Costa Silva: Alta velocidade entre Lisboa e Porto recebeu “consenso alargado”

A análise aos contributos para a Visão Estratégica revela que houve um "consenso alargado" sobre as infraestruturas propostas, nomeadamente a alta velocidade entre Lisboa e Porto.

António Costa Silva voltou a defender a “aposta na linha de alta velocidade Lisboa-Porto” no discurso de apresentação dos contributos da consulta pública à Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020-2030 realizada esta terça-feira na Fundação Calouste Gulbenkian. O documento revela que houve “consenso alargado” nas infraestruturas propostas, nomeadamente a alta velocidade entre as duas maiores cidades do país.

“As propostas apresentadas para este Eixo Estratégico [Rede de Infraestruturas], cujo objetivo é prosseguir a consolidar o esforço de criação de uma rede estratégica de infraestruturas de transportes e mobilidade, ambientais e de energia, indispensáveis à sustentabilidade, competitividade e conectividade do território, foram alvo de intenso debate público, que revelou um consenso alargado sobre a necessidade de o país se dotar com as infraestruturas propostas no documento inicial“, lê-se no documento.

Dentro da área da ferrovia, o documento elaborado por Costa Silva refere que os contributos centraram-se também na “implementação da alta velocidade entre Lisboa e Porto e aposta na melhoria das ligações ferroviárias nas duas áreas metropolitanas“.

Anteriormente, na apresentação da Visão Estratégica em julho, Costa Silva tinha abordado a questão polémica de forma direta: “Não quero saber se é alta velocidade ou velocidade alta”, relativizou, explicando que, como os voos de curta distância “vão ser proibidos”, terá de haver uma alternativa viável. De acordo com o Público, essa ligação de alta velocidade poderá encurtar a viagem entre Lisboa e Porto a duas horas.

No seu discurso, Costa Silva detalhou que no documento original defendia que a alta velocidade fosse feita primeiro entre Porto e Soure, mas os contributos que recebeu apontam para que o projeto seja feito todo de uma só vez, carecendo ainda de uma análise de custo-benefício. Na primeira versão da Visão Estratégica, o conselheiro do primeiro-ministro queria “construir um eixo ferroviário de alta velocidade Porto-Lisboa para passageiros, começando com o troço Porto-Soure (onde existem mais constrangimentos de circulação)“. “Esta ligação potenciará a afirmação das duas áreas metropolitanas do país e o seu funcionamento em rede (como dispõe o PNPOT.)”, argumentava, assinalando que “para além dos ganhos de conetividade e articulação, esta obra trará grandes ganhos ambientais por dispensar as ligações aéreas”. A decisão caberá ao Governo.

(Notícia atualizada às 11h30 com mais informação)

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Turismo continuou a recuperar em julho. Portugueses deram a maior ajuda

O setor turístico continuou o caminho da recuperação em julho, ainda que a ritmo moderado. Nesse mês, os alojamentos nacionais receberam um milhão de hóspedes, a maioria nacionais.

Depois de ter mostrado os primeiros sinais de recuperação em junho, o turismo continuou esse caminho em julho, sobretudo devido aos portugueses. Os alojamentos turísticos nacionais receberam um milhão de hóspedes, num total de 2,6 milhões de dormidas, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes números representam quebras homólogas na ordem dos 70%, abaixo dos 80% verificados em junho.

Os hóspedes residentes foram responsáveis por 1,74 milhões de dormidas (-30,8%), enquanto os estrangeiros por apenas 889 mil (-84,5%). Estes números continuam a ser bastante inferiores aos registados no ano passado, mas já mostram uma melhoria face aos meses anteriores.

Em julho, todas as regiões do país observaram decréscimos nas dormidas, com destaque para a Região Autónoma da Madeira (-86,9%), a Região Autónoma dos Açores (-84,7%) e a Área Metropolitana de Lisboa (-82,5%). As menores descidas foram registadas no Alentejo (-26,2%) e no Centro (-49,6%). Mas foi no Algarve e no Norte onde se concentrou o maior número de dormidas.

Em termos de tipologias de estabelecimentos, todos observaram diminuições de dormidas, sobretudo a hotelaria (-70,4%). Atrás aparece o alojamento local (-65,5%) e o turismo rural e de habitação (-22,7%).

Relativamente a nacionalidades, as maiores reduções registaram-se nos mercados canadiano e chinês (-96%), norte americano (-95,6%) e dinamarquês (-94,5%) enquanto os mercados suíço (-67,6%), belga (-71,9%) e espanhol (-72,1%) foram, entre os principais, os que registaram menores decréscimos.

Portugueses passaram mais tempo hospedados. Proveitos caíram 70,5%

A mesma tendência de queda observou-se na estada média, que caiu 11,3% para 2,56 noites: aumentou 1,6% nos residentes e diminuiu 6,6% nos hóspedes não residentes, refere o INE.

No que diz respeito aos proveitos com o turismo, estes atingiram 157,9 milhões de euros no total no sétimo mês do ano, sendo que 123,7 milhões foram relativos ao aposento. Em termos de evolução, estes números representam recuos de 70,5%.

Tendo em conta todo este cenário, o rendimento médio por quarto ocupado também diminuiu. Os dados do INE mostram que este indicador caiu 10,7% para uma média de 95,4 euros. As maiores descidas foram observadas em Lisboa (-29,6%) e na Região Autónoma dos Açores (-19,4%).

(Notícia atualizada às 11h34 com mais informação)

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Crédito automóvel acelera para máximos de um ano. Foram quase 283 milhões em julho

Em julho, foram concedidos 282,5 milhões de euros em crédito automóvel, tratando-se do valor mais elevado desde o mesmo mês do ano passado.

A concessão de crédito para comprar carro continua a recuperar após os mínimos atingidos em abril devido à pandemia. Em julho, os bancos e as financeiras concederam 283 milhões de euros em crédito automóvel, tratando-se do valor mais elevado desde o mesmo mês do ano passado. O automóvel foi mesmo o principal motor do crescimento da concessão de crédito ao consumo, que se tem aproximado de níveis anteriores à pandemia.

Dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal indicam que os portugueses foram buscar aos bancos e às financeiras 537,2 milhões de euros em empréstimos para consumo, em julho. Este montante corresponde a um aumento de 27,8% face aos 424,4 milhões de euros que se tinham verificado no mês anterior e é o mais elevado desde o mês de março, quando a chegada da pandemia a Portugal ditou o confinamento. Face ao período homólogo, o cenário é contudo de quebra de 5,4% nos valores concedidos.

No caso do crédito automóvel, o mês de julho destaca-se pelo acentuado aumento na concessão, que acompanha a recuperação das vendas de carros. Foram concedidos 282,5 milhões de euros em empréstimos com esse fim, um aumento de quase 28% face ao mês anterior. Este reforço permitiu colocar o montante em máximos de um ano, próximo dos 298,6 milhões de euros registados em julho do ano passado.

Automóvel como motor do aumento do crédito ao consumo

Fonte: Banco de Portugal

Foi o terceiro mês consecutivo em que a concessão de crédito automóvel recuperou após o mínimo de 71,2 milhões de euros que se verificaram em abril, mês em que os portugueses estiveram em confinamento e os stands de venda de automóveis encerrados ao público.

O aumento dos novos empréstimos registado em julho foi transversal às diferentes finalidades de crédito automóvel. Para a aquisição de usados, os portugueses foram buscar 192 milhões de euros aos bancos e às financeiras, um aumento de 23% face a junho. Já para a aquisição de carros novos, o valor concedido foi 90,5 milhões, um aumento de 38% face a junho.

Também os outros créditos pessoais — categoria onde se incluem financiamentos para a aquisição de férias, artigos para o lar e eletrodomésticos, por exemplo — contribuíram para o crescimento do crédito ao consumo concedido em julho. Foram concedidos 174,6 milhões de euros com esse fim, um aumento de 25,36% face a junho, sendo ainda o montante mais alto desde março.

No crédito pessoal, mas com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos, o valor concedido foi de 6,57 milhões de euros, 33% acima do registo de junho.

Os cartões de crédito também foram mais utilizados pelos portugueses no mês que marca o arranque do segundo semestre. Foram disponibilizados 73,5 milhões de euros em crédito com esse fim, uma subida de 34,4% face a junho.

(Notícia atualizada às 11h40)

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Contratos a termo de pessoal não docente das escolas estendidos

Saiu em Diário da República o decreto-lei que permite às escolas prorrogar contratos dos funcionários com contrato a prazo, medida que visa ajudar no regresso ao ensino presencial.

As escolas que pretendam estender os contratos a prazo de funcionários que estão a trabalhar nas respetivas instituições para satisfazer necessidades temporárias já o podem fazer. Esta terça-feira, foi publicado em Diário da República o decreto-lei que estipula as regras para a prorrogação dos contratos a termo dos trabalhadores não docentes até ao final deste ano letivo, medida que se insere no âmbito da pandemia e após um ano escolar atípico marcado pelo ensino à distância.

“A par de outras medidas de reforço de pessoal não docente nos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas já adotadas pelo Governo, no próximo ano escolar, e de modo a garantir que as atividades letivas, não letivas e formativas presenciais decorrem com a maior normalidade possível, vem estabelecer-se, pelo presente diploma, a possibilidade de prorrogação dos contratos a termo resolutivo certo do pessoal não docente até ao termo do ano escolar de 2020/2021″, refere o diploma.

É especificado que os contratos a termo que se enquadrem nesse cenário cujo termo esteja previsto para 31 de agosto de 2020, “podem ser prorrogados para além dos limites constantes do n.º 1 do artigo 60.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, na sua redação atual, de modo a que o seu termo seja coincidente com a data que vier a ser estabelecida para o termo do ano escolar de 2020/2021”.

O decreto-lei estipula, contudo, que tal “não prejudica a abertura de concursos para contratação e vinculação de trabalhadores que cumpram necessidades permanentes nas escolas”.

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Aviação europeia condena “restrições fronteiriças caóticas” na UE e exige ação

  • Lusa
  • 15 Setembro 2020

A A4E considera que as “restrições fronteiriças caóticas” adotadas na UE tiveram um “impacto devastador na liberdade de circulação”, exigindo que os países façam desta uma "prioridade política".

A maior associação representativa da aviação europeia condenou esta terça-feira as “restrições fronteiriças caóticas” adotadas na União Europeia (UE), que tiveram um “impacto devastador na liberdade de circulação” este verão, exigindo que os países façam desta uma “prioridade política”.

Os europeus não puderam desfrutar devidamente de uma merecida pausa de verão devido às restrições fronteiriças caóticas, juntamente com a confusão sobre quarentenas, formas variáveis de localização de passageiros e requisitos para testes”, critica em comunicado o diretor executivo da Airlines for Europe (A4E), a maior associação de companhias aéreas da Europa com sede em Bruxelas.

Com a retoma da procura, após a paralisação das viagens aéreas devido à pandemia de Covid-19, a ficar muito abaixo do esperado, Thomas Reynaert salienta que “um programa de testes harmonizado unificado é urgentemente necessário […] para tentar restaurar a confiança dos passageiros”, em vez de se optar por medidas mais restritivas.

Dados da A4E revelam que, por exemplo em agosto, o tráfego aéreo na Europa equivaleu a apenas 30% do mesmo mês no ano passado.

A associação que representa cerca de 70% das transportadoras aéreas europeias, entre as quais a TAP, defende por isso que “devem ser utilizados testes melhorados e rastreio de contactos em vez de quarentenas, uma vez que os testes permitem uma atenuação do risco a um nível individual”. E, para tal, insta os Estados-membros a disponibilizar testes “rápidos e fiáveis aos passageiros pouco antes da partida”.

Também citado pela nota de imprensa, o presidente executivo do grupo Air France-KLM e presidente da A4E, Benjamin Smith, defende que “o Conselho da UE deve fazer disto uma prioridade política”, observando que “as medidas nacionais não coordenadas nos últimos seis meses tiveram um impacto devastador na liberdade de circulação – um dos principais objetivos da União – com repercussões significativas no setor de viagens e turismo”.

“Medidas divergentes por parte dos Estados-membros – frequentemente implementadas com muito pouca antecedência, com base em critérios diferentes, e não suficientemente coordenadas com outros países – fizeram com que a procura de passageiros descesse a pique”, lamenta Benjamin Smith.

O responsável exige assim, em nome da A4E, uma “abordagem renovada e comum às restrições de viagem”, para proporcionar “às companhias aéreas e aos passageiros a clareza e previsibilidade necessária”, para assim “melhorar a conectividade transfronteiriça e restaurar a integridade do espaço Schengen/UE”.

Criada em 2016, a A4E tem como membros companhias aéreas que operam na Europa, como o grupo Air France-KLM, easyJet, grupo Lufthansa, Ryanair, TAP Air Portugal, TUI, entre outras, que no total transportam habitualmente mais de 720 milhões de passageiros por ano, operando mais de 3.000 aeronaves e gerando mais de 130 mil milhões de euros de volume de negócios anual.

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Portugal com 2.ª menor taxa de ofertas de emprego no segundo trimestre

  • Lusa
  • 15 Setembro 2020

Face ao segundo trimestre de 2019, os posto de trabalho disponíveis recuaram em 25 Estados-membros da UE. Portugal apresentou a segunda menor taxa, a par de Irlanda, Espanha, Polónia e Roménia.

A taxa de ofertas de emprego recuou para os 1,6% tanto na Zona Euro quanto na União Europeia (UE) no segundo trimestre, face ao período homólogo, com Portugal a apresentar a segunda menor (0,7%), segundo o Eurostat.

Tanto na Zona Euro quanto na UE, entre abril e junho, os postos de trabalho disponíveis para desempregados recuou para os 1,6% quer face aos 2,3% homólogos, quer aos 1,9% registados no primeiro trimestre.

Segundo o gabinete estatístico europeu, as maiores taxas de ofertas de emprego foram observadas na República Checa (5,4%), Bélgica (3,1%), Áustria (2,6%) e as mais baixas na Grécia (0,3%), Portugal, Irlanda, Espanha, Polónia e Roménia (0,7% cada).

Taxa de ofertas de emprego no segundo trimestre de 2020Fonte: Eurostat

Face ao segundo trimestre de 2019, os posto de trabalho disponíveis recuaram em 25 Estados-membros, mantiveram-se estáveis na Bulgária e aumentaram 0,1 pontos percentuais em França.

Portugal com 2.ª maior subida do custo da mão-de-obra no 2.º trimestre

O custo horário da mão-de-obra aumentou, no segundo trimestre, 4,2% na Zona Euro e 4,1% na União Europeia (UE), em termos homólogos, com Portugal a apresentar a segunda maior subida (13,5%), segundo o Eurostat.

De acordo com o gabinete estatístico europeu, entre abril e junho, o custo horário da mão-de-obra acelerou face ao primeiro trimestre, quando tinha aumentado 3,7% na Zona Euro e 3,9% na UE.

Evolução do custo de mão-de-obra na UE e na Zona EuroFonte: Eurostat

Considerando os componentes do indicador, na Zona Euro, os custos relativos a salários e horas pagas aumentaram 5,2% e os não salariais 0,8%, face ao segundo trimestre de 2019. Na UE, as subidas foram de 5,3% e 0,1%, respetivamente.

Portugal registou a segunda maior subida do custo da mão-de-obra (13,5%), depois da Roménia (16,1%) e seguido pelo Luxemburgo (12,4%), enquanto em Chipre (-8,6%), na Irlanda (-3,3%) e na Holanda (-1,7%) o indicador recuou.

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“Recuperação vai ser lenta. Vamos piorar antes de melhorar”, avisa Costa Silva

António Costa Silva avisou esta terça-feira que a recuperação económica em Portugal será "lenta", alertando que a situação ainda vai piorar antes de melhorar.

Na apresentação dos contributos da consulta pública à Visão Estratégica, António Costa Silva avisou que a recuperação económica em Portugal será “lenta”, alertando que a situação “ainda vai piorar antes de melhorar”. E deixou um recado para os “ultraliberais”: “Não é o mercado que nos vai salvar da pandemia, é o Estado“.

“A recuperação vai ser lenta”, começou por dizer, prevendo que “vamos piorar antes de melhorar”, ou seja, “vamos entrar em decrescimento antes do crescimento“. Este aviso foi feito na apresentação do que mudou na Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030 que se realiza esta terça-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.

Vamos ter empresas que não vão aguentar esta pandemia, mas temos de preservar a capacidade produtiva“, avisou, assinalando que as “empresas é que geram prosperidade, riqueza e transformam a economia”. Há “excelentes empresas no país” e “muitas ideias” no país que é preciso aproveitar. Porém, Costa Silva argumentou que é necessária uma “combinação virtuosa entre Estado e empresas”, afastando a ideia de “Estado mínimo” ou de “privatizações cegas”.

“Ainda bem que esse modelo não vingou”, confessou, criticando as “ideias ultraliberais” e dizendo que esta pandemia mostrou que é preciso investir nos serviços públicos e na modernização da administração pública. Até porque, na opinião do professor do Instituto Superior Técnico, a realidade da crise pandémica está a mostrar que “os mercados autorregulados não funcionam necessariamente para o bem público“.

Ainda assim, o conselheiro do primeiro-ministro não se inibe de criticar a administração pública, apontando que esta está demasiado orientada para pareceres e pouco para a resolução de problemas. Além disso, deixou um apelo novamente para que haja um “reporte transparente para onde vai o dinheiro público” que virá da União Europeia para a recuperação económica, dando atenção “à análise e monitorização desses próprios projetos”.

Na sua apresentação, Costa Silva referiu as adendas que fez ao documento original e sintetizou os contributos que recebeu. Contudo, “as propostas mais específicas” ficaram “à consideração dos decisores políticos” uma vez que a Visão Estratégica define o rumo, mas escolhas terão de ser feitas pelo Governo no Plano de Recuperação e Resiliência. No seu discurso, Costa Silva aproveitou para elogiar António Costa: “Temos um primeiro-ministro muito persistente, com uma visão clara sobre o futuro“, disse, referindo que “este vírus traz para o campo da governação a questão da incerteza” e que é preciso dar atenção “à relação de confiança entre as instituições e os cidadãos”.

“Este debate muito participado é por si só inspirador, mostra o interesse e a posição de muitos cidadãos e instituições na busca de um rumo para o país que possa fazer face à enorme crise económica, social e sanitária gerada pela pandemia Covid-19”, escreve Costa Silva, defendendo que a “política não pode ser feita só de rejeição e de antagonismos exacerbados”. Mas a conclusão é positiva: “A análise do debate público mostra que existe, globalmente, um consenso sobre os grandes projetos elencados no documento da Visão Estratégica“.

(Notícia atualizada às 11h27 com mais informação)

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AIE reduz previsão de procura de petróleo devido à pandemia

  • Lusa
  • 15 Setembro 2020

A AIE espera agora que a procura global de petróleo diminua em 8,4 milhões de barris por dia este ano. Para 2021, espera uma recuperação da procura de 5,5 milhões de barris por dia.

A Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu esta terça-feira a previsão de procura de petróleo para este ano devido à crise da pandemia e estima perspetivas ainda mais “frágeis” para o mercado.

O ressurgimento de casos de Covid-19 em muitos países, as medidas de contenção locais, a continuação do teletrabalho e a fragilidade do setor aéreo levaram-nos a baixar as nossas estimativas de procura para o terceiro e quarto trimestres de 2020″, afirma a AIE no relatório mensal sobre o petróleo hoje divulgado.

A AIE espera agora que a procura global diminua em 8,4 milhões de barris por dia este ano, contra 8,1 milhões de barris por dia no relatório anterior.

No próximo ano, a AIE espera uma recuperação da procura de 5,5 milhões de barris por dia, ligeiramente mais (260.000 barris por dia) do que na última estimativa. A procura deverá atingir 97,1 milhões de barris por dia no próximo ano, ainda abaixo do nível de 2017.

“Com o início do inverno no hemisfério norte, entraremos em território desconhecido relativamente à virulência da covid-19”, diz a AIE, que aconselha os países desenvolvidos sobre as suas políticas energéticas.

No relatório anterior publicado em agosto, a agência descreveu o reequilíbrio do mercado petrolífero como “delicado”. “Um mês depois, as perspetivas parecem ainda mais frágeis”, conclui a AIE.

Na segunda-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) já tinha sido mais pessimista acerca da procura mundial de petróleo este ano e em 2021, citando uma fraqueza persistente em alguns países asiáticos na sequência da pandemia de covid-19. O gigante britânico dos hidrocarbonetos BP disse na segunda-feira que a procura global de petróleo pode já ter atingido o seu pico e pode continuar a diminuir devido às consequências da pandemia e da transição energética.

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Veja aqui em direto a apresentação do plano estratégico de António Costa Silva

  • ECO
  • 15 Setembro 2020

António Costa Silva apresenta esta terça-feira a versão final da sua estratégia para a recuperação económica do país após a pandemia.

O Governo vai entregar até dia 15 de outubro um esboço do Plano de Recuperação e Resiliência, que deverá estar alinhado com a Visão Estratégica elaborada por António Costa Silva. Acompanhe aqui em direto a apresentação a versão final do plano por António Costa e Silva.

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Exportações de Portugal para a China crescem 77,1% em junho, importações caem 17,4%

  • Lusa
  • 15 Setembro 2020

As exportações de Portugal para a China cresceram 77,14% no mês de junho, enquanto as importações sofreram uma queda de 17,45%, em relação a maio.

As exportações de Portugal para a China cresceram 77,14% em junho, enquanto as importações sofreram uma queda de 17,45%, em relação a maio, foi divulgado esta terça-feira.

No total, as trocas comerciais em junho entre Lisboa e Pequim registaram um aumento de 7,35% e atingiram em junho o montante de 6,2 milhões de dólares (5,22 milhões de euros), com Portugal a importar 3,5 milhões de dólares (2,94 milhões de euros), e a exportar para a China produtos no valor de 2,6 milhões de dólares (2,19 milhões de euros).

Os dados oficiais publicados no portal do Fórum Macau, com base nas estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses, indicam ainda que as trocas comerciais entre Lisboa e Pequim caíram 5,96% no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período de 2019, com Portugal a registar um crescimento nas exportações e uma queda nas importações.

Entre janeiro e junho, o valor das trocas comerciais entre Portugal e a China atingiu os 3,08 milhões de dólares (2,59 milhões de euros), com a maior fatia a corresponder às importações portuguesas (1,9 milhões de dólares, ou seja, 1,6 milhões de euros).

De acordo com as estatísticas, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa no primeiro semestre de 2020 foram de 64,59 mil milhões de dólares (54,34 mil milhões de euros), um decréscimo homólogo de 7,9%.

Se as exportações dos países lusófonos para a China atingiram os 46,7 mil milhões de dólares (39,2 mil milhões de euros), representando uma queda homóloga de 7,32%, já as importações dos países lusófonos ficaram-se pelos 17,9 mil milhões de dólares (15 mil milhões de euros), um decréscimo de 9,39%, em relação a igual período de 2019.

As trocas comerciais em junho entre os países de língua portuguesa e a China foram de 12,8 mil milhões de dólares (10,7 mil milhões de euros), um aumento de 28,92% face ao mês anterior.

As exportações dos países lusófonos para a China foram de 9,6 mil milhões de dólares (8,08 mil milhões de euros), um crescimento de 37,82% face ao mês anterior, enquanto as importações lusófonas foram de 3,18 mil milhões de dólares (2,68 mil milhões de euros), o que se traduz num aumento de 7,81%, quando comparado com maio.

A China estabeleceu a região administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum de Macau.

Esta entidade tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além de um secretário-geral e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

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Nas notícias lá fora: Reino Unido, Ryanair e AstraZeneca

  • ECO
  • 15 Setembro 2020

Desemprego sobe no Reino Unido pela primeira vez na pandemia. Ryanair responsável por 29% dos voos internacionais em Espanha. Ensaios da vacina contra Covid da AstraZeneca continuam suspensos nos EUA.

A taxa de desemprego aumentou no Reino Unido pela primeira vez desde o início do confinamento de 3,9% para 4,1%. Já os ensaios clínicos da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca continuam suspensos nos Estados Unidos, enquanto decorre uma investigação aos efeitos secundários graves registados no Reino Unido, revelam fontes citadas pela Reuters. Em Espanha, nos meses de verão, a Ryanair alcançou uma quota de mercado recorde de 29,4% nos voos internacionais ao transportar 1,2 milhões de passageiros. Na China, a versão chinesa do TikTok atinge 600 milhões de utilizadores diários no mês de agosto, o que representa um crescimento de 50%, enquanto o Facebook lança espaço próprio dedicado às alterações climáticas.

Financial Post

Desemprego aumenta no Reino Unido pela primeira vez desde o Covid

A taxa de desemprego no Reino Unido aumentou pela primeira vez desde o início do confinamento provocado pelo novo coronavírus, passando de 3,9% para 4,1% entre o período de abril a junho, de acordo com dados do gabinete de estatística nacional. Os dados oficiais publicados esta terça-feira mostram uma queda do emprego menos severa do que o previsto. “Este é um momento difícil para muitos, uma vez que a pandemia continua a ter um impacto profundo no emprego e na subsistência das pessoas”, disse o ministro das finanças Rishi Sunak numa declaração. “É por isso que proteger os empregos e ajudar as pessoas a voltar ao trabalho continua a ser a minha prioridade número um”, acrescentou. O número de vagas de trabalho aumentou para 434 mil nos três meses até agosto, quase 30% mais alto em comparação ao período entre abril e junho, mas quase metade dos níveis antes do Covid-19.

Leia a notícia completa no Financial Post (acesso livre, conteúdo em inglês).

Cinco Días

Ryanair responsável por 29% dos voos internacionais em Espanha

Nos meses de verão, a Ryanair alcançou uma quota de mercado recorde nos voos internacionais em Espanha. De acordo com os dados de tráfego aéreo de agosto, recentemente publicados pela Aena, a companhia low cost alcançou uma quota de 29,4% ao transportar 1,2 milhões de passageiros. No mês de julho, o primeiro mês completo desde o fim do confinamento causado pela Covid-19, a empresa presidida por Michael O’Leary, atingiu uma quota de 28,6%. A companhia irlandesa também ganhou quota devido ao cancelamento maciço de voos por operadores turísticos, bem como devido ao quase desaparecimento de voos de longo curso, especialmente para a América, o que prejudicou particularmente a Iberia e a Air Europa.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Reuters

Ensaios da vacina contra Covid da AstraZeneca continua suspenso nos Estados Unidos

Os ensaios clínicos da vacina contra o Covid-19 da AstraZeneca continuam suspensos nos Estados Unidos, enquanto decorre uma investigação aos efeitos secundários graves registados no Reino Unido, revelam fontes citadas pela Reuters. Ainda assim, os ensaios noutras partes do mundo já foram retomados este sábado. “Os ensaios clínicos da vacina contra o coronavírus da AstraZeneca e da [Universidade] Oxford foram retomados no Reino Unido após a Autoridade Reguladora da Saúde de Medicamentos confirmar a sua segurança”, anunciou o grupo farmacêutico. Os testes tinham sido suspensos após uma “doença inexplicável” num dos voluntários participantes, possivelmente um efeito colateral sério. A Reuters avança que a suspensão dos testes nos EUA se deverá manter até meados da semana e não é claro quanto tempo a FDA levará a concluir a sua investigação.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

CNBC

Versão chinesa do TikTok atinge 600 milhões de utilizadores diários

A Douyin, versão chinesa da popular aplicação de partilha de vídeos curtos TikTok, atingiu 600 milhões de utilizadores ativos diários a partir de agosto, o que representa um salto de 50% desde o início do ano, disse terça-feira a ByteDance, proprietária chinesa da aplicação. Os utilizadores na China não têm acesso à aplicação TikTok, mas podem utilizar q Douyin, que é semelhante. Os mais de 22 milhões criadores da Douyin ganharam um total de 41,7 mil milhões de yuan (6,15 mil milhões de dólares) no último ano através da plataforma, disse o diretor executivo da ByteDance China, Kelly Zhang, durante uma conferência online.

Leia a notícia completa na CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês).

Daily Mail

Facebook lança espaço próprio dedicado às alterações climáticas

O Facebook anunciou o lançamento de um espaço próprio dentro da rede social dedicado às alterações climáticas e pretende aproveitar a força das suas plataformas para sensibilizar para a temática. O lançamento do ‘Climate Science Information Center’ foi feito numa parceria entre a rede social e organizações sem fins lucrativos e empresas especializadas no tema. “Este novo centro de informação é exclusivamente dedicado a partilhar factos e dados sobre os impactos das alterações climáticas e pretende aproveitar a força das plataformas do Facebook para divulgar” o tema, refere. Entre os parceiros estão o UN Environment Programme (UNEP), The National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), World Meteorological Organization (WMO) e Panel on Climate Change (IPCC).

Leia a notícia completa no Daily Mail (acesso livre, conteúdo em inglês).

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Câmaras querem adiar pagamento de dívidas aos bancos por um ano

  • ECO
  • 15 Setembro 2020

Reivindicação junto do Governo visa garantir que as câmaras têm um balão de oxigénio para face à pandemia, isto numa altura em que as receitas diminuem e os gastos em áreas como o apoio social sobem.

As câmaras portuguesas querem que o Governo determine uma moratória que lhes permita adiar por um ano o pagamento dos empréstimos à banca, avança o Jornal de Notícias (acesso pago) nesta terça-feira.

Segundo explica aquele jornal, o pedido consta de um caderno reivindicativo enviado na semana passada ao Governo pela Associação Nacional de Municípios, em preparação do Orçamento do Estado para 2021.

O objetivo da associação liderada por Manuel Machado será procurar garantir que as câmaras dispõem de um balão de oxigénio para face aos efeitos da pandemia, isto numa altura em que veem as suas receitas diminuir e os gastos em áreas como o apoio social às famílias, à adaptação das escolas à pandemia ou ao acompanhamento dos lares de terceira idade a aumentar. No mesmo caderno reivindicativo, a ANMP pede ainda uma “mais justa e equilibrada repartição dos recursos públicos” e avisa que os municípios não podem voltar a ser excluídos dos apoios da Europa, como no tempo da troika.

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