Governo italiano prepara financiamento de emergência à Alitalia

  • ECO
  • 24 Março 2017

Alitalia está em dificuldades e Roma já prepara um financiamento de emergência de 200 milhões de euros com garantia estatal.

Itália está a preparar um financiamento de emergência à transportadora aérea Alitalia. A companhia está a semanas de ficar sem dinheiro porque ninguém quer financiar um plano de resgate sem um acordo de trabalho que vise dar sustentabilidade à empresa através da redução do número de postos de trabalho.

O Ministério das Finanças está a pressionar o banco estatal Cassa Depositi e Prestiti a providenciar 200 milhões de euros em financiamento com garantia estatal, como parte de um plano de contingência de capital no valor 400 milhões, adiantaram várias fontes à Bloomberg.

Os restantes 200 milhões de euros serão disponibilizados pela Etihad Airways, que detém 49% do capital da transportadora aérea italiana.

Numa tentativa de cumprir as regras europeias quanto às ajudas estatais, o ministro das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan, deverá utilizar uma lei italiana que permite que possam ser usadas garantias estatais para o financiamento da Cassa Depositi.

Neste momento, avança a agência, o Governo italiano e o banco estão ainda a avaliar este mecanismo que permitir à Alitalia dar alguma margem de manobra caso o plano de reestruturação de cinco anos não tenha o apoio dos restantes investidores.

A Alitalia, que registou perdas de 600 milhões de euros nos últimos dois anos, foi notificada em dezembro pelos investidores e credores, incluindo os bancos Unicredit e Intesa Sanpaolo, a apresentar uma proposta para cortar os custos. A 15 de março, a administração da companhia aérea aprovou um novo plano de negócios com o objetivo de reduzir os custos em mil milhões de euros até 2019, ano em que deverá regressar aos lucros. Serão ainda eliminados cerca de 2.000 postos de trabalho.

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Função Pública: “Valorização profissional” aprovada com chumbo da direita

  • Marta Santos Silva
  • 24 Março 2017

Os partidos da esquerda aprovaram esta sexta-feira o regime de valorização profissional, que substitui a requalificação na Função Pública. Quando entrar em vigor, mais de 500 pessoas saem do impasse.

O novo regime de valorização profissional foi aprovado esta sexta-feira pela esquerda parlamentar, com os votos contra do CDS e do PSD. O regime substitui a requalificação, que estava em vigor no Governo de Pedro Passos Coelho e foi revogada no início desta legislatura. Quando entrar em vigor, o novo regime vai permitir a mais de 500 pessoas que ainda se encontravam sob os efeitos do regime anterior, em casa com o salário reduzido, escolherem a saída que preferem dessa situação.

O texto final introduz várias diferenças em relação ao regime anterior. Desde logo, não prevê redução salarial nem despedimentos para os funcionários públicos que sejam considerados excedentários em determinado serviço e que sejam colocados numa situação de treino para exercerem outras funções.

Mas tem algumas semelhanças também com o antigo regime: os trabalhadores considerados excedentários num determinado serviço podem ser colocados numa formação para adquirirem competências que lhes permitam realizar outras funções. No entanto, o período de formação e reintrodução não pode durar mais de três meses, e o funcionário mantém a remuneração e a posição que tinha antes.

Para os mais de 500 trabalhadores que ainda se encontram sob o regime anterior, ou seja, retirados do trabalho e a receber uma remuneração com cortes que podem chegar aos 60% do salário, a novidade virá quando a valorização profissional entrar em vigor. Os trabalhadores terão 60 dias para decidir entre uma de três opções:

  • Regressar à atividade, o que poderá significar a integração na secretaria-geral ou no serviço de recursos humanos do ministério do seu serviço de origem, com a mesma remuneração que recebia antes;
  • Cessar o vínculo por mútuo acordo, se estiver a pelo menos cinco anos da idade de reforma;
  • Optar por um regime excecional para quem tem 55 ou mais anos, o que permitira continuar com o atual corte salarial até chegar à idade da reforma;
  • Licença sem remuneração.

Se não decidirem dentro do prazo de 60 dias, aplica-se automaticamente a quarta opção. Falta ainda saber quando o diploma entrará em vigor, o que será conhecido quando a lei for publicada em Diário da República.

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Lisboa avança à boleia dos CTT e das retalhistas

A praça lisboeta fechou em alta, contrariando as perdas das ações europeias. Os CTT foram a estrela da sessão ao disparar 5%, mas os ganhos em torno de 2% das retalhistas também ajudaram.

A bolsa nacional terminou a última sessão da semana em alta, contrastando face às perdas registadas pelas ações europeias que acusam os receios dos investidores relativamente ao adiar da votação do programa de saúde da administração de Donald Trump. O PSI-20 acumulou a sexta sessão de subidas num total de sete sessões consecutivas, apoiado no disparo de mais de 5% das ações dos CTT, mas também no avanço das retalhistas.

O índice de referência da bolsa nacional terminou esta sexta-feira, com uma valorização de 0,44%, para os 4.688 pontos, com dez das suas cotadas a registarem ganhos, sete a conhecerem perdas e uma a ficar inalterada: as unidades de participação do Montepio Geral. Os CTT foram o principal destaque ao liderarem os ganhos do PSI-20, com um disparo de 5,24%, para os 5,12 euros. Este avanço foi o mais extenso no espaço de um ano e colocou as ações da empresa liderada por Francisco de Lacerda em máximos do final de janeiro, que recuperam assim de um período conturbado que se seguiu à revisão em baixa dos respetivos resultados.

Grande parte da responsabilidade pelo avanço do índice bolsista nacional recai sobre os títulos das retalhistas. As ações da Jerónimo Martins, um dos principais pesos pesados da bolsa nacional, encerraram a ganhar 1,77%, para os 15,77 euros, enquanto as da par Sonae somaram 1,83%, para os 89 cêntimos. Nota também para o avanço de 2,05%, para os 1,74 euros, registado pelos títulos da Mota-Engil. Este ganho acontece depois de ter sido divulgada nesta sexta-feira uma estimativa otimista dos analistas do CaixaBI para os resultados da construtora em 2016. Segundo as suas previsões do banco de investimento, a empresa portuguesa vai registar um aumento de mais de 60 milhões do lucro líquido.

Entre as energéticas, os desempenhos dividiram-se. Enquanto as cotadas do universo EDP ajudaram a puxar pelo índice nacional — subida de 0,27%, para os 2,92 euros, da EDP e de 0,24%, para os 6,20 euros, da EDP Renováveis –, a Galp Energia pressionou. As ações da petrolífera recuaram 1,04%, para os 13,38 euros, em contraciclo com as cotações do petróleo que avançavam nos mercados internacionais.

Nota negativa também para o BCP, cujos títulos recuaram 0,75%, para os 17,22 cêntimos a corrigir do disparo de quase 5% registado na sessão anterior, dia em que foi apoiado numa avaliação positiva por parte do CaixaBI que retomou a cobertura do título atribuindo-lhe um potencial de subida de 50%.

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Oi: Credores portugueses admitem processar bancos que venderam obrigações

  • Lusa
  • 24 Março 2017

Na semana em que se conheceram ajustes ao processo de recuperação judicial da Oi, uma centena de obrigacionistas portuguesas admite agora processar os bancos que venderam os títulos.

Uma centena de obrigacionistas portuguesas da Oi/PT, com créditos de cerca de 14 milhões de euros, estima perder metade do investimento que fizeram na compra das dívidas com o plano de recuperação proposto pela empresa e admitem avançar judicialmente.

“A única alternativa é exigir o pagamento dessas perdas aos bancos que, em Portugal, venderam essas obrigações e/ou têm a custódia desses títulos”, lê-se no ‘site’ da Candeias&Associados, a sociedade de advogados que representa este grupo de credores. Existem assim, segundo a Candeias&Associados, “fortes argumentos” para que o valor do investimento em risco possa ser recuperado, “no limite, com ações judiciais contra esses bancos”.

Na nota, a sociedade de advogados lembra que a Oi comunicou que vai apresentar junto do tribunal da 7ª vara do Rio de Janeiro, no Brasil, uma proposta de alteração do plano de recuperação judicial. Essa proposta consiste, em linhas gerais, no seguinte: os obrigacionistas podem optar por converter as obrigações em ações (até um limite de 38%), uma parte de imediato e outra parte em três anos (opção A) ou por não o fazer (opção B).

Segundo a Candeias&Associados, a nova proposta não faz referência à dívida em euros, mas a sociedade admite que, tal como previa o plano inicial, quando a dívida era representada em dólares norte-americanos também o seria em euros. Por outro lado, alerta, quem optar pela conversão terá de o fazer aceitando os títulos (ações e novas obrigações) em reais, pelo que “quem optar por tal solução tem de admitir o risco cambial da operação”.

Como a dívida total da Oi é de cerca de cerca de 14 mil milhões de euros, “com tudo somado, a nova proposta, no fundo, prevê um ‘hair cut’ de cerca 50%”, conclui.

A operadora de telecomunicações brasileira Oi entrou com um pedido de recuperação judicial em junho do ano passado porque não conseguiu negociar um total de 65,4 mil milhões de reais (19,5 mil milhões de euros) em dívidas. A empresa portuguesa Pharol (antiga PT SGPS) detém 27% as ações da Oi.

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Centeno sobre o défice: “Não há milagres nem habilidades”

O ministro das Finanças congratulou-se com a descida do défice para 2,1% do PIB. Mário Centeno defendeu que os números mostram que o impacto da redução do investimento foi "pequeno".

Ministro das Finanças, Mário Centeno, na conferência de imprensa sobre o anúncio de défice de 2,1%. Centeno está ladeado pelos secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix.Paula Nunes/ECO 24 Março, 2017

“Não há milagres nem habilidades. Há um trabalho muito intenso da Administração Pública”, disse esta sexta-feira o ministro das Finanças, Mário Centeno, na reação à estimativa do défice de 2016 de 2,1% do PIB, publicada pelo Instituto Nacional de Estatística.

Mário Centeno fez questão de sublinhar que o défice registado no ano passado foi de “2,06%” e frisou que “este é o valor mais baixo da nossa história democrática de 42 anos”. O ministro das Finanças defendeu que este é um resultado “sustentável” e aproveitou para acusar o anterior Governo de coligação PSD/CDS-PP de tomar medidas para “aprimorar” o défice de 2015, piorando o de 2016.

Superámos todas [as metas], sem recurso a medidas extraordinárias, de forma sustentada e duradoura”, defendeu Centeno. “As medidas extraordinárias inscritas no Orçamento do Estado inicial somavam 134 milhões de euros. O PERES teve um impacto não repetível de 391,9 milhões de euros (o equivalente a 0,1 pontos percentuais do PIB). Torna-se inequívoco que as metas foram alcançadas sem recurso a medidas extra”, argumentou o ministro.

De seguida, lançou farpas à direita: “Também houve medidas extraordinárias herdadas do anterior Governo que penalizam 2016. Para aprimorar o défice de 2015, o anterior Governo sobrecarregou o Orçamento de 2016 com reembolsos”, acusou, identificando “mais de mil milhões de euros de receita que embelezou a execução orçamental de 2015”, à custa de 2016. Centeno está a fazer a conta aos reembolsos acrescidos de IVA, IRC e IRS (no valor de 891,5 milhões de euros) e antecipação de receitas de IRC dos fundos de investimento (no valor de 120 milhões de euros).

O ministro das Finanças aproveitou ainda para contestar a ideia de que o valor do défice orçamental foi conseguido à custa de um corte abrupto no investimento público. Apesar de reconhecer que, nas suas contas e em base comparável, o investimento caiu mais de 22%, considerou este impacto “pequeno”.

Em reação às palavras do ministro, Duarte Pacheco, deputado social-democrata contra-atacou: “A grande diferença é que o Governo anterior assumia as suas responsabilidades e este foge delas como o diabo da cruz”, disse, questionado pelo ECO.

"A grande diferença é que o Governo anterior assumia as suas responsabilidades e este foge delas como o diabo da cruz.”

Duarte Pacheco

Deputado do PSD

“O Governo anterior assumiu que teve de fazer um enorme aumento de impostos se queria alcançar determinadas metas. Este nunca assume nada. Quando aumenta os impostos sobre os combustíveis diz que é para incentivar os transportes públicos. Quando aumenta os impostos sobre os refrigerantes diz que é por razões de saúde. E assim sucessivamente. Não tem coragem de assumir”, criticou Duarte Pacheco. O deputado lembrou ainda que, em ano eleitoral, “não faz sentido nenhum”, adiar medidas benéficas para as pessoas.

Saldo estrutural “só pode ter melhorado”

Mário Centeno não apresentou números atualizados sobre o saldo estrutural em 2016 — o indicador que mostra o saldo das administrações públicas, excluindo o efeito do ciclo económico e das medidas extraordinárias e que, por isso, mais diz sobre a sustentabilidade da execução. Contudo, o ministro prometeu um resultado neste indicador também melhor do que a meta.

"O saldo estrutural melhorou mais do que o que estava previsto no início do ano.”

Ministério das Finanças

Ministro das Finanças

“A evolução do saldo estrutural só pode ter melhorado”, frisou o ministro. E assegurou: “O saldo estrutural melhorou mais do que o que estava previsto no início do ano”. Centeno argumentou que os resultados orçamentais foram alcançados num ano em que o crescimento económico foi pior do que o esperado (o PIB cresceu 1,4%, contra a meta de 1,8%) e repetiu que a utilização de medidas extraordinárias não foi relevante.

Saída do PDE “permanece em avaliação”

Sobre a saída do Procedimento por Défices Excessivos, Mário Centeno frisou que “o Governo fez tudo a que se comprometeu para colocar o saldo claramente abaixo dos 3%”, mas reconheceu que há riscos: “É verdade que há impactos que não estão ainda avaliados e determinados da recapitalização na Caixa Geral de Depósitos.”

"É verdade que há impactos que não estão ainda avaliados e determinados da recapitalização na Caixa Geral de Depósitos.”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

A decisão sobre como registar a injeção de capital fresco no banco público, no valor de 2,5 mil milhões de euros, “permanece em avaliação quer pelo INE e Eurostat, quer pela Comissão Europeia”, disse apenas o ministro.

Entrada noutro Procedimento? Nem pensar

Já quanto à possibilidade de a Comissão Europeia poder levantar um novo procedimento a Portugal, mas desta vez por desequilíbrios macroeconómicos excessivos, Centeno afastou a ideia. “Não me parece que haja qualquer condição, atendendo à evolução macro e microeconómica do país, para que esse procedimento seja lançado”, defendeu Mário Centeno, frisando que a avaliação mais recente que foi publicada por Bruxelas utiliza dados já de 2015.

"Não me parece que haja qualquer condição, atendendo à evolução macro e microeconómica do país, para que esse procedimento seja lançado.”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

Daí que o ministro tenha também considerado que não faz sentido, para já, pensar em quaisquer sanções a Portugal, mesmo que o Banco Central Europeu tenha defendido, no seu último boletim mensal, que a Comissão deveria colocar o país no braço corretivo deste procedimento.

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Bolsas no vermelho. Wall Street destoa para o verde

  • ECO
  • 24 Março 2017

No dia em que a Câmara dos Representantes vai votar o novo plano de saúde elaborado pelos republicanos, a bolsa de Nova Iorque abre no verde. Lá fora, o cenário é diferente.

Os deputados norte-americanos adiaram para esta sexta-feira a votação do novo plano de saúde, depois de não conseguirem chegar a acordo ontem. Wall Street abre no verde com os investidores cheios de esperança de que o American Health Care possa passar no Congresso. Já as restantes praças internacionais não estão tão positivas, mantendo-se a maioria no vermelho. O Stoxx 600 estava, à hora da abertura de Wall Street, a desvalorizar 0,33% para os 375,97 pontos.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 começa a sessão a subir 0,16% para os 2.349,60 pontos e o industrial Dow Jones a acrescer 0,19% até aos 20.696,31 pontos, no dia em que será divulgado o relatório semanal da Baker Hughes sobre o número de poços em exploração nos EUA. A conclusão do relatório deve permitir perceber se a queda que se registou ao longo desta semana, e que levou o crude para mínimos, é para manter. Antes do anúncio, o West Texas Intermediate começa a sessão a recuperar 0,46% para os 47,92 dólares por barril, na primeira subida desta semana, e o Brent, em Londres, acompanha-o, subindo 0,32% para os 50,72 dólares por barril.

Já o índice Nasdaq avança hoje 0,38% para os 5.839,69 pontos, no dia em que a Apple anunciou a compra da Workflow, uma ferramenta de produtividade para iPhone e iPad que permite interligar outras aplicações e automatizar tarefas.

Os investidores norte-americanos ainda vão ter de estar atentos, ao longo do dia de hoje, para a participação de James Bullard, presidente da Reserva Federal de St. Louis, no Economic Club of Memphis e poderá dar pistas importantes sobre o futuro da política monetária da maior economia do mundo.

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Anacom pode obrigar operadoras a baixarem preços

Meo, Nos, Vodafone e Nowo aumentaram preços sem avisar os clientes do direito de rescisão sem encargos. Anacom quer "medidas corretivas" que podem passar pela anulação desses mesmos aumentos.

A Anacom poderá obrigar a Meo, a Nos, a Vodafone e a Nowo a baixarem preços a milhões de clientes, ou a aceitarem rescisões contratuais sem quaisquer encargos. Em causa, as alterações contratuais em massa realizadas no final do ano passado, em que as quatro operadoras atualizaram preços sem notificar os clientes do direito de rescisão livre dos contratos, caso não aceitassem as novas condições.

No final de 2016, várias operadoras subiram preços. A decisão resultou em alterações contratuais a milhões de clientes. No entanto, não terão notificado esses clientes do direito de rescisão contratual sem encargos, mesmo aqueles que se encontravam ao abrigo de fidelização. Num comunicado publicado esta sexta-feira, o regulador informa que desencadeou um processo, ainda em fase de “audiência prévia”, que poderá culminar na aplicação de “medidas corretivas”.

Assim, as quatro operadoras arriscam-se a ter de baixar preços a milhões de clientes, ou a verem os contratos rescindidos por justa causa. As medidas poderão passar pelo “envio de novos avisos aos assinantes e informando sobre a concessão de novo prazo de rescisão sem encargos ou, em alternativa, a reposição das condições contratuais existentes antes daquelas alterações”. Por outras palavras, ou os clientes são notificados e é estabelecido um novo prazo para permitir eventuais rescisões, ou volta tudo a ficar como dantes.

Fonte oficial da Vodafone disse apenas que “está a analisar a notificação da Anacom e responderá em sede própria”. Fonte oficial da Meo também reagiu, dizendo que “está neste momento a analisar este projeto de decisão”. O ECO contactou também a Nos e a Nowo, mas ainda não obteve resposta.

(Notícia atualizada às 16h46 com reação da Meo.)

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Mesmo com a CGD défice deste ano fica abaixo dos 3%

Se às necessidades líquidas de financiamento somarmos os 2,5 mil milhões necessários para recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos então o défice de 2017 sobe para 2,8% do PIB. A previsão é de 1,6%.

Ter um défice inferior a 3% do PIB é condição necessária, mas não suficiente para Portugal sair do Procedimento por Défices Excessivos (PDE). Mas mesmo com a operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o país deverá manter-se abaixo desta fasquia este ano.

Vamos às contas. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a previsão das necessidades líquidas de financiamento, para este ano, é de 3,08 mil milhões de euros. Tendo em conta que o PIB previsto é de 190,46 mil milhões, isso significa que o défice orçamental é de 1,6%.

No entanto, se às necessidades líquidas de financiamento somarmos os 2,5 mil milhões necessários para recapitalizar o banco público — um montante que é inscrito nesta rubrica porque se trata de uma despesa de capital — o valor sobe para 5,51 mil milhões de euros. Ora, tendo em conta o valor do PIB, a Caixa coloca o défice em 2,8% do PIB.

Contudo, se o valor da recapitalização não tivesse sido revisto em baixa — recorde-se que inicialmente se estimava que a CGD iria necessitar de uma injeção de 2,7 mil milhões de euros de dinheiro fresco, que acrescia aos 945 milhões de euros resultantes da conversão dos CoCos em capital e da Caixa e aos 500 milhões da entrada da totalidade da Parcaixa para o balanço do banco público — então o défice ascenderia a 3% certos.

Mas como os 3% são condição necessária, mas não suficiente, este exercício pode não garantir a saída do Procedimento por Défices Excessivos. Recorde-se que Bruxelas exige que, além do défice inferior a 3% do PIB este tem de apresentar uma rota descendente, que assegure uma perspetiva de continuidade da redução deste desequilíbrio. Ou seja, à luz desta regra o défice de 2017 tem de ser inferior ao do ano anterior.

Por outro lado, se de acordo com o Manual do Défice e da Dívida das Administrações Públicas, os impactos no défice provocados por ajudas à banca não contam para colocar em PDE um país que esteja fora dele, mas impedem que um país que já esteja sob PDE saia dele. É o caso de Portugal.

As autoridades nacionais têm repetido ao longo das últimas semanas que estão confiantes que Portugal vai sair do PDE. Aliás essa tem sido uma das armas de arremesso político entre o Executivo e a oposição.

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Crescimento da economia esconde subida da dívida

Bom desempenho da atividade económica deverá baixar o rácio da dívida para o valor mais baixo desde 2012. Ainda que a dívida bruta suba para valores recorde em 2017.

A dívida portuguesa vai continuar a aumentar em 2017 para valores recorde, mas o desempenho da economia portuguesa deverá permitir que o rácio de endividamento caia para 128,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no final deste ano, o valor mais baixo desde 2012.

Em 2017, a dívida bruta das Administrações Públicas ascenderá a 244,8 mil milhões de euros, representando um crescimento de 1,5% do endividamento do Estado ao longo do ano. Mas o Ministério das Finanças conta com o desempenho da atividade económica para fazer baixar o rácio da dívida em quase dois pontos percentuais face aos 130,4% registados o ano passado. Assim, o rácio da dívida deverá ceder para 128,5% do PIB no final do ano, duas décimas acima daquilo que havia sido inscrito no Orçamento do Estado para 2017.

Rácio da dívida desce para valor mais baixo desde 2012

Fonte: INE (valores em mil milhões de euros e %)

O INE confirmou esta sexta-feira que o défice orçamental ficou em 2,1% do PIB em 2016, indo ao encontro das expectativas mais recentes do Governo, deixando Portugal bem colocado para sair do Procedimento por Défices Excessivos (PDE).

Nesta que foi a primeira notificação da autoridade estatística nacional ao Eurostat, e reportando valores do ministério tutelado por Mário Centeno, o PIB em termos nominais deverá crescer 3%, uma evolução que será determinante para baixar o rácio de endividamento público do país em função da riqueza produzida.

Acompanhando a subida do stock da dívida pública, também a fatura de Portugal com juros vai engordar 5% para quase 8,3 mil milhões de euros em 2017. De resto, o início do ano tem sido marcado por um aumento do custo de financiamento do Estado em reflexo das condições mais adversas observadas no mercado secundário.

Após a divulgação do INE, os juros portugueses seguem a descer em quase todos os prazos, com a taxa associada às obrigações a dez anos a cair dois pontos base para 4,175%.

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Da “bofetada” ao “caminho errado”. As reações ao défice

PS, PSD e Bloco já reagiram à redução do défice para 2,1% em 2016, remetido esta sexta-feira ao Eurostat pelo INE - "bofetada sem mão" para socialistas, pelo "caminho errado" para socais-democratas.

Os partidos já estão a reagir ao défice de 2,1% do PIB em 2016 que consta na primeira notificação emitida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao gabinete de estatística da União Europeia, o Eurostat.

Mariana Mortágua foi das primeiras a reagir, logo no Parlamento, classificando a meta como algo que existe “para capricho da Comissão Europeia”. “Este défice é feito à custa de despesa e dinheiro público que não está a ser gasto”, indicou a deputada do Bloco de Esquerda. Para Mariana Mortágua, a meta do défice é por “os interesses políticos e dogmáticos das instituições europeias” à frente dos do país.

Da parte do PS reagiu o presidente do partido, Carlos César. “Este resultado evidencia um mérito muito elevado na gestão das nossas finanças públicas e contribui de forma muito significativa para a nossa credibilidade no plano externo. Pode dizer-se que é uma bofetada sem mão a alguns analistas e decisores políticos externos, como, por exemplo, ainda recentemente, o presidente do Eurogrupo [Jeroem Dijsselbloem]”, disse, citado pela Lusa. Acrescentou, por fim, que o resultado do défice representa também uma “vitória em relação aos maus agoiros da oposição interna, que desconsiderou a gestão orçamental do atual Governo”.

O PSD também já se pronunciou. Duarte Pacheco, deputado do maior partido da oposição, considerou que a redução do défice é um dado positivo para o país mas que foi feita “pelo caminho errado”, com recurso a medidas extraordinárias e não sustentáveis. Pacheco disse ainda que, com este resultado hoje divulgado pelo INE, o partido espera que “Portugal possa sair” do PDE. Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado do PSD Duarte Pacheco disse que, com este resultado hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o partido espera que “Portugal possa sair do Procedimento por Défice Excessivo”.

Duarte Pacheco salientou ainda que todas somadas as medidas “não sustentáveis e extraordinárias” representam cerca de 1,4% do PIB, considerando que se “reduziu o défice mas com habilidades”. “Ainda por cima temos um agravamento da dívida pública que passou os 130% do PIB [Produto Interno Bruto]. Se a redução é boa, foi por um caminho errado, que não é sustentável”, criticou.

A deputada do CDS-PP Cecília Meireles considerou também muito relevante que Portugal possa sair do PDE, mas advertiu que as medidas que permitiram a descida do défice dificilmente se poderão repetir. “O CDS acha que é muito relevante que o país possa sair do Procedimento por Défices Excessivos. Já no passado dissemos que se o Governo estivesse comprometido e empenhado teria sido possível iniciar o processo de saída porque o défice ficou contido nos 3%”, afirmou.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Cecília Meireles defendeu que “é muito importante estar atento” e perceber se “é possível manter estes resultados” de forma sustentada, advertindo que “foram conseguidos, por um lado, com medidas que muito dificilmente se poderão repetir”. “É o caso das cativações, porque muitos serviços públicos pura e simplesmente já não conseguem continuar a funcionar, e o corte muito expressivo no investimento, de 10%, que provavelmente não se poderá manter este ano”, sublinhou.

No Facebook, João Galamba, do PS, escreveu que “o INE acabou de confirmar que a carga fiscal baixou em 2016”. Na ótica do deputado, “baixou cerca de 740 milhões de euros, se considerarmos apenas os impostos, e um pouco menos, cerca de 550 milhões, incluindo o crescimento das contribuições sociais (por via do aumento do emprego e dos salários)”. João Galamba referiu, por fim, que “o rendimento disponível das famílias cresceu 3%, o maior dos últimos anos”.

(Notícia atualizada às 15h05 com mais reações.)

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PS: Défice é “bofetada sem mão” a certos analistas e políticos… como Dijsselbloem

  • Lusa
  • 24 Março 2017

O presidente do PS, Carlos César, disse que o défice de 2,1% em 2016 é uma "bofetada sem mão" a alguns analistas e decisores políticos. Incluindo a Jeroen Dijsselbloem, o presidente do Eurogrupo.

O PS considerou hoje que o valor do défice em 2,1% em 2016 representa “uma bofetada sem mão” a analistas e decisores políticos externos e uma “vitória” do Governo em relação aos “maus agoiros” da oposição interna.

Esta posição foi transmitida em conferência de imprensa pelo líder parlamentar do PS, Carlos César, depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter divulgado que o défice orçamental ficou nos 2,1% do PIB no ano passado, em linha com o previsto pelo Governo e um valor que abre caminho ao fim do Procedimento por Défices Excessivos (PDE).

Perante os jornalistas, o presidente do PS congratulou-se com os “resultados excecionais da gestão orçamental” do Governo, tanto mais que essa meta foi num difícil “enquadramento externo e da economia portuguesa”.

“Este resultado evidencia um mérito muito elevado na gestão das nossas finanças públicas e contribui de forma muito significativa para a nossa credibilidade no plano externo. Pode dizer-se que é uma bofetada sem mão a alguns analistas e decisores políticos externos, como, por exemplo, ainda recentemente, o presidente do Eurogrupo [Jeroem Dijsselbloem]”, disse.

Ainda de acordo com Carlos César, o resultado do défice representa também uma “vitória em relação aos maus agoiros da oposição interna, que desconsiderou a gestão orçamental do atual Governo”.

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Centeno: para já não há alterações legislativas no Montepio

O défice de 2016 ficou em 2,1%. Portugal está bem colocado para sair do Procedimento por Défices Excessivos (PDE). O ministro das Finanças referiu em conferência de imprensa a situação do Montepio.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta sexta-feira que o défice de 2016 ficou em 2,1% do PIB, indo ao encontro das estimativas mais recentes do Governo. O número deixa Portugal bem colocado para argumentar junto da Comissão Europeia o encerramento do Procedimento por Défices Excessivos, que tinha sido aberto ao país em 2009. Mário Centeno fez às 12h30 uma conferência de imprensa acompanhado pelos cinco Secretários de Estado da equipa das Finanças.

Mário Centeno garantiu que não há nenhuma intervenção legislativa para alterar o estatuto da Associação Mutualista Montepio Geral, de forma a retirar a supervisão do Ministério do Trabalho para a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. O que está a decorrer é a transformação do Montepio em sociedade anónima, explicou o ministro das Finanças. “Veria com a maior tranquilidade essas transformações”, concluiu.

Leia aqui o live blog.

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