Governo alerta 400 mil empresas para adotarem teletrabalho

A ordem está dada para o início de uma fiscalização nacional ao teletrabalho, que é obrigatório nos concelhos de maior risco. Até lá, o Governo alertou já 400 mil empresas das novas regras, por email.

O Governo está a apertar o controlo à aplicação da obrigatoriedade do teletrabalho sempre que possível, e começou por enviar emails às empresas a explicar as medidas que entraram em vigor com a renovação do estado de emergência. Está prevista uma ação de fiscalização nacional, havendo coimas em caso de não cumprimento das regras.

Depois de concluir, através de um inquérito realizado na semana passada junto de um conjunto de empresas, que estas tinham apenas “20% dos seus trabalhadores a exercer funções em teletrabalho”, o Ministério do Trabalho lançou um alerta a centenas de milhares de empresas, através de email, para que cumpram a determinação.

“Cerca de 400 mil empresas foram hoje [terça-feira] alertadas das regras em vigor quanto à obrigatoriedade de implementarem o teletrabalho nos casos em que as funções são compatíveis, caso se localizem nos concelhos dos níveis de risco elevado, muito elevado e extremamente elevado”, informou o Ministério do Trabalho num comunicado divulgado esta terça-feira.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) vai desenvolver uma ação nacional de fiscalização ao cumprimento quer da obrigatoriedade do teletrabalho, quer do uso de máscara ou viseira no local de trabalho.

Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

“Nos concelhos de risco moderado, o teletrabalho é obrigatório nas seguintes situações: caso o trabalhador se encontre abrangido pelo regime excecional de proteção de imunodeprimidos e doentes crónicos; caso seja portador de deficiência, com grau de incapacidade igual ou superior a 60%; ou ainda caso o trabalhador tenha filho ou dependente (até 12 anos ou, independentemente da idade, com deficiência ou doença crónica) considerado doente de risco e que se encontre impossibilitado de assistir às atividades letivas e formativas presenciais”, explica o ministério na nota agora divulgada.

“Através de uma mensagem de email enviada pelos serviços do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, foi também assinalada a obrigatoriedade de uso de máscara ou viseira no local de trabalho”, acrescenta o Governo. “É obrigatório o uso de máscaras ou viseiras em todos os locais de trabalho, sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável”, remata.

No sábado, quando anunciou as novas medidas de controlo da pandemia que entraram em vigor à meia-noite desta terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, alertou que seria dada ordem para o aumento da fiscalização à aplicação do teletrabalho obrigatório nas empresas em que tal é possível. Essa fiscalização vai agora avançar.

“Para fiscalizar o cumprimento destas disposições, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) vai desenvolver uma ação nacional de fiscalização ao cumprimento quer da obrigatoriedade do teletrabalho, quer do uso de máscara ou viseira no local de trabalho. O incumprimento destas regras constitui contraordenação”, frisa a nota.

(Notícia atualizada às 16h41 com correção do Ministério. O inquérito referido não apurou que apenas 20% das empresas tinham trabalhadores em teletrabalho, mas sim que estas tinham 20% dos trabalhadores em teletrabalho, em média)

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Portugal Sotheby’s quer contratar 25 pessoas até ao final do ano

  • Trabalho
  • 24 Novembro 2020

A empresa de imobiliário de luxo quer contratar 25 corretores até ao final do ano para os escritórios de Lisboa. O recrutamento está agendado para 10 de dezembro, no Hotel Dom Pedro, em Lisboa.

A imobiliária de luxo Portugal Sotheby’s International Realty quer contratar 25 private brokers até ao final do ano para os seus escritórios de Lisboa, localizados nas Amoreiras e Parque das Nações. Para o recrutamento vai organizar o “Talent day”, a 10 de dezembro, no Hotel Dom Pedro em Lisboa. O objetivo é reforçar as equipas comerciais no seguimento do crescimento da empresa durante este ano e preparar a expansão nas cidades onde a empresa já está instalada.

O evento de recrutamento será dedicado a sessões de apresentação da empresa e entrevistas aos candidatos.

“Para continuar a crescer na cidade precisamos de pessoas determinadas e com espírito de combate, orientadas para objetivos, ambiciosas, pró-ativas e com espírito de equipa. As pessoas que vierem trabalhar connosco podem contar com formação constante, ferramentas de apoio ao marketing e um portfólio de clientes de elevado perfil”, refere José Gorjão, director e partner da Portugal Sotheby’s em Lisboa, citado em comunicado.

A Sotheby’s está presente em 73 países e, em Portugal, emprega atualmente 200 colaboradores distribuídos por nove escritórios espalhados pelo país.

Os interessados deverão preencher o formulário aqui.

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Empresários defendem aposta na requalificação de gestores e trabalhadores

Os empresários chamam à atenção para a "excessiva dependência" do tecido empresarial em pequenas e médias empresas. Defendem a requalificação dos gestores e trabalhadores das empresas. 

Portugal tem uma “excessiva dependência” do tecido empresarial baseado em pequenas e microempresas (PME), pelo que os empresários consideram ser necessária uma mudança. Defendem a aposta da internacionalização das marcas, mas também na requalificação dos gestores e dos muitos trabalhadores.

Um dos entraves à reindustrialização das empresas é, segundo Sara do Ó, o facto de haver em Portugal uma “excessiva dependência” do tecido empresarial português “focado em PME”, destacando que 99% das empresas no país são PME, sendo “que 94% são microempresas”, que “têm menos de 10 trabalhadores” e enfrentam grandes dificuldades para gerir os seus negócios.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
Sara do Ó, CEO do grupo YOURHugo Amaral/ECO

“A maior parte destas empresas têm capitais próprios negativos, portanto como é que se fala de reindustrialização ainda mais neste fase onde as empresas estão em efeito dominó, quando estão com problemas gravíssimos de cash-flow e liquidez?“, questionou a CEO do grupo YOUR, na conferência “Fábrica 2030”, organizada pelo ECO .

Ainda assim, apesar deste clima de “incerteza”, a CEO do grupo YOUR sublinha que há “vocação”, bem como “uma vontade imensa” por parte dos empresários de continuar a empreender, “mas há uma grande necessidade de consistência” e não apenas “de políticas”, defende, alertando que “a pandemia é temporária, mas a recuperação económica não”. A “certeza de ter um caminho” e a “esperança da aplicação dos fundos comunitários”, são, por isso, a seu ver, o que motiva os empresários nesta altura. Ainda assim, Sara do Ó avisa que é necessário que haja “ajuda na gestão” destas verbas e que estas sejam “canalizadas para formação aos gestores” bem como aos “pequenos empresários”.

Também o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), considera que Portugal tem empresários que “têm capacidade de se reinventar” e resistir à pandemia. Mas tal como Sara do Ó, Luís Miguel Ribeiro defende uma aposta na formação nomeadamente, no que toca a “qualificar e requalificar os colaboradores das empresas”, mas também dos gestores. [Os empresários] têm cada vez mais a noção de que precisamos de ter um processo de aprendizagem contínuo, porque os desafios que hoje temos exigem cada vez mais preparação de todos nós”. Ao mesmo tempo, o responsável lembrou que é necessário criar uma estrutura empresarial que seja capaz de interagir e “partilhar sinergias”.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEPHugo Amaral/ECO

Por outro lado, o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) considera que é fundamental que as marcas portuguesas ganhem maior “visibilidade global”. “É isso que acho que falta realmente no setor da moda, é podermos ter realmente alguns players importantes que possam definir estratégias de moda”, de modo a que “Portugal seja visto de uma vez por todas”, não só como “um país produtor de produtos de exceção e qualidade“, disse Luís Onofre.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
Luís Onofre, o presidente da APICCAPSHugo Amaral/ECO

Segundo o designer “há um sentimento de descrença nas politicas europeias”, pelo que insta a Europa que “acredite na indústria europeia”. Neste contexto, Luís Onofre defende “um apoio à internacionalização”. “Devemos criar, com os mecanismos que temos, condições para que as marcas portuguesas consigam aterrar no terreno de uma força que não seja forçada, mas ao mesmo tempo, com uma força e intensidade que os portugueses têm”, explicou.

Dado o contexto atual, Miguel Cardoso Pinto considera que “a resiliência é fundamental para sobrevivência no curto-prazo” das empresas. Diz que o contexto obriga a “uma certa bipolaridade às organizações”, não só para serem capazes de sobreviver, mas também “serem capazes de criar um ponto vista próprio sobre o que será o futuro”. Para o presidente da presidente da EY Parthenon, as empresas vão precisar de “reinventar os negócios” passando pela “inovação, transformação digital e pela criação de competências”, já que “o que vamos ter à frente vai ser muito diferente” do momento atual.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
Miguel Cardoso Pinto, presidente da EY ParthenonHugo Amaral/ECO

Quanto ao Banco de Fomento, a expectativa dos empresários é grande, esperando que esta instituição tenha a capacidade de pensar “fora da caixa”, “avaliar o terreno” e que integrem “pessoas com capacidade de ir ao detalhe”, para analisar as maiores fragilidades das empresas. : “Espero que o Banco de Fomento venha colmatar essa necessidade de assumir risco”, defendeu Luís Onofre.

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Road 2 Web Summit 2020 escolheu 120 startups para representar Portugal

São 120 as startups portuguesas que contarão com apoio da Startup Portugal e do Web Summit para participarem, gratuitamente, no evento digital entre 2 a 4 de dezembro.

O programa de bootcamps do Road 2 Web Summit, uma iniciativa da Startup Portugal e do Web Summit, escolheu 120 startups para representarem Portugal no maior evento de tecnologia e empreendedorismo do mundo, que se realiza digitalmente entre 2 e 4 de novembro. Pela 5.º ano consecutivo, o programa dá apoio e mentoria aos participantes e garante a participação gratuita das startups escolhidas no evento.

Os bootcamps decorrem de forma totalmente digital, nos próximos dias 25 e 26 de novembro, e contam com sessões de treino dadas por entidades como a Amazon Web Services, Semapa Next, The Next Big Idea, Dreamshaper, CMX e Best3Minutes. Além destas sessões de formação, o programa inclui um treino intensivo para os participantes que, nesta edição, inclui parceiros como membros da equipa do Web Summit, “que levantarão o véu sobre as novidades da conferência e como tirar partido do seu novo formato”, explica a Startup Portugal em comunicado.

“Nunca um dos nossos bootcamps teve a importância deste, que acontece no culminar de um ano excecional e desafiante. Isso reflete-se no programa proposto, também ele excecional e, esperemos, com grande impacto no percurso destas empresas,” aponta João Mendes Borga, diretor executivo da Startup Portugal sobre as startups escolhidas para “representar o talento nacional no mais importante palco do ano”.

Para Ricardo Lima, head of startups da Web Summit, o programa tem sido uma ajuda ao desenvolvimento das startups e dos empreendedores portugueses, “dando-lhes acesso às oportunidades únicas geradas pela Web Summit. Estamos muito orgulhosos de termos conseguido fazê-lo crescer este ano”.

As empresas que participam no programa deste ano podem ser conhecidas aqui. Desde a sua criação, o Road 2 Web Summit já acompanhou 492 empresas no caminho até ao Web Summit.

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Bolsa de Lisboa pára três dias em 2021. Veja o calendário

  • ECO
  • 24 Novembro 2020

Calendário da Euronext prevê paragem nas negociações em Lisboa durante apenas três dias em 2021. Haverá mais dois dias em que a bolsa nacional fecha mais cedo.

Diz-se que os mercados não páram, mas não é bem assim. Em 2021, a Euronext, gestora de várias bolsas europeias, vai desligar os ecrãs de negociação durante vários dias. Em Lisboa, haverá três dias sem a azáfama habitual.

Os mercados da Euronext “estarão abertos de segunda a sexta-feira ao longo de 2021”, mas há alguns dias que serão exceção “business as usual“. E essas exceções começam logo no dia 1 de janeiro.

O calendário da Euronext prevê os seguintes dias de interrupção da negociação em Lisboa:

  • 1 de janeiro – Dia de Ano Novo
  • 2 de abril – Sexta-feira Santa
  • 5 de abril – Segunda-feira de Páscoa

Além destes dias em que as bolsas estarão encerradas, haverá ainda dois dias em que a negociação terá um horário mais curto do que o habitual. São eles:

  • 24 de dezembro – Véspera de Natal
  • 31 de dezembro – Véspera de Ano Novo

Nestes dois dias a bolsa de Lisboa irá abrir como habitualmente, ou seja, pelas 8h, mas o encerramento das negociações acontecerá às 13h tendo em conta as datas festivas.

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Parlamento aprova taxa de 30 cêntimos por embalagens descartáveis para take away a partir de 2022

A contribuição, que incide sobre embalagens de utilização única adquiridas em refeições prontas a consumir passa a aplicar-se a partir de 1 de janeiro de 2022.

Os deputados aprovaram a proposta do PAN que fixa uma contribuição sobre as “embalagens de utilização única adquiridas em refeições prontas a consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio, a aplicar-se a partir de 1 de janeiro de 2022″. Teve os votos contra de PCP, CH, IL e CDS, a abstenção de PSD e BE e apenas os votos a favor do PS e do PAN.

A contribuição sobre as embalagens é de 0,30 euros por embalagem, valor que pode ser revisto “em função da evolução da introdução destas embalagens no consumo e do seu conteúdo em material reciclado”, segundo se lê na proposta do PAN. O valor da contribuição terá de estar discriminado na fatura.

Este valor vai incidir sobre as embalagens primárias, incluindo embalagens de serviço, “independentemente do material de que são feitas”, determina o PAN. O partido invoca a Diretiva 2019/904 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de junho de 2019, que prevê a proibição da colocação no mercado de embalagens de take away de poliestireno expandido e de plástico oxodegradável até 3 de julho de 2021.

Do lado de quem vende, os comercializadores de refeições prontas a consumir, nos regimes de pronto a comer e levar, não podem recusar a utilização de “recipientes próprios do consumidor final”.

As receitas desta contribuição vão para o Estado (50%), para o Fundo Ambiental (40%), para aplicação preferencial em medidas no âmbito da economia circular; para a APA (5%), para a Autoridade tributária (3%) para a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento (1%) e para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (1%).

(Notícia atualizada às 15h53)

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Lucro do Crédito Agrícola cai 34% para 69,5 milhões até setembro

Grupo liderado por Licínio Pina diz que tem vindo a reforçar as imparidades para o crédito por causa da pandemia. Resultado do negócio bancário registou quebra de 36%.

O Crédito Agrícola registou uma descida de 33,8% dos lucros para 69,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. O grupo liderado por Licínio Pina indica que o negócio bancário contribuiu com 56,6 milhões de euros para este resultado, o que também representa uma quebra de 36,2% em termos homólogos, “num período marcado pela segunda vaga da pandemia”.

Neste contexto de aperto económico, o Crédito Agrícola diz que “tem vindo a dar continuidade a uma gestão sã e prudente”, que se encontra refletida em imparidades de crédito acumuladas a setembro de 2020 de 404 milhões de euros”.

Este montante, acrescenta a instituição, confere um nível de cobertura de NPL (empréstimos em incumprimento) por imparidades de 44,7% e uma cobertura de NPL por imparidades e colaterais de 134,7%. Em termos de qualidade do balanço, o rácio de NPL do Crédito Agrícola situava-se nos 8,4% no final de setembro.

Todo o setor tem vindo a registar um aumento de imparidades e provisões para cobrir eventuais perdas futuras com os empréstimos quando assistirem a um aumento do incumprimento por parte de empresas e famílias. Algo que se encontra neste momento “anestesiado” pelas moratórias, que se prolongarão até setembro do próximo ano.

Neste capítulo, o banco indica ainda que aprovou 20.470 moratórias no crédito, totalizando os 2,5 mil milhões de euros.

Também já concedeu 232,4 milhões ao abrigo das linhas Covid-19, que têm garantia pública, ajudando a que a carteira de crédito tenha crescido 6,6% para 11 mil milhões de euros. O banco sublinha que há seis anos que reforça a sua quota de mercado.

Já os recursos de clientes sob a forma de depósitos bancários totalizavam cerca de 16,4 mil milhões de euros, um crescimento de 11,4%.

O banco justifica ainda a redução dos lucros com os veículos de desinvestimento imobiliário (nomeadamente via desvalorização de unidades de participação), que penalizaram os resultados consolidados em 5,8 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 15h38)

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Sitava diz que já se perderam 3.000 postos de trabalho na TAP

  • Lusa
  • 24 Novembro 2020

Entre não renovação de contratos a termo e cancelamento de contratos temporários, o sindicato adianta que o grupo TAP já perdeu 3.000 postos de trabalho.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) disse esta terça-feira que já se perderam 3.000 postos de trabalho nas quatro empresas do grupo TAP, pela não renovação de contratos a termo e cancelamento de contratos temporários.

“É do conhecimento de todos nós, que desde o início da crise pandémica, a TAP e as restantes empresas do grupo decidiram, infelizmente para milhares de trabalhadores, pela não renovação dos contratos a termo, e pelo cancelamento dos contratos com as empresas de trabalho temporário”, apontou o Sitava, em comunicado.

“Talvez estes que nos ameaçam [com despedimentos] não tenham interesse em fazer contas porque se quisessem fazê-las saberiam que só nas quatro empresas do grupo (incluindo a SPDH, a empresa de handling Groundforce) já se perderam cerca de 3.000 postos de trabalho”, acrescentou.

Segundo o sindicato, a companhia aérea procedeu a “cortes cegos” que estão provocar “graves prejuízos” e levaram já a que a empresa tivesse de contratar serviço de apoio a passageiros à LGSP, do grupo Lufthansa.

“Dizem eles em tom ameaçador que vai haver despedimentos. Mais uma vez, só temos que dizer a estes senhores, que se isto não for má-fé, então continuam distraídos”, considerou o sindicato.

O Sitava acusou, ainda, o conselho de administração e a comissão executiva da companhia aérea de divulgarem, quase diariamente, notícias na comunicação social, “ameaçando os trabalhadores em vésperas de ser conhecido o tal projeto de reestruturação”.

Os representantes dos trabalhadores da aviação e dos aeroportos reiteraram também que a “única responsável pela preocupante situação” da TAP é a crise sanitária que se atravessa, considerando, por isso, que não pode “ser aos trabalhadores qualquer responsabilidade”.

Relativamente à redução da frota, que também tem sido referida no âmbito do plano de reestruturação a apresentar em Bruxelas até 10 de dezembro, o sindicato disse que isso só é novidade “para os distraídos”, uma vez que a renovação da frota que a TAP realizou nos anos de 2018 e 2019 tinha já como pressuposto a saída de operação das aeronaves mais antigas, durante o ano de 2021.

“Com esta realidade presente, só por má-fé se poderá plantar agora na comunicação social, que a reestruturação da TAP obriga à redução da frota. É falso. A frota da TAP – TAP mais Portugália – será diminuída das unidades mais antigas o que vai, obviamente, diminuir o número de aviões nas duas frotas. Claro que vai, tal como já estava previsto”, sublinhou.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, anunciou no parlamento, em 4 de novembro, que “a primeira fase” do plano de reestruturação da TAP estava concluída e que as negociações com os sindicatos iam arrancar.

“A primeira fase do plano de reestruturação está feita, o que nos permite iniciar a negociação com os sindicatos. Esse trabalho vai iniciar-se desde já”, disse Pedro Nuno Santos numa audição no parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021.

“Temos uma companhia aérea que está sobredimensionada para a realidade atual e temos de conseguir um processo restruturação que garanta que a companhia aérea vai ser viável e sustentável”, defendeu Pedro Nuno Santos.

Perante os deputados, o ministro reafirmou ainda que a TAP vai necessitar de utilizar a totalidade dos 1.200 milhões de euros do empréstimo do Estado até ao final do ano.

Em 15 de outubro, Pedro Nuno Santos anunciou no parlamento que iriam sair 1.600 trabalhadores do grupo TAP até ao final do ano, tendo já saído 1.200 colaboradores.

O governante, em audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, desmentiu dados apresentados pelo Bloco de Esquerda, que apontou a saída de 1.500 tripulantes da TAP, referindo que isso seria 80% da força laboral e garantindo que os 1.600 trabalhadores que irão sair são de todo o grupo e não apenas da companhia aérea.

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“Não há futuro da economia portuguesa sem uma indústria forte”, defendem empresários e economistas

Na conferência organizada pelo ECO "Fábrica 2030", empresários e economistas defenderam que o país não se pode "demitir da sua vocação industrial" e anteciparam alguns desafios.

Tanto os empresários como economistas concordam que a “diversidade e qualidade” da indústria portuguesa é “assinalável”, por isso defendem que Portugal não se pode” demitir da sua vocação industrial”. Ainda assim, alertam que face à crise provocada pela pandemia traz vários desafios.

A indústria é uma base fundamental da nossa economia”, apontou Ana Lehmann, professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, na conferência “Fábrica 2030” organizada esta terça-feira pelo ECO, sublinhando que, por isso, “Portugal, tal como a Europa, não se pode demitir da sua vocação industrial“. Esta opinião é partilhada por Fernando Alexandre, professor Universidade do Minho, que frisou o facto de as duas realidades estarem “muito ligadas”. E “vão estar ainda mais ligadas na próxima década”, acrescentou. “Assistimos a uma reconfiguração das cadeias de produção globais, há movimentos geopolíticos entre a Europa, Estados Unidos e a China e a Europa está a reafirmar-se”, destacou.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
Ana Lehmann, professora da Faculdade de Economia da Universidade do PortoHugo Amaral/ECO

É necessário “estimular o tecido empresarial” português, sem deixar de olhar para o que se está a fazer no Velho Continente e, “em particular na Alemanha”, um dos motores da indústria a nível mundial, alerta o professor. Fernando Alexandre considera que a reorganização da indústria “é uma constante”, mas que “acelerou com a pandemia, com as transformações tecnológicas e com o maior domínio que a China tem no tabuleiro da economia mundial”. “A questão que agora se coloca é que com esta aceleração que outra vez tivemos não podemos ficar outra vez à margem“, defende, acrescentando que uma recuperação da economia portuguesa passa também por este setor. “Não há futuro da economia portuguesa sem uma industria forte”, sinaliza.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
Fernando Alexandre, professor Universidade do MinhoHugo Amaral/ECO

Também para César Araújo “o bichinho” da indústria portuguesa é indiscutível, mas o presidente da ANIVEC chama a atenção para a concorrência da China, que pode ameaçar este setor. “O que me interessa ter fábricas se depois o mercado europeu importa produtos da Ásia?”, questiona, dando como exemplo a indústria têxtil, sublinhado que “85% dos produtos consumidos na Europa têm proveniência asiática”. “ A Europa é o nosso mercado doméstico e a Europa tem de promover produtos domésticos”, sinaliza.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
César Araújo, presidente da ANIVECHugo Amaral/ECO

Outra das criticas apresentadas pelo presidente da ANIVEC diz respeito à falta de estímulos que permitam que as empresas portuguesas “possam concorrer” com as empresas estrangeiras. “Uma empresa que tenha 300 e 400 trabalhadores porque o país não estimula vai reduzir o seu quadro de pessoal e vai competir a nível local”, alerta. “Só pensamos de micro”, critica. Assim, César Araújo insta os decisores políticos a “pensar macro”, de modo a que Portugal “possa ser excelência a nível europeu e a nível mundial”.

Por outro lado, Paulo Natal, responsável pela área comercial da zona norte do Santander Portugal, recusa a ideia de que a indústria portuguesa está “condenada” ou que não vai sobreviver, apesar de admitir “que o contexto que se vive é diferente”. Para o responsável pela área comercial da filial do banco espanhol em Portugal, o grande desafio é “estar nas cadeias de valor, na inovação, na marca, no produto e da diferenciação” e “fugir” daquilo que era “o modelo tradicional da indústria” que “era estar no final da cadeia de valor e ser subcontratado da Europa”. Além disso, destaca que é preciso “fazer apostas fortes na investigação”, bem como “dar o salto” no que toca à atomização da indústria.

Fábrica 2030 - Portugal e a Reindustrialização Europeia - 24NOV20
Paulo Natal, responsável pela área comercial da zona norte do Santander PortugalHugo Amaral/ECO

Quanto ao papel da banca na reindustrialização na indústria chama a atenção para o facto de existirem “muitas pequenas e médias indústrias muito pouco capitalizadas. “Há um dado que acho que é critico: 27% das indústrias portuguesas têm capitais próprios negativos“, alerta, defendendo que este também é um dos desafios “do papel da banca” no apoio a este setor do qual não se podem desassociar, aponta. Além disso, Paulo Natal critica o facto de o Plano Recuperação e Resiliência, ser muito focado “na ferrovia e na coesão territorial”, deixando a indústria para segundo plano. “Há de facto um défice de apoio à industrialização e dentro da industrialização àquela que é o motor da indústria que é a exportação”, conclui.

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Transição formal de Biden dá ânimo a Wall Street

Já foi dado o passo formal que arranca a transição de poder na Casa Branca de Donald Trump para Joe Biden. Após o momento de incerteza, os investidores ganharam ânimo.

Os principais índices norte-americanos estão a valorizar no início da sessão desta terça-feira após ter sido dado o passo formal para que comece a transição do presidente eleito Joe Biden. Depois de semanas de incerteza política, os investidores têm agora mais certezas de que Donald Trump irá admitir a derrota e estão otimistas com a capacidade da nova administração norte-americana de lançar mais estímulos à economia.

O Dow Jones sobe 0,89% para os 29.856,07 pontos, o Nasdaq valoriza 0,17% para os 11.900,65 pontos e o S&P 500 avança 0,61% para os 3.599,49 pontos. Apesar do aumento do número de infeções tanto na Europa como nos EUA, o Dow Jones acumula uma valorização de 10% em novembro e o S&P 500 uma subida de 8%, caminhando para o melhor novembro desde 1980.

Desde as eleições que o atual presidente norte-americano tem dito que houve “fraude generalizada”, o que não foi comprovado, e colocou várias ações legais para tentar reverter o resultado eleitoral que deu a vitória ao Partido Democrata.

Contudo, esta segunda-feira, a agência federal responsável pela transição presidencial deu luz verde oficialmente a Biden. Outra das notícias que animou os investidores foi a indicação de que Janet Yellen, ex-presidente da Reserva Federal norte-americana, pode vir a ser a secretário do Tesouro (semelhante a ministra das Finanças), o que a concretizar-se será a primeira mulher a ocupar o cargo.

Às novidades sobre a nova administração liderada por Biden e Kamala Harris, a primeira mulher vice-presidente dos EUA, juntam-se as notícias relativas às vacinas contra a Covid-19. Com os ensaios clínicos a mostrarem uma eficácia superior a 90%, a expectativa é que possa haver uma vacina antes do final do ano.

Entre as cotadas, o destaque vai para a Tesla que sobe mais de 4% e está a caminha de uma capitalização bolsista de 500 mil milhões de dólares. Recentemente foi noticiado que a cotada irá juntar-se ao índice S&P 500 em breve.

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A otimização das funções financeira e fiscal no sector segurador

  • ECOseguros + EY
  • 24 Novembro 2020

Luís Pinto, Associate Partner EY, Tax Financial Services, revela os resultados de um estudo realizado pela EY para compreender o impacto da mudança das funções financeira e fiscal no setor segurador.

Em qualquer organização, as funções financeira e fiscal assumem uma importância crescente e de destaque, estando normalmente associadas a diversas tarefas e processos (a grande maioria dos quais com complexidade técnica acrescida), pressionadas por uma crescente intervenção de autoridades e supervisores, assim como pelo escrutínio dos respetivos shareholders.

Neste âmbito, a EY conduziu recentemente um estudo no sentido de reunir as perspetivas de mais de 1000 executivos a nível mundial, por forma a melhor percecionar o impacto da mudança nas funções financeira e fiscal, com especial enfoque no setor financeiro, incluindo portanto o setor segurador, cuja representatividade é cada vez mais expressiva. Esta análise incluiu 148 entidades do setor financeiro de 38 países e apresenta algumas conclusões que, face à sua relevância, deverão necessariamente ser tidas em consideração.

Desde logo, o estudo realizado permitiu concluir que as constantes alterações legislativas e regulatórias requerem o aumento significativo de recursos financeiros e humanos, o que se traduz numa estimativa de investimento, em média, de $8.3 milhões. Adicionalmente, constata-se que quase 2/3 do tempo das equipas adstritas a estas funções é ainda ocupado com tarefas rotineiras e, muitas vezes, de reduzido valor acrescentado para as organizações, que urge alterar.

Especialmente no setor segurador, é de destacar o papel que a transformação digital deverá operar no novo modo de funcionamento de ambas as funções, por forma a assegurar e endereçar as necessidades com que este setor se depara atualmente.

Com efeito, o deficiente (por vezes inexistente) plano de sustentabilidade tecnológico é ainda apontado como um travão à otimização destas funções e, por inerência, das próprias companhias, sendo que a grande maioria das entidades inquiridas acreditam que a maior oportunidade para a redução de custos e aumento da qualidade das funções financeira e fiscal reside na criação de uma estratégia tecnológica e de compreensão de dados para a automatização das tarefas.

"Torna-se evidente a efetiva (e atual) preocupação das instituições do setor segurador em reestruturar e otimizar as suas funções financeiras e fiscal, sendo já visível, principalmente em alguns grupos financeiros internacionais, uma estratégia baseada no outsourcing como resposta aos desafios que se apresentam”

Luís Pinto

Associate Partner EY, Tax Financial Services

Aliás, a grande maioria das companhias de seguros reconhece que, num horizonte temporal de curto/médio prazo, as competências e capacidades dos profissionais adstritos às funções financeira e fiscal deverão passar a incluir aptidões técnicas relacionadas com áreas tecnológicas e de processamento de dados. Não apenas numa perspetiva de criação e desenvolvimento de negócio, mas também como fonte de atração e retenção de profissionais, propiciadora de evolução de carreiras.

Neste âmbito, um dos dados com maior relevância neste estudo assenta na necessidade de incorporação de mudanças no modelo operativo da função financeira e fiscal, sendo de destacar que cerca de 64% das entidades seguradoras assumem uma mudança, nos próximos 2 anos, para um modelo de co-source e uma vasta maioria (a rondar os 86%) reconhece a necessidade de redução de custos ao nível destas funções no curto prazo.

Na prática, torna-se evidente a efetiva (e atual) preocupação das instituições do setor segurador em reestruturar e otimizar as suas funções financeiras e fiscal, sendo já visível, principalmente em alguns grupos financeiros internacionais, uma estratégia baseada no outsourcing como resposta aos desafios que se apresentam e que a crise pandémica que vivemos veio definitivamente reforçar.

A transformação das funções financeira e fiscal está já em andamento, embora em diferentes estágios de desenvolvimento. Os desafios que se colocam a este nível são grandes, mas as companhia de seguros deverão, assim como o resto do setor financeiro, adaptar-se a esta nova realidade de forma célere e, acima de tudo, sustentada.

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Governo lança apoio à capitalização das empresas antes do fim das moratórias, avança Siza Vieira

Siza Vieira antecipa que as empresas venham a beneficiar nos próximos anos da "maior descida de impostos nas últimas décadas" com o regime dos créditos fiscais.

O ministro de Estado e da Economia antecipa que as empresas venham a beneficiar da “maior redução de impostos nas últimas décadas” nos próximos anos com o regime que permite abater integralmente os prejuízos fiscais registados este ano e no próximo nos lucros tributáveis ao longo da próxima década. Sobre o fim das moratórias, Siza Vieira diz que estão a ser desenhadas soluções para capitalizar as empresas de forma a estarem preparadas para a retoma.

Siza Vieira falava no encerramento da conferência “Fábrica 2030”, organizada esta terça-feira pelo ECO, e deu conta das várias medidas que estão ao dispor das empresas para superarem a crise. Entre elas destacou o “grande impulso fiscal” que se deu para a próxima década.

Siza Vieira, ministro de Estado e da EconomiaHugo Amaral/ECO

“A Assembleia da República aprovou no Orçamento Suplementar uma medida francamente inovadora ao nível da recuperação de prejuízos fiscais. Os prejuízos fiscais gerados no exercício de 2020 e 2021 vão poder ser integralmente recuperados ao longo de 12 anos. (…) Tendo em conta os prejuízos fiscais que antecipamos este ano e no próximo, diria que é provavelmente a maior redução de impostos às empresas que vimos nas últimas décadas por esta via“, sublinhou Siza Vieira no encerramento da conferência “Fábrica 2030”, organizada esta terça-feira pelo ECO.

O ministro deixou também detalhes sobre como será o desenho das soluções que está preparar para o fim das moratórias bancárias e que deverão ser apresentadas no decorrer do primeiro semestre do próximo ano. As moratórias do crédito já foram prolongadas por duas vezes, a última delas até ao final de setembro de 2021.

“Isto vai passar por uma combinação de soluções desde converter dívida em capital até injeção de capital novo que precisa de robustecer o balanço das empresas, preparando-as para a retoma”, adiantou Siza Vieira.

Inverno “mais difícil” do que o esperado

Admitindo que o “outono e inverno está a ser mais difícil do que antecipava”, o governante apelou aos empresários para “aguentarem uns meses até que os clientes regressam”, algo que estará mais próximo com as notícias das vacinas.

“A normalização da procura precisa de uma estabilização da situação sanitária. Nesta matéria, as notícias das últimas semanas sobre a disponibilização de vacinas eficazes e seguras já no primeiro trimestre do próximo ano pode ajudar-nos um pouco nesta tarefa”, disse.

Siza Vieira sublinhou que é preciso ter em especial atenção setores da indústria, “onde o saber fazer, as competências críticas em matéria de recursos humanos de gestão, as ligações internacionais com fornecedores e com o sistema científico e tecnológico são mais difíceis de reconstruir”. Ao contrário de uma loja ou hotel que pode encerrar hoje e abrir amanhã, quando os clientes regressarem.

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