Francisco Lacerda: “Alguns acionistas manifestaram divergências” com a gestão dos CTT

Francisco Lacerda, presidente dos CTT, não se livrou de alguma contestação dos acionistas. Ainda assim, todos os pontos da ordem de trabalhos foram aprovados, incluindo as contas de 2017 e dividendos.

Francisco Lacerda, presidente dos CTT à saída da assembleia geral de acionistas.Paula Nunes/ECO

Durou quase três horas a assembleia geral de acionistas dos CTT, mais do que a hora e meia habitual, e no final do encontro, Francisco Lacerda, presidente do grupo, revelou que alguns acionistas pediram esclarecimentos à administração em relação ao trabalho que está a ser desenvolvido. Alguns manifestaram mesmo “divergências” quanto ao rumo que está a ser tomado.

Todos os pontos que estavam na ordem de trabalhos da reunião magna que teve lugar esta quarta-feira no Museu das Comunicações, em Lisboa, incluindo as contas de 2017 e o dividendo de 38 cêntimos, foram aprovados com mais de 90% dos votos, revelou Lacerda à saída do encontro. Mas o presidente dos CTT CTT 0,00% não se livrou de algumas reprimendas de acionistas menos satisfeitos com o trabalho desenvolvido em 2017 — ano em que os lucros registaram uma queda histórica de 56% para 27 milhões de euros.

“Todas as propostas da assembleia foram aprovadas com mais de 90%. Algumas acima de 99%, concretamente a avaliação dos órgãos de administração e de fiscalização. Houve alguns acionistas que pediram esclarecimentos e que manifestaram as suas divergências em relação a algumas das nossas atuações“, disse o presidente do operador dos correios em declarações ao ECO.

“Outros houve que, pelo contrário, apoiaram e manifestaram o seu acordo com aquilo que a administração está a fazer. Sabemos que estamos num enquadramento desafiante e é neste enquadramento desafiante que estamos a desenvolver o nosso trabalho”, declarou ainda.

"Todas as propostas da assembleia foram aprovadas com mais de 90%. Algumas acima de 99%, concretamente a avaliação dos órgãos de administração e de fiscalização. Houve alguns acionistas que pediram esclarecimentos e que manifestaram as suas divergências em relação a algumas das nossas atuações.”

Francisco Lacerda

Presidente dos CTT

Ações em mínimos? “Não comento, mas…”

Lacerda recusou comentar a baixa de forma dos CTT na bolsa. As ações dos correios tocaram esta terça-feira um novo mínimo histórico abaixo dos três euros e seguem com o pior desempenho no PSI-20 em 2018.

“Não comento as variações da cotação dos CTT. Mas… enfim, seguimos o nosso caminho, continuamos a trabalhar e empenhados como sempre estivemos e estamos a levar a cabo os desafios quer na vertente de crescimento quer na vertente de reestruturação e que são amplamente conhecidos”, frisou o CEO.

Correios recuperam depois de tocar mínimos

O operador segue sob pressão na bolsa. O CaixaBI esmagou a avaliação da ação em mais de um terço na passada sexta-feira, dizendo que a empresa “tem uma missão difícil pela frente”. Esta quarta-feira foi a vez do BPI cortar o preço alvo dos CTT. “Que temos uma situação desafiante, isso todos sabemos”, desabafou Lacerda. “Faltam pouco mais de duas semanas para apresentarmos os resultados do primeiro trimestre. Vamos guardar comentários sobre o presente para esse momento, no dia 2 de maio”.

Tal como prometido, à porta do Museu das Comunicações, vários sindicatos do setor desenvolveram ações de protesto contra aquilo que consideraram ser a degradação das condições de trabalho e do serviço prestado pelos CTT. Cerca de duas dezenas de pessoas, entre sindicalistas e elementos ligados à comissão de trabalhadores, marcaram presença na manifestação que pediu o regresso dos correios à esfera pública.

Sindicatos protestaram contra a privatização dos CTT.Paula Nunes/ECO

 

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