Revista de imprensa internacional

Foi conhecido um esquema de admissões nas faculdades de topo norte-americanas, que envolve subornos de celebridades. O grupo Dia terá de reduzir o endividamento para aumentar o capital.

Foi aberto nos Estados Unidos um processo a várias personalidades, que terão pago subornos milionários para conseguir garantir a admissão em algumas faculdades de topo. O grupo Dia quer fazer um aumento de capital, mas para o conseguir, terá de reduzir fortemente o endividamento da empresa. No Brasil, foi travada a criação de uma fundação anticorrupção pela Lava-Jato. Veja estas e outras notícias que marcam a atualidade internacional.

Bloomberg

Esquema de admissões nas faculdades norte-americanas expõe subornos milionários

Dezenas de personalidades, incluindo algumas celebridades, como atrizes de Hollywood, e figuras do mundo financeiro e da filantropia, foram acusadas num caso que investiga o pagamento de subornos para garantir a entrada de um candidato nas faculdades de topo norte-americanas. O processo está a ser tratado em vários Estados, e envolve universidades como Yale, Stanford, UCLA e Georgetown. A maioria dos pagamentos ronda os 200 mil dólares, chegando a atingir um máximo de 6,5 milhões de dólares. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Cinco Días

Aumento de capital do grupo Dia condicionado a redução de endividamento

O grupo Dia quer fazer um aumento de capital no valor de 600 milhões de euros, mas, para tal, terá de reduzir o endividamento em metade. Esta condição é imposta pelo banco Morgan Stanley, que exige que a cadeia de distribuição tenha uma estrutura de capital sustentável para proceder com o aumento de capital. As condições foram tornadas públicas a pedido de Letterone. A operação será votada pelos acionistas na próxima assembleia-geral. Leia a notícia aqui no Cinco Días (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Valor Económico

Ministério Público Federal suspende criação de fundação da Lava-Jato

A criação de uma fundação privada para o combate à corrupção, fruto de um acordo entre a Petrobras e o Departamento de Justiça norte-americano, foi suspensa. O grupo de trabalho da Lava-Jato explica que esta decisão veio no seguimento da polémica criada em torno da fundação, que tinha como objetivo destinar o montante que a Petrobras tinha de pagar aos Estados Unidos para algo que a sociedade brasileira poderia usufruir. Leia a notícia aqui no Valor Económico (acesso livre).

Wall Street Journal

Spotify apresenta queixa contra Apple na UE

O serviço de streaming de música Spotify avançou com uma queixa contra a Apple, na autoridade europeia que regula a concorrência. O Spotify acusa a Apple de abuso de poder sobre o posicionamento das aplicações que disponibiliza na App Store, prejudicando as concorrentes do próprio serviço de música da marca da maçã. O Spotify alega ainda que a Apple dificulta a divulgação das subscrições das plataformas de música sem passar pelo sistema de pagamento da tecnológica liderada por Tim Cook, que fica com uma comissão de 30%. Leia a notícia completa no Wall Street Journal (acesso pago/conteúdo em inglês).

AFP

Maduro quer investigar possível ciberataque dos EUA no apagão

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acredita que o apagão que assolou o país teve na sua origem um ciberataque dos Estados Unidos, com o objetivo de o tirar do poder. Para investigar este ataque, Maduro vai pedir ajuda à ONU, aos aliados China e Rússia, e também ao Irão e a Cuba, que diz terem “grande experiência na defesa de ciberataques”. O Chefe de Estado venezuelano garante ainda que tem provas do envolvimento do Pentágono no caso. Leia a notícia aqui na AFP (acesso livre).

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Ricciardi garante ter 200 milhões de euros para injetar no Sporting

  • ECO
  • 13 Março 2019

O banqueiro e ex-candidato à presidência do Sporting pediu a demissão de Frederico Varandas e garante ter 200 milhões de euros para injetar no clube.

José Maria Ricciardi garante ter 200 milhões de euros para injetar no Sporting. Numa altura em que a situação financeira do clube se tem agravado, o ex-candidato à presidência da SAD dá uma entrevista ao Record (acesso condicionado), onde sugere a demissão de Frederico Varandas e diz ser a alternativa que o clube precisa.

“Consegui reunir esses meios. Tenho os 200 milhões de euros para o Sporting. Neste momento não sou absolutamente nada, a não ser alternativa. Se os sócios entenderem que devo tomar conta do clube, garanto que tenho essa solução”, afirmou o banqueiro na entrevista, publicada esta quarta-feira no jornal desportivo. Sobre a origem dos fundos, disse apenas tratarem-se de investidores estrangeiros.

Ricciardi foi ainda mais longe e detalhou que, com o capital em causa, propõe-se a “trazer um grande treinador” para a equipa principal, que disse já estar “apalavrado”, bem como “seis ou sete jogadores indiscutíveis”. “Se esta direção tivesse um grande sportinguismo e elevação, devia demitir-se. Acho que tem de ser o mais cedo possível”, atirou o banqueiro.

No final de fevereiro, o Sporting assumiu não ter dinheiro para pagar despesas correntes já em abril. Por isso, avançou com uma operação de titularização de créditos relativos ao contrato televisivo com a Nos. Em causa está um acordo de empréstimo com o fundo Apollo no valor de 65 milhões de euros, com uma taxa de juro inferior a dois dígitos, tal como o ECO avançou em primeira mão e que está a ser ultimado.

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“Temos de nos preocupar com a armadilha do endividamento das famílias”, alerta o Banco de Portugal

O governador do Banco de Portugal está preocupado em particular com certos estratos da população e com as vendas associadas a cartões de crédito e outros mecanismos. Pede para as autoridades atuarem.

O governador do Banco de Portugal está preocupado com a “armadilha do endividamento” que expõe, sobretudo, determinados estratos da população e pede a atuação das autoridades públicas para prevenir esse tipo de situações. O principal motivo de preocupação relaciona-se com as vendas associadas a cartões de crédito e a taxas de juro que “tendem a criar uma espiral de dificuldades adicionais”, alertou Carlos Costa esta quarta-feira.

“Temos de ter consciência que nós como supervisores conseguimos controlar os agregados de crédito, mas não conseguimos evitar que a armadilha do endividamento atinja determinados estratos da população“, afirmou o governador do banco central na sua intervenção durante a reunião entre o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) e a comissão de acompanhamento do Plano Nacional de Formação Financeira.

Carlos Costa fala especificamente da armadilha do endividamento que diz se ter “deslocado da concessão de crédito para o momento de venda”. “O momento da venda com crédito associado, por vezes até de cartão de crédito e outros mecanismos, é motivo de grande preocupação”, frisa o responsável do regulador da banca.

O governador do BdP diz que o risco associado a este tipo de créditos e as franjas da população mais vulneráveis a essa realidade justifica a atuação das autoridades públicas. “Esta é uma matéria que deve suscitar preocupação das autoridades publicas por que não podemos deixar que esses estratos se afundem ainda mais na armadilha do endividamento”, avisa Carlos Costa, especificando que as taxas de juro que lhes estão associadas “só tendem a criar uma espiral de dificuldades adicionais” e o “efeito desestruturante a nível familiar e ao nível pessoal” que daí pode resultar.

O alerta de Carlos Costa foi reforçado por Elisa Ferreira. “As pessoas têm de ter consciência quando o crédito está a passar de um crédito que era dado à pessoa e à família está a passar para atos individuais de consumo. É o crédito associado à aquisição de uma máquina de lavar, de um carro, etc. É importante que o cidadão não perca a noção do que isso significa em termos do seu rendimento”, especifica a vice-governadora do BdP em declarações aos jornalistas, lembrando que esse tipo de realidade é muito mais difícil de o regulador controlar, mas que pode conduzir a situações de sobreendividamento das famílias.

“Aquilo que os supervisores e em particular o Banco de Portugal pode fazer, e fez, são medidas no sentido macro”, frisa assim Elisa Ferreira, acrescentando que “quando o crédito muda para um agregado de créditos segmentados individuais ligados ao consumo, dificilmente se pode controlar isso“.

A chamada de atenção dos responsáveis do regulador da banca surge numa altura em que o crédito ao consumo está em níveis máximos e no seguimento também de um alerta público emitido pelo BdP relacionado com o “crédito fácil”.

(Notícia atualizada às 12h19 com declarações de Elisa Ferreira)

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Piloto reportou problemas no controlo do avião que caiu

O piloto do voo trágico que matou 157 pessoas este domingo reportou, após a descolagem, estar a ter problemas no controlo do avião da Boeing e pediu autorização para regressar ao aeroporto.

O piloto do avião Boeing 737 envolvido no acidente trágico deste domingo reportou problemas no controlo da aeronave e pediu para regressar ao aeroporto, instantes depois da descolagem. A informação foi avançada pelo presidente executivo da Ethiopian Airlines, a companhia aérea que operava o voo que matou todos os 157 passageiros e tripulantes.

Segundo o The Wall Street Journal (acesso pago), o presidente executivo da empresa, Tewolde Gebremariam, disse ter ouvido as gravações descarregadas da caixa negra da aeronave, que mostram que o piloto não referiu quaisquer interferências externas ou outros problemas.

Se as autoridades confirmarem a informação, poderão ser péssimas notícias para a Boeing, responsável pelo fabrico do 737 Max 8, o modelo envolvido no acidente, que é uma versão melhorada do Boeing 737. O impacto da tragédia na Boeing foi ainda maior por ter sido a segunda queda de um avião deste modelo em cinco meses.

Um porta-voz da Ethiopian Airlines, Asrat Begashaw, confirmou, em declarações à Associated Press, que os registos de áudio e dados do voo foram enviados para a Europa, mas sem especificar o país de destino, para serem analisados.

A China foi o primeiro país a anunciar a proibição do uso destes aviões pelas operadoras domésticas. Mas medida já foi tomada pelas autoridades de muitos outros países. Esta terça-feira, a União Europeia decidiu fechar o espaço aéreo a todos os voos com o Boeing 737 Max. E esta quarta-feira foi a vez da Índia, Macau, Hong Kong, Emirados, Malásia, Nova Zelândia e Fiji

A fabricante norte-americana tem, por estas razões, enfrentado forte pressão na bolsa de Nova Iorque. Os títulos da empresa já desvalorizaram esta semana mais de 11%, descendo abaixo da fasquia dos 400 dólares. Atualmente, as ações da empresa valem 375,41 dólares.

Mas há mais problemas no horizonte. A Norwegian Air Shuttles anunciou esta quarta-feira que vai pedir uma indemnização à Boeing, após ter suspendido os voos das suas aeronaves deste modelo e arcado, consequentemente, com prejuízos financeiros. A porta-voz da operadora norueguesa, Tonje Naess, disse à Associated Press (AP) que a companhia aérea de Oslo “não pode ficar com o ónus financeiro de uma aeronave nova que não pode ser usada”.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h32 com a envio das caixas negras para a Europa)

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Francisco Assis demite-se de cargo europeu em protesto

  • ECO
  • 13 Março 2019

Assis queria falar sobre a Venezuela no Parlamento Europeu, mas alega ter sido impedido pelo grupo parlamentar do qual o PS faz parte.

Francisco Assis demitiu-se do cargo de coordenador da assembleia parlamentar EuroLat, acusando o grupo a que pertencem os eurodeputados do PS de o ter impedido de participar num debate de urgência no Parlamento Europeu convocado para discutir a crise na Venezuela. A notícia foi avançada pelo Observador.

Na carta de demissão, citada pelo mesmo jornal, o eurodeputado socialista explica o motivo que resultou na decisão. “Inexplicavelmente, fui impedido de participar no debate hoje [terça-feira] realizado no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre este tema, sem que me tenha sido apresentada uma explicação plausível”, refere Assis, considerando que foi posta em causa a sua “dignidade parlamentar e pessoal”. Para o eurodeputado, “a responsabilidade direta é de quem” não o deixou falar, isto é, a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D, sigla em inglês), disse em declarações aos jornalistas, citado pela Lusa.

A EuroLat é a Assembleia Parlamentar Euro-Latino-American. Francisco Assis ocupava o cargo de coordenador há dois anos e meio. A carta do eurodeputado do PS foi entregue a Udo Bullmann, presidente do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D).

Confrontado com esta situação, o também eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira vincou que “a delegação do PS não tem nenhuma interferência na distribuição dos tempos de intervenção” na sessão plenária, rejeitando responsabilidades da bancada socialista neste caso. “Isso é uma questão entre o deputado Francisco Assis e a direção do grupo parlamentar socialista europeia aqui no Parlamento Europeu”, salientou, afirmando, porém, desconhecer “os termos desse processo” de demissão.

O debate de urgência sobre a Venezuela decorreu na terça-feira à tarde em plenário, sendo que quem interveio pelo PS foi a eurodeputada Ana Gomes. Paulo Rangel (PSD), José Inácio Faria (eleito pelo MPT) e João Pimenta Lopes (CDU) foram os outros eurodeputados portugueses que discursaram.

O debate surgiu numa altura de crise política na Venezuela, que se agravou desde o passado dia 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

(Artigo atualizado com mais informação)

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Portugal com 4.ª maior quebra homóloga na produção industrial em janeiro

  • Lusa
  • 13 Março 2019

A produção industrial recuou, em janeiro e em termos homólogos, 1,1% na Zona Euro e 0,4% na União Europeia (UE). Portugal registou a quarta maior quebra, dizem os dados do Eurostat.

A produção industrial recuou, em janeiro e em termos homólogos, 1,1% na Zona Euro e 0,4% na União Europeia (UE), com Portugal a registar a quarta maior quebra (-3,0%), divulga esta quarta-feira o Eurostat.

face a dezembro de 2018, a produção industrial avançou 1,4% na zona euro e 1,0% na UE. Na comparação com janeiro de 2018, as maiores quebras no indicador registaram-se na Irlanda (-6,2%), no Luxemburgo (-4,2%), na Alemanha (-3,4%) e em Portugal (-3,0%).

Os maiores crescimentos homólogos foram observados, segundo o gabinete estatístico europeu, na Eslováquia (7,2%), Polónia (6,1%) e Lituânia (5,9%).

Na comparação com dezembro de 2018, a produção industrial teve as maiores subidas na Irlanda (15,1%), na Croácia (9,6%) e na Eslovénia (5,9%) e os principais recuos na Dinamarca (-8,6%), na Letónia (-3,6%) e na Roménia (-1,5%). Em Portugal, o indicador avançou 0,8% na variação em cadeia.

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Portugal renova mínimos históricos para emitir dívida a 10 anos

O Tesouro português colocou 1.250 milhões de euros em Obrigações a sete e 10 anos. Financiou-se à taxa mais baixa de sempre no prazo benchmark, numa altura em que a yield cai em mercado secundário.

O Tesouro português conseguiu os juros mais baixos de sempre para colocar dívida a dez anos. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP emitiu, esta quarta-feira, um total de 1.250 milhões de euros (o montante máximo indicativo para o leilão), em Obrigações do Tesouro (OT) a sete e dez anos.

“Portugal emitiu dívida ao custo mais baixo de sempre, volta a emitir dívida de longo prazo com uma taxa inferior ao custo médio da sua dívida, e a valores bastante inferiores aos leilões anteriores”, afirmou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, num comentário ao leilão de dívida.

No caso dos títulos com maturidade a 15 de junho de 2029, o IGCP emitiu 862 milhões de euros a uma taxa de juro de 1,298%, ou seja, um novo mínimo histórico. O valor caiu de forma expressiva face aos 1,568% que o Tesouro tinha conseguido no último leilão de dívida com o mesmo prazo, em fevereiro.

Já nas OT com maturidade em 21 de julho de 2026, o montante colocado foi de 388 milhões de euros, a uma taxa de juro de 0,763%. A última vez que o IGCP colocou dívida a sete anos aconteceu em 2017, numa altura em que os juros estavam (tanto em mercado primário como secundário) bastante acima dos atuais e em que pagou 3,668%.

O apetite dos investidores recuou, mas manteve-se acima do montante que o IGCP tinha para colocar. A procura por dívida a 10 anos superou a oferta em 1,6 vezes, em comparação com as 2,17 vezes do último leilão comparável. No caso das OT a sete anos, a procura foi 2,52 vezes superior à oferta.

BCE beneficia dívida portuguesa

Esta é a segunda vez este ano que o Tesouro procura captar financiamento de longo prazo com recurso a leilões. Este regresso aos mercados realiza-se numa altura em que a taxa de juro da dívida soberana nacional a dez anos tem renovado mínimos históricos em mercado secundário. Esta quarta-feira, a yield destes títulos negoceia nos 1,34%, após já ter tocado 1,32%. Em simultâneo, tem caído também o diferencial dos juros face aos de Espanha e da Alemanha.

“A tendência de baixa tem sido uma constante nos últimos meses. O IGCP e o Estado português estão a tirar partido do abrandamento económico que se refletiu novamente numa política monetária expansionista do Banco Central Europeu (BCE) no passado dia 7 de março”, acrescentou Filipe Silva.

Na última semana a tendência generalizada de quebra nos juros das dívidas soberanas da zona euro foi acentuada por uma fuga dos investidores de ações para a obrigações causada pela certeza que a política monetária do BCE irá manter-se acomodatícia nos próximos meses. A instituição liderada por Mario Draghi anunciou que as taxas de juro de referência deverão manter-se em mínimos históricos, pelo menos, até ao final do ano devido à desaceleração do crescimento económico.

Além disso, Portugal tem beneficiado nos últimos dois anos do reforço da confiança das agências de rating. Esta sexta-feira, a dívida de Portugal voltará a ser avaliada pela Standard and Poor’s, que alertou recentemente para a vulnerabilidade de Portugal no caso de uma nova crise.

(Notícia atualizada às 11h35)

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Londres tem hoje a última oportunidade para Brexit com “saída suave”, diz Moscovici

  • Lusa
  • 13 Março 2019

O comissário europeu indicou que a União Europeia não vai renegociar o acordo de saída com o Reino Unido antes de 29 de março, a data fixada para o Brexit.

O comissário europeu Pierre Moscovici entende que o Parlamento britânico tem esta quarta-feira a última oportunidade para garantir um acordo que garante uma “saída suave” do Reino Unido da União Europeia.

Moscovici disse à estação de televisão francesa France-2 que a União Europeia “fez tudo” o que podia fazer para garantir pela segunda vez aos legisladores britânicos, que rejeitaram a posição da chefe do Executivo Theresa May, sobre a retirada do país do bloco europeu.

“O comboio já passou duas vezes” disse o comissário europeu sublinhando que a União Europeia não vai renegociar o acordo antes do dia 29 de março, a data fixada para a saída do Reino Unido. Mesmo assim, Moscovici admite um eventual adiamento caso o Reino Unido apresente uma justificação.

Para o comissário europeu, a votação de terça-feira no Parlamento britânico, que rejeitou a proposta a primeira-ministra, aumenta as hipóteses de uma saída “desordenada e brutal. É como um penhasco”.

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Rio afasta Mota Amaral da lista do PSD às europeias

  • ECO
  • 13 Março 2019

O presidente do partido não terá gostado da forma como Mota Amaral tentou impor a sua presença nos lugares elegíveis da lista às eleições europeias.

O presidente do PSD vai afastar Mota Amaral da lista para as eleições europeias. Rui Rio não terá gostado da forma como o social-democrata tentou impor a sua presença nos primeiros lugares e já decidiu deixá-lo de fora das seis primeiras posições consideradas elegíveis. A notícia foi avançada pelo Expresso (acesso condicionando).

A decisão surge na sequência de uma polémica em torno do lugar que iria ser ocupado pelo político açoriano, bem como de uma série de declarações à imprensa. Nelas, Mota Amaral disse descartar a hipótese de aceitar um lugar não elegível na lista do PSD. Uma atitude que terá caído mal junto do líder do partido, que acabou por tomar a decisão de não incluir o nome de Mota Amaral nos lugares elegíveis.

Rui Rio vai reunir esta quarta-feira à tarde com a direção do PSD, naquela que será a primeira vez que discute a lista das europeias. Segundo o jornal, entre os seus lugares elegíveis na lista do PSD, só está em dúvida o nome a ocupar um dos lugares da lista que vai ser encabeçada por Paulo Rangel.

Os primeiros lugares da lista do PSD às eleições europeias deverão ser ocupados, assim, por Paulo Rangel, Lídia Pereira (presidente da juventude do PPE) e Álvaro Amaro (presidente da Câmara da Guarda), bem como pelos atuais eurodeputados José Manuel Fernandes e Cláudia Aguiar.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h27)

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“Costumo perguntar se não há imparidades a mais no Novo Banco”, diz presidente da comissão de acompanhamento da venda

José Rodrigues de Jesus explicou a saída de Miguel Athayde Marques da comissão de acompanhamento do contrato de venda do Novo Banco ao fundo Lone Star.

José Rodrigues de Jesus, presidente da comissão de acompanhamento do contrato de venda do Novo Banco ao fundo Lone Star, adiantou aos deputados que costuma perguntar aos auditores do banco se não têm registado imparidades a mais nos ativos que estão dentro do mecanismo de capital contingente, motivo pelo qual o Fundo de Resolução vai ter de injetar 1.149 milhões de euros este ano.

Costumo perguntar se não há imparidades a mais no Novo Banco. Perguntei à EY [atual auditora do banco] se não há imparidades a mais”, disse José Rodrigues de Jesus, que está a ser ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA).

“No ano passado questionámos a PwC sobre o modo como se fez o conjunto de imparidades que foram registadas em 2017, se houve descontinuidade no cálculo dessas imparidades. Mas os critérios das provisões são os critérios dos auditores, do banco, e é usual perguntar se nas contas estão todas as imparidades. Não tenho mais nada para lhe dizer a não ser esta objetividade”, explicou o responsável, fazendo notar aos deputados que não houve alteração na política de imparidades após a venda de 75% do capital do Novo Banco aos americanos.

O Novo Banco registou prejuízos de 1.412 milhões de euros em 2018 e vai pedir uma compensação financeira de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, uma chamada que está prevista no âmbito do mecanismo de capitalização contingente (CCA) — trata-se de espécie de garantia que foi criada aquando da venda do banco em outubro de 2017 que é acionada sempre o que banco regista perdas com um conjunto de ativos e isso provoca uma erosão dos rácios de capital.

José Rodrigues de Jesus, que tinha ao seu lado o outro membro da comissão de acompanhamento, José Bracinha Vieira, disse que grande parte dos prejuízos tiveram a ver com imparidades que o Novo Banco teve de registar no ano passado com estes ativos do CCA, não se tratando de tanto com perdas através da alienações de ativos.

“Tirando uma grande transação, seguros e estas vendas em massa, não há vendas. O que há é uma gestão diária”, referiu, dando exemplos desse trabalho diário: “Há uma empresa que está no CCA e pede uma garantia, o Fundo de Resolução tem de autorizar estas micro-transações. Mas o ativo não sai de lá. É assim aqui como nos outros bancos”. Explicou de seguida que se tem “procurado de não deixar cair as empresas”.

O presidente da comissão de acompanhamento adiantou ainda que vai ser preciso “coragem para resolver alguns casos” mediáticos que estão dentro do banco e que “correspondem a 30, 40 ou, se quisermos 20 empresas, casos muito graves” que “um dia será necessário” resolver com “coragem”.

Em relação à saída de Miguel Athayde Marques da comissão de acompanhamento da venda, o responsável esclareceu que tal se deveu a incompatibilidades. “Ele saiu há dias porque a esposa foi nomeada administradora do Santander Totta. E andou vários dias a estudar se havia incompatibilidades, inicialmente achou-se que não havia, mas o Banco de Portugal e Fundo de Resolução acharam que sim, que havia incompatibilidades“.

(Notícia atualizada às 10h50)

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Londres suprime temporariamente taxas a importações

  • Lusa
  • 13 Março 2019

O Executivo britânico apresentou algumas medidas temporárias, de "modesta liberalização” do regime de tarifas, caso o país saia da UE sem acordo.

O Reino Unido afasta a aplicação de taxas sobre a maioria das importações assim como tributações sobre produtos irlandeses que entrem na Irlanda do Norte, caso o país venha a sair da União Europeia sem acordo.

O governo britânico divulgou as medidas que vai adotar se o Parlamento decidir na votação prevista para esta quarta-feira que o Reino Unido saia da União Europeia sem acordo no próximo dia 29 de março.

A Câmara dos Comuns vota às 19h00 a opção de saída do bloco europeu sem qualquer tipo de pacto depois de os deputados terem rejeitado na terça-feira, pela segunda vez, o acordo do Brexit negociado durante quase dois anos pelo governo de Theresa May e Bruxelas.

Perante a incerteza sobre a forma como se vai concretizar a saída do Reino Unido, o executivo deu esta quarta-feira a conhecer “medidas temporárias” que implicam “uma modesta liberalização” do regime de tarifas sendo que 87% das importações não vão ficar sujeitas a taxas.

A decisão respeitante à província britânica da Irlanda do Norte corresponde às circunstâncias únicas do território cuja fronteira aberta com a República da Irlanda tem sido crucial para a manutenção do processo de paz.

“Estes são os únicos passos que o governo do Reino Unido pode tomar unilateralmente para cumprir com o nosso compromisso de evitar uma fronteira de facto no caso de não haver acordo”, refere a nota governamental sobre as medidas.

Os “arranjos especiais” pensados para a Irlanda do Norte não se vão aplicar, de acordo com o Governo, para os produtos comunitários que passem a fronteira pela República da Irlanda.

Ainda não foram definidas as medidas que vão ser adotadas pelo executivo de Dublin sobre os produtos que entrem na República da Irlanda proveniente da província britânica da Irlanda do Norte.

Entre as importações que vão ficar sujeitas a taxas (13% por cento dos produtos) incluem-se carne de cordeiro, aves e alguns produtos lácteos porque existe a preocupação em proteger os agricultores e produtores britânicos de importações mais baratas.

Caso o Reino Unido venha a sair da União Europeia sem acordo, estas medidas passam a vigorar durante 12 meses, período em que vão ser decididas medidas permanentes sobre questões aduaneiras.

“A nossa prioridade é assegurar um acordo com a União Europeia para evitarmos uma alteração das nossas relações comerciais a nível global. Mesmo assim, devemos estar preparados para todas as eventualidades”, disse esta quarta-feira o secretário britânico do Comércio, George Hollingberry.

“Se sairmos sem pacto, vamos colocar a ‘zero’ as taxas às importações enquanto mantemos as tardias sobre as indústrias mais sensíveis”, acrescentou Hollingberry. “Estas medidas vão ajudar a proteger os postos de trabalho britânicos e evitar as possíveis subidas dos preços, algo que pode prejudicar as famílias com rendimentos mais baixos”, sublinhou.

Após a divulgação das medidas, a diretora da Confederação da Indústria Britânica, Carolyn Fairbairn, disse à BBC que as decisões sobre as importações demonstram os problemas de um “Brexit” sem acordo.

“Estamos perante a maior transformação em questões comerciais que este país enfrenta desde meados do século XIX, em que as empresas não são consultadas e sem tempo para nos prepararmos. Não é assim que se dirige um país”, alertou Fairbairn.

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Dívida privada e pública deixa Portugal exposto a nova crise, diz S&P

  • ECO
  • 13 Março 2019

A agência de rating Standard & Poor’s alerta para as vulnerabilidades de Portugal, que deixam o país exposto a uma nova crise. A dívida das empresas é um dos fatores de risco.

A dívida privada e pública deixa Portugal vulnerável a uma nova crise, alerta a Standard & Poor’s (S&P). As empresas portuguesas têm o quinto maior nível de esforço no pagamento de juros e outros encargos com a dívida, num universo de 32 países, revela um estudo da agência de rating citado pelo Dinheiro Vivo (acesso livre).

O rácio da dívida pública afigura-se como o quarto maior dos países desenvolvidos, e o décimo da lista global. Estes elementos fazem soar os alarmes da S&P, que adianta, no entanto, que uma possível crise “pode ser inevitável, mas não deve ser tão má quanto a crise financeira global de 2008-2009”.

A dívida empresarial apresenta-se como um dos maiores riscos. O peso do serviço da dívida no total do rendimento disponível das empresas correspondia, em média, a 49,7% no fim do terceiro trimestre do ano passado. Este rácio tinha começado a aliviar, mas parece que a tendência voltou a inverter.

Apesar das reduções conseguidas nos últimos tempos, a dívida pública continua também a deixar Portugal exposto a uma crise. Coloca-nos em décimo na lista dos Estados mais endividados do mundo, em termos de dimensão da economia. Quando se pesa o fardo da dívida, subimos para quarto lugar entre 43 países, com o rácio da dívida pública fixado nos 121,5% em 2018.

A agência de rating reitera que o risco de contágio é menos elevado do que na última crise, mas não deixa de apontar alguns fatores de vulnerabilidade. Entre eles, as taxas de juro “extremamente baixas”, uma “concentração muito maior de emitentes na categoria de rating ‘BBB’”, a diversidade de áreas arriscadas, como mercados de derivados, e ainda os riscos de incumprimento e malparado.

Já nesta quarta-feira, Portugal volta aos mercados, para colocar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros em Obrigações do Tesouro a sete e a dez anos. Os juros da dívida portuguesa a dez anos ficaram a cotar perto de mínimos históricos em antecipação deste leilão, promovido pelo IGCP.

O estudo “A próxima crise da dívida: será que a liquidez aguenta?”, do S&P, foi feito com base nos dados do Banco de Pagamentos Internacional e do Fundo Monetário Internacional. Nesta sexta-feira, a agência deverá apresentar uma nova avaliação ao rating de Portugal.

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