BCP acusado de falhas no combate ao branqueamento de capitais

  • ECO
  • 24 Janeiro 2018

O caso remonta a 2012 e não se conhecem os envolvidos. Sabe-se apenas que as "falhas" apontadas pelo Banco de Portugal dizem respeito a três clientes do BCP.

O Banco de Portugal abriu, no ano passado, um processo contraordenacional contra o BCP, acusando o banco liderado por Nuno Amado de falhas no cumprimento de medidas de combate ao branqueamento de capitais.

A notícia é avançada, esta quarta-feira, pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que dá conta de que está a decorrer a fase de instrução do processo e que o regulador deverá tomar uma decisão — de condenação ou arquivamento –, ainda este semestre.

A informação foi prestada pelo próprio BCP, num prospeto para a emissão de dívida, datado de novembro do ano passado. “A 28 de julho de 2017, o BCP foi notificado pelo Banco de Portugal de uma acusação, através de um procedimento administrativo, relacionado com a alegada violação de alguns procedimentos de combate a branqueamento de capitais, relativamente a medidas adicionais de ‘due dilligence‘ aos clientes e monitorização e acompanhamento de operações“, pode ler-se no documento, citado pelo Jornal de Negócios.

Os factos “ocorreram, sobretudo, em 2012” e dizem respeito a dois clientes e a um “outro cliente a eles associados”, acrescenta o documento, sem identificar os clientes em causa.

O BCP defende que a sua estrutura de combate ao branqueamento de capitais é “adequada” e o Banco de Portugal não faz comentários sobre o assunto.

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Banca financia parte dos 250 novos autocarros da Carris

  • ECO
  • 24 Janeiro 2018

Empresa que agora está na esfera da Câmara de Lisboa vai financiar parte da renovação da frota com recurso à banca e a entidades europeias. Valor do financiamento ascende a 16,4 milhões de euros.

A Carris vai comprar 250 novos autocarros recorrendo, em parte, a financiamento bancários e de entidades europeias, num valor que pode ascender este ano a 16,4 milhões de euros, no curto e médio prazo, escreve o Jornal de Negócios na edição desta quarta-feira.

A empresa, que a partir de 2017 passou a ser detida pela Câmara de Lisboa, adianta no plano de atividades e orçamento para 2018 que a política de investimentos futuros, centrada na renovação da sua frota de autocarros, que no global deverá rondar os 63,8 milhões de euros, para o período 2018/2019 “será parcialmente financiada por recurso a financiamento comunitário e por recurso ao financiamento bancário”.

A renovação da frota da Carris prevê a entrada ao serviço de 350 autocarros ao longo dos próximos quatro anos, tendo a empresa já visto aprovado uma candidatura para a aquisição de veículos elétricos e a gás natural no âmbito do POSEUR-Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos.

Para além do financiamento destes 16,4 milhões de euros de financiamento previsto para 2018, o documento da Carris refere ainda mais 44,9 milhões de euros de financiamento previsto para 2021.

A dívida da empresa ultrapassava, em 2016, os 632 milhões de euros, tendo sido assumida pelo Estado no âmbito da passagem da Carris para a esfera municipal. A empresa fechou o ano de 2016, com prejuízos de 6,9 milhões de euros e estima ter fechado 2017 com um resultado positivo de 775 mil euros.

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Hoje nas notícias: subsídio de desemprego, BCP e offshore

  • ECO
  • 24 Janeiro 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O subsídio de desemprego extraordinário, que chegará a cerca de 13 mil beneficiários, e o processo de contra-ordenação por falhas no combate ao branqueamento de capitais, instaurado pelo Banco de Portugal contra o BCP, são duas das notícias que fazem as manchetes esta quarta-feira.

Subsídio de desemprego extraordinário chega a 13 mil pessoas

A medida extraordinária de apoio a desempregados de longa duração, criada em 2017, vai chegar a cerca de 13 mil pessoas. Os potenciais beneficiários vão começar a ser notificados pela Segurança Social esta semana e têm 90 dias para apresentar o pedido. O apoio extraordinário será concedido durante seis meses e corresponde a 80% do subsídio social de desemprego. Leia a notícia completa no Diário de Notícias / Dinheiro Vivo.

“Apagão” das offshore tem um ano. Não há responsáveis

Foi há mais de um ano que se detetou o “apagão” de dados do fisco, relativo a 10 mil milhões de euros de transferências feitas de Portugal para territórios offshore. E continua a não haver responsabilidades apuradas. Segundo o Público, trata-se de uma “incógnita” aquilo que a Autoridade Tributária e Aduaneira está a fazer para esclarecer o caso e apurar a eventual existência de responsabilidades dos serviços. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

BCP acusado de falhas no combate a branqueamento de capitais

O Banco de Portugal abriu, a 27 de julho do ano passado, um processo contraordenacional contra o BCP, acusando o banco liderado por Nuno Amado de falhas, verificadas em 2012, no cumprimento de medidas de combate ao branqueamento de capitais. O BCP defende que a sua estrutura de combate ao branqueamento de capitais é “adequada”. O regulador deverá tomar uma decisão final, de condenação ou arquivamento, ainda este semestre. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Turismo do Norte sem dinheiro para pagar salários

O Turismo do Porto e Norte de Portugal está sem dinheiro para pagar os custos de funcionamento e os salários dos funcionários depois de 31 de janeiro, uma situação que poderá provocar o encerramento dos postos de turismo do Aeroporto do Porto e de S. Bento, no centro da cidade. A situação é denunciada pelo presidente da Associação de Comerciantes do Porto, Nuno Botelho. Em causa está o facto de a Direção-Geral do Orçamento ter cativado 100% das verbas que deveriam ser transferidas para a entidade. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

 

Carris recorre à banca para comprar 250 autocarros

Até ao final de 2019, a Carris deverá adquirir 250 novos autocarros, segundo os planos anunciados por Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, ainda no final de 2016. Para financiar essas aquisições, a empresa vai recorrer a entidades europeias e à banca. O valor dos financiamentos de curto e médio prazo ascenda, só este ano, a 16,4 milhões de euros. O investimento total na compra destes autocarros será de cerca de 60 milhões de euros. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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Senado dos EUA confirma Jerome Powell como novo presidente da Reserva Federal

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2018

Senado dos EUA aprovou a seleção de Jerome Powell, feita por Donald Trump, para presidente do banco central norte-americano, a Reserva Federal (Fed), cujo mandato começa em fevereiro.

O Senado dos EUA aprovou terça-feira a seleção de Jerome Powell, feita por Donald Trump, para presidente do banco central norte-americano, a Reserva Federal (Fed), cujo mandato começa em fevereiro. Os senadores aprovaram o nome de Powell por 85 votos contra 12 a nomeação de Powell.

Powell vai suceder a Janet Yellen, a primeira mulher a chefiar a Fed, quando o seu mandato terminar, a 3 de fevereiro.

Trump decidiu não renovar o mandato de Yellen, apesar dos elogios generalizados ao seu desempenho desde que sucedeu a Ben Bernanke. Powell, de 64 anos, já conta com cinco anos e meio na direção da Fed. Advogado e gestor de investimentos por formação, vai ser o primeiro líder da Fed, em 40 anos, sem formação avançada em Economia. Visto como um centrista, goza de apoio entre republicanos e democratas.

O senador Sherrod Brown, que é o principal democrata na comissão senatorial da Banca, elogiou o desempenho de Powell na Fed. “O seu registo nos últimos seis anos mostra que é um autor de políticas ponderadas”, disse Brown.

Powell, conhecido como um construtor de consensos, pode ajudar a economia dos EUA e ser uma figura unificadora entre os responsáveis do banco central. Enquanto governador da Fed, ele nunca divergiu das decisões do banco central.

Formado na Universidade de Princeton, e em Direito por Georgetown, Powell, conhecido como Jay, passou vários anos na gestão de investimentos, primeiro na Dillon Read e depois no Carlyle Group. O seu trabalho aqui tornou-o uma das pessoas mais ricas a integrar o conselho de governadores da Fed. A informação financeira mais recente que divulgou situa a sua riqueza entre 19,7 milhões e 55 milhões de dólares entre 16 milhões e 45 milhões de euros). Mas, com base na forma como estas declarações estão concebidas, a sua fortuna pode rondar os 100 milhões de dólares.

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5 coisas que vão marcar o dia

De mais um reembolso ao FMI, passando por dados do défice e da dívida na Zona Euro, bem como a divulgação das vendas preliminares da Sonae em 2017, há muito a que os investidores devem estar atentos.

O reembolso antecipado de mais uma tranche de dívida de Portugal ao FMI, programado para esta quarta-feira, promete ser um dos principais focos de atenções dos investidores num dia em que também serão conhecidos dados sobre o défice e a dívida dos países da Zona Euro, mas também as vendas preliminares da Sonae relativas a 2017.

 

Portugal faz nova amortização ao FMI

É já esta quarta-feira que Portugal faz o reembolso antecipado de 800 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), apurou o ECO. Com esta devolução, o Governo livra-se de uma penalização de 300 pontos que o Fundo aplica no empréstimo que concedeu a Lisboa em 2011, tal como frisou o secretário de Estado das Finanças esta segunda-feira, em Bruxelas. Depois deste pagamento, Portugal ficará a dever apenas cerca de 4.500 milhões de euros ao FMI.

Como compara Portugal à Europa no défice e dívida?

O Eurostat divulga os números para o défice e a dívida da Zona Euro relativos ao terceiro trimestre de 2017. Estas estatísticas permitirão comparar Portugal face aos outros países da área do euro. De salientar que Portugal chegou ao final de setembro com um défice de 0,3%, uma redução significativa face ao primeiro semestre, e que compara favoravelmente com a meta do Governo de fechar o ano com um défice abaixo de 1,3% do PIB. Já na dívida, Portugal situou-se no segundo trimestre nos 132,1% em percentagem do PIB. Manterá a mesma posição no terceiro trimestre?

Sonae divulga vendas de retalho de 2017

A holding co-liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério divulga nesta quarta-feira o balanço preliminar das suas vendas de retalho no ano passado. Os investidores prometem estar atentos a estes números, sobretudo depois de os resultados relativos aos primeiros nove meses do ano passado terem revelado um aumento das vendas que superou o esperado pelos analistas. Nos primeiros nove meses de 2017, a Sonae registou um crescimento de 6,6% no seu volume de negócios do retalho, para 4.067 milhões de euros. Terá o último trimestre do ano dado seguimento a essa progressão?

Norte-americana General Eletric revela contas

A General Eletric figura entre as principais empresas a divulgarem as suas contas relativas a último trimestre do ano passado. Esta divulgação acontece numa altura em que a gigante norte-americana se apresenta numa situação difícil. Dificuldades que também têm eco em Portugal. No início de dezembro, foi conhecida a intenção da General Eletric despedir 200 trabalhadores da sua unidade de Setúbal, no âmbito de um processo de reestruturação.

Davos: Temer, Filipe IV e Moedas, os destaques do segundo dia

Esta quarta-feira tem continuidade a 48ª edição do Fórum Económico Mundial de Davos, desta vez sob o lema “Criar um Futuro Partilhado num Mundo Fraturado”, evento que reúne até 26 de janeiro os líderes políticos mundiais e empresários de topo. Entre os principais oradores do dia incluem-se: o Presidente do Brasil, Michel Temer, o Rei de Espanha, Filipe IV, o comissário europeu Carlos Moedas, Al Gore, e o CEO da Google, Sundar Pichai.

Notícia atualizada às 8h48 com a retificação de que as vendas adiantadas hoje pela Sonae referem-se à área do retalho.

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Contratos a prazo mais expostos ao desemprego e à pobreza

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Janeiro 2018

Remuneração base dos contratos a termo corresponde a 72% do valor pago a contratos permanentes. Governo atualizou dados do Livro Verde antes de discutir segmentação com parceiros sociais.

O Governo volta a discutir com os parceiros sociais a segmentação do mercado de trabalho e para a reunião desta quarta-feira já leva um conjunto de dados atualizados sobre o tema. No documento, o Executivo nota que os contratos a prazo estão mais expostos ao desemprego e ao risco de pobreza, sendo os salários mais baixos. Em 2016, a remuneração base média dos contratos a termo certo correspondia a 72% do salário pago a trabalhadores com vínculo permanente.

No documento distribuído aos parceiros sociais, que atualiza alguns conteúdos do Livro Verde sobre as Relações Laborais, o Governo diz que a Comissão Europeia já apontou “as consequências nocivas dos elevados níveis de segmentação” e “recomenda ao Governo Português que promova a contratação baseada em contratos sem termo, incluindo através de uma revisão do enquadramento legal”. Na sétima avaliação pós-programa, divulgada na semana passada, a Comissão afirma que a estratégia do Governo para reduzir a segmentação tem sido baseada sobretudo em mudanças nos contratos temporários, mas acrescenta que a sua eficácia continua limitada.

O Governo já deu algumas indicações quanto ao que pretende fazer. Por um lado, Vieira da Silva já admitiu mexer na duração dos contratos a prazo e recentemente também disse que as razões que podem originar este tipo de vínculo não justificam o período máximo previsto. Na mesa está ainda a eliminação da norma que prevê que os jovens à procura de primeiro emprego ou desempregados de longa duração possam, só por isso, ser recrutados a prazo. E também a diferenciação da TSU em função do tipo de contrato, penalizando vínculos precários, tem vindo a ser abordada. Aliás, estas e outras questões já foram colocadas pelo Executivo num documento enviado aos parceiros em novembro.

Agora, o Governo volta ao tema e leva dados novos à discussão. “Tal como o crescimento do emprego não foi ainda suficiente para repor as centenas de milhares de postos de trabalho destruídos entre 2008 e 2013, o crescimento dos contratos sem termo não adquiriu ainda a robustez necessária para esbater os elevados níveis de segmentação do mercado de trabalho português que se aprofundaram nos últimos anos”, diz o documento a que o ECO teve acesso.

A nota refere ainda que os contratos a prazo continuam a estar mais sujeitos ao risco de desemprego e de pobreza. Em 2017, “a cessação por caducidade do contrato de trabalho a termo esteve na base de quase dois terços do total de prestações iniciais de desemprego deferidas“. O peso tem vindo a aumentar já que em 2011 o fim de contratos a termo representava pouco mais de metade das prestações de desemprego deferidas.

Além disso, “os trabalhadores com contratos permanentes estão muito menos expostos ao risco de pobreza que os trabalhadores com uma situação contratual não permanente“. Se no primeiro caso a taxa era de 6,6% em 2016, no segundo era de 13,5%.

Este dado não pode ser dissociado do “diferencial salarial substantivo” entre os dois grupos de trabalhadores. Estes dados, que têm por base os Quadros de Pessoal (setor privado), indicam que, em 2016, a remuneração base média dos trabalhadores por conta de outrem com contrato a termo certo correspondia “a cerca de 72% da remuneração dos seus pares com contratos sem termo”. Assim, se um trabalhador permanente tinha uma remuneração base, em média, de 1.003,9 euros, um contrato a termo certo ganhava 720,6 euros. Em 2015, estes valores ficavam em 990 e 705,1 euros, respetivamente.

A maioria dos contratos sem termo no setor privado diz respeito a trabalhadores com mais de cinco anos de antiguidade, mas mesmo nas situações abaixo deste limiar a diferença “é ainda significativa, passando a remuneração média mensal base dos contratos não permanentes a representar 80% da remuneração dos contratos permanentes”.

Mais de dois terços dos trabalhadores estavam abrangidos, em 2016, por uma modalidade flexível de organização do tempo de trabalho. Os dados sugerem poucas variações face a 2015 e mostram ainda que o banco de horas individual — modalidade que o programa do Governo promete eliminar — abrange apenas 0,9% dos trabalhadores por conta de outrem (0,8% em 2015).

Salários da contratação coletiva avançaram 2,6% em 2017

De acordo com os dados mais recentes, os salários negociados entre patrões e sindicatos avançaram 1,5% em 2016 e 2,6% em 2017, “níveis não observados desde o período anterior à crise financeira internacional, traduzindo-se em acréscimos de 0,9% e de 1,2% do poder de compra dos trabalhadores abrangidos”. Já o número de trabalhadores potencialmente abrangidos por acordos coletivos que preveem alterações salariais aumentou 23% em 2016 e 4% em 2017.

Os dados do Executivo indiciam que contratação coletiva está mais dinâmica: em 2016 e 2017 “foram potencialmente abrangidos por convenções coletivas novas ou renegociadas mais de 1 milhão e 500 mil trabalhadores, mais 20% do que o total alcançado nos quatro anos precedentes”. Mas mesmo assim, a contratação coletiva “permanece longe dos níveis de dinamismo registados antes da crise financeira global, quando o volume de trabalhadores abrangidos anualmente por convenções coletivas se aproximava dos dois milhões”.

Por fim, o documento indica ainda que a taxa de filiação em associações patronais ou sindicais recuou em 2016: no caso de empresas passou de 18% para 17,1% e dos trabalhadores desceu de 8,8% para 8,3%.

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JPMorgan: Bancos centrais vão continuar a puxar pelas bolsas. Europa será a estrela

Miguel Luzárraga, da JPMorgan AM, acredita que os bancos centrais, entre eles o BCE, vão continuar a apoiar os mercados financeiros mesmo após o anúncio do fim do programa de estímulos.

As especulações são muitas em relação ao fim do programa de estímulos do Banco Central Europeu (BCE). De acordo com as atas da última reunião do Conselho de Governadores, poderá estar cada vez mais perto um anúncio do “fecho da torneira”, no entanto, esse será um processo gradual. A JPMorgan Asset Management acredita, por isso, que os bancos centrais vão continuar a apoiar as economias. E, neste sentido, diz mesmo que as bolsas europeias serão as estrelas nos mercados mundiais.

Neste momento, temos todos os bancos centrais na mesma direção“, afirmou Miguel Luzárraga, responsável da JPMorgan AM para a Península Ibérica. Nos Estados Unidos “não haverá uma mudança muito forte no comportamento da Fed”, uma vez que esta “está a normalizar a sua política monetária”. No Japão, mantém-se “esta política monetária acomodatícia e o objetivo é fazer o tapering [retirada progressiva dos estímulos], pouco a pouco, mas continuar a ajudar a economia”. Quanto à Europa, o cenário não vai ser diferente, disse num encontro com jornalistas.

Na altura do anúncio sobre o fim dos estímulos monetários por parte dos bancos centrais, que está para breve, o especialista prevê que o trio mantenha políticas monetárias acomodatícias este ano: “Todas as economias desenvolvidas vão manter os apoios às suas economias. Os bancos centrais vão continuar a ser os atores principais nesta história”, disse.

"Todas as economias desenvolvidas vão manter os apoios às suas economias. Os bancos centrais vão continuar a ser os atores principais nesta história.”

Miguel Luzárraga

JPMorgan Asset Management

Para este ano, que será marcado por uma “menor volatilidade” e por uma “subida gradual da inflação”, o gestor defende que “tem de existir um controlo por parte dos bancos centrais para que essa inflação não seja muito alta”, mas mesmo com esse controlo, poderão continuar a apoiar as respetivas economias. Estima, assim, que se registe uma subida das taxas de juro na Europa, apenas no “princípio do próximo ano” e três subidas por parte da Fed. Perante este cenário, a Europa e os mercados emergentes são apontados pela JPMorgan AM como aqueles com maiores probabilidades de gerar retornos elevados.

“Este ano será o ano da Europa”, rematou. O especialista prevê um ano de “crescimento favorável” para as empresas, em que o “consumo funcionará como principal motor” do aumento dos lucros das cotadas. Esse bom desempenho empresarial vai impulsionar a economia europeia, o que fará os mercados europeus brilharem este ano. O Stoxx 600 soma 0,7%, já a bolsa de Lisboa apresenta uma subida de 6,6%.

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Queda da moeda do FMI dá borla de mil milhões a Portugal

Governo de António Costa acelerou os reembolsos à instituição liderada por Lagarde. Desvalorização da moeda internacional do FMI pagou mil milhões de euros do empréstimo em 2017.

António Costa deve menos a Christine Lagarde.DR

Nem sempre dois mais dois são quatro. E a dívida de Portugal junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) é um bom exemplo de como a lógica dos mercados pode influenciar as contas da matemática. Senão vejamos: o Estado português devolveu dez mil milhões de euros do empréstimo do Fundo em 2017. Mas a dívida portuguesa junto deste credor caiu no ano passado mais de 11 mil milhões de euros. Pode repetir?

Sim, leu bem. No final de dezembro de 2016, Portugal devia ao FMI cerca de 17.300 milhões de euros. Entretanto, amortizou um total de 10.013 milhões de euros em várias tranches realizadas ao longo de 2017. Aparentemente, o país deveria ter chegado ao final do ano passado a dever cerca 7.300 milhões de euros à instituição. Mas não: no dia 31 de dezembro de 2017, a dívida era de pouco mais de 6.200 milhões de euros.

Portugal pagou dez mil milhões de euros ao FMI em 2017

Fonte: IGCP, Banco de Portugal e cálculos ECO

A dívida não desapareceu pura e simplesmente. Mas como se explica esta diferença de mais de mil milhões de euros?

A explicação é relativamente simples e reside na moeda internacional do FMI — os Special Drawing Rights (SDR), que em português significa Direitos Especiais de Saque. Esta moeda é calculada com base num cabaz composto pelas cinco principais divisas mundiais: dólar, euro, iene, libra e yuan, cada uma com diferentes pesos (ligação para o site FMI com conteúdo em inglês).

O que acontece é que a moeda do Fundo observou uma acentuada desvalorização face ao euro em 2017 e isso “embarateceu” o empréstimo de Portugal no FMI. No dia 31 de dezembro de 2016, cada Direito Especial de Saque valia 1,2859 euros. Um ano volvido, passou a valer apenas 1,18747 euros, traduzindo uma depreciação de 7,6%. Feitas as contas, cada SDR passou a ficar dez cêntimos de euros mais barato. Um euro passou a comprar mais SDR.

SDR está em mínimos de três anos contra o euro

Fonte: Banco de Portugal

Assim, embora a dívida portuguesa denominada em SDR não tenha registado uma queda além daquela proporcionada pelos reembolsos antecipados de 8.232 milhões de SDR (10.013 milhões de euros) em 2017 — que é a denominação que conta para efeitos de cálculo do prémio de risco agravado e ainda das missões do FMI a Lisboa — , o montante denominado em euros observou uma queda mais acentuada em função da depreciação do SDR: mais mil milhões de euros.

“A valorização do euro veio ajudar e muito qualquer dívida denominada em euros”, sublinha ao ECO o diretor de investimentos do Banco Carregosa, João Pereira Leite. “Isso justifica o ganho na amortização da dívida ao FMI”, diz ainda.

A valorização do euro veio ajudar e muito qualquer dívida denominada em euros. Isso justifica o ganho na amortização da dívida ao FMI.

João Pereira Leite

Banco Carregosa

O que vale um SDR?

São cinco moedas que fazem a conta do que vale um Direito Especial de Saque. E é o dólar norte-americano a divisa que mais pesa: 41,73% (ver gráfico em baixo com o peso de cada divisa). Em 2017, a nota verde caiu 12,4% face ao euro e isso ajuda a explicar em grande medida o comportamento da moeda do FMI.

Qual o peso de cada moeda no SDR

Fonte: FMI

Mas o dólar não foi a única moeda a perder terreno para a moeda comunitária no ano passado. Também o yuan chinês, o iene japonês e a libra britânica, as outras divisas que compõe o cabaz dos SDR, observaram desvalorizações substanciais contra o euro: -5,9%, -9% e -4%, respetivamente.

Em 2018, o euro continuou a fortalecer-se contra estas divisas, sobretudo depois de o Banco Central Europeu (BCE), que reúne esta quinta-feira em Frankfurt, se ter mostrado mais conservador no que toca à política monetária a seguir nos próximos tempos. Deixou um primeiro sinal de que o fim dos estímulos monetários está ao virar da esquina e a seguir virá uma agravamento da taxa de juro. No mercado cambial, há quem já tenha aposta no euro a valer 1,25 dólares. E isso vai continuar a beneficiar o perfil de crédito de Portugal junto do FMI.

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Costa define como “fraternas” relações com Angola

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2018

O primeiro-ministro português diz que o processo judicial que envolve o ex-vice-Presidente de Angola Manuel Vicente mantém congeladas as visitas de alto nível entre os dois países.

O primeiro-ministro caraterizou como “fraternas” e de “excelência” as relações político-económicas luso-angolanas, mas referiu que o processo judicial que envolve o ex-vice-Presidente de Angola Manuel Vicente mantém congeladas as visitas de alto nível entre os dois países.

António Costa falava aos jornalistas no final de uma reunião de 40 minutos com João Lourenço, que decorreu em Davos, na Suiça, no hotel em que o líder do executivo português está instalado e que começou com cerca de 50 minutos de atraso.

“Este foi um encontro no quadro das relações permanentes que temos mantido — dos bons encontros que tenho mantido com o Presidente João Lourenço. Fizemos o ponto das relações muito fraternas que existem entre Portugal e Angola, que, felizmente, decorrem muito bem dos pontos de vista económico, das relações entre as nossas empresas, das relações culturais e entre os nossos povos“, começou por afirmar o primeiro-ministro português.

Logo a seguir, António Costa referiu-se ao processo da Procuradoria-Geral da República portuguesa que envolve o ex-vice-Presidente angolano Manuel Vicente no âmbito da operação “Fizz”, em que está acusado de branqueamento de capitais e de corrupção ativa.

António Costa afirmou que não se pode ignorar “que existe uma questão – e uma só questão – que não depende dos poderes políticos de Portugal e de Angola e que decorre exclusivamente da responsabilidade das autoridades judiciárias e que tem uma única consequência: Não haver visitas de alto nível de uns e outros aos respetivos países”.

“Felizmente, tudo o resto decorre com toda a normalidade na excelência das nossas relações”, disse.

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Época de resultados anima Wall Street. Nasdaq brilha

As principais bolsas norte-americanas encerraram a sessão no verde, acompanhando a maré de ganhos de várias cotadas. Isto depois de terem sido divulgados resultados acima do esperado.

Wall Street terminou a sessão no verde. E graças ao otimismo em torno da época de resultados. Os principais índices bolsistas registaram ganhos, mas o principal destaque foi para o Nasdaq. O índice tecnológico apanhou boleia da subida de 13% da Netflix, tocando um novo máximo, depois de a empresa ter apresentados resultados fortes.

No último trimestre do ano passado, o serviço de streaming superou as expectativas dos investidores, arrecadando mais dois milhões de subscritores do que o previsto e triplicando os seus lucros. Na sessão da bolsa de Wall Street, esses resultados fizeram com que a Netflix atingisse pela primeira vez uma capitalização bolsista de 100 mil milhões de dólares (cerca de 81,7 mil milhões de euros).

Neste contexto, o Nasdaq subiu 0,71% para 7.460,29 pontos, um recorde. Já o S&P 500 valorizou 0,22% para 2.389,16, também animado pela época de resultados: das 68 empresas no índice que já apresentaram as contas, 76,5% superaram as expectativas dos analistas, segundo dados da Thomson Reuters.

Apenas o industrial Dow Jones não seguiu esta tendência. O índice recuou 0,01% para 26.210,81 pontos. Isto depois de a Johnson & Johnson e a Procter & Gamble terem caído quase 4%. As duas empresas desiludiram o mercado com números abaixo do previsto.

“Pensamos que [a tendência dos resultados] vai continuar a ser boa e as nossas previsões para o resto do ano são positivas”, afirma Mike Baele, diretor executivo da U.S. Bank Private Client Wealth Management, à Reuters.

“As ações vão continuar a beneficiar do otimismo em torno dos resultados que se tem vivido nos últimos 18 meses nos EUA e lá fora”, afirma Marc Chaikin, CEO da Chaikin Analytics. Até agora, as ações têm respondido positivamente, acrescenta.

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Afinal, apoio à creche para os filhos dos trabalhadores da Autoeuropa é uma exceção? Governo diz que não

O Ministério da Segurança Social diz que a opção está em cima da mesa, mas este "não é um apoio a conceder exclusivamente aos trabalhadores da Autoeuropa".

A Segurança Social poderá vir a pagar a creche ao sábado para os filhos dos trabalhadores da Autoeuropa. Contudo, o Governo rejeita que este seja um apoio “exclusivo”. O Ministério liderado por Vieira da Silva enviou um esclarecimento às redações onde explica que este apoio pode ser dado às creches com acordo com a Segurança Social se os pais atestarem a sua necessidade.

O Ministério da Segurança Social explica que o apoio de “complemento de horário em creche” está previsto nos acordos entre as IPSS e a Segurança Social. O gabinete de Vieira da Silva refere que, regra geral, esse apoio é dado a IPSS que funcionam perto de empresas ou instituições onde existe trabalho por turnos. É isso que deverá acontecer na Autoeuropa, após a reunião desta quarta-feira entre os serviços da Segurança Social e os recursos humanos da empresa.

Este apoio, pago à IPSS, pode ser concedido quando numa creche com acordo de cooperação com a Segurança Social os pais das crianças atestem necessidades de horários alargados ou horário de funcionamento ‘distinto’ de modo a que a creche assegure um horário ajustado às necessidades parentais”, explica o Governo no mesmo esclarecimento.

Dado que pode ser solicitado pelos pais e IPSS, o Executivo rejeita a ideia de que este é um apoio de exceção dado à empresa de automóveis. “Não é um apoio a conceder exclusivamente aos trabalhadores (as) da Autoeuropa“, defende o gabinete de Vieira da Silva, assinalado que, além disso, esta solução “ainda está a ser avaliada”. Esta terça-feira de tarde, fonte governamental tinha dito à Lusa que a Segurança Social já identificou as vagas em IPSS onde os trabalhadores da Autoeuropa poderão deixar os filhos nos sábados de trabalho.

O Ministério conta que foi a comissão de trabalhadores da Autoeuropa que pediu a intervenção do Executivo de forma a encontrar uma solução para as famílias cujos trabalhadores estão a trabalhar por turnos ou ao sábado devido aos novos horários. O apoio é “uma das possibilidades a considerar caso se verifique a disponibilidade por parte de instituições sociais que desenvolvam a resposta social creche com acordo de cooperação com a Segurança Social”.

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Espanha põe fim a contratos com S&P, Moody’s e Fitch

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2018

Espanha argumenta que em países como a França e a Alemanha não existem contratos deste tipo.

O Governo espanhol anunciou esta terça-feira que decidiu não renovar os acordos que tinha com as três grandes agências de notação financeira (Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s), optando por manter apenas um contrato com a DBRS.

Consideramos que não é necessário trabalhar com todas, dado o clima de confiança que existe atualmente na economia espanhola, ao contrário de outros tempos”, explicaram fontes do Ministério da Economia citadas pela agência Efe.

Numa conferência de imprensa em Bruxelas, Luis de Guindos, titular da pasta da Economia de Espanha, defendeu a decisão, alegando que as três grandes agências avaliam a dívida espanhola sem necessidade de contratos.

“Todas as agências de ‘rating’ vão avaliar a dívida espanhola e isto não é uma questão de poupança, é porque a dívida espanhola é tão relevante que creio que não é necessário pagar a qualquer agência de ‘rating’“, disse o ministro.

Luis de Guindos afirmou ainda que esta é uma decisão “normal” que ocorre quando “se entra numa fase de normalização das relações do Tesouro espanhol com os investidores internacionais” e argumentou que em países como a França e a Alemanha não existem contratos deste tipo.

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