CTT cortam dividendo em mais de 70% para 10 cêntimos

Os CTT registaram lucros abaixo dos 20 milhões de euros no ano passado, uma quebra de 28% face ao ano anterior. Os custos com a reestruturação pesaram nos resultados da empresa de correios.

Os CTT registaram lucros abaixo dos 20 milhões de euros no ano passado, uma quebra de 28% face ao ano anterior. Os custos com a reestruturação pesaram nos resultados da empresa liderada por Francisco Lacerda, ditando uma quebra de mais de 70% dos dividendos a distribuir.

“O resultado líquido reportado de 19,6 milhões de euros foi influenciado pelas indemnizações pagas por rescisão dos contratos de trabalho por mútuo acordo de 20,7 milhões de euros, sobretudo no âmbito do Plano de Transformação Operacional”, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM.

Os CTT dizem que “atingiram o objetivo de EBITDA recorrente em 2018, estabelecido pela gestão da empresa, crescendo 0,6% para 90,4 milhões de euros, devido ao desempenho do negócio de Correio e Expresso & Encomendas”, tendo as receitas crescido 1,4% para 708 milhões. O negócio de Correio cresceu 0,8% no ano, com um abrandamento da quebra do tráfego de correio endereçado, dizem os CTT.

“O aumento dos rendimentos operacionais dos CTT é impulsionado pela evolução positiva do mix de produtos no negócio de Correio, que compensou a queda do tráfego de correio endereçado, e pelo crescimento dos rendimentos operacionais de 12,3% na área de Expresso & Encomendas e de 27,0% no Banco CTT.

Dividendo afunda. CTT dão 75% dos lucros

O Correio e outros rendimentos representaram 69% do total dos rendimentos recorrentes dos CTT (491,0 milhões de euros), o Expresso & Encomendas 21% (151,2 milhões de euros), os Serviços Financeiros 6% (42,3 milhões de euros) e o Banco CTT 3% (23,6 milhões de euros) — tendo sido, no entanto, o negócio que mais cresceu: 27%

Francisco de Lacerda, presidente executivo dos CTT, considera que “os resultados de 2018 mostram que a estratégia de diversificação dos CTT está a ser bem-sucedida, com o Expresso & Encomendas e o Banco CTT a registarem um desempenho muito positivo e a compensar a queda estrutural do tráfego de correio tradicional”.

Apesar disso, os lucros encolheram, obrigando os CTT a uma revisão da política de dividendos. “Em linha com a política de dividendos anunciada, o Conselho de Administração irá propor um dividendo de 0,10 euros por ação, relativo ao exercício de 2018″, diz a empresa, apontando assim para um corte de 73,6% face aos 38 cêntimos pagos no ano passado.

Mesmo com a redução do valor do dividendo, ao pagar dez cêntimos por ação, a empresa liderada por Francisco Lacerda estará a entregar 15 milhões de euros aos acionistas, ou seja, 75% dos lucros obtidos no ano passado.

Encomendas e Banco vão puxar pelos CTT

“Para 2019, os CTT preveem um aumento dos rendimentos operacionais, sustentado por impactos orgânicos e inorgânicos nas alavancas de crescimento (Expresso & Encomendas e Banco CTT). A queda do tráfego de correio endereçado deverá situar-se no intervalo de [-6% a -8%]”, refere os CTT. “O Plano de Transformação Operacional (PTO) deverá produzir poupanças de cerca de 15 milhões de euros nos gastos operacionais recorrentes”, diz a empresa.

Num ano em que serão investidos 55 milhões de euros, dos quais 25 milhões relacionados com iniciativas do PTO de modernização e automatização, os CTT esperam “um aumento do EBITDA recorrente orgânico, refletindo as melhorias contínuas de eficiência. Adicionalmente, espera-se o contributo positivo da aquisição da 321 Crédito”.

(Notícia atualizada às 17h05 com mais informação)

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Oi põe ação em tribunal de Luanda contra a Unitel para reclamar dividendos

A Oi, através da PT Ventures, instaurou uma ação contra a Unitel, alegando que esta se "recusa a pagar dividendos pendentes". A angolana diz tratar-se de um "ataque concertado".

A Oi, através da subsidiária PT Ventures (PTV), avançou com uma ação em tribunal, em Angola, contra a Unitel, alegando que esta “se recusa a pagar dividendos pendentes”. Contudo, para a empresa angolana, isto trata-se de um “ataque concertado e contínuo” contra si, afirmando que já se “disponibilizou repetidamente para pagar os dividendos”.

“A PTV [acionista da Unitel com uma participação de 25%] alega que a Unitel se recusa a pagar dividendos pendentes, mas esta é uma declaração incorreta e falsa. A Unitel já se disponibilizou repetidamente para pagar os dividendos em Angola, conforme exigido por lei, mas a PTV tem-se recusado a aceitar esse pagamento, alegando que os seus dividendos deveriam ser pagos fora de Angola e em moeda estrangeira“, refere a Unitel, em comunicado.

“Esta ação judicial é o mais recente esforço de um ataque concertado e contínuo à Unitel e aos acionistas angolanos da Unitel desde que a PTV foi adquirida em 2014 pela Oi”, que tem como acionista a Pharol. A empresa angolana vai ainda mais longe e refere, no mesmo documento, que estas são “acusações infundadas” e “invenções sem qualquer fundamento ou prova”.

De acordo com a Unitel, a Oi já disse várias vezes em público que “não considera a PTV como um ativo estratégico e que a sua intenção é vender a participação à primeira oportunidade”. Assim, com esta ação instaurada, a Oi pode ter “a expectativa de tomar o controlo de uma empresa angolana, para forçar os acionistas angolanos a adquirirem as ações pertencentes à Oi a um preço inflacionado”.

A Unitel remata dizendo que “refuta totalmente todas as pretensões alegadas pela PTV” e que vai, “de forma vigorosa, apresentar a sua defesa contra essas alegações infundadas e difamatórias“.

(Notícia atualizada às 16h37 com mais informação)

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Enfermeiros europeus enviam carta ao primeiro-ministro em solidariedade com colegas lusos

Os enfermeiros estão solidários com a luta dos colegas portugueses e consideram ser "imperativo" que o Governo se comprometa com estes profissionais, respeitando o seu "compromisso e dedicação".

Num momento marcado pela agudização das tensões entre o Executivo de António Costa e os enfermeiros portugueses, a Federação Europeia das Associações de Enfermeiros (EFN) mostra-se solidária com a luta dos colegas lusos. Numa carta enviada ao primeiro-ministro, a estrutura referida (que representa mais de três milhões destes profissionais de mais de 36 países da União Europeia) defende ser “imperativo” que o Governo se comprometa com a Ordem dos Enfermeiros.

“Os enfermeiros portugueses, farmacêuticos e médicos levantaram preocupações razoáveis com vista a proteger a segurança dos pacientes, bem como a procurar melhores condições de trabalho, salários, recursos apropriados e respeito pelo seu compromisso e dedicação“, lê-se na missiva assinada pela presidente e pelo secretário-geral da EFN.

Na carta em causa, os enfermeiros europeus apelam ainda ao “respeito” pelo diálogo e à tomada da “ação apropriada”. “Os enfermeiros são recursos valiosos e corresponder às suas necessidades permitirá que se mantenham na profissão e em Portugal”, frisa a estrutura.

Além disso, a associação deixa elogios à Ordem dos Enfermeiros — sublinhando que este é um órgão respeitado a nível europeu e global — e à própria bastonária, Ana Rita Cavaco.

Esta carta da EFN é enviada dois dias depois do Conselho Internacional de Enfermagem (que representa cerca de 20 milhões de enfermeiros a nível mundial) ter também manifestado o seu apoio à luta dos enfermeiros portugueses, numa carta endereçada, dessa vez, a Ana Rita Cavaco.

De notar ainda que esta quarta-feira é o primeiro dia em que passam a ser atribuídas faltas injustificadas a todos os enfermeiros que adiram à greve, que deverá estar em curso até ao final do mês.

Até agora, estas faltas estavam a ser analisadas caso a caso, mas o parecer da Procuradoria-Geral da República (que considerou ilícita a chamada “greve cirúrgica”, que aconteceu no final de 2018) fez o caso mudar de figura. No parecer publicado em Diário a República — que não é vinculativo –, a PGR considera que os trabalhadores que adiram à paralisação em curso devem ter faltas injustificadas, sendo as ausências consideradas uma infração disciplinar.

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Banco UBS condenado em França a multa recorde por evasão fiscal

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2019

O grupo bancário suíço UBS foi julgado por "comportamento bancário ilegal" e "branqueamento agravado de fraude fiscal", por um tribunal de Paris.

O grupo bancário suíço UBS foi condenado esta quarta-feira por um tribunal de Paris a uma multa de 3,7 mil milhões de euros, a mais pesada aplicada pela justiça francesa num caso de evasão fiscal.

O banco, que já anunciou que vai recorrer da decisão, foi julgado por “comportamento bancário ilegal” e “branqueamento agravado de fraude fiscal”. A filial francesa do grupo suíço (UBS França) foi condenada por cumplicidade a uma multa de 15 milhões de euros.

O tribunal de Paris seguiu os requisitos do Ministério Público e condenou uma falha de “excecional gravidade”, obrigando ainda o banco, a sua filial francesa e três antigos quadros a pagarem 800 mil euros em indemnização ao Estado, na parte civil.

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Moção de censura do CDS chumbada. Esquerda protege o Governo

A moção de censura do CDS foi chumbada. A maioria de esquerda apoiou o Governo mas não conseguiu concessões em matérias como legislação laboral, privatização da saúde e outros temas.

O Parlamento discutiu esta quarta-feira a moção de censura do CDS ao Governo liderado por António Costa. Esta foi a segunda moção nesta legislatura e serviu de teste à esquerda e à direita. Mas, como se previa, a iniciativa acabou por ser chumbada no Parlamento, com António Costa a ser protegido pelo PCP, BE, Verdes e PAN.

 

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Incerteza em torno das tréguas comerciais dita quedas pouco expressivas em Wall Street

A incerteza em torno do alcance ou não das tréguas comerciais entre as duas maiores economias do mundo está a refletir-se no desempenho pouco expressivo das bolsas norte-americanas.

As atenções dos investidores estão, mais uma vez, voltadas para as negociações entre os Estados Unidos e a China, sobretudo, depois de Donald Trump ter dito que está disposto a adiar o prazo em que deverão ser concluídas as negociações. Contudo, a incerteza em torno do alcance ou não das tréguas comerciais entre as duas maiores economias do mundo está a refletir-se no desempenho das bolsas norte-americanas.

Esta quarta-feira, depois de um dia encerradas, as bolsas norte-americanas retomaram a negociação e abriram com ligeiras perdas. O S&P 500, principal índice de referência, cai 0,04%, para 2.778,74 pontos, enquanto o industrial Dow Jones abriu na linha de água.

Apenas o tecnológico Nasdaq iniciou a negociação em terreno positivo, a registar ganhos na ordem dos 0,03% para 7.489,31 pontos.

Esta semana, o Presidente norte-americano afirmou que as negociações comerciais com a China estão a correr bem. E, quanto ao prazo de conclusão, Trump disse que o primeiro de março não é uma data “mágica”. Além disso, o Presidente dos EUA confessou que “um acordo inovador ainda está distante” de ser alcançado, justificando que as negociações com a China são “muito complexas”.

Lukman Otunuga, analista da ForexTime (FXTM), disse que um resultado favorável para o mercado será se “ambos os lados concordarem em prorrogar o prazo de 1 de março, o que daria mais tempo para encontrar um meio-termo na política comercial”.

Enquanto os investidores esperam novidades no sentido de tréguas comerciais entre as duas maiores economias do mundo, a gigante tecnológica Apple sobe 0,31% e a Amazon valoriza 0,018%. Por outro lado, a Southwest Airlines perdeu 4,86% e a American Airlines Group desvaloriza 1,24%.

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Cartões de cidadão vão mudar. Portugueses vão ter BI igual aos outros países da Europa

  • Guilherme Monteiro
  • 20 Fevereiro 2019

Cidadãos europeus vão passar a ter cartões de cidadão iguais e os primeiros podem começar a circular em Portugal entre 2020 e 2021. Ninguém vai ser obrigado a mudar e não vai ter custos acrescidos.

Os cidadãos europeus vão passar a ter cartões de cidadão iguais. O acordo alcançado esta quarta-feira pelo Parlamento Europeu (PE) e o Conselho Europeu (CE) vai levar a que os documentos de identificação de todos os Estados-membros sejam uniformizados, passando a ter um aspeto visual comum.

O eurodeputado social-democrata, Carlos Coelho, negociador do Partido Popular Europeu que liderou a proposta, explica ao ECO que há três alterações de fundo: os documentos passam a incluir a bandeira da União Europeia, a fotografia muda para o lado esquerdo e serão reforçadas as normas de proteção dos dados dos utentes dos cartões.

Esta última alteração torna possível uma leitura criptográfica do documento de identificação “sem ter de o introduzir numa máquina. A proximidade com a chave criptográfica vai funcionar”, frisa Carlos Coelho.

Há vários anos que a ideia de um cartão de cidadão com um aspeto visual comum era discutida, visto que, como sublinha o eurodeputado, “existem, atualmente, entre cartões de cidadão e similares, praticamente 100 tipos diferentes, a nível da Europa”. Uma realidade que torna difícil, por exemplo, a instrução de um polícia acerca dos cartões europeus a aceitar nos respetivos Estados-membros. “Olhe, decore estes 100 tipos diferentes de cartões que o senhor vai ter de aceitar aqui na sua rua”, ironiza o eurodeputado.

Existem, atualmente, entre cartões de cidadão e similares, praticamente 100 tipos diferentes, a nível da Europa.

Carlos Coelho

Eurodeputado do PSD e negociador da proposta

O social-democrata lembra ainda que, no último verão, “foram reportados dezenas de casos de portugueses que viram o seu cartão de cidadão recusado como meio de identificação, sobretudo na Alemanha”. Situações que acontecem “devido ao formato não conforme do cartão de cidadão.”

O novo regulamento deverá ser publicado até ao final do mês de maio e entrará em vigor passados dois anos, altura em que os Estados-membros terão, obrigatoriamente, de o adotar. No entanto, nenhum cidadão europeu vai ser obrigado a mudar de cartão de imediato, nem terá custos adicionais.

“Há um processo de mudança de cartão. Durante os nove anos subsequentes, estamos a falar dos próximos 11 anos, as pessoas recebem um cartão novo quando chegarem ao final da validade do atual”, explica o eurodeputado social-democrata.

Há um processo de mudança de cartão. Estamos a falar dos próximos 11 anos, as pessoas recebem um cartão novo quando chegarem ao final da validade do atual.

Carlos Coelho

Eurodeputado do PSD e negociador da proposta

Durante o período de dois anos após a publicação do documento, cabe a cada Estado-membro decidir se quer antecipar a introdução dos novos cartões. Se for aprovado até ao final do mês de maio, os primeiros documentos uniformizados a saírem das lojas de cidadãos portuguesas podem ser já em meados do próximo ano.

Uma medida que, para Carlos Coelho, vai trazer “uma liberdade de circulação de forma mais evidente”.

Protótipo do futuro cartão de cidadão uniformizado baseado no Regulamento do Parlamento e Conselho Europeu

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Caso EDP. Tribunal da Relação revoga decisão de juiz Ivo Rosa

  • ECO
  • 20 Fevereiro 2019

O Tribunal da Relação volta a revogar uma decisão do juiz Ivo Rosa. Tribunal diz que há uma "persistente" interferência na investigação do caso EDP. Pode haver consequências disciplinares para o juiz.

O Tribunal da Relação de Lisboa dá razão ao Ministério Público, no âmbito do caso EDP, e revoga a totalidade do despacho do juiz de instrução, Ivo Rosa, por este “estar fulminado por sucessivas nulidades insanáveis”. Ivo Rosa exorbitou “o limite das competências do juiz de instrução” durante a fase do inquérito, avança o Observador.

Mas o Tribunal vai mais longe, tendo comunicado o acórdão ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) para efeitos disciplinares, acusando o juiz Ivo Rosa de não estar a respeitar as decisões da Relação, persistindo na mesma interpretação da lei que já por três vezes foi declarada ilegal por três desembargadores diferentes no âmbito do caso da elétrica nacional.

O desembargador Ricardo Cardoso afirma que a atuação do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal ao longo de todo o caso EDP “resulta na obstaculização à aquisição de prova indiciária ainda antes de saber se ela existe e do conhecimento do seu teor”.

De resto, o desembargador que foi o relator do acórdão classifica as interpretações de Ivo Rosa como “peregrinas”, “extravagantes e marginais”.

Ricardo Cardoso acusa ainda a atuação de Ivo Rosa de “violar a autonomia do Ministério Público, a separação de poderes e a legalidade democrática” e de violar o princípio do juiz natural por tentar apoderar-se das competências de Carlos Alexandre como juiz de instrução das fases de inquérito dos casos BES/GES e da Operação Marquês, processo que está na fase atual de instrução criminal e é liderado por Ivo Rosa.

No recurso agora revogado estava em causa um despacho de Ivo Rosa de 23 de maio de 2018, no qual o juiz declarou nulas uma série de decisões dos procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto, sobre o presidente e o administrador da EDP, António Mexia e João Manso Neto, ambos arguidos pelos alegados crimes de corrupção ativa, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Entre as decisões considerada nulas estava o pedido de informação bancária, fiscal e email que fazem parte dos processos BES/GES e da Operação Marquês, pedidos que tinham sido autorizados por Carlos Alexandre. E ainda pedidos de informação bancária dirigidos ao Banco de Portugal dos dois arguidos.

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Álvaro Santos Pereira vai explicar relatório da OCDE no Parlamento

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2019

Depois de Santos Pereira ser afastado da apresentação do relatório da OCDE, o PSD pediu para ouvir o antigo ministro no Parlamento. O requerimento foi aprovado, mas ainda não tem data marcada.

O requerimento do grupo parlamentar do PSD para audição do antigo ministro Álvaro Santos Pereira acerca do relatório da OCDE sobre as perspetivas económicas para Portugal foi esta quarta-feira aprovado pela Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Segundo adiantou à agência Lusa fonte parlamentar, o PS pretendia que fosse a OCDE a indicar o nome da pessoa a ser ouvida naquela Comissão, posição que mereceu a oposição do PSD e do CDS/PP, tendo, no final, sido aprovada a audição do antigo ministro da Economia Álvaro Santos Pereira, embora sem data ainda marcada.

Na origem do requerimento do PSD estão notícias de que “o Governo exigiu a exclusão do diretor do Departamento que coordena os relatórios sobre as economias dos países membros da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico]”, Álvaro Santos Pereira, da apresentação do documento da OCDE sobre as perspetivas económicas para Portugal “simplesmente porque este pôs como um dos dois temas centrais desse relatório a reforma da justiça e a corrupção”.

Quanto ao requerimento do CDS-PP para que fosse ouvido na Comissão o diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), Rómulo Augusto Mateus, para esclarecimentos sobre a questão da segurança nas prisões, na sequência da “festa” dos reclusos na cadeia de Paços de Ferreira, a decisão foi adiada e só será decidida após a ministra da Justiça ser ouvida na 1.ª Comissão sobre esta e outras matérias.

Também não existe ainda data para audição da ministra Francisca Van Dunem, cujos esclarecimentos junto desta Comissão Parlamentar chegou a estar programado para esta quarta-feira.

Durante os trabalhos desta quarta-feira da Comissão Parlamentar foram aprovados, na especialidade, com os votos contra do CDS/PP e PSD, o projeto-lei que aprova o regime de regularização de cidadãos estrangeiros indocumentados e o diploma que atribui um visto de residência temporário aos cidadãos estrangeiros com um ano de descontos para a Segurança Social. Foi também aprovado o projeto-lei que altera o regime de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros de território nacional.

Relativamente à apreciação do diploma que altera o Código Civil, eliminado a discriminação entre homens e mulheres em matéria de prazo internupcial, foi decidido recolher novos pareceres junto da Procuradoria-Geral da República, Ordem dos Advogados e Conselho Superior da Magistratura, referiu ainda a fonte.

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Receitas turísticas batem novo recorde. Mas desde 2013 que não cresciam tão pouco

As receitas turísticas ultrapassaram os 16,6 mil milhões de euros no ano passado, mas, à semelhança de outros indicadores do setor, já dão sinais de abrandamento.

As receitas turísticas voltaram a aumentar e bateram um novo recorde no final de 2018, ultrapassando os 16,6 mil milhões de euros. Contudo, este indicador do turismo, que é aquele que tem registado as taxas de crescimento mais expressivas do setor, também já dá sinais de abrandamento e registou, no ano passado, a menor subida desde 2013.

Os dados foram divulgados, esta quarta-feira, pelo Banco de Portugal. A instituição dá conta de que as receitas turísticas totalizaram 16.613.980.000 euros no ano passado. Desde 2010 que este indicador cresce ininterruptamente todos os anos e 2018 não foi exceção, mas o crescimento a dois dígitos já não foi alcançado. As receitas turísticas aumentaram em 9,64% no ano passado, o que representa a a subida menos expressiva desde 2013, ano em que as receitas turísticas tinham aumentado em torno de 7%.

O abrandamento que tem feito sentir-se no setor do turismo também se faz notar, assim, nos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal. No ano passado, os estabelecimentos hoteleiros nacionais receberam mais de 21 milhões de hóspedes, uma subida de 1,7%, que responderam por 57,6 milhões de dormidas, o que representa uma variação nula. É a queda de 2% das dormidas de residentes no estrangeiro que justifica este movimento, já que as dormidas dos residentes em Portugal aumentaram 5% no ano passado.

Mesmo assim, os dados divulgados esta quarta-feira permitem concluir que os turistas estrangeiros gastaram uma média de 45,5 milhões de euros por dia em Portugal. Cada um dos mais de 12,7 milhões de turistas estrangeiros que passaram por cá gastou uma média de 1.301 euros durante a sua estadia.

Por outro lado, os gastos dos turistas portugueses no estrangeiro ultrapassaram os 4,7 mil milhões de euros, uma subida de 9,6% face ao ano de 2017. Feitas as contas, o saldo da balança turística totalizou os 11,9 mil milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 8,6%.

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Trabalhadores com contrato individual também são abrangidos por aumentos na Função Pública

O decreto-lei que estabelece a nova base remuneratória da Função Pública foi publicado esta quarta-feira e esclarece que essa subida salarial também chega a quem tem contratos individuais de trabalho.

O aumento da base remuneratória da Função Pública vai abranger também os trabalhadores do Estado com contratos individuais de trabalho. Este esclarecimento consta do decreto-lei publicado, esta quarta-feira, em Diário da República, que fixa o salário mínimo da Administração Pública no valor equivalente à quarta posição da Tabela Remuneratória Única (TRU), ou seja, 635,07 euros mensais.

“De modo a não gerar desigualdade de tratamento entre os trabalhadores que, no âmbito da Administração Pública, exercem funções com vínculos contratuais diferentes, o presente diploma aplica-se igualmente aos trabalhadores com contratos individuais de trabalho“, lê-se no diploma em causa.

Com a publicação deste decreto-lei, os serviços deverão agora realizar um processamento salarial extraordinário de modo a que os trabalhadores abrangidos por esta medida recebam ainda este mês as remunerações aumentadas, bem como o valor do acerto relativo a janeiro.

Em causa está, recorde-se, a elevação da base remuneratória da Função Pública para 635,07 euros, tendo o Governo usado os 50 milhões de euros que tinha reservado no Orçamento do Estado para 2019 para valorizar apenas os salários dos trabalhadores que ganhavam menos.

Esta medida, tendo expressão salarial, abrange, de imediato, os trabalhadores da Administração Pública que auferem uma remuneração base de valor inferior a (euro) 635,07, representando uma elevação da mais baixa remuneração, que, em 2018, se situava em (euro) 580 euros”, sublinha o decreto-lei nº29/2019.

Esta alteração da base remuneratória foi apresentada aos sindicatos em dezembro do ano passado e mereceu, de imediato, fortes críticas. As estruturas defendem a atualização da TRU e o alargamento dos aumentos salariais aos 600 mil trabalhadores que há dez anos não beneficiam de subidas remuneratórias.

A estas críticas juntou-se, pouco depois, uma terceira relativa à conjugação desta medida com as progressões. Isto porque alguns trabalhadores que estavam na terceira posição da TRU já reuniam os dez pontos necessários à passagem para a quarta posição (a nova primeira posição). O Governo decidiu que esses funcionários seguiriam o seu caminho normal, usando os seus créditos para chegarem à nova base remuneratória e ficando no mesmo nível que aqueles que lá chegam agora pela via administrativa.

A solução adotada pelo Governo para preservar a “hierarquia das carreiras” entre os que chegam aos 635 euros por via das progressões e aqueles que chegam pela via administrativa foi um “apagão”: Ambos os grupos ficam com zero pontos.

Fogem ao “apagão” os funcionários que ocupem posições virtuais abaixo da quarta posição da TRU, mas a menos de 28 euros desta. Como na Administração Pública está determinado que a passagem de escalão tem sempre de implicar um aumento de, pelo menos, 28 euros, esses trabalhadores tinham a expectativa de passar não para a quarta posição da TRU, mas para a quinta. Daí que possam agora manter os seus pontos, mesmo passando para os 635 euros.

“Quando, por aplicação do disposto no presente decreto-lei, resulte para o trabalhador um acréscimo remuneratório inferior a 28 euros, este mantém os pontos e correspondentes menções qualitativas de avaliação do desempenho para efeitos de futura alteração de posicionamento remuneratório“, explica, por outro lado, o diploma publicado, esta quarta-feira.

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Teatro em Portalegre à venda no Olx. Governo vai avaliar classificação do imóvel

  • ECO
  • 20 Fevereiro 2019

O Teatro Portalegrense foi colocado à venda no Olx e a família proprietária pede 350 mil euros. O Ministério da Cultura vai agora avaliar a possível classificação do imóvel.

O Teatro Portalegrense, o sexto mais antigo do país, foi colocado à venda no Olx por 350 mil euros. No anúncio é referido que o imóvel conta com um projeto de reabilitação financiado em 80% pela Câmara Municipal, mas a autarquia já desmentiu essa informação. A tentar ser vendido há mais de seis anos, diz a proprietária, o imóvel vai agora ser avaliado pelo Ministério da Cultura.

Já são mais de 8.900 as pessoas que leram o anúncio deste teatro na cidade alentejana, começado a construir em 1854, de acordo com o Público (acesso condicionado). Desde a sua inauguração, esteve sempre em mãos de privados mas chega até hoje com vários usos: já foi tempo da Igreja Universal do Reino de Deus — IURD e sede do Grupo Desportivo Portalegrense. Foi colocado à venda pela primeira vez em 2013, mas não apareceram interessados.

Na década de 40 foi considerado “absolutamente incapaz para local de espetáculos” pela Inspeção-geral dos Espetáculos, tendo esta sublinhado a decadência e degradação da estrutura, diz o Público. A Federação Nacional para a Alegria no Trabalho ainda tentou comprá-lo, para lá instalar a sua sede, mas sem sucesso. Mas passaram pelo teatro vários nomes conhecidos, como Amélia Rey Colaço em 1985, no espetáculo El-Rei Sebastião, de José Régio.

“Os frescos do teto, os camarotes, as escadas em granito, a sua área e localização… Interior em madeira. Com plateia e 3 balcões, mais arrecadações, bar, salas anexas e palco. Em bom estado de conservação, mesmo com a idade do edifício”, refere o anúncio, para justificar os 350 mil euros pedidos. Inicialmente, a proprietária mencionava um projeto de remodelação financiado em 80% pela Câmara, mas esta desmentiu, afirmando que “nem existem condições para a autarquia assumir o ónus de reabilitar o imóvel”.

Esta terça-feira, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, disse já ter pedido uma avaliação do imóvel: “O que solicitei é que internamente, ao nível da Direcção-Geral de Património Cultural (DGPC), fosse avaliada a possibilidade ou não da classificação do imóvel e, face a essa avaliação, o que poderia ou não ser a limitação de usos para um património que hoje é privado“, referiu, durante a 20.ª edição do Correntes d‘Escritas, na Póvoa de Varzim.

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