Fundo Cerberus comprou carteira de imóveis no valor de 600 milhões ao Santander Totta
Foi o fundo Cerberus que comprou ao Santander Totta a carteira de imóveis no valor de 600 milhões de euros que pertenciam ao Popular Portugal. Venda gerou 50 milhões para os lucros em 2018.
O fundo norte-americano Cerberus foi o comprador da carteira de imóveis no valor de 600 milhões de euros que o Santander Totta colocou à venda no final do ano passado, apurou o ECO junto de fonte do mercado.
A transação do designado “Projeto Tagus” ficou concluída apenas em dezembro e ajudou o banco liderado por Pedro Castro e Almeida a registar lucros de 500 milhões em 2018. Na corrida por esta carteira de ativos tóxicos que pertenciam ao Popular Portugal estavam ainda a Apollo, a Bain Capital (que tem comprado crédito malparado à Caixa Geral de Depósitos) e a Arrow Global.
O ECO tentou contactar o Santander Totta, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.
Durante a apresentação de resultados, o administrador financeiro Manuel Preto explicou que se tratou de um conjunto de ativos imobiliários que passaram para Santander Totta com a integração do Popular Portugal no final de 2017. “Tentamos muito rapidamente alienar estes ativos porque achamos que gestão do banco deve estar concentrada naquilo que é concessão de novo crédito à economia e não estar a gerir carteiras que já estão adequadamente provisionadas e que de pouco adicional trazem aos resultados do banco“, disse.
"A gestão do banco deve estar concentrada naquilo que é concessão de novo crédito à economia e não estar a gerir carteiras que já estão adequadamente provisionadas e que de pouco adicional trazem aos resultados do banco.”
Manuel Preto adiantou depois que a alienação daquela carteira de imóveis deu um contributo positivo de cerca de 50 milhões de euros para os resultados do ano passado, através da libertação de provisões feitas para estes ativos.
O Santander Totta registou uma subida de 14,6% dos lucros para 500 milhões de euros em 2018. Fechou o ano com um rácio de malparado de 4% e que evidencia a qualidade dos ativos do banco.
Por causa disto, revelou ainda Manuel Preto, não é expectável que o banco venha a colocar carteiras significativas de crédito malparado no mercado nos próximos tempos. “O rácio já é razoavelmente baixo. Começa também a ser difícil encontrar carteiras que sejam atrativas para os investidores, que exigem algum tipo de granularidade neste tipo de carteiras”, sublinhou o administrador.
Quanto ao Cerberus, este fundo norte-americano esteve na corrida pela maior carteira de malparado alguma vez vendida em Portugal, o “Projeto Nata”, composto por crédito em incumprimento no valor de 2,15 mil milhões de euros que o Novo Banco vendeu em dezembro ao fundo KKR.
Foi também o Cerberus que comprou o banco BES Vénétie ao Novo Banco no final do ano passado por cerca de 50 milhões de euros, tendo perdido a corrida pela banco espanhol da Caixa Geral de Depósitos para o Abanca.
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