Galamba: BdP está “sobrecapitalizado de forma injustificada”

BE e PS explicaram as conclusões do grupo de trabalho em conferência de imprensa. Os partidos querem avançar com uma alteração legislativa sobre o Banco de Portugal.

O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda apresentaram esta sexta-feira o relatório do grupo de trabalho constituído para estudar a reestruturação da dívida pública. Em causa está a sustentabilidade das dívidas externa e pública, que no ano anterior fechou acima dos 130%, em percentagem do PIB. No total, a dívida de Portugal supera os 240 mil milhões de euros.

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Hemorragia no Barclays com queda de 56,1% nos lucros

O banco britânico apresentou uma queda de 56,1% nos lucros do primeiro trimestre, para 190 milhões de libras. Sem elementos não recorrentes, teriam subido 112%. Ações da instituição derrapam na bolsa.

As ações do Barclays estão a cair esta sexta-feira cerca de 4,89% para 213 libras, no dia em que o banco apresentou uma queda de 56,1% nos lucros do primeiro trimestre deste ano, para 190 milhões de libras esterlinas (225 milhões de euros), face a igual período do ano passado.

As ações chegaram a derrapar 5,69% na sessão e o Barclays é já a pior performance do dia na bolsa de Londres. Nem as declarações do presidente executivo Jes Staley, que apontavam para um futuro brilhante no banco britânico, foram suficientes para travar a hemorragia.

Ações do Barclays estão a cair cerca de 5%

Fonte: Bloomberg

A queda nos resultados líquidos ficou a dever-se ao “impacto negativo” do desinvestimento em ativos efetuado pelo banco, refere o Barclays em comunicado. E especifica: “Em concreto, o banco contabilizou no primeiro trimestre deste ano um impacto negativo de 658 milhões de libras (781 milhões de euros) em relação a desinvestimentos em ativos em África”.

Sem ter em conta estes elementos não recorrentes, o resultado antes de impostos do Barclays, no período em análise, foi de 1.682 milhões de libras (1.996 milhões de euros), uma subida de 112% relativamente a 2016. No primeiro trimestre deste ano, o banco britânico melhorou a sua eficiência em termos de custos e rentabilidade, assinalam no comunicado.

As receitas globais do banco no trimestre em apreço atingiram os 5.823 milhões de libras (6.911 milhões de euros), mais 15,5% que em igual período do ano passado.

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Indústria e comércio avançam em sentidos opostos

  • Lusa
  • 28 Abril 2017

A produção industrial em Portugal aumentou 1,9% em março, face ao mesmo período do ano passado. Já os negócios do comércio a retalho caíram 2,4% em cadeia, mas subiram em termos homólogos.

A produção industrial aumentou 1,9% em março face ao mesmo mês de 2016, o que representa um ligeiro abrandamento face ao crescimento registado em fevereiro, quando subiu 2%, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo o INE, o agrupamento de bens de consumo apresentou o contributo mais influente para a variação do índice total (1,0 pontos percentuais), em resultado de uma taxa de variação de 3,4% (0,8% no mês anterior).

Os agrupamentos de energia e de bens de investimento apresentaram contributos de 0,5 pontos percentuais e de 0,4 pontos percentuais, respetivamente, originados por variações homólogas de 3,1% e de 2,9% (9,7% e -4,5% em fevereiro), respetivamente. O agrupamento de bens intermédios, por sua vez, deu o único contributo negativo para a variação do índice agregado (-0,1 pontos percentuais), resultante de uma taxa de variação de -0,3% (2,1% no mês anterior).

No conjunto do primeiro trimestre, o índice agregado aumentou 2,4% face ao mesmo trimestre de 2016. No trimestre anterior, esta variação tinha sido de 1,9%, acrescenta o INE.

Comércio a retalho negoceia menos em março do que em fevereiro

Já os negócios do comércio a retalho caíram 2,4% em março, face ao mês anterior, mas comparando com março do ano passado registaram uma subida de 4,7%, revelam dados do INE.

Os negócios com produtos não alimentares subiram 5,5% em março, em termos homólogos, e acima do aumento de 2,8% de fevereiro, enquanto os de produtos alimentares registaram um aumento homólogo de 3,5%, após terem diminuído 0,1% em fevereiro. Comparando com o mês anterior, o índice de volume de negócios no comércio a retalho diminuiu 2,4%, abaixo do aumento de 2,8% do mês anterior.

No primeiro trimestre deste ano, as vendas no comércio a retalho subiram 2,8% em termos homólogos, abaixo do aumento de 4,2% no trimestre anterior. O agrupamento de Produtos alimentares passou de uma variação de 3,9% no quarto trimestre do ano passado para 1,1% no trimestre que terminou em março último, enquanto no agrupamento de produtos não alimentares as vendas aumentaram 4,1%, contra 4,5% no trimestre anterior.

O índice de remunerações no setor do comércio a retalho acelerou, de 3,8% em fevereiro para 5,5% em março. O índice de emprego aumentou 2,2% em março, abaixo da subida de 3,1% no mês anterior, enquanto o número de horas trabalhadas caiu 0,1%, quando em fevereiro tinha subido 4,4%. No primeiro trimestre, as vendas no comércio a retalho subiram 2,8% em termos homólogos, abaixo da subida de 4,2% no quarto trimestre 2016.

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Espanha cresce há 14 trimestres consecutivos

  • Marta Santos Silva
  • 28 Abril 2017

A economia do principal parceiro comercial de Portugal está cada vez mais próxima de recuperar os níveis pré-crise. PIB espanhol acelerou 0,8% no primeiro trimestre.

A economia espanhola começou 2017 em aceleração, crescendo 0,8% do PIB nos primeiros três meses, de acordo com dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Esta recuperação, que constitui um aumento de 3% comparativamente com o mesmo período do ano passado.

À tendência de aceleração ligeira que já se fazia sentir na economia espanhola junta-se assim mais um trimestre a subir, resultando numa cadeia de 14 trimestres consecutivos de crescimento, escreve o El País.

O início forte do ano é bom sinal para o resto de 2017, até porque o turismo e o bom tempo costumam ajudar no crescimento do meio do ano entre abril e setembro.

A economia encontra-se praticamente a quatro décimas de PIB de alcançar os seus níveis pré-crise, depois de ter chegado a cair quase dez pontos”, explica ao El País a analista da Funcas, María Jesús Fernández. A continuar no mesmo ritmo, meados de 2017 representará o momento em que Espanha recupera todo o PIB perdido durante a crise, embora os salários não tenham ainda voltado aos seus níveis pré 2008.

Nas suas previsões mais recentes, o banco central espanhol previa um aumento do PIB de 0,8% no primeiro trimestre e também revia em alta as previsões para os próximos anos, relembra o El Economista. Este ano, o Banco de Espanha antecipa um crescimento de 2,8%, de 2,3% para 2018 e de 2,1% para 2019. A estimativa do Governo para este ano, de acordo com o Programa de Estabilidade que segue esta sexta-feira para Bruxelas, também revê em alta o crescimento para 2,7% do PIB este ano, desde 2,5%.

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Marcelo considera “interessante” relatório sobre sustentabilidade da dívida portuguesa

  • Lusa
  • 28 Abril 2017

Presidente da República destaca as medidas imediatas como a parte “mais importante” do documento.

O Presidente da República classificou hoje de “interessante” o relatório do PS e BE sobre a sustentabilidade da dívida portuguesa, destacando as medidas imediatas como a parte “mais importante” do documento.

“É um relatório interessante que se divide em três partes, uma parte de medidas imediatas, que são talvez aquelas mais importantes, porque dizem respeito à gestão da dívida este ano e nos próximos anos, à emissão de dívida, quando se deve emitir, os juros, a redução de juros, a redução dos prazos e o pagamento da dívida ao Fundo Monetário Internacional, que tem os juros mais elevados”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

“Essa parte depende de Portugal, é mais fácil de executar”, argumentou o Presidente, em declarações aos jornalistas, em Coimbra, à margem de um congresso na Faculdade de Medicina.

O Presidente da República disse ainda que uma segunda parte do relatório “depende de outros”, numa alusão à União Europeia, no que concerne ao alongamento de prazos e eventual diminuição de juros.

Quanto à terceira parte, prosseguiu, “depende de toda a Europa, que é aquilo que a Europa venha a decidir em relação às dívidas que constituem um problema comum de vários países”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o relatório “é um bom instrumento de reflexão, numa parte com possível reflexão imediata, noutras partes para se ir refletindo ao longo do tempo”.

O relatório foi elaborado por um grupo de trabalho formado por elementos do PS e do Bloco de Esquerda para avaliar a sustentabilidade da dívida portuguesa. O documento apresenta uma proposta de reestruturação da dívida em 31%, para 91,7% do PIB (Produto Interno Bruto).

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Prazo para reclamar do PEC pago em excesso termina esta terça-feira

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 28 Abril 2017

Quem pagou PEC a mais pode reclamar: prazo de 30 dias termina no fim-de-semana e, por isso, transfere-se para o dia útil seguinte, que calha a 2 de maio.

Se pagou PEC a mais, tem até terça-feira para reclamar do valor pago em excesso. O prazo terminaria antes mas, coincidindo com o fim de semana, é transferido “para o primeiro dia útil seguinte”, ou seja, 2 de maio, confirmou o Ministério das Finanças ao ECO. Em alternativa, e caso o contribuinte tenha optado pelo pagamento faseado, o montante em excesso pode ser deduzido na segunda prestação.

O Governo reduziu este ano o Pagamento Especial por Conta (PEC) mas como as novas regras entraram em vigor junto ao prazo limite de entrega, o Ministério das Finanças acabou por indicar um conjunto de procedimentos a ter em conta. O PEC (ou a primeira prestação) deve ser pago em março mas as novas regras só foram publicadas no final do dia 29 daquele mês, entrando em vigor no dia seguinte.

Na altura, um comunicado do Ministério das Finanças explicava então que o pagamento devia passar a ter em conta o estipulado no novo regime, o que implica uma redução de 100 euros no valor que resulta do cálculo do PEC, a que acresce ainda um corte de 12,5%.

E quem já tinha pago? Nestes casos, quem optou pelo pagamento em duas prestações — março e outubro — pode “deduzir ao valor da segunda prestação o valor pago em excesso na primeira”, indicava o Ministério de Mário Centeno. Mas em alternativa, os contribuintes “podem ainda reclamar do valor do PEC pago em excesso, nos termos do artigo 137.º do CIRC, no prazo de 30 dias contados da data da entrada em vigor da nova lei“. É este prazo que termina agora.

“De acordo com as normas aplicáveis, e terminando o prazo em questão em dia não útil, o mesmo transfere-se para o primeiro dia útil seguinte, ou seja, para o dia 02/05/2017″, diz o Ministério das Finanças ao ECO.

Se os contribuintes avançarem para esta via, devem guardar um comprovativo, alerta, por seu turno, Ana Cristina Silva, da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC).

A redução do PEC foi a alternativa encontrada pelo Governo à baixa a TSU para empresas com salários baixos, que caiu no Parlamento — esta medida, por sua vez era a moeda de troca ao aumento do salário mínimo negociado em concertação social.

A medida só abrange empresas sem dívidas ao Fisco ou à Segurança Social e que, em 2016, pagaram pelo menos 7.420 euros em salários (o equivalente a um salário mínimo, na altura, distribuído por 14 meses). Em 2018, esta última restrição deixa de existir. E em 2019, deverá entrar em vigor um novo regime simplificado de IRC.

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CaixaBank aposta no crescimento do BPI até ser o maior banco português

  • Lusa
  • 28 Abril 2017

O presidente executivo do CaixaBank diz que BPI está num "muito bom caminho" para atingir o mesmo crescimento do banco espanhol até se tornar no maior banco português.

Na apresentação que fez esta manhã em Barcelona dos resultados do primeiro trimestre do CaixaBank, Gonzalo Gortázar afirmou que o atual plano de 100 dias que está a ser implementado no BPI está em “muito bom caminho” e “no futuro haverá uma aceleração quase permanente” no crescimento do banco português. “Tenho o ‘feeling’ que vamos cumprir as sinergias anunciadas e conseguir que o BPI possa ter o mesmo tipo de evolução” que o CaixaBank teve em Espanha, tornando-se no primeiro banco português, afirmou Gortázar.

Por outro lado, o presidente executivo do CaixaBank afastou a possibilidade de uma mudança de nome do BPI nos próximos anos. “Temos mais de 100 iniciativas em marcha e não há nenhuma que esteja a estudar uma mudança de nome. Portanto, não prevejo uma mudança de nome”, assegurou Gonzalo Gortázar, insistindo que “a prioridade neste momento é reforçar a rentabilidade e a eficiência do BPI”. Gonzalo Gortázar voltou a defender que o BPI tenha um “crescimento orgânico”, não estando previsto que cresça através da aquisição de outras entidades.

O responsável do banco espanhol voltou a referir que estão previstas despesas de 150 milhões de euros para “melhorar a eficiência e reestruturação” do BPI e, como isso vai ter um impacto nos resultados da empresa, “ainda é cedo para falar numa política sustentada de dividendos para o banco”.

O CaixaBank teve lucros de 403 milhões de euros no primeiro trimestre de 2017, um crescimento de 47,9% em relação ao mesmo período de 2016, quando ainda não tinha integrado contabilisticamente o BPI. Em informação dada hoje à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o CaixaBank salienta que estes resultados, que incluem um aumento de 11% dos créditos e dos recursos, foram conseguidos “depois de integrar o BPI”. Dos resultados globais, 353 milhões de euros correspondem à atividade do CaixaBank (30% mais do que no exercício anterior), enquanto 50 milhões foram trazidos pelo BPI, informa o banco espanhol.

Em fevereiro, o CaixaBank ficou com 84,5% do BPI na oferta pública de aquisição, tendo ficado nas mãos de outros acionistas 15,49% do capital. Por outro lado, a integração do BPI produziu um resultado extraordinário de 155 milhões de euros, mas como a reestruturação em curso no banco português nos próximos meses terá um custo aproximado de 155 milhões de euros, o impacto global da operação será neutro.

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Eurostat: rendimentos das famílias da zona euro recuou em 2016, mas sobem na UE

  • Lusa
  • 28 Abril 2017

A Eurostat revela um declínio de 0,2% nos rendimentos das famílias da zona euro embora os membros da UE vivam um aumento, dados referentes ao último trimestre de 2016. O consumo cresce.

O rendimento real ‘per capita’ do agregado familiar na zona euro recuou 0,2% no quarto trimestre de 2016, depois de ter crescido 0,2% tanto no período homólogo, como no trimestre anterior, divulgou esta sexta-feira o Eurostat. Quanto ao conjunto dos 28 Estados-membros da UE, o rendimento real por habitante aumentou 0,5% no quarto trimestre do ano passado, em linha com o período homólogo de 2015 e acima dos 0,1% do anterior.

Ainda segundo o gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), nos países da zona euro, o consumo ‘per capita’ aumentou entre outubro e dezembro de 2016, com uma variação positiva de 0,1%, após uma subida de 0,4% no trimestre anterior e de uma estabilização no período homólogo.

Já os países membros da UE registaram um aumento do consumo ‘per capita’ de 0,3%, a mesma taxa que entre outubro e dezembro de 2015 e abaixo dos 0,8% registados no terceiro trimestre de 2016. O consumo real dos agregados familiares por habitante é definido como o rendimento bruto ajustado das famílias dividido pela população total. A ambos os indicadores são ainda aplicados os índices de preços.

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Governo “nunca respondeu por escrito” a Domingues. Mas “não disse que não aceitava” condições

António Domingues exigiu a alteração do modelo de governo da Caixa para aceitar ser presidente do banco público. O compromisso com o Governo não foi escrito, mas também não foi recusado.

O compromisso que terá sido acordado entre o Ministério das Finanças e António Domingues, para que este aceitasse ser presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), continua a suscitar dúvidas dos deputados. Na comissão parlamentar de inquérito que analisa a atuação do Governo na nomeação e demissão da última administração do banco público e que decorre esta sexta-feira, António Domingues diz agora que o Governo “nunca respondeu por escrito” às condições que impôs para aceitar o cargo de presidente do banco público. Mas também não disse que não as aceitava.

A questão partiu do deputado bloquista Moisés Ferreira, que perguntou a António Domingues se o Governo aceitou as várias condições que foram colocadas. Entenda-se: em abril do ano passado, o antigo banqueiro enviou uma carta ao Ministério das Finanças onde exigia a alteração do modelo de governo da Caixa para aceitar liderar o banco. Domingues queria, sobretudo, que a Caixa deixasse de responder ao Estatuto do Gestor Público, não só para que os administradores deixassem de estar sujeitos a tetos salariais, mas para que pudessem ficar isentos de apresentar ao Tribunal Constitucional as respetivas declarações de rendimentos e de património.

"O Governo nunca me respondeu por escrito, mas também nunca disse que não aceitava.”

António Domingues

Antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos

A resposta de Domingues a Moisés Ferreira corroborou a versão que tem sido defendida por Mário Centeno: “O Governo nunca me respondeu por escrito, mas também nunca disse que não aceitava”.

Foi esta a explicação dada por Mário Centeno para justificar que, ao contrário da acusação que lhe foi feita, não mentiu ao Parlamento sobre ter trocado correspondência com Domingues. Segundo o ministro, antigo banqueiro enviou, de facto, uma carta ao Ministério das Finanças, e esta foi rececionada. Mas o Ministério não respondeu, pelo que não houve “troca” de correspondência.

Ainda na comissão de inquérito desta sexta-feira, João Almeida, do CDS, recordou o momento em que Domingues disse que, no seu juízo, a sua pretensão de alterar o modelo de governo da Caixa foi aceite. “Como é que formulou esse juízo?”, questionou o deputado.

Formulei esse juízo em resultado do diálogo com os meus interlocutores e reforcei-o com as alterações legislativas que foram feitas. Julgo que perceberam a minha aceitação. Para mim, o assunto era completamente claro, no meu espírito não havia nenhuma dúvida. Até porque foi um processo que demorou muitos meses, não foi um processo rápido que pudesse gerar alguma confusão”, respondeu Domingues.

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Reestruturar a dívida: A montanha pariu um rato?

O economista Joaquim Miranda Sarmento analisa a proposta do grupo de trabalho sobre a dívida pública portuguesa. "Ninguém teve coragem de se atravessar por uma 'reestruturação'", disse.

Hoje foram divulgadas as propostas que um grupo de trabalho do PS-BE fizeram para o problema da dívida pública. Uma primeira leitura de um relatório que merece discussão.

O documento só pode surpreender quem não conheça a atual situação da dívida pública, nomeadamente a sua composição, quem são os detentores, quais as maturidades e as taxas de juro.

É que ao contrário do que o Bloco sempre defendeu, o relatório divulgado não defende uma reestruturação da dívida. Isto é, o relatório afasta qualquer haircut do valor da dívida pública. Afinal, o “estrangulamento”, “a necessidade de resolver o problema dos juros que impedem a economia de crescer” e o “por as pernas dos banqueiros alemães a tremer” eram balelas! A montanha pariu um rato, porque a realidade é implacável (e todos renderam-se aos “conservadores orçamentais”).

E porque é que ninguém teve coragem de se atravessar por uma “reestruturação”, se durante tanto tempo a apregoaram?

Para responder a isso, é preciso perceber quem são hoje os detentores da dívida pública Portuguesa (dados de abril do IGCP). A nossa dívida pública de médio e longo prazo ronda os 240 mil M€ (240 bis). Destes, o setor financeiro (banca e seguros) tem 53 bis; os particulares nacionais (retalho) têm 31 bis; a Segurança Social tem 8 bis e o Banco de Portugal (via QE) tem 20 bis (valores aproximados para todos). Ou seja, os nacionais têm neste momento 112 bis, o que perfaz quase 50% da dívida pública.

Logo, qualquer reestruturação que atingisse esta parte da dívida implicaria perdas avultadas para os bancos e seguros (com a nacionalização dos mesmos e um levy (corte) de 20%-30% nos depósitos, como única forma de capitalizar o setor financeiro), mas também para os aforradores que compraram certificados do tesouro e de aforro, para o fundo de capitalização da segurança social e para o banco central.

A restante dívida está nas mãos do BCE (15 bis, via QE e sobretudo via SMP), no FMI (15 bis), nos instrumentos Europeus (50 bis) e nas mãos de investidores estrangeiros (60 bis).

Ou seja, uma reestruturação que apenas afetasse os investidores estrangeiros colocaria Portugal fora dos mercados financeiros por muito tempo (20, 30 anos, e não só para o Estado, mas também para os bancos, empresas e famílias), com gravíssimos conflitos judiciais (vide Argentina), e reduziria a dívida de 130% do PIB para 100%. Uma reestruturação que afetasse os investidores estrangeiros e nacionais, reduziria a dívida para uns 90%, mas implicaria além do fecho dos mercados internacionais, a falência do setor financeiro nacional. Uma reestruturação que colocasse a dívida pública em 60% do PIB teria de atingir o Banco de Portugal e BCE, colocando em sério risco a permanência de Portugal na zona Euro.

Estamos então conversados sobre reestruturações? Da próxima vez que alguém do Bloco falar nesse assunto não liguem: é conversa para enganar tolos.

Mas o que propõe o relatório agora apresentado? Tem duas medidas “internas”, de gestão da dívida pública, que me parecem erradas: reduzir as maturidades e reduzir o nível dos depósitos (a “almofada” do IGCP). Reduzir as maturidades era algo que eu já esperava que viesse a ser defendido (disse-o aqui: “o Governo fará uma estratégia de continuar a ganhar tempo: e essa estratégia passará por emitir a prazos mais reduzidos (2-3 anos). E terá o argumento político de que está a reduzir os custos da dívida (dado que terá juros mais baixos)”.

Mas reduzir as maturidades é um erro dado que coloca Portugal numa situação de ter de se financiar em montantes mais elevados em cada ano. Portugal terá novamente uma “montanha de dívida” entre 2018-2021, de reembolsos anuais de 15 mil milhões de euros, o que implica, face aos défices previstos, emitir a médio-longo prazo 20 mil milhões de euros/ano. Adicionar mais valores a isto é colocar o país numa situação muito difícil se voltar a haver turbulência nos mercados ou uma crise financeira. E se a isso se somar uma redução do nível de depósitos, ao mínimo abanão nos mercados, as nossas yields disparam e os investidores fogem. Um país com 130% de dívida pública não pode gerir a sua dívida em “navegação à vista”. Esse foi o erro de 2009-2011. Não aprendemos nada? Vamos repetir os erros?

Depois o relatório apresenta a proposta de aumentar os dividendos do Banco de Portugal, por via dos juros que o Banco recebe do QE. Não discordo da medida, embora ela seja transitória (só haverá juros durante os próximos três a quatro anos). E fico espantado quando vejo pessoas a acharem que medidas transitórias podem resolver problemas estruturais. Cheguei a ver uma notícia em tempos que os dividendos do Banco de Portugal poderiam pagar o aumento de pensões. Ora, o aumento de pensões é permanente, e os dividendos são temporários. Novamente, repetir os erros do passado.

O relatório também defende um reembolso mais rápido ao FMI. Foi uma pena que o atual Governo tenha abandonado essa política. Se tivesse reembolsado os seis bis previstos para 2016, ao invés de 1.5 bis, teria poupado 120 milhões euros/ano (4,5 bis vezes 3%, que é a diferença entre os juros do FMI a 4% para uma maturidade média de cinco anos e a taxa de juro a cinco anos em 2015 de 1% nos mercados).

Por último, a solução Europeia: achar que o Banco de Portugal pode ficar com a dívida que detém de forma perpétua é desconhecer o funcionamento da zona Euro. Os bancos centrais não financiam défices.

Quanto à proposta de redução da taxa de juro e extensão das maturidades dos empréstimos Europeus, convém lembrar duas coisas: primeiro, esses empréstimos só começam a ser pagos em 2026, pelo que qualquer extensão não terá impacto nos próximos dez anos. Segundo, os juros que Portugal paga aos instrumentos europeus é praticamente o custo de financiamento desses instrumentos (tem um spread de 0,1%, para cobrir os custos da operação). Isso significa que Portugal paga neste momento aos instrumentos Europeus, para uma maturidade média de 15 anos, uma taxa que ronda 2%. Para essa maturidade, a República financia-se nos mercados acima dos 4%. Ou seja, são 2% vezes 50 bis, o que implica que já temos hoje uma poupança anual para Portugal de mil milhões de euros.

Uma redução de juros implica uma perda financeira para os instrumentos Europeus, o que terá de ser suportado por todos os contribuintes europeus. Isso obriga a que todos os Estados membros, de forma unânimes, aprovem a medida. Acreditar que isso vai acontecer implica ter uma fé muito grande.

Qual é então o caminho para a dívida pública? Sem rejeitar soluções Europeias, o que me parece é que o caminho passa por uma “reestruturação suave no mercado”. Ou seja, criar condições para que as taxas de juro possam voltar a reduzir-se e com isso ir substituindo dívida por taxas de juro mais baixas.

Mas para isso é necessário continuar o processo de consolidação orçamental estrutural (que foi interrompido em 2015), atingindo um saldo primário de 3%-4% e um saldo estrutural equilibrado. Só assim iremos reduzir a dívida (porque menos défice implica menos dívida), teremos uma economia a crescer mais e criaremos confiança nos mercados para descer as taxas de juro. E só uma consolidação orçamental nos abrirá as portas para qualquer solução Europeia.

“Deus ajuda aqueles que se ajudam a si mesmo”.

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MP investiga créditos do Montepio ao GES e Ongoing

  • ECO
  • 28 Abril 2017

Tanto os montantes envolvidos como a forma como as transferências internacionais tiveram lugar levantaram suspeitas do DIAP. Ministério Público está a investigar.

O Ministério Público está a investigar créditos do Montepio a clientes como o Grupo Espírito Santo (GES) e a Ongoing, que já faliram, assim como as garantias desses créditos, escreve esta sexta-feira o Jornal Económico (acesso livre). Também créditos concedidos ao construtor José Guilherme está visado no inquérito que, segundo o jornal, foi aberto há mais de um ano no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

As suspeitas surgiram devido a transações com origem no Finibanco Angola, cujos valores elevados e procedimentos invulgares fizeram com que as autoridades decidissem investigar a possibilidade de branqueamento de capitais.

Além dos créditos à Ongoing e ao GES, também estão a ser investigados financiamentos a José Guilherme, construtor civil que terá oferecido 14 milhões de euros a Ricardo Salgado.

As operações consideradas suspeitas pelo DIAP e que levaram à abertura de uma investigação foram efetuadas quando Tomás Correia liderava o Montepio, e não foram comunicadas às autoridades, escreve o jornal.

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Avaliação bancária das casas recua pela primeira vez num ano

O preço a que os bancos avaliam os imóveis na altura de conceder crédito à habitação sofreu uma ligeira quebra em março, revela o INE. Ainda assim este indicador está em máximos de 2011.

Pela primeira vez no intervalo do último ano, a tendência de subida do valor da avaliação bancária das casas sofreu uma quebra, apesar de ligeira. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira, indicam que em março o preço médio a que os bancos avaliam os imóveis no âmbito da concessão de crédito à habitação recuou para 1.107 euros por metro quadrado, abaixo dos 1.109 euros que se verificavam em fevereiro. Ou seja, menos 0,2%. Apesar dessa redução, este indicador encontra-se em máximos de 2011.

“Este decréscimo resultou, em particular, da diminuição de 0,8% registada no valor médio das moradias, atenuado pelo ligeiro aumento do valor médio dos Apartamentos (0,1%)”, refere o INE para justificar a queda do valor da avaliação bancária.

A quebra observada no preço que os bancos atribuem aos imóveis na hora de conceder crédito à habitação não é, contudo, transversal. Em Lisboa, março foi assinalado por um novo máximo de 2011 na avaliação das casas. Nesse mês, a avaliação bancária dos imóveis situados na área metropolitana de Lisboa fixou-se numa média de 1.353 euros por metro quadrado. Ou seja, mais cinco euros face ao mês anterior, e o valor mais elevado desde junho de 2011.

Mais elevada do que a avaliação dos imóveis situados em Lisboa, é a atribuída pelos bancos às casas situadas no Algarve. Nessa região, os preços aceleraram também em março, para um novo máximo de novembro de 2011, com o preço médio do metro quadrado a fixar-se nos 1.394 euros. Ou seja, mais 15 euros face ao preço que se verificava em fevereiro. Qualquer destas regiões tem visto o valor dos seus imóveis pressionados em alta, num contexto da uma forte procura, sobretudo de investidores estrangeiros.

Nas restantes regiões de Portugal Continental, a tendência dos preços das casas foi de queda, com o valor da avaliação bancária a recuar em termos médios tanto no norte do país, como no centro e Alentejo. Nas regiões Autónomas, observaram-se tendências distintas. Enquanto a avaliação bancária das casas situados nos Açores recuarem em março até mínimos de setembro do ano passado, nos 981 euros, na Madeira esta subiu pelo segundo mês consecutivo, para 1.209 euros por metro quadrado.

Um revés, mas tendência é de subida

A quebra registada no valor da avaliação bancária, em março, não é suficiente para travar o forte ascendente dos preços dos imóveis que se regista nos últimos anos, num contexto de recuperação do mercado de crédito, e em que a ordem dos bancos é para abrir a torneira da concessão. Mas também da melhoria da situação económica das famílias portuguesas que se mostram mais disponíveis para adquirir casa a crédito, apoiadas ainda nos níveis historicamente baixos das taxas de juro.

Por isso, não será de estranhar que a avaliação bancária das casas se encontre em máximos de 2011. Em termos homólogos, este indicador sofreu um aumento de 5,6% no primeiro trimestre deste ano, em termos nacionais. Uma vez mais, a subida da avaliação atribuída pelos bancos aos imóveis situados na grande Lisboa e no Algarve são o principal suporte deste ritmo de subida. Em Lisboa, este indicador cresceu 6,7% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo. No caso do Algarve, a subida foi de mais de 10%.

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