Anacom critica operadoras. Quer plafonds de internet móvel com mais dados

Regulador recomenda um aumento dos plafonds de dados móveis para acesso à internet e a possibilidade de os dados não utilizados num mês poderem ser utilizados no mês seguinte.

Depois de ter dado um prazo de 50 dias para que as operadoras de telecomunicações regularizassem a sua oferta de serviços, de modo a respeitarem as regras da neutralidade da Internet e do roaming, a Anacom vem agora criticar as soluções que foram implementadas. O regulador do setor considera que as operadoras poderia ter optado por alternativas que não prejudicassem os consumidores e faz duas recomendações: um aumento dos plafonds gerais de dados móveis para acesso à internet e a possibilidade de os dados não utilizados num mês poderem ser utilizados no mês seguinte.

Em causa estava a violação das regras de neutralidade da internet estabelecidas pela União Europeia, nas ofertas com tráfego diferenciado para várias aplicações, em tarifários como o Moche, WTF e Yorn. Em fevereiro, a Anacom detetou que as operadoras que disponibilizam acesso gratuito a algumas aplicações móveis bloqueavam o acesso a algumas das aplicações quando o plafond geral de dados era esgotado, mas não bloqueavam o acesso a outras. Na prática, num tarifário como o Moche, WTF ou Yorn, uma vez esgotado o plafond de dados, o acesso a aplicações com tráfego ilimitado continuava a ser permitido, mas o acesso às restantes era bloqueado.

Assim, as operadoras começaram a notificar os clientes das alterações aos tarifários. No caso da Vodafone, por exemplo, foi enviada a seguinte mensagem: “Informamos que em cumprimento da deliberação da Anacom sobre Neutralidade de Rede a Vodafone terá de alterar as condições do seu tarifário. A partir de 18/09, sempre que tiveres esgotado o pacote de dados incluído no teu tarifário ou na tarifa de internet extra, o acesso às apps gratuitas, incluindo YouTube e Twitch, será automaticamente bloqueado. Poderás voltar a aceder às apps gratuitas quando tiveres dados disponíveis no pacote incluído no teu tarifário ou na tarifa de internet extra”.

A Anacom contesta, contudo, que esta solução decorra de uma decisão sua. “O teor de informações que têm vindo a ser veiculadas por alguns operadores aos seus clientes, nomeadamente dando a entender, de forma equívoca, que a solução adotada – o bloqueio de todo o tráfego, uma vez esgotado o plafond geral de dados – decorre de determinação da Anacom, quando a mesma é da sua exclusiva responsabilidade, justifica” um esclarecimento.

No entender do regulador, foi imposto às operadoras que alterassem as ofertas, mas não foi determinado “o modo como as ofertas deveriam ser alteradas, deixando aos operadores a liberdade para encontrarem as melhores soluções para os seus clientes”. Aliás, acrescenta a Anacom, eram dados exemplos de soluções que não teriam um “impacto negativo junto dos consumidores/utilizadores”. O regulador destaca as duas soluções que propôs:

  • “A possibilidade de o plafond específico ser usado quando se esgota o plafond geral para aceder a qualquer conteúdo ou aplicação, mesmo fora do âmbito originalmente abrangido por esse plafond específico”;
  • “A ausência de qualquer bloqueio ou atraso quando se esgota o plafond geral de tráfego em que o cliente pode usar o seu acesso à internet pagando um valor diário de forma a continuar a usar o plafond específico contratado em relação às aplicações/conteúdos de zero-rating ou similares”.

Seja como for, sublinha a Anacom, “mesmo optando pelo bloqueio de todo o tráfego, nada impede que o tráfego de dados não usado num mês possa ser usado no mês ou em meses seguintes, no âmbito do plafond geral de dados, possibilidade que também parece não estar a ser prevista pelos operadores”.

O regulador reforça ainda a “recomendação para que os operadores aumentem os plafonds gerais de dados, de forma a viabilizar um efetivo acesso à internet, assegurando livres escolhas dos utilizadores aos diversos conteúdos, aplicações e serviços disponíveis”. E considera que “os operadores têm ampla margem para orientarem as suas ofertas tendo por base soluções que respeitem a lei ao mesmo tempo que genuinamente acautelam os interesses dos consumidores”.

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Airbnb trouxe para Portugal 1,4 milhões de hóspedes no verão

Entre junho e agosto, os alojamentos anunciados na plataforma receberam um número recorde de hóspedes. Lisboa, Porto e Lagos foram as cidades que mais hóspedes conquistaram.

Durante os meses de verão, as preferências dos utilizadores do Airbnb caíram sobre terras lusas, ultrapassando um milhão de hóspedes. Portugal continua a ser um dos destinos mais populares da Europa , diz a plataforma, que destaca ainda um recorde de 60 milhões de viajantes em todo o mundo.

Entre junho e agosto, Portugal recebeu quase 1,4 milhões de hóspedes nacionais e internacionais, através do Airbnb, mais 18% do que no mesmo período do ano passado, anunciou a plataforma em comunicado. Entre os viajantes de todo o mundo, a média por noite fixou-se nos 82 euros.

Lisboa, Porto e Lagos foram as cidades que mais hóspedes conquistaram, seguidos de Albufeira, Portimão, Faro, Ponta Delgada, Quarteira, Vila Nova de Gaia e Tavira. Relativamente a destinos-tendência, Moura (Beja), Vendas Novas (Évora), Paços de Ferreira, Leça do Balio e Canelas (Porto) foram as localidades com maior crescimento entre os viajantes que escolheram o nosso país este verão.

Para os portugueses, Portugal continua a ser o destino preferido, seguido de Espanha, Itália, França, Croácia, Reino Unido, Estados Unidos, Grécia, Alemanha e Holanda. “De facto, o número de portugueses que ficaram em alojamentos anunciados na Airbnb este verão aumentou 32%, prova de que mais e mais pessoas no país querem descobrir um destino como se fossem um habitante local”, diz Arnaldo Muñoz, Country Manager para Portugal da Airbnb Marketing Services.

A nível mundial, o número de hóspedes também bateu um recorde de 60 milhões. A noite com mais hóspedes registados foi a 11 de agosto, na qual 3,5 milhões de visitantes fizeram o check-in na plataforma.

Ao fim de uma década de existência, o Airbnb conta atualmente com cinco milhões de anúncios, espalhados por 81 mil cidades. Nestes dez anos, os anfitriões ganharam mais de 41 mil milhões de dólares (35,3 mil milhões de euros) e os hóspedes permaneceram nos espaços mais de 300 milhões de vezes.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Há um antes e um depois de 2017″. Assunção Cristas em entrevista ao ECO está convencida que o centro-direita pode chegar ao poder e o partido de Santana Lopes ajuda. Os bancos concederam 595,3 milhões de euros em crédito ao consumo em julho, mês em que entraram em vigor as recomendações do regulador da banca . É quase 10% acima do verificado no mesmo mês de 2017.

É a primeira parte de uma entrevista de hora e meia com a líder do CDS em que falamos dos objetivos e da estratégia eleitoral, das relações com PSD e com a comunicação social e que nos entra na conversa um dos temas que tem preocupado as autarquias: o que decidir relativamente à descentralização. Assunção Cristas confessa ainda que não gosta de se ver como “agressiva” nos debates parlamentares e revela que há diferenças entre a apreciação dos militantes e dos portugueses em geral.

No mês da entrada em vigor das recomendações do Banco de Portugal que visam prevenir situações de sobreendividamento das famílias, registou-se um novo aumento da concessão de crédito ao consumo. Dados do Banco de Portugal mostram que, em julho, os bancos e as financeiras concederam perto de 600 milhões de euros em empréstimos com esse fim. Trata-se de um aumento de perto de 10% face ao mesmo período do ano passado.

Atrair para Portugal investimento que pretenda permanecer na União Europeia na sequência do Brexit. É este o principal objetivo da Portugal IN, uma estrutura que tem como um dos principais alvos as grandes gestoras de ativos que “fujam” do Reino Unido e procurem uma nova base. Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), são as entidades responsáveis pelo desenvolvimento desta iniciativa cujo desenho é apresentado esta segunda-feira.

A partir desta segunda-feira, há um novo concorrente da Uber em Lisboa. Chama-se Chauffeur Privé, veio de França e escolheu a capital portuguesa como a primeira cidade a receber o serviço fora de Paris. Tem a Daimler como principal acionista e quer ser “líder de mercado a médio prazo”. Para isso, promete as “tarifas mais baixas” e uma “qualidade acima da média do mercado”. A garantia foi dada em entrevista ao ECO pelo diretor-geral da Chauffeur Privé em Portugal, Sérgio Pereira. É a confirmação de uma notícia avançada pelo ECO no início de julho.

A Uber Eats está mais perto da praia. A app da Uber que se dedica à distribuição de refeições entre uma oferta de mais de 700 restaurantes acaba de chegar a Leça da Palmeira e Matosinhos, reforçando a aposta na região norte do país. Ao todo, já está presente em oito cidades.

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CEO da Salesforce e a mulher compram a revista Time por 190 milhões de dólares

O casal Benioff vai comprar a revista como um investimento familiar, sem responsabilidades operacionais. Desta forma, a Time não fica associada à empresa Salesforce.

A revista Time Magazine, conhecida pelas suas capas com a personalidade que marcou o ano, vai ser comprada por um casal de empresários, por 190 milhões de dólares.

Marc Benioff, o CEO da Salesforce, uma empresa norte-americana de software, e a sua mulher, Lynne Benioff, decidiram adquirir a Time, avança o Wall Street Journal (acesso condicionado/ conteúdo em inglês). O par não vai ter responsabilidade operacional na revista, visto que a aquisição foi um investimento familiar, enquanto individuais.

A revista era detida pela Meredith Corp, que comprou a Time há oito meses, já com intenção de a vender. A operação deve estar concluída dentro de aproximadamente um mês.

De acordo com uma nota partilhada pelo editor-chefe da Time, Marc Benioff escreve que “é uma honra ter a Time como parte do portefólio de investimento familiar”, e que o casal quer “apenas ser administrador desta marca histórica e icónica”. Como investiram enquanto individuais, a revista não tem uma relação direta com a empresa do norte-americano.

Não é a primeira vez que empresários da área de tecnologia se expandem para a comunicação social. O CEO da Amazon, Jeff Bezos, comprou o jornal The Washington Post, em 2013, por 250 milhões de dólares.

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Angola mudou? Empresários portugueses querem ver os próximos passos de João Lourenço

Visita oficial de Costa a Angola visa a normalização das relações entre os dois países. Empresários e economistas valorizam a viagem, mas "colocam as fichas" no combate à corrupção de João Lourenço.

A visita oficial que António Costa inicia esta segunda-feira a Angola marca, sobretudo, o fim do desanuviar das tensões políticas provocadas pelo processo judicial em Lisboa contra o ex-vice-Presidente da República angolano, Manuel Vicente. Mas é o desenlace das medidas que o Presidente João Lourenço tem vindo a introduzir na realidade angolana, como o afastamento da família dos Santos e a tentativa de combate à corrupção que mais desperta a curiosidade dos empresários e economistas contactados pelo ECO.

A grande questão que se coloca, no momento, é perceber se as medidas anunciadas serão para manter ou se, no fim do dia, os vícios construídos ao longo de décadas se irão sobrepor à boa vontade de Lourenço.

Manuel Enes Ferreira, professor do ISEG dá, “neste momento, o benefício da dúvida ao Presidente angolano sem grandes problemas, dado as medidas que têm sido anunciadas”.

Já para o empresário Eduardo Rangel, presidente do conselho de administração do grupo Rangel, com forte presença em Angola, “as alterações que têm sido feitas credibilizam Angola a nível internacional, nomeadamente junto do Fundo Monetário Internacional, o que acaba por dar confiança aos investidores“.

Não consigo ainda transferir o dinheiro que faturo nem os dividendos, mas os salários já têm vindo a ser transferidos, e isso é um bom sinal.

Eduardo Rangel

Eduardo Rangel, cujo grupo fatura perto de 18 milhões de euros em Angola, admite que não consegue “ainda transferir o dinheiro que fatura nem os dividendos, mas os salários já têm vindo a ser transferidos, e isso é um bom sinal”. O grupo Rangel detém em Angola, um projeto logístico idêntico, ao que tem em Portugal, sobretudo ao nível do frio, e ainda o transporte marítimo e aéreo, para além de ser o representante da FEDEX para aquele país. No total emprega 270 pessoas.

Manuel Enes Ferreira tem também uma opinião favorável sobre o impacto que as ações do atual Presidente angolano têm sobre as empresas portuguesas. “A gestão mais criteriosa das receitas cambiais vai resolver de forma mais célere os atrasos em questões de pagamentos”, diz Enes Ferreira. Esse é precisamente um dos pontos da agenda da visita do primeiro-ministro. Será assinado um memorando para o início do processo de regularização de dívidas a empresas portuguesas, cujo montante global é estimado no mínimo (embora não oficialmente) entre os 400 e os 500 milhões de euros e que afeta, sobretudo, as áreas da construção e obras públicas.

A gestão mais criteriosa das receitas cambiais vai resolver de forma mais célere os atrasos em questões de pagamentos.

Ennes Ferreira

O especialista em questões angolanas refere mesmo que “se a política económica começa a funcionar de forma mais aberta e dinâmica isso terá impacto nas empresas exportadoras e também ao nível da mão-de-obra que trabalha em Angola”.

Há um risco que, contudo, já existe, no entender de Enes Ferreira e que é da concorrência internacional. Matéria em que o Presidente angolano tem demonstrado algum empenho, mas isso “não vai fazer perigar as empresas portuguesas que, de resto, são muito bem consideradas em Angola, quer seja na indústria, quer seja nos serviços”.

Fim da dupla tributação

Entre os dossiers que António Costa leva na bagagem está também o fim da dupla tributação entre os dois países. Portugal e Angola deverão assinar, durante a visita de Costa, uma convenção destinada a acabar com a dupla tributação. Um tema há muito desejado pelos empresários de ambos os países, penalizados pelo facto dos mesmos rendimentos serem taxados duas vezes.

Jorge Armindo, com interesses em Angola que estão para já “congelados”, diz que esta é uma “medida muito positiva para as empresas portuguesas”. Opinião idêntica tem Carlos Barbot, presidente das Tintas Barbot. “Isso é ótimo porque deixamos de pagar nos dois lados”, refere o empresário.

As Tintas Barbot estão presentes em Angola desde 2008, e chegaram a ter dez lojas, mas com a crise reduziram para metade. Carlos Barbot admite que “se a situação continuar a evoluir favoravelmente, ou seja se a falta de divisas continuar a melhorar, podemos abrir mais uma loja brevemente desde que haja disponibilidade para trazer divisas de Angola”.

Se a situação continuar a evoluir favoravelmente, ou seja se a falta de dividas continuar a melhorar, podemos abrir mais uma loja brevemente desde que haja disponibilidade para trazer divisas de Angola.

Carlos Barbot

Presidente das Tintas Barbot

Apesar de não conhecer os temas que Costa levará na “mala” para discutir com o Governo angolano, Eugénio Costa Almeida, investigador do centro de estudos internacionais do ISCTE, acredita que questões como “as transferências dos expatriados, as dívidas aos exportadores portugueses, nomeadamente as dívidas à TAP — ainda que já tenham afirmado que a mesma está em resolução, vão ser discutidas”.

Ainda na questão económica, o investigador do ISCTE acredita que a proteção angolana dos créditos de exportadores portugueses, assim como as questões bancárias — em particular a participação de bancos portugueses em bancos angolanos –, tendo em conta as normas comunitárias e do BCE, e ainda as relações dentro da CPLP, poderão ser abordadas. De facto, de acordo com Luís Marques Mendes, haverá “o reforço em 500 milhões de euros da linha de crédito para apoiar as exportações portuguesas para Angola”. No seu comentário semanal na Sic, defendeu que “Portugal precisa de intensificar a sua relação económica com Angola, para investir e para exportar”, já que, há uns anos, Angola era o quarto destino das exportações portuguesas.

Angola é um mercado importante para as exportações nacionais, pese embora os números tenham vindo a decair nos últimos anos. Em 2017, por exemplo, as exportações portuguesas para Angola atingiram os 2.786 milhões de euros.

De acordo com os dados do INE, em julho, as exportações para Angola voltaram a registar uma diminuição de 21,4% face ao período homólogo. Uma tendência que de resto já se tinha sentido no primeiro semestre do ano, altura em que as exportações tinham decrescido em 135 milhões de euros. O mercado angolano tem peso nas exportações agroalimentares, de máquinas e aparelhos, sendo o oitavo maior destino. Mas se as exportações decresceram o mesmo não acontece com as importações, com Portugal a importar mais 315 milhões de Angola. Portugal compra sobretudo petróleo a Angola.

Aliás o decréscimo nas exportações tem também sido acompanhado pela contração do investimento português em Angola. Segundo dados disponibilizados pela AICEP, com base nos dados do Banco de Portugal, relativos a 2016, o investimento direto português em Angola registou um valor negativo de 84,8 milhões de euros, enquanto o investimento angolano em Portugal foi de 19,3 milhões de euros. Aliás, de 2012 a 2017, o investimento português em Angola caiu à média anual de 43,9%, enquanto o investimento direto de Angola em Portugal evoluiu positivamente a uma média anual de 62,9%.

Mira Amaral, ex-ministro dos governos de Cavaco Silva e ex-presidente do BIC, adianta que “as visitas de membros do Governo a Angola são sempre importantes”. Sobre o timing em concreto desta, Mira Amaral sublinha: “O enquadramento político é sempre muito positivo e precisamos de entrar numa nova fase, assim como é positiva a vinda, em novembro, do Presidente de Angola a Portugal”.

O enquadramento político é sempre muito positivo e precisamos de entrar numa nova fase, assim como é positiva a vinda, em novembro, do Presidente de Angola a Portugal.

Mira Amaral

Também Jorge Armindo defende a importância “da normalidade das relações com Angola”.

De resto, em Angola a visita é também considerada importante, prova disso é a visita recíproca que João Lourença fará a Portugal em novembro, dias 23 e 24.

Petróleo em alta e as críticas de Isabel dos Santos

A forte dependência das receitas petrolíferas fez com que o país entrasse numa crise profunda, e tivesse, inclusive, que recorrer à ajuda do Fundo Monetário Europeu (FMI), estando a negociar um programa de financiamento de 3.700 milhões de dólares. Agora que o petróleo está de novo em tendência ascendente, ainda que longe dos 150 dólares em que chegou a atingir, a empresária Isabel dos Santos vem questionar a estratégia do governo por não estar a tirar partido da valorização do preço do petróleo.

As críticas de Isabel dos Santos a João Lourenço não são novas, mas em Portugal são desvalorizadas. Enes Ferreira é o mais contundente. “As críticas de Isabel dos Santos são ridículas, são de mau perdedor. Nem que o petróleo estivesse a 200 dólares, Angola não vai beneficiar disso no curto prazo”, diz o professor do ISEG. De resto, acrescenta Enes Ferreira, “as críticas da empresária são até contraproducentes, uma vez ela tem interesses em Angola e um mau ambiente só a vai prejudicar”.

De resto, a própria Moody’s adianta que apesar do preço do crude “ter subido para valor superior a 70 dólares (59,78 euros) por barril”, face aos 46 dólares (39,28 euros) de junho de 2017, o Orçamento do Governo de Angola continua sob pressão e o crescimento é anémico”. A Moody’s diz ainda que o programa de ajuda do FMI permitirá a Angola reforçar as reformas estruturais.

Já o empresário Jorge Armindo, desvaloriza a guerra entre a filha de José Eduardo dos Santos e João Lourenço e prefere falar nos benefícios para a economia angolana da subida do preço do petróleo. “A alta do preço do petróleo é favorável à resolução dos compromissos da economia angolana, mas a seu tempo”, refere.

De resto, é com base nas estimativas do aumento do preço do petróleo que a consultora FocusEconomics estimou, em agosto, um crescimento de 1% da economia angolana para 2018 e de 2,3% para 2019.

Serão os investimentos de Isabel dos Santos em Portugal motivo de conversa entre Costa e Lourenço?

Eugénio Costa Almeida adianta que isso é uma possibilidade. E justifica: “Sabendo-se que Isabel dos Santos terá tido algumas ajudas bancárias, de bancos nacionais, nem que seja, em termos de cartas de conforto para usufruir de condições de crédito e de empréstimos em bancos portugueses — para os seus empreendimentos no exterior, no caso concreto, em Portugal — e, dado que alguns dos apoios governamentais angolanos (recordo o caso Efacec) foram retirados é possível que isso também seja abordado”.

Polémicas à parte, António Costa já disse que gostaria que os encontros entre Portugal e Angola assumissem um caráter anual. “Angola tem um papel fundamental porque vai ser um dos grandes motores do desenvolvimento do continente africano”, justifica o primeiro-ministro em entrevista ao Diário de Notícias (acesso pago). “O facto de ela ter uma presença forte na Europa reforça a sua posição. Angola tem condições para não estar virada sobre si mesma, abrir-se ao mundo e ao continente. Todos temos uma enorme expectativa de que, com o Presidente João Lourenço, Angola afirme esse papel de liderança”, acrescenta.

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Petrolífera espanhola Cepsa regressa à bolsa até ao fim do ano

  • Lusa
  • 17 Setembro 2018

A petrolífera quer colocar pelo meno s25% do seu capital em bolsa, através de uma oferta junto de investidores internacionais qualificados e outra de 0,20% para os empregados.

A petrolífera espanhola Cepsa anunciou esta segunda-feira a sua intenção de regressar à bolsa de valores através de uma oferta de venda de ações a realizar até ao fim do ano de um mínimo de 25% do seu capital social.

Segundo informação publicada na página da internet da empresa, a transação incluirá uma oferta que será feita junto de investidores internacionais qualificados e outra de 0,20% para os empregados.

A sede social da CEPSA está em Madrid, mas a empresa é atualmente propriedade a 100% da Mubala Investment Company, pertencente ao Governo de Abu Dabi, tendo deixado de ser cotada em bolsa em 2011.

Com esta oferta de venda, a Cepsa regressa à bolsa espanhola, depois da sua saída em 2011, quando a International Petroleum Investment Company (IPIC), antecessora da Mubala Investment Company, adquiriu a totalidade da companhia.

O responsável pelo Petróleo e Petroquímica da Mubala Investment, Musabbeh Al Kaabi, explica na informação da CEPSA que a colocação de 25% da companhia é “um passo natural e estratégico”, que vai permitir à empresa “um melhor acesso aos mercados de capitais para apoiar a sua flexibilidade financeira”.

A Companhia Espanhola de Petróleos (CEPSA), fundada em 1929, foi a primeira empresa privada produtora de petróleo em Espanha e no primeiro semestre de 2018 teve um lucro de 441 milhões de euros, um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2017.

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Pedro Norton vai ser o novo presidente executivo da energética Finerge

  • Lusa
  • 17 Setembro 2018

Pedro Norton, antigo presidente executivo do grupo Impresa, vai manter-se como administrador não executivo na Fundação Calouste Gulbenkian.

O antigo presidente executivo do grupo Impresa, Pedro Norton, vai ser o novo ‘Chief Executive Officer’ (CEO) da Finerge, o segundo maior produtor de energia eólica em Portugal, foi anunciado esta segunda-feira.

Em comunicado, a Finerge adianta que Pedro Norton se irá manter como administrador não executivo na Fundação Calouste Gulbenkian, cargo que assumiu após deixar o grupo liderado por Francisco Pinto Balsemão, no ano passado. Na direção da Finerge mantêm-se Rui Neves e Eduardo Camino, respetivamente como ‘Chief Operating Officer’ (COO) e ‘Chief Financial Officer’ (CFO).

Licenciado em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, Pedro Norton, de 51 anos, e possui formação em ‘Television Management’ pela Boston University School of Communication. Completou ainda os Advanced Management Program da Kellogg School of Management e do INSEAD.

Pedro Norton iniciou a carreira profissional como analista no Banco de Investimentos ESSI, em setembro de 1990, e entrou no grupo Impresa em 1992, onde desempenhou diversas funções de direção e administração e assumiu, em 1 de outubro de 2012, as funções de presidente executivo do grupo, cargo no qual se manteve até 2016.

Ao longo da sua carreira foi ainda presidente da Associação Portuguesa de Comunicações (APDC), administrador não executivo da Caixa Geral de Depósitos e consultor de diversas empresas, tendo lecionado em várias universidades.

Estabelecida em Portugal desde 1996, a Finerge detém um portfólio de 889 Megawatts (MW) e assume-se como o segundo maior produtor de energia eólica em Portugal, depois da EDP Renováveis, com um investimento no país na ordem dos 1.300 milhões de euros.

A Finerge é detida na sua totalidade pelo grupo luxemburguês First State Investments, empresa que gere e investe os recursos de numerosos fundos de pensões europeus, australianos e do resto do mundo, e, segundo o comunicado, “pretende diversificar a sua produção com outas fontes de energia renováveis, como seja o solar fotovoltaico e as hídricas”.

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Angola: Costa anuncia aumento para 1.500 milhões euros da linha de crédito às exportações

  • Lusa
  • 17 Setembro 2018

O executivo liderado por António Costa reforça relações com Angola ao anunciar um aumento, para 1.500 milhões de euros, da linha de crédito de apoio às exportações para aquele país.

O primeiro-ministro anunciou esta segunda-feira que o Governo português vai aumentar a linha de crédito de apoio às exportações para Angola de 1.000 para 1.500 milhões de euros, medida que considerou enquadrar-se na “solidez” das relações políticas luso-angolanas.

António Costa falava no início de uma reunião com empresários portugueses com investimentos no mercado angolano, num discurso marcadamente económico, mas em que também falou de “emoção” e “paixão” sempre presente nas relações luso-angolanas.

“Vamos aumentar a linha de crédito de apoio às exportações dos atuais 1.000 para os 1.500 milhões de euros. Esta linha de crédito ampliada a renovada é um sinal muito importante da vontade dos dois países continuarem a estreitar as suas relações económicas”, declarou o primeiro-ministro.

Perante os empresários portugueses, o líder do executivo defendeu a tese sobre a necessidade de novos objetivos e, por outro lado, de os diferentes agentes no terreno “não se cingirem ao que têm feito” em termos de cooperação.

“Há ainda muito para fazer no futuro. Com a assinatura do novo acordo estratégico para a cooperação (2018/2022) vamos além dos domínios tradicionais da saúde e da educação. Alargaremos a cooperação a áreas de soberania como a defesa, a colaboração técnica policial ou a administração tributária“, especificou.

Para António Costa, os passos agora dados “traduzem que as relações políticas entre Portugal e Angola não só estão boas, como estão sólidas e com grande perspetiva de se poderem aprofundar ao longo dos próximos anos”.

“Da parte de Portugal, creio que não há com nenhum outro país, em qualquer continente, uma relação tão intensa como temos com Angola, assente nos laços individuais que se foram estabelecendo. Como todas relações intensas marcadas pela paixão, muitas vezes essas relações são também emotivas. Mas, como sabemos, sem emoção não há uma boa relação”, advogou.

Ainda neste capítulo da sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu que, no âmbito da relação entre África e União Europeia, Portugal e Angola encontram-se em posição privilegiada.

“As relações políticas são essenciais, mas é absolutamente indispensável que o relacionamento humano, com a presença constante de quem aqui trabalha e investe, continue a construir a aprofundar as nossas relação com Angola”, afirmou, numa nova mensagem dirigidas à comunidade empresarial portuguesa radicada em Luanda.

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Brexit: Theresa May diz que alternativa ao seu plano é uma saída sem acordo

  • Lusa e ECO
  • 17 Setembro 2018

A primeira-ministra britânica apenas coloca duas soluções para a saída do Reino Unido da União Europeia: o seu plano de divórcio, conhecido como 'Chequers', ou uma saída sem acordo.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, alertou esta segunda-feira que só existem duas opções para o Brexit: o seu plano de divórcio, conhecido como ‘Chequers’, ou uma saída sem acordo com a União europeia.

“Creio que a alternativa [à aprovação do meu plano pelo Parlamento britânico] será que não teremos um acordo”, disse May numa entrevista à BBC. O plano ‘Chequers’ contempla criar uma área de livre comércio para bens depois do Brexit, o que evitaria os controlos de alfândega e manteria aberta a fronteira irlandesa.

No entanto, os deputados conservadores mais eurocéticos, entre os quais o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, rejeitam essa possibilidade, que deixaria o Reino Unido ligado aos outros 27 Estados-membros e dificultaria a negociação de acordos comerciais com países exteriores à UE. Os eurocéticos propõem utilizar tecnologia já existente para evitar uma fronteira visível.

Na entrevista, May considera necessário um “movimento de mercadorias livre de fricções”, sem alfândegas ou controlos reguladores entre o Reino Unido e a UE na ilha da Irlanda para evitar uma fronteira física. O objetivo do Reino Unido é evitar uma fronteira visível entre a República da Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte para não prejudicar o processo de paz.

Já hoje, Johnson voltou a criticar o plano de May, ao afirmar, no jornal “The Daily Telegraph”, que o fracasso do Governo em resolver a questão irlandesa levou a uma “abominação constitucional”. “Pela primeira vez desde 1066 (conquista normanda da Inglaterra), os nossos líderes consentem deliberadamente a uma autoridade estrangeira”. Johnson acrescentou que o plano “Chequers” implica que o Reino Unido “permaneça efetivamente na união aduaneira e grande parte do mercado único”.

O diário “The Times” escreve esta segunda-feira que a UE parece estar disposta a aceitar uma fronteira irlandesa “sem fricções”. Segundo o jornal, o negociador comunitário, Michel Barnier, está a trabalhar num novo plano para utilizar tecnologia que permitiria minimizar os controlos aduaneiros.

A questão da fronteira irlandesa, que nem Londres nem Bruxelas querem reintroduzir, é uma das principais dificuldades nas negociações do Brexit, que as duas partes querem concluir até à cimeira de outubro ou, o mais tardar, no início de novembro, poucos meses antes do divórcio, previsto para 29 de março. O Brexit será um dos assuntos em discussão na cimeira informal de quinta-feira em Salzburgo.

FMI alerta para “custos significativos” se não houver acordo

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou esta segunda-feira que haverá “custos significativos” para a economia do Reino Unido em “menor medida” para os países da UE se este país deixar o bloco comunitário sem um acordo bilateral.

Ao apresentar um relatório em Londres, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, advertiu que há “pontos chave” por resolver para que o Reino Unido e a UE consigam um acordo do Brexit, que reduziria o impacto para ambas as partes. O FMI sustenta que mesmo com um bom acordo de saída este país teria um crescimento económico moderado nos próximos anos, com uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% tanto em 2018 como em 2019.

Largarde sublinhou que estas estimativas “assumem um consenso a tempo com a UE sobre um acordo de livre comércio amplo e um posterior processo de ‘Brexit’ relativamente ordenado”. Numa conferência conjunta, o ministro da Economia britânico, o conservador Philip Hammond, reconheceu que ao deixar a UE, o Reino Unido deve assegurar “uma associação estreita e duradoura” com os 27.

Londres também deve ter em conta “as advertências do FMI e outros sobre o custo significativo que o facto de não alcançar um acordo com UE pode ter para o emprego e a prosperidade do Reino Unido”. No relatório periódico sobre as perspetivas económicas do Reino Unido, o FMI sublinha que “todos os cenários do Brexit ou saída britânica do clube comunitário implicarão “custos”, mas que um “não acordo seria “o pior resultado”.

Ainda que um eventual pacto comercial pudesse reduzir o prejuízo económico, “é improvável que traga benefícios suficientes para contrabalançar os custos” de deixar o bloco, indica o documento. O Fundo insta o Reino Unido a preparar medidas para “salvaguardar a estabilidade financeira e monetária” em caso de se produzir um Brexit caótico, e prever uma possível queda da libra e de outros ativos. O relatório adverte que o Reino Unido ainda enfrenta “uma enorme tarefa” em relação à saída da UE e considera “improvável” que a tenha completado em 29 de março de 2018, quando oficialmente deixará o bloco.

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Decreto que despenaliza pensões para muito longas carreiras entra em vigor a 1 de outubro

  • Lusa
  • 17 Setembro 2018

As alterações que permitirão que as pessoas com 46 anos de descontos e que começaram a trabalhar aos 15 ou 16 anos se reformem mais cedo sem penalizações entram em vigor a 1 de outubro.

O diploma que permite a reforma sem penalizações a quem começou a trabalhar aos 15 ou 16 anos e tem 46 anos de carreira contributiva foi hoje publicado, entrando em vigor em 1 de outubro.

“Chegou agora o tempo de dar mais um passo na valorização dos trabalhadores que iniciaram a sua carreira em idade muito jovem”, afirma a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, no decreto-lei hoje publicado em Diário da República.

A nova alteração legislativa, que entra em vigor no próximo mês, prevê reforma sem penalização para os beneficiários que tenham iniciado a sua carreira contributiva no regime geral de segurança social ou no regime de proteção social convergente “com 16 anos de idade ou em idade inferior, desde que tenham 60 ou mais anos e, pelo menos, 46 anos civis com registo de remunerações relevantes para o cálculo da pensão”.

A nova regra abrange assim quem começou a trabalhar aos 16 anos, contra os atuais 14 anos, e tem pelo menos 60 anos de idade, 46 anos de contribuições.

Esta medida enquadra-se no âmbito das alterações às reformas antecipadas para as carreiras contributivas longas.

Em outubro do ano passado entrou em vigor o fim dos cortes nas reformas antecipadas para quem tem pelo menos 60 anos de idade e 48 anos de carreira contributiva ou que tenha começado a trabalhar com 14 anos (ou antes) e reúna 46 anos de contribuições.

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Portugal é o segundo país da União Europeia onde mais se viaja de carro

Na União Europeia, 83% das viagens terrestres foram feitas de um carro. Portugal fica apenas atrás da Lituânia na proporção de pessoas que utilizaram o automóvel para se deslocar.

Onde se anda mais de carro? Na União Europeia (UE), Portugal ocupa o segundo lugar na lista de países que mais utilizam o automóvel nas suas deslocações. Ficamos apenas atrás da Lituânia, separados por um ponto percentual, revelam os dados divulgados pelo Eurostat.

Dos quilómetros percorridos por passageiros em Portugal, 89,1% são feitos de automóvel. Já na Lituânia, este meio representa 90% dos transportes, e no Reino Unido, que fecha o top 3, a percentagem de utilização chega aos 87%, de acordo com o gabinete de estatísticas da UE.

Viagens por carro na UE.Eurostat

Em 2016, 83% das viagens terrestres na União Europeia foram feitas de carro. Os autocarros foram responsáveis por 9% das deslocações, e os comboios por 8%. O único país que regista uma taxa de utilização dos carros inferior a 70% é a Hungria, com 69%.

A Hungria é também o Estado-membro da UE que tem uma maior percentagem de pessoas a viajar de autocarro. Nas deslocações por este meio segue-se o Chipre e a Estónia. O autocarro é o segundo meio mais utilizado pelos portugueses, em 6,7% das deslocações, abaixo da média europeia de 9,4%.

No que diz respeito à utilização de comboios, Portugal, com 4,2%, também fica significativamente abaixo da média europeia, que chega aos 7,7%. A Áustria foi o país onde se verificou uma maior proporção de viagens feitas por este meio, com 12% das deslocações. Depois surge a Holanda, com 11%, e França, com 10% dos quilómetros por passageiro.

Quanto tempo passa nos transportes?

Os portugueses são dos europeus que menos recorrem à utilização de transportes públicos (comboios e autocarros). Atrás dos cidadãos lusos, ficam apenas os lituanos, que são aqueles que utilizam mais o carro.

Para tentar melhorar esta situação a Câmara Municipal de Lisboa anunciou esta segunda-feira que vai reservar mais oito quilómetros de faixas de transportes públicos, aos atuais 100 quilómetros de corredores Bus, exclusivos para autocarros, elétricos e táxis. A iniciativa tem como objetivo conquistar mais passageiros para o serviço de transportes públicos e tentar contrariar a tendência dos portugueses de utilizar o automóvel.

As faixas dedicadas também poderão ajudar a diminuir o tempo das viagens dos autocarros. Uma melhoria essencial já que aqueles que optam por andar de autocarro, metro, comboio ou barco em Lisboa e no Porto, passam uma média de 30 dias por ano dentro destes transportes, segundo dados INE, divulgados recentemente. Na capital, os transportes públicos foram o principal meio de deslocação para 15,8% dos habitantes.

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Uber Eats chega a Leça da Palmeira e Matosinhos. Já são oito cidades

Serviço de distribuição de alimentação chega a duas novas cidades do norte do país, depois de se ter estreado em Lisboa, em novembro de 2017 e, no Porto, em maio.

A Uber Eats está mais perto da praia. A app da Uber que se dedica à distribuição de refeições entre uma oferta de mais de 700 restaurantes acaba de chegar a Leça da Palmeira e Matosinhos, reforçando a aposta na região norte do país. Ao todo, já está presente em oito cidades.

O serviço da Uber chegou a Portugal em novembro de 2017, sendo Lisboa a cidade de estreia. Presente em 220 cidades em todo o mundo, o serviço foi depois implementado no Porto, em maio deste ano, em Oeiras, Cascais e Estoril e, agora, em Leça da Palmeira e Matosinhos.

Na região do Porto, a Uber Eats tem uma oferta disponível de mais de 180 restaurantes, de acordo com o comunicado enviado. Nesta nova expansão, o serviço alarga-se também a Campanhã e à área de Rio Tinto.

Na semana passada, o diretor-geral da Uber para o mercado ibérico, Rui Bento, foi escolhido para liderar a Uber Eats na região sul da Europa. Assim, atualmente, a Uber Portugal está à procura de “um novo gestor para continuar a desenvolver o negócio em Portugal”.

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