Se PSD perder legislativas será por “culpa própria” e incompetência, diz Castro Almeida

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2019

O vice-presidente do PSD acredita que as próximas eleições legislativas vão ser disputadas "taco a taco" e defende que "a ideia da maioria absoluta do PS já se esfumou".

O vice-presidente do PSD Manuel Castro Almeida considera que, se os sociais-democratas não vencerem as próximas eleições legislativas, será por “culpa própria” e por incompetência.

Numa entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que será transmitida este domingo, Castro Almeida diz estar convicto de que as próximas eleições legislativas vão ser disputadas “taco a taco” e entende que “a ideia da maioria absoluta do PS já se esfumou”.

O cenário em que trabalho é o cenário em que o PSD vai vencer. Está ao nosso alcance. (…) Depende de nós. Se não o fizermos é porque somos incompetentes. Se o PSD não ganhar as eleições é por culpa própria, porque o Governo está a fazer o necessário para as perder. O Governo enganou-se no ciclo político (…) e está em ciclo descendente”, afirma o vice-presidente do partido liderado por Rui Rio.

Questionado sobre a hipótese de uma solução de Governo que juntasse PS e PSD, Castro Almeida entende que só num “cenário de exceção” como “de guerra civil ou invasão estrangeira”.

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Crise na Venezuela dá prejuízo às exportações nacionais? Empresas portuguesas respondem

Apesar da forte instabilidade política que se vive na Venezuela, as empresas portuguesas que exportam para o país dizem ainda não sentir necessidade de abandonar aquele mercado.

A cerca de 7.000 quilómetros de Portugal, na Venezuela, a instabilidade política que se vive é sentida pelas pessoas mas também pelas empresas. Os números mostram que as empresas portuguesas e consequentes produtos exportados para aquele país são cada vez menos. Atrasos nos pagamentos e falta de poder de compra são algumas das dificuldades apontadas. Contudo, as resistentes nacionais que continuam a exportar para a Venezuela dizem que o clima de instabilidade ainda não é suficiente para as fazer abandonar aquele mercado.

Caracas, capital da Venezuela.Wikimedia Commons

A Ferneto começou a exportar equipamentos de padaria para a Venezuela em 1996 mas, nessa altura, já era uma marca conhecida naquele mercado, uma vez que o negócio era liderado por portugueses da Madeira e de Viseu. “As ligações familiares, bem como as excelentes relações luso venezuelanas, garantiram as condições de arranque e a confiança para um projeto muito desafiante: a Ferneto Venezuela”, conta ao ECO António Neto, CEO da Ferneto. Criar esta empresa foi um passo importante para perceber as “reais necessidades do mercado” e “potenciar as exportações”. Embora tenha crescido e fortificado a posição naquele mercado — a empresa chegou a ter 25% da faturação concentrada no país –, nos últimos anos houve “alguns contratempos”.

"Nunca foi hipótese sair, nem tão pouco aceitamos considerar essa hipótese, enquanto resultado de vontade própria. Une-nos uma relação quase umbilical, de enorme respeito e agradecimento, quer na Venezuela e quer em Portugal.”

António Neto

CEO da Ferneto

“A evolução política, e as limitações ao investimento que a mesma determinou, abalaram de forma muito significativa a nossa presença na Venezuela, diminuindo a exportação de alguns dos nossos principais equipamentos como as amassadeiras e batedeiras”, explica António Neto. Para a Ferneto já não é tão fácil exportar este tipo de equipamentos para aquele país da América latina. E é com “enorme preocupação” que a empresa olha para “as dificuldades e para todo o sofrimento da população em geral e dos portugueses em particular“, algo que considera “inaceitável”. No entanto, desistir daquele mercado não é opção. “Nunca foi hipótese sair, nem tão pouco aceitamos considerar essa hipótese, enquanto resultado de vontade própria. Une-nos uma relação quase umbilical, de enorme respeito e agradecimento, tanto na Venezuela como em Portugal”, remata o responsável.

Das batedeiras aos medicamentos

Em 2012, a BluePharma começou a enviar para a Venezuela os primeiros medicamentos produzidos pela empresa. “Primeiro para o mercado público e, desde há um ano, para o mercado privado”, conta Paulo Barradas, CEO do laboratório farmacêutico português. Nestes seis anos, nem todos foram de exportação. Exemplo disso foi 2018. “No ano passado não exportámos devido às dificuldades económicas, à falta de divisas e às dificuldades de pagamento. Acabou por não haver negócio”, revela.

"A economia quase desapareceu. Não produzem e a economia é quase baseada no petróleo. É um país bonito e com todas as condições para dar uma melhor qualidade de vida à sua população, mas isso não tem acontecido por opções políticas.”

Paulo Barradas

BluePharma

O mercado está muito “estatizado”, com uma “iniciativa privada muito difícil”. A BluePharma exporta para a Venezuela através dos hospitais, “mas há sempre dificuldade na aquisição de medicamentos”. “A economia quase desapareceu. Não produzem, e a economia é quase baseada no petróleo. É um país bonito e com todas as condições para dar uma melhor qualidade de vida à sua população, mas isso não tem acontecido por opções políticas”, refere Paulo Barradas.

A empresa envia, em média, cerca de dois milhões de embalagens de medicamentos para a Venezuela todos os anos — a maioria antibióticos, hipertensores e antidiabéticos –, produzidos em Portugal, sem estar nos planos a instalação de uma sede naquele país. “Com a instabilidade que lá se vive, um investimento desses requer sempre estabilidade e segurança, e lá não encontrámos isso”. Independentemente dessa realidade, continua viva a vontade de estar presente no mercado venezuelano: “Temos feito investimento e temos um bom portefólio de medicamentos registados lá. E queremos rentabilizar esse investimento”, remata o CEO.

A Fiamma começou há cerca de três anos a exportar para a Venezuela máquinas de café, através de um cliente no Canadá que fez a ligação com uma empresa torrefatora no país latino. “O balanço é surpreendentemente positivo porque não estávamos à espera de nada. Não esperávamos vender nada para lá porque não temos feitos muitas visitas ativas ao país, nem vamos fazer para já”, explica ao ECO Miguel Meleiro, responsável pelo comércio externo da Fiamma. Anualmente, a empresa exporta para a Venezuela cerca de 25 máquinas de café, o equivalente a cerca de 50 mil euros. Todos os anos as exportações têm crescido cerca de 10%, um desempenho ajudado pela “forte apetência para o consumo de café expresso”.

"Nunca pensámos [deixar de exportar para a Venezuela]. Todos os mercados são bons para nós e não temos qualquer entrave em exportar seja para onde for. Qualquer mercado é razoável e bom para nós exportarmos.”

Miguel Meleiro

Fiamma

Dado que a Venezuela não é o principal mercado da Fiamma, com sede em Aveiro e um laboratório em Itália, o clima que se vive no país não afeta a perspetiva da empresa de forma muito significativa. “Seguramente não é dos nossos principais mercados. Se fosse um mercado como a Arábia Saudita, a Rússia ou o Dubai, isso preocuparia porque temos penetrações muito grandes”, explica Miguel Meleiro. Contudo, embora admita que “a grande instabilidade política levou a um enorme decréscimo do poder de compra”, diz que “tudo indica que as coisas terão que melhorar e não manter-se iguais”. Uma coisa é certa: continuar presente na Venezuela faz parte dos planos: “Nunca pensámos [deixar de exportar para lá]. Todos os mercados são bons para nós e não temos qualquer entrave em exportar seja para onde for. Qualquer mercado é razoável e bom para nós exportarmos”, sublinha.

Fiamma está na Venezuela desde 2015.D.R.

Também presente na Venezuela, desde 2011, o grupo Lena tem vindo a registar uma quebra nas exportações desde 2016. “Entre 2012 e 2016 exportámos mais de 300 milhões de euros para a Venezuela. Desde 2016 que têm vindo a decrescer face às dificuldades do Estado em pagar atempadamente“, revela Joaquim Paulo Conceição. O grupo exporta para aquele país “tecnologia para produção modular de habitações”, tendo já construído duas fábricas responsáveis pela construção de 12.300 casas. A presença em território venezuelano envolve a contratação de mais de 300 colaboradores locais, refere o responsável ao ECO.

"Estamos atentos ao que se passa e naturalmente preocupados com a segurança de todos os nossos colaboradores, mas continuamos a achar que o país tem potencial ajustado para as atividades que prosseguimos.”

Joaquim Paulo Conceição

Grupo Lena

Além dos negócios diretos do grupo Lena, a empresa levou para o país mais de 100 outras empresas portuguesas parceiras do mesmo setor, como alternativa ao mercado nacional estagnado, “quando a construção em Portugal caiu a pique”, recorda Joaquim Paulo Conceição. Mas se esta foi uma das coisas boas do mercado latino, uma das coisas más “tem sido a forte liquidez do país demasiado dependente do preço do petróleo”. E, embora o cenário seja pouco positivo desde 2016 — e a empresa se diga preocupada com a segurança dos colaboradores — o grupo quer continuar a acreditar que a Venezuela “tem potencial ajustado para as atividades” que dirige.

“Até que a situação política esteja estabilizada, não será viável exportar”

Foi há cerca de 20 anos que a Azeol começou a exportar para a Venezuela. Era daqui que enviavam azeite, óleos vegetais e tempero culinário. Era. Porque, por enquanto, deixaram de enviar. “Até que a situação política do país esteja estabilizada, não será viável para nós exportar”, explicam ao ECO Avelino Santos, responsável pelo mercado venezuelano, e Jorge Elias, administrador da Azeol. Nos primeiros anos a exportar para aquele país, registaram-se “volumes significativos”, num mercado cujo ponto forte era o “grande consumo”.

"Neste momento isso não é possível, mas acreditamos que a situação vai melhorar e, portanto, não pretendemos desistir deste mercado, aguardamos apenas um futuro mais risonho.”

Avelino Santos e Jorge Elias, Azeol

“O ponto fraco [do mercado venezuelano] sempre foi a situação política do país que veio a piorar consideravelmente nos últimos anos, tornando-se muito difícil a exportação, apesar da grande escassez de produtos no mercado“, explicam os responsáveis da Azeol. Mas, neste momento, para a empresa com sede em Torres Vedras, “as consequências são visíveis” e “as exportações estão estagnadas”, tendo-se verificado um “decréscimo acentuado” das mesmas nos últimos anos. Ainda assim, a empresa continua a querer exportar para aquele país, mas apenas quando a situação política estabilizar. “Neste momento isso não é possível, mas acreditamos que a situação vai melhorar e, portanto, não pretendemos desistir deste mercado, aguardamos apenas um futuro mais risonho“.

AzeolD.R.

A Azeol é uma das nove empresas portuguesas associadas da Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa. E é uma, entre as 50 maiores exportadoras para a Venezuela, que diz ser incomportável exportar para aquele país neste momento. Embora a maioria das exportadoras acredite que o clima de instabilidade ainda não é suficiente para as fazer desistir daquele mercado, a verdade é que os dados do INE mostram que o número de empresas portuguesas a exportar para o país tem vindo a diminuir consideravelmente. Se, em 2014, eram 198, no ano passado eram apenas 93. O mesmo desempenho verifica-se no valor das exportações: os 7,74 milhões verificados entre janeiro e novembro de 2017 reduziram-se a 3,82 milhões no mesmo período do ano passado, uma quebra de mais de 50%.

"As empresas serão tanto mais prejudicadas quanto mais estiverem expostas a este mercado. Em primeiro lugar assiste-se a uma diminuição da procura e depois a todos os riscos associados a um mercado instável como atrasos de pagamentos.”

João Pedro Guimarães

Secretário-geral da Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa

“É sempre preocupante quando as exportações para um determinado mercado diminuem, principalmente para as empresas que possam ter uma maior concentração de vendas nesse mercado”, refere João Pedro Guimarães, secretário-geral da Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa, ao ECO. Se em 2014 a Venezuela era o 28.º cliente de Portugal, em 2017 caiu para a 106.ª posição, afirmou. “As empresas serão tanto mais prejudicadas quanto mais estiverem expostas a este mercado. Em primeiro lugar assiste-se a uma diminuição da procura e depois a todos os riscos associados a um mercado instável como atrasos de pagamentos“.

Do lado da Câmara do Comércio, que ajuda as empresas nos processos de internacionalização, o feedback que tem recebido é que “as empresas estão a abandonar o mercado”, afirmação comprovada pelos números do INE. E a melhor maneira de se defenderem “passa sempre pela redução da exposição e dependência face a um qualquer mercado, no caso, o Venezuelano”, remata.

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Catarina Martins considera que moção de censura “não é para ser levada a sério”

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2019

“Uma moção de censura que é tão contraditória nos seus termos não é seguramente para ser levada muito a sério”, disse Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou este sábado que a moção de censura ao Governo, apresentada pelo CDS-PP, “não é para ser levada a sério”, acusando os centristas de contradições.

Falando aos jornalistas à margem da reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, que decorreu em Lisboa, a líder do BE referiu que “não deixa de ser interessante, ou revelador, que o CDS apresente a contestação, as greves, as contestações laborais como uma das causas da moção de censura, quando o mesmo CDS tem votado contra todas as reivindicações concretas destas contestações”.

“Os trabalhadores não fazem reivindicações no vazio contra um Governo, fazem reivindicações concretas sobre a sua carreira, sobre o seu salário, sobre as suas condições de vida, e sobre todas essas matérias, todas as posições do CDS foram contrárias a qualquer solução que hoje está a ser pedida em várias áreas”, sustentou.

Catarina Martins concluiu por isso que “uma moção de censura que é tão contraditória nos seus termos não é seguramente para ser levada muito a sério”.

“O Bloco de Esquerda votará, naturalmente, contra, como já toda a gente sabia mesmo antes de a moção de censura ser apresentada, e o próprio CDS-PP também”, acrescentou.

Para a líder bloquista, esta moção de censura “tem mais a ver com o lançamento da campanha eleitoral à direita”.

“Julgo que é isso que o CDS está a fazer, a posicionar-se, está no seu direito”, considerou, advogando que “acrescenta muito pouco do ponto de vista do debate político”.

A moção de censura ao Governo, anunciada na sexta-feira pela líder do CDS, Assunção Cristas, vai ser discutida no parlamento na quarta-feira, disse à Lusa fonte da direção da bancada centrista.

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Rio promete “reforma justa da Segurança Social” no seu programa de Governo

Na apresentação daquelas que serão as linhas mestras do seu programa de Governo, Rui Rio frisou que não discutiram nomes, nem elegeram ninguém. Moedas é mandatário do PSD às eleições europeias.

Rui Rio defende a necessidade de “uma reforma justa da Segurança Social para a tornar sustentável no longo prazo”. No Conselho Estratégico do PSD, que está a decorrer este sábado, em Santa Maria da Feira, o líder social-democrata enumerou algumas das questões que “terão de ter resposta no programa de Governo” do partido. Entre essas questões está também a Justiça, que Rui Rio defende que deve ter maior escrutínio, mas também uma maior celeridade.

Naquela que Rui Rio classifica como uma “iniciativa inédita na atividade partidária clássica”, Rio deixou as “ideias que, em tempo próprio serão a base das propostas” que pretende submeter “a sufrágio dos portugueses”. “Não discutimos nomes, não elegemos ninguém, não houve truques ou jogadas de bastidores, infelizmente tão frequentes em reuniões políticas partidárias, estamos apenas a debater o país”, disse Rui Rio, numa crítica indireta à convenção nacional do PS — onde foi confirmado o nome de Pedro Marques como cabeça de lista do PS às europeias — que o líder chegou a classificar de “ação de campanha eleitoral”.

Não discutimos nomes, não elegemos ninguém, não houve truques ou jogadas de bastidores, infelizmente tão frequentes em reuniões políticas partidárias, estamos apenas a debater o país.

Rui Rio

Líder do PSD

Rui Rio reiterou a sua posição polémica de que o Conselho Superior do Ministério Público não deve ser composto apenas por juízes, para garantir um maior escrutínio, uma ideia pela qual já foi fortemente atacado por se entender que Rio quer os políticos a vigiar os juízes. No entanto, o social democrata foi claro na condenação da política a interferir na Justiça e vice-versa.

“Ninguém quer políticos na Justiça, mas o controlo efetivo da sociedade sobre o funcionamento da Justiça, como acontece nos demais setores da vida nacional”, defendeu Rui Rio. “Em democracia não pode haver nenhum poder que não esteja sujeito ao controlo do povo”, reiterou. “Não queremos a política na Justiça, mas também não queremos a Justiça na política”, acrescentou. “São intoleráveis as pressões políticas sobre o sistema judicial, mas é igualmente intolerável a gestão de processos judiciais em função de objetivos de natureza política“, disse.

Ninguém quer políticos na Justiça, mas o controlo efetivo da sociedade sobre o funcionamento da Justiça, como acontece nos demais setores da vida nacional.

Rui Rio

Líder do PSD

Ainda no capítulo da Justiça, Rio voltou a defender o fim da violação do segredo de Justiça, “que transfere as sentenças dos tribunais para as montras, onde qualquer um pode ser condenado em letras garrafais de uma qualquer primeira página de um jornal. A constante violação do segredo de Justiça é, na sua opinião, “um fenómeno típico das sociedades totalitárias”.

Rui Rio defendeu ainda a necessidade de resolver os atrasos nos tribunais administrativos e fiscais, porque a situação atual “é castradora do normal funcionamento da economia” portuguesa.

Uma economia que ainda tem uma dívida pública e externa demasiado elevadas: “Muito superiores ao que precisamos para evitar” um novo resgate externo, que já aconteceu por três vezes. Rio defende que “as regras europeias não são um obstáculo ao desenvolvimento, antes pelo contrário“, disse, defendendo a importância da Europa e o compromisso com o seu futuro.

Na plateia, o comissário europeu Carlos Moedas, foi o escolhido para ser o mandatário nacional do PSD para as próximas Eleições Europeias. O anúncio foi feito pelo próprio cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, para as Europeias. Carlos Moedas é “alguém que representa o que mais moderno, mais inovador, mais jovem, mais cosmopolita [que] tem o PSD e o seu programa”, disse Rangel, citado pela TSF, na convenção do PSD, esta tarde.

Rui Rio acusou ainda a atual solução governativa de não ter “uma estratégia de crescimento sustentado” e de nos vários Orçamentos de Estado ter “distribuído até ao osso” tudo o que tinha à sua disposição, porque entre os três partidos da geringonça se disputa “quem consegue dar as melhores notícias ao eleitorado”. Para Rui Rio, Portugal tem “o pior de dois males”, paga mais e tem pior serviço.

Já só falta o cidadão ser obrigado a deixar o funcionário do Fisco dormir lá em casa para melhor lhe vascular os armários, as gavetas e se necessário for os bolsos.

Rui Rio

Líder do PSD

O líder do PSD criticou ainda o papel “cada mais intrusivo” da Autoridade Tributária e a “relação cada vez mais prepotente com o contribuinte”. “Já só falta o cidadão ser obrigado a deixar o funcionário do Fisco dormir lá em casa para melhor lhe vascular os armários, as gavetas e se necessário for os bolsos”, concluiu.

No Conselho Estratégico do PSD, ficou ainda clara a defesa de uma reforma do sistema político, círculos eleitorais mais pequenos e uma redução sensata do número de deputados. Rio definiu ainda como prioridade a saúde.

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Costa confirma Pedro Marques como cabeça de lista às europeias

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas irá, assim, prescindir deste cargo para se candidatar às europeias. Os socialistas ainda não revelaram mais nomes para a candidatura a estas eleições.

António Costa confirmou, este sábado, o nome de Pedro Marques como cabeça de lista do Partido Socialista (PS) às eleições europeias, tal como já tinha sido antecipado. O anúncio oficial foi feito no encerramento da convenção nacional do PS, que decorreu em Vila Nova de Gaia e, para já, não foi revelado quem irá juntar-se a Pedro Marques na lista socialista. O ministro do Planeamento e das Infraestruturas irá, assim, prescindir deste cargo para se candidatar às europeias, o que irá levar também a uma remodelação do atual Executivo. O nome já foi aprovado pela Comissão Europeia.

Foi depois de vários minutos de elogios a Pedro Marques que António Costa anunciou o cabeça de lista, cuja candidatura, segundo o primeiro-ministro, já foi aprovada, “em dezembro último”, por Bruxelas. “Para não quebrar a tradição, não vamos renovar o mesmo cabeça de lista”, começou por dizer António Costa, numa referência a Francisco Assis, que não irá candidatar-se nestas eleições.

“Escolhi alguém que creio que está em excelentes condições de dar continuidade a esta boa tradição do PS. Alguém que conhece profundamente o país. Alguém que, enquanto exerceu funções como secretário de Estado da Segurança Social, conheceu como ninguém as necessidades reais do país. Não há em nenhuma freguesia do país, nem em nenhuma instituição, com quem não tenha trabalhado quando foi secretário de Estado. Nos últimos anos, as funções que exerceu têm permitido um grande contacto com todo o país. Se precisamos de alguém para nos representar em Bruxelas, tem de ser alguém que conheça bem o país e que não tenha dúvidas sobre quais são os interesses e as necessidades dos portugueses”, continuou o primeiro-ministro.

E continuou: “No nosso último congresso, tomámos decisão de proceder à renovação dos quadros do PS. É altura de o PS apostar na excelente qualidade de quadros que temos nas gerações abaixo da minha e que assegurarão ao PS a sua contínua renovação”. Aos 42 anos, Pedro Marques, economista de formação, será o mais jovem candidato socialista de sempre a umas eleições europeias.

António Costa salientou ainda o “conhecimento profundo das instituições europeias”, bem como as “provas dadas na ação governativa”, com destaque para a gestão dos fundos comunitários.

Após o anúncio, Pedro Marques subiu ao palco para defender a governação de António Costa e comprometer-se a levar os mesmos valores a Bruxelas: “Mais emprego, menos desigualdade e contas certas tem de ser possível na Europa“, afirmou o ainda ministro do Planeamento.

Fica por saber, para já, quem irá juntar-se a Pedro Marques. O nome de Maria Manuel Leitão Marques, atualmente ministra da Presidência, também tem sido falado, embora ainda não tenha sido oficialmente confirmado.

Notícia atualizada pela última vez às 19h41 com mais informação.

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Presidência do Eurogrupo é “reconhecimento” do trabalho do Governo, diz Centeno

O ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo defende conquista do espaço político aos populistas que "exploram o espaço da impaciência e da abstenção".

O atual Governo socialista é “obreiro em Portugal” de um “percurso inigualável na Europa” e a presidência do Eurogrupo, hoje exercida pelo ministro português das Finanças, é o “reconhecimento” disso mesmo. Quem o defende é o próprio Mário Centeno, que falou, este sábado, na convenção nacional do PS, a decorrer em Vila Nova de Gaia.

“A economia da Zona Euro cresce há 22 trimestres consecutivos e Portugal cresce mais do que Zona Euro. Foram criados nove milhões de postos de trabalho na Zona Euro e Portugal lidera esse crescimento. O sistema financeiro e os bancos encontram-se mais capitalizados e mais fortes, o que também é verdade em Portugal. A dívida pública prossegue uma trajetória descendente, com níveis mais sustentáveis, e Portugal acompanha todo esse trajeto”, afirmou Mário Centeno.

É perante este cenário que considera que a Europa está a reconhecer o trabalho do Governo português. “O Governo do PS é obreiro, em Portugal, deste percurso inigualável na Europa. A presidência do Eurogrupo que hoje exerço é também o reconhecimento desse trabalho“, frisou o ministro das Finanças.

Centeno aproveitou o discurso para defender também a conquista do espaço político aos populistas. “Não podemos deixar o discurso político para os que apelam ao ressentimento e ao populismo. Os populistas das ideias fáceis e miragens inalcançáveis exploram o espaço da impaciência e da abstenção. Os progressistas da Europa devem fazer de novo suas as causas do crescimento inclusivo e que conta com todos”, sublinhou, acrescentando que “as causas da justiça económica e social são um princípio basilar da Europa e do euro”.

“Está nas nossas mãos seguir o caminho das reformas e da integração que nos trouxe prosperidade. Mas essa prosperidade não é de ontem nem é de hoje, mas dos últimos 50 anos na Europa. Não foi a austeridade que fez a Europa, foi a solidariedade, foi a partilha de sonhos, foram as conquistas sociais. Temos de reiniciar o processo de convergência e o crescimento inclusivo”, referiu ainda.

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Prisa tenta vender TVI à Cofina e Record TV

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2019

Tanto a Cofina como a Record TV terão transmitido à Prisa que não têm interesse nesta compra, mas o processo não estará ainda fechado.

Depois de ter falhado a venda da Media Capital, dona da TVI, à Altice, a Prisa volta a tentar concretizar esta operação. A notícia é avançada, este sábado, pelo Expresso (acesso pago), que dá conta de que a Cofina e a Record TV (estação brasileira detida pela Igreja Universal do Reino de Deus) estarão entre as entidades que foram abordadas pelos acionistas da televisão portuguesa.

O semanário ressalva, contudo, tanto a Cofina como a Record TV terão transmitido à Prisa que não têm interesse nesta compra. “De facto, a TVI procurou a Record neste sentido. Contudo, não houve interesse por parte da Record na concretização”, referiu fonte oficial da televisão brasileira ao Expresso. A Cofina não fez qualquer comentário.

Várias fontes garantem, por outro lado, que o processo ainda não está fechado. Fonte oficial da Prisa, por sua vez, afirma que “não há nenhuma oferta sobre a Media Capital”, o grupo que detém a TVI e que tem a Prisa como acionista.

A operação de venda da Media Capital à Altice foi travada pela Autoridade da Concorrência em junho do ano passado, que concluiu que o negócio iria resultar num custo estimado de 100 milhões de euros por ano aos concorrentes e, consequentemente, às famílias portuguesas.

A Altice oferecia 440 milhões de euros à Prisa para ficar com a Media Capital, o maior grupo de media português em quota de mercado, detendo canais como a TVI e a TVI24, ou as rádios Comercial, Smooth FM e M80.

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Airbus A380: o gigante dos céus vai aterrar de vez

  • Guilherme Monteiro
  • 16 Fevereiro 2019

A franco-alemã Airbus anunciou que vai deixar de produzir o A380 depois de a Emirates ter reduzido significativamente o volume da encomendas.

O Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo, vai deixar de voar, depois de a Emirates ter reduzido as encomendas.

Descolou pela primeira vez em 2005 com a promessa de desenhar o futuro, mas acaba por marcar o fracasso de um modelo que pretendia competir com o icónico Boeing 747, que celebra 50 anos este mês.

A redução dos pedidos da transportadora dos Emirados Árabes Unidos, de 162 para 123 — devido às dificuldades em encher as aeronaves em algumas rotas –, ditou a decisão fatal.

É preciso ter em conta que colocar 500 toneladas a voar não se faz por um preço modesto, ainda para mais um mercado que, em 2007, se começou a ressentir dos efeitos da crise económico-financeira, enquanto as companhias low cost conquistaram terreno ao luxo e à opulência.

A decisão “dolorosa”, como lhe chama o diretor financeiro da Airbus, Harald Wilhelm, vai ter lugar em 2021, ano em que a produção termina. Mas até lá, ainda vão sair para o mercado mais 17 Airbus A380 — 14 para a Emirates e três para a japonesa ANA.

Apesar da insustentabilidade económica, o Airbus A380 continua a fascinar passageiros e amantes de aeronáutica. Com dois luxuosos andares, a aeronave franco-alemã consegue sentar entre 575 a 853 passageiros, dependendo da configuração. O equipamento movimentado a quatro motores é capaz de atingir uma velocidade de 1.080 Km/h. Com uma capacidade de armazenamento de 320 mil litros de combustível, o Airbus A380 possui uma autonomia de 14.800 Km.

Apesar do luxo, o gigante dos céus vai aterrar de vez. Portugal chegou a conhecê-lo por um breve período de tempo quando, no ano passado, aterrou no aeroporto de Beja para manutenção.

 

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Costa considera “muito claro” o parecer da PGR sobre a greve dos enfermeiros

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2019

O primeiro-ministro refere que, agora, as estruturas sindicais terão de cumprir a lei, sendo uma "boa oportunidade" para repensarem as formas de luta.

O primeiro-ministro considerou, este sábado, que o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a greve dos enfermeiros nos blocos operatórios, considerando-a ilícita, é “muito claro”, tendo agora os sindicatos de cumprir a lei.

“O parecer é muito claro. A greve conforme foi decretada é ilegal e não nos surpreende porque já o tínhamos dito”, disse o primeiro-ministro e líder socialista aos jornalistas, à entrada de um hotel em Vila Nova de Gaia, no Porto, onde decorre este fim de semana a Convenção Europeia do PS.

António Costa referiu que agora as estruturas sindicais têm de cumprir a lei, sendo uma “boa oportunidade” para repensarem as formas de luta e debruçarem-se sobre o que é importante, que é assegurar aos enfermeiros aquilo que têm direito de ver assegurado.

Primeiro, o restabelecimento de uma carreira que permita, além da posição de enfermeiro, o enfermeiro especialista e o enfermeiro gestor, tal como o Governo já aceitou, frisou. Depois, acrescentou, é preciso continuar a fazer um esforço “muito grande” para reforçar o número de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS), lembrando que nos últimos três anos foram integrados mais de quatro mil. O primeiro-ministro realçou ainda que há um novo concurso a ser aberto para a contratação de mais 400 enfermeiros.

“Estamos disponíveis para dialogar como temos feito com os sindicatos que têm tido uma postura dialogante, já com os outros que tem optado por um caminho de violação da lei tem sido mais difícil”, considerou.

Para António Costa, agora que a PGR já se manifestou sobre a greve, é o momento para um “bom clima”, diálogo e pôr o SNS a funcionar bem.

A PGR considerou ilícita a greve dos enfermeiros nos blocos operatórios, anunciou na sexta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido. Marta Temido adiantou que já homologou o “parecer complementar” da PGR e que é vinculativo, e “não é recorrível”, pelo que a greve que está em curso desde 31 de janeiro “deverá ser suspensa”.

A ministra, que falava em conferência de imprensa, em Lisboa, disse que “duas circunstâncias justificam” o parecer da PGR: o pré-aviso de greve “não especificava” em que moldes a paralisação se iria realizar e questões relativas ao “financiamento colaborativo que se colocam à própria greve”.

O Governo pediu um parecer complementar ao Conselho Consultivo da PGR para que se pronunciasse sobre as duas greves dos enfermeiros nos blocos operatórios e que decorreram numa primeira fase entre 22 de novembro e 31 de dezembro e a que está em curso desde 31 de janeiro com término previsto a 28 de fevereiro.

Contudo, a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), as duas estruturas que convocaram a greve dos enfermeiros nos blocos operatórios, disseram na sexta-feira que a paralisação vai continuar.

O Conselho de Ministros decretou em 07 de fevereiro uma requisição civil na greve dos enfermeiros em blocos operatórios em curso desde 31 de janeiro, alegando incumprimento da prestação de serviços mínimos.

A primeira “greve cirúrgica”, decretada pelo Sindepor e pela APSE decorreu em blocos operatórios de cinco centros hospitalares entre 22 de novembro e 31 de dezembro de 2018, tendo levado ao adiamento de mais de 7.500 cirurgias.

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Controlinveste pede insolvência. Tem dívida de 548 milhões

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2019

Este é o culminar de um processo de reestruturação, iniciado em 2014, da holding que controlava jornais como o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias. BCP e Novo Banco são os principais credores.

A Controlinveste SGPS, do empresário Joaquim Oliveira, apresentou, esta semana, um pedido de insolvência. A notícia é avançada, este sábado, pelo Correio da Manhã, que dá conta de que a empresa tem dívidas no valor de 548 milhões de euros, tendo como principais credores o BCP, com 406 milhões de euros, e o Novo Banco, com outros 124 milhões.

Este é o culminar de um processo de reestruturação, iniciado em 2014, da holding que controlava jornais como o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias. O grupo foi afetado pela exposição ao setor dos media e das telecomunicações e, entre 2008 e 2013, as receitas publicitárias registaram uma quebra de 50%.

A empresa conseguiu manter-se no ativo, durante esse período, graças ao crédito bancário, sobretudo concedido pelo BCP. Também o antigo Banco Espírito Santo (BES), então liderado por Ricardo Salgado, concedeu empréstimos significativos à empresa de Joaquim de Oliveira, que dava como garantias os direitos de transmissão dos jogos de futebol e a participação na antiga Portugal Telecom (PT).

Contudo, em 2014, a juntar às quebras das receitas publicitárias, deu-se o colapso da PT, levando o grupo a registar prejuízos na ordem dos milhões de euros e a entrar em incumprimento junto dos bancos. O BCP e o Novo Banco iniciam, posteriormente, um processo de reestruturação, separando os ativos rentáveis (incorporados na Olivedesportos) da dívida por pagar.

O Expresso acrescenta à notícia que, após o pedido de insolvência, segue-se a declaração de insolvência e posterior liquidação da Controlinveste.

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Moção de censura do CDS é um “nado morto”, diz António Costa

O primeiro-ministro diz que a esquerda está "tranquila" com a moção apresentada pelo CDS, que vê como uma tentativa de o partido se "afirmar à direita".

A moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP é um “nado morto” e serve apenas para o partido liderado por Assunção Cristas se “afirmar à direita”. É desta forma que o primeiro-ministro, António Costa, reage à iniciativa apresentada pelos democratas cristãos na sexta-feira, que foi, desde logo, rejeitada pelos partidos que compõem a maioria parlamentar.

“Essa moção de censura foi um nado morto. Imediatamente ficou esclarecido que não teria maioria parlamentar para ser aprovada e faz parte de uma certa disputa que hoje existe na nossa direita, para saber quem se destaca mais, se o CDS, se o PSD, se os partidos emergentes, como o Chega ou a Aliança. É uma questão mais entre a direita do que com o Governo”, resumiu António Costa, em declarações transmitidas pela RTP 3, à chegada à Convenção Nacional do PS que decorre, este fim de semana, em Gaia.

O primeiro-ministro admite que tem de “respeitar as iniciativas das oposições” mas considera que esta “não visava o Governo”, sendo antes o reflexo do “esforço que o CDS faz para se afirmar à direita”. Assim, António Costa não vê motivos para preocupação. “À esquerda estamos tranquilos e podemos continuar aquilo que importa, que é governar o país e resolver os problemas que afligem os portugueses em áreas como a saúde e a educação, bem como promover o emprego e o crescimento da economia”.

Questionado sobre se tem curiosidade sobre qual será a posição do PSD relativamente a esta moção de censura, depois de Rui Rio ter rejeitado revelar qual será o sentido de voto, António Costa afasta o assunto. “Não tenho curiosidade nenhuma, a minha curiosidade, hoje, é como é que vai correr a convenção, que será fundamental para afirmarmos Portugal na Europa e para termos uma aliança progressista à escala europeia”, afirmou.

Sobre a remodelação do Governo que está em curso, o primeiro-ministro disse apenas que há “um princípio claro” de que quem é candidato a eleições europeias — como deverá ser o caso do ministro Pedro Marques — “deve sair do Governo, para não haver confusões”. António Costa rejeita, contudo, revelar, para já, mais pormenores sobre esta remodelação. “A Presidência da República é a quem cabe anunciar as alterações. Esse anúncio será na data e hora que o Presidente da República fixar”.

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Enfermeiros marcam greve nacional para 8 de março

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2019

Entre os motivos que fundamentam a marcação da greve para dia 8 de março estão a “dignificação da profissão” e o descongelamento das progressões na carreira.

A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) vai decretar greve nacional para dia 8 de março, para permitir a participação dos profissionais numa marcha em homenagem à enfermagem que está programada para Lisboa. O anúncio foi feito na página oficial da Associação Sindical na rede social Facebook.

A ASPE indica que a “marcha branca” de homenagem à enfermagem não está a ser organizada pelos sindicatos, mas decidiu avançar para a marcação de um dia de greve geral “para facilitar a participação de todos os enfermeiros” no desfile.

A marcha tem sido divulgada também através das redes sociais pelo Movimento Nacional de Enfermeiros, que dizem que estes profissionais “continuam focados” em “demonstrar o verdadeiro papel do enfermeiro como agente fulcral na persecução de qualidade de cuidados de saúde para todos”.

Coincidindo com o Dia da Mulher, a “marcha branca” pretende homenagear ainda “uma das figuras centrais da enfermagem”, Florence Nightingale, enfermeira que no século XIX mudou o paradigma da profissão, tendo sido considerada pioneira no tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra da Crimeia.

Entre os motivos que fundamentam a marcação da greve para dia 8 de março, a ASPE refere a “dignificação da profissão” e o descongelamento das progressões na carreira, um dos pontos que mantém em oposição sindicatos e Governo e que motivou já duas greves em blocos operatórios, uma delas em curso ainda em dez hospitais.

A ASPE é um dos dois sindicatos responsáveis pela convocação das duas greves cirúrgicas.

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