BCP sobe 2% e mantém Lisboa no verde. Energia trava maiores ganhos

A bolsa de Lisboa está a caminho da quarta sessão consecutiva de ganhos, acompanhando o cenário positivo que se vive no resto da Europa.

A bolsa nacional abriu a semana em terreno positivo, a caminho da quarta sessão consecutiva de subidas e com a maioria das cotadas no verde. O destaque desta sessão vai para o BCP, que avança mais de 2%, enquanto os títulos do setor energético estão a travar uma subida mais acentuada do índice. Lisboa acompanha, assim, o sentimento positivo que se vive nas restantes praças europeias.

O PSI-20 está a valorizar 0,47% para 4.877,61 pontos, depois de ter tocado o valor mais alto de março na última sessão, que correspondeu à Véspera de Natal. O índice de referência nacional está, assim, cada vez mais perto de cotar nos 5.000 pontos.

Entre as 18 cotadas nacionais, a maioria está a negociar em terreno positivo, com destaque para o BCP que avança 2,02% para 0,1265 euros, representando a maior subida desta sessão.

Ainda a dar força ao índice estão as cotadas do setor do papel: a Altri soma 2,83% para 5,265 euros, a Navigator valorizar 1,79% para 2,496 euros e a Semapa ganha 1,34% para 9,05 euros.

No lado oposto, a travar uma subida mais acentuada do índice, está o setor energético. A EDP Renováveis recua 0,67% para 22,15 euros, enquanto a Galp Energia cai 0,34% para 8,77 euros. Este desempenho da petrolífera acontece numa altura em que o preço do barril de petróleo está em queda nos mercados internacionais.

Com este desempenho positivo, Lisboa acompanha, assim, o cenário de ganhos que se vive no resto da Europa, depois de os Estados Unidos terem assinado o pacote de estímulos à economia aprovado pelo Senado na semana passada. O Stoxx-600 valoriza 0,68% para 398,18 pontos, acompanhado pelo espanhol Ibex-35 que soma 0,72% e pelo francês CAC-40 que avança 0,83%.

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Portugueses antecipam maior instabilidade política em 2021, mostra sondagem

  • ECO
  • 28 Dezembro 2020

A maioria dos portugueses acredita que 2021 será marcado por uma maior crispação no debate político, mas que o Governo de António Costa cumprirá o mandato até ao final da legislatura.

A maioria dos portugueses antecipa uma maior instabilidade política no próximo ano, mostra uma sondagem feita pela Intercampus para o Correio da Manhã (acesso pago) e para o Jornal de Negócios. No entanto, a maioria dos inquiridos também acredita que o Governo liderado por António Costa cumprirá o mandato até ao final da legislatura.

A sondagem mostra que 53,2% dos mais de 600 participantes acreditam que 2021 será um ano marcado por uma maior crispação no debate político, enquanto 36,3% esperam que nada se altere. Por outro lado, apenas 5,5% dos inquiridos mostram-se otimistas quanto ao ambiente do Parlamento.

Ainda assim, a maioria dos inquiridos (61,7%) acredita que o mandato do Governo de António Costa será cumprido até ao fim, com destaque para a faixa etária dos 18 aos 34 anos. Apenas 25,5% dizem que este Executivo não sobreviverá por mais três anos.

Pode consultar a ficha técnica desta sondagem aqui.

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Trump recua e assina novo plano de estímulo à economia dos EUA

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

Trump recuou, aparentemente para evitar que os fundos para a Administração se esgotassem durante a noite deste domingo e que centenas de milhares de empregados vissem o seu salário suspenso.

O Presidente cessante dos EUA assinou no domingo o novo plano de estímulo à economia dos Estados Unidos, depois de vários dias de recusa e de milhões de pessoas perderem os seus subsídios de desemprego. Donald Trump assinou o projeto de lei no valor de 2,3 biliões de dólares (1,9 biliões de euros) no domingo à tarde na sua residência em Mar-a-Lago, Florida, onde se encontra de férias, confirmou a Casa Branca.

Este valor inclui o segundo plano de estímulo aprovado este ano, de 900 mil milhões de dólares (737 mil milhões de euros) e 1,4 biliões de dólares (1,15 biliões de euros) para financiar a Administração até setembro de 2021.

Após cinco dias de recusa em assinar o projeto de lei e de exigir alterações, Trump recuou — aparentemente para evitar que os fundos para a Administração se esgotassem durante a noite deste domingo e que centenas de milhares de empregados vissem o seu salário suspenso.

O Presidente disse que, embora esteja a assinar o projeto de lei, ainda espera que o Congresso aprove uma alteração no item que contempla o envio de um pagamento único de 600 dólares (492 euros) a milhões de contribuintes (nomeadamente americanos com um rendimento anual inferior a 75 mil dólares), numa resposta à devastação económica e financeira causada pela pandemia do novo coronavírus. Após o seu próprio governo ter negociado esse montante, Trump exigiu aumentar o valor para dois mil dólares.

A mudança de opinião de Trump surgiu cinco dias após ter ameaçado bloquear o projeto de lei na terça-feira se este não fosse alterado em vários pontos, desde o aumento dos pagamentos diretos aos norte-americanos até à redução da ajuda estrangeira.

A recusa em assinar a lei fez com que dois programas que concediam subsídios de desemprego a entre dez e 14 milhões de norte-americanos expirassem no domingo, sendo agora renovados quando a lei entrar em vigor.

O bloqueio do Trump suscitou críticas de vários membros do seu partido, e, se se tivesse prolongado até 1 de janeiro teria levado ao fim de uma proibição nacional de despejos, afetando cerca de 30 milhões de norte-americanos.

O resgate que Trump assinou inclui 300 dólares (246 euros) por semana em subsídios de desemprego, 325 mil milhões de dólares (266 mil milhões de euros) em ajuda às empresas (a maior parte para pagarem salários), 45 mil milhões de dólares (37 mil milhões de euros) para sistemas de transportes públicos, 82 mil milhões de dólares (67,1 mil milhões de euros) para escolas e milhares de milhões em cupões alimentares, assistência aos arrendatários e distribuição de vacinas.

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Governo quer aliviar travões à evolução na carreira

  • ECO
  • 28 Dezembro 2020

O Governo pretende acabar com os constrangimentos que ainda subsistem na evolução à carreira. Em causa está a revisão da norma do decreto de execução orçamental.

A ministra da Administração Pública comprometeu-se a aliviar os travões que ainda subsistem à evolução na carreira, referindo que, para isso, é necessário “aprovar um decreto-lei de execução orçamental” em 2021. De acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago), em causa está a revisão da norma do decreto de execução orçamental que faz depender as promoções ou as valorizações remuneratórias de autorização prévia das Finanças e do seu ministério.

“O que é preciso é termos um decreto de execução orçamental que não ponha travão às carreiras” em 2021, Alexandra Leitão Marques no Parlamento, tendo posteriormente o seu Gabinete explicado ao Negócios que em causa está o artigo 159º do decreto de execução orçamental (DLEO) de 2019, que se manteve em vigor em 2020. Mas, apesar de a ideia ser limitar estes constrangimentos, o Governo não se compromete com a simples eliminação do artigo, admitindo que volte a surgir com outra formulação.

De acordo com juristas consultados por aquele jornal, em causa estão as chamadas promoções ou valorizações “na vertical”, como mudanças de categoria ou de posto, mas também valorizações remuneratórias que resultam das mobilidades intercarreiras ou categorias. Estes especialistas afirmam, contudo, que o artigo do DLEO não trava progressões que resultam da avaliação de desempenho (na “horizontal”), aumentos salariais ou prémios de desempenho.

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Ligação ferroviária ao aeroporto de Beja em estudo

  • ECO
  • 28 Dezembro 2020

Em causa estará uma viagem de comboio até Lisboa de cerca de 1 hora e 30 minutos. Investimento que deverá rondar 100 milhões de euros e está previsto no PNI2030.

A Infraestruturas de Portugal já autorizou a contratação de estudos e de projetos para uma ligação do aeroporto de Beja à linha ferroviária do Alentejo, de acordo com um despacho publicado em Diário da República, avança o Diário de Notícias (acesso pago). Este investimento que deverá rondar os 100 milhões de euros está previsto no Plano Nacional de Investimentos (PNI 2030).

“Este desvio pode conferir capacidade acrescida ao aeroporto”, disse ao Dinheiro Vivo o presidente da Câmara Municipal de Beja, Paulo Arsénio. Em causa estará uma viagem de comboio até Lisboa de cerca de 1 hora e 30 minutos.

A eventual do aeroporto de Beja à ferrovia está incluída nos estudos que a IP vai lançar para modernizar e eletrificar o percurso entre Casa Branca e Beja. Esta infraestrutura aeroportuária opera desde 2011 e representou um investimento de 33 milhões de euros, em grande parte financiado por fundos comunitários.

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Hoje nas notícias: Aeroporto de Beja, lítio e ISV

  • ECO
  • 28 Dezembro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A semana arranca com a notícia de que o Governo está a estudar a ligação do aeroporto de Beja à ferrovia, num projeto que deverá rondar os 100 milhões de euros de investimento. Destaque ainda para a Câmara de Matosinhos, que não autoriza a refinaria de lítio na Petrogal, ao mesmo tempo que uma sondagem mostra que o país antecipa uma maior instabilidade política em 2021.

Governo quer aliviar travões à evolução na carreira

A ministra da Administração Pública comprometeu-se a aliviar os travões que ainda subsistem à evolução na carreira, tendo referido que “em 2021 é preciso aprovar um decreto-lei de execução orçamental” que acabe com isso. “É necessário revisitar os travões que resultam do DLEO e de outros diplomas, havendo várias possibilidades de redação que em momento próprio serão analisadas e trabalhadas”, disse fonte oficial daquele ministério, referindo-se ao artigo 159º do decreto de execução orçamental (DLEO) de 2019. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Ligação ferroviária ao aeroporto de Beja em estudo

A Infraestruturas de Portugal já autorizou a contratação de estudos e de projetos para uma ligação do aeroporto de Beja à linha ferroviária do Alentejo, de acordo com um despacho publicado em Diário da República. Este investimento que deverá rondar os 100 milhões de euros está previsto no Plano Nacional de Investimentos (PNI 2030). “Este desvio pode conferir capacidade acrescida ao aeroporto”, disse ao Dinheiro Vivo o presidente da Câmara Municipal de Beja, Paulo Arsénio. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Matosinhos não autoriza refinaria de lítio na Petrogal

A presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, quer manter os postos de trabalho na refinaria de Leça da Palmeira, mas não aceita que a alternativa sejam soluções poluentes. Em causa está a decisão da Galp em concentrar toda a atividade de refinação em Sines e a possibilidade de converter a refinaria de Matosinhos para o lítio, tal como o ECO avançou. Esta hipótese está a ser discutida entre o Governo e a petrolífera há algum tempo. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

Tribunal Constitucional põe recursos do Fisco em torno do ISV em banho-maria

O Código do Imposto sobre Veículos (ISV) muda a partir de 1 de janeiro, mas a administração fiscal e os contribuintes mantêm-se num intenso braço-de-ferro. O número de processos contra o Fisco disparou 70% entre julho e dezembro, tendo a Autoridade Tributária recorrido em 20 dos 21 casos que perdeu. O Tribunal Constitucional (TC) admite agora um desses recursos, tendo questionado o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), o que na prática significa que os recursos do Fisco ficam suspensos até que haja uma resposta deste último. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

País antecipa maior instabilidade política em 2021, mostra sondagem

A maioria dos portugueses antecipa que haverá uma maior instabilidade política no decorrer do próximo ano. Uma sondagem feita recentemente pela Intercampus mostra que 53,2% dos participantes admitem um 2021 marcado por maior crispação no debate político, enquanto 36,3% esperam que nada se altere. Enquanto isso, apenas 5,5% se mostram otimistas relativamente ao ambiente que reinará entre órgãos de poder e partidos políticos. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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2021 “precisa da coragem de fazer o que nunca foi feito”, diz Catarina Martins

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

O vídeo divulgado pelos bloquistas começa com a líder a descrever que "2020 foi um ano de resistência a um vírus" que apanhou o país "de surpresa".

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) defendeu esta segunda-feira, numa mensagem pública de Ano Novo, que 2021 “precisa da coragem de fazer o que nunca foi feito” para Portugal superar a crise sanitária, económica e social provocada pela pandemia.

O vídeo divulgado pelos bloquistas começa com a líder a descrever que “2020 foi um ano de resistência a um vírus” que apanhou o país “de surpresa”.

“Trabalhadores essenciais da linha da frente asseguraram que não faltava nada. Precários enfrentaram como puderam a chantagem do desemprego. Os profissionais da saúde protegeram o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que nos salva. Se 2021 pode ser um ano de esperança de vencer o vírus e a crise, é graças a esta força, a esta resistência“, enalteceu.

Perspetivando o ano que aí vem, Catarina Martins receitou “exigência” para se pôr fim à crise e começar a recuperação. “Uma crise como nunca vivemos precisa da coragem de fazer o que nunca foi feito. Resgatar os precários e reconstruir emprego e salários dignos, acesso à habitação, proteger o SNS e a escola, lutar com quem luta por direitos iguais e contra as alterações climáticas”, enumerou.

E argumentou ainda que “é esta força solidária deste povo que pode recuperar o país” e que os cidadãos “sabem que contam com o BE, lado a lado”.

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Novo Banco vende malparado por 37 milhões de euros

  • ECO
  • 28 Dezembro 2020

O Novo Banco fechou a operação "Carter", a venda de uma carteira de malparado por 37 milhões de euros que teve um impacto marginalmente positivo nos resultados e no capital.

O Novo Banco vendeu uma carteira de ativos tóxicos contabilizados em termos brutos por 79 milhões de euros por cerca de 37 milhões, mas ainda assim registou um impacto marginalmente positivo nos resultados e no rácio de capital, porque já tinha provisionado parcialmente as perdas esperadas numa venda. A operação “Carter”, ao contrário de outras realizadas nos últimos dois anos, não inclui ativos (seja imobiliário ou outro tipo de financiamento) cobertos pela garantia do Fundo de Resolução.

Em nota publicada no site da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco revela que “celebrou a venda de uma carteira de créditos não produtivos (non-performing loans) e ativos relacionados (no seu conjunto, Projeto Carter), com um valor contabilístico bruto de 79 milhões de euros à AGG Capital Management Limited e à Christofferson, Robb & Company, LLC”.

“O valor de venda da carteira ascendeu aproximadamente a 37 milhões de euros, sendo que a concretização da operação face ao valor líquido terá um impacto direto positivo, ainda que marginal, na demonstração de resultados e no capital do Novo Banco”.

A carteira agora vendida inclui cerca de 12.000 empréstimos, sem cobertura pelo chamado Mecanismo de Capital Contingente que ainda tem 900 milhões de euros passíveis de serem utilizados pelo Novo Banco.

Como o ECO já tinha revelado, António Ramalho pretendia avançar com o projeto de “Nata 3”, que incluiria ativos não produtivos que estão protegidos pela garantia pública e por um valor contabilístico bruto superior a mil milhões de euros, mas a polémica em torno das operações de venda de crédito, particularmente o imobiliário, levou o Fundo de Resolução, liderado por Luís Máximo dos Santos, a travar essas intenções.

Nesse contexto, o presidente executivo do Novo Banco avançou para uma nova operação, revista e reduzida, denominada de projeto “Carter”, numa referência ao jogador de râguebi da Nova Zelândia Dan Carter, considerado um dos melhores do mundo.

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5 coisas que vão marcar o dia

A semana começa com a chegada de cerca de 70 mil vacinas da Pfizer contra a Covid-19. É também o último dia para os partidos dizerem quem querem ouvir na comissão sobre o Novo Banco.

A última semana do ano vai arrancar com a chegada de mais vacinas da Pfizer contra a Covid-19, permitindo o desenrolar do plano de vacinação mais cedo do que o previsto. É também o dia final para serem entregues os requerimentos para audições e documentos para a comissão que se debruça sobre o Novo Banco. Serão ainda conhecidos dados esta segunda-feira, sobre as despesas das famílias na União Europeia com comida e bebidas.

Quem será ouvido na comissão do Novo Banco?

Chega esta segunda-feira ao fim o prazo para os partidos apresentarem requerimentos para audições e documentos para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) às perdas do Novo Banco imputadas pelo Fundo de Resolução. Alguns partidos já avançaram com pedidos, por exemplo o PCP, que pediu audições a Mário Centeno, João Leão e Maria Luís Albuquerque.

Chega segundo carregamento de vacinas da Pfizer

As primeiras 9.750 doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 chegaram dia 26, como estava previsto. Mas, na semana passada, a farmacêutica decidiu antecipar o calendário, para entregar cerca de 70.200 doses ainda este ano, cuja data de chegada é esta segunda-feira. Os profissionais de saúde são os primeiros a ser vacinados em Portugal.

Quanto é que as famílias gastam em comida e bebidas?

Esta segunda-feira, o gabinete de estatísticas da União Europeia vai revelar os gastos das famílias dos Estados-membros em comida e bebidas não alcoólicas. Em 2018, as famílias na União Europeia gastaram mais de 1.047 mil milhões de euros (equivalente a 6,6% do PIB da UE) nestes produtos, segundo o Eurostat.

Reunião do grupo de trabalho para avaliar impacto da venda de barragens da EDP

O grupo de trabalho criado pelo Governo para analisar o impacto da venda de seis barragens da EDP à Engie reúne-se hoje pela primeira vez, em Miranda do Douro, no distrito de Bragança. De acordo com o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, o grupo de trabalho terá como função analisar e aprofundar os impactos da venda das seis barragens situadas na bacia hidrográfica do Douro, bem como apurar “os reais benefícios de que aqueles municípios poderão beneficiar” e elencar “eventuais medidas que permitam, da melhor forma, executar a norma acolhida na Lei do Orçamento de Estado para 2021”.

Sorteio da ordem das candidaturas presidenciais

Decorre esta segunda-feira o sorteio do número de ordem das candidaturas para as eleições presidenciais do próximo ano. Estas eleições vão ter lugar no dia 24 de janeiro, e há quase uma dezena de candidatos na corrida a Belém. Entre eles está Marcelo Rebelo de Sousa, que se candidata à renovação do mandato, Ana Gomes, André Ventura, Marisa Matias e João Ferreira.

(Artigo alterado às 8h50)

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Ramiro Sequeira duplica salário com subida a CEO da TAP

Três membros do conselho de administração viram os salários revistos em alta nos últimos meses. Enquanto desenhava plano de reestruturação com despedimentos, o Governo deu o aval aos novos ordenados.

Com a passagem a CEO interino da TAP, o salário de Ramiro Sequeira passou para 35 mil euros brutos por mês. O montante é quase o dobro do que o gestor ganhava no cargo anterior de chief operating officer (COO), mas fica abaixo da remuneração do antecessor Antonoaldo Neves. O aumento foi decidido em outubro pela Comissão de Vencimentos da TAP, onde o Estado não está representado, começando a ser pago agora. No entanto, o ECO sabe que o Governo teve conhecimento do aval às alterações.

Ramiro Sequeira recebia, até recentemente, um total de 17 mil euros brutos por mês. Destes, 12 mil dizem respeito a rendimento fixo, a que acresciam 70 mil por ano em complementos salariais (o que dividido por 14 vezes, dá os tais cinco mil euros por mês).

O salário passa agora para 35 mil euros brutos, com efeitos retroativos a 17 de setembro (ou seja, a data à qual teve efeito a nomeação como CEO interino). Fazendo as contas, o total anual sobe de 238 mil euros para 490 mil euros brutos. Estas informações estavam presentes em documentos internos a que o ECO teve acesso e que não referiam se acresce ainda rendimento variável a este montante.

O CEO substituiu Antonoaldo Neves (que saiu com o acionista brasileiro David Neeleman quando o Estado quis reforçar a posição na companhia aérea), que ganhava cerca de 45 mil euros brutos por mês de rendimentos fixos, a que acrescem 7 mil euros para casa e outros 7 mil para a educação de filhos. A atualização do salário de Ramiro Sequeiro foi aprovada pela comissão de Vencimentos.

Apesar de o Governo não estar representado na comissão, o ECO sabe que foi o próprio Executivo a avançar com este salário quando propôs que Ramiro Sequeira acumulasse as funções de CEO interino com as que já tinha de COO.

Quando for escolhido o novo CEO, Sequeira deverá retomar as anteriores funções, mas poderá manter-se como vogal do Conselho de Administração da TAP, pelo que o ajustamento do salário ainda terá de ser negociado, apurou o ECO. Questionados, nem a TAP nem o Ministério das Infraestruturas e da Habitação quiseram fazer comentários.

Miguel Frasquilho e Alexandra Vieira Reis também são atualizados

O CEO interino não foi o único a ver o salário revisto face às novas funções. Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração da TAP SA e da TAP SGPS, passou a ganhar 13,5 mil euros brutos por mês (14 vezes ao ano) face aos anteriores 12 mil euros. Neste caso, a revisão estará relacionada com novas funções assumidas na Portugália e na TAP SGPS, devido à saída de Humberto Pedrosa.

O apoio público à TAP, devido às dificuldades financeiras geradas pelo impacto da pandemia na aviação, levou o Estado a reforçar a posição acionista, ficando com a posição de David Neeleman. O único acionista privado (além dos 5% do capital que estão nas mãos dos trabalhadores) passou a ser Humberto Pedrosa, que é também dono da Barraqueiro. Por uma questão de incompatibilidades, tanto Humberto Pedrosa como o filho David Pedrosa abandonaram o conselho de administração da TAP SGPS, onde eram presidente e administrador, respetivamente.

Com estas saídas, entraram José Silva Rodrigues (não remunerado) e Alexandra Vieira Reis, que já era diretora da TAP e ganhava 14 mil euros mensais (12 mil euros fixos a que acresce um complemento salarial de dois mil euros). A entrada na comissão executiva valeu-lhe uma atualização salarial para os 25 mil euros por mês.

Tal como todos os trabalhadores da TAP, estes gestores também serão alvo de um corte salarial no âmbito do plano de reestruturação, que deverá ser na ordem dos 30%.

Em sentido contrário aos gestores agora aumentados, a administradora não executiva Esmeralda Dourado passou a não receber remuneração.

A revisão foi feita ainda antes de o Governo ter enviado a Bruxelas a proposta de plano de reestruturação da TAP, que é condição para o apoio público à companhia aérea. Na apresentação pública das linhas gerais do plano e no Parlamento para falar sobre o assunto, o ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos defendeu que há salários demasiado elevados na TAP e que é preciso reduzir os encargos.

Questionado sobre regalias dos administradores, acrescentou: “Mordomias cortamos já e com prazer. Estamos a tentar identificá-las e se tiver aí algumas que não estejamos a considerar, diga-nos que cortamos já”.

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Desde 1976, Parlamento já fez mais de 80 comissões de inquérito. Dez foram à banca

Em 1994, Ferro Rodrigues foi um dos 30 deputados do PS que estiveram na base do inquérito à privatização do Totta & Açores. Há duas semanas, deu posse à 10.ª comissão de inquérito à banca em 30 anos.

Há duas semanas, o presidente da Assembleia da República deu posse à nova comissão de inquérito ao Novo Banco. Na ocasião, Ferro Rodrigues referiu que as “expectativas são altas” em relação ao trabalho dos deputados no apuramento das perdas do banco que foram imputadas ao Fundo de Resolução, e lembrou as responsabilidades que têm as comissões de inquérito, algo que conhece muito bem. Em 1994, enquanto deputado, ajudou a aprovar a primeira comissão de inquérito de sempre em relação a um banco: foi a privatização do Totta & Açores, da autoria de PS, PCP e PSN.

Desde 3 de junho de 1976, quando se iniciou a primeira legislatura, o Parlamento já realizou mais de 80 de comissões de inquérito. Foram 82, ao todo, de acordo com os dados fornecidos pelos serviços da Assembleia da República ao ECO.

Deste total, dez inquéritos parlamentares tiveram como alvo o setor financeiro, contando com as já referidas comissões de inquérito à privatização do Totta & Açores (1994), banco que foi vendido a Champalimaud e que hoje em dia pertence aos espanhóis do Santander, e ao Novo Banco (2020).

Há 26 anos, na apresentação da proposta da comissão de inquérito à privatização do Totta & Açores, o grupo parlamentar do PS, onde estava Ferro Rodrigues, lamentava o bloqueio do PSD a “todos os inquéritos parlamentares relativos às privatizações propostos por todos os grupos parlamentares da oposição”.

Já na altura havia uma preocupação com a “espanholização” da banca portuguesa, com receios em relação à transferência de poder num setor tão sensível:

A gravidade deste caso, que justificou o pedido de inquérito, insere-se numa lógica de progressivo domínio estrangeiro (nomeadamente espanhol) do sistema financeiro nacional, sendo certo que tal ocorre numa altura em que todos os países (independentemente das obrigações comunitárias) acautelam o controlo nacional desse setor“, notava o grupo de deputados socialistas que contava ainda nas suas fileiras com António Costa, atual primeiro-ministro.

Apesar da falta de consenso, a proposta do PS, PCP e PSN acabou por ser aprovada. E lá surgiu a primeira comissão de inquérito a um banco que se destinou “a apreciar a forma e as condições em que se tem processado a privatização do Banco Totta & Açores e os atos praticados pelo Governo nesse processo, nomeadamente no que respeita ao cumprimento dos limites legalmente impostos à aquisição de partes sociais por entidades estrangeiras”, de acordo com a resolução da Assembleia da República n.º 32/94, aprovada a 20 de maio de 1994.

Volvidos estes anos, ainda hoje o tema do controlo estrangeiro da banca portuguesa se mantém na agenda pública. Porém, no que diz respeito a divergências no Parlamento, as coisas foram diferentes desta vez, com o maior consenso entre os grupos parlamentares quanto à necessidade de investigar as perdas geradas pelo Novo Banco e que foram imputadas ao Fundo de Resolução.

Desde 2017, o Novo Banco já pediu 3.000 milhões de euros ao fundo gerido por Máximo dos Santos, que tem coberto parte dos prejuízos milionários do banco ao abrigo do acordo de capital contingente. Ainda sobram 900 milhões. Os deputados querem saber se tudo foi feito dentro das normas antes de nova injeção. E têm agora quatro meses para trabalhar e chegar a uma conclusão.

Do BCP ao BPN, da queda do BES à Caixa

Depois do inquérito ao caso do Totta & Açores, que só viria a terminar no ano a seguir, em 1995, os deputados só voltaram a debruçar-se sobre temas bancários em comissões de inquérito mais de uma década depois, designadamente em 2008, com as investigações parlamentares ao “Exercício da Supervisão dos Sistemas Bancário, Segurador e de Mercado de Capitais“, na sequência da guerra acionista no BCP, e à “Situação que levou à Nacionalização do BPN e sobre a Supervisão Bancária Inerente“.

Nunca mais pararam desde então, refletindo também um dos períodos mais conturbados para a banca nacional. Surgiram crises (financeira e das dívidas soberanas) e falências de instituições financeiras (BES e Banif) e as fragilidades dos bancos levaram o Estado a injetar mais de 20 mil milhões de euros para salvaguardar a estabilidade do sistema, à razão de 1,7 mil milhões de euros por ano, de acordo com o último balanço do Tribunal das Contas.

É também isto que está em causa agora, como notava o presidente da comissão de inquérito ao Novo Banco ao ECO, Fernando Negrão: “Os deputados devem ter preocupação primeira de saber se dinheiros públicos estão a ser bem usados. Caso contrário, se houve mau uso, devem saber se há ou não consequências. Deve haver, obviamente”, disse o deputado social-democrata.

Eis a lista dos 10 inquéritos à banca desde 1994:

  • Comissão de inquérito sobre a privatização do Banco Totta & Açores, da autoria do PS, PCP e PSN (1994-1995);
  • Comissão de inquérito ao exercício da supervisão dos sistemas bancário, segurador e de mercado de capitais, da autoria do PSD (2008);
  • Comissão de inquérito sobre a situação que levou à nacionalização do BPN e sobre a supervisão bancária inerente, da autoria do CDS-PP (2008-2009);
  • Comissão de inquérito ao processo de nacionalização, gestão e alienação do BPN, da autoria do PAR (2012);
  • Comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, da autoria do PCP (2014-2015);
  • Comissão de inquérito ao processo que conduziu à venda e resolução do Banif, da autoria do PS, BE, PCP, PEV (2016);
  • Comissão inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à gestão do banco, da autoria do PSD, CDS-PP (2016-2017);
  • Comissão de inquérito à atuação do XXI Governo Constitucional no que se relaciona com a nomeação e a demissão da administração do Dr. António Domingues, da autoria do PSD, CDS-PP (2017);
  • II Comissão de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do Banco, da autoria do PSD, PS, BE, CDS-PP (2019);
  • Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, da autoria de PS, BE e IL (2020-2021).

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Da tecnologia à saúde, estas são as empresas que ganharam com a pandemia

O ano foi de stress para todos, incluindo para as bolsas. Petróleo, banca ou turismo foram fortemente penalizados. Mas há vencedores, com a saúde, a tecnologia e as renováveis a liderarem.

A pandemia assustou investidores e atirou as bolsas por terra. Mesmo após a recuperação, os efeitos secundários do coronavírus nas ações continuam a fazer-se sentir com a generalidade dos índices europeus a fecharem o ano no vermelho. A exceção é o alemão DAX, que acompanha os índices de Wall Street em terreno positivo. Tanto de um lado como do outro do Atlântico, há ainda assim vencedores, com a saúde e a tecnologia a liderar.

“Sem grande surpresa, tendo em conta os desenvolvimentos ocorridos ao longo de 2020, o setor tecnológico foi o grande vencedor do ano, enquanto o setor de petróleo situou-se no lado oposto do espetro. A digitalização das empresas, acelerada pelo aparecimento da pandemia, foi um dos catalisadores de crescimento fulcrais para a valorização do setor tecnológico. Sendo esta essencialmente uma crise de saúde, o respetivo setor também apresentou uma performance bastante resiliente dada a elevada procura e investimento”, explicam os analistas da equipa de research do BiG – Banco de Investimento Global.

Nas grandes tecnológicas, a Apple, a Microsoft e a Facebook estão entre os maiores ganhos, com valorizações anuais em bolsa de 75%, 40% e 30%, respetivamente. Fora do círculo restrito das FAANG, a Zoom reagiu como seria de esperar. Enquanto todo o mundo recorreu à plataforma para conseguir reduzir o distanciamento, as ações da empresa dona da plataforma Zoom subiram 465%.

"Sem grande surpresa, tendo em conta os desenvolvimentos ocorridos ao longo de 2020, o setor tecnológico foi o grande vencedor do ano, enquanto o setor de petróleo situou-se no lado oposto do espetro.”

Equipa de research

BiG – Banco de Investimento Global

Sem surpresas, o setor da saúde captou o interesse dos investidores ao longo do ano, com farmacêuticas como a Merck KGaA e a Eli Lilly a registarem valorizações próximas dos 30%. Mas foram as vanguardistas da vacina que mais ganharam: as ações da Moderna dispararam 566% em 2020, enquanto as da BioNTech avançaram 195%. A Pfizer — que era já um título com peso nas carteiras dos grandes investidores — subiu apenas 1% no acumulado do ano.

Energia em alta… e em baixa

A par da pandemia, as preocupações ambientais foram um fator determinante ao longo do ano e os investidores reforçaram a aposta em empresas ligadas a setores verdes. “Empresas como a Tesla, tecnológicas e fabricante de automóveis elétricos (EV), beneficiaram da crescente política ambiental. O fabricante chinês de EV, a NIO, valorizou cerca de 1.070% este ano“, aponta Paulo Rosa, economista e senior trader do Banco Carregosa. No caso da empresa liderada por Elon Musk, a valorização é de 665% no ano em que entrou no S&P 500.

Em sentido contrário, “a queda brusca dos preços do petróleo, aliada aos elevados custos fixos que caracterizam a indústria”, deram um “duro revés no ano de 2020” ao setor de petróleo e gás, como explica o BiG. Num ano que foi uma montanha russa para o petróleo — chegou a negociar pela primeira vez na história abaixo de zero –, as petrolíferas sofreram o impacto. Cotadas como a Total (-27%), a Shell (-43%), a Exxon (-40%) ou a BP (-44%) fecham todas no vermelho. Em Portugal, essa tendência também se verificou: se a EDP Renováveis é a cotada que mais sobe no PSI-20 (com um ganho de quase 110%), a Galp Energia está do lado contrário, tendo perdido quase 40% do valor.

"As empresas mais penalizadas pelo distanciamento social, especificamente do setor do turismo, como empresas de viagens e de cruzeiros, podem agora beneficiar do aparecimento das vacinas.”

Paulo Rosa

Senior trader do Banco Carregosa

Por último, todos os setores cujo negócio foi mais afetado pela pandemia foram castigados em bolsa. É o caso do setor financeiro que reagiu à queda dos lucros causada pelos aumentos de provisões para acautelar uma potencial crise económica, bem como devido à proibição do pagamento de dividendos. São disso exemplo os desempenhos do BBVA (-18%), Société Générale (-43%) ou do HSBC (-35%), mas também do português BCP, que perde quase 40%.

É igualmente o caso do turismo e lazer, que foi obrigado a parar. No entanto, o próximo ano poderá ser de inversão para o setor. As empresas mais penalizadas pelo distanciamento social, especificamente do setor do turismo, como empresas de viagens e de cruzeiros, podem agora beneficiar do aparecimento das vacinas que podem suportar a recuperação deste setor bastante penalizado pela pandemia”, diz Rosa.

O senior trader do Banco Carregosa não acredita, no entanto, que a recuperação dos setores mais penalizados signifique o fim dos ganhos para os vencedores deste ano. “As empresas tecnológicas podem continuar em 2021 a cristalizar os ganhos de 2020 impulsionadas pela aceleração da Quarta Revolução Industrial com a pandemia”, acrescenta.

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