Vodafone diz que regulamento do 5G é “discriminatório” e “totalmente ilegal”

O presidente executivo da Vodafone disse no Parlamento que o regulamento do 5G é "discriminatório" para as atuais operadoras e avisa que os "novos entrantes" terão até 2027 para cobrir metade do país.

O presidente executivo da Vodafone Portugal alertou no Parlamento que as obrigações previstas para os “novos entrantes” no regulamento do 5G implicam que estas empresas só tenham de ter dar cobertura a 50% da população em 2027. Enquanto isso, as atuais operadoras estão sujeitas a obrigações mais apertadas, como a de cobrir 75% da população das freguesias de baixa densidade em três anos, avisou.

“Bem sei que um novo operador precisa de tempo. O que não faz sentido é isso seja totalmente desproporcional”, disse Mário Vaz, em resposta a perguntas dos deputados da comissão parlamentar de economia. Lembrando que as licenças do 5G serão atribuídas por 20 anos, o líder da Vodafone afirmou que “o que está a ser pedido aos novos entrantes é que, nesses 20 anos, a sua obrigação seja apenas a de, em seis anos, cobrir 50% da população a 30 Mbps”, uma velocidade que já existe nas atuais redes móveis de quarta geração, indicou.

“Não há metas para 10 anos? Para 20 anos?”, questionou Mário Vaz, que recordou que, em 1992, quando a então Telecel entrou no mercado, foi-lhe exigida a cobertura de 90% da população num ano e 99% em quatro anos, numa altura em que “não havia torres” e os responsáveis da empresa tiveram de negociar as instalações e os espaços caso a caso.

O presidente executivo da Vodafone lembrou, por isso, que “um novo operador, quando chega a Portugal, encontra empresas com milhares de torres que podem arrendar”. Mário Vaz referia-se à Cellnex, que tem as torres que eram da Nos e da Meo, e à Vantage Towers, que tem as torres da Vodafone. “Pode, de um dia para o outro, aceder a milhares de torres no país todo”, disse o gestor.

“Para nós, foram concedidas metas de calendário para 2023, 2024 e 2025. Sabendo que este regulamento se atrasou um ano, aos novos entrantes é dado o prazo a contar a partir do famoso roaming nacional. E como as licenças só vão existir em 2021, os tais 50% da população já vão em 2027″, concluiu Mário Vaz, para quem o leilão, como está desenhado, é “discriminatório” e “totalmente ilegal”.

A primeira ronda de licitações do leilão do 5G decorre esta terça-feira, estando em jogo frequências nos 900 MHz e 1.800 MHz reservadas para os “novos entrantes”. Na segunda-feira, o presidente executivo da concorrente Nos desafio ou Parlamento a pedir a fiscalização do regulamento no Tribunal Constitucional. Esta terça-feira, o ECO publicou em primeira mão o teor de um dos pareceres pedidos pela Nos para fundamentar esse desafio.

A Altice Portugal foi também convocada para ser ouvida no Parlamento, mas terá recusado o pedido. Numa justificação enviada ao ECO, a empresa argumenta: “Acreditamos que já dissemos publicamente, e nos fóruns competentes, aquelas que são as nossas preocupações, a nossa indignação, bem como os resultados prováveis de todo este processo e as suas consequências devastadoras. Assim, consideramos não ter muito mais a acrescentar, a menos que haja alguma alteração significativa do ponto de vista de posturas ou das regras do leilão”.

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Governo investiu mais 311 milhões até novembro face a 2019

O Ministério das Finanças diz que o investimento público está a crescer 37,7% até novembro, nomeadamente na saúde e nos transportes públicos.

Sem contar com as parcerias público-privadas (PPP) de concessões rodoviárias, o investimento público cresceu 311 milhões de euros (o equivalente a 0,16% do PIB) até novembro, de acordo com os dados revelados por fonte oficial do Ministério das Finanças ao ECO esta terça-feira, em antecipação da divulgação da execução orçamental da próxima terça-feira, 29 de dezembro.

“O investimento público (excluindo PPP) até novembro registou uma forte aceleração: de 37,7% (+ 37,7%, +311 milhões de euros)”, revela o gabinete de João Leão, assinalando que “em comparação com o período homólogo cresceu de 825,5 milhões de euros para 1.136,8 milhões de euros”. Estes números até novembro representam uma pequena aceleração — e não “forte aceleração”, como diz o Ministério — do crescimento do investimento público uma vez que até outubro a subida era de 36,5%.

“Para esta aceleração contribuíram os grandes projetos de investimento estruturante nomeadamente nas infraestruturas de transporte público, como a ferrovia e os metros“, esclarecem as Finanças. Estes números referem-se à Administração Central e à Segurança Social, excluindo o investimento da administração regional e local, por exemplo.

Segundo os dados da Direção-Geral de Orçamento até outubro, o investimento estava a subir pela execução dos investimentos no âmbito do Ferrovia 2020, pela aquisição de equipamentos no setor da saúde para fazer face à pandemia, pelo pagamento do valor residual de um contrato de leasing operacional de material circulante por parte do Metropolitano de Lisboa e ainda a aquisição das aeronaves KC-390.

No caso específico da saúde, o investimento cresce 74% (mais 90,4 milhões de euros) até novembro, tendo já ultrapassado em setembro o total de todo o ano de 2019. No total, o investimento na saúde atingiu os 212,2 milhões de euros. Neste caso, houve aquisições de material médico para as Unidades de Cuidados Intensivos dos Hospitais efetuadas no âmbito do combate à pandemia.

Porém, sobre a saúde, apesar dos valores serem elevados face a anos anteriores, a execução ainda está aquém do orçamentado no Orçamento Suplementar. No total, em julho, a Assembleia da República autorizou um investimento no SNS de 436 milhões de euros em 2020, o equivalente a um aumento de 277 milhões de euros em 2020 face a 2019.

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Parecer de Paulo Otero pedido pela Nos diz que regulamento do 5G é inconstitucional

O ECO teve acesso ao parecer jurídico do professor catedrático Paulo Otero, que conclui que o regulamento de frequências do 5G aprovado pela Anacom é inconstitucional. Avaliação foi pedida pela Nos.

O professor catedrático Paulo Otero considera que o regulamento do leilão de frequências do 5G tem pressupostos que violam a Constituição da República Portuguesa. Num parecer com 47 páginas, pedido pela operadora Nos NOS 0,65% e ao qual o ECO teve acesso, o especialista defende que algumas das regras do procedimento violam princípios como o da proporcionalidade, lesam a propriedade privada e carecem de fundamentação por parte da Anacom, o regulador do setor.

Este é um dos documentos que tem servido de base à opinião da Nos de que o leilão de frequências do 5G é “ilegal” nos termos desenhados pela Anacom. Na segunda-feira, o presidente executivo da operadora, Miguel Almeida, desafiou os deputados da comissão parlamentar de economia a solicitarem ao Tribunal Constitucional (TC) a fiscalização abstrata do regulamento do leilão. A confirmação da inconstitucionalidade poderia, assim, ditar a nulidade do procedimento.

Paulo Otero é licenciado em Direito, mestre em Ciências Jurídico-Políticas e doutorado em Direito. É professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa há 15 anos, onde leciona Direito Administrativo e Direito Constitucional. Foi consultado pela Nos enquanto jurisconsulto, função que desempenha junto de entidades públicas e privadas.

Roaming nacional obrigatório lesa propriedade privada

No parecer, com a data de 4 de dezembro, o especialista vê problemas de inconstitucionalidade nas regras distintas previstas para os chamados “novos entrantes” — isto é, empresas que ainda não têm presença no mercado e pretendem usar o leilão para entrarem nele. Está prevista uma reserva de espetro para estas empresas externas ao setor e as operadoras já estabelecidas, como a Nos, ficam obrigadas a estabelecerem acordos comerciais de roaming nacional com os “novos entrantes”, uma medida que se mantém por, pelo menos, uma década.

Para Paulo Otero, estas medidas representam “uma limitação ou restrição dos direitos fundamentais dos atuais operadores”, havendo mesmo uma “lesão” do direito e liberdade de iniciativa económica privada. O especialista vê ainda uma violação “do direito de propriedade privada dos atuais operadores”. Miguel Almeida, presidente executivo da Nos, também tem feito eco destas considerações, tendo referido em declarações públicas que o leilão do 5G representa “uma expropriação” dos atuais operadores pelo Estado em benefício de outras empresas privadas.

“A imposição administrativa aos atuais operadores da obrigatoriedade de facultarem o acesso às suas redes a novos entrantes consubstancia uma medida de efeito equivalente ou análogo a uma expropriação, verificando-se que a Anacom cria um locupletamento [enriquecimento] dos novos entrantes sem uma causa lícita, pois esse enriquecimento resulta de uma lesão da propriedade privada dos atuais operadores“, lê-se no parecer acedido pelo ECO.

Há “diferença abissal” nas obrigações de cobertura

Estes não são, contudo, os únicos problemas na ótica de Paulo Otero. O jurisconsulto considera que há uma “diferença abissal de obrigações de cobertura entre os novos entrantes e os atuais operadores” no que toca à faixa dos 700 MHz, que é uma das mais relevantes para o 5G nesta fase.

Entre outras condições, o regulamento prevê que os “novos entrantes” que adquiram espetro nessa faixa tenham de assegurar, ate 2025, a cobertura de 25% de todas as autoestradas, itinerários principais rodoviários e itinerários ferroviários do Corredor Atlântico, entre outras ligações, bem como de 25% da população nacional no prazo de três anos. As atuais empresas do setor terão de, no mesmo prazo, cobrir 75% da população de cada uma das freguesias de baixa densidade, mais as regiões autónomas da Madeira e Açores, bem como 70% da população de cada freguesia que não seja considerada de baixa densidade até 2024.

O professor catedrático Paulo Otero defende, assim, que as obrigações para as novas operadoras “são meramente simbólicas”, o que representa um “desequilíbrio excessivamente inigualitário entre agentes económicos que desenvolvem a mesma atividade no mercado das comunicações eletrónicas”. Para o especialista, não há dúvidas: “existe aqui, à luz da jurisprudência do Tribunal Constitucional, uma violação do postulado da igualdade proporcional”. Ou seja, por outras palavras, para Paulo Otero, o regulamento é inconstitucional.

Independentemente disto, e regressando à obrigação prevista de roaming nacional, o professor catedrático considera que “permitir que um novo operador possa, durante três anos, desenvolver uma atividade, através de redes alheias, sem realizar investimentos que concretizem obrigações de cobertura […], revela-se uma solução manifestamente desrazoável”, sendo “violadora do princípio da proporcionalidade”.

Olhando para o regulamento, e novamente na visão de Paulo Otero, há ainda uma violação do “princípio da igualdade” nas regras do leilão aprovadas pela Anacom. “A ausência de obrigações de cobertura por parte de novos entrantes” no espetro a estes reservado, nas faixas dos 900 MHz e 1.800 MHz, é diferente do que aconteceu em leilões de frequência passados, argumenta o especialista, o que se mostra como uma “solução diferenciadora” e, por isso, inconstitucional.

Fundamentação da Anacom é “inválida”

Por fim, o especialista debruça-se sobre o “pressuposto justificativo” da Anacom para a aprovação das regras em questão. Citando um relatório do regulador em resposta a objeções das operadoras, no qual a Anacom refere que “elencou as conclusões da avaliação do mercado móvel efetuada em 2014”, Paulo Otero critica a entidade liderada por João Cadete de Matos por “basear medidas de discriminação positiva num estudo de mercado […] com seis anos” e anterior à pandemia, pelo que diz que que as decisões do regulador são “inválidas”.

“Se não existe falta de competitividade no mercado das telecomunicações móveis, nem os preços são elevados, ao contrário do que a Anacom entende, estamos diante de uma situação de erro nos pressupostos de facto que inquina a validade das medidas de discriminação positiva consagradas no regulamento” do leilão, conclui o professor, que termina, indicando que “a falta de um estudo” que avalie o impacto das medidas aprovadas pelo regulador “revela uma violação da vertente positiva do princípio da imparcialidade”.

O regulamento do leilão do 5G foi aprovado pela Anacom no início de novembro e o procedimento está em curso, sendo alvo de fortes críticas e litigância por parte não só da Nos como também da Altice Portugal e da Vodafone Portugal.

Numa nota informativa emitida por ocasião da decisão, a Anacom considera que o regulamento foi desenhado com o “objetivo de promover uma maior concorrência no mercado das comunicações eletrónicas, contribuindo para que os utilizadores obtenham o máximo benefício em termos de escolha, preço e qualidade de serviço”.

Concretamente sobre as medidas dirigidas aos “novos entrantes”, o regulador justificou que estas visam “assegurar um nível de investimento que contribua de forma mais efetiva para robustecer a capacidade agregada do setor e aumentar o benefício para os utilizadores finais”. A entidade vê nas medidas “um equilíbrio adequado” nas regras para as novas e atuais empresas no mercado.

No plano concorrência, as operadoras têm recusado a ideia de que o mercado português não é concorrencial, assim como a de que os preços das telecomunicações são altos em Portugal, a contraciclo com o que indicam os dados oficiais mais recentes. A 21 de dezembro, o Eurostat publicou um conjunto de dados que indicam que as comunicações em Portugal são 21% mais caras do que a média europeia, apontando mesmo para um agravamento de seis pontos percentuais entre 2018 e 2019.

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Juros implícitos no crédito da casa aliviam pelo terceiro mês

A taxa de juro implícita no crédito à habitação fixou-se nos 0,918%, em novembro, para globalidade dos contratos.

Os juros implícitos do crédito da casa aliviaram em novembro pelo terceiro mês consecutivo. A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos desceu para fixar-se nos 0,918% em novembro, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira.

“A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 0,918% em novembro (0,932% no mês anterior). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu de 0,914% em outubro para 0,857% em novembro“, refere o gabinete de estatísticas.

A taxa de juro implícita para nos contratos de financiamento de aquisição de habitação, que é o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, desceu para 0,937% em novembro, menos 1,4 pontos base face a outubro. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro para este destino de financiamento fixou-se em 0,855%.

Quanto ao valor médio da prestação vencida, para a totalidade dos contratos, registou-se uma subida de um euro para os 228 euros em novembro, um crescimento semelhante ao registado em outubro. Deste valor, 43 euros (19%) correspondem a pagamento de juros e 185 euros (81%) a capital amortizado.

Em novembro, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 270 euros face ao mês anterior, fixando-se nos 54.915 euros. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida foi 111.851 euros, mais 2.124 euros que em outubro.

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Centeno responde ao Goldman Sachs e assegura que lei foi bem transposta

Goldman Sachs pôs ação contra Portugal. Banco americano contesta aforma como foi feita a transposição da diretiva europeia da resolução aquando da intervenção no BES. Centeno rejeita o argumento.

O Goldman Sachs e vários fundos internacionais colocaram, na semana passada, ações num tribunal de Lisboa contra Portugal, alegando defeitos na transposição da diretiva europeia da resolução para a lei nacional no caso BES. O governador do Banco de Portugal, sem muitas palavras sobre o tema, assegura que tudo foi feito dentro da legalidade.

“As minhas palavras são muito parcas para não fragilizar a própria posição do Estado”, começou por dizer Mário Centeno. Isto para depois assegurar que “a diretiva foi transposta no quadro legal vigente, no contexto europeu e que permite uma transposição como aquela que foi feita”. O governador falava esta terça-feira numa audição parlamentar na comissão de orçamento e finanças.

Centeno disse ainda que “até ao momento não houve nenhuma demonstração em contrário que não seja assim”. “Estamos convictos de que seja essa a realidade”, afirmou ainda.

O ECO noticiou na semana passada que o Goldman Sachs e mais de uma dezena de fundos internacionais, entre eles o Elliott International, do investidor Paul Singer (o conhecido “abutre” da Argentina), colocaram novas ações no tribunal português no âmbito da queda do BES, em 2014. Desta feita, o alvo foi a República portuguesa. Em causa está um financiamento de 835 milhões de dólares feito por vários investidores ao BES através de um veículo montado pelo banco americano (a Oak Finance) e que foi transferido para o banco mau na sequência da resolução do Banco de Portugal.

Ao que o ECO apurou, este grupo de investidores questiona a forma como foi feita transposição da lei europeia da resolução para a lei nacional, em 2014, e é nesse sentido que o Estado português, enquanto legislador, é visado nestas duas ações. O banco americano contesta a “regra dos 2%” relativa às participações qualificadas e às quais a lei de resolução obriga a impor perdas. Foi essa a razão pela qual o Banco de Portugal transferiu o empréstimo de 835 milhões de dólares para o banco mau, mas o Goldman Sachs considera ter atuado em nome de outros investidores.

Uma das ações que surgiram na semana passada foi apresentada por 11 investidores (os clientes do Goldman Sachs): Olifant Fund, FFI Fund, Elliott International, Suffolk (Mauritius) Limited, The Liverpool Limited Partnership, Mansfield (Mauritius) Limited, GL Europe Luxembourg, Silver Point Luxembourg, Silverpoint Mauritius, TDC Pensionskasse e FYI. A outra foi avançada pelo próprio banco de investimento norte-americano e tem o valor de 292 milhões de euros (222 milhões de dólares).

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Mais de 4.000 clientes de telecomunicações pediram medidas de proteção

  • Lusa
  • 22 Dezembro 2020

As operadoras de telecomunicações receberam mais de quatro mil invocações dos mecanismos de adaptação à pandemia, a maioria para cessação unilateral do contrato.

Mais de quatro mil clientes de comunicações invocaram mecanismos de adaptação à crise provocada pela pandemia de Covid-19, de acordo com um balanço da Anacom.

Mediante os dados fornecidos pelos operadores, existiram 4.196 clientes de serviços de comunicações que invocaram a aplicação dos mecanismos de adaptação à crise provocada pela epidemia, refere o regulador, no balanço da aplicação das medidas de proteção dos clientes de telecomunicações no âmbito do impacto da Covid-19.

“Desse número, a taxa de aceitação dos pedidos dos clientes atingiu 89%, variando entre 77% e 100%, consoante o prestador”, acrescenta o regulador.

Cessação unilateral de contrato foi a prioridade

Segundo a Anacom, “a cessação unilateral do contrato foi a solução mais requerida pelos clientes que viram o seu poder de compra reduzido por efeito da pandemia ou por doença Covid-19″.

“Os principais prestadores receberam um total de 1.296 pedidos de cessação unilateral de contrato ao abrigo da Lei n.º 7/2020”, dos quais “1.202, ou 92,7%, foram aceites pelos prestadores”, refere.

O regulador refere que a “percentagem de aceitação de pedidos de cessação do contrato variou entre 89% e 100%, consoante o prestador”.

Já o número de pedidos de suspensão temporária de contrato ascendeu a 304. “Destes, 217 ou 71%, foram aceites pelos prestadores”, sendo que “a percentagem de aceitação de pedidos de suspensão de contrato variou entre 53 e 100%, consoante o prestador”, adianta.

No final de outubro, 2.596 clientes com valores em dívida na sequência da não suspensão do serviço solicitaram acordos nos planos de pagamento.

“De acordo com a informação disponível, o valor médio por cliente dos planos de pagamento variava entre 215 e 426 euros (incluindo IVA), consoante o prestador, valor que representa entre 34% e 67% do salário mínimo mensal, representando um esforço significativo para os consumidores”, prossegue a Anacom, no comunicado.

Em contrapartida, do lado dos prestadores, “a informação disponível indica que os montantes envolvidos nos planos de pagamento ascendem a um máximo de 0,14% e a um mínimo de 0,01% das receitas trimestrais de cada prestador”, acrescenta.

Estes valores, aponta a Anacom, “não esgotam o impacto financeiro total destas medidas nos prestadores visto que, por exemplo, não levam em conta o valor atual dos pagamentos futuros dos contratos cessados. Por outro lado, não se encontram contabilizados eventuais encargos não resultantes da disposição legal em análise”.

A partir de janeiro do próximo ano, e durante os primeiros seis meses, “vai vigorar um conjunto de medidas idênticas às que vigoraram entre março e setembro de 2020”.

Nesse sentido, refere a Anacom, “não será permitida a suspensão do fornecimento aos consumidores que se encontrem em situação de desemprego, ou cujo agregado familiar tenha sofrido uma quebra de rendimentos igual ou superior a 20%, ou se encontrem infetados por covid-19”.

O regulador relembra que “os consumidores que se encontrem em situação de desemprego ou cujo agregado familiar tenha sofrido uma quebra de rendimentos igual ou superior a 20%, têm o direito de cessar unilateralmente os seus contratos ou de suspendê-los até 01 de janeiro de 2022”.

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Pagar bónus na banca em 2020 “não é prática adequada”, avisa Centeno

Centeno foi questionado sobre os bónus de dois milhões de euros no Novo Banco e considerou que "não é uma prática adequada" fazê-lo em tempos de pandemia.

Os bónus do Novo Banco foram um dos temas que levaram Mário Centeno ao Parlamento esta terça-feira. Essa questão surgiu apenas duas horas depois da audição ter começado. Sobre esse ponto, o governador do Banco de Portugal foi claro: pagar bónus em 2020 não é “uma prática adequada”.

Em relação ao caso em concreto do Novo Banco, o assunto foi suscitado por André Silva, do PAN, que questionou Mário Centeno sobre os bónus diferidos de dois milhões de euros atribuídos no Novo Banco, depois de o banco ter registado prejuízos superiores a mil milhões de euros a que se seguiu um pedido uma compensação ao Fundo de Resolução no valor de 1.037 milhões.

Mário Centeno começou por fazer um exercício teórico: “Pode haver situações em que o resultado negativo tenha subjacente um desempenho de excelência de quem dirige uma instituição“.

Logo a seguir, lembrou a resposta dada logo em maio pelo Fundo de Resolução. “O Fundo de Resolução teve uma posição contrária aos interesses e visão do Novo Banco em relação a esta matéria, (…) fê-lo saber e fez refletir essa decisão no valor em que foi feita a injeção de capital em 2020”, disse. Em vez dos 1.037 milhões, o Fundo de Resolução só transferiu 1.035 milhões para o banco.

Em todo o caso, Centeno frisou que o supervisor não vê “como adequada esta prática em 2020” pois os bancos devem proteger o capital em face dos desafios da pandemia que ainda não estão ultrapassados.

“Todos devemos ter bastante cautela. (…) Quero sublinhar que essa avaliação deve ser feita no contexto em que existe capital nos bancos”.

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FIFA apresenta queixa criminal contra Blatter relacionada com museu do futebol

  • Lusa
  • 22 Dezembro 2020

A FIFA apresentou uma queixa criminal contra o antigo presidente Joseph Blatter por suspeita de má gestão relacionada com o museu do futebol situado em Zurique.

A FIFA apresentou uma queixa criminal contra o antigo presidente Joseph Blatter por suspeita de má gestão relacionada com o museu do futebol situado em Zurique, após uma investigação efetuada por peritos externos, anunciou esta terça-feira o organismo.

Segundo o organismo que tutela o futebol mundial, a queixa identifica o envolvimento direto do antigo presidente da FIFA Joseph Blatter, juntamente com outras pessoas, em atividades relacionadas com acordos que foram assinados em relação às instalações do museu.

A queixa, apresentada a um procurador de Zurique, inclui o custo total do projeto, de cerca de 500 milhões de francos suíços (460 milhões de euros) e refere que a anterior direção “investiu 140 milhões de francos suíços na remodelação de um edifício que não lhe pertence, tendo também efetuado um contrato de arrendamento a longo prazo (2045) em condições desfavoráveis quando comparado com as taxas normais de mercado”.

“Devido aos elevados custos associados ao museu, bem como à forma geral de trabalho da antiga direção da FIFA, foi efetuada uma auditoria forense para descobrir o que realmente se passou”, disse Alasdair Bell, secretário-geral adjunto da FIFA, citado no documento.

Segundo a mesma fonte, a auditoria revela “circunstâncias suspeitas e falhas de gestão, algumas das quais podem ser de natureza criminosa”, que necessitam de esclarecimento.

“Concluímos que não tínhamos outra escolha senão denunciar o caso aos procuradores”, refere.

O museu do futebol é um edifício de 10 andares, com 3.000 metros quadrados de espaço para exposições, eventos e refeições, e que tem 140 escritórios, localizado no centro de Zurique.

“A atual administração da FIFA pretende igualmente submeter toda a documentação relacionada com este assunto ao Comité de Ética independente, para que este possa iniciar qualquer investigação que considere apropriada, dadas as circunstâncias”, conclui.

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O cancro em tempos de pandemia

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  • 22 Dezembro 2020

Na luta contra o cancro, o melhor ataque é a prevenção. Esta doença cria necessidades que vão muito além do seguro de saúde, sendo fundamental pensar no bem-estar da pessoa segura desde a contratação.

Excluindo a COVID-19, o cancro é a doença que preocupa 75% dos portugueses, de acordo com um estudo de perceção da população portuguesa sobre oncologia, realizado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) em novembro deste ano. Esta percentagem não surpreende, o cancro é uma doença muito presente na sociedade. Quase todos tivemos de alguma forma contacto com a doença, ou por ter antecedentes familiares ou por ter lutado ou ajudado alguém próximo a lutar contra o cancro. O que ajuda a ter uma visão clara do que uma doença destas representa e dos impactos que tem.

Para além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1 em 5 homens e 1 em 6 mulheres terão cancro em algum momento da vida. Esta realidade assusta e realça a importância dos rastreios e realização de exames de rotina que permitam um diagnóstico da doença em estado inicial, aumentando a probabilidade de cura.

Mas a pandemia veio complicar a situação. Os rastreios foram adiados e a maioria das consultas deixaram de ser presenciais, o que ainda dificulta os diagnósticos.

A realização de exames complementares de diagnóstico, tais como Ressonância Magnética ou TAC para estadiamento, também ficaram condicionados. A pandemia obrigou a que muitos dos equipamentos passassem a ser usados pelas unidades que acompanham os doentes com COVID-19.

Por causa da pandemia, verificou-se uma quebra acentuada de novos diagnósticos. E quanto mais tempo levarmos a identificar estes novos casos, mais avançado estará o estado da doença com necessidade de tratamentos mais complicados e com taxa de sobrevivência mais reduzida.

Segundo a OMS, cerca de metade dos cancros podem ser prevenidos, se determinados fatores de risco forem evitados ou reduzidos (ex.: maus hábitos alimentares, fumar, ingerir bebidas alcoólicas em excesso e ser sedentário). O fator genético também é um fator de risco, embora não controlável, para o desenvolvimento de uma doença oncológica.

Para ajudar a detetar a doença em estado inicial, é fundamental vigiar a saúde e realizar os exames de rastreio indicados pelo médico de família, os quais são definidos com base na idade, historial familiar de cancro, a etnia e outros possíveis fatores de risco existentes.

Os seguros ajudam quando mais necessita

Quem lidou de perto com o cancro, relata que a doença coloca em suspense a vida do doente e passa a ser a doença da família, os seus tratamentos condicionam o dia-a-dia da pessoa, têm implicações físicas, sociais e económicas que levam a uma redução significativa da qualidade de vida.

"O cancro cria necessidades que ultrapassam a esfera do seguro de saúde.”

A doença enfraquece a pessoa física e psicologicamente, retira-lhe gradualmente autonomia, reduz a capacidade de trabalho e acarreta elevados custos. Projetos pessoais e/ou familiares são colocados em 2º plano ou até abandonados.

Um reforço financeiro aquando do diagnóstico de uma doença oncológica pode fazer a diferença! Pode ajudar a minimizar alguns impactos externos à doença, ajudar a equilibrar as contas, dar opções quando elas parecem estar a escassear, permitir contratar um cuidador ou investir em tratamentos estéticos (ex.: próteses capilares).

Existem várias soluções de proteção no mercado, que podem ajudar em situação de cancro, mas poucas são as que pensam no bem-estar da pessoa segura desde a contratação.

Por norma, quando se pensa em doenças graves como o cancro, é óbvio para todos a necessidade de ter seguro de saúde. Contudo, o cancro cria necessidades que ultrapassam a esfera do seguro de saúde. Um seguro de vida quando acionado permite a utilização do capital seguro com total flexibilidade. E este é um dos muitos pontos positivos de um seguro de vida.

 

"O Vida + Vencer tem uma vertente social tanto na prevenção como no apoio ao combate da doença que ainda é considerada por muitos como a doença do século.”

O ideal é ter, como complemento ao seguro de saúde, um seguro de vida que incentive a realização de exames de rotina com foco na prevenção, que, em caso de diagnóstico de doença oncológica, mesmo que em estadio inicial, disponibilize um capital seguro, e ainda, que dê acesso a rede de prestadores a preços convencionados e apoie a pessoa segura na escolha da instituição onde se pretende tratar.

A pensar nisso, na Tranquilidade, criou-se o Vida + Vencer, que assenta nesses 3 princípios:

  • Disponibiliza uma consulta anual de medicina geral e familiar com foco na prevenção e promoção de hábitos saudáveis;
  • Em caso de diagnóstico de doença oncológica, mesmo em situações muito iniciais (incluindo cancro não invasivo), disponibiliza o capital seguro ou partes do mesmo de acordo com a gravidade. A pessoa segura pode utilizar o capital com total liberdade;
  • Dá apoio e acompanhamento do segurado, com informação acerca das instituições hospitalares pertencentes à rede de prestadores AdvanceCare e acesso a descontos nesta rede convencionada (incluindo CUF, Fundação Champalimaud, Hospital da Luz …).

O Vida + Vencer tem uma vertente social tanto na prevenção como no apoio ao combate da doença que ainda é considerada por muitos como a doença do século.

 

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Sporting pretende penhorar parte do salário de Rafael Leão

  • ECO
  • 22 Dezembro 2020

O diretor de comunicação do Sporting anunciou que o clube vai avançar com a penhora de parte do salário que Rafael Leão aufere no AC Milan.

Sporting anuncia que pretende penhorar parte do salário de Rafael Leão no AC Milan, isto depois do atleta ter já sido alvo de duas penhoras em Portugal, no valor de 36,7 mil euros. A informação foi avançada pelo diretor de comunicação dos ‘leões’, Miguel Braga, na Sporting TV, citado pelo diário desportivo Record (acesso livre).

O responsável do clube lisboeta salientou que o Sporting, na questão das penhoras ao atleta, “está a agir com a justiça para garantir que será ressarcido”, acrescentando que o avançado português “já foi citado na sua morada francesa e italiana e que não se opôs à execução e às penhoras. Não dentro de muito tempo parte do ordenado do Rafael Leão também vai ser penhorado”.

Em causa está a rescisão unilateral do contrato de Rafael Leão com o Sporting em junho de 2018, após o ataque à Academia de Alcochete. O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) entendeu que não havia uma justa causa para a rescisão do contrato e acabou por condenar o futebolista a pagar 16,5 milhões de euros ao seu antigo clube. Contudo, devido aos juros a contar desde a data de notificação das duas partes, o valor da indemnização já ronda atualmente os 18 milhões de euros.

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Subida do preço das casas volta a abrandar no terceiro trimestre, mas número de negócios recuperou

No terceiro trimestre, o crescimento dos preços das casas voltou a abrandar, tal como aconteceu nos três meses anteriores. Porém, houve uma forte recuperação no número de transações.

O ritmo de crescimento dos preços das casas voltou a arrefecer no terceiro trimestre deste ano, o que poderá ser atribuído à pressão da crise pandémica. Entre o início de julho e o final de setembro, os preços das casas cresceram 7,1%, segundo os números divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o que representa uma desaceleração face aos 7,8% do segundo trimestre e aos 10,3% do primeiro trimestre.

“Entre o 2º e o 3º trimestre de 2020, o IPHab cresceu 0,5% (0,8% no 2º trimestre de 2020 e 1,2% no 3º trimestre de 2019), o que constitui o aumento trimestral de menor amplitude observado desde o 3º trimestre de 2015“, destaca o INE.

Esta desaceleração coloca o ritmo de crescimento do preço das casas no nível mais baixo desde 2016, tal como mostra o gráfico do gabinete de estatísticas. O índice de preços da habitação cresceu 7,1% no terceiro trimestre, com as habitações existentes a subir 7,4% e as habitações novas a somar 5,8%, em termos homólogos. Foi o segundo trimestre consecutivo em que os preços abrandaram.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Contudo, houve uma recuperação no número de negócios fechados. No terceiro trimestre, venda de casas subiu 35,1% face ao segundo trimestre, mostrando agora uma quebra homóloga de apenas 1,5%. “A taxa de variação observada constitui o aumento de maior amplitude da série e surge na sequência da redução de 23,3% registada no 2º trimestre de 2020, período fortemente influenciado pelas restrições impostas no contexto da pandemia COVID-19“, escreve o INE. No total, foram vendidas 45.136 casas entre julho e setembro deste ano.

Se no número de transações ainda há uma pequena quebra homóloga, o valor das transações já supera o do ano passado, no mesmo período. “No trimestre de referência, o valor das habitações transacionadas atingiu aproximadamente 6,8 mil milhões de euros, mais 4,4% face a idêntico período de 2019“, revela o INE, assinalando que “agosto foi o mês com o maior crescimento do valor das transações, 7,3%, seguindo-se setembro (4,5%) e julho (2,1%)”. O mesmo comportamento registou-se no número de transações, com uma recuperação gradual que levou o valor de agosto de 2020 a ser igual ao de agosto de 2019.

Na semana passada, o Banco de Portugal veio alertar o país para a possível correção do mercado imobiliário por causa da crise pandémica. “Os preços do imobiliário residencial mostraram resiliência, mas persistem riscos de uma correção em baixa“, escreveu o banco central no Relatório de Estabilidade Financeira de dezembro, apesar de ressalvar que o futuro dependerá de dois fatores rodeados de incerteza: a procura de casas para fins turísticos (alojamento local) e a procura de estrangeiros.

Habitações novas ganham importância no mercado imobiliário

Em termos de preço, as habitações existentes cresceram mais do que as habitações novas, mas estas últimas estão a ganhar peso no mercado imobiliário. De acordo com os dados do INE, no terceiro trimestre o número de transações de habitações novas cresceu 11% ao passo que o número de transações de habitações existentes desceu 3,7%, em termos homólogos.

O mesmo se aplica na comparação em cadeia, ou seja, face ao segundo trimestre: “O crescimento do número das transações de habitações novas excedeu aquele que foi registado nas habitações existentes, 43,9% e 33,5%, respetivamente”, refere o gabinete de estatísticas.

No que toca ao valor transacionado, as habitações novas também crescem face a 2019, com uma subida de 22,2%, ao passo que nas habitações existentes o crescimento é de apenas 0,3%. No total, o valor das transações foi de 6,8 mil milhões de euros, “dos quais 5,2 mil milhões de euros respeitaram a habitações existentes, o que representa 77,7% do total, a mais baixa percentagem observada desde o 2º trimestre de 2016“. O valor das transações de habitações novas foi de 1,6 mil milhões de euros.

Lisboa regista queda tanto das vendas como do valor

Entre julho e setembro, a Área Metropolitana de Lisboa registou uma quebra simultânea nas vendas (-8,7%) e no valor (-2,8%). Apenas a Região Autónoma dos Açores teve o mesmo desempenho duplamente negativo. No total, houve 14.141 transações em Lisboa num total de 2,9 mil milhões de euros.

Também no terceiro trimestre, houve quatro regiões com um crescimento homólogo tanto do número como do valor das habitações. Foi o caso da Madeira, do Centro, do Alentejo e do Norte. A região Norte, a segunda com mais peso logo a seguir a Lisboa, registou 13.351 transações num total de 1,7 mil milhões de euros. No caso do Algarve, houve uma redução no número de transações (-0,9%), mas um aumento do valor (+14%).

Os dados relativos ao quarto trimestre serão conhecidos a 23 de março do próximo ano.

(Notícia atualizada às 11h53 com mais informação)

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Moratórias são “significativas” e “vão ser reavaliadas nos próximos meses”, diz Centeno

Centeno reconhece que Portugal tem dos maiores níveis de crédito em moratória na Europa. Adianta que regime será reavaliado nos próximos meses e frisa que "não se deve deixar os bancos isolados".

Ouvido pela primeira vez pelo Parlamento enquanto governador do Banco de Portugal, Mário Centeno reconheceu que o montante de moratórias concedido pelos bancos portugueses é “significativo” e adiantou que o regime “será reavaliado nos próximos meses”.

“As moratórias atingem uma dimensão significativa, muito maior do que a média da Zona Euro e União Europeia”, disse esta terça-feira Mário Centeno na comissão de orçamento e finanças.

“É instrumento importante de liquidez em momento de crise aguda. É um instrumento que se deve manter ativo, mas dever ir evoluindo e adaptando-se à crise”, acrescentou o governador, revelando que “a amplitude, a dimensão, o foco das moratórias” deve ser reavaliado “ao longo dos próximos meses”. “Temos de voltar a reavaliar esse quadro temporal”, frisou mais tarde, mas de acordo com o enquadramento europeu.

Os últimos dados do Banco de Portugal revelam que mais de 20% do crédito dos bancos está “protegido” pelas moratórias. São 46 mil milhões de euros. De acordo com os dados das autoridades europeias, é o terceiro nível mais elevado na Europa. Até setembro de 2021, que é quando o regime expira, o supervisor estima que as moratórias empurrem cerca de 13 mil milhões de euros em prestações devidas e não pagas por famílias e empresas aos bancos.

Centeno defendeu ainda que as moratórias são “uma panaceia que tem de ser acompanhada ao longo do tempo com adaptações”. Nessa medida, defendeu o papel que o Governo poderá ter na transição após o fim do regime, frisando que as medidas que forem adotadas “não podem deixar o setor bancário isolado nesta matéria”.

Para assegurar uma transição suave após o fim das moratórias, o ministro da Economia já disse que deverá apresentar novas medidas no primeiro semestre do próximo ano, que deverão “passar por uma combinação de soluções desde converter dívida em capital até injeção de capital novo que precisa de robustecer o balanço das empresas”, segundo disse Siza Vieira numa conferência do ECO.

Ainda sobre as moratórias, Centeno fez questão de dizer que “não são perdões de dívida” e que os bancos devem fazer um acompanhamento próximo dos clientes para identificar eventuais riscos de incumprimento no futuro.

(Notícia atualizada às 11h13)

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