressividade, é uma das medidas a implementar, mas estamos ainda em maio, estamos a trabalhar para que isso aconteça. Temos muito tempo até ao dia 15 de outubro”, disse António Costa, em declarações transmitidas pela SIC Notícias.

"O Orçamento será coerente com o que consta do programa de Governo. A carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho já diminuiu significativamente.”

António Costa

Primeiro-ministro

Perante a insistência dos jornalistas, o primeiro-ministro disse apenas que “o Orçamento será coerente com o que consta do programa de Governo“, sublinhando que “a carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho já diminuiu significativamente”. 2018 “é ano de começar o alívio através dos escalões IRS, começando pelos rendimentos mais baixos”, afirmou ainda António Costa. Mas deixou claro: “É prematuro antecipar o que vai ser discutido em outubro”.

Também esta tarde, o presidente do Partido Socialista, Carlos César, afirmou que não há “quantitativos pré-estabelecidos” para o alívio da carga fiscal em 2018, salientando que este alívio deve ter em consideração parâmetros como o equilíbrio orçamental e a afetação de recursos para o investimento.

Estas posições do Governo e do PS são tomadas numa altura em que os partidos que suportam a maioria parlamentar têm avançado com exigências para o próximo ano. O PCP pretende duplicar o número de escalões, dos atuais cinco para dez, enquanto o Bloco de Esquerda quer uma despesa fiscal de 1,2 mil milhões de euros (600 milhões em 2018 e outros 600 no ano seguinte) para baixar o IRS.

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Caixa com prejuízos de 39 milhões no primeiro trimestre

O banco liderado por Paulo Macedo manteve-se em terreno negativo no arranque deste ano. Registou prejuízos de 39 milhões de euros, encolhendo-os para metade face ao ano passado.

Paulo Macedo, presidente executivo da CGD, na apresentação de resultados do primeiro trimestre de 2017

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua a dar prejuízo. O banco estatal encerrou os primeiros três meses com um resultado líquido negativo de 39 milhões de euros, isto depois de ter terminado o último ano com prejuízos recorde de 1.859 milhões de euros.

“O resultado líquido do trimestre foi negativo, de -38,6 milhões de euros, impactado por custos não recorrentes de 58 milhões de euros (42,1 milhões de euros líquido de impostos)”, refere o banco liderado por Paulo Macedo na apresentação dos resultados feita na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Apesar do resultado negativo, os prejuízos foram bem menos expressivos do que os registados no período homólogo em que ascendiam a 74 milhões de euros. A CGD nota, no entanto, que o “resultado líquido recorrente [ou seja, excluindo efeitos extraordinários] atingiu 3,5 milhões de euros”.

“O resultado de exploração core alcançou 147,4 milhões de euros no trimestre, uma subida de 63,1% face ao trimestre homólogo de 2016, impulsionado pelo crescimento da margem financeira e pela redução verificada nos custos operativos recorrentes“, diz a CGD que está a encerrar balcões no país. O caso mais polémico é o de Almeida.

“A margem financeira atingiu os 326,1 milhões de euros (+50,8 milhões de euros, +18,4% face ao 1º trimestre de 2016), beneficiando da forte redução sentida no custo de financiamento (-114,4 milhões de euros, -28,3%)”.

Já relativamente ao produto bancário, o banco revela que houve uma progressão “face ao trimestre homólogo 65,2%, (+193,2 milhões de euros), situando-se em 489,6 milhões de euros, com contributos positivos da margem financeira (+50,8 milhões de euros) e dos resultados em operações financeiras (+178,9 milhões de euros)”.

Menos crédito em risco

A CGD, que em 2016 assumiu elevadas imparidades nas suas contas, mantém rácios de créditos em incumprimento elevados, mas a encolher. “Os valores dos rácios de Non Performing Loans (NPL) e Non Performing Exposure (NPE) brutos atingiram em março último respetivamente 11,8% e 15,4%, tendo os mesmos rácios líquidos de imparidades alcançado 6,5% e 8,6%”, diz a CGD. E as coberturas estão a aumentar.

“O crédito em risco reduziu-se para 10,4% em 31 de março de 2017 (11,9% em março de 2016), com uma cobertura por imparidades de 77%”, nota o banco, sublinhando que o “custo do risco de crédito do trimestre situou-se em 0,17%, confirmando a trajetória
descendente esperada após o exercício de avaliação de ativos levado a cabo no final de 2016”.

Rácios sólidos após recapitalização

Neste primeiro trimestre, a CGD concluiu o plano de recapitalização acordado entre o Estado Português e a Comissão Europeia, plano esse que permitiu injetar 4,4 mil milhões de euros no banco estatal, permitindo assim um reforço dos rácios da maior instituição financeira portuguesa.

A CGD nota que este processo “permitiu à CGD um substancial aumento dos seus rácios de capital que atingiram em 31 de março de 2017 12,3% (Common Equity Tier 1, phased-in) e 14,2% (rácio total)”.

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Bolsas afundam com crise política no Brasil

Lisboa não escapou à tendência de quedas da Europa e caiu pela terceira sessão consecutiva. No Brasil, o principal índice acionista afunda mais de 10%.

Foi um dia negro para os mercados acionistas. A crise política no Brasil, motivada pelas suspeitas de envolvimento de Michel Temer num esquema de corrupção, bem como as sucessivas polémicas em torno de Donald Trump, levaram as praças europeias para o vermelho. Lisboa fechou em queda pela terceira sessão consecutiva e está no nível mais baixo desde o final de abril, penalizada, sobretudo, pelas cotadas com exposição à economia brasileira.

No Brasil, o cenário de perdas é bem mais dramático: o Ibovespa abriu a afundar mais de 10%, desencadeando os mecanismos de travão para impedir perdas ainda mais acentuadas. Já o real afunda mais de 7% face ao dólar.

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“Se a CGD não apresentar lucros, terei um duplo problema”

  • Rita Atalaia
  • 18 Maio 2017

É esta quinta-feira que os investidores vão ficar a conhecer os números da CGD para os primeiros três meses do ano. Um resultado que será explicado por Paulo Macedo. Acompanhe aqui em direto.

Chegou o dia de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentar as contas referentes aos primeiros três meses do ano. Isto num cenário de aumento dos lucros, redução de imparidades e reforço dos rácios de capital por parte de outros bancos portugueses. Os resultados vão ser explicados pelo presidente do banco estatal, Paulo Macedo, numa conferência de imprensa que poderá acompanhar aqui em direto.

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Governo aprova medidas para capitalizar as empresas. Saiba quais

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 18 Maio 2017

Pacote legislativo integra Programa Capitalizar. Entre outras medidas, serão criadas Sociedades de Investimento para Fomento da Economia e Certificados de Dívida de Curto Prazo.

O Governo aprovou hoje um pacote legislativo que prevê um conjunto de medidas para as empresas no âmbito do Programa Capitalizar.

Em comunicado, o Ministério da Economia refere que este programa já conta com uma taxa de execução de 77%: das 66 medidas propostas pela Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas (EMCE), 51 estão em curso, adianta. Já o primeiro-ministro, António Costa, refere-se a este como “um pacote muito importante para criar melhores condições para as empresas” e, assim, permitir que “a economia continue a crescer, criar empregos e ter finanças públicas saudáveis”.

Entre a criação de Sociedades de Investimento para Fomento da Economia e a revisão do Processo Especial de Revitalização (PER) são várias as iniciativas que ganham forma. Saiba quais são:

Criação de Sociedades de Investimento para Fomento da Economia

A medida insere-se nos eixos estratégicos da Dinamização do Mercado de Capitais e da Alavancagem de Financiamento e Investimento. Em causa está a criação de “um subtipo de sociedade de investimento mobiliário”, que visa o financiamento das PME.

“Este novo veículo de investimento terá por vocação permitir o acesso indireto ao mercado de capitais de empresas que, pela sua dimensão, não poderiam aceder diretamente a uma base alargada de investidores, promovendo ao mesmo tempo a diversificação dos riscos para o investidor”, diz o Ministério de Caldeira Cabral. Uma parcela não inferior a 70% do investimento das SIFE deve ser aplicado em empresas elegíveis.

Certificados de dívida de curto prazo

O mesmo diploma reconhece um novo tipo de valor mobiliário representativo de dívida de curto prazo — os Certificados de Dívida de Curto Prazo. “Com esta medida, cumpre-se um duplo objetivo: por um lado, é ampliado o leque de valores mobiliários representativos de dívida, o que alarga as escolhas das empresas emitentes e encoraja a dinâmica do mercado de dívida nacional; por outro, são impostas características típicas a este novo valor mobiliário que o tornam elegível para investimento pelos organismos de investimento coletivo em valores mobiliários (por exemplo, fundos de investimento), o que representa a concretização de mais um instrumento que permite às empresas a diversificação das suas fontes de financiamento”, continua o comunicado.

Certificação por via eletrónica de micro e PME

O regime jurídico da certificação por via eletrónica de micro, pequenas e médias empresas é revisto, sendo criada a definição de empresa de média capitalização (Mid Cap) e, dentro desta, a categoria de empresa de pequena-média capitalização (Small Mid Cap). A medida insere-se no eixo da Simplificação Administrativa e Enquadramento Sistémico.

Vistos Gold

No âmbito do mesmo eixo, o Governo também altera a Lei de Entrada e Residência de Estrangeiros. Em causa estão mudanças ao regime de vistos gold, sobretudo quando estão em causa investimentos em PME.

A autorização de residência para investimento será igualmente concedida a estrangeiros que:

  • Invistam 350 mil euros para a criação de empresas portuguesas ou reforço do capital social de empresas portuguesas, desde que criem ou mantenham cinco postos de trabalho permanentes;
  • Invistam 200 mil euros em empresas portuguesas em situação económica difícil e com plano de recuperação;
  • Invistam 350 mil euros em fundos destinados à capitalização das empresas portuguesas — o valor baixa dos atuais 500 mil euros.

Processo Especial de Revitalização (PER) e Regime de Insolvência

O PER e o Regime de Insolvência são revistos. Desde logo, o PER passa a estar acessível apenas a empresas em situação económica difícil ou em insolvência iminente, enquanto os particulares continuarão “a dispor de um instrumento mais simplificado, destinado a obter um acordo de pagamento com os seus credores”, indica o comunicado.

Além disso, as alterações pretendem “aumentar a transparência, eficácia e segurança jurídica” dos processos, “com especial enfoque”, no caso de insolvência, “nas fases de verificação e graduação de créditos e na liquidação do ativo”.

A medida insere-se no eixo da Reestruturação Empresarial e já conta com contributos da consulta pública, depois de o Executivo ter aprovado um conjunto de iniciativas em março.

Mecanismos extrajudiciais

Ainda no âmbito da recuperação de empresas, o Governo decidiu criar novos mecanismos extrajudiciais:

  • O SIREVE é extinto e é criado o Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE), que “permite a um devedor que se encontre em situação económica difícil ou em insolvência iminente encetar negociações com os credores com vista a alcançar um acordo — voluntário, de conteúdo livre e, por regra, confidencial — tendente à sua recuperação”. Com determinados requisitos, o acordo vai produzir os mesmos efeitos que teria em caso de PER. “Adicionalmente, o RERE permite ainda ao devedor, por via da celebração de um protocolo de negociação, obter um ambiente favorável à negociação com os seus credores”, salienta o Ministério da Economia.
  • Com o Regime de Mediador de Recuperação de Empresas “é criada uma nova figura a quem compete prestar assistência a uma empresa devedora no diagnóstico da sua situação e na negociação com os seus credores, com vista a alcançar um acordo extrajudicial de reestruturação que vise a sua recuperação”.
  • Com o Regime Jurídico de Conversão de Créditos em Capital, as empresas com capital próprio negativo podem reestruturar o balanço e reforçar os capitais próprios, “admitindo que uma maioria de credores proponha uma conversão de créditos em capital”. O regime assegura “que a aplicação é reservada para situações que objetivamente a justifiquem, comprovada por profissional idóneo independente, e exigindo que os credores proponentes detêm créditos de montante que, noutras condições, lhes permitisse aprovar um plano de recuperação em processo de insolvência”.
  • No âmbito da resolução extrajudicial de garantias, foi aprovado o Regime da Apropriação do Bem Empenhado no Penhor Mercantil. “Este regime corresponde à convenção nos termos da qual, em caso de incumprimento pelo devedor, o bem dado em garantia transfere-se para o credor, ficando este, porém, obrigado a restituir ao devedor a soma correspondente à diferença entre o valor do bem e o montante em dívida”, realça o comunicado. Admite-se assim “que o credor se aproprie do bem dado em garantia, mas com a obrigação de restituição do excesso, relativamente ao valor em dívida”.

Balcão Único

O Código de Procedimento e de Processo Tributário é alterado, prevendo-se a criação de um Balcão Único para a gestão articulada dos créditos do fisco e Segurança Social sobre empresas no âmbito de processos de insolvência, PER ou RERE.

Estão ainda previstas alterações na organização da Autoridade Tributária e Aduaneira. Entre elas consta o alargamento de competência da Unidade de Grandes Contribuintes, nomeadamente em sede de processo executivo, “que a lei reservava aos serviços periféricos locais, ficando apenas excluídas deste alargamento as competências relativas ao Imposto Municipal sobre Imóveis”.

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Contratos públicos terão como base relação qualidade-preço

  • Lusa
  • 18 Maio 2017

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira alterações ao Código dos Contratos Públicos. O objetivo é diminuir o número de contratos por ajuste direto e acelerar concursos públicos.

O Governo aprovou esta quinta-feira o novo Código dos Contratos Públicos (CCP), com a introdução de medidas de aumento de transparência e de simplificação que significam, em alguns casos, uma redução para metade da duração dos prazos previstos. Em Conselho de Ministros, o executivo aprovou o novo CCP, incorporando quatro diretivas comunitárias e adotando um conjunto de medidas que preveem reforçar a simplificação e a transparência da contratualização pública em Portugal, explicou o ministro do Planeamento e Infraestruturas.

No briefing com jornalistas, Pedro Marques explicou que as alterações, que dizem respeito a dez matérias, encurtam “significativamente os prazos” da contratualização pública. “Estimamos que a execução do ajuste direto passe de 20 dias para oito dias, a consulta prévia a três entidades de 33 para 21 dias e o concurso público para menos de metade, de 41 para 18 dias”, sublinhou. Na simplificação de procedimentos, o Governo prevê ainda que as empreitadas até 300 mil euros possam realizar-se através de concurso público urgente.

O novo CCP permite também a adjudicação por lotes nos grandes contratos, ou seja, explicou Pedro Marques, “a partir 135.000 euros na aquisição de bens e serviços e dos 500.000 nas empreitadas, se passe a adjudicar por lotes, a não ser que seja indivisível o bem a adquirir ou a empreitada a contratar, fomentando a contratação de pequenas e médias empresas”.

O código introduz também parcerias para a inovação, facilitando as condições de contratualização pública nas áreas de Inovação e Desenvolvimento (I&D), “quando o bem ou produto a contratar ainda vai ser desenvolvido”. Já quanto ao aumento da transparência, o ministro destacou o facto de a consulta a três entidades passar a ser obrigatória para ajustes diretos acima dos 20.000 euros nos bens e serviços ou de 30.000 euros nas empreitadas (quando antes era obrigatório nos 75.000 ou 150.000 euros, respetivamente).

“Fazemo-lo porque em Portugal quase 90% da contratualização pública é feita por ajuste direto e para regrar a utilização do ajuste direto neste contexto, que era muito elevada. Mas mesmo se pensarmos que no valor contratado metade era feito por ajuste direto, esta é uma razão mais que suficiente para esta alteração”, afirmou o ministro.

O CCP em vigor define que o ajuste direto é “um procedimento pré-contratual através do qual a entidade adjudicante convida diretamente uma ou várias entidades à sua escolha a apresentar uma proposta” e permite que a entidade adjudicante “convide apenas uma única entidade e não estabelece qualquer limite máximo de entidades a convidar”.

Com este novo código, o Governo pretende também criar a “figura do gestor de contrato”, que nas entidades públicas fica responsável não só pelo processo de contratualização mas “também da execução de contrato”, disse o governante. “Do lado da entidade contratante temos assim mais responsabilidade e mais efetividade na boa execução dos contratos”, acrescentou Pedro Marques.

Outra alteração destacada pelo ministro é o facto de a adjudicação passar a basear-se na relação qualidade preço e não apenas no preço, “tendo em conta custos que não o de aquisição inicial do bem, mas custos de ciclo de vida do bem ou os impactos ambientais da escolha efetuada”, explicou. Fica vedado também o critério do momento de entrega da proposta como critério de desempate.

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BCE pode discutir alívio dos estímulos já na próxima reunião

A próxima reunião de política monetária do BCE decorre a 8 de junho. Nessa altura, o banco central já terá novas previsões da evolução da inflação e da economia.

O Banco Central Europeu (BCE) poderá começar a discutir o alívio dos estímulos à economia da zona euro já na próxima reunião de política monetária, que terá lugar a 8 de junho. A indicação é dada por executivos do banco central, numa nota a que a Bloomberg teve acesso.

O BCE tem mantido, até agora, uma posição de cautela em relação à retirada dos estímulos. Numa recente audição no Parlamento holandês, Mario Draghi reconheceu que “a recuperação económica passou de frágil e desigual para firme e generalizada”, mas manteve que é demasiado cedo para concluir se a política monetária seguida até agora foi bem sucedida.

Dias antes, Vítor Constâncio também já tinha sinalizado uma possível mudança de política monetária só será decidida no outono.

Agora, uma nota que resultou da reunião do BCE de 27 de abril vem mostrar uma posição diferente por parte de alguns responsáveis do banco central. Se a recuperação económica se mantiver, estes executivos consideram “ajustar a presente formulação” já na próxima reunião, cita a Bloomberg.

Nessa reunião, o BCE já terá novas previsões para a evolução da inflação e da economia, o que coloca o conselho de governadores “numa posição mais vantajosa para tomar uma decisão”, refere ainda a nota.

Atualmente, o programa de estímulos do BCE implica a compra de 60 mil milhões de dívida por mês, num plano que está previsto até ao final deste ano.

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