Formação profissional financiada sem cortes por impossibilidade de cruzar dados com a Segurança Social

Verificar se os beneficiários dos cursos de formação profissional arranjaram emprego ou se prosseguiram estudos é impossível porque viola a lei de proteção de dados.

O financiamento dos cursos profissionais está dependente do número de alunos que o concluem, dos que encontraram emprego ao fim de seis meses ou que optaram por continuar a estudar. Mas durante todo o atual quadro comunitário de apoio não foi possível aferir a vertente da empregabilidade e do prosseguimento dos estudos, por impossibilidade de cruzamento de dados com a Segurança Social. Assim, os cursos não sofrem quaisquer cortes de financiamento por esta via, mesmo que não estejam a cumprir as metas.

Temos um problema que não está resolvido. O indicador de empregabilidade ou prosseguimento de estudos tem de ser apurado pelo cruzamento de dados com a Segurança Social. Ou seja, a verificação se está ou não empregado ou se prosseguiu estudos é feita via Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência que tem o registo do conjunto de ofertas que dão pelo menos certificação escolar ou profissional. O que acontece é que por questões de proteção de dados pessoais ainda não conseguimos apurar esse indicador”, reconhece Joaquim Bernardo, gestor do Programa Operacional Capital Humano (POCH). As regras exigem que 50% dos alunos tenham arranjado emprego seis meses após a conclusão da formação ou tenham decidido prosseguir os estudos. Assim, até agora, “nenhum” projeto viu o seu financiamento revisto, confirmou o responsável.

“Houve uma proposta na lei do Orçamento de Estado deste ano, para resolver esse problema, que não passou. Houve um parecer da Comissão de Proteção de Dados sobre essa norma que a colocou em causa e essa questão não está resolvida”, acrescenta o responsável em entrevista ao ECO.

Perante esta situação a opção tem sido “encerrar os projetos com a informação que disponível”. “Mas, na prática, deixamos em aberto a possibilidade de quando tivermos o indicador finalmente apurado poder reabrir e voltar a fazer contas, digamos assim”, explica Joaquim Bernardo.

“Deixamos em aberto a possibilidade de quando tivermos o indicador finalmente apurado poder reabrir e voltar a fazer contas”, diz Joaquim Bernardo, gestor do POCH.Hugo Amaral/ECO

As regras nacionais e comunitárias determinam que os beneficiários de projetos de formação têm de contratualizar um conjunto de indicadores de desempenho que devem ser cumpridos — pelo menos a 85%, em territórios urbanos, e 75% em territórios de baixa densidade — para receber o financiamento a 100%. Se a média dos indicadores for inferior a estes valores então o apoio terá um corte, mas com um teto máximo de 10%. “Para não matarmos as entidades beneficiárias. Senão teríamos um sério problema. Poderíamos correr um risco sério com algumas, com enormes dificuldades de cobrança”, justifica Joaquim Bernardo.

Por cada ponto percentual de desvio negativo, que ficou abaixo de 85% ou 75%, o beneficiário leva meio ponto de redução de financiamento, até o limite dos 10%. Contudo, se as coisas correrem muito mal a execução for inferior a 50% da média dos indicadores a operação é revogada e o beneficiário tem de devolver o dinheiro.

Joaquim Bernardo reconhece que caso fosse possível apurar este indicador isso “libertaria algum dinheiro”, até porque os resultados de conclusão não são os melhores. “A taxa de conclusão no tempo próprio é de 64% e a nossa meta é de 70% até 2023″, diz Joaquim Bernardo. A inadequação dos alunos aos cursos — “muitos iniciam e depois descobrem que não é aquilo que querem e mudam” — e o abandono são as principais razões, que se agravam num contexto de mercado de trabalho dinâmico. “Um mercado de trabalho mais dinâmico potencia mais a possibilidade de abandono porque têm mais facilidade de encontrar colocação, mesmo sem a sua formação estar concluída”, afirma o gestor.

Em termos comunitários, Joaquim Bernardo garante que a Comissão Europeia “não tem questionado até à data esse facto”. Mas reconhece que “é uma questão que tem de ser resolvida, até porque isso está contratualizado”. Mais insistentes têm sido os auditores, nomeadamente o Tribunal de Contas. “Em sede de auditoria, os auditores têm-nos questionado inúmeras vezes sobre sobre essa matéria, quando é que, nestas operações que têm este indicador de empregabilidade e prosseguimento de estudos, que no nosso caso são a esmagadora maioria delas, se consegue levar a bom porto, em sede de decisão final de financiamento”, afirma o gestor do POCH.

Temos feito várias propostas para procurar resolver esta dificuldade de conseguimos ter um mecanismo a funcionar de modo regular que permita fazer o apuramento dessa informação”, frisa Joaquim Bernardo, mas até agora têm sido todas infrutíferas.

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Seguros aumentam em mil milhões os recursos do BCP

  • ECO Seguros
  • 1 Agosto 2019

Os seguros de poupança e investimento aumentaram em 1076 milhões os recursos provenientes de clientes do Millennium BCP no primeiro semestre do ano.

O Millennium BCP aumentou os seus recursos de clientes em mais de mil milhões através da subscrição por clientes de seguros de poupança e investimento. Este tipo de recursos integram os designados fora do balanço e são representados por contratos de de operações de capitalização, seguros unit-linked e planos de poupança como PPR, PPE e PPR/E.

Na operação portuguesa, sem a atividade internacional do banco, o valor dos recursos totais de clientes do Millennium BCP atingiu os 55,6 mil milhões de euros, sendo 8.786 milhões, cerca de 16%, representados pelos seguros de poupança e investimento do banco que refletiram o aumento de 1.076 milhões, embora uma parte desse aumento resulte de uma redução de ativos distribuídos, outra rubrica de recursos fora de balanço.

Nas receitas de comissões bancárias, a bancassurance obteve 58 milhões de euros, mais 8,5% que em igual período do ano passado, enquanto os resultados da atividade seguradora renderam 5,4 milhões de euros ao banco, quando tinham contribuído com apenas 1,6 milhões no primeiro semestre de 2018.

O Millennium apresentou no semestre resultados líquidos de 169,8 milhões de euros, mais 12,7% que no primeiro semestre de 2018. O ativo total, incluindo Portugal e estrangeiro, cresceu mais de 10% para 80, 87 milhões de euros.

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Wall Street de volta aos ganhos no “day after” de Powell

  • ECO
  • 1 Agosto 2019

Com balão da expectativa da Fed desinsuflado, investidores tentam insuflar expectativas face aos lucros e resultados das empresas. Bolsas americanas voltam a ganhar tração.

As principais praças norte-americanas estão de volta aos ganhos, depois de a desilusão se ter apoderado dos investidores no seguimento das elevadas expectativas que se foram criando em torno da dimensão do corte de juros por parte da Reserva Federal.

O Nasdaq registava, na primeira sessão de agosto, uma valorização de 0,25%, para 8.195,99 pontos, e o Dow Jones subia 0,08%, para 26.885,71 pontos, ligeiramente acima do S&P 500, que avançava 0,07% no arranque da negociação, para 2.982,34 pontos. O Nasdaq e o Dow Jones, entretanto, ganharam algum balanço, estando já a avançar 0,46% e 0,3%, respetivamente, com a S&P a situar-se já nos 0,18%.

Na sessão de quarta-feira a reação dos mercados foi de uma certa apatia face ao anúncio da Reserva Federal, já que os investidores esperavam uma intervenção mais decidida da Fed, isto apesar de todos os sinais apontarem para um corte de não mais de 0,25 pontos, tal como se verificou. As declarações de Jerome Powell, de que este não seria o início de um ciclo de cortes na taxa de juro, vieram pôr termos à expectativa.

“Deixem-me ser claro: este não é o início de uma longa série de cortes de juros”, afirmou Powell em conferência de imprensa após a divulgação da decisão relativa aos juros. Ainda o líder da Fed falava aos jornalistas e já os mercados norte-americanos mostraram reações adversas, acabando por fechar na quarta-feira em terreno negativo — o S&P 500 perdeu 1,1%, o Nasdaq 1,18% e o Dow Jones recuou 1,22%.

“Seria sempre uma tarefa difícil para a Fed ser tão expansionista como os mercados bolsistas esperavam. O corte de 25 pontos base foi um não-evento”, conforme comentou Chris Beauchamp, analista-chefe da IG, citado pela Reuters.

“Com a Fed fora do caminho, há uma chance de que todos nós possamos voltarmo-nos a concentrar nos lucros e na forma como esta temporada tem trazido dados positivos”, acrescentou.

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É oficial: Marcelo marca legislativas para 6 de outubro

  • ECO
  • 1 Agosto 2019

O Presidente da República já fixou a data das eleições legislativas para o domingo de 6 de outubro, como era esperado.

É oficial. As próximas eleições legislativas vão ter lugar no domingo de 6 de outubro de 2019. A confirmação, já esperada, foi feita pela Presidência da República, num comunicado que informa que Marcelo Rebelo de Sousa já assinou o decreto para fixar a data das próximas eleições.

“O Presidente da República assinou hoje [quinta-feira] o Decreto que fixa para domingo, 6 de outubro de 2019, as eleições para a Assembleia da República, o qual seguiu já para publicação em Diário da República”, refere a nota, publicada esta quinta-feira no site da Presidência.

As eleições legislativas decorrem nos vários círculos eleitorais, que correspondem aos diversos distritos do país. O sufrágio visa eleger os 230 deputados que compõem o Parlamento português, de onde emanará um Governo. As últimas realizaram-se a 4 de outubro de 2015.

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44 arguidos seguem para julgamento. Incluindo Bruno de Carvalho

  • Lusa
  • 1 Agosto 2019

Todos os arguidos (44) no processo do ataque à Academia do Sporting, incluindo o antigo presidente do clube, Bruno de Carvalho, vão a julgamento.

O Tribunal de Instrução Criminal do Barreiro decidiu levar esta quinta-feira a julgamento os 44 arguidos acusados pelo Ministério Público (MP) no processo do ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, distrito de Setúbal, em 15 de maio de 2018.

A decisão instrutória, a cargo do juiz de instrução criminal (JIC) Carlos Delca, entregue na tarde desta quinta-feira em ‘CD’ aos advogados, determina que todos os arguidos no processo (44), incluindo o antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho, sejam pronunciados (julgados) nos exatos termos da acusação do MP assinada pela procuradora Cândida Vilar, disse à agência Lusa fonte judicial.

Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à Academia do Sporting, o MP imputa-lhes na acusação a coautoria de crimes de terrorismo, de 40 crimes de ameaça agravada, de 38 crimes de sequestro, de dois crimes de dano com violência, de um crime de detenção de arma proibida agravado e de um de introdução em lugar vedado ao público.

Bruno de Carvalho, o líder da claque Juventude Leonina (Juve Leo) Nuno Mendes, conhecido por ‘Mustafá’, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 de ofensa à integridade física qualificada, de 38 de sequestro, de um crime de detenção de arma proibida e de crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. ‘Mustafá’ vai responder também por um crime de tráfico de droga.

A instrução, fase facultativa foi requerida por vários arguidos, incluindo o antigo presidente do clube Bruno de Carvalho, e visa decidir por um JIC se o processo segue e em que moldes para julgamento, decorreu, por questões de logística, no Campus da Justiça, em Lisboa.

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Iberdrola e Endesa já entregaram à EDP ofertas pelas barragens

  • ECO
  • 1 Agosto 2019

A Endesa afirma que está interessada nestes ativos, enquanto a Iberdrola diz que está a estudar todas as oportunidades no setor.

A Iberdrola e a Endesa já tinham mostrado interesse neste negócio. Agora, as propostas já estão apresentadas. As empresas espanholas entregaram à EDP as suas propostas não vinculativas para a aquisição dos ativos de energia hidroelétrica que a companhia portuguesa pretende alienar.

A informação é avançada pela Dow Jones, citada pelo Jornal de Negócios, citando fontes próximas do processo. José Bogas, presidente executivo da Endesa, disse ainda esta semana que a empresa estava interessada nesses ativos, bem como em todas as oportunidades que surjam para crescer no mercado ibérico, mas sempre procurando a criação de valor para os acionistas.

Já o presidente da Iberdrola, Ignacio Galan, também tinha avançado que a companhia espanhola estava a estudar todas as oportunidades neste setor.

Além da Endesa e da Iberdrola, os ativos da EDP mereceram interesse também por parte da Brookfield Asset Management, a Engie e a unidade de infraestruturas da Macquarie.

Com o final de julho estabelecido pela elétrica portuguesa como o prazo para a receção de ofertas não vinculativas, recentemente, o CEO da EDP, António Mexia, afirmou que a venda das barragens estava a gerar um “forte interesse do mercado”. Um negócio que deverá permitir em encaixe de dois mil milhões de euros à empresa liderada por António Mexia.

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PR moçambicano e líder da Renamo assinam acordo de cessação das hostilidades militares

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, assinaram esta quinta-feira um acordo de cessação das hostilidades, antecipando um acordo de paz.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Ossufo Momade, assinaram esta quinta-feira o acordo de cessação das hostilidades, para o fim formal dos confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.

O acordo para pôr fim às hostilidades, firmado ao final da manhã na Serra da Gorongosa, no centro de Moçambique, é o terceiro assinado em 40 anos entre a Frelimo e a Renamo, e antecipa a assinatura de um acordo de paz mais amplo, que será assinado a 6 de agosto, em Maputo.

“O dia 1 de agosto de 2019 fica registado nos anais da nossa história como uma data inesquecível, o dia do reencontrado da família moçambicana“, afirmou Ossufo Momade, que desde janeiro lidera a Renamo, em declarações transmitidas pela RTP.

Já Filipe Nyusi fala de um virar de página que será “assumida e defendida com o que dizemos e fazemos” no sentido da “paz efetiva e duradoura”. “Estamos aqui em Gorongosa para dizer aos moçambicanos e ao mundo inteiro que acabamos de dar mais um passo que mostra que a marcha rumo à paz efetiva é mesmo irreversível“, sublinhou o presidente de Moçambique.

O dia fica, no entanto, marcado pelo ataque a um autocarro de passageiros e camiões, a 200 quilómetros da Gorongosa. Segundo a agência Lusa, um grupo guerrilheiros do braço armado da Renamo já tinha alertado o Governo para a continuação da instabilidade militar no país, caso assine o acordo de cessação das hostilidades militares com Ossufo Momade, exigindo a renúncia deste do cargo de presidente da Renamo.

O grupo avisou que não vai aceitar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração que se iniciou na segunda-feira enquanto Momade continuar presidente da Renamo.

A implementação de um acordo de paz, que foi acelerado pelas eleições de 15 de outubro, exige ainda a integração de 5.200 homens da Renamo, que permanecem armados, na defesa nacional.

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Governo acelera venda do banco da CGD no Brasil

Caderno de encargos da venda direta das ações do Banco Caixa Geral - Brasil, detidas direta e indiretamente pela Caixa Geral de Depósitos, foi aprovado em Conselho de Ministros.

A venda do negócio da Caixa no Brasil está mais próxima. Foi aprovado, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros o caderno de encargos da venda direta das ações do Banco Caixa Geral – Brasil, detidas direta e indiretamente pela Caixa Geral de Depósitos.

“Depois de terem sido recolhidas as intenções dos potenciais interessados na operação, o Governo aprova e dá a conhecer as condições específicas a que deve obedecer a venda direta“, dá conta o Conselho de Ministros em comunicado.

É explicado ainda que seguir-se-á agora a seleção dos interessados que passam à fase subsequente do processo de alienação.

A venda da operação do banco público no Brasil já tinha sido abordada durante a conferência de imprensa de apresentação das contas relativas à primeira metade do ano. Na ocasião, Paulo Macedo adiantou que a instituição estava na fase de avaliação das propostas não vinculativas (eram oito os interessados) e na respetiva hierarquização, visando depois propô-las ao Ministério das Finanças.

A alienação do negócio do Brasil insere-se no âmbito da redução das operações da CGD fora de Portugal, contrapartida para a recapitalização do banco público. Em novembro foi aprovada a venda do Banco Caixa Geral, em Espanha, ao Abanca, bem como do sul-africano Mercantile Bank ao Capitec Bank Limited.

“Com a aprovação desta resolução, o Governo conclui mais um importante passo no sentido da execução dos compromissos assumidos no âmbito do plano estratégico da CGD, subjacente ao plano de recapitalização garantido pelo Estado”, conclui o comunicado do Conselho de Ministros.

(Notícia atualizada às 13h55)

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Adeus, fator de sustentabilidade. Governo reduz cortes em algumas pensões da CGA

O Executivo de António Costa aprovou em Conselho de Ministros o alargamento das novas regras da reforma antecipada à CGA, acabando com o corte de 14,7% em algumas destas pensões.

O Executivo de António Costa aprovou, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros o alargamento das novas regras das reformas antecipadas à Caixa Geral de Aposentações (CGA). Com este novo regime, os funcionários públicos que aos 60 anos já contem com 40 de contribuições passam a poder pedir a antecipação da pensão sem o corte do fator de sustentabilidade (14,7%).

No âmbito do Orçamento do Estado para 2019, foi introduzido o novo regime de flexibilização da idade da reforma. No caso da Segurança Social, estas novas regras foram implementadas em duas fases, estando a primeira em vigor deste janeiro deste ano.

Ao abrigo deste novo regime, desde o início do ano que o fator de sustentabilidade foi eliminado nas pensões antecipadas pedidas pelos beneficiários da Segurança Social com, pelo menos, 63 anos e que aos 60 já contassem com 40 de descontos. Em outubro, este corte de 14,7% também vai desaparecer das pensões antecipadas pedidas por beneficiários com 60 anos e 40 de contribuições. Ainda assim, mantém-se o corte de 0,5% por cada mês antecipado face à idade da reforma, o que pode resultar mesmo numa penalização de 38,5%.

No caso da Função Pública, o Orçamento do Estado tinha deixado claro que o Executivo teria de apresentar os projetos legislativos necessários ao alargamento deste novo regime à CGA, até ao final do primeiro semestre deste ano. Foi isso que o Governo fez, esta quinta-feira, a poucos dias do final de junho.

“A principal alteração é o facto de o Estatuto das Aposentações passar a permitir o acesso à aposentação antecipada aos beneficiários que tenham, pelo menos, 60 anos de idade e que, enquanto tiverem essa idade, completem pelo menos 40 anos de serviço efetivo, sem aplicação do fator de sustentabilidade“, explicou ao ECO fonte do Ministério do Trabalho.

À semelhança do que aconteceu na Segurança Social, a adoção deste novo regime não significará um travão às restantes reformas antecipadas, isto é, os beneficiários que não cumpram esta regra dos 60 anos e 40 de contribuições continuam a poder pedir a antecipação da reforma, ainda que com o duplo corte.

Recorde-se que, em outubro, Vieira da Silva tinha chegado a anunciar que o acesso à reforma antecipada seria travado a todos os beneficiários que não concretizassem cumulativamente estes critérios, o que despertou duras críticas. O Governo acabou por recuar e prever a reavaliação desta possibilidade no prazo de cinco anos. Tal análise acontecerá tanto na CGA como na Segurança Social, deixa claro o diploma aprovado, esta quinta-feira.

Idade pessoal da reforma também chega à CGA

A idade pessoal de acesso à reforma em função da carreira contributiva chegou aos beneficiários da Segurança Social em janeiro de 2019 e passa agora a estar disponível também para os subscritores da CGA.

Em causa está um regime que resulta na redução da idade normal de acesso à pensão (66 anos e cinco meses) em quatro meses por cada ano de descontos acima dos 40 e sem a limitação até agora imposta dos 65 anos.

Por exemplo, um funcionário público que já conte com 46 anos de contribuições poderá reformar-se aos 64 anos e quatro meses, sem o corte de 12% decorrente da antecipação face aos 66 anos e cinco meses, que lhe seria, de outro modo, aplicado à pensão. Não será alvo também do fator de sustentabilidade.

A propósito, é importante notar ainda que esta nova idade pessoal da reforma passa a servir de referência para contabilizar o corte de 0,5% por cada mês antecipado à idade da reforma. Isto se o trabalhador se quiser reformar ainda antes da idade indicada por este novo conceito.

De acordo com o diploma aprovado esta quinta-feira e que ainda terá de passar pelas mãos do Presidente da República, fica também consagrado no regime da CGA o princípio do tratamento mais favorável. “Procura-se assim dar continuidade ao processo de convergência que se iniciou em 2005, aproximando o regime convergente ao novo regime de flexibilização em vigor desde janeiro de 2019 na segurança social, considerando as diferenças históricas entre os dois regimes e que não podiam ser descuradas, em nome da equidade e da proteção das legítimas expectativas já criadas”, remata o gabinete de Vieira da Silva.

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Banco de Inglaterra baixa previsões de crescimento para 1,3% em 2019 e 2020

  • Lusa
  • 1 Agosto 2019

As previsões de crescimentos para 2019 e 2020 baixaram dos anteriores 1,5% e 1,6%, respetivamente, para 1,3%. Corte é justificado com as incertezas do 'Brexit' e o abrandamento da economia mundial.

O Banco de Inglaterra baixou as suas previsões de crescimento para 2019 e 2020 fixando-as em 1,3%, quando antes previra 1,5% e 1,6%, respetivamente.

A revisão em baixa, que consta do relatório trimestral sobre a inflação, foi justificada com as incertezas do Brexit e o abrandamento da economia mundial.

“Estes fatores devem continuar a pesar no crescimento a curto prazo e de forma mais acentuada do que tinha sido antecipado em maio”, referiram os membros do comité de política monetária do banco central, que, por unanimidade, decidiram deixar a principal taxa de juro da instituição em 0,75%. Para 2021, é apontado um crescimento de 2,3%.

O Banco de Inglaterra referiu que um Brexit sem acordo levará a uma baixa da libra e a um crescimento mais lento no Reino Unido, numa altura em que esse cenário ganha força com a chegada de Boris Johnson ao cargo de primeiro-ministro.

“No caso de um Brexit sem acordo, a taxa cambial da libra recuaria, a inflação iria aumentar e o crescimento do Produto Interno Bruto abrandaria”, afirmou o banco central no relatório da sua reunião de política monetária.

A saída britânica da União Europeia (Brexit) está prevista para 31 de outubro e Johnson já advertiu que o Reino Unido sairá com ou sem acordo.

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Sunset Hackathon tem 2.000 euros para soluções tech inovadoras

A 3ª edição do Sunset Hackaton decorre entre 6 e 8 de setembro, em Ílhavo. Durante 72 horas, talentos, startups e empresas vão juntar-se para encontrar as soluções tecnológicas mais inovadoras.

A 3.ª edição do Sunset Hackathon, organizada pela Hardware City, vai decorrer de 6 a 8 de setembro, no Cais Criativo da Costa Nova, em Ílhavo. Com o tema “Promover o desenvolvimento de produto em Portugal” na edição deste ano, o evento vai reunir hackers e makers para encontrarem soluções criativas e inovadoras para problemas reais, de empresas reais. A ideia mais criativa será premiada com 2.000 euros.

O Sunset Hackathon quer dar a oportunidade a novos talentos de aprender e ser criativo num ambiente informal, junto à praia. Durante 72 horas, talentos, startups e empresas vão ser desafiados a encontrar, em equipa, soluções tecnológicas criativas e “fora da caixa” para problemas propostos pelos patrocinadores. O objetivo de eventos como os hackathon é promover o contacto direto entre empresas do ramo e talentos nacionais, com o propósito de encontrar novas ideias e soluções para as necessidades do mercado.

As equipas são acompanhadas ao longo da prova por mentores, especialistas da área da tecnologia que os ajudam a identificar problemas e resolver desafios. Na edição anterior, empresas como a Bosch, a OLI ou a Motofil, submeteram-se a este teste e encontraram soluções para problemas reais para a sua empresa.

Além de encontrar soluções, os participantes também têm oportunidade de desenvolver conhecimento. Para esta edição, o Sunset Hackathon preparou alguns workshops, “Programação com IoT”, “Conversão polimérica com moldes de silicone”, “Arduino: Apenas para artistas ou profissionais?” e ainda “Como preparar apresentações”.

Este tipo de eventos tem vindo a aumentar em Portugal, à medida que a oferta de talentos na tecnologia escasseia. Os hackathons, “maratonas de hackers“, podem ser uma verdadeira oportunidade para o mercado de trabalho atual encontrar reforços na área.

As inscrições encerram a 9 de agosto e este ano a Fundação Calouste Gulbenkian é o patrocinador oficial.

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Candidato europeu ao FMI escolhido por voto amanhã

Os ministros das Finanças começam a votar pelas 07h00, devido à falta de consenso em torno de um candidato. Bruno Le Maire pediu votação para impedir que o processo se arraste. Centeno está na lista.

Os ministros das Finanças da União Europeia não conseguiram um consenso para escolher o candidato europeu ao Fundo Monetário Internacional e por isso vão avançar para uma votação esta sexta-feira pelas 07h00 para escolher quem irão propor para suceder a Christine Lagarde, apurou o ECO. O candidato tem de ser escolhido por maioria qualificada e pode haver várias votações até se chegar a um nome. Bruno Le Maire disse aos ministros das Finanças que a votação seria a melhor forma de impedir que o processo se arrastasse.

O ministro das Finanças de França, Bruno Le Maire, tem estado a coordenar o processo da escolha e depois de vários contactos com os ministros das Finanças europeus não conseguiu um consenso em torno de um dos cinco nomes que estão na shortlist, que inclui o ministro das Finanças português Mário Centeno.

Segundo fonte oficial do Ministério das Finanças de França, durante a manhã, Bruno Le Maire teve uma conversa telefónica com os ministros dos 28 Estados-membros, na qual apresentou os resultados das conversas tidas até ao momento, tendo estado em contacto mais próximo com o ministro das Finanças e vice-chanceler alemão, Olaf Scholz, e ainda com a presidência finlandesa da União Europeia, que também tem um candidato na corrida.

“Todos os ministros partilham do objetivo de chegar a um consenso sobre um candidato europeu único para diretor-geral do FMI. Os cinco candidatos exprimiram a sua intenção de manter as suas candidaturas, e Bruno Le Maire propôs a realização de uma votação. Todas as candidaturas foram consideradas legítimas e de excelente qualidade”, disse ao ECO fonte oficial do Ministério das Finanças francês.

Os ministros concordaram ainda dar a oportunidade ao Reino Unido de apresentar o seu próprio candidato para a votação de amanhã, permitindo uma candidatura de última hora devido à recente mudança de Governo.

“Os ministros dos 28 Estados Membros da União Europeia concordaram em proceder a várias rondas de votação, caso seja necessário, para escolher o candidato europeu”, disse ainda a mesma fonte

Por essa razão, os ministros vão avançar para uma votação esta sexta-feira. A votação começa pelas 07h00, e poderá ter várias rondas até que seja escolhido um candidato por maioria qualificada, ou seja, o escolhido terá de reunir o consenso de pelo menos 16 Estados-membros da União Europeia, que representem pelo menos 65% da população da União Europeia.

Para além de Mário Centeno, estão ainda na shortlist a búlgara Kristalina Georgieva, o holandês Jeroen Dijsselbloem, o finlandês Olli Rehn e a espanhola Nadia Calviño.

Bruno Le Maire tem-se desdobrado em contactos com as várias capitais europeias, mas nenhum dos nomes é consensual. França tem insistido no nome da búlgara Kristalina Georgieva, um nome que foi defendido no passado por Angela Merkel para diversos outros cargos, desde a liderança das Nações Unidas, à presidência do Conselho Europeu, falhando sempre o consenso.

No entanto, a escolha de Kristalina Georgieva obrigaria a uma mudança nos estatutos do FMI, já que Georgieva ultrapassa a idade máxima legal para ser eleita para o cargo de diretor-geral do Fundo e não tem sido primeira escolha para os ministros das Finanças.

Já os restantes candidatos reúnem apoios e também oposição firme. O caso mais óbvio é o de Jeroen Dijsselbloem, antecessor de Mário Centeno na presidência do Eurogrupo, e que gerou anticorpos entre os países do sul da Europa por vários comentários que fez sobre o estilo de vida das suas populações e ainda de comentários, como durante o resgate ao Chipre, que tiveram sérias consequências nas condições financeiras do país. Dijsselbloem tem o apoio dos países do Benelux, mas enfrenta a resistência dos países do sul e de Itália.

O finlandês Olli Rehn, agora governador do Banco da Finlândia, também enfrenta resistência devido ao seu desempenho enquanto comissário dos Assuntos Económicos durante a última Comissão Barroso, durante a qual foi a principal cara da defesa dos programas de austeridade aplicados aos países que pediram resgates durante a crise. Rehn tem o apoio dos países bálticos e de alguns países da Europa central e de leste.

A espanhola Nadia Calviño é a cara menos conhecida deste lote. A ministra das Finanças espanhola tem menos experiência, para além de ter criado anticorpos com alguns países do centro da Europa.

Na decisão que será tomada esta sexta-feira, será decisivo o sentido de voto de França e a Alemanha, que ainda não colocaram o seu peso na balança, apesar de algumas indicações de quem seria o seu preferido.

A escolha que será feita esta sexta-feira será apenas a do candidato europeu. O FMI deu até ao dia 6 de setembro para que avancem todos os candidatos. A escolha do futuro diretor-geral será feita depois até ao dia 4 de outubro. No entanto, a manter-se a tradição estabelecido pelo acordo de cavalheiros entre os Estados Unidos e a Europa, o candidato europeu será o escolhido para liderar o Fundo.

Muito dependerá da posição dos BRICS, que têm pedido maior representação no FMI e o fim do acordo informal que permite aos Estados Unidos escolher o presidente do Banco Mundial e à União Europeia o diretor-geral do FMI desde a fundação das duas instituições, que datam da década de 40.

(Artigo atualizado às 15h12 com mais informação)

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