55% dos advogados assumem terem tido pedidos para realizar esquemas de fraude

O Deloitte Fraud Survey Portugal - versão Advogados - foi realizado entre 23 de abril e 21 de maio deste ano, com um total de 60 respostas.

De acordo com a primeira edição do Deloitte Fraud Survey Advogados, o número de empresas envolvidas em situações de fraude tem vindo a aumentar, com 55% dos advogados a assumirem que já foram solicitados para participar na realização de um esquema de fraude. Segundo o estudo, a que o ECO/Advocatus teve acesso — realizado pela consultora em abril e maio deste ano — 63% dos inquiridos pertencentes a grandes escritórios de advogados declaram que já foram solicitados para assessorar na estruturação de uma potencial situação de fraude. Em termos de dimensão, esta tendência acontece não só nos grandes escritórios como também nos de pequena e média dimensão.

Em contraponto, 95% dos advogados afirmam que menos de 25% dos clientes da sua organização estão envolvidos em situações de fraude.

As razões são também apontadas pelo estudo em questão. “As principais causas assinaladas pelos advogados para a ocorrência de situações de fraude no contexto empresarial português são a inexistência de um sistema de controlo eficiente e a falta de valores éticos”, explica o documento.

Paralelamente ao facto dos advogados acreditarem maioritariamente que as situações de fraude irão aumentar no futuro, metade dos advogados indicam que a legislação em vigor em Portugal para prevenção e remediação de fraude não é efetiva, com a maioria dos inquiridos a considerar que os seus clientes não fazem uma adequada canalização de recursos para diminuir o risco de fraude. Apesar disso, mais de dois terços dos advogados inquiridos considera que os mecanismos de prevenção de fraude têm melhorado nas empresas portuguesas ao longo do tempo.

As respostas recolhidas indicam ainda que o setor mais propenso a eventos de fraude é o setor de serviços financeiros, seguido dos setores de serviços não financeiros e tecnológico. Aproximadamente um terço dos advogados participantes no estudo consideram que “os mecanismos de controlo interno são o processo mais utilizado pelos seus clientes para identificar situações de fraude, ao qual se seguem a denúncia e a investigação interna”. Em caso de identificação de uma situação fraude, mais de metade dos advogados consideram que os seus clientes habitualmente realizam uma investigação interna inicial seguida de consultoria externa.

Adicionalmente, de acordo com este estudo, os mecanismos de controlo antifraude mais eficazes são as auditorias-surpresa a determinadas áreas da empresa, as formações de medidas antifraude a colaboradores e a implementação de um canal de denúncia.

Por último, esta Deloitte Fraud Survey Advogados aconselha “a análise do impacto da fraude no meio empresarial português nos próximos anos e de aumentar os meios alocados à mitigação dos riscos subjacentes a situações de fraude nas empresas portuguesas”.

José Miguel Júdice — que assina o prefácio — defende que este estudo revela “uma acentuada perceção social dos seus malefícios e um – talvez ainda incipiente – esforço que se antecipa crescente para lutar contra ela, através de um arsenal de meios preventivos, pelo investimento
numa cultura que não tolere a fraude, pela aceitação da implementação de soluções reativas, se e quando as proteções existentes não consigam evitar ou destruir de imediato os comportamentos fraudulentos”, explica o advogado e árbitro. “A fraude pode ser feita contra a empresa e todos dirão que é inaceitável. Mas alguns gostam de se iludir com a fantasia de que a fraude pode ter de ser inevitável e que em certas situações é favorável ao empresário que com ela pactua ou que a prática como modo de vida ou comportamento desviante ocasional”, sublinha ainda o advogado, ex-sócio da PLMJ.

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Centeno ouvido a 22 de dezembro no Parlamento sobre Novo Banco

O Governador do Banco de Portugal vai ser ouvido no Parlamento no âmbito da auditoria da Deloitte às contas do Novo Banco.

Mário Centeno vai ser ouvido no Parlamento a 22 de dezembro, uma terça-feira, no âmbito da auditoria feita pela Deloitte às contas do Novo Banco. Esta audição resulta, em parte, de requerimentos apresentados pelo PAN e pelo CDS.

O Governador do Banco de Portugal (BdP) marca presença no Parlamento às 9h30, para ser ouvido pela Comissão de Orçamento e Finanças, de acordo com um comunicado publicado este domingo pela própria comissão.

Esta audição acontece “no âmbito do Plano de Atividades e, bem assim, do requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do PAN relativo a pagamento de bónus aos membros do Conselho Executivo do Novo Banco e requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP relativo à Auditoria especial ao Novo Banco“.

Em setembro, o CDS requereu que Mário Centeno fosse ouvido na Assembleia da República sobre a auditoria feita pela Deloitte ao Novo Banco, depois de várias polémicas que envolveram a venda de várias carteiras de imóveis. Além disso, também o PAN pediu esta audição para esclarecer o pagamento de bónus aos membros do Conselho Executivo do Novo Banco.

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Há cada vez mais aviões a serem convertidos para transporte de carga

Com o impacto da pandemia na aviação, muitas empresas estão a converter aeronaves de passageiros em aviões de carga, tirando proveito do boom no comércio online.

Com o impacto da pandemia na aviação, muitas companhias aéreas e empresas de leasing estão a converter permanentemente os seus aviões de passageiros mais antigos em aviões de carga, tirando proveito do boom no comércio online, avança a Reuters (conteúdo em inglês).

Esta ideia criou uma oportunidade para empresas especializadas nestas transformações, como a Singapore Technologies Engineering, Israel Aerospace Industries ou a norte-americana Aeronautical Engineers. A empresa de análise de dados Cirium, citada pela agência de notícias, espera que o número de conversões mundiais suba 36% para 90 aviões em 2021 e para 109 aviões em 2022.

“Estimamos que a maioria dos slots [para conversão das aeronaves] seja vendido em 2021 e, pelo menos, 40% em 2022″, diz o chefe de análise de mercado da Cirium, Chris Seymour. Ainda de acordo com a consultora Ishka, o valor de mercado dos aviões com 15 anos subiu de 20% para 47% desde o início do ano, dependendo do modelo, o que torna estas conversões mais atrativas.

A companhia aérea Air Canada é uma das que estão a apostar nestas transformações, através dos seus Boeing 767. As conversões permanentes são uma aposta, numa altura em que a procura por viagens aéreas é fraca devido à pandemia, e em que se assiste um forte aumento do comércio online.

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Regulador chinês multa gigantes da Internet por infringirem leis antimonopólio

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2020

Alibaba e Tencent não enviaram, conforme exigido pela legislação antimonopólio do país, documentos a especificar as operações de concentração.

O regulador de mercado da China anunciou multas no valor de 500.000 yuans (mais de 63.000 euros) aos gigantes da Internet Alibaba e Tencent, por infringirem leis antimonopólio na aquisição de outras empresas.

Em comunicado, a Administração Estatal de Regulação do Mercado apontou que os grupos não reportaram corretamente às autoridades as operações que resultaram na concentração de agentes de mercado em determinados setores.

No caso do gigante de comércio eletrónico Alibaba, a investigação centra-se na ampliação da sua participação, através de uma subsidiária, na operadora de centros comerciais Yintai (Intime), em fevereiro de 2018.

O caso da Tencent, detentora do aplicativo Wechat, refere-se à compra do produtor audiovisual New Classics Media, através da subsidiária China Literature, uma plataforma que conecta escritores e leitores, e que tem mais de 200 milhões de usuários.

As autoridades concluíram que ambas as empresas não enviaram, conforme exigido pela legislação antimonopólio do país, documentos a especificar as operações, que representaram uma concentração de agentes do mercado, embora “não tenham tido efeito de exclusão ou restrição da concorrência”.

O regulador aplicou assim multa máxima, apesar de o valor ser insignificante, face à dimensão destas empresas — a Alibaba e a Tencent estão avaliadas em mais de 700 mil milhões de dólares.

No entanto, trata-se de um sinal de maior supervisão sobre as operações de mercado do emergente setor digital da China, um dos mais dinâmicos e lucrativos do mundo.

“Embora o valor das multas seja relativamente baixo, sinaliza uma fiscalização mais forte sobre o setor da Internet, removendo a mentalidade de ‘esperar para ver’ de algumas empresas, o que produz um efeito dissuasor”, explicou um porta-voz do regulador.

A mesma fonte alertou que todas as empresas digitais devem ser fiscalizadas pelas autoridades ao realizarem fusões ou aquisições, inclusive as pequenas e médias empresas, visando evitar a formação de monopólios e o “afogamento” de outras empresas, o que “dificultaria a inovação”.

Nos últimos meses, o relacionamento de Pequim com grandes empresas digitais parece ter-se deteriorado.

Este mês, o presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros (CBIRC) e o número dois do banco central da China, Guo Shuqing, garantiram que a China vai fiscalizar de forma “especial” as fintech — empresas de tecnologia que inovam e otimizam serviços do sistema financeiro.

Guo afirmou que estas firmas detêm um controlo ‘de facto’ sobre grande quantidade de dados, o que “tende a travar a concorrência e gera lucros excessivos”. Em alguns casos, estas empresas atraem cidadãos com poucos recursos a contraírem empréstimos.

As autoridades suspenderam, no mês passado, a entrada em bolsa do Ant Group, operadora da Alipay, no que estava para ser a maior operação de sempre deste tipo.

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Nas notícias lá fora: Aviação, Wirecard e Electronic Arts

  • ECO
  • 14 Dezembro 2020

Da aviação à banca, passando pela tecnologia, veja as notícias que estão a marcar o dia lá fora.

A marcar o dia está a notícia de que a pandemia está a levar a aviação a apostar no transporte de mercadorias, mas também de que a banca espanhola tem as comissões mais elevadas pelos depósitos das empresas. Destaque ainda para o ataque pirata feito por russos a agências governamentais dos EUA, e para a compra da Codemasters pela Electronic Arts.

Reuters

Pandemia leva aviação a apostar no transporte de mercadorias

Com o impacto da pandemia na aviação, muitas companhias aéreas e empresas de leasing estão a converter permanentemente os seus aviões de passageiros mais antigos em aviões de carga, tirando proveito do boom no comércio online. Exemplo disso são empresas como a Air Canada e a CDB Aviation. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

El Economista

Banca espanhola tem as comissões mais altas cobradas às empresas

Os bancos espanhóis têm, aos poucos, vindo a tentar compensar as taxas negativas provocadas pela pandemia com taxas mais altas cobradas nos depósitos a prazo feitos pelas empresas. De acordo com dados do Banco Central Europeu, em outubro, as taxas cobradas subiram para 0,33%, face aos 0,25% de setembro, representando a segunda taxa mais elevada de toda a Zona Euro. À frente aparece apenas a Alemanha. Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Financial Times

EY encontrou indicadores de alerta na Wirecard em 2018

A fintech germânica deu início ao processo de insolvência em julho, depois de ter sido descoberto um buraco nas contas num valor de dois mil milhões de euros. Agora, sabe-se que já em 2018 a equipa antifraude da EY já tinha encontrado “alertas vermelhos” na Wirecard que exigiam mais investigações, algo que acabou por não acontecer até este ano, altura em que o escândalo foi tornado público. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Bloomberg

Agências governamentais dos EUA hackeadas por piratas russos

As agências governamentais dos Estados Unidos foram atingidas por uma “campanha global de intrusão” de ataques cibernéticos que exploraram uma falha na atualização de uma empresa de software, revelou a FireEye. O ataque foi feito em sistemas dentro dos departamentos de Tesouro e Comércio dos Estados Unidos e de outras agências governamentais. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Reuters

Electronic Arts vai comprar a Codemasters

A Electronic Arts anunciou que chegou a acordo para a compra da Codemasters, num negócio avaliado em 1,2 mil milhões de euros. Com esta operação, através da qual os acionistas da Codemasters vão receber 604 pence de libra por ação, a fabricante de videojogos consegue levar a melhor sobre a rival Take-Two Interactive Software, que oferecia 485 pence por cada título da companhia britânica. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Lisboa volta aos ganhos. Galp e BCP puxam pelo PSI-20

Praça portuguesa segue a tendência positiva das congéneres europeias, com os investidores a celebrarem o arranque da vacinação contra a Covid-19 nos EUA.

Depois de que quebrar um ciclo de sete sessões consecutivas de ganhos, Lisboa está de volta aos ganhos. A praça portuguesa segue a tendência positiva das congéneres europeias, com os investidores a celebrarem o arranque da vacinação contra a Covid-19 nos EUA. A Galp Energia destaca-se na bolsa nacional, sendo também o BCP determinante para a valorização do PSI-20.

No dia em que será administrada a primeira vacina anti-covid da Pfizer e da BioNTech nos Estados Unidos, mas também deverá ser validada a vitória de Joe Biden na corrida à Casa Branca, é grande o otimismo dos investidores. São sinais positivos que ajudaram as praças asiáticas no arranque desta semana, e estão estão puxar pelas bolsas do Velho Continente. O Stoxx 600 soma 0,40%.

Em Lisboa, o PSI-20 soma 0,6%, para os 4.771,33 pontos, com a generalidade das cotadas em “terreno” positivo, contando-se apenas com dois títulos em queda: REN e EDP, com descidas de 0,2% e 0,1%, respetivamente.

A Galp Energia está a ser o motor deste desempenho, beneficiando da evolução dos preços do petróleo nos mercados internacionais. A petrolífera não é a cotada que mais sobe na bolsa, mas a valorização de 1,35% para 9,178 euros coloca a cotada como a principal responsável pela valorização do índice nacional.

O BCP também puxa pelo PSI-20, apresentando um ganho de 2%, assim como as empresas do setor da pasta e papel, casos da Navigator e da Altri, que beneficiam da melhoria das perspetivas para a recuperação da economia mundial.

No top das subidas, nota para a Ibersol, que ganha mais de 5%, isto enquanto a Pharol apresenta um ganho de 3,98% para cotar nos 15,66 cêntimos por ação.

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Quem é quem na nova comissão de inquérito ao Novo Banco

Vem aí a comissão de inquérito ao Novo Banco. Ainda não há nomes em cima da mesa, mas a polémica história do Novo Banco nos últimos anos deixa antever quem irá ao Parlamento nos próximos meses.

Vem aí a comissão de inquérito ao Novo Banco, que visa apurar as perdas registadas pelo banco e imputadas ao Fundo de Resolução. O grupo de deputados que vão fazer parte da comissão toma posse esta terça-feira, sendo que terá quatro meses para concluir o inquérito (até abril). As audições só arrancarão no próximo ano. Ainda não há nomes em cima da mesa. Mas a polémica história do Novo Banco nos últimos anos deixa antever quem irá ao Parlamento. Quem é quem na novela que se segue dentro de semanas.

De Duarte Pacheco e João Paulo Correia à dupla Mortágua-Meireles

São os mais experientes em comissões de inquérito à banca e deverão voltar a assumir protagonismo no inquérito ao Novo Banco, que será presidida pelo social-democrata Fernando Negrão (que também conhece muito bem as funções inerentes à presidência de uma comissão de inquérito à banca). Cada um terá papéis diferentes.

Do PSD, Duarte Pacheco procurará centrar atenções à fase posterior à venda do Novo Banco ao Lone Star em outubro 2017, pois é esse o período de decisão do Governo socialista. Já o socialista João Paulo Correia terá como prioridade evidenciar os erros feitos no momento da resolução do BES, em 2014, quando o Governo vestia as cores do PSD e CDS.

Estrelas na anterior comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, é muito provável que Mariana Mortágua (Bloco) e Cecília Meireles (CDS) assumam novamente esse destaque no inquérito ao Novo Banco. Quem não se lembra das intervenções das duas deputadas na audição ao empresário madeirense Joe Berardo?

Tomada de posse do novo Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno - 20JUL20

Mário Centeno: o ministro do acordo de 3,9 mil milhões

Centeno é hoje governador do Banco de Portugal, mas será chamado ao Parlamento pelas decisões que tomou enquanto ministro das Finanças, cargo que exerceu entre 2016 até maio deste ano. Há, sobretudo, uma decisão no centro desta comissão de inquérito: a venda do Novo Banco ao Lone Star (75% por mil milhões de euros) e o acordo de capital contingente de 3,9 mil milhões de euros que tem estado a cobrir as perdas do banco com ativos tóxicos.

Não é a primeira vez que Centeno abordará o tema. O ex-ministro já justificou o acordo com a necessidade de vender o banco na 25.ª hora, sob pena de Bruxelas mandar fechar o banco com consequências imprevisíveis para todo o sistema. E não deixou de apontar críticas à resolução do banco, feita em 2014, que considerou ser “mais desastrosa” da Europa, referindo ainda que a separação de ativos foi “incompetente”.

Prémio Jacinto Nunes BdP 2019 - 21NOV19

Carlos Costa: o governador da resolução

Foi o ex-governador do Banco de Portugal que aplicou a medida de resolução ao BES em agosto de 2014 e que deu origem ao Novo Banco. Logo na altura, ficou decidido quais os passivos e ativos transitariam para o banco de transição e quais ficariam no banco mau. Os deputados têm dúvidas que essa separação tenha sido bem feita, tendo em conta o nível de ativos problemáticos que foram passados para o Novo Banco e os quais, de resto, estão na origem dos pedidos de dinheiro ao Fundo de Resolução.

Foi também com Carlos Costa que, um ano mais tarde, o banco central procedeu à retransmissão de um conjunto de obrigações seniores do banco bom para o banco mau. O Parlamento quer avaliar a operação, designadamente as implicações que teve para o custo de financiamento de Portugal. Grandes investidores como a Pimco e a BlackRock foram afetados pela decisão e anunciaram um boicote ao país durante determinado período. Ainda hoje estes fundos internacionais têm ações em tribunal para reaver o dinheiro.

A supervisão do Banco de Portugal, o qual liderou na última década, também vai ser escrutinada, embora a queda do BES já tenha sido alvo de uma comissão de inquérito. Será que é desta que ficamos a conhecer o teor do relatório “Costa Pinto”?

O presidente do Fundo de Resolução do Novo Banco, Luís Máximo dos Santos, durante a sua audição na Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República, em Lisboa, 26 de fevereiro de 2020.Mário Cruz/Lusa 26 fevereiro, 2020

Máximo dos Santos: o homem forte do fundo que injeta dinheiro no Novo Banco

É o responsável máximo pelo Fundo de Resolução, que está obrigado, contratualmente, a compensar o Novo Banco pelas perdas com um conjunto de ativos tóxicos. O envelope de 3,9 mil milhões já foi usado em cerca de três mil milhões. Restam 900 milhões e ainda não se sabe se vão ser totalmente utilizados devido ao travão colocado pelo Parlamento.

Embora seja financiado pelos bancos do sistema, o Fundo de Resolução tem recorrido a empréstimos do Tesouro português para suportar as resoluções bancárias nos últimos anos (Banif e Novo Banco) e, por ser uma entidade pública, cada injeção no Novo Banco tem peso nas contas públicas. No caso do Novo Banco, este fundo detém uma participação de 25% do banco e tem um papel central na vida do banco, nomeadamente ao fiscalizar as vendas de ativos (nenhuma operação é feita sem o aval de Luís Máximo dos Santos) que estão na origem dos prejuízos milionários do Novo Banco e, consequentemente, das injeções.

Apresentação de resultados do Novo Banco - 01MAR19

António Ramalho: o CEO do banco

O CEO do banco no centro do furacão já foi por várias vezes ao Parlamento dar explicações sobre os prejuízos e os pedidos de dinheiro ao Fundo de Resolução. Também já prestou esclarecimentos sobre as vendas de ativos (malparado e imobiliário) que se revelaram polémicas e levantaram suspeitas a muitos quanto à possibilidade de o Novo Banco estar a vender ao desbarato para “maximizar” as injeções ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

Apesar dos esforços de Ramalho, os deputados mantêm as dúvidas e é certo que o CEO do Novo Banco vá novamente ao Parlamento até porque o banco fará nova call ao Fundo de Resolução no próximo ano, devido aos prejuízos que registará este ano.

Lone Star: o acionista americano

Detem uma participação de 75% no Novo Banco desde outubro de 2017, a troco de 1.000 milhões de euros. Mas, como contrapartida para ficar com o banco, o Lone Star tem estado a beneficiar da tal garantia pública de 3,9 mil milhões de euros que protege o banco (e os acionistas) das perdas com um conjunto de ativos problemáticos herdados pelo BES.

Este fundo americano de private equity também tem sido implicado nos processos de vendas de ativos, tendo já reiterado que nunca comprou imóveis ao banco. O acionista americano faz-se representar no banco através de Byron Haynes, presidente do conselho geral e de supervisão, que também já esteve envolvido em polémica, devido as ligações no passado ao fundo Cerberus que comprou ativos ao Novo Banco.

José Rodrigues de Jesus, da comissão de acompanhamento que fiscaliza injeções do Fundo de Resolução.ECO

José Rodrigues de Jesus: o “polícia” do Fundo de Resolução

A comissão de acompanhamento do Novo Banco é outro dos alvos da comissão de inquérito. Este órgão, apesar de discreto, é relevante: tem por missão escrutinar as decisões do banco naquilo que possa ter impacto na chamada de capital ao Fundo de Resolução através do mecanismo de capital contingente, nomeadamente as vendas de malparado e outros ativos problemáticos que têm dado prejuízos significativos. É uma espécie de “polícia” do Fundo de Resolução dentro do banco.

Recentemente, foram feitas alterações na composição deste órgão com a saída de José Rodrigues de Jesus. Mas este responsável (ex-bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas) acompanhou as vendas que foram realizadas até ao dia de hoje. Na memória de muitos estará ainda a sua audição em março de 2019, depois de algumas “tiradas” que deixou os deputados perplexos e que pode recordar aqui.

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PSP diz estar a ser preparada fusão com SEF. Ministro diz que anúncio não compete à polícia

  • Lusa e ECO
  • 14 Dezembro 2020

O diretor da PSP afirmou que está a ser preparada uma fusão entre a PSP e o SEF. Eduardo Cabrita diz que estas matérias "não são anunciadas por diretores de Polícia".

O diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) admitiu este domingo que está a ser trabalhada a fusão da PSP com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e que abordou a questão com o Presidente da República. O ministro da Administração Interna diz que a projetada reforma no âmbito do SEF será anunciada “de forma adequada” pelo Governo “e não por um diretor de Polícia“.

“O que tem sido anunciado e tem sido trabalhado com o Ministério da Administração Interna passará não pela absorção, mas pela fusão entre a PSP e o SEF”, afirmou Magina da Silva, depois de um encontro com o Presidente da República no Palácio de Belém, após dias de polémica em torno da morte de um cidadão ucraniano nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa, em março.

O diretor da PSP disse ter “proposto, de forma muito direta” — e que abordou o assunto “com o senhor Presidente” –, que a PSP seja extinta e o SEF extinto. “E surge uma polícia nacional, como, aliás, acontece em Espanha, França e Itália”, descreveu.

A hipótese de extinção do SEF a transferência de competências para a PSP e GNR foi noticiada nos últimos dias pelo Expresso e Observador e não teve qualquer comentário da parte do Governo. Este domingo, o primeiro-ministro evitou falar sobre a matéria e remeteu esta questão para mais tarde.

Não é “um diretor de Polícia” que anuncia reforma do SEF, diz ministro

Após estas declarações de Magina da Silva, o ministro da Administração Interna afirmou à Lusa que a projetada reforma no âmbito do SEF será anunciada “de forma adequada” pelo Governo “e não por um diretor de Polícia”. Eduardo Cabrita referiu que o Programa do Governo prevê “uma separação orgânica clara entre funções policiais e funções administrativas de autorização e documentação de imigrantes do SEF”.

O ministro apontou depois que tem decorrido um trabalho “envolvendo as forças de segurança sobre a redefinição do exercício das funções policiais nestas áreas de gestão de fronteiras e de combate às redes de tráfico humano”.

“Esta é uma matéria que o Governo está a trabalhar, envolvendo diretamente o primeiro-ministro, os ministérios da Administração Interna, dos Negócios Estrangeiros, da Justiça e a Presidência do Conselho de Ministros. É é neste quadro de envolvimento direto (…) que teremos brevemente, de modo adequado, a explicitação daquilo que é a forma de dar expresso cumprimento ao Programa do Governo“, afirmou o membro do Executivo.

Como tal, acentuou Eduardo Cabrita, estas matérias, “obviamente, com todo o respeito, não são anunciadas por diretores de Polícia”. Interrogado se poderá confirmar-se a possibilidade de criação de uma polícia nacional, com a extinção da PSP e do SEF, seguindo-se o modelo espanhol ou francês, o ministro da Administração Interna respondeu: “Não confirmou nem desminto”.

O que decorre do Programa do Governo é a separação de funções policiais e de funções administrativas no SEF, o que envolve uma redefinição do exercício de competências das várias forças de segurança. Envolve a PSP, a GNR e Polícia Judiciária”, afirmou.

Neste quadro, e face à dimensão externa que o papel do SEF possui, “este processo tem de envolver o primeiro-ministro, pela sua função de coordenação do Governo, os ministérios da Administração Interna, da Justiça, da Presidência e também o Ministério dos Negócios Estrangeiros”, explicou.

“Portanto, temos uma dimensão ampla que está a ser trabalhada pelo Governo e que, no momento adequado e da forma adequada, será dada a conhecer aos portugueses”, acrescentou o ministro da Administração Interna.

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Hoje nas notícias: Novo Banco, TAP e SEF

  • ECO
  • 14 Dezembro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A semana começa com a notícia de que o Estado ficará com “90 e muitos por cento” da TAP, tal como referiu o ministro Pedro Nuno Santos. Na banca, o Fundo de Resolução nota que há “incumprimento dos deveres de informação” no Novo Banco. Destaque ainda para as declarações do presidente da PSP, que defende uma fusão da PSP com o SEF, criando-se uma polícia nacional.

FdR vê “incumprimento dos deveres de informação” no Novo Banco

O Fundo de Resolução informou, em agosto deste ano, o Novo Banco de que decidiu não pagar “os custos suportados pelo Novo Banco com quaisquer serviços de assessoria prestados pela Alantra. A omissão de que o departamento de compliance deu indicações à gestão para excluir “o Grupo Alantra de quaisquer processos de consulta a serem lançados” é, no entender do FdR, “um incumprimento dos deveres de informação”. Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

“Estado ficará com 90 e muitos por cento” da TAP

A ideia é que a TAP devolva parte do empréstimo de 1,2 mil milhões de euros, mas tudo dependerá da recuperação da empresa nos próximos anos. Antevendo que será difícil que tal aconteça, Pedro Nuno Santos admite a diluição das posições dos restantes acionistas, com o Estado a ficar com “90 e muitos por cento” da TAP. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Empresas esperam há cinco meses para recuperar PEC

As empresas que queiram recuperar os pagamentos especiais por conta (PEC) dos últimos seis anos — medida aprovada no OE2021 que prevê a possibilidade de reembolso da parte do PEC –, estão desde julho à espera de uma regulamentação que ainda não chegou. Fonte do Ministério das Finanças diz que a regulamentação está a ser preparada, mas não há data de conclusão. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Diretor da PSP admite que está a ser preparada fusão entre polícia e SEF

O diretor nacional da PSP admitiu que está a ser trabalhada a fusão da PSP com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), tendo abordado mesmo a questão com o Presidente da República. Magina da Silva disse ter “proposto, de forma muito direta” a Marcelo Rebelo de Sousa para que a PSP seja extinta e o SEF extinto. A ideia é criar, assim, “uma polícia nacional, como, aliás, acontece em Espanha, França e Itália”. Leia a notícia completa na TSF

Condutores jovens causam mais acidentes em contramão

Em tempos de pandemia, e com as restrições de circulação que têm vindo a ser impostas, o trânsito nas estradas diminui. Contudo, o mesmo não aconteceu com as infrações rodoviárias, que se mantêm nos níveis habituais. A maioria das ocorrências que têm sido registadas resulta de manobras de inversão de marcha ou marcha atrás, destacando-se ainda os jovens que são a faixa etária que causa mais acidentes em contramão. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

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Fundo de Resolução vê falha no dever de informação do Novo Banco

  • ECO
  • 14 Dezembro 2020

FdR diz que houve um “incumprimento” dos deveres de reporte a que a gestão do Novo Banco está obrigada relativamente à contratação dos serviços da Alantra.

O Fundo de Resolução informou, em agosto deste ano, o Novo Banco de que decidiu não pagar “os custos suportados pelo Novo Banco com quaisquer serviços de assessoria prestados pela Alantra, conta o Público (acesso pago). A omissão de que o departamento de compliance deu indicações à gestão para excluir “o Grupo Alantra de quaisquer processos de consulta a serem lançados” é, no entender do FdR, “um incumprimento dos deveres de informação”.

Na carta datada de 14 de agosto de 2020, publicada pelo jornal e na qual o FdR diz que houve um “incumprimento” dos deveres de reporte a que a gestão do Novo Banco está obrigada, o veículo público liderado por Máximo dos Santos afirma considerar haver um “claro risco reputacional associado a uma relação de negócio que envolva a contratação de uma empresa onde [um] antigo quadro do BES assume uma posição de proeminência [CEO da Alantra Portugal]’“.

O Novo Banco, por seu lado, volta a dizer que a “contratação da Alantra Espanha é transparente, partilhada e comunicada às várias partes, incluído o FdR. O Novo Banco cumpriu com todos os deveres contratuais de informação perante o FdR”, diz.

Em comunicado enviado às redações, o banco “esclareceu que a carta do Fundo de Resolução referida no artigo foi respondida no mesmo dia da sua receção, dia 17 de agosto, mas os conteúdos das suas cartas não são naturalmente públicos”. Acrescentou que “todas as deliberações do conselho de administração do Banco são disponibilizadas de imediato ao BCE/Banco de Portugal”.

(Notícia atualizado às 10h12 com comunicado do Novo Banco)

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Perdas dos obrigacionistas da TAP nas mãos de Bruxelas

Secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, diz que é preciso "equilíbrio na distribuição de sacrifícios por todas as entidades que estão associadas à TAP".

A TAP vai ser reestruturada num processo que deverá começar a ser implementado ainda no primeiro trimestre do ano. Já se sabe que os trabalhadores serão particularmente afetados (com a saída de 3.000 pessoas e reduções salariais para quem fica), mas os obrigacionistas ainda não conhecem o seu destino. O Governo admite que eventuais impactos para os investidores na dívida da TAP ainda estão a ser estudados e serão negociados com Bruxelas.

O tema dos obrigacionistas é um tema sobre o qual ainda estamos a trabalhar e em relação ao qual a discussão com a Comissão Europeia tem uma utilidade grande“, disse o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, na sexta-feira quando apresentou o plano de reestruturação da TAP em conjunto com o Ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos.

O plano de reestruturação da TAP já entregue pelo Governo à Comissão Europeia na quinta-feira, ou seja na data limite para fazer, seis meses depois de Bruxelas ter aprovado o primeiro apoio público de 1,2 mil milhões de euros. Depois deste cheque — que está a servir para garantir a liquidez até final do ano –, a empresa ainda deverá precisar de mais 2 mil milhões de euros. A condição para esta ajuda é um duro plano de retoma, que inclui despedimentos e cortes na frota.

O objetivo da TAP é atingir o equilíbrio operacional em 2023 e gerar fundos a partir de 2025 para amortizar dívida. No entanto, em 2023 e 2024 a TAP tem de reembolsar as emissões de obrigações a investidores particulares e a institucionais, respetivamente 200 milhões e 375 milhões de euros, o que aumenta a pressão. Este será um ponto de negociação entre Bruxelas e Lisboa, sendo que o Governo diz que está ainda tudo em aberto. Mas Cruz deixou um aviso: “Obviamente que temos de ter uma cautela no plano de reestruturação que tem a ver com equilíbrio na distribuição de sacrifícios por todas as entidades que estão associadas à TAP“.

Lessors e fornecedores levam corte de 1,3 mil milhões

O secretário de Estado ressalvou ainda que, em matéria de dívida, “o mais relevante não são claramente os obrigacionistas, mas os leasings dos aviões”. Sobre este tema, “houve uma grande concentração no próprio plano muito significativa no tema dos leasings e na renegociação dos leasings e isso é importante para o período de implementação do plano”.

Antes do início da pandemia, a TAP tinha 1.126 milhões de euros de dívida líquida. Considerando contratos de leasing de aeronaves, este montante disparava para 3.300 milhões de euros. Em setembro, nas contas dos primeiros nove meses do ano, a TAP dizia que os pagamentos associados ao leasing operacional de aeronaves caíam 43%, quando comparados com igual período do ano passado, refletindo as negociações com lessors para diferimento de pagamentos e reduções de rendas.

Só em 2020, a previsão é que estas renegociações reduzam em quase 145 milhões de euros as saídas de caixa. Ao longo do período do plano espera-se que as negociações com lessors e fornecedores poderão gerar benefícios com frota na ordem de 1,3 mil milhões de euros, a que acrescem 200 a 225 milhões de euros ao ano pela renegociação com mais de mil fornecedores e otimizações.

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta segunda-feira será divulgada a evolução da inflação no país, bem como as projeções económicas do Banco de Portugal para os próximos três anos.

A semana vai arrancar com vários dados económicos em destaque. Vai ser possível conhecer a evolução da inflação no país, bem como as projeções económicas do Banco de Portugal para os próximos três anos. No plano internacional, serão conhecidos dados da produção industrial na União Europeia, mas também o relatório mensal do mercado do petróleo.

Banco de Portugal publica projeções económicas

O tema do dia serão as projeções económicas do Banco de Portugal para os próximos três anos. O boletim económico — documento onde o banco central atualiza estimativas para o ano corrente e divulga projeções para os três anos seguintes — será publicado esta segunda-feira. O Governo espera uma recessão de 8,5% este ano, seguida de um crescimento de 4,3% e 3,4%, em 2021 e 2022, respetivamente.

Evolução dos preços em Portugal

Além do PIB, também a inflação estará em destaque. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga dados do Índice de Preços no Consumidor do mês de novembro, o que permite medir o impacto da pandemia nos preços dos bens e no custo de vida. Em outubro, a taxa de variação homóloga do índice de preços no consumidor, excluindo os preços da habitação, fixou-se nos -0,17%.

Impacto da pandemia nas empresas

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal, vai apresentar os resultados de mais um inquérito às empresas, que tem como objetivo medir o pulso aos impactos da pandemia no setor empresarial do país. No último inquérito, em novembro, foi possível perceber que há mais empresas a dar nota negativa aos apoios lançados pelo Governo, considerando que não não estão à altura das necessidades. Mais de quatro em cada cinco empresas sentiam que as medidas de ajuda ficam aquém ou muito aquém do que é preciso.

Eurostat divulga dados da produção industrial

A nível europeu, o Eurostat publica novos dados da produção industrial referentes a outubro. Portugal teve a segunda maior subida homóloga da produção industrial em setembro, mas registou também o terceiro maior recuo em cadeia, com o indicador a cair na zona euro e União Europeia, segundo o gabinete de estatísticas da UE.

OPEP divulga relatório do mercado de petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) apresenta também o Relatório Mensal do Mercado de Petróleo. O documento é conhecido depois de, no início deste mês, os membros da OPEP e os seus aliados independentes, liderados pela Rússia, terem acordado em aumentar a produção em 500 mil barris por dia em janeiro. Desde agosto e até ao final do ano está em vigor um corte de 7,7 milhões de barris diários.

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