Revista de imprensa internacional

A semana começa com as eleições no Brasil na ordem do dia. Depois de Bolsonaro ter tido a votação mais alta, especialistas alertam para exigência de "uma nova forma de convivência política".

A semana começa com as eleições presidenciais no Brasil na ordem do dia. Depois de Bolsonaro ter tido a votação mais elevada, os especialistas em política alertam para a necessidade de “uma nova forma de convivência política”. Também na ordem do dia, e a marcar o fim de semana passado, está o acidente com a limusina em Nova Iorque, que continua a ser investigado. Quem também continua em investigações é a China, que deteve o presidente da Interpol naquele país por alegada “grave violação da legislação estatal”.

Folha de São Paulo

Eleições no Brasil: “Realinhamento partidário vai exigir uma nova forma de convivência política”, dizem especialistas

No próximo dia 28 de outubro, o candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro e Fernando Haddad do PT vão disputar a segunda volta, que vai determinar quem vai suceder a Michel Temer na presidência do Brasil. Mas a alta votação em Bolsonaro está a levar alguns especialistas em política a dizer que o realinhamento partidário vai exigir uma nova forma de convivência política. E Bolsonaro não é apontado como sendo a pessoas mais indicada para atuar como agregador. “O eixo político que estruturou o jogo político nos últimos 25 anos acabou”, diz Sérgio Abranches.

Leia a notícia completa em Folha de São Paulo (acesso livre, conteúdo em português).

Reuters

China confirma detenção do presidente da Interpol

A China confirmou a detenção do presidente da Interpol naquele país, Meng Hongwei, por alegada “grave violação da legislação estatal”, informou o diário South China Morning Post. Meng estava considerado desaparecido desde 25 de setembro, quando viajou para a China. Após vários dias de silêncio, a comissão nacional de supervisão (o órgão anticorrupção chinês) informou num breve comunicado a detenção de Meng — que anteriormente ocupava a pasta de ex-ministro-adjunto para a Segurança Pública do Governo chinês, antes de ser nomeado como dirigente máximo da Interpol em novembro de 2016.

Leia a notícia completa em Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Expansión

Acciona vende participação na Testa à Blackstone por 379 milhões de euros

Considerada uma das três maiores construtoras de Espanha, a Acciona aceitou a oferta da Blackstone. A empresa com sede em Alcobendas vai vender a sua participação na empresa de Elon Musk, que ascende a cerca de 20%, por um preço de aproximadamente 379 milhões de euros, o equivalente a 14,32 euros por ação. O negócio está, no entanto, ainda pendente de ser formalizado.

Leia a notícia completa em Expansión (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Tech Crunch

Próximos grandes restaurantes podem não ter cozinha própria

Se os investidores de algumas das maiores empresas de tecnologias estiverem certos, a próxima grande cadeia de restaurantes não vai ter as suas próprias cozinhas. Em vez disso, fará parte de um rede de cozinhas partilhadas, uma forma de reduzir despesas e criar novos conceitos em fast food e jantares mais formais. De acordo com um relatório do grupo de pesquisa do UBS — “Evidence Lab” –, até 2030, este mercado pode crescer de 35 mil milhões de dólares para 365 milhões de dólares.

Leia a notícia completa em Tech Crunch (acesso livre, conteúdo em inglês).

The New York Times

Acidente em Nova Iorque: limusina choca com veículo e provoca 20 mortes

Durante o fim de semana, em Nova Iorque, uma limusina e outro veículo colidiram violentamente, provocando a morte de 20 pessoas (18 ocupantes da limusina, incluindo o motorista, e duas outras pessoas que estavam a passar na rua). Os 17 amigos estavam, segundo o que o jornal americano escreve, numa festa de aniversário e dirigiam-se para uma cervejaria. O acidente deu-se perto da loja de recordações Apple Barrel Country Store, no condado de Schoharie, na parte oeste de Nova Iorque. As investigações começaram no domingo, para apurar a causa do acidente, e as autópsias estão em andamento.

Leia a notícia completa em The New York Times (acesso livre, conteúdo em inglês).

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“Apple das palavras-passe” expande na Europa e abre escritório em Lisboa. Quer contratar 40 pessoas

Empresa nova-iorquina escolhe Lisboa para abrir terceiro escritório, depois de Nova Iorque e Paris. "Tínhamos de o fazer numa cidade que entende e valoriza espírito da inovação", diz CEO.

A Dashlane, empresa nova-iorquina que faz gestão de identidades, vai expandir operação e abrir um novo escritório em Lisboa. Descrita pelo The Washington Post como “a Apple do jogo das palavras-passe“, a empresa conta com mais de 150 trabalhadores nos escritórios de Nova Iorque e Paris. Em Lisboa, prepara-se para contratar 40 pessoas nos próximos 18 meses para integrarem as equipas de produto, engenharia e atendimento ao cliente.

“Quando tomámos a decisão de abrir um novo escritório, sabíamos que tínhamos de o fazer numa cidade que entende e valoriza o espírito da inovação”, afirma Emmanuel Schalit, CEO da Dashlane. “Ao pesquisarmos oportunidades por todo o mundo, Lisboa tornou-se rapidamente a escolha óbvia para o novo lar da Dashlane. A cidade é apaixonada por criar empresas inovadoras e tem a força de trabalho qualificada e motivada para concretizar. Estamos ansiosos para aumentar a nossa presença local nos próximos anos”, diz a responsável, citada em comunicado.

Quando tomámos a decisão de abrir um novo escritório, sabíamos que tínhamos de o fazer numa cidade que entende e valoriza o espírito da inovação.

Emmanuel Schalit

CEO da Dashlane

Disponível em português desde janeiro de 2016, a aplicação da Dashlane é usada por cerca de 200 mil lusófonos em todo o mundo. Além disso, quatro dos cinco meses com mais inscrições de contas da empresa em Portugal ocorreram em 2018. Criada para simplificar e proteger a identidade digital dos utilizadores, a Dashlane preenche e armazena automaticamente palavras-passe, dados pessoais e detalhes de pagamento. A app está disponível em 11 idiomas e conta com mais de 10 milhões de utilizadores em 180 países de todo o mundo.

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Operação Fizz: Leitura do acórdão marcada para hoje

  • Lusa
  • 8 Outubro 2018

O ex-procurador do Ministério Público Orlando Figueira, o advogado Paulo Blanco e o empresário Armindo Pires conhecem hoje a decisão do julgamento no qual respondem por crimes económicos financeiros.

É hoje que se conhece a sentença da Operação Fizz, com a leitura do acórdão marcada para as 14h00. O ex-procurador do Ministério Público Orlando Figueira, o advogado Paulo Blanco e o empresário Armindo Pires vão conhecer a decisão do julgamento no qual respondem por crimes económicos financeiros.

Nas alegações finais, o Ministério Público pediu a condenação do ex-procurador no Departamento Central de Investigação e Ação Penal por corrupção passiva para ato ilícito e branqueamento de capitais de Paulo Amaral Blanco, por corrupção ativa. Já quanto ao empresário Armindo Pires, a procuradora pediu que os juízes decidissem de acordo com o melhor critério, entendendo, porém, não haver factos que comprovem que o arguido cometeu um crime de corrupção.

Na última sessão de julgamento antes da decisão de hoje, a procuradora Leonor Machado anunciou a intenção de extrair certidões contra o banqueiro Carlos José da Silva e o advogado Daniel Proença de Carvalho. Na fase de contra-alegações, a procuradora disse que ia pedir extração de certidão “contra intervenientes neste processo” e confirmou aos jornalistas que os visados são o banqueiro luso-angolano Carlos José da Silva, testemunha no processo, mas que, no seu entender, Orlando Figueira devia ter sido arguido assim como o advogado do Daniel Proença de Carvalho.

Carlos José da Silva, presidente do Banco Privado Atlântico e ex-membro do conselho de administração do Millenium BCP, foi uma testemunha muito controversa no julgamento, tendo sido acusado por Orlando Figueira de estar a mentir.

Quando ouvido em julgamento, na qualidade de testemunha, o banqueiro negou que tivesse oferecido emprego ao ex-procurador Orlando Figueira para ir trabalhar para o BPA Angola, contrariando declarações deste arguido e antigo magistrado do DCIAP. Carlos Silva foi apontado por Orlando Figueira como o responsável pelo seu contrato de trabalho (nunca cumprido) para ir trabalhar para Angola como assessor jurídico do Banco Privado Atlântico (BPA).

Em julgamento, o banqueiro desmentiu Orlando Figueira, dizendo que “nunca falaram de trabalho”, nem na hipótese de o ex-procurador ir trabalhar para o BPA.

Daniel Proença de Carvalho foi o advogado que tratou da rescisão do contrato de trabalho do ex-procurador. O julgamento ficou também marcado por divergências entre os seus depoimentos e os de Orlando Figueira, tendo havido inclusivamente uma acareação e posteriormente um pedido de procedimento criminal contra o advogado.

A Operação Fizz, cujo julgamento arrancou a 22 de janeiro, assenta na acusação de que o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros, para que este arquivasse dois inquéritos em que estava a ser investigado, um deles o caso da empresa Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril em 2008.

Orlando Figueira, Paulo Blanco e Armindo Pires são os três arguidos de um caso que chegou a envolver também o antigo vice-presidente de Angola Manuel Vicente, por corrupção ativa, mas cujo processo foi separado e entregue às autoridades angolanas.

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Tensão em Itália com juros a subirem para máximos de quatro anos

Juros da dívida italiana sobem para o valor mais elevado desde 2014 e o risco agrava-se. Itália está a desafiar Bruxelas em relação ao orçamento para os próximos anos. Investidores pouco confiantes.

Itália volta a estar no centro das atenções dos mercados esta segunda-feira, depois de a União Europeia ter reiterado a sua preocupação com as intenções do Governo italiano em relação ao orçamento. Os juros da dívida estão em escalada há várias sessões e atingem máximos de mais de quatro anos. E a pressão sente-se também na bolsa, com o principal índice do país a recuar mais de 1% com a banca a ceder terreno.

A Comissão Europeia voltou a manifestar-se hoje bastante preocupada com os planos orçamentais para os próximos três anos, isto porque vão contra os compromissos assumidos em julho. A resposta de Roma foi desafiadora no passado sábado: o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini disse que não iria ceder face ao que propõe e até dia 15 deverá submeter a sua proposta orçamental a Bruxelas.

Juros de Itália a dez anos em máximos de quatros anos e meio

Fonte: Reuters

Neste clima de confrontação, os investidores revelam pouco apetite pelo risco no que toca a investimentos italianos. A yield das obrigações do Tesouro a 10 anos sobe mais de dez pontos base para 3,52%, o nível mais elevado desde o início de 2014. Também a diferença dos juros italianos com os juros alemães, uma medida do risco de Itália percecionado pelos investidores, agravava-se para 294 pontos base, muito perto da barreira psicológica dos 300 pontos.

Estamos um pouco surpreendidos com a dimensão da reação dos mercados obrigacionistas, mas parece que o mercado está a saltar para a conclusão de que a Comissão vai adotar uma abordagem dura quando Itália submeter o seu orçamento”, refere Antoine Bouvet, da Mizuho.

Numa carta conjunta do comissário Pierre Moscovici e vice-presidente Valdis Dombrovskis, foi transmitido ao ministro da Economia italiano, Giovani Tria, que a Comissão Europeia considera que a proposta orçamental de Itália representa um desvio significativo face ao caminho de convergência, o que é “uma séria preocupação”.

No mercado acionista, num dia de perdas na Europa, a praça de Milão destacava-se com uma queda de 1,43%. Os bancos italianos Unicredit e Intesa Sanpaolo cediam mais de 2,5%.

Por cá, o BCP também é castigado pela pressão vendedora que atinge a banca europeia. O banco perdeu 300 milhões de euros em valor de mercado na semana passada e as ações continuam em queda esta segunda-feira, seguindo em baixa de 1,54% para 0,23 euros.

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Jerónimo Martins e BCP pressionam bolsa. Investidores atentos aos resultados das eleições no Brasil

O PSI-20 iniciou o dia com perdas, com investidores a digerirem resultados eleitorais no Brasil. Jerónimo Martins e BCP condicionam negociação em Lisboa.

A bolsa nacional abriu a semana em terreno negativo, pressionada sobretudo pelas ações da Jerónimo Martins, EDP Renováveis e BCP. Os investidores estão atentos aos resultados das eleições no Brasil, que colocaram Jair Bolsonaro e Fernando Haddad na segunda volta.

O PSI-20, o principal índice português, cai 0,49% para 5.178,68 pontos, com 13 cotadas abaixo da linha de água. São os pesos pesados acima referidos que mais condicionam a negociação na praça lisboeta nos primeiros minutos da sessão desta segunda-feira. A EDP Renováveis e a Jerónimo Martins cedem mais de 1%. O BCP cai 0,47%.

Outras duas cotadas com grande exposição ao Brasil também observavam quedas importantes: a Galp, que explora petróleo no Brasil, vê os seus títulos cederem 0,63%; e a Pharol, que gere uma participação na telecom brasileira Oi, desliza 0,24%.

“Um dos temas da sessão nacional será a reação de algumas ações aos resultados da primeira ronda das eleições presidenciais brasileiras. Entre estes títulos figuram a EDP, a Galp, a Pharol e a Teixeira Duarte. Os investidores irão assim aguardar pelo comportamento do Real no mercado cambial e pela abertura da bolsa de S. Paulo. pelas 14h00 portuguesas”, referem os analistas do BPI no Diário de Bolsa.

Do lado positivo, as ações da EDP ganham 0,25%. E a Sonae esteve a subir quase 0,5% depois de ter lançado a oferta pública de venda do seu negócio de retalho, a Sonae MC. As ações estão a ceder agora 0,35% para 0,8575 euros. A oferta iniciou-se esta segunda-feira e os investidores vão poder comprar ações da nova cotada da família Sonae a um preço entre 1,40 euros e 1,65 euros. O preço final será estabelecido no dia 18 de outubro. Depois, a 23 de outubro, a Sonae MC deverá estrear-se na bolsa portuguesa.

Lá por fora, as perdas são mais acentuadas sobretudo em Milão, que tem estado no centro das atenções por causa das intenções do Governo italiano em relação a orçamentos com défices maiores do que o previsto. O FTSE-Mib cede 1,03% para 20.135,53 pontos, num dia em que os juros da dívida italiana voltam a agravar-se.

Noutras praças importantes mantinha-se também o registo negativo: o DAX-30 alemão perde 0,61%, o CAC-40 francês cede 0,55%. O índice de referência para a Europa, o Stoxx 600, cai 0,51%.

(Notícia atualizada às 08h22)

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Hoje nas notícias: estivadores, Sintra-Cascais, PJ Militar

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A semana começa com a paralisação dos estivadores nos portos, representado um aumentos dos custos para os exportadores nacionais. Nos hospitais, um estudo diz que há maior risco de morte, devido a enfarte, nas unidades do Sul do que nas do Norte. Uma diferença que chega até aos 30%. Ainda, sobre o incêndio em Sintra, que está em praticamente todas as capas desta segunda-feira, o Governo já estava avisado há meses da vulnerabilidade desta área protegia.

Greve nos portos aumenta custos para exportadores

A paralisação dos estivadores ao trabalho suplementar já afastou de Lisboa os maiores armadores internacionais (Maersk e Hapag-Lloyd) e está a significar um aumento dos custos para os exportadores nacionais. Mas, além da capital, a greve também afeta o porto de Setúbal, região onde estão alguns dos maiores exportadores nacionais.

Leia a notícia completa em Jornal de Negócios (acesso pago).

Vítimas de enfarte têm 30% mais risco de morte se forem tratados no sul

Os hospitais públicos de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve apresentam maior número de mortes, na sequência de enfarte agudo do miocárdio, quando comparados com os hospitais do norte do país. Este risco chega a ser 30% superior quando se comparam os resultados de milhares de pacientes tratados em hospitais do sul com os que foram assistidos em unidades do Norte. Quem o diz é a investigadora Mariana Lobo, depois de tirar as conclusões do estudo que integra a sua tese de Doutoramento, desenvolvido no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis).

Leia a notícia completa em Público (acesso pago).

Governo tinha sido avisado para riscos em Sintra-Cascais

O Governo já está alertado, pelo menos desde maio, para o elevado risco de incêndio no Parque Natural Sintra-Cascais. O aviso chegou por meio de um relatório elaborado por peritos da Comissão Europeia, que se deslocaram a Portugal e que dão conta da extrema vulnerabilidade daquela área protegida. O documento foi entregue ao secretário de Estado das Florestas, aos presidentes do Instituto de Conservação da Natureza e, também, ao responsável pela estrutura da missão dos fogos rurais, Tiago Oliveira. O Público tentou saber junto do Executivo o que foi feito depois de recebido o relatório, no sentido de reduzir o risco, mas não obteve qualquer resposta.

Leia a notícia completa em Público (acesso pago).

Líder da PJ Militar empurra encenação para subalternos

Luís Vieira, ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJ Militar) — que está em prisão preventiva — garantiu não saber nada sobre a simulação da entrega das armas de Tancos, atirando a responsabilidade para os seus subalternes. No interrogatório, o coronel Luís Vieira disse que apenas tratava de papéis e que não estava a par do dia-a-dia das operações.

Leia a notícia completa em Jornal de Notícias (acesso pago).

Sindicatos acusam Costa de distribuir “tostões”

Os sindicatos não estão contentes com os aumentos na Função Pública. O jornal i escreve esta manhã que os sindicatos dizem que o primeiro-ministro português, António Costa, devia ter vergonha de distribuir “tostões”. A crítica surge na sequência das negociações em curso sobre os aumentos na Função Pública.

Leia a notícia completa em jornal i (acesso pago).

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Vista Alegre aumenta capital em 17 milhões. Vai dispersar mais ações na bolsa

A Visabeira, maior acionista da empresa, deverá ficar com 70% do capital da empresa após o aumento de capital. Reforço de capital servirá para abater a dívida.

A Vista Alegre vai aumentar o seu capital em quase 17,2 milhões de euros através da emissão de mais de 21,7 milhões de novas ações. Vão ser ainda vendidos outros 21,7 milhões de títulos que já foram emitidos e que pertencem à acionista Visabeira. As duas ofertas vão permitir que empresa de vidros e porcelanas disperse até 25% do seu capital em bolsa.

O lançamento do aumento de capital encontra-se sujeito às autorizações e aprovações necessárias, tendo sido já convocada para o dia 12 de outubro uma assembleia geral para os acionistas deliberarem o aumento de capital com vista ao incremento da dispersão do capital da empresa e “à otimização de fontes de financiamento da sua estratégia”, segundo se lê no comunicado da Vista Alegre divulgado esta segunda-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A reunião magna vai ainda decidir sobre a supressão do direito de preferência dos acionistas, isto para que as novas ações possam ser compradas pelos investidores, aumentando assim o “free float” em até 25% do capital social da empresa, “passando o grupo Visabeira a ter uma participação de cerca de 70% das ações e direitos de voto da Vista Alegre — esta última vai beneficiar do “referido reforço de dispersão, do alargamento da base acionista e, consequentemente, de uma maior liquidez das ações, reforçando a sua atratividade perante potenciais investidores”.

A Vista Alegre informa ainda que o dinheiro levantado com esta operação vai “otimizar as fontes de financiamento” da empresa, reforçando a situação financeira e o balanço por “via da redução de dívida”.

Haverá uma oferta particular que será dirigida a “certos investidores institucionais nos mercados nacional e internacional” e uma oferta pública de distribuição em Portugal, em condições ainda por determinar.

Para Nuno Terras Marques, presidente do conselho de administração da Vista Alegre, “a intenção de aumentar a dispersão em bolsa do capital da Vista Alegre é mais um momento relevante na longa história da companhia fundada em 1824”.

A empresa conta com o CaixaBI e o Millennium Investment Banking para preparar toda a operação.

A Vista Alegre apresentou lucros de 4,04 milhões de euros no primeiro semestre do ano, após um volume negócios de quase 50 milhões de euros. Chegou a junho deste ano com um passivo total de 146 milhões de euros. É uma das empresas mais antigas na bolsa nacional, com mais de 30 anos de presença no mercado.

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OPV da Sonae MC já arrancou. 10 perguntas e 10 respostas

Os pequenos investidores que pretendam participar na OPV da dona do Continente podem fazê-lo entre 8 e 17 de outubro. Em dez respostas tudo o que precisa de saber se também quiser investir.

É a OPV do ano em Portugal. E os investidores que pretenderem “entrar na corrida” e candidatar-se a ficar com uma fatia do negócio do retalho da Sonae podem fazê-lo a partir desta segunda-feira. Arrancou o período para a subscrição de ações da oferta pública de venda (OPV) da Sonae MC. São vários os argumentos da empresa com vista a convencer os investidores a não se deixarem ficar de fora da operação. A estes resta ponderar se se trata ou não de uma boa opção de investimento. Para aqueles que se deixarem convencer há um conjunto de aspetos relacionados com a operação a ter em conta, desde o início da subscrição à entrada em bolsa da dona do Continente. Fique a conhecê-los em dez respostas.

Quando é possível subscrever?

O período de subscrição de ações inicia-se nesta segunda-feira, com as ofertas a terminarem no dia 17 de outubro (para pequenos investidores) e no dia 18 (para investidores institucionais). Aliás, o preço final da oferta deverá ser divulgado nesse dia 18. Depois, tudo indica que as ações façam a sua estreia na Euronext Lisbon no dia 23 deste mês. O período de subscrição para os investidores decorre, contudo, em duas fases. A primeira acontece entre 8 e 12 de outubro, e a segunda entre 13 e 17 de outubro.

A que preço vão ser vendidas as ações?

A Sonae MC vai vender cada título entre 1,40 euros e 1,65 euros, sendo o valor final definido com base na procura que se registar durante o período de subscrição das ações que arrancou nesta segunda-feira.

Qual a oferta de ações disponível?

A Sonae pretende vender cerca de 217 milhões de títulos, representativos de 21,7% do capital da empresa de retalho, sendo que a percentagem a alienar poderá chegar, no limite, até aos 33%, se a procura se revelar robusta. Os grandes investidores internacionais ficam com a maior “fatia”. Os institucionais e os pequenos investidores nacionais vão ficar com apenas 5% (50 milhões de ações).

Quantas ações é possível comprar?

No âmbito das 50 milhões de ações disponíveis para o retalho, cada investidor deve fazer ordens de aquisição em múltiplos de dez ações, com um montante mínimo de dez e um montante máximo de 175 mil ações, revela o prospeto. Mas cada investidor poderá submeter apenas uma ordem de aquisição, sendo que caso várias ordens sejam submetidas pelo mesmo investidor, apenas a que represente a maior quantidade de ações será considerada válida. Em igualdade de circunstâncias, será dada prioridade à ordem de aquisição apresentada no primeiro período da oferta de retalho.

Onde se podem comprar os títulos?

O CaixaBI e o Millennium investment banking são os intermediários financeiros responsáveis pela assistência e colocação no âmbito da oferta de retalho. Mas os investidores particulares podem dar ordem de subscrição junto de qualquer banco ou corretora, ao balcão, pelo telefone ou online. A única condição é que o intermediário financeiro esteja habilitado a prestar o serviço de registo e depósito de valores mobiliários.

Quanto custa subscrever as ações?

Sobre o preço de aquisição das ações poderão recair comissões a pagar pelos investidores aos intermediários financeiros, sendo que cada um tem o seu preçário. Os investidores que não têm qualquer valor mobiliário em carteira têm de ter em conta que poderá ser cobrada uma comissão de custódia de títulos (normalmente paga de três em três meses). Antes de subscrever, informe-se destes encargos.

Até quando é possível cancelar o pedido?

As ordens de aquisição não poderão ser revogadas após o quinto dia anterior ao fim do período da oferta, que é 12 de outubro de 2018. Após esta data, as ordens de aquisição só poderão ser alteradas para aumentar o montante inicial de ações a adquirir, esclarece o prospeto da operação.

O que acontece se a procura superar a oferta?

Quando a procura pelas ações supera o número de títulos disponíveis há lugar ao rateio. As ordens submetidas no primeiro período da oferta beneficiam de um coeficiente de atribuição de 100%, salvo se as tais ordens puderem ser satisfeitas com um coeficiente inferior. Ou seja, são satisfeitas primeiro, na integra, as ordens dos investidores da primeira fase.

Quando é conhecido o resultado da operação?

Terminado o período de subscrição das ações para os investidores de retalho (a 17 de outubro) e para os institucionais (18 de outubro), é feito o apuramento dos resultados da oferta. Esse é comunicado ao mercado numa sessão especial de bolsa que terá lugar a 18 de outubro, dia em que é determinado o preço e o número final de ações. O arranque da negociação acontece no dia seguinte — 19 de outubro — num pressuposto-base de “admissão condicionada”.

Quando são atribuídas as ações?

Tudo aponta para que a negociação das ações na Euronext Lisbon tenha início, de forma incondicionada, aproximadamente a 23 de outubro, indica o prospeto da OPV. É nesse mesmo dia que ocorre a liquidação da oferta de retalho. Ou seja, em que são atribuídas as ações aos pequenos investidores.

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5 coisas que vão marcar o dia

O início da subscrição das ações da Sonae MC, a reunião da Autoeuropa com trabalhadores, a decisão sobre a operação Fizz e a divulgação do novo Nobel da Economia marcam o arranque da semana.

Os acontecimentos que marcam o primeiro dia da semana são transversais a diferentes áreas. Destaque para o início do período para a subscrição das ações da Sonae MC, mas também para mais uma reunião entre a administração da Autoeuropa e os trabalhadores. Terá início também a leitura do acórdão da operação Fizz, sendo ainda conhecido o nome do novo Nobel da Economia. Conte ainda com combustíveis mais caros a partir desta segunda-feira.

Quer ações da Sonae MC? Subscrição arranca hoje

A Sonae MC está quase a chegar ao mercado de capitais português. O prospeto da operação já foi aprovado pela CMVM. Chega agora a vez de os investidores interessados em participar na Oferta Pública de Venda da empresa que detém a cadeia de hipermercados Continente tomarem posição. A oferta de ações arranca esta segunda-feira, estando os títulos disponíveis para subscrição tanto por pequenos investidores como por grandes a um intervalo de preços de 1,40 e 1,65 euros. O período de subscrição termina a 17 de outubro para os pequenos investidores, e um dia depois para os institucionais.

Administração da Autoeuropa reúne-se com trabalhadores

A laboração contínua já está em vigor há mais de um mês na Autoeuropa, mas a Comissão de Trabalhadores (CT) e administração da fábrica da Volkswagen ainda não conseguiram chegar a um acordo. A empresa está a ceder em algumas das exigências, mas as propostas ficam aquém tanto em termos da atualização salarial pretendida como da compensação adicional pelo trabalho ao fim de semana. A CT pede mais. As reuniões vão continuar. A próxima é já nesta segunda-feira.

Decisão do Tribunal sobre a Operação Fizz

O acórdão da Operação Fizz, na qual está a ser julgado o ex-procurador do Ministério Público Orlando Figueira e o advogado Paulo Blanco, por vários crimes económicos, foi agendado para esta segunda-feira, 8 de outubro. O julgamento da Operação Fizz teve início a 22 de janeiro e assenta na acusação de que Orlando Figueira recebeu 760 mil euros para arquivar processos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), um deles o caso da empresa Portmill, relacionado com a aquisição em 2008 de um imóvel de luxo situado no Estoril. A leitura do acórdão será às 14h00.

Preços dos combustíveis sobem… e muito

A partir desta segunda-feira conte com uma subida acentuada nos preços dos combustíveis, para um novo máximo de pelo menos abril de 2015. Abastecer o carro com gasóleo vai custar mais três cêntimos, com o preço do litro a subir até aos 1,428 euros por litro. Para a gasolina o aumento é de dois cêntimos, o que coloca o preço do litro deste combustível nos 1,60 euros. A culpa é da escalada dos preços do petróleo que subiram acima dos 85 dólares.

O Nobel da Economia vai para…

Uma semana após o início da atribuição dos Prémios Nobel, chega a vez de saber a quem será atribuído o Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel. Não sendo um Nobel por não ser agraciado por vontade expressa do filantropo, mas sim uma condecoração estabelecida pelo banco central sueco, dada a sua importância é anunciado juntamente com estes prémios. Em 2017, o prémio foi atribuído a Richard Thaler, cujos estudos ajudam a perceber como o comportamento humano muitas vezes se desvia dos modelos teóricos. O anúncio do vencedor deste ano será às 10h45 de Lisboa. O prémio vai para…

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O que querem os lobbies que estão sentados à mesa do Orçamento?

Dos sindicatos aos mediadores imobiliários, passando pelos municípios até aos patrões, vários são os lobbies sentados à mesa com o Governo. O ECO agrupou as suas reivindicações para o Orçamento.

O Orçamento do Estado para o próximo ano só cruza as portas do Palácio de São Bento no dia 15, mas até lá há muito que discutir. Além das propostas adiantadas pelo Governo e pelos partidos, há ainda que colocar na balança as exigências e sugestões dos muitos lobbies sentados à mesa com António Costa e Mário Centeno: dos patrões aos sindicatos, passando pelos senhorios e municípios.

Depois de um verão salpicado por polémicas, a educação, a saúde e o arrendamento são alguns dos temas mais fortes deste debate, não esquecendo o salário mínimo nacional e as pensões. Para que não se perca no meio de tantas propostas, o ECO reuniu as principais reivindicações dos parceiros do Governo e das associações que querem ver as suas vozes refletidas no documento que servirá de guia às contas do próximo ano.

O que exigem os sindicatos?

Foto: Paula NunesPaula Nunes/ECO

Do lado dos sindicatos, a expressão de ordem é “valorizar o trabalho”. Como? Através de um “aumento geral dos salários”, no próximo ano.

Neste sentido, a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) defende a fixação do salário mínimo nacional nos 650 euros mensais, a partir de 1 de janeiro de 2019, que compara com os 580 euros atualmente em vigor. Já a União Geral de Trabalhadores (UGT) propõe a subida para 615 euros mensais.

O sindicato de Arménio Carlos pede também a subida de, pelo menos, 4% dos salários da Função Pública e “um acréscimo salarial não inferior a 40 euros por mês. Isto, diz o organismo na sua Política Reivindicativa para 2019, “no quadro de uma política de melhoria do nível de vida dos trabalhadores”.

Idênticas exigências são feitas pelo sindicato de Carlos Silva. “Vai sendo tempo de o primeiro-ministro perceber que as pessoas estão fartas de austeridade. Tem de haver uma nova política de rendimentos para os trabalhadores portugueses, em particular para os trabalhadores da administração pública”, disse o secretário-geral, na reentré.

No que diz respeito à contratação coletiva, a CGTP pede a reposição do princípio de tratamento mais favorável ao trabalhador, a “derrogação da norma relativa à escolha individual da convenção aplicável”, a anulação dos regimes de sobrevigência e caducidades das convenções e a eliminação da norma sobre a “delegação de poderes para negociar em nome da associação sindical”. Quer também que o Governo assegure e dinamize este tipo de contratação e defende a “efetiva negociação coletiva na Administração Pública”.

Ainda no tópico “contratação”, o sindicato de Arménio Carlos sublinha a necessidade de limitar os “fundamentos da contratação a termo”, de sancionar as entidades patronais que usem de modo indevido a contratação a prazo, de combater a utilização abusiva do trabalho temporário através da integração desses trabalhadores nos quadros das empresas utilizadoras “sempre que lhes estejam a prestar um serviço permanente” e de reforçar o pessoal do IEFP encarregue de captar e divulgar ofertas de emprego.

Da contratação ao trabalho efetivo, a CGTP exige a redução dos horários de trabalho para 35 horas semanais, a “garantia de dois dias de descanso semanal consecutivos” e a “consagração de, no mínimo, 25 dias úteis de férias”. Pede também a dispensa do trabalho noturno ou por turnos dos trabalhadores com filhos com menos de 12 anos. Isto, é claro, a requerimento dos pais. Mais, este sindicato defende o aumento das coimas aplicáveis por violação das normas de segurança e saúde no trabalho.

No capítulo das reformas e pensões, a CGTP e a UGT querem um aumento destas prestações, de modo a “melhorar o poder de compra” dos cidadãos. O sindicato de Arménio Carlos defende ainda a reposição dos 65 anos como idade legal da reforma; a eliminação do fator de sustentabilidade, e a possibilidade de todos os “trabalhadores com carreiras contributivas de pelo menos 40 anos terem acesso à pensão de velhice sem penalização”.

Na saúde, os representantes pedem o fim das taxas moderadoras e a garantia de que “todos têm acesso médico e enfermeiro de família”, exigindo ainda o reforço do Sistema Nacional de Saúde.

No polémico setor da educação, a CGTP apoia a “contabilização integral do tempo de serviço prestado” pelos professores (ou seja, nove anos, quatro meses e dois dias e não os dois anos, nove meses e 18 dias propostos pelo Governo) de modo a valorizar estes profissionais e a conseguir a “normalização” das suas carreiras. “É uma reivindicação justa”, corrobora a UGT.

Quanto à fiscalidade, é exigido por ambos os sindicatos o reforço da progressividade dos impostos e o alargamento dos escalões do IRS. A CGTP acrescenta como exigência o englobamento obrigatório de todos os rendimentos (independentemente da sua fonte) e a descida do IVA para 6% sobre todos os bens e serviços do “cabaz básico”, isto é, eletricidade, gás, bens alimentares, vestuário e calçado, produtos de higiene pessoal e doméstica e bens culturais ainda não sujeitos à taxa reduzida.

O que defendem os patrões?

CIP defende a promoção do investimento e o estímulo das condições de capitalização e financiamento.Paula Nunes / ECO

Se no lado dos sindicatos o foco está na valorização dos rendimentos, no lado dos patrões as exigências passam sobretudo pela promoção do investimento, o estímulo das condições de capitalização e financiamento, a melhoria do ambiente de negócios, a adequação do mercado de trabalho e a redução da carga fiscal.

“É tempo de o Governo deixar de olhar para as empresas como meras fontes de receita, mas antes como o motor de crescimento da economia portuguesa. A redução da carga fiscal é necessária, mas a previsibilidade do enquadramento fiscal é igualmente importante”, já notou, nesse sentido, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva.

Nas mais de 50 propostas desta associação para o Orçamento do próximo ano exige-se, por isso, o aumento da possibilidade de dedução à coleta para 50% dos lucros retidos que sejam reinvestidos “em aplicações relevantes”, a eliminação do limite máximo do investimento (atualmente fixado nos 7,5 milhões de euros), o alargamento do prazo de obrigatoriedade de exercício da opção de compra (de cinco para dez anos) e a subida de 15 mil euros para 50 mil euros do limite de “matéria coletável para efeitos de aplicação às PME da taxa reduzida de 17%, em sede de IRC”.

Os patrões pedem ainda a aplicação da taxa de IRC de 12,5% a todas as empresas que operem no interior, a eliminação das derramas e o alargamento do regime de Dedução de Lucros Retidos e Reinvestidos a todas as empresas, até 50% da coleta de IRC.

No que diz respeito à capacitação das empresas, a CIP sugere a criação de mecanismo de prestação de serviços de rating e de research para as PME.

Quanto à capitalização e financiamento, o organismo liderado por António Sarava propõe a eliminação do limite de dois milhões de euros do regime de fomento dos capitais próprios e o estabelecimento da possibilidade de amortizar, para efeitos fiscais, o goodwill financeiro nas operações de investimento em participações sociais em empresas (até 5% ao ano). Quer também que se crie uma linha de financiamento público às empresas que tenham sido reestruturadas e um fundo de investimentos com recursos públicos para empresas em situação económica difícil.

No capítulo dedicado à mão-de-obra, a CIP exige que se aloque uma parcela da Taxa Social Única (TSU) a uma conta específica de cada empresa, que poderia ser usada para financiar a formação profissional dos trabalhadores.

A confederação de Saraiva sugere ainda criação de um mecanismo que “permita às empresas cujo volume de faturação não ultrapasse os 200 mil euros anuais” pagar o IRC em três parcelas, com o objetivo de “atenuar as pressões de tesouraria”.

Por fim, a CIP quer garantir que a tributação que incide direta ou indiretamente sobre as empresas não será agravada e que não serão criados novos impostos que afetem as empresas.

Por sua vez, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defende que é preciso que o Orçamento para o próximo ano introduza medidas que “reduzam o atual clima de asfixia fiscal das empresas”, nomeadamente a redução da taxa de IRC e das tributações autónomas.

Já a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal sugeriu ao Governo de António Costa que reduza a TSU para as empresas que aumentem a remuneração média dos seus trabalhadores, que elimine o Pagamento Especial por Conta (PEC), que diminua as taxas de tributação autónoma, que desça progressivamente o IRC e que imponha uma majoração em 120% dos encargos suportados com doutorados e ações de formação profissional.

Idênticas reivindicações apresentou a Confederação do Turismo de Portugal: apoia a eliminação do PEC e a redução do IRC, acrescentando a necessidade de se criar um IVA Turístico. Mais, pede a reposição da taxa de IVA de 6% para o golf e da taxa intermédia (13%) para o serviço de bebidas, bem como a abolição da Taxa Turística.

O que exigem os municípios?

ANMP defende aplicação de taxa mínima do IVA nas refeições escolares e iluminação pública.

Dos patrões às autarquias, a preocupação com a carga fiscal mantém-se. A Associação Nacional de Municípios Portugueses exige que passe a ser aplicada às refeições escolares e à iluminação pública a taxa mínima do IVA (6%).

De acordo com a associação, o agravamento da carga fiscal nesses serviços “foi introduzido no período de crise” como medida “temporária”, pelo que deve agora ser revertido “dado que se trata do cumprimento de tarefas essenciais ao bem-estar e segurança pública”.

As câmaras pedem ainda que as companhias de bombeiros municipais ou de sapadores beneficiem de um programa de financiamento permanente, à semelhança do que acontece com os voluntários. Tal medida justifica-se com a “missão de serviço público dos corpos de bombeiros da administração local”, defendeu o presidente da Associação, Manuel Machado, na apresentação das propostas.

O que exigem os mediadores imobiliários e os senhorios?

APEMIP defende que resolução dos problemas habitacionais deve ser prioridade.Pixabay

Do lado dos profissionais da mediação imobiliária, a prioridade é resolver os problemas habitacionais, especialmente ao nível do arrendamento urbano. “Todos sabemos que existem problemas habitacionais que têm que ser sanados e tal só acontecerá quando houver um mercado de arrendamento que dê resposta às necessidades dos cidadãos”, já salientou, nesse sentido, o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

Entre as propostas apresentadas pela APEMIP, está, por isso, a atribuição de benefícios fiscais aos senhorios que arrendem as suas casas a preços acessíveis e a introdução de um seguro de renda popular.

Dos mediadores para os senhorios, a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) já pediu “tréguas” à ofensiva que, diz, tem sido lançada pelo Governo sobre o imobiliário e propôs “um pacote de medidas transversais de alívio fiscal”.

Entra essas reivindicações está a redução da taxa liberatória dos rendimentos prediais em três pontos percentuais por cada ano de vigência de um contrato de arrendamento (com duração até cinco anos) e a fixação de uma taxa liberatória de 10% para todos os contratos de arrendamento celebrados com prazo superior a seis anos.

Além disso, os senhorios pedem a dedução total do valor do IMI e das Taxas Municipais em sede de dedução à coleta e não ao rendimento, bem como “o aumento das deduções das despesas implicadas no mobiliário, eletrodomésticos e juros e amortizações de empréstimos para obras nos imóveis”.

Quanto ao IMI, a ALP exige também a fixação de uma taxa única de 0,1% a aplicar em todo o país e a eliminação do Adicional ao IMI. Por fim, os proprietários pedem que todos os contratos de arrendamento com rendas congeladas ou que se tenham tornados vitalícios desfrutem de “isenção total de IRS e IMI”.

O que exigem as empresas petrolíferas?

Redução da carga fiscal é uma das prioridades das empresas do setor.

As associações das empresas do setor automóvel e petrolífero — Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) e Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO) — estão unidas numa meta comum: repor os incentivos ao abate de veículos em fim de vida, na troca por outros menos poluentes.

Na opinião dos responsáveis, o apoio deveria seguir o modelo espanhol, isto é, estar disponível até se esgotar o orçamento disponível.

Além disso, a APETRO pede a diminuição dos impostos exigidos, o reforço da estabilidade fiscal e o fim do adicional ao ISP. A ACAP, por sua vez, defende o reajuste das tabelas do imposto sobre veículos, bem como uma extensão à gasolina da dedução no imposto sobre o valor acrescentado já aplicada ao gasóleo.

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Bolsonaro ganha com 46% e vai à segunda volta com Haddad

O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, do PT, vão disputar a segunda volta que vai determinar quem vai suceder a Michel Temer na presidência do Brasil.

Com 99,95% dos votos apurados, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, contabilizava 46,04% dos votos na corrida presidencial, Fernando Haddad 29,26% e Ciro Gomes aparecia em terceiro, com 12,47%. No dia 28 de outubro, o candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro e Fernando Haddad do PT vão disputar a segunda volta, no próximo dia 28, que vai determinar quem vai suceder a Michel Temer na presidência do Brasil. Esta será a sexta vez que dois candidatos à Presidência avançam para segunda volta desde 1985.

Os resultados não fogem muito da primeira projeção feita pela empresa Ibope que, de acordo com a Folha de São Paulo, dava uma segunda volta entre Bolsonaro, com 45%, e Haddad, com 28%. Ciro ficava nessa projeção com 14%, Alckmin com 4%, Amoêdo com 3% e Marina com 2%.

Nas eleições para o Senado, os números da Datafolha dizem que Dilma Rousseff, antiga presidente do Brasil, perdeu a eleição no Estado de Minas Gerais.

Um total de 147,3 milhões de brasileiros foram chamados este domingo a votar nas eleições em que estão em disputa o cargo de Presidente e também representantes no parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e nos governos regionais.

Bolsonaro ganha em Lisboa, Porto e Faro

Segundo a agência Lusa, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, venceu nos consulados do Brasil no Porto e em Faro. “Quase 60% dos votos, mais concretamente 59,80%, em Faro foram para o candidato Jair Bolsonaro”, disse à Lusa o representante diplomático responsável pelo ato eleitoral no consulado de Faro, salientando que a afluência às urnas foi “fraca”, com apenas 22% dos eleitores inscritos.

No Porto, Jair Bolsonaro também venceu com larga maioria, disse à Lusa a vice-consul Lígia Verde, que adiantou que em segundo lugar ficou Ciro Gomes (o candidato que encabeça o Partido Democrático Trabalhista), ficando em terceiro o candidato do PT, Fernando Haddad.

A TSF tem dados para Lisboa que mostram que “o candidato do PSL ganhou com 56% dos votos”.

(Notícia atualizada às 7h15)

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Marques Mendes diz que “este Orçamento será dos mais eleitoralistas de sempre”

O comentador da SIC diz que o Orçamento será “dos mais eleitoralistas de sempre”. Antecipa saída de Centeno se PS ganhar as eleições e coloca Vieira da Silva como possível opção para as Finanças.

No seu comentário na SIC, Marques Mendes faz três sublinhados em relação ao Orçamento que será apresentado no próximo dia 15, começando por elogiar e acabando a criticar o documento:

  1. “Acho que este Orçamento vai ter uma marca histórica, que é um défice de 0,2%, quase 0%. Nunca aconteceu em democracia”.
  2. “Vai ser muito popular. Função Pública vai gostar, pensionistas vão gostar, utentes dos transportes públicos vão gostar. É um Orçamento muito popular”.
  3. “Do ponto de vista político, é dos mais eleitoralistas de sempre”. Mendes dá como exemplo a medida da redução dos preços dos passes sociais que “é a que mais vai contribuir para a maioria absoluta” do PS nas próximas eleições.

O comentador receia que este Orçamento “levante problemas para o futuro, quando a economia começar a arrefecer. Hoje dá-se, amanhã tira-se”. Marques Mendes faz um paralelo com o primeiro governo de António Guterres “que também era minoritário, tinha a economia em alta” e seguia a lógica da “chapa ganha, chapa gasta”.

Caso os socialistas consigam vencer as próximas eleições, Mendes revela que Mário Centeno sairá do Governo, devendo ocupar um lugar europeu. E quem será o próximo ministro das Finanças neste cenário?

Marques Mendes afirma que “a solução mais óbvia será Mourinho Félix”, o atual secretário de Estado das Finanças, mas também coloca em cima da mesa o nome de Vieira da Silva, atual ministro da Segurança Social. Mendes recorda que há três anos, quando António Costa estava a preparar o Governo, Vieira da Silva era precisamente “o plano A” para a pasta das Finanças e Centeno seria a opção na altura para a Segurança Social.

“Azeredo Lopes deveria sair ou ser convidado a sair”

No comentário na SIC, Marques Mendes falou ainda sobre o caso de Tancos e considera que o ministro das Defesa “deveria sair ou ser convidado a sair”. E aponta três razões:

  1. “Está sob uma suspeita, fica diminuído na sua atividade”. Deu como exemplo “as cerimónias militares do 5 de outubro” em que o ministro “meteu baixa, não apareceu”.
  2. “Não é um ministro qualquer, é o ministro das Forças Armadas. É também uma mancha sobre as Forças Armadas e o ministro devia colocar o interesse das Forças Armadas acima do seu”.
  3. Pode acontecer que venha a ser constituído arguido. Pode ser ouvido como testemunha, mas depois pode ser como arguido. Por isso seria mais digno sair com o seu próprio pé”. Remata afirmando que “não é uma assunção de culpa, é colocar o interesse público acima do pessoal”.

(Notícia atualizada às 21h30)

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