Facebook vai ter comissão independente para investigar efeitos das redes sociais nas eleições
Mark Zuckerberg quer conhecer melhor os efeitos das redes sociais na democracia e nas eleições. Por isso, promoveu a criação de uma comissão independente de académicos que vão investigar o assunto.
O Facebook acaba de criar uma comissão independente de investigação para “apurar os efeitos das redes sociais nas eleições e na democracia”, anunciou esta segunda-feira o presidente executivo, Mark Zuckerberg. A nova comissão vai juntar diversas instituições de renome e tem ainda como objetivo chegar a ideias que ajudem a administração da empresa a “encarar estes problemas”.
"Ao olhar para trás, fica claro que fomos demasiado lentos a identificar a interferência nas eleições em 2016.”
“Uma das minhas prioridades de topo para 2018 é garantir que o Facebook impede a interferência e desinformação nas eleições”, começou por indicar o gestor, num post partilhado na rede social. “Tenho escrito sobre alguns dos passos que estamos a dar. Desde criar novas ferramentas de inteligência artificial para apagar milhares de contas falsas, passando por verificar todos os anunciantes políticos e administradores de grandes páginas, até lançar ferramentas líderes de transparência no setor”, escreveu.
E continuou: “Hoje [segunda-feira], estamos a dar mais um passo — criar uma comissão independente de investigação eleitoral que vai investigar os efeitos das redes sociais nas eleições e na democracia. O objetivo é gerar ideias a partir de académicos de topo sobre como encarar estes problemas, assim como responsabilizar-nos por garantirmos que protegemos a integridade dessas eleições no Facebook”, explicou Mark Zuckerberg.
Esta nova entidade não será financiada pelo Facebook, de acordo com um comunicado oficial da empresa. Em vez disso, contará com financiamento de algumas fundações bem conhecidas, como a Knight Foundation, a Charles Koch Foundation ou a John and Laura Arnold Foundation. “No centro da iniciativa estará um grupo de académicos que irão: definir a agenda de investigação, solicitar propostas de investigação independente num conjunto diversificado de tópicos e gerir um processo de revisão para selecionar académicos que irão receber financiamento pelo seu trabalho, assim como aceder a conjuntos de dados privados e protegidos do Facebook que poderão analisar”, lê-se na nota.
Mark Zuckerberg aproveitou o post desta segunda-feira para voltar a fazer um mea culpa. “Ao olhar para trás, fica claro que fomos demasiado lentos a identificar a interferência nas eleições em 2016, e que temos de ser melhores em eleições futuras”, admitiu. O líder do Facebook vai esta terça-feira ao Congresso norte-americano para responder perante o Senado. Na quarta-feira, regressa ao Congresso para responder perante a Câmara dos Representantes.
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