Chineses deixam seguros do Montepio em stand-by. Apostam na Partex
Grupo CEFC China Energy pretende acelerar compra da petrolífera Partex à Fundação Calouste Gulbenkian e deixou para segundo plano a entrada no negócio segurador da Associação Mutualista Montepio.
Os chineses da CEFC China Energy deixaram em “stand-by” o negócio segurador do Montepio para dar total prioridade à compra da Partex, a petrolífera colocada recentemente à venda pela Fundação Calouste Gulbenkian, sabe o ECO. Mas há dentro da Associação Mutualista Montepio Geral quem veja nesta decisão os sinais de que o grupo chinês já terá desistido por completo da aquisição da Montepio Seguros.
Ao que o ECO apurou, o negócio entre chineses e Tomás Correia, presidente da associação mutualista, está neste momento suspenso. Isto porque a CEFC China Energy encontrou outra oportunidade de investimento em Portugal, a Partex, que se tornou uma prioridade para os chineses assim que a Fundação Calouste Gulbelkian anunciou publicamente a intenção de vender 100% do seu negócio petrolífero no início de fevereiro.
Em cima da mesa está um aumento de capital na Montepio Seguros no valor de 150 milhões, a ser totalmente subscrito pelo grupo chinês, que deverá passar a deter 60% daquela seguradora. Nestes termos, o negócio segurador da mutualista estaria avaliado em cerca de 250 milhões de euros.
Ainda que o negócio possa estar, para já, em segundo plano na perspetiva chinesa, há dentro da mutualista quem veja as coisas de uma perspetiva mais negativa: que a CEFC China Energy já não estará sequer interessada em concretizar a compra de uma participação maioritária na Montepio Seguros, que inclui a Lusitânia Seguros, a Lusitânia Vida e a N Seguros, segundo confessou uma fonte contactada pelo ECO.
Aliás, mesmo do lado português há algumas reservas em relação aos termos da entrada dos chineses no Montepio, cujo acordo foi tornado público em novembro.
As dúvidas residem sobretudo no impacto em termos de imparidades nas contas da Associação Mutualista que o negócio poderá implicar caso seja o mesmo concretizado nos moldes acordados com a CEFC China Group, em novembro passado.
O tema de que o grupo chinês já estará com outra agenda para os investimentos em Portugal chegou mesmo à última reunião informal do conselho geral da mutualista, realizada esta sexta-feira, embora este dossiê esteja completamente nas mãos de Tomás Correia.
O acordo entre a mutualista e chineses estava praticamente fechado há quatro meses, isto no seguimento de uma parceria estratégica assinada em setembro entre as duas instituições. Na altura, faltava então a luz verde do regulador, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), e também do conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral.
Contactada pelo ECO, a ASF não respondeu em tempo útil para perceber se já deu aval à operação. Também a Associação Mutualista foi contactada, mas não deu uma resposta até à publicação deste artigo.
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