Orçamento do Estado para 2020 aprovado com votos do PS e abstenção da esquerda

O primeiro Orçamento do Estado da democracia que prevê um excedente orçamental foi aprovado esta quinta-feira no Parlamento.

O Orçamento do Estado (OE) para 2020 foi aprovado esta quinta-feira, na votação final global no Parlamento. O documento teve apenas o voto a favor do PS, enquanto o Bloco de Esquerda, PCP, PEV, PAN e Joacine Katar Moreira se abstiveram, viabilizando o OE. Já o PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega votaram contra. Este é o primeiro OE da democracia que prevê um excedente orçamental, de 0,2%.

“Depois da votação na especialidade este é o melhor Orçamento dos últimos cinco anos”, disse Mário Centeno, ministro das Finanças, momentos antes da votação. “O equilíbrio do Orçamento chegou para ficar”, reiterou, apesar de alertar que os desafios continuam.

O OE 2020 é o primeiro da segunda legislatura de António Costa. Sem maioria na Assembleia da República, ou acordos com os parceiros políticos com quem formou a geringonça na legislatura passada, o Executivo teve de garantir os apoios suficientes para que o documento fosse viabilizado.

A aprovação final do OE chega depois de três dias de debate e votações na especialidade, onde algumas maiorias negativas fizeram aprovar medidas contra a vontade do PS. No entanto, aquela que se apresentava como a coligação negativa mais polémica, a descida do IVA da luz, proposta pelo Bloco, PCP, PSD, Chega e Iniciativa Liberal, acabou por não receber “luz verde” no Parlamento.

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Exportações na região Norte crescem. Emprego na indústria transformadora desce

No terceiro trimestre, as exportações no Norte cresceram 3,2%, contrariamente ao emprego na indústria transformadora que desceu significativamente. Houve perda líquida de 16.800 postos de trabalho.

As exportações de bens da Região do Norte cresceram 3,2% no terceiro trimestre de 2019, em termos homólogos, invertendo a tendência de queda observada no trimestre anterior (-1,7%). O crescimento das exportações foi impulsionado, sobretudo, pela venda de “automóveis, outros veículos terrestres, partes e acessórios” e “máquinas, aparelhos e materiais elétricos, som e imagem”.

No terceiro trimestre de 2019, as exportações de bens, cresceram em Braga (14,0%) e em Vila Nova de Gaia (9,4%) e diminuíram em Vila Nova de Famalicão (-1,1%), Guimarães (-1,8%) e na Maia (-3,4%).

Por NUTS III, em termos homólogos, as exportações de bens no período analisado aumentaram no Douro (17,4%), no Cávado (10,6%), no Tâmega e Sousa (6,1%), no Alto Minho (5,1%) e na Área Metropolitana do Porto (3,2%). Ao mesmo tempo, as exportações diminuíram no Ave (-1,5%), no Alto Tâmega (-6,1%) e em Terras de Trás-os-Montes (-6,5%).

Norte Conjuntura, boletim trimestral da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).Norte Conjuntura

O boletim trimestral da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) indica que a Área Metropolitana do Porto é a “mais exportadora”, com 50,3% das exportações regionais, destacando que as “variações mais significativas” foram no Douro e no Cávado (10,6%), “muito impulsionadas pelas trocas comerciais de máquinas e aparelhos”.

Emprego da Região do Norte aumenta 0,6%

A população empregada da Região do Norte, no terceiro trimestre de 2019, alcançou o valor de 1.716,2 mil indivíduos traduzindo-se num crescimento homólogo de 0,6%, uma ligeira aceleração face ao crescimento verificado no trimestre anterior (0,5%).

Segundo o relatório, os principais indicadores do mercado de trabalho da Região Norte continuaram a evidenciar sinais de abrandamento.

No terceiro trimestre de 2019, o emprego das indústrias transformadoras da Região do Norte diminuiu 3,7%, em termos homólogos, o que implicou a perda líquida de 16.800 postos de trabalho, a maior queda observada entre todos os ramos de atividade. No seu conjunto o setor secundário (indústria, construção, energia e água) registou uma redução homóloga de 1,6%, invertendo uma tendência de crescimento que se verificava há 12 trimestres.

Já o emprego do setor primário (agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca) registou um crescimento homólogo de 3,0% neste terceiro trimestre, interrompendo 11 trimestres consecutivos em queda.

E no setor dos serviços houve um crescimento homólogo de 1,6%, em ligeira aceleração face ao observado no trimestre anterior (1,2%). O melhor desempenho foi mesmo ao nível do emprego na saúde humana e apoio social cresceu em 11,6%, tendo sido criados mais 16.300 postos de trabalho, em termos líquidos.

Desemprego apresenta ligeiro agravamento

No terceiro trimestre de 2019 a taxa de desemprego da Região do Norte atingiu o valor de 6,6%, o que representa um aumento de 0,4 pontos percentuais face ao trimestre anterior. Mas em termos homólogos, a taxa de desemprego reduziu em 0,6 pontos percentuais.

Por outro lado, os salários médios líquidos por conta de outrem do setor primário (agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca) registaram um crescimento de 28,4% no terceiro trimestre de 2019 face ao trimestre homólogo de 2018, tendo sido o maior aumento entre os setores de atividade da Região do Norte.

Nas indústrias transformadoras e no comércio por grosso e a retalho, os ramos geradores de mais emprego (39,4% do total da Região do Norte), o crescimento salarial foi de 2,4% e 2,6%, respetivamente.

Contrariamente ao ramo da Administração Pública, Defesa e Segurança Social obrigatória (-5,7%), as outras atividades de serviços (-6,5%) e as atividades imobiliárias (-36,4%) que observaram as maiores reduções dos salários médios líquidos.

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Governo anuncia seis milhões para projetos piloto de descarbonização e mitigação às alterações climáticas

O montante mínimo de financiamento por projeto é de 200 mil euros e o máximo de 1.000.000 de euros, com uma taxa máxima de financiamento de cada projeto selecionado de 50%. 

O Ministério do Ambiente e Ação Climática anunciou esta quinta-feira o lançamento do aviso do EEA Grants 2014-2021 para a implementação de projetos piloto de laboratórios vivos de descarbonização e mitigação às alterações climáticas, com uma verba total de seis milhões de euros. O aviso encerra a 5 de maio de 2020.

“Os projetos selecionados contribuirão para aumentar a resiliência às alterações climáticas, através de medidas locais de adaptação e mitigação e soluções tecnológicas de baixo carbono em cidades”, disse o MAAC em comunicado, frisando que são consideradas elegíveis as entidades privadas legalmente estabelecidas em Portugal que tenham como entidade parceira uma autoridade local dos municípios com mais de 200 mil habitantes (Lisboa, Sintra, Vila Nova de Gaia, Porto, Cascais e Loures), responsáveis pela implementação de planos de mitigação das alterações climáticas.

Os parceiros podem ser também entidades privadas, comerciais ou não comerciais e organizações não-governamentais, legalmente estabelecidas em Portugal ou nos países doadores (Noruega, Islândia e Liechtenstein). Cada entidade parceira pode integrar várias candidaturas, refere o comunicado do ministério.

Através do Acordo do Espaço Económico Europeu (EEE), assinado na cidade do Porto em maio de 1992, a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega, são parceiros no mercado interno com os Estados-Membros da União Europeia. Como forma de promover um contínuo e equilibrado reforço das relações económicas e comerciais, as partes do Acordo do Espaço Económico Europeu estabeleceram um Mecanismo Financeiro plurianual, conhecido como EEA Grants, através do qual a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega apoiam financeiramente os Estados membros da União Europeia com maiores desvios da média europeia do PIB per capita, onde se inclui Portugal, que beneficiará de uma verba de 102,7 milhões de euros. Serão apoiados cinco programas: Crescimento Azul, Ambiente, Conciliação e Igualdade de Género, Cultura e Cidadãos Ativ@s.

No caso dos laboratórios vivos (living labs) — espaços de teste de soluções inovadoras, onde cidadãos, empresas, autoridades públicas e universidades locais colaboram no desenvolvimento, prototipagem, validação e teste de novas tecnologias, serviços e respetivas aplicações — o montante mínimo de financiamento por projeto é de 200 mil euros e o máximo de 1.000.000 de euros, com uma taxa máxima de financiamento de cada projeto selecionado de 50%. A duração dos projetos pode ir até 36 meses.

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Luanda Leaks: BE questiona Bruxelas sobre “fragilidades da regulação europeia”

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2020

José Gusmão, eurodeputado do Bloco, questionou a Comissão Europeia sobre as revelações dos esquemas financeiros da empresária angolana Isabel dos Santos, salientando “as fragilidades” das leis na UE

O eurodeputado do BE José Gusmão questionou, esta quinta-feira, a Comissão Europeia sobre as revelações dos esquemas financeiros da empresária angolana Isabel dos Santos, salientando “as fragilidades” das leis na União Europeia (UE) para combater o branqueamento de capitais.

“O Luanda Leaks demonstra as fragilidades da regulação europeia e revela a existência de condições muito favoráveis para a lavagem de dinheiro no espaço europeu, incluindo falhas dos mecanismos de transparência e regulação de operações financeiras fraudulentas e a conivência dos poderes públicos e políticos na obtenção das posições favoráveis às operações”, considera o eurodeputado bloquista José Gusmão na pergunta escrita enviada ao executivo comunitário e hoje divulgada pela bancada.

Para o eleito do BE, “este caso acarreta enormes prejuízos económicos para os Estados e contribuintes, mas também para a credibilidade das entidades envolvidas, desde instituições públicas, nacionais e europeias, até entidades privadas financeiras”.

Por essa razão, José Gusmão perguntou quais as medidas que a Comissão Europeia está a ponderar adotar “relativamente ao paraíso fiscal de Malta e outros envolvidos neste e noutros casos”, bem como se o executivo comunitário “vai promover a investigação e responsabilização legal das empresas privadas europeias utilizadas no ciclo de branqueamento de capitais”.

O eurodeputado do BE questionou também o que a Comissão “está a preparar, em sede de responsabilidade legal coletiva, individual e solidária” relativamente às “empresas nas áreas de consultoria jurídica e financeira e contabilidade” para combater o branqueamento de capitais.

Para este eurodeputado, “é fundamental saber se as posições que as instituições europeias têm tomado sobre offshore, lavagens de dinheiro e evasão fiscal, são para valer ou se as instituições europeias vão continuar a fechar os olhos”.

Hoje, foi também anunciado que o Parlamento Europeu vai debater, na quarta-feira, o caso dos Luanda Leaks no âmbito de um debate sobre branqueamento de capitais na UE.

Fontes europeias afirmaram à agência Lusa que, na reunião desta manhã da conferência de presidentes do Parlamento Europeu, foi aprovada a realização de um “ponto da situação da luta contra o branqueamento de capitais na UE a luz das revelações do Luanda Leaks”.

O debate realiza-se na quarta-feira ao final do dia e deverá durar cerca de hora e meia, decorrendo no âmbito da sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo, precisaram as mesmas fontes.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou no dia 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

Isabel dos Santos foi constituída arguida pelo Ministério Público de Angola acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol, disse estar a ser vítima de um ataque político. A empresária já refutou o que descreveu como “alegações infundadas e falsas afirmações” e anunciou que vai avançar com ações em tribunal contra o consórcio de jornalistas que divulgou a investigação Luanda Leaks.

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PCP acusa PSD de montar “um autêntico circo” com IVA da luz

Em reação ao chumbo da proposta comunista para a descida do IVA da eletricidade, Duarte Alves, do PCP, acusou o PSD de ter montado "um autêntico circo" no plenário.

O deputado comunista Duarte Alves também reagiu ao chumbo da proposta para a descida do IVA da energia para os 6%, acusando PSD de montar “um autêntico circo” no plenário.

“O PSD, perante a proposta do PCP, depois de ter dito no plenário que iria votar a favor, quando chegou a hora da verdade absteve-se, e não permitiu que a proposta do PCP avançasse”, disse Duarte Alves, numa reação transmitida pela SIC Notícias.

“O PCP votaria, de qualquer forma, a favor de todas as propostas que baixassem o IVA da eletricidade, independentemente da ordem em que fossem votadas. Agora, o PSD, o que montou ao longo dos últimos dias foi um autêntico circo em que alguns aceitaram participar. Um circo em que primeiro queria reduzir a despesa do SNS [Serviço Nacional de Saúde], que sabia que nunca poderia ser aprovado pelo PCP, depois dos gabinetes ministeriais, como se alguma vez alguém acreditasse que compensam de alguma forma o IVA”, disse o deputado do PCP.

“As medidas de contrapartida do PSD não são verdadeiras medidas de contrapartida. Também tínhamos propostas que também foram votadas ao longo do Orçamento para, de alguma forma, compensar as medidas que o PCP apresentou. Nomeadamente, relativamente ao Novo Banco, relativamente às Parcerias Público-Privadas ou aumentar as receitas de IRC obrigando as grandes empresas a terem as suas sedes em Portugal”, elencou

Dito isto, concluiu: “Não condicionamos a nossa votação sobre a necessidade de baixar o IVA da energia a outras propostas.”

Esta quinta-feira, foram chumbadas as propostas de descida do IVA da energia para os 6%. O tema causou polémica, porque o PSD acabou por abster-se na votação da proposta do PCP, apesar de ter garantido que iria dar o “sim”, deixando-a cair com o chumbo do PS, CDS, PAN e Joacine Katar Moreira. Momentos antes, tinham sido chumbadas a contrapartidas propostas pelo PSD para compensar a perda de receita com a descida do imposto, que o partido disse serem condição para a aprovação do alívio fiscal na eletricidade.

O Governo tem contabilizado o impacto orçamental da descida do IVA da luz em cerca de 800 milhões de euros, diferente da estimativa do PSD. Segundo os sociais-democratas, a descida teria um impacto de 31 milhões de euros por mês.

(Notícia atualizado às 13h03 com mais informações)

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Iberia prolonga cancelamento de voos para a China até 30 de abril

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2020

Iberia decidiu prolongar o cancelamento temporário dos voos para a China, para onde opera três vezes por semana entre Madrid e Xangai, durante março e abril.

A Iberia decidiu prolongar o cancelamento temporário dos voos para a China, para onde opera três vezes por semana entre Madrid e Xangai, durante março e abril, devido à atual situação de alerta sanitário provocada pelo surto do coronavírus.

Os voos da Iberia entre Madrid e Xangai estavam cancelados desde 31 de janeiro, com a estimativa de os manter cancelados durante fevereiro, período que agora a companhia prolongou por mais dois meses por razões de força maior e pela segurança de clientes e empregados.

A companhia aérea do grupo IAG (International Airlines Group) informou esta quinta-feira num comunicado que vai dar aos clientes com bilhetes emitidos para voar nesta rota nestes meses o seu reembolso total.

Para serem reembolsados, os clientes afetados deverão contactar a agência de viagens ou a Serviberia, no caso de terem comprado o bilhete diretamente com a transportadora.

A Iberia, que começou a voar para Xangai em 28 de junho de 2017, vai continuar a monitorizar a situação provocada pelo coronavírus e a informar pontualmente os seus planos.

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PSD justifica recuo na proposta do PCP para descer IVA da luz com o CDS. “Quiseram estar ao lado do PS”

O deputado social-democrata Duarte Pacheco rejeitou que o partido tenha sido incoerente na votação da proposta do PCP para a redução do IVA da luz, justificando com o chumbo do CDS às contrapartidas.

O social-democrata Duarte Pacheco justificou o recuo do PSD em relação à proposta de descida do IVA da luz do PCP com o chumbo do CDS às contrapartidas, garantindo que o PSD manteve “a coerência até ao último minuto”.

Instado a reagir à mudança de sentido de voto do PSD, depois de ter anunciado em plenário que iria votar a favor da proposta do PCP de descida do IVA da eletricidade para 6%, o deputado do PSD lembrou que, “desde o início”, o partido garantiu que não aprovaria a descida do IVA da luz “sem nenhuma contrapartida”.

“A partir do momento em que a nossa proposta de entrada em vigor da iniciativa foi reprovada com os votos do CDS, porque o novo CDS quis estar ao lado do PS, ficámos sem espaço para votar a favor da proposta do PCP, porque sempre dissemos que queríamos preservar o saldo orçamental”, apontou Duarte Pacheco, em declarações transmitidas pela SIC Notícias. Em causa estava a proposta do PSD para que a descida do IVA apenas entrasse em vigor em outubro, reduzindo o impacto orçamental da medida para 94 milhões de euros.

O deputado garantiu que seria “completamente indiferente” a origem da proposta que fizesse descer o IVA da luz, pelo que, pelo PSD, poderia mesmo ter sido a do PCP. “Se o PCP quisesse fazer a festa, era. Os portugueses ganhavam. Para nós era indiferente”, assumiu. No entanto, “se é alterada a ordem das votações, o que é normal é que, perante esse novo facto, as coisas devem ser analisadas”, acrescentou.

Esta quinta-feira, foram chumbadas as propostas de descida do IVA da energia para os 6%. O tema causou polémica, porque o PSD acabou por abster-se na votação da proposta do PCP, apesar de ter garantido que iria dar o “sim”, deixando-a cair com o chumbo do PS, CDS, PAN e Joacine Katar Moreira. Momentos antes, tinham sido chumbadas a contrapartidas propostas pelo PSD para compensar a perda de receita com a descida do imposto, que o partido disse serem condição para a aprovação do alívio fiscal na eletricidade.

O Governo tem contabilizado o impacto orçamental da descida do IVA da luz em cerca de 800 milhões de euros, diferente da estimativa do PSD. Segundo os sociais-democratas, a descida teria um impacto de 31 milhões de euros por mês.

(Notícia atualizada às 13h02 com mais informações)

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Regime transitório do gasóleo profissional para consumo próprio alargado até 31 de dezembro

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2020

Governo justifica este adiamento com o facto de se manterem as "necessidades de adaptação impostas aos operadores económicos com instalações de consumo próprio", dando-lhes mais tempo".

O regime transitório do gasóleo profissional para abastecimentos em instalações de consumo próprio, que acabava em 31 de dezembro de 2019, foi alargado por mais um ano, tendo em conta “as necessidades de adaptação impostas aos operadores”.

De acordo com a portaria publicada esta quinta-feira em Diário da República, “é prorrogado até 31 de dezembro de 2020 o regime transitório aplicável aos abastecimentos realizados em ou para instalações de consumo próprio”, com efeitos a partir do dia 1 de janeiro de 2020. O Governo justifica este adiamento com o facto de se manterem as “necessidades de adaptação impostas aos operadores económicos com instalações de consumo próprio”, dando-lhes mais tempo para que estejam “concluídas as tarefas em curso de implementação desta medida”.

O regime de gasóleo profissional prevê a “utilização exclusiva de gasóleo marcado nos depósitos localizados em instalações de consumo próprio autorizados das empresas abrangidas e destinados ao abastecimento dos seus veículos elegíveis”.

O período experimental do regime de gasóleo profissional para as empresas de transporte de mercadorias arrancou a 15 de setembro de 2016, em 55 postos de abastecimento de oito concelhos, em quatro zonas fronteiriças — Quintanilha, Vilar de Formoso, Caia e Vila Verde de Ficalho –, sendo posteriormente alargado a todo o país a 1 de janeiro de 2017.

Neste regime, o gasóleo tem uma carga fiscal equivalente à praticada em Espanha, ou seja, elimina o diferencial de 13 cêntimos que existia relativamente aos impostos específicos sobre combustíveis (ISP). Com esta medida, o Governo visou aumentar o abastecimento em Portugal, travando a fuga para Espanha.

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PGR esclarece que procuradores estão subordinados à hierarquia

Parecer do Conselho Consultivo do Ministério Público (MP) vem esclarecer que a autonomia interna implica sujeição a uma hierarquia. Lucília Gago valida esta posição e alerta MP: a hierarquia existe .

A polémica não é de hoje. Em outubro do ano passado, o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) colocava em cima da mesa a questão: a autonomia do Ministério Público (MP) absorve a hierarquia do Ministério Público? Ou a hierarquia do Ministério Público anula essa mesma autonomia? Concretizando: os magistrados do MP são subordinados à hierarquia do diretor do DCIAP, dos DIAP’s ou, maxime, da Procuradora-Geral da República (PGR)? Ou a sua autonomia expressa na Constituição permite tomarem decisões relativas aos processos de que são titulares sem prestar contas a essa mesma hierarquia?

E se a anterior PGR Joana Marques Vidal considerava que essa autonomia, per si, era praticamente garantida na Constituição da República Portuguesa, Lucília Gago vem agora esclarecer que a hierarquia existe e é para ser respeitada. E que a autonomia terá sempre de ter em consideração essa mesma hierarquia.

Recuemos no tempo. Em outubro, essa mesma questão foi abordada pelo CSMP, com os membros do órgão colegial que lidera a magistratura do Ministério Público — chefiado pela PGR — a terem posições divergentes sobre o assunto. O CSMP é formado por 18 membros, entre procuradores, membros eleitos pela Assembleia da República e membros designados pela ministra da Justiça e é presidido pela procuradora-geral da República. Lucília Gago acabou a pedir um parecer ao Conselho Consultivo da PGR. sobre essa matéria.

E o que diz então esse parecer, validado dias depois pela titular da investigação criminal? Os superiores hierárquicos do MP (PGR, diretor do DCIAP e dos DIAP’s) têm o direito de “emitir diretivas, ordens e instruções” concretas sobre determinadas diligências processuais. E os procuradores titulares do processo apenas podem negar-se a cumprir essa ordem, caso seja uma “ordem ilegal” ou seja “uma grave violação da consciência jurídica”, que deverá ser devidamente fundamentada pelo magistrado, Caso contrário, pode vir a ser alvo de uma sanção disciplinar. O parecer — que foi divulgado no próprio site da PGR — não tem assinatura nem data.

O parecer do Conselho Consultivo faz uma distinção entre o que é a autonomia externa (face ao poder político) e a autonomia interna (a autonomia de cada magistrado para tomar as decisões processuais que entender face à hierarquia).

E conclui que a Constituição da República Portuguesa (CRP) estipula a independência face ao poder político é garantida pela lei. Mas quanto à autonomia interna, a CRP é omissa. Contudo, segundo o relator do parecer, o Estatuto dos Magistrados do Ministério Público (EMMP) estipula essa mesma autonomia interna. Que tem limites.

O conflito latente entre autonomia e hierarquia do Ministério Público atinge mais importância no contexto da investigação do caso Tancos, em que os procuradores do processo quiseram ouvir o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, sobre os factos que envolvem a Polícia Judiciária Militar na recuperação das armas furtadas, mas o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Albano Pinto, e a PGR opuseram-se, no que foi visto como um conflito entre a autonomia dos procuradores e a (des)obediência à hierarquia. Na altura, Lucília Gago entendeu que a decisão do diretor do DCIAP foi tomada no uso das funções diretivas, que consta do Estatuto do Ministério Público.

Já o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público — que esta quinta-feira se reúne de emergência — admite que, no processo penal, a direção da investigação criminal e do inquérito, bem como o exercício da ação penal, são “poderes/deveres do magistrado titular do respetivo processo”. E rejeita frontalmente a interpretação do parecer do Conselho Cobsultivo e a tomada de posição da PGR. Alegando mesmo que se voltou “ao tempo da opacidade de Pinto Monteiro”.

 

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Direita dividiu-se, esquerda não se uniu e o IVA da luz não desce

Foram rejeitadas no Parlamento as propostas do Bloco, do PCP e do PSD que previam a redução do IVA da luz.

As propostas para descer o IVA da eletricidade para 6% foram chumbadas no Parlamento, esta quinta-feira. Foram a votos medidas do Bloco, do PCP, do Chega e do PSD, todas no sentido da redução do IVA da luz. O PS votou contra todas elas.

Na proposta de redução do IVA da luz do PCP, o PSD absteve-se, apesar de ter garantido que ia dar o “sim”, enquanto o PS, o CDS, o PAN e Joacine Katar Moreira votaram contra. Momentos antes, foram chumbadas as contrapartidas propostas pelo PSD para reduzir o IVA, que o partido dizia serem essenciais para aprovar o alívio fiscal.

O social-democrata Duarte Pacheco justificou o recuo do PSD em relação à proposta do PCP com o chumbo do CDS às contrapartidas, em declarações transmitidas pela SIC Notícias. “A partir do momento em que a nossa proposta de entrada em vigor da iniciativa foi reprovada com os votos do CDS, ficámos sem espaço para votar a favor da proposta do PCP, porque sempre dissemos que queríamos preservar o saldo orçamental”, apontou Duarte Pacheco.

A proposta do Bloco de Esquerda para reduzir o IVA da luz faseadamente, para 13% este ano, também foi chumbada, com os votos contra do PS, CDS, PAN e Joacine. O PSD, PCP, o BE, os Verdes, a Iniciativa Liberal e o Chega votaram a favor, mas não foi o suficiente para aprovar a medida.

Caiu assim por terra, a jogada política que o PSD tinha montado nos bastidores. Garantir a proposta de descida do IVA da luz do PCP, para depois forçar o PS a votar a favor da contrapartida de descer o IVA a partir de outubro. No entanto, uma alteração à ordem de votação das propostas impediu esta “solução” já que as contrapartidas do PSD (incluindo a data de entrada em vigor da medida) foram logo chumbadas à cabeça. Não deixando margem ao partido de Rui Rio.

As medidas para reduzir o IVA da luz já tinham sido votadas na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) nesta quarta-feira, com exceção da proposta do PSD, que o partido retirou depois de terem sido rejeitadas as contrapartidas. Os social-democratas já tinham anunciado que a baixa do IVA não ia a votos sem compensações.

O PSD alterou a sua proposta na quarta-feira, horas antes da sua votação, para tentar colher o apoio das restantes bancadas. Adiaram para 1 de outubro a entrada em vigor da descida da luz, que originalmente era a 1 de julho, e alteraram as contrapartidas.

O grupo parlamentar de Rui Rio propôs um corte de 8,5 milhões de euros nos gabinetes ministeriais para compensar a descida da luz, colocando esta despesa ao nível de 2019, e não ao nível de 2015 como constava da proposta anterior do PSD. A restante compensação da medida seria feita através de um “ajustamento ao saldo orçamental”, sugeriu a bancada.

As compensações da medida foram chumbadas na COF, com a abstenção do PSD, e o PSD decidiu assim retirar a sua proposta de descida do IVA. As propostas sobre o tema foram, no entanto, avocadas para o plenário pelo PSD, onde há mais três deputados do que na COF, para serem votadas novamente esta quinta-feira.

Ainda existe, no entanto, a possibilidade de o IVA da luz mexer. Nesta quarta-feira foi aprovada uma autorização legislativa do Governo para criar escalões do IVA da luz conforme o consumo de eletricidade. Esta proposta aguarda resposta de Bruxelas, sendo que o comité de IVA tem de se pronunciar sobre esta alteração.

(Notícia atualizada às 12h17)

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Proposta do PSD sobre Novo Banco volta a ser aprovada. Governo tem de ir ao Parlamento dar mais informação

O Parlamento repetiu esta manhã a votação da proposta do PSD sobre o limite de 850 milhões de euros para o empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução para o Novo Banco. A proposta passou.

A proposta do PSD que obriga o Governo a ir ao Parlamento se ultrapassar o limite de 850 milhões de euros do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução para o Novo Banco foi aprovada esta quinta-feira em plenário, informou o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues. A votação teve de ser repetida hoje depois de uma primeira aprovação em comissão, seguida de um chumbo anunciado em plenário. No entanto, um erro dos serviços obrigou a repetir a votação.

A proposta do PSD sobre Novo Banco foi aprovada esta manhã com 109 votos a favor (PSD, BE, IL, CDS, CH, PAN) e 108 contra (PS). Houve 13 abstenções (PCP, PEV e deputada não inscrita). A deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira, mudou o sentido de voto face à votação de ontem. Na quarta-feira tinha votado contra, mas esta manhã absteve-se.

A proposta começou por ser aprovada em comissão na terça-feira e depois dada como chumbada em plenário. Mas houve um erro na contabilização dos votos, informaram ontem os serviços do Parlamento. Por isso, a votação teve de ser repetida esta manhã.

Hoje foram também aprovados os pontos 2 e 4 da proposta do PAN sobre o mesmo tema, que reforça a informação que o Governo terá de dar ao Parlamento, envolvendo a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e o Conselho das Finanças Públicas.

Segundo o Governo, a proposta social-democrata já era igual ao que a lei atual prevê.

“As propostas sobre o Novo Banco não vêm acrescentar ao que já existe”, disse o secretário de Estado Adjunto e das Finanças na primeira votação. No Executivo entende-se que esta proposta é redundante face à lei atual.

Em janeiro deste ano, o ministro das Finanças tinha mostrado disponibilidade para ir à Assembleia da República se e quando houvesse uma injeção extraordinária no Novo Banco. A resposta de Mário Centeno foi dada à luz das recentes notícias sobre uma injeção única antecipada no Novo Banco de 1,4 mil milhões de euros, que prevê um desconto de 600 milhões de euros face aos quase 2 mil milhões ainda disponíveis no mecanismo de capital contingente.

 

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Há cada vez mais pessoas a trabalhar a partir de casa. Em Portugal eram 6,1%, mais do que na UE

O número de pessoas a trabalhar a partir de casa tem vindo a aumentar, estando atualmente na UE numa média de 5,2%. Portugal encontra-se acima dessa média, com 6% dos portugueses nessa situação.

Há cada vez mais pessoas a trabalhar a partir de casa, uma tendência que se tem vindo a notar em toda a União Europeia (UE). Em média, mais de 5% dos trabalhadores europeus são “remotos”, um número que se manteve constante na última década, diz o Eurostat. Mas há 13 países em que este indicador é bastante superior, e um deles é Portugal, em que mais de 6% das pessoas trabalham a partir de casa.

Os números mais recentes do Eurostat mostram que, em 2018, 5,2% dos trabalhadores entre os 15 e os 64 anos costumavam trabalhar a partir de casa na UE — a maioria mulheres (5,5%) –, uma fatia que se manteve à volta dos 5% durante a última década. No entanto, a parcela de trabalhadores que, por vezes, trabalham remotamente passou de 5,8% em 2008 para 8,3% em 2018.

A Holanda é o país que mais lidera neste regime, com 14% dos trabalhadores a fazerem o seu trabalho sem precisarem de ir para as empresas. Mas, acima da média da UE, há 13 Estados-membros, entre os quais Portugal.

Entre os portugueses, 6,1% dos trabalhadores desempenham as suas funções a partir de casa, mas esse número já foi maior. O pico da última década foi atingido em 2013, ano em que essa fatia era de 6,7%, ou em 2014, em que se fixou nos 6,6%. Pelo contrário, o ano em que menos pessoas trabalhavam a partir de casa foi em 2010 (0,9%).

Pessoas que trabalham a partir de casa na UE | Eurostat, 2018Eurostat

Mas, se analisarmos os trabalhadores independentes, notamos que as fatias são substancialmente maiores. O Eurostat dá conta que, na UE, 18,5% destes trabalhadores costumam trabalhar em casa com mais frequência do que os trabalhadores contratados. E esta é uma tendência comum a todos os Estados-membros, com a Finlândia no topo da tabela, onde mais de 40% dos trabalhadores por conta própria trabalhavam remotamente.

Voltando a Portugal, o país já não fica assim da média europeia, com apenas 15,5% de trabalhadores independentes a trabalhar a partir de casa, contra os 4,7% de trabalhadores contratados.

Mulheres trabalham mais do que os homens a partir de casa

Os dados do Eurostat mostram que, em 2018, havia mais mulheres (5,5%) do que homens (5%) a trabalhar a partir de casa. Uma tendência comum à maioria dos Estados-membros, com a maior diferença a ser observada em França (8,1% de mulheres contra 5,2% de homens) e no Luxemburgo (12,5% de mulheres contra 9,8% de homens). Em Portugal, registavam-se 6,6% de mulheres a trabalharem remotamente contra 5,6% de homens.

No lado oposto, há oito países em que a situação foi inversa, com destaque para a Holanda (12,3% de mulheres contra 15,5% de homens) e para a Dinamarca (7% de mulheres contra 8,5% de homens), com as maiores diferenças.

Idosos trabalham mais remotamente do que os jovens

Contrariamente ao que seria de esperar, dada a evolução do mercado de trabalho, os idosos trabalham em casa com mais frequência do que os jovens, refere o Eurostat. Na UE, apenas 1,8% das pessoas entre os 15 e os 24 anos trabalhavam remotamente em 2018, comparando com 5% das pessoas entre os 25 e os 49 anos e com 6,4% das pessoas entre os 50 e os 64 anos.

Nesse mesmo ano, em Portugal, 1,7% das pessoas entre os 15 e os 24 anos estavam nesta situação, face a 6,1% dos que tinham entre 15 e 64 anos, 5,8% dos que tinham entre 25 e 49 anos e 7,6% dos que tinham entre 50 e 64 anos.

A maior percentagem de jovens entre os 15 e os 24 anos que normalmente trabalhavam em casa foi observada no Luxemburgo (8,7%) e na Estónia (5,2%). Noutras faixas etárias, a Holanda registou a maior percentagem de pessoas com 25 a 49 anos que trabalhavam em casa (14,9%) e entre os 50 e os 64 anos (17,3%).

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