CDS-PP quer reduzir IRS e alargar ADSE

  • ECO
  • 8 Setembro 2018

CDS-PP acusa Governo de "fazer propaganda para certos grupos" com proposta de redução do IRS para emigrantes que queiram regressar e sugere alargamento do alívio fiscal a todos os portugueses.

Depois de António Costa ter anunciado a redução do IRS para os emigrantes que queiram regressar a Portugal, Assunção Cristas defende agora o alargamento desse alívio fiscal a todos os portugueses. A medida será anunciada este sábado, na festa que marcará o recomeço do ano político do CDS-PP, segundo avança o Expresso (acesso pago).

No encontro desta noite, a líder centrista irá propor a redução faseada do IRS para todos os portugueses, numa forte crítica ao Executivo por “andar a fazer propaganda para certos grupos por motivos eleitoralistas”.

António Costa tinha anunciado que o Governo quer reduzir em 50% o IRS para os emigrantes que tenham saído do país durante a crise e queiram agora regressar ao país. Em alternativa, Cristas irá sugerir uma medida a concretizar “no horizonte de uma legislatura”, que deverá abranger todos os portugueses.

Questionada sobre o impacto financeiro dessa proposta, a centrista explica que tal está a ser avaliado pelo gabinete de estudos do partido, mas deixa a nota: “Se há 750 milhões de euros para aumentar funcionários públicos…”

Além desta redução da carga fiscal, Assunção Cristas vai aproveitar a ocasião para propor o alargamento do acesso à ADSE a todos os portugueses que assim o desejem. “Se é um sistema bom, o princípio não deve ser diminuir a sua sustentabilidade, mas que todos devam poder aceder”, defende o CDS-PP, de acordo com o jornal referido.

Essa medida contraria claramente o que tem sido defendido pela esquerda. O Bloco de Esquerda, por exemplo, quer que no Orçamento do Estado para o próximo ano esteja estipulada a redução das contribuições para a ADSE.

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João Lourenço é o novo presidente do MPLA. José Eduardo dos Santos deixa liderança 39 anos depois

  • Lusa
  • 8 Setembro 2018

Quase quatro décadas depois de ter assumido a liderança do MPLA, José Eduardo dos Santos passa o testemunho a João Lourenço.

O vice-presidente do MPLA, João Lourenço, foi eleito, este sábado, presidente do partido, durante o sexto congresso extraordinário, com uma votação de 98,58%, correspondente a 2.309 votos a favor e 27 contra, anunciou a comissão eleitoral.

De acordo com os números divulgados pela comissão eleitoral, em Luanda, votaram 2.342 delegados ao congresso e registaram-se ainda seis abstenções. A comissão eleitoral declarou que estas eleições – por voto secreto – foram livres, transparente e justas.

João Lourenço, Presidente da República desde setembro de 2017, ascende assim à liderança, também, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975.

Durante a manhã, o presidente cessante do MPLA, José Eduardo dos Santos, despediu-se das funções, assumindo que cometeu erros ao longo dos quase 40 anos no poder em Angola, mas garantindo que sai de “cabeça erguida”.

“Não existe, naturalmente, qualquer atividade humana isenta de erros e assumo que também os cometi, pois só deste modo os podemos ultrapassar”, disse o também ex-chefe de Estado angolano (1979-2017), no discurso de abertura do sexto congresso extraordinário do MPLA, convocado para eleger João Lourenço como novo líder do partido.

“Esta é a minha última intervenção na qualidade de presidente do MPLA”, começou por afirmar, recordando que assumiu aquele cargo em 21 setembro de 1979, após a morte do então presidente e chefe de Estado (1975-1979), António Agostinho Neto.

“É de cabeça erguida que estou neste grande conclave do nosso partido”, disse ainda, ao dirigir-se aos mais de 2.000 delegados, ao mesmo tempo que se assumiu “pronto para passar a liderança do partido ao próximo presidente”, mas sem referir o nome de João Lourenço, vice-presidente e chefe de Estado, que será eleito hoje líder do MPLA.

“Deixo-vos o meu modesto legado, para que continuem a trilhar os caminhos das nossas figuras”, afirmou, por entre vários momentos de palmas dos delegados.

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Pedro Nuno Santos confia na aprovação do orçamento. “Não há três sem quatro”

  • Lusa
  • 8 Setembro 2018

"Não há três, sem quatro", diz o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. De visita à festa do Avante, Pedro Nuno Santos mostra-se confiante na aprovação do Orçamento para 2019.

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, disse, este sábado, numa visita à festa do Avante que “não há três sem quatro”, mostrando-se confiante na aprovação do quarto Orçamento do Estado consecutivo pelos partidos de esquerda.

Eu diria que não há três sem quatro, e que nós iremos conseguir o quarto [OE], mas há muito trabalho para fazer. Mas, obviamente, que estamos satisfeitos, nomeadamente, porque depois de anos muito difíceis – e atenção ninguém se confunda, a vida dos portugueses ainda é muito difícil e nós ainda temos muitos problemas por resolver -, mas hoje sabemos que estamos a fazer um percurso de melhoria. E isso permitiu que todos nós voltássemos a recuperar a esperança numa vida decente no nosso país“, disse.

“Nós podemos ter discordâncias sobre se é possível mais ou menos, mais depressa ou mais devagar, mas hoje sabemos que esta maioria proporcionou, em cada um destes momentos, em cada um destes anos, melhoria na vida do povo português. E o povo português tinha direito a isso, tinha direito a sentir que pode viver melhor em Portugal. E eu acho que estamos a conseguir isso”, acrescentou o governante socialista.

Quanto à possibilidade de PCP e BE poderem vir a integrar um futuro governo de esquerda na próxima legislatura, como defendem alguns socialistas, como Manuel Alegre e João Soares, entre outros, Pedro Nuno Santos não se quis comprometer, optando por destacar o clima de entendimento alcançado pelos partidos de esquerda ao longo dos últimos três anos, até porque ainda falta um ano para o final da atual legislatura.

“Nós ainda estamos em 2018, temos um OE para ser negociado e aprovado, essa questão não se colocava neste momento. Nós já ultrapassámos a barreira em que havia partidos à esquerda que estavam fora da esfera governativa“, disse.

“Nós hoje temos uma maioria que é da responsabilidade de quatro partidos de esquerda. Já não é novidade, é só uma coisa boa. No futuro espero que a cooperação entre estes partidos continue, porque isso é sinal de que o povo português vai continuar a ter vitórias muito importantes para as suas vidas. É para isso que nós cá estamos e para isso que estes partidos foram criados, para que o povo, os trabalhadores portugueses, possam continuar a ver a sua vida melhorar”, frisou.

Pedro Nuno Santos reconheceu também que as negociações com todos os partidos que apoiam o governo do PS são sempre difíceis, mas reafirmou a convicção de que vão acabar por chegar a um acordo para a viabilização do Ourçamento do Estado 2019.

Confrontado com as declarações do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, de que o país avança quando o PS se junta aos partidos mais à esquerda, Pedro Nuno Santos limitou-se a reconhecer o contributo dos comunistas para a atual solução governativa.

Quero apenas dizer, nesta bela festa de um grande partido português que é o PCP, que esse partido tem dado um grande contributo para as vitórias que nós temos tido em Portugal. E sobre isso não tenho a menor dúvida de o reconhecer. Acho que é obrigação de todos nós reconhecermos o que cada partido tem dado. E o PCP tem dado muito”, concluiu Pedro Nuno Santos.

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Se fosse pelo número de “likes” no Facebook, este seria o próximo presidente do Sporting

  • Rita Frade
  • 8 Setembro 2018

Se a escolha do próximo presidente do Sporting fosse feita com base no número de "likes" no Facebook, já haveria um vencedor. Descubra qual dos seis candidatos seria o eleito.

Candidatos à presidência do Sporting. Da esquerda para a direita: Rui Jorge Rego, Fernando Tavares Pereira, José Maria Ricciardi, Dias Ferreira, João Benedito e Frederico Varandas.Lídia Leão

Apesar de em muitos dos casos não ser um meio prioritário, todos os candidatos à presidência do Sporting fazem questão de ter uma página de Facebook, não só para chegar aos seus eleitores, mas também como forma de divulgar o seu programa eleitoral.

Mas, e se a escolha do próximo presidente do Sporting fosse feita com base no número de “likes” na página de Facebook, da respetiva campanha? Qual dos seis candidatos seria o grande vencedor?

Através da análise às páginas de Facebook dos seis candidatos, rapidamente se percebe que há dois nomes que se destacam em relação aos demais. Um deles é o de Frederico Varandas e o outro é o de João Benedito.

Apesar da pequena margem que os separa, Frederico Varandas lidera a frente da corrida em termos de “likes”. Até ao momento em que o artigo foi elaborado, a página da sua campanha contava já com mais de 27 mil “gostos”.

Imediatamente a seguir a Frederico Varandas surge o antigo guarda-redes de futsal João Benedito, com mais de 21 mil “likes”.

Os restantes cinco candidatos estão a uma distância considerável de Frederico Varandas e de João Benedito: Dias Ferreira tem 10.119 “likes” na página oficial da sua campanha, José Maria Ricciardi 7.536, Fernando Tavares Pereira 4.399 e Rui Jorge Rego 2.251.

Embora esta análise “não possa ser entendida como se fosse uma sondagem, porque os seguidores são livres e os eleitores serão apenas sócios, é um indicador relevante da popularidade de cada um dos candidatos“, diz o diretor executivo do IPAM (Instituto Português de Administração de Marketing), Daniel Sá, ao ECO.

Hoje em dia as redes sociais são uma forma de aferir a visibilidade e a notoriedade de várias coisas, de marcas, de personalidades de atletas e também de candidatos à presidência de um clube e, portanto, acho que esse é um indicador relevante“, conclui.

Relativamente ao facto de a maioria dos candidatos à presidência do Sporting considerar que as redes sociais são importantes, mas não são uma prioridade, Daniel Sá admite que se fosse candidato faria o mesmo, uma vez que “são os sócios, em condições de votar, que decidem o caminho“. É por isso que os candidatos “estão a apostar muito em campanhas de proximidade pessoal (…), onde em teoria se chega a menos gente, mas chega-se às pessoas que interessam, que são as que votam“, acrescenta o diretor executivo. Para além disso, acredita também que “seja difícil gerir as redes sociais numa fase tão efervescente da vida do Sporting“.

"São os sócios, em condições de votar, que decidem o caminho”

Daniel Sá

Diretor Executivo do IPAM (Instituto Português de Administração de Marketing)

Nessa campanha de proximidade pessoal incluem-se os encontros com os diferentes núcleos do país e os e-mails enviados aos sócios. Através desta forma de comunicação, os candidatos pretendem, não só incentivar os sócios a votar, mas também apresentar os motivos pelos quais devem ser o próximo presidente do Sporting.

Num desses e-mails, por exemplo, José Maria Ricciardi dirige-se aos sócios “indecisos”, apelando ao seu voto por serem “‘a única opção’ com o melhor projeto para o Sporting Clube de Portugal“. De uma outra forma, mas com o mesmo intuito, Frederico Varandas diz que é o presidente que o clube precisa: “o Sporting precisa de um presidente a tempo inteiro que perceba de futebol e nos ponha a vencer já“.

Coincidência ou não, as duas sondagens realizadas (uma pela Intercampus para o jornal A Bola e outra pela Domp — Desenvolvimento Organizacional, Marketing e Publicidade, a pedido de José Maria Ricciardi) apontam Frederico Varandas e João Benedito como sendo os dois candidatos favoritos à presidência do Sporting.

A diferença entre as duas sondagens reside, precisamente, nos resultados obtidos pelo terceiro candidato: enquanto na sondagem da Intercampus, José Maria Ricciardi surge com uma intenção de voto de 5,3%, na da Domp é de 28%.

O estudo realizado a pedido de José Maria Ricciardi indica, ainda, que a margem de erro da sondagem é de 3,71%, o que significa que existe um empate técnico entre os três candidatos.

Para a elaboração deste artigo foram tidas em conta as várias páginas de Facebook dos diferentes candidatos à presidência do Sporting, no período de 1 a 6 de setembro de 2018.

A lista completa:

  1. Frederico Varandas – 27.007 “likes”
  2. João Benedito – 21.479 “likes”
  3. Dias Ferreira – 10.119 “likes”
  4. José Maria Ricciardi – 7.536 “likes”
  5. Fernando Tavares Pereira – 4.399 “likes”
  6. Rui Jorge Rego – 2.251 “likes”

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UE quer acordo sobre solução temporária para imposto digital até ao final do ano

  • Lusa
  • 8 Setembro 2018

O Ecofin assumiu, este sábado, o objetivo de chegar a uma solução intercalar e temporária para um imposto sobre os serviços digitais a nível europeu, até ao final do ano.

O Conselho de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), reunido em Viena, assumiu, este sábado, o objetivo de acordar até final do ano uma solução temporária para um imposto sobre os serviços digitais a nível europeu.

No final de uma reunião informal de dois dias, que teve como principal ponto em agenda a tributação da economia digital, a atual presidência do Conselho da UE e a Comissão Europeia indicaram que vão intensificar o trabalho técnico nas próximas semanas e meses com vista a tentar chegar a um compromisso a 27 para instituir ao nível europeu uma solução tributária que será “provisória e de curto prazo”, até que seja acordada uma solução ao nível global, algo que não sucederá certamente no futuro próximo.

“Enquanto trabalhamos com vista a uma solução a longo prazo a nível da tributação digital, de preferência a nível da OCDE ou do G20, a Comissão Europeia apoia totalmente a presidência austríaca nos seus esforços de adotar rapidamente a nossa proposta para uma solução interina de imposto de serviços digitais”, disse o vice-presidente do executivo comunitário Valdis Dombrovskis.

O comissário disse ter constatado “sinais positivos de muitos Estados-membros” na reunião provisória Viena e admitiu que, pela sua parte, a Comissão apoiará a ideia de uma “cláusula de caducidade” (“sunset clause”), que não estava contida na sua proposta original.

A cláusula de caducidade do futuro imposto sobre os serviços digitais ao nível da UE conferirá ao mesmo o cariz de uma “solução intercalar de curto prazo”, enquanto não for possível um acordo ao nível da global ao nível da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), na qual a UE também continuará a trabalhar, explicou o ministro austríaco das Finanças, Hartwig Löger.

Dombrovskis admitiu que tal cláusula “é invulgar na legislação europeia” – pois as propostas legislativas que saem de Bruxelas não costumam conter condicionantes do género -, mas comentou que “se tal ajudar a avançar a proposta de tributação dos serviços digitais”, então a Comissão Europeia apoia a ideia e ajudará mesmo a presidência austríaca a desenvolvê-la.

Portugal esteve representado na reunião pelo ministro Mário Centeno e pelo secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, que se escusaram a prestar declarações aos jornalistas.

Na anterior reunião informal de ministros das Finanças da UE, em Sófia, Bulgária, em abril passado, o assunto já estivera em cima da mesa, tendo na ocasião o Governo português voltado a defender a necessidade de a Europa avançar mais depressa na tributação dos serviços digitais.

Ricardo Mourinho Félix considerou então que, atendendo a que uma solução global que envolva os vários atores na cena mundial “vai demorar”, é necessário “que ao nível da Europa se avance mais depressa”.

Portugal é um dos países que mais tem defendido a criação de impostos sobre as grandes multinacionais do digital, com o primeiro-ministro, António Costa, a defender que esta é uma das opções para o aumento dos recursos próprios do orçamento da União.

Em março passado, a Comissão Europeia propôs novas regras para garantir a tributação das atividades empresariais digitais na União Europeia, incluindo uma que permitiria aos Estados-membros tributar os lucros gerados no seu território, mesmo quando uma empresa aí não tem presença física.

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Rio: Governo tem de “arcar com a responsabilidade” após expectativas criadas a professores

  • Lusa
  • 8 Setembro 2018

As negociações entre os professores e o Governo falharam. Rui Rio diz que "era quase evidente que não ia haver acordo" e sublinha que Governo tem de "arcar com responsabilidades".

O líder do PSD, Rui Rio, afirmou, este sábado, que o Governo tem de dar uma resposta e “arcar com a responsabilidade” de ter criado expectativas aos professores no sentido da contagem de todo o tempo de carreira.

O Governo anunciou na sexta-feira que vai avançar unilateralmente com a sua proposta de contagem de tempo de serviço congelado aos professores, devolvendo em janeiro de 2019 apenas dois anos, nove meses e 18 dias, dos mais de nove anos reivindicados pelos sindicatos.

“Era quase evidente que não ia haver acordo, dada a posição dos sindicatos e do Governo e a margem que o Governo tem não dá possibilidade de conciliar. Aí, é o Governo que tem de dar uma resposta. Não sou eu, nem é o sindicato que tem de dar uma resposta”, disse Rui Rio em Castanheira de Pêra, no distrito de Leiria.

Para o presidente do PSD, “se foram criadas expectativas aos professores para se contar todo o tempo de carreira, agora [o Governo] tem de arcar com a responsabilidade de o ter feito“.

“Há um discurso político que nos empurra para uma dada situação. Se o discurso político é de uma economia saudável, é de estarmos praticamente no país das maravilhas e que os professores têm toda a razão, então de que é que se está à espera se não dar a razão aos professores, porque há folga? Mas, agora – no momento de dar -, já não há folga”, criticou.

Rui Rio falava aos jornalistas na Praia das Rocas, em Castanheira de Pêra, um dos concelhos mais afetados pelo incêndio de Pedrógão Grande, em junho de 2017.

Sobre as suspeitas de irregularidades na reconstrução de casas afetadas pelo fogo, o líder social-democrata salientou que é necessária uma “ação célere da justiça e do Ministério Público”, para que “rapidamente fique clarificado e emendado, na medida do possível”.

Questionado se o Governo falhou no acompanhamento dos processos de reconstrução, Rui Rio disse que seria “fácil dizer que o Governo podia estar mais atento”.

“Mas, dada a dimensão do que estamos a falar à escala local, do ponto de vista humano, ultrapassa tudo. Temos de apurar as responsabilidades. Conseguir atacar muito o Governo não é isso que me preocupa. Preocupam-me as pessoas. Não é justo, não é correto, tem de ser emendado”, vincou.

Já sobre a possibilidade da recondução do Chefe de Estado-Maior do Exército, Rui Rio adota a mesma postura que assumiu com a eventual recondução da procuradora-geral da República.

“Esses cargos não devem ser partidarizados”, salientou, considerando que os políticos não devem ter sentido de Estado apenas quando estão em lugares públicos.

O líder da oposição, frisou, “tem de ter sentido de Estado porque quer ser primeiro-ministro. Se quer ser primeiro-ministro, tem de mostrar sentido de responsabilidade e não andar aqui numa cacofonia completa”.

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BE acusa Governo de arrogância. “Centeno é força de bloqueio”

  • ECO
  • 8 Setembro 2018

Mortágua diz que há uma "mudança visível" na atitude do Governo, com a aproximação das eleições legislativas. Sobre o Orçamento, revela que houve uma atitude de confronto por parte do Executivo.

O PS mudou. Quem o diz é Mariana Mortágua. Em entrevista ao Expresso (acesso pago), a deputada sublinha que, com a aproximação das eleições legislativas, o Executivo de António Costa tem revelado uma “postura um pouco mais arrogante”. Sobre o Orçamento do Estado para 2019, a bloquista revela que houve uma atitude de confronto por parte do Governo e deixa duras críticas ao ministro das Finanças. “Centeno é uma força de bloqueio a mais avanços”, diz.

Com a discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano à porta, Mariana Mortágua revela que houve “alguma falta de empenho” do Governo para que as negociações pudessem acontecer de forma antecipada. Mais, a economista realça que se verificaram “algumas atitudes” por parte do Executivo que “provocaram um certo choque na maioria parlamentar”, nomeadamente no que diz respeito às longas carreiras contributivas, às rendas da energia, aos professores e às leis laborais.

Ainda assim, a deputada nota que, não é por terem sido feitas “em cima do momento”, que as conversações estão comprometidas e reforça que já se perspetivam bons resultados “em alguns campos”. Mortágua identifica duas preocupações essenciais do seu partido: o reforço do investimento público na saúde e nos transportes.

Por outro lado, a deputada deixa duras críticas ao ministro das Finanças, acusando-o de ter na cabeça “mais preocupações com a sua carreira internacional” do que com o Orçamento do Estado português.

Neste sentido, Mariana Mortágua sublinha que Mário Centeno tem mantido algumas contradições, isto é, ao mesmo tempo que “defende a política europeia até ao limite, diz que o sucesso dos resultados se devem a uma política de devolução dos rendimentos que a UE não queria”.

A deputada conclui que “Centeno é uma força de bloqueio a mais avanços dentro do Governo” e enfatiza que foi por isso que ainda não avançaram uma “série de investimentos que são muito necessários ao país”.

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E se a Itália sair do euro? Dívida aumentaria ainda mais, alerta Vítor Constâncio

Sair do euro não seria positivo para Itália. Na verdade, deixar a moeda única seria sinónimo de agravar a dívida do país, colocando-o numa situação "muito frágil", alerta Vítor Constâncio.

Vítor Constâncio não tem dúvidas: se a Itália deixar o euro, não verá os seus problemas resolvidos, mas acentuados. Em entrevista ao Corriere della Sera (conteúdo em italiano), o antigo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) considera que tal decisão resultaria num agravamento da dívida italiana e deixaria o país numa situação “muito frágil”.

“Se a Itália deixar o euro, a sua nova moeda sofrerá de volatilidade, ataques especulativos e desvalorizações”, considera o português. Segundo explica Constâncio, o Governo italiano “teria de emitir dívida em moeda estrangeira de modo a atrair investidores”, o que — tendo em conta o cenário cambial já referido — resultaria numa agudização dos problemas de dívida desse país. Isto numa Itália cuja economia já é atualmente caracterizada pela sua “alta dívida pública”, que ronda os 132% do PIB.

Apesar do forte setor industrial italiano e do excedente externo do país, com a saída do euro, a “incerteza acabaria por prevalecer, o que prejudicaria os investimentos e o emprego”, adianta ainda o ex-número dois do BCE.

“Um país como este, com dívidas elevadas, estaria no centro das suspeitas do mercado, ficaria sujeito à fuga de capitais e ao colapso cambial. O país ficaria uma situação frágil, na qual gerir uma moeda nacional não seria simples“, sublinha Constâncio.

O economista salienta também que com a desvalorização da nova moeda italiana, os bens importados ficariam mais caros, o que prejudicaria as cadeias de produção e aumentaria os custos desses processos, o que tornaria a economia menos competitiva, comprometendo “qualquer vantagem aparente” implicada na adoção de uma outra moeda que não o euro. “Nesse ponto, a inflação aumentaria e teríamos um ciclo vicioso de desvalorizações recorrentes. Se fosse fácil, todos tentariam”, nota o português.

Já quanto à recente degradação conjuntural de Itália, Vítor Constâncio explica que a mudança de Governo em Itália e a incerteza quanto às suas políticas (nomeadamente no que diz respeito à continuação na moeda única) teve consequências negativas notórias. “Por este motivo, é importante o compromisso das autoridades italianas de permanecer no euro e respeitar as regras. É uma questão política”, conclui o economista.

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Espanha e Portugal discutem “estratégia conjunta” para reforma da PAC

  • Lusa
  • 8 Setembro 2018

O ministro da Agricultura espanhol esteve em Lisboa para discutir com o seu homólogo português uma "estratégia conjunta para as negociações" referente à reforma da PAC.

Os ministros da Agricultura de Portugal, Capoulas Santos, e o de Espanha, Luis Planas, estiveram reunidos para “discutir uma estratégia conjunta para as negociações” referentes à reforma da Política Agrícola Comum (PAC), visando apresentar uma proposta comum.

Em comunicado divulgado este sábado, o Ministério da Agricultura português assinala que Luis Planas esteve na sexta-feira em Lisboa, “a convite do seu homólogo português, “para um encontro bilateral onde o tema em destaque foi a nova PAC”.

A tutela recorda que “Portugal e Espanha assinaram, em conjunto com França, uma posição comum relativamente à proposta orçamental da Comissão Europeia para o próximo quadro comunitário de apoio, uma posição à qual aderiram mais 20 estados-membros, que contestam os cortes financeiros na PAC”.

A Comissão Europeia propôs, em 01 de junho, uma verba de cerca de 7,6 mil milhões de euros no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027, a preços correntes, abaixo dos 8,1 mil milhões do orçamento anterior, com uma ligeira subida nos pagamentos diretos e cortes no desenvolvimento rural.

A preços correntes, para o QFP 2021-2027, está prevista uma verba de 4,2 mil milhões de euros no primeiro pilar da Política Agrícola Comum (PAC) e de 3,4 no segundo.

No arranque da PAC 2014-2020, Portugal recebeu 4,1 mil milhões de euros no âmbito do primeiro pilar, dos pagamentos diretos aos agricultores, e 4,082 mil milhões no segundo pilar (desenvolvimento rural).

No que concerne à distribuição dos apoios, prevê-se que os pagamentos diretos aos agricultores superiores a 60 mil euros tenham deduções e sejam limitados a 100 mil euros por exploração, estando os Estados obrigados a reservar 2% do montante recebido para os pagamentos diretos para ajudar à instalação de jovens agricultores.

No domínio do ambiente é proposto que 40% do orçamento global da PAC contribua para reforçar a ação climática e, pelo menos, 30% de cada dotação nacional para o desenvolvimento rural seja empregue em medidas ambientais e climáticas.

Adicionalmente, será ainda reservado um montante de 10 mil milhões de euros do programa da investigação da União Europeia (UE) – Horizonte Europa – para programas de investigação.

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Social-democratas criticam Rio por aconselhar críticos a sair do PSD

  • ECO
  • 8 Setembro 2018

Rui Rio aconselhou os críticos internos a deixarem o PSD, seguindo o caminho de Santana Lopes. As declarações não caíram bem junto dos militantes- "É um mau conselho", diz José Eduardo Martins.

Sem papas na língua, Rui Rio aconselhou os críticos internos a seguirem o caminho de Santana Lopes e abandonarem o PSD. “Todos aqueles que discordam do ponto de vista estrutural [deviam] coerentemente sair”, defendeu o político, em declarações à TSF. Estas palavras que não caíram bem junto de alguns dos nomes mais conhecidos do partido.

Na antena da TSF, o líder social-democrata salientou que uma coisa “é discordar criticamente e de forma genuína”, outra é “discordar de forma tática”. A este propósito, Rio referiu que Santana Lopes tem “legitimidade para criticar”, agora que saiu do partido de forma “frontal”, e sugeriu aos militantes que se mantém críticos internos que sigam os passos desse ex-primeiro-ministro.

Esta não é a primeira vez que o líder do PSD se dirige aos seus críticos — já o tinha feito no seu discurso na festa da reentré — mas desta vez foi mais longe.

Rio defendeu ainda que é preciso recentrar o PSD, já que nos últimos 20 anos o partido inclinou mais para a direita: primeiro com Durão Barroso e depois com Pedro Passos Coelho.

Social-democratas reagem a “conselho” de Rio

As palavras de Rui Rio não caíram bem junto de alguns dos nomes mais conhecidos do partido. O deputado Carlos Abreu, o autarca Carlos Carreiras, o deputado Miguel Morgado e o ex-secretário de Estado José Eduardo Martins criticaram o líder social-democrata pelo “conselho” deixado a quem discorda das suas posições.

No Facebook, Carlos Abreu salientou que o PSD “tem de continuar a ser um partido aberto e agregador, que se orgulha de incluir no seu denominador comum visões distintas”.

Carlos Carreiras — atual autarca de Cascais — lembrou que o PSD é “um partido democrático” e questionou se Rui Rio aconselhará o secretário-geral, José Silvano, a “ir para outro partido” se as suas discordâncias forem consideradas estruturais.

“É um mau conselho”, acrescentou José Eduardo Martins. “O PSD não tem donos, nem pode ser um partido de expulsões, cisões e saídas”, concluiu, por sua vez, o deputado Miguel Morgado.

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“TAP não vai financiar aeroporto do Montijo”, diz Antonoaldo Neves

  • ECO
  • 8 Setembro 2018

Antonoaldo Neves deixa claro: não será a TAP a financiar o aeroporto do Montijo. A subida das tarifas na Portela para esse efeito seria ilegal, garante o presidente executivo.

O presidente executivo da TAP reconhece que a construção do novo aeroporto do Montijo é urgente, mas garante que não será a transportadora portuguesa a financiar esse projeto. Em entrevista ao Expresso (acesso pago), Antonoaldo Neves adianta que, se houver qualquer tentativa nesse sentido, a empresa irá para os tribunais. “A gente vai às últimas consequências contra isso”, assegura o gestor.

“[O aeroporto Humberto Delgado está] totalmente esgotado”, salienta Neves, referindo que o investimento nas novas infraestruturas tem de ser feito com urgência.

Questionado sobre a possibilidade de haver um “colapso total” do aeroporto da Portela no próximo ano, o responsável responde afirmativamente e nota: “O meu medo é 2020 sobretudo”.

O gestor avança, contudo, que a TAP “terá de continuar” nesse aeroporto, isto é, para a companhia o Montijo trará benefícios apenas no sentido em que essas novas instalações funcionarão como “válvula de escape” para o aeroporto Humberto Delgado.

Deste modo, Neves faz questão de deixar claro que “a TAP não vai financiar o Montijo”, salientando ainda que “é ilegal subir as tarifas na Portela para pagar” esse projeto. “Se isso acontecer, vamos recorrer aos tribunais, a gente vai ás últimas consequências contra isso”, assegura.

O presidente executivo da empresa portuguesa explica que já há “conversas informais” sobre essa subida, mas reforça que tal seria “ilegal” e problemático, até porque Lisboa já é “o segundo aeroporto mais caro” para a TAP.

15 novas rotas e 15 novos aviões

Em entrevista ao Expresso, Antonoaldo Neves aproveitou ainda para revelar que o “potencial da TAP é muito maior do que” se tinha imaginado. De acordo com o gestor, a empresa deverá chegar aos 130 aviões até 2025, ou seja, deverá duplicar a sua dimensão.

Para já e até ao final do próximo ano, a transportadora vai ter mais 15 aviões. É a primeira vez na história da companhia que se adicionam tantas aeronaves num ano só, sublinha o responsável.

Além disso, haverá “um pico de contratações este ano e no próximo”. Até 2025, o número de pilotos passará de 1.000 para 1.800 e o número de comissários de 3.000 para 5.500.

Quanto ao número de rotas, deverão ser disponibilizadas três novas a partir do Porto e onze a partir de Lisboa. O voo Porto/Newark passará, por sua vez, a diário. No total, estão assim em causa 15 novas rotas, diz Neves.

“O maior desafio da TAP é preparar a TAP para entregar de forma excelente um volume de crescimento brutal”, conclui o gestor.

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Há crise financeira no Sporting. O que querem fazer os três principais candidatos

Frederico Varandas, João Benedito e José Maria Ricciardi vão na frente à corrida pela presidência do clube dos leões, de acordo com as sondagens. Prejuízos de 20 milhões e falência técnica, E agora?

É este sábado que se fica a conhecer o 43.º presidente do Sporting, numa corrida eleitoral com um número de candidatos recorde. À frente nas sondagens estão Frederico Varandas, João Benedito e José Maria Ricciardi, com propostas centradas no futebol, mas também na reestruturação económica e financeira do clube. Mas, dos três, é Ricciardi quem tem um discurso sem ambiguidades na dimensão financeira, enquanto Varandas e Benedito centraram as atenções na estratégia desportiva. A poucas horas de se conhecer o novo presidente dos leões, que será escolhido entre seis candidatos, o ECO reuniu as propostas destes três candidatos.

Propostas divulgadas antes de serem conhecidas as contas do clube, divulgadas ao mercado na madrugada de sábado. É que confirmam o retrato: a situação está muito no vermelho. De acordo com o relatório e contas enviado à CMVM, o Sporting apresentou um prejuízo de 19,9 milhões de euros e capitais próprios negativos no último ano terminado a 30 de junho. Em termos globais, o volume de negócios do Sporting totalizou os 126 milhões de euros, dos quais 34 milhões com venda de jogadores. No ano anterior, a faturação da SAD foi de 173 milhões e o resultado líquido foi negativo, em quase 20 milhões de euros. A SAD do Sporting está assim em falência técnica, com os capitais próprios a apresentarem um valor negativo de 13,3 milhões de euros. Uma evolução que a gestão justifica com “o investimento efetuado no plantel”.

As duas sondagens realizadas — uma pela Intercampus para o jornal A Bola e outra pela Domp — Desenvolvimento Organizacional, Marketing e Publicidade, a pedido de José Maria Ricciardi –, apontam Frederico Varandas e João Benedito como sendo os dois candidatos favoritos à presidência do Sporting. A diferença entre as duas sondagens reside, precisamente, nos resultados obtidos pelo terceiro candidato: enquanto na sondagem da Intercampus, José Maria Ricciardi surge com uma intenção de voto de 5,3%, na da Domp é de 28%.

Frederico Varandas: “Missão central, prioritária, unir o Sporting”

Nas redes sociais multiplicam-se as campanhas, numa tentativa de aproximação com os sócios. Frederico Varandas, diretor clínico do Sporting até se ter demitido na sequência das agressões em Alcochete, foi o primeiro a a admitir que se pretendia candidatar à presidência. Com 27 mil likes no Facebook, sob o lema “Unir o Sporting“, Varandas tem a seu lado Francisco Salgado Zenha, responsável financeiro, Rogério Alves, candidato a presidente da Assembleia Geral, e Joaquim Baltazar Pinto, candidato a presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar.

Na candidatura apresentada por Frederico Varandas — Lista D –, a prioridade é o Sporting, conforme escreve: “A candidatura que encabeço tem como missão central, prioritária, unir o Sporting. Vamos acabar com os sectarismos, a cultura de ódio, a degradação, o bullying, os rótulos ofensivos, as perseguições por delito de opinião, as censuras em razão do livre exercício de direitos fundamentais”.

Entre as principais medidas a implementar estão um novo empréstimo obrigacionista até 60 milhões de euros, reestruturação do passivo bancário com a compra da divida com desconto e a securitização do contrato da Nos. Para além disso, pretende que haja uma manutenção da maioria do capital da SAD e, se possível, um aumento. Somado está ainda que todos os elementos da equipa terão de apresentar a declaração de rendimentos.

No passado dia 3, em entrevista ao Notícias ao Minuto, questionado sobre as mudanças prioritárias caso ganhes as eleições, o candidato respondeu: “Acima de tudo, tornar o Sporting profissional à dimensão e valor desportivo do clube. A exploração da marca Sporting está muito aquém das suas possibilidades e basta ver que temos o nível de receita em 3,9 milhões de euros em merchandising, enquanto um dos nossos rivais têm 5,4 e o outro quase 10. Não faz sentido, pois estamos a viver no mesmo país, com as mesmas pessoas. Temos que ser mais competentes“.

Numa outra entrevista, dada ao Observador, Francisco Salgado Zenha, o futuro responsável pela área financeira caso Varandas vença as eleições, afirmou que “a parte financeira nunca desapareceu totalmente, até porque mesmo com estas vendas mais significativas falou-se sempre da cativação de parte dessa receita”, quando questionado sobre a importância dada à parte desportiva da candidatura apresentada. “Todos sabemos que existe o empréstimo obrigacionista já a vencer em novembro e teremos como prioridade refinanciar esse empréstimo obrigacionista. Agora, o problema principal do Sporting, ou da Sporting SAD, não é esse, mas sim a sustentabilidade da situação financeira e desportiva a médio e longo prazo e que passa muito por receitas”, completou.

João Benedito: “O sucesso desportivo tem de ser o motor da estabilidade financeira e institucional do Sporting”

A encabeçar a Lista A está João Benedito, antigo guarda-redes de futsal do Sporting, com mais de 21 mil likes no Facebook. Com o mote “Candidatura Raça e Futuro”, durante um debate realizado na TVI24, Benedito falou sobre Bruno de Carvalho, afirmando: “Qualquer sócio que tenha orgulho em ser o Sporting terá o mesmo orgulho que eu de recuperar a herança do clube. Eu valorizo o que está bem feito. Há efetivamente coisas que estão más, mas também quero chegar a um ponto de consenso em relação aos sócios“.

A seu lado tem João Paulo Feliciano Neves Benedito, como presidente do conselho executivo, José Manuel Araújo, como presidente da mesa da assembleia geral, e Luís Filipe da Silva Ferreira, como presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar. A nível financeiro, o candidato disse-se “preocupado” com a “fuga da informação”. Para isso, pretende criar a figura de CEO, que seja “transversal”, porém, não adiantou possíveis nomes. Em declarações ao Diário de Notícias, comentou que será “uma figura, perfil, função que faça a gestão das áreas não desportivas. A estratégia será o conselho diretivo a definir, esta pessoa terá uma função não decisória, terá uma função executiva”.

“O Sporting não está sem salvação, o que é preciso é um modelo de gestão independente“, disse. Em termos de futebol, as promessas vão desde um modelo que inclua o futebol profissional e a formação, para além do “Sporting Performance”, cujo objetivo passa por aperfeiçoar as capacidades dos jogadores. Por fim, pretende reduzir o plantel para 23/24 jogadores. “O modelo tradicional assenta primeiro na gestão e depois no desporto, o que eu quero implementar é um modelo com base no desporto e depois na gestão“, disse o candidato, em entrevista ao DN.

José Maria Ricciardi: “A situação em geral e no Sporting não é fácil”

Responsável pela Lista B está o banqueiro José Maria Ricciardi, apoiado por José Eduardo, como diretor para o futebol, Marco Caneira, diretor desportivo, e Jorge Cadete, na estrutura. A seu lado tem ainda Luís Borges Rodrigues, Presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar e Miguel Jorge Frasquilho, Presidente da Mesa Assembleia Geral.

Com mais de 7.500 likes no Facebook, o candidato tem como lema “Equipados para o Amanhã”. Entre as principais medidas que pretende implementar, a nível financeiro, estão um empréstimo obrigacionista, uma melhor gestão em todas as áreas, a entrada de novos investidores ou um aumento de investimento dos atuais acionistas, lê-se na candidatura apresentada. Ricciardi alerta, desde o início, para a situação financeira de emergência do Sporting, talvez o único a fazê-lo de forma clara e sem subterfúgios. Há um défice de tesouraria global de mais de 120 milhões de euros, dos quais 60 milhões de exploração, para o qual é preciso ter respostas até ao final do ano.

José Maria Ricciardi pretende ainda negociar a amortização da dívida do clube com os bancos. Como referiu no debate na TVI24: “A situação em geral e no Sporting, não é fácil. Quando há uma crise muito grave, isso afeta a confiança no setor”. “O Sporting está num momento decisivo onde fica do lado certo ou errado. Para lá chegar tem um problema de tesouraria para resolver. Se calhar em janeiro temos de reforçar a equipa para lutar pelo título. Isso acarreta grande capacidade de liderança, gestão e experiência. Se falhar agora as consequências são mais profundas”, afirmou.

No futebol em concreto, o candidato pretende ganhar os jogos da Champions, de forma a diminuir o valor da obrigação a vender, acabar com as reestruturações sucessivas, “acabar com o despesismo das contratações em larga escala”, reduzir o plantel para 28 jogadores, reforçar o departamento de Scouting e “ter como princípio a celebração de contratos profissionais tendo por base uma tabela salarial com forte componente em objetivos“, etc.

De acordo com o Record, o candidato referiu, durante um jantar de campanha, que Frederico Varandas e João Benedito recorrem a “técnicas do brunismo”, afirmando mesmo que ambos “são uma espécie de Bruno de Carvalho em segunda versão“. Face a isto, mostrou-se totalmente confiante de que vencerá as eleições: “Temos a perfeita convicção que os sócios nos vão dar a vitória final. Não se vão deixar influenciar por estas campanhas negras”.

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