Pagar para levantar dinheiro? Cinco respostas sobre as comissões das caixas da Euronet

Tal como as caixas do Multibanco, as da Euronet também permitem levantar dinheiro. Mas pode ter de pagar uma comissão. Como? Basta que o seu cartão seja de débito e crédito.

Levanta dinheiro nas caixas automáticas? Certamente já reparou que já não são todas iguais como há uns anos. Há três anos começaram a surgir caixas que em vez de dizerem Multibanco, dizem ATM. São da Euronet, uma rede concorrente à da SIBS que tem como alvo privilegiado os turistas. Distingue-se por permitir fazer operações simples, sendo uma delas o levantamento de dinheiro.

Recentemente surgiu uma polémica com essas máquinas, depois de diversos clientes utilizadores de cartões duais (de débito e crédito) se terem visto confrontados com o pagamento de comissões pelo simples facto de terem levantado dinheiro. Surgiu a dúvida se essa cobrança não seria ilegal, já que não é suposta a cobrança de comissões na utilização das caixas automáticas.

Saiba, em cinco respostas, em que circunstâncias podem ter de pagar essas comissões. Mas também como evitar suportar esses encargos com uma operação tão simples como o levantamento de dinheiro.

O que é a Euronet?

Trata-se de uma rede de caixas automáticas que pertence à Euronet Worldwide, empresa fundada por norte-americanos em 1994, na Hungria — tem sede no Kansas, EUA. Está presente em mais de 150 países a nível global, chegando a 33 na Europa. Portugal é um deles. As primeiras máquinas surgiram em território nacional em 2015, com a empresa a procurar tirar partido do crescimento do turismo.

Os últimos dados conhecidos indicam que no início de 2017 já existiam cerca de 300 caixas automáticas, a maioria delas situadas nas zonas de maior afluência turística, como Lisboa, Porto e o Algarve. Mas os números atuais serão muito mais elevados tendo em conta a recente proliferação de equipamentos da rede.

Ao deslocar-se ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, o mas certo é que tenha de utilizar uma caixa da Euronet, onde a empresa tem um contrato de quase exclusividade. Aí apenas pode encontrar um número muito reduzido de caixas que não são da empresa norte-americana, mas sim da rede Multibanco, detidas pelo Santander.

Qual a diferença entre as caixas automáticas da SIBS e da Euronet?

A grande maioria das caixas automáticas existentes em Portugal pertence à SIBS, que é o único operador que processa a marca Multibanco. Estas permitem fazer um conjunto alargado de operações, sendo as principais os levantamentos, depósitos, transferências e pagamentos.

Já a rede Euronet possibilita atualmente um conjunto muito mais simplificado de operações: nomeadamente, levantamentos, consulta de saldos e alterações de PIN (código do cartão).

Outra diferença, e que está no cerne da questão levantada recentemente sobre a cobrança de comissões a quem faz operações através da Euronet, tem a ver com a forma de leitura dos cartões bancários. Existem três tipos de cartões: de débito, crédito e duais (podem funcionar como cartões de débito ou crédito). No caso dos duais, o sistema Multibanco utiliza automaticamente a opção de débito. Na Euronet, não é assim.

“Esses cartões [os duais], além de terem a marca dos formatos internacionais (ex: Visa/Mastercard), também agregam a marca do Multibanco. Apenas a SIBS, como único processador da marca Multibanco no país, pode ler e processar estes cartões, de função dupla, como cartões de débito dentro da rede Multibanco operada pela SIBS”, esclareceu a Euronet.

No caso das caixas Euronet, tratando-se de um cartão dual, a operação é sempre processada com a opção de crédito. Contrariamente ao Multibanco, o sistema não tem forma de associar esses cartões duais à opção de débito. “Os cartões de dupla funcionalidade, quando apresentados a um ATM Euronet em Portugal, são processados através das redes de formato internacionais e tratados como cartões de crédito em vez de débito nacionais e processados pelo Multibanco”, explicou a Euronet.

É da diferença de leitura dos cartões duais nas duas redes de caixas automáticas que reside a recente polémica relacionada com a cobrança de comissões.

As caixas da Euronet cobram comissões?

Não. As comissões não são cobradas por esta rede de caixas automáticas, mas sim pelos bancos emissores dos cartões bancários. Foi precisamente isso que Euronet veio explicar através de um comunicado. “As comissões cobradas pelos bancos aos seus clientes em determinados cartões de débito/crédito de dupla funcionalidade para transações de levantamento de dinheiro nos nossos ATMs em Portugal não são taxas que a Euronet cobra aos titulares dos cartões nem são taxas que a Euronet realmente recebe no todo ou em parte”, começou por dizer a Euronet.

“Estas comissões de adiantamento de dinheiro (cash advance) são cobradas pelo banco do cliente aos seus titulares de cartões em Portugal, pelo uso dos ATMs da Euronet”, explicou a empresa, acrescentando ainda que “não tem qualquer controlo sobre as comissões em vigor”.

A cobrança de comissões é legal?

É legal, desde que a operação seja considerada um crédito, ou seja, um adiantamento de dinheiro. Caso a comissão fosse aplicada sobre um cartão de débito, aí sim seria considerada um encargo ilegítimo.

Aquilo que a legislação portuguesa diz é que as instituições financeiras estão proibidas de cobrar comissões pela realização de operações em caixas automáticas, nomeadamente em levantamentos a débito, depósitos e pagamentos de serviços. Mas caso se tratem de operações de levantamento de numerário com cartão de crédito, já pode ser cobrada uma comissão por se tratar de uma concessão de crédito.

Quando se opta pela utilização de uma rede Euronet e se utiliza um cartão de crédito ou um cartão misto, em que não existe a possibilidade de o cliente explicitar se prefere a sua utilização como cartão de débito ou como cartão de crédito, ele pode ser utilizado como cartão de crédito, e então há uma comissão a pagar.

Fernando Faria de Oliveira

APB

Foi precisamente isso que Faria de oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, salientou na semana passada. “Temos uma legislação nacional que é cumprida“, começou por dizer. “Pela utilização dos ATM da rede Multibanco não se paga nada porque se trata da utilização de cartões de débito”, explicou, acrescentando que “quando se opta pela utilização de uma rede Euronet e se utiliza um cartão de crédito ou um cartão misto, em que não existe a possibilidade de o cliente explicitar se prefere a sua utilização como cartão de débito ou como cartão de crédito, ele pode ser utilizado como cartão de crédito, e então há uma comissão a pagar“.

Como fugir ao pagamento de comissões?

Para saber as comissões a que se arrisca a pagar, terá de consultar o seu banco já que os custos variam de instituição para instituição. Mas os custos associados ao cash advance incluem habitualmente uma comissão fixa por levantamento entre cerca de três euros e quatro euros. Acresce ainda uma comissão sobre o montante do levantamento que varia entre cerca de 3,5% e 4,5%, a que acresce imposto de selo a uma taxa de 4%.

Estas comissões só são cobradas nas máquinas da Euronet no caso dos cartões duais, não havendo lugar ao pagamento nos cartões de débito tradicionais. E que cartão tem? Caso tenha dúvidas relativamente à tipologia do cartão que tem em mãos, há uma forma de esclarecer essa dúvida antes de se sujeitar ao risco de lhe ser cobrada uma comissões pelo banco.

A Euronet tem, nos visores dos seus ATMs, uma informação antes da conclusão da transação […] sobre as possíveis cobranças que os bancos emissores possam efetuar sempre que os cartões de crédito forem usados nos caixas automáticos.

Euronet

“A Euronet tem, nos visores dos seus ATMs, uma informação antes da conclusão da transação, que é disponibilizada aos portadores de cartões portugueses, sobre as possíveis cobranças que os bancos emissores possam efetuar sempre que os cartões de crédito forem usados nos caixas automáticos”, explica a empresa. Ou seja, se surgir uma mensagem deste género, significa que não tem em mãos um cartão de débito, mas sim um cartão dual ou de crédito. Se não quiser arriscar-se a que seja cobrada uma comissão não avance com a operação e use uma máquina de outra rede.

Visualmente, é fácil de perceber a que rede se está a dirigir. As máquinas de caixa automática da rede Euronet estão devidamente identificadas, não só pela inscrição do logótipo da rede como pela sua cor amarela, enquanto as da SIBS destacam-se pela marca Multibanco. Há ainda as ATM Express, caixas automáticas autorizadas pela SIBS a efectuar algumas das operações da rede Multibanco, nomeadamente levantamentos e consultas de saldo, e que se distinguem por terem cor laranja.

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Wall Street cede perante nova ameaça de guerra comercial entre EUA e China

EUA preparam nova onda de tarifas sobre produtos chineses e Pequim promete responder, aumentando receios dos investidores com escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias.

Voltaram os receios de uma guerra comercial entre EUA e China, depois de Donald Trump ter anunciado tarifas de 25% sobre importações chinesas avaliadas em 200 mil milhões de dólares, o que está a pressionar a abertura da sessão em Wall Street.

O índice de referência mundial, o S&P 500, recua 0,56% nos primeiros minutos de negociação do outro lado do Atlântico, refletindo as preocupações dos investidores com a possibilidade de escalada das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Também o Nasdaq e o Dow Jones cedem 0,27% e 0,67%, respetivamente.

Um representante do comércio norte-americano, Robert Lighthizer, disse esta quarta-feira que o Presidente norte-americano pretende aumentar as taxas sobre importações de alguns produtos de 10% para 25%, porque os chineses recusaram cumprir algumas das exigências de Washington, tendo imposto algumas tarifas sobre bens americanos. Pequim já avisou, entretanto, que estão preparados para responder a esta última ameaça.

“Os mercados estão em baixa porque os investidores estão assustados com os últimos desenvolvimentos na batalha comercial”, referiu Andre Bakhos, da New Vines, à Reuters. “A recuperação económica é evidente e o mercado de trabalho está forte. Mas a guerra comercial está a criar turbulência junto dos investidores e as bolsas deverão ficar mais agitados”, disse ainda.

Em termos empresariais, as ações da Caterpillar e da Boeing cedem mais de 1%.

Do lado positivo, a Tesla dispara 8,93% para 327,7 dólares, depois de a fabricante de automóveis ter revelado o seu novo Model 3 deverá permitir o regresso aos lucros até final do ano.

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Europa: 12% dos migrantes são trabalhadores independentes

  • Marta Santos Silva
  • 2 Agosto 2018

Há menos migrantes a trabalhar por conta própria do que cidadãos do país em que residem, mas as percentagens não são muito distantes. Em Portugal, a diferença é muito pequena.

A percentagem de migrantes a trabalhar por conta própria permanece inferior, na União Europeia, à de cidadãos do país onde residem, que são mais vezes trabalhadores independentes, refere esta quinta-feira o Eurostat. O órgão estatístico da União Europeia revelou que dos 30,4 milhões de pessoas na União Europeia que trabalham por conta própria, 3,5 milhões nasceram num país que não é aquele onde exercem atividade, e entre estes 2,2 milhões vieram de fora da União Europeia.

Em percentagem, 12,4% dos migrantes vindos de fora da União Europeia são trabalhadores independentes, enquanto 12,7% dos migrantes que têm origem noutro país da UE trabalham por conta própria. O valor é mais alto para os cidadãos da UE: 14,2% são trabalhadores independentes.

Em Portugal, há 547,5 mil portugueses que são trabalhadores independentes, enquanto existiam 19,5 mil pessoas cidadãs de outros países da União Europeia a trabalharem de forma independente em Portugal. De fora da União Europeia, são 38,3 mil os trabalhadores independentes no país. As percentagens, porém, estão próximas umas das outras — observando o gráfico acima, partilhado pelo órgão estatístico, é possível perceber que Portugal está entre os países onde as taxas de emprego independente entre os cidadãos nacionais, da UE e de outros países são mais próximas.

Estas estatísticas integram-se num pacote do Eurostat relacionado com a facilidade de integração dos migrantes no mercado de trabalho. Nos Estados-membros da União Europeia, os migrantes nascidos fora da União Europeia são trabalhadores por conta própria em maior prevalência em países como a Eslováquia e a República Checa, onde a percentagem ultrapassa os 30% contra valores muito inferiores para os cidadãos nacionais, assim como na Hungria. Já no caso dos migrantes nascidos noutros Estados-membros, estes encontram as maiores taxas de trabalho independente na Polónia (28,3%) e também em Malta (20,3%).

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As taxas de trabalho por conta própria para os nascidos no país de residência são mais altas, por sua vez, na Grécia (31%) e também na Itália e na Polónia. Por outro lado, as mais baixas são as registadas na Dinamarca (7,6%) e também em países como a Suécia e a Alemanha.

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Taxistas convocam manifestação para 11 de setembro em Lisboa

  • Lusa
  • 2 Agosto 2018

As associações de taxistas acabam de convocar uma manifestação por tempo indeterminado, em Lisboa, a começar dia 11 de setembro.

As associações de taxistas convocaram esta quinta-feira, para 11 de setembro, uma manifestação por tempo indeterminado, em Lisboa, contra a promulgação pelo Presidente da República do diploma que regula as plataformas eletrónicas de transporte como a Uber e a Cabify.

A decisão foi tomada durante uma reunião entre o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida, e o presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, que decorreu na manhã de hoje sede da ANTRAL, em Lisboa.

Em conferência de imprensa, após a reunião, Florêncio de Almeida, disse que as associações vão pedir, com caráter de urgência, “se possível para amanhã [sexta-feira]”, uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que possa “pessoalmente” explicar as razões da promulgação deste diploma.

As associações de taxistas exigem que o Presidente da República suscite a fiscalização preventiva do diploma. Caso haja alguma resposta positiva da parte de Marcelo Rebelo de Sousa, a manifestação, de âmbito nacional, será desconvocada.

O presidente da ANTRAL afirmou que o destino da manifestação de 11 de setembro será a Assembleia da República, ficando por anunciar o local de início da concentração, que será revelado mais tarde.

Carlos Ramos, da FPT, acrescentou que esta “jornada de luta é justa”, e que até 11 de setembro irão decorrer reuniões distritais, em Lisboa, Porto, Faro e Braga, entre as duas associações, para sensibilizar os associados para esta mobilização.

Além disso, os taxistas vão ainda recorrer ao Provedor da Justiça para analisar se o diploma é Constitucional.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou na terça-feira o diploma que vai regular as plataformas eletrónicas de transporte como a Uber e a Cabify, após as alterações feitas pelo parlamento.

“Atendendo às alterações introduzidas pela Assembleia da República, tomando em atenção nalguma medida, embora limitada, os reparos feitos em 29/4/2018, o Presidente da República promulgou o Decreto da Assembleia da República nº 226/XIII, relativo ao regime jurídico da atividade de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica”, lê-se na nota publicada na página da internet da Presidência da República.

O parlamento aprovou, a 12 de julho, uma segunda versão da lei – após o veto presidencial – para as plataformas eletrónicas de transporte, com os votos a favor do PS, PSD e PAN, e com os votos contra do BE, PCP e Os Verdes. O CDS-PP foi a única bancada parlamentar a abster-se na votação do diploma.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Bloco e PCP insistem no direito de preferência dos inquilinos, mas admitem ajustes na lei. A taxa de juro registou o valor mais baixo dos últimos 18 anos. As receitas da Meo sofreram uma quebra no segundo trimestre do ano. Donald Trump voltou a assustar os mercados. As temperaturas elevadas colocam 32 concelhos em risco máximo de incêndio. Estas e outras notícias que marcaram a manhã desta quinta-feira.

O Bloco de Esquerda e o PCP vão insistir no decreto-lei que reforça o direito de preferência dos inquilinos em caso de venda dos imóveis, que foi vetado pelo Presidente da República. Bloquistas e comunistas admitem fazer ajustes ao diploma, desde que o essencial se mantenha. Mas alertam para as “dificuldades” que este veto traz para “milhares de famílias” já que, só em setembro o diploma poderá voltar a ser analisado.

A taxa de juro média das novas aplicações em depósitos a prazo situou-se em junho nos 0,16%. Trata-se da remuneração mais baixa de um histórico de mais de 18 anos.

Altice Europe, grupo que detém a operadora Meo em Portugal, alcançou receitas de 3,5 mil milhões de euros no segundo trimestre do ano, uma quebra de 1,4% em relação ao trimestre anterior.

O sentimento é geral: a administração de Donald Trump anunciou, na quarta-feira, que o presidente norte-americano admite aumentar as taxas aplicadas pelos Estados Unidos sobre as importações de produtos chineses, e os investidores por todo o mundo receiam um agravamento das tensões comerciais entre as duas maiores economias globais.

Os concelhos em risco máximo são do Algarve, Alentejo e do interior Norte e Centro do país. Para hoje esperam-se temperaturas muito elevadas.

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As duas razões de Marcelo para vetar o reforço do direito de preferência dos inquilinos. E as duas clarificações que exige

  • ECO
  • 2 Agosto 2018

O Presidente considera que o diploma cria "problemas a potenciais inquilinos", já que "convida os proprietários de imóveis a querer tê-los sem inquilinos".

Marcelo Rebelo de Sousa vetou o decreto-lei que vinha reforçar o direito de preferência dos inquilinos em caso de venda do imóvel. O Presidente da República destacou “duas razões de fundo” que justificaram a sua decisão, considerando que este diploma vem “criar problemas a potenciais inquilinos”, já que “convida os proprietários de imóveis a querer tê-los sem inquilinos”. E pede duas clarificações por parte da Assembleia da República.

A justificar o veto estão estas duas razões:

  1. “A primeira é a de, estando anunciada, ainda para esta legislatura, uma reponderação global do regime do arrendamento urbano, se estar a avançar com iniciativas pontuais, casuísticas, não inseridas naquela reponderação. Isto, sendo certo que já foi promulgada e entrou em vigor lei suspendendo o despejo de inquilinos habitacionais em situações de mais fragilidade”, aponta a nota da Presidência da República.
  2. “A segunda é a de, querendo proteger-se a situação dos presentes inquilinos, poder estar a criar-se problemas a potenciais inquilinos, ou seja ao mercado de arrendamento no futuro, visto que se convida os proprietários de imóveis, designadamente os não constituídos em propriedade horizontal, a querer tê-los sem inquilinos, ou só com alojamento local, para os poderem vender mais facilmente, sem a desvalorização que uma ação de divisão de coisa comum em tribunal, anterior à constituição de propriedade horizontal, pode acarretar”, acrescenta.

Marcelo reconhece que o diploma “dá mais poderes aos inquilinos de prédios não constituídos em propriedade horizontal, pelo menos aos de maior capacidade económica”. Mas ressalva que todos os inquilinos – com ou sem propriedade horizontal já constituída – passam a poder preferir sem ter de esperar três anos sobre a entrada em vigor do seu contrato de arrendamento”.

Assim, o Presidente pede duas clarificações ao Parlamento:

  1. “A primeira é sobre os critérios de avaliação da parte locada do imóvel não constituído em propriedade horizontal. Como o direito de preferência é exercido antes da ação de divisão de coisa comum ou de constituição de propriedade horizontal, em cujo título se especificaria o mencionado valor, pelo menos em termos de permilagem, conviria, porventura, esclarecer os critérios da determinação desse valor, matéria que desapareceu do texto no decurso do processo legislativo. E não se diga que o número 6º. do artigo 1091º. resolve esta questão, pois respeita à venda de todo o imóvel em conjunto com outros. Esse esclarecimento pouparia eventuais efeitos negativos em termos de litigiosidade judicial”.
  2. “A segunda clarificação, mais importante, prende-se com o facto de, na sua versão submetida a promulgação, o diploma parecer aplicar-se quer ao arrendamento para habitação, quer ao arrendamento para outros fins, designadamente comerciais ou industriais”, pode ler-se na nota. Isto porque, para Marcelo, “a proteção do direito à habitação, justificação cimeira do novo regime legal, tem cabimento no caso de o arrendamento ser para tal uso, mas não se for para uso empresarial”.

O Bloco de Esquerda e o PCP já esclareceram que admitem fazer ajustes à lei, desde que esta mantenha a sua essência. O diploma só poderá analisado em setembro, depois de terminadas as férias parlamentares.

A lei, da autoria do Bloco de Esquerda, foi aprovada no Parlamento no mês passado. Este direito de preferência já está previsto na lei, mas o diploma vinha reforçá-lo, uma vez que clarificava que este direito existe mesmo que o edifício em causa não esteja constituído em propriedade horizontal. Isto é, mesmo que o edifício não esteja dividido em frações autónomas, registadas separadamente, os inquilinos têm direito de preferência sobre a fração em que habitam, caso o proprietário queira vendê-la ou caso queira vender um imóvel em bloco, como é o caso da Fidelidade.

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Banco de Inglaterra sobe os juros em 0,25%, a taxa mais alta desde a crise financeira

O Banco de Inglaterra decidiu esta quinta-feira subir as taxas de juro para 0,75%, como era antecipado pelos economistas. É uma medida de combate à inflação.

O comité de política monetária do Banco de Inglaterra decidiu subir os juros de 0,5% para 0,75%. A notícia foi avançada pela Reuters. Era uma decisão já antecipada pelos economistas e surge como medida de combate à inflação. É a taxa de referência mais alta desde 2009, com o banco a sinalizar pouca pressa em aplicar uma nova subida nos próximos tempos, face à incerteza causada pelo Brexit.

Ainda assim, a decisão provocou alguma surpresa por ter havido unanimidade entre os nove membros do comité. Segundo a agência, o banco central indica que a economia britânica está a operar à velocidade máxima, apesar de ter desacelerado por causa da decisão da saída do Reino Unido da União Europeia. A ideia geral é a de que a inflação vai continuar a acelerar, o que fundamenta esta decisão de subir o benchmark.

O Banco de Inglaterra espera que a economia britânica cresça 1,14% este ano, mas que atinja uma média de crescimento de 1,75% ao ano até ao final de 2020.

Os mercados financeiros já estão a reagir à notícia. Face à subida dos juros, o índice britânico FTSE 100 agravou as perdas e está a cair 1,18%, para perto dos 7.562,35 pontos, de acordo com o Google Finance.

Esta é a segunda subida de 0,25% na taxa de referência desde novembro do ano passado, segundo a Bloomberg (acesso condicionado). A decisão desta quinta-feira, porém, poderá ser arriscada para a economia. Isto porque, como nota a agência, tem aumentado a incerteza quanto à forma como o Reino Unido se vai desvincular de Bruxelas.

Nas últimas semanas, várias empresas e instituições têm anunciado planos de contingência para a possibilidade de um Brexit sem acordo entre o Governo de Theresa May e a Comissão Europeia.

(Notícia atualizada às 12h27 com mais informações)

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Empresas atentas aos termómetros. Comércio prevê pico na procura de ventoinhas e ares condicionados

O calor está a fazer subir os termómetros, mas não só. Também a procura por ventoinhas e ares condicionados está a aumentar. As empresas estão a preparar-se para um pico na procura.

Já começou agosto e o calor que ainda não se tinha feito sentir este verão parece estar agora a chegar em força. A partir desta quinta-feira, os termómetros vão aproximar-se dos 40 graus e as filas nas lojas de eletrodomésticos vão aumentar. Com as temperaturas de verão, muitos são aqueles que decidem comprar uma ventoinha ou colocar finalmente um equipamento de ar condicionado em casa. Para as empresas que comercializam este tipo de aparelhos, o verão começa agora e as expectativas para os próximos dias, marcados pelo onda de calor, estão altas.

Se há quem compre uma ventoinha para remediar e suportar os dias de calor, há também quem pense em investir num aparelho de ar condicionado, uma solução a longo prazo. O verão é uma época crucial, na medida em que o calor se traduz quase imediatamente num pico na procura e, consequentemente, nas vendas deste tipo de produto. “O efeito do calor faz com que haja a compra por impulso”, disse Vasco Horta Correia, Commercial & Marketing Manager da Mitsubishi Electric, ao ECO.

Para as empresas de aparelhos de ar condicionado, este verão tardou a chegar. “Ao contrário dos verões de 2017 e 2016, que registaram temperaturas muito altas, até ao meio de julho, o verão deste ano foi completamente atípico. Não havia calor, por isso a procura não estava a ser equivalente à dos verões passados”, avançou Vasco Correia.

Só a partir da segunda quinzena de julho é que a marca de ares condicionados começou a sentir um aumento na procura, típico dos meses de verão. Nos próximos dias, em que os termómetros vão registar temperaturas mais elevadas, a expectativa quanto às vendas é positiva, tal como é para todo o restante mês. “Estamos à espera que agosto seja um mês muito bom a esse nível”, disse.

Ainda assim, o responsável pelo marketing da Mitsubishi Electric, fez questão de ressalvar que o ar condicionado já não é um equipamento só para o verão. “O consumo de ar condicionado tem aumentado todos os anos, mesmo durante os anos da crise”, revelou. O mesmo considera a Samsung, que admitiu que cada vez mais estes aparelhos são procurados também no inverno.

No entanto, é inegável que o verão significa tempos de “ouro” para este tipo de empresa. Na Samsung, este ano o efeito do calor ainda não se fez sentir nas vendas de ares condicionados, que estão muito aquém das registadas no ano passado. Para Ricardo Martins, da Samsung, as vendas de ar condicionado tendem, de facto, a aumentar no verão, mas numa situação específica: quando as temperaturas à noite são também elevadas e, por isso, fazem que com as pessoas tenham dificuldades em dormir, porque a casa não arrefece. “Se esta situação persistir por mais do uma noite, as pessoas decidem arranjar uma solução para arrefecer a casa”, explica. Nesta linha de pensamento, a marca coreana está à espera que na próxima semana a procura finalmente dispare. “Vem aí uma semana com temperaturas à noite acima dos 20 graus, o que poderá sentir-se nas vendas”.

Noutras lojas do país, que comercializam aparelhos de climatização e arejamento do ar, o sentimento é parecido. “Assim que surgem os primeiros dias de calor a sério, o normal é que a procura por este tipo de artigos seja exponencial. Por este motivo, as vendas têm aumentado nos últimos dias, em função das notícias que circulam na comunicação social, mas o pico da procura esperamos que seja a partir de hoje“, revelou Alexandra Dias, do departamento de marketing da Media Markt. Até agora, as vendas deste tipo de equipamentos está abaixo das realizadas no ano passado.

No combate ao calor, as ventoinhas também contam

Ainda que o setor não alimentar não tenha um peso relevante no cabaz de oferta das lojas da cadeia Pingo Doce, a marca está atenta à subida dos termómetros. De acordo com Nuno Abreu, Media Relations Manager da Jerónimo Martins, a entrada da onde de calor faz prever o aumento destas vendas, um “comportamento habitual dos consumidores”. Quanto a campanhas promocionais, “as ventoinhas estiveram no folheto que vigorou até ao final do passado mês de julho com um desconto de 35%”, disse.

Quando questionada sobre o mesmo assunto, uma fonte responsável pelo Continente referiu que a marca “vende apenas pequenos equipamentos e só tem ventoinhas em algumas das lojas do país”, não tendo uma oferta nem um peso significativo nesse tipo de produto.

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Ryanair quer reunir-se com sindicatos de pilotos que preparam greve para dia 10

  • Lusa
  • 2 Agosto 2018

A transportadora aérea Ryanair informou ter convidado para reuniões os sindicatos dos pilotos da Bélgica, Suécia, Alemanha e Holanda, que deverão fazer greve a 10 de agosto.

A transportadora aérea Ryanair informou ter convidado para reuniões os sindicatos dos pilotos da Bélgica, Suécia, Alemanha e Holanda, que deverão fazer greve a 10 de agosto.

Segundo informação publicada na rede social Twitter, a companhia área de baixo custo confirma ter recebido a convocatória de paralisação dos pilotos belgas e suecos para o dia 10 e que foi “notificada de possíveis ações de greve pelos sindicatos de pilotos da Alemanha e Holanda”, que acredita que decorrerão a 10 de agosto.

“Escrevemos a cada um destes sindicatos de pilotos hoje (quarta-feira) e convidámo-los a reunirem-se connosco nos próximos dias para fazer mais progressos na conclusão do reconhecimento sindical e acordos coletivos de trabalho nestes mercados”, lê-se na publicação.

Pilotos de outras bases europeias juntam-se, assim, aos colegas irlandeses, que vão cumprir esta sexta-feira a quarta paralisação desde 12 de julho. Na sequência deste novo protesto, a transportadora anulou 20 dos 300 voos previstos, afetando 3.500 passageiros.

Já esta manhã, a Ryanair, através de uma citação do dirigente Kenny Jacobs, indicou que o tráfego cresceu, de forma homóloga, 4% em julho para 13,1 milhões de passageiros, mas que quase “200 mil clientes viram os seus voos cancelados” devido à falta de pessoal” entre os controladores aéreos em França, Reino Unido e Alemanha e às “condições meteorológicas adversas e greves desnecessárias de pilotos e tripulantes de cabina”.

Na convocatória de greve, na quarta-feira, a federação sindical belga CNE recordou a recente paralisação dos tripulantes de cabine das bases de Portugal, Espanha, Itália e Bélgica e que a Ryanair tem “levado a cabo uma campanha de intimidação” a alguns desses trabalhadores.

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À Lusa, a presidente do do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, referiu que as cartas avisando das consequências de faltas nos dias 25 e 26 de julho, dias de greve, foram entregues à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e ao Ministério do Trabalho.

Numa carta dirigida aos trabalhadores, a companhia irlandesa referiu que não serão pagos vários componentes do salário, incluindo bónus de produtividade, e que as ausências são “levadas em conta, tal como outros fatores relevantes de desempenho em avaliações para oportunidades de promoções e de transferências”.

A Ryanair tem estado envolvida, em Portugal, numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no período da Páscoa.

A empresa admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve.

A decisão de partir para a greve europeia na semana passada foi tomada em 05 de julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda.

Com a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.

Em Espanha, decorreu na quarta-feira uma reunião de 12 horas entre os sindicatos de tripulantes de cabine USO e Sitcpla e a companhia aérea, na qual se acordou suspender as negociações até inícios de setembro, altura em que os sindicatos europeus se devem voltar a reunir para fazer o balanço da greve de julho e analisar eventuais novas ações.

Numa nota de imprensa, o USO assinalou continuar a não haver acordo, apesar dos “avanços quanto à atitude e diálogo mostrados pelos representantes da Ryanair e as suas agências de contratação”.

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Fórum para a Competitividade estima que PIB possa ter crescido até 2,5% no 2º. trimestre

  • Lusa
  • 2 Agosto 2018

Fórum para a Competitividade estima que a economia portuguesa poderá ter acelerado no segundo trimestre mas lamenta que país esteja a desperdiçar a conjuntura externa.

O Fórum para a Competitividade estima que a economia portuguesa poderá ter acelerado no segundo trimestre, podendo apresentar um crescimento homólogo entre 2,2% e 2,5%, mas lamenta que país esteja a desperdiçar a conjuntura externa.

“Portugal está a desperdiçar uma conjuntura externa excecional, que já está mesmo a dissipar-se, não aproveitando para convergir com a UE [União Europeia]”, lê-se na nota de conjuntura de julho.

Segundo o Fórum, os dados das exportações de abril e maio evidenciaram uma clara aceleração, enquanto os dados referentes à procura interna se revelaram com uma tendência “ligeiramente positiva”.

“Tudo somado, parece que a economia terá acelerado no 2.º trimestre, podendo apresentar um crescimento homólogo entre 2,2% e 2,5%”, indica.

No entanto, sinaliza, o INE divulgou este mês o segundo Inquérito aos Custos de Contexto, cuja principal conclusão “é que não houve melhoria em relação ao 1.º Inquérito, realizado em 2014”.

Entre os nove domínios em análise, foi no sistema judicial, nos licenciamentos e no sistema fiscal que as empresas identificaram os maiores obstáculos, à semelhança do registado em 2014. Foi, contudo, no domínio dos recursos humanos que se registou o maior aumento entre 2014 e 2017”, refere.

“Este Governo não tomou qualquer medida de fundo que permitisse diminuir os custos de contexto, que representam alguns dos maiores obstáculos ao crescimento económico, que é um dos nossos maiores problemas”, conclui.

O Fórum para a Competitividade lamenta ainda que na reforma da Lei de Enquadramento Orçamental, se tenha atrasado dois anos, nos objetivos essenciais da nova lei: “iniciar uma verdadeira orçamentação por programas em Portugal” e “dar continuidade à adequação do processo orçamental às novas regras orçamentais europeias”.

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Revista de imprensa internacional

Algumas empresas norte-americanas estão a fazer um esforço para reforçar as suas posições na China, a Starbucks através de uma parceria e a Google com uma nova versão do seu motor de busca.

Algumas empresas norte-americanas estão a fazer um esforço para reforçar as suas posições na China, a Starbucks através de uma parceria e a Google com uma nova versão do seu motor de busca. Na Europa, continuam a aparecer empresas a anunciar saída de Londres como preparação para o Brexit, e há companhias aéreas com uniões à vista. Estas e outras notícias marcam as manchetes internacionais nesta quinta-feira.

The New York Times

Starbucks faz uma parceria com a Alibaba na China

O Starbucks tinha uma grande presença no mercado chinês, que está a ser ameaçada pelas inovações digitais, nomeadamente de entregas. Para resolver isso, fez um acordo com uma subsidiária da Alibaba, Ele.me, para começar a testar a distribuição dos produtos. Vai também passar a integrar as plataformas da Alibaba para criar uma loja virtual, para experiências mais personalizadas.

Leia a notícia completa no The New York Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Reuters

Google planeia versão chinesa do motor de busca censurada

A Google quer lançar uma versão que bloqueia alguns sites e termos de busca, numa tentativa de reentrar no mercado chinês. A empresa tinha problemas de censura na China e certos produtos são bloqueados pelos reguladores. Termos relacionados com direitos humanos, democracia e religião fazem parte dos que podem ser deixados de fora. O projeto já estará em curso desde o ano passado.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

Financial Times

Credit Suisse muda-se para Frankfurt em antecipação do Brexit

Esta é a mais recente empresa a trocar Londres por uma cidade alemã, em preparações para a saída do Reino Unido da União Europeia. O banco de investimento já passou vários milhões em ativos para Frankfurt, de forma a suportar o novo hub. Ainda não se sabe ao certo quantos trabalhadores vão mudar-se para a Alemanha, mas apontam para cerca de 50. O Credit Suisse vai também passar algumas operações para Madrid e Paris.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

El País

Air France une-se à Air Europa

As companhias aéreas estão a planear uma ‘joint venture’ para melhorar a oferta para a América Latina. As empresas já tinham ligações mas agora deverão alargá-las. Na origem da decisão estarão as dificuldades financeiras da Air France, e as pressões pela assinatura de acordos comerciais partilhados por outras empresas à Air Europa. O acordo pode significar uma maior oferta de lugares, novas conexões e voos diretos entre a Europa e a América.

Leia a notícia completa no El País (acesso pago/conteúdo em espanhol).

The Wall Street Journal

Facebook quer monetizar WhatsApp

Depois da plataforma de mensagens WhatsApp ter apresentado resultados fracos, o Facebook quer começar a conseguir receitas dela. A rede social vai passar a ter empresas presentes na plataforma, quer disponíveis para conversas como para enviar informações, e a rede social Facebook terá anúncios que levem diretamente à plataforma. As empresas podem responder aos clientes gratuitamente 24 horas depois de receber a mensagem. Depois, o serviço começa a ser pago.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago/conteúdo em inglês).

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Esquerda admite ajustes na lei, mas insiste no reforço do direito de preferência dos inquilinos

O Bloco de Esquerda alerta para as "dificuldades" que o veto de Marcelo vai trazer para "milhares de famílias", já que só em setembro o diploma poderá voltar a ser analisado.

O Bloco de Esquerda, o PCP e o PS vão insistir no decreto-lei que reforça o direito de preferência dos inquilinos em caso de venda dos imóveis, que foi vetado pelo Presidente da República. Bloquistas, comunistas e socialistas admitem fazer ajustes ao diploma, desde que o essencial se mantenha. Mas alertam para as “dificuldades” que este veto traz para “milhares de famílias” já que só em setembro, depois das férias parlamentares, o diploma poderá voltar a ser analisado.

“Vamos analisar as considerações do Presidente da República. Não podemos deixar de ter em conta a sua preocupação e vamos, em conjunto com os outros grupos parlamentares, procurar encontrar uma solução que seja maioritária na Assembleia da República“, diz ao ECO o deputado bloquista Pedro Soares.

Também João Oliveira, líder parlamentar do PCP, manifestou a mesma intenção. “Veremos a melhor forma de confirmar o decreto, acautelando que o objetivo de proteção dos direitos dos inquilinos seja assegurado“, disse, em declarações transmitidas pela RTP 3.

O Partido Socialista, da mesma forma, mostrou estar disponível para analisar os argumentos do Presidente da República e apresentar melhorias ao diploma a partir de setembro. “Nesse momento, quer os argumentos evocados pelo Presidente, quer as suas opiniões, poderão vir a ser ponderadas. Mas penso que será feito com o reinício dos trabalhos parlamentares, em setembro”, afirmou João Torres, deputado do PS, em declarações transmitidas pela SIC Notícias.

Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS-PP, defendeu que o veto presidencial é “oportuno e esperado”. “O que este diploma faz, por motivos puramente ideológicos, é restringir o investimento e restringir de uma forma grave e desproporcionada o direito de propriedade, que também é um direito protegido constitucionalmente”, argumentou Nuno Magalhães na Assembleia da República, citado pela Lusa.

A lei, da autoria do Bloco de Esquerda, foi aprovada no Parlamento no mês passado. Este direito de preferência já está previsto na lei, mas o diploma vinha reforçá-lo, uma vez que clarificava que este direito existe mesmo que o edifício em causa não esteja constituído em propriedade horizontal. Isto é, mesmo que o edifício não esteja dividido em frações autónomas, registadas separadamente, os inquilinos têm direito de preferência sobre a fração em que habitam, caso o proprietário queira vendê-la ou caso queira vender um imóvel em bloco, como é o caso da Fidelidade.

[O diploma] convida os proprietários de imóveis, designadamente os não constituídos em propriedade horizontal, a querer tê-los sem inquilinos, ou só com alojamento local, para os poderem vender mais facilmente.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

O Presidente da República considerou, contudo, que o diploma vem criar “problemas a potenciais inquilinos, ou seja, ao mercado de arrendamento no futuro, visto que se convida os proprietários de imóveis, designadamente os não constituídos em propriedade horizontal, a querer tê-los sem inquilinos, ou só com alojamento local, para os poderem vender mais facilmente”.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou ainda que “todos os inquilinos — com ou sem propriedade horizontal já constituída — passam a poder preferir sem ter de esperar três anos sobre a entrada em vigor do seu contrato de arrendamento”. O Presidente opõe-se também ao facto de o diploma “aplicar-se quer ao arrendamento para habitação, quer ao arrendamento para outros fins, designadamente comerciais ou industriais“.

Há milhares de famílias que estão a ser confrontadas com este problema e este veto vai trazer dificuldades a essas pessoas.

Pedro Soares

Deputado do Bloco de Esquerda

Tanto o PCP como o Bloco dizem não se rever nos argumentos do Presidente da República. “Não consideramos que seja adequada a perspetiva de proteção do arrendamento apenas para a habitação, desconsiderando a situação dos pequenos comerciantes, da indústria e dos serviços”, apontou João Oliveira. “Os outros elementos apontados no veto também estão devidamente acautelados na lei“, acrescentou.

Ainda assim, os partidos da esquerda estão prontos para voltar a olhar para a lei logo no início de setembro, quando o Parlamento retomar a atividade. “O que é facto é que isto coloca um problema de timing, porque a Assembleia não pode responder de imediato. Há milhares de famílias que estão a ser confrontadas com este problema e este veto vai trazer dificuldades a essas pessoas”, ressalva Pedro Soares.

Notícia atualizada às 13h54 com declarações do PS e do CDS-PP.

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