Diz-me o que vestes, dir-te-ei se és amigo do ambiente. O setor têxtil está preparado para a nova geração de consumidores?

Empresários e presidentes do têxtil e vestuário consideram que a sustentabilidade é um tema que assume cada vez maior destaque, mas que a principal preocupação do cliente ainda é o preço do produto.

A economia digital está a revolucionar as compras e os clientes. Os novos hábitos de consumo estão a alterar-se e os empresários enfrentam novos desafios perante os novos consumidores e os novos princípios de sustentabilidade. A moda está a enfrentar um novo paradigma: o processo de produção, a origem e o impacto ambiental são algumas das preocupações dos novos consumidores. Estará a indústria preparada?

José Alexandre Oliveira, presidente do conselho de administração da Riopele – empresa têxtil que emprega 1200 colaboradores – destaca que “infelizmente o consumidor ainda se rege pelo princípio de comprar determinada peça que lhe agrade e preferencialmente que tenha um preço acessível e conveniente para o comprador”. Considera que “o consumidor não vai reparar se é um produto sustentável ou não”, logo não concorda que seja uma preocupação do consumidor.

“O cliente faz o seu papel no que respeita à sustentabilidade, mas na hora de comprar quer é barato. Não está preocupado se o produto é sustentável ou não”, explica ao ECO o presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confecção (Anivec), César Araújo.

Qual é o verdadeiro impacto daquilo que vestimos?

A fileira da moda representa 11,5% das exportações portuguesas e quase 12 milhões de toneladas de resíduos têxteis vão para aterros todos os anos. Este setor é o segundo maior consumidor e poluente da água, com os processos de produção a emitir CO2 e outros gases de efeito de estufa. Mais de 99% da roupa que é deitada fora pode ser reciclada e reutilizada, mas mais de 85% acaba nas lixeiras.

Para o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Mário Jorge Machado, “começa a aparecer um consumidor com novos valores e com maiores preocupações ambientais (…), mas ainda estamos longe deste ser o consumidor que representa a nossa sociedade de consumo, a qual, neste momento, valoriza maioritariamente ou o preço ou a associação a uma ou várias marcas”, refere.

O têxtil é a segunda indústria mais poluente do mundo. O presidente da ATP, Mário Jorge Machado concorda com a afirmação, mas destaca que “o papel das empresas têxteis portuguesas na Europa é bem diferente. Para Mário Jorge Machado, “na Europa e, em particular, em Portugal a indústria têxtil é uma das mais regulamentadas do ponto de vista ambiental”.

“Os problemas ambientais não têm fronteiras e o que deveria ser feito era exigir a todos os produtores no mundo que respeitassem os mesmos critérios”, refere o presidente da ATP. Explica ao ECO que “existem por exemplo, determinadas substâncias químicas foram proibidas na União Europeia, mas ao nível dos produtos importados e vendidos no mercado comunitário, não existe qualquer tipo de controlo”.

Começa a aparecer um consumidor com novos valores e com maiores preocupações ambientais, mas ainda estamos longe deste ser o consumidor que representa a nossa sociedade de consumo.

Presidente da ATP

Mário Jorge Machado

O presidente da Anivec, César Araújo, explica que “os produtos que vêm da Ásia estão a criar problemas às empresas europeias porque não cumprem as mesmas regras, seja nas questões alfandegárias, seja em questões laboratoriais”.

“A Europa está a destruir toda a sua indústria do vestuário, têxtil e calçado e as empresas portuguesas estão perante “uma concorrência desleal e feroz“, afirma César Araújo, com indignação.

Perante a falta de regulamentação, o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, considera que existe “assim um problema de reciprocidade de tratamento entre empresas comunitárias e empresas estrangeiras que exportam para a União Europeia, com impacto ao nível da competitividade nas empresas comunitárias (que utilizam alternativas mais seguras mas mais caras, encarecendo também o produto final”, explica.

Todos concordam que o papel do Governo é apoiar as empresas nesta mudança de paradigma. César Araújo e Jorge Mário Machado destacam que Portugal “continua a ter uma das energias mais caras da Europa”, a par com a falta de incentivos.

“O Governo deve sobretudo apoiar as empresas no que respeita aos custos de contexto. Continuamos a ter uma das energias mais caras da Europa: a energia renovável, fundamental neste processo, é mais cara do que de fontes não renováveis“, explica o presidente da ATP. Mário Jorge Machado acrescenta ainda que “a nível burocrático (licenciamentos e autorizações a nível ambiental) há ainda muito para melhorar”, refere.

Empresas encaram sustentabilidade como uma oportunidade

A Riopele, fundada em 1927, é das empresas têxteis mais antigas de Portugal e com maior consumo energético dentro do setor. Conscientes de que a sustentabilidade é uma nova prioridade, a empresa já adotou práticas mais amigas do ambiente. José Alexandre Oliveira destaca que a empresa já tem em prática medidas sustentáveis como a redução do consumo de água e de eletricidade em todo o processo, assim como a instalação de um parque de painéis fotovoltaicos que vai ser alargado em breve.

“Já reduzimos aproximadamente metade do consumo de água e todos os investimentos que fizemos nos últimos três anos foi com o objetivo específico de diminuição drástica dos consumos de energia”, refere ao ECO o presidente da Riopele.

A empresa que conta com um volume de negócios de 79 milhões e exporta 98% da produção, já opta pelo uso de químicos e matérias-primas mais ecofriendly, desde algodão orgânico a poliéster reciclado. Já têm uma coleção sustentável, que segundo José Alexandre Oliveira, representa uma “percentagem significativa”. “É surpreendentes as vendas que estamos a ter nesta tipologia de produtos sustentáveis”, destaca.

86 anos mais nova do que a Riopele, a Vintage for a Cause nasceu em 2013 com uma missão: aliar a preocupação ambiental à responsabilidade social. A marca produz peças de roupa exclusivas, vegan e manufaturadas, a partir de desperdício têxtil. Desde a sua fundação a marca já aproveitou cerca de uma tonelada de desperdício têxtil e pretende chegar às duas toneladas este ano.

O projeto segue os princípios da economia circular, promovendo a devolução de peças de roupa em final de vida. Funciona, assim, como uma plataforma colaborativa para o upcycling, envolvendo designers, marcas de roupa e a indústria portuguesa.

A iniciativa já conseguiu uma poupança de três milhões de litros de água e 7000 quilos de CO2, prevendo-se que, com o crescimento da marca, estes números possam anualmente vir a triplicar.

“Acredito que o único o caminho para a sustentabilidade é este: criar modelos, estilos de liderança e inovações que tragam mais humanidade à sociedade em geral, preservando o ambiente de forma realista e ajustada aos dias de hoje”, sublinha a fundadora do projeto, Helena Antónia.

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Prazo para declarar vencimento de trabalhadores domésticos termina hoje

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2020

Entrega da declaração do Modelo 10 que serve para os contribuintes indicarem à AT os valores que pagaram a residentes em Portugal, a título de salários, bem como as retenções de imposto.

O prazo para os contribuintes entregarem a declaração de rendimentos que não foram sujeitos a retenção na fonte, como os de empregadas domésticas, ou rendimentos empresariais e profissionais de contribuintes abrangidos pelo regime fiscal dos ex-residentes, termina esta segunda-feira.

Em causa está a entrega da declaração do Modelo 10 que serve para os contribuintes indicarem à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) os valores que pagaram a residentes em Portugal, a título de salários, bem como as retenções de imposto, contribuições obrigatórias da Segurança Social e quotizações sindicais.

Incluem-se neste leque de funcionalidades do Modelo 10, os rendimentos sujeitos a imposto (IRS) mas que, ao longo do ano passado, não foram objeto de declaração periódica ao fisco através da Declaração Mensal de Remunerações (DMR), nem foram sujeitos a retenção na fonte.

Exemplo desta situação são os vencimentos pagos a trabalhadores domésticos sempre que não tenha havido retenção na fonte e aquela declaração periódica mensal não se tenha verificado.

Já quem recorra aos serviços de uma empresa de limpeza não está abrangido pela obrigação de entregar este Modelo 10, porque, neste caso, está em causa uma prestação de serviços e não uma remuneração de trabalho.

Além disso, a declaração do Modelo 10 em vigor este ano serve também para serem indicados os rendimentos empresariais e profissionais abrangidos pelo regime fiscal dos ex-residentes que regressaram a Portugal, criado pelo Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), tendo sido criado um campo específico para este efeito.

Este regime dá aos ex-residentes que regressem a Portugal em 2019 ou em 2020 a possibilidade de, durante cinco anos, pagarem IRS sobre 50% dos rendimentos auferidos, podendo este desagravamento fiscal ser aplicado logo na retenção na fonte.

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Marques Mendes: “Centeno vai mesmo sair. E já se despediu no Eurogrupo”

No habitual comentário de domingo, Marques Mendes falou do congresso do PSD, do IVA da eletricidade e de Mário Centeno que já se despediu dos outros ministros do Eurogrupo.

“Centeno vai mesmo sair do Governo. Vai para o Banco de Portugal — mais tarde, este ano — e até já se despediu do Eurogrupo: comunicou de forma informal aos seus colegas de que já não seria opção“, disse este domingo Marques Mendes, no seu habitual comentário de domingo, na SIC.

O comentador político disse esta noite que é já evidente que o ministro das Finanças Mário Centeno irá para o Banco de Portugal este ano e que, além de já ter dado sinais no Parlamento, já avisou os outros ministros do Eurogrupo de que irá sair.

Além de Mário Centeno, Marques Mendes falou ainda da questão do IVA da eletricidade, assegurando que, do seu ponto de vista, nem PSD nem BE ficaram bem vistos depois da discussão. “Acho que o PSD não saiu muito bem. Há os que venceram e os vencidos. E o PSD deu uma imagem de desnorte, do dito por não dito, de cambalhotas. Tal como o Bloco de Esquerda que, apesar de poder ser incoerente, acabou muito isolado na estratégia. Estão aqui os dois vencidos”, sublinhou o comentador político, na sua conversa com Clara de Sousa.

Sobre a votação do Orçamento do Estado, o comentador disse que a vitória de António Costa pode ser “o início do pântano. “Um Governo minoritário, a ameaçar permanentemente com uma crise política, daqui a um tempo ninguém o leva a sério. Ou António Costa faz uma nova Geringonça ou vai ter problemas terríveis no próximo Orçamento para 2021 e, críticos, no Orçamento para 2022. O Governo pode cair. Costa só tem uma solução: tentar encontrar uma Geringonça“, sublinhou.

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Se fosse pelas receitas, o Óscar de melhor filme iria para… Joker

A cerimónia de entrega dos Óscares decorre este domingo pelas 1h00 (hora portuguesa). Entre os nove nomeados para melhor filme estão "Joker", "Once Upon a Time… in Hollywood" e "Irishman".

Prepare as pipocas, a manta e a televisão. Aquela que é considerada a cerimónia mais importante do mundo do cinema acontece este domingo. Na 92.ª edição dos Óscares e, pelo segundo ano consecutivo sem apresentador, há nove nomeados na corrida para a atribuição de “melhor filme“. O ECO foi fazer as contas e, se o critério para escolher o vencedor fosse o das receitas arrecadadas, “Joker” levava o troféu para casa.

Com 11 nomeações, “Joker” é considerado um dos candidatos preferidos para a categoria de “melhor filme”. O filme protagonizado por Joaquin Phoenix ultrapassou a fasquia dos mil milhões de bilhetes vendidos. Segundo a Box Office Mojo, uma plataforma norte-americana que retrata a evolução das receitas de bilheteira, estima-se que o filme produzido por Tood Phillips tenha atingido os 1.071.869.171 dólares em receitas.

A medalha de prata seria para “Once Upon a Time… in Hollywood”. Com um orçamento avaliado em 90 milhões de euros, a produção do famoso realizador Quentin Tarantino deverá ter arrecado 373.967.035 dólares em bilheteira. Ao mesmo tempo, “1917”, que conta a história de dois soldados britânicos que precisam de atravessar o território inimigo para entregar uma mensagem que pode salvar os seus companheiros, ocuparia o terceiro lugar no pódio, com as receitas a chegarem aos 253.119.104 dólares, segundo as estimativas da Box Office Mojo.

Estimativas das receitas relativas aos filmes nomeados para os Óscares. Fonte: Box Office Mojo

Com um orçamento ligeiramente inferior, “Ford v Ferrari ficaria em quarto lugar com 222.197.462 dólares arrecadados. Seguem-se “Little Women” e “Parasite”, que competem taco a taco, com cerca de 164 e 163 milhões de dólares angariados, respetivamente.

Na sétima posição fica “Jojo Rabbit”, dirigido por Taika Waititi, com cerca de 65 milhões de dólares em receitas. Seguem-se “Irishman” e “Marriage Story”, cuja contabilização de receita é mais difícil, uma vez que a produção é da responsabilidade da Netflix e, por isso, não a maioria das visualizações é feita pelo canal de streaming com a agravante de que poucos são os cinemas que exibem o filme.

A cerimónia de atribuição, organizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, decorre este domingo a partir da 1h00 (hora portuguesa), sendo que em Portugal será transmitida pela FOX. Antes disso, haverá a habitual Red Carpet.

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Seguradoras chinesas estão sem receio do coronavírus

  • ECO Seguros
  • 9 Fevereiro 2020

As seguradoras na China deverão suportar sem sobressalto, no curto prazo, as consequências económicas do surto do coronavírus, sustentam analistas financeiros. Pandemia generalizada será diferente.

Analistas de Hong Kong e de outras praças financeiras na região consideram que as seguradoras na China serão capazes de gerir as consequências da epidemia do novo coronavírus, pelo menos, no curto prazo: “Nesta fase, o efeito sobre as seguradoras ainda é muito limitado”, adiantou Kevin Leung, diretor executivo de estratégia de investimento da Haitong International Securities.

Por seu lado, em nota dirigida a investidores em 31 de janeiro, analistas da Nomura antecipavam que “as perdas de sinistros diretos para companhias de seguros serão controláveis. Suportando este ponto de vista, a entidade detalhou: o efeito sobre as seguradoras ainda é muito limitado. A nível macroeconómico, ainda é apenas uma proporção muito pequena do total da população.

O coronavírus, cujo surto foi identificado com origem na província de Hubei, já ultrapassou as fronteiras da China. Os números mais recentes indicam que a epidemia já fez 563 mortos (dois fora da China) tendo contagiado dezenas de milhares de pessoas, das quais mais de 28 mil encontram-se em situação clínica grave.

De acordo com Kevin Leung, da Haitong Securities, espera-se que as reclamações em torno do surto do vírus sejam cobertas principalmente por seguros de saúde comerciais, uma área “ainda com fraca penetração e não representando uma grande parte do negócio global”.

Em segundo lugar, o governo chinês já anunciou que irá cobrir o custo do excesso sobre o montante da apólice de seguros existentes. As autoridades de Beijing já anunciaram uma série de medidas que o governo central irá tomar para subsidiar os custos relacionados com o vírus. Finalmente, os acordos de resseguro poderiam cobrir parcialmente os sinistros das seguradoras diretas, acrescentou.

No último dia de janeiro, a Fitch Ratings admitia que “o recente surto de novas infeções por coronavírus exerça pressão sobre a rentabilidade das seguradoras chinesas no curto prazo, mas que a pressão sobre os lucros será controlável“.

A penetração do seguro na China tende a concentrar-se nas cidades costeiras com maior poder aquisitivo. “Wuhan está localizada na província de Hubei, no centro da China, que está no epicentro da epidemia. A província representou apenas cerca de 4% dos prémios de seguro de vida e não vida emitidos na China em 2019”, sustenta fonte do mercado financeiro.

A questão está em saber quando é que o surto será contido. Se isso atrasar e os mercados ficarem expostos aos efeitos de uma pandemia, o cenário é diferente, advertiu outro analista. Entretanto, outros setores económicos – como transportes e logística internacional – já sinalizam o abrandamento de atividade em entrepostos e portos por onde flui o tráfego das trocas comerciais com a China.

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PCP acusa BE de ter colaborado na “farsa do PSD” sobre baixa do IVA da luz

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2020

"Não tivesse o BE aceitado credibilizar a encenação do PSD e o PSD não teria tido sapatos para fazer o caminho que fez". As palavras são do comunista Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP subiu o tom das críticas ao BE, que acusou de ter colaborado na “farsa do PSD” sobre a descida do IVA da eletricidade para 6% no Orçamento do Estado de 2020 (OE2020).

Três dias depois de a Assembleia da República ter “chumbado”, na quinta-feira, uma proposta do PCP, e de o PSD ter retirado a sua na votação final global do OE2020, Jerónimo de Sousa aproveitou um comício em Sacavém, Loures, para fazer o contra-ataque aos bloquistas, aconselhando-os a “retirar a lição” do que aconteceu.

“Não tivesse o BE aceitado credibilizar a encenação do PSD, acendendo à chantagem de aprovar as ditas medidas de compensação da receita para manter o excedente orçamental, e o PSD não teria tido sapatos para fazer o caminho que fez”, acusou Jerónimo de Sousa.

E sugeriu aos bloquistas que dirijam as críticas a outros, que não os comunistas, e retirem “a lição”: “Se o BE está hoje arrependido do papel que aceitou desempenhar nesta farsa do PSD, em vez de se atirar ao PCP, deve retirar a lição que se impõe e não voltar a alinhar nestas encenações.

Na quinta-feira, o líder parlamentar dos comunistas, João Oliveira, acusou o PSD de ter “montado uma encenação” com a baixa do IVA para a eletricidade de uso doméstico “nos sapatos do Bloco de Esquerda” durante o debate do Orçamento, no parlamento, que ficou marcado por esta polémica em torno da baixa do IVA.

Os sociais-democratas propuseram a descida do IVA na eletricidade de uso doméstico, mas fizeram depender o seu avanço da aprovação de medidas de compensação, como a redução de despesas nos gabinetes ministeriais e entrada em vigor em outubro, mas acabou por retirar a proposta depois de serem “chumbadas”.

Na quinta-feira, no parlamento, o PSD prometeu, primeiro, votar a proposta de redução do valor do IVA, mas quando a medida foi a votos optou pela abstenção, dado que foi alterada a ordem de votação das propostas.

Este domingo, no comício de Sacavém, Jerónimo de Sousa pediu às pessoas que, quando receberem a fatura da eletricidade, com o IVA a 23%, “se lembrem” de quem terá impedido a descida para 6%.

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Saúde, salários e até aquecimento global. As prioridades de Rui Rio

Rui Rio teve a seu cargo o encerramento do 38.º Congresso do PSD e escolheu dedicar a sua intervenção aos muitos desafios que o país enfrenta, da saúde às alterações climáticas.

No terceiro e último dia do 38º Congresso do PSD, Rui Rio subiu ao púlpito para criticar o Executivo de António Costa e colocar em cima da mesa as suas propostas para fazer face aos muitos desafios que o país enfrenta, da economia à justiça, passando pela saúde e pela descentralização até às alterações climáticas.

O líder do partido laranja deixou claro que um Governo que não faz reformas é um Governo que não está a “preparar Portugal para o futuro” e mostrou disponibilidade para entendimentos políticos de modo a pôr em prática as necessárias alterações. “Saibamos unir esforços”, disse, lembrando que, “na política, não devemos ter inimigos”.

Um novo modelo económico

Para Rui Rio, o crescimento económico de Portugal tem de ser baseado não no consumo, mas na produção. “A melhoria do consumo tem de ser um objetivo, mas não pode ser o meio”, frisou o líder dos sociais-democratas, este domingo.

De acordo com Rio, foi exatamente esse “o erro” do PS — isto é, a aposta no consumo em detrimento da produção — que levou o país a precisar de pedir ajuda externa, sendo portanto necessário mudar essa estratégia.

Salários e empregos

Ligada ao crescimento referido está a evolução dos salários. É que, disse Rui Rio, com o atual modelo económico “jamais o país terá condições para pagar melhores salários e a economia para criar melhores empregos“. O social-democrata reconheceu que até tem havido uma melhoria no emprego, mas estão em causa postos precários e mal remunerados, disse.

“Dito de outra forma, com esta governação, os portugueses podem ter alguma ambição, desde que ela seja poucochinha, porque com este Governo e com estas alianças parlamentares os portugueses nunca terão aumentos que os catapultem para os padrões de vida europeus”, atirou o político, defendendo que para que isso aconteça as empresas também precisam de beneficiar de incentivos.

Este argumento de Rui Rio está, de resto, próximo daquele que tem sido levado pelas associações patronais à Concertação Social, no âmbito da negociação do acordo sobre competitividade e rendimentos. Dizem os patrões que para aumentar os salários acima da inflação e dos ganhos de produtividade — como quer o Executivo — terá de haver um ambiente propício ao crescimento das empresas, de modo a que estas consigam sustentar esse reforço remuneratório.

Investimento público

Rio atacou, este domingo, também as escolhas do atual Governo no que diz respeito ao investimento público, enfatizando que António Costa tem preferido olhar para o “presente e o futuro imediato”.

Por outro lado, defendeu que “desprezar o investimento público é renunciar à modernização do Estado” e desprezar a qualidade de vida das gerações futuras. A saúde foi um dos setores usados para exemplificar esse desinvestimento levado a cabo pelo atual Executivo.

As falhas no SNS

Com tempos de espera que se prolongam, profissionais desmotivados, dívidas a fornecedores que se acumulam e recursos humanos em falta, a saúde foi escolhida por Rui Rio como primeiro exemplo da degradação dos serviços públicos que tem marcado a governação de António Costa.

“Sendo a saúde o bem mais precioso que todos pretendemos manter, é óbvio que quem tem possibilidades acaba sempre por obter aquilo que necessita”, afirmou, lembrando que quem tem recursos recorre ao privado e quem não os tem fica às portas dos hospitais do Estado.

Rio deixou ainda críticas aos gestores dos hospitais públicos — apelando a que sejam “mais competentes e menos ligados à lógica partidária” — e à própria ministra da Saúde, Marta Temido, desejando uma “ministra que oiça e dialogue com os profissionais”.

O líder do partido laranja aproveitou ainda para defender, mais uma vez, as Parcerias Público Privadas (PPP) neste setor, afirmando que não é “sensato” rejeitar este modelo “por força de constrangimentos ideológicos”. “Compete ao Estado conseguir o melhor serviço aos preços mais baixos possíveis”, defendeu e acrescentou, em jeito de recado à esquerda: “Os portugueses dispensam quezílias ideológicas que há muito deviam ter sido ultrapassadas“.

Escola pública de qualidade

Infelizmente, a degradação dos nossos serviços públicos não se restringe ao setor da saúde“, sublinhou Rio, enumerando várias áreas onde proliferam problemas semelhantes aos da saúde, estando entre elas a educação.

Neste setor, o social-democrata destacou a falta de recursos humanos e o facilitismo como maiores problemas e defendeu que o “início da luta contra a pobreza estará sempre no sistema educativo”. “Sem uma escola pública de qualidade, Portugal nunca será um país verdadeiramente desenvolvimento nem uma democracia plena“, afirmou.

Juntos contra o aquecimento global

A luta contra as alterações climáticas “não depende de ninguém em particular, mas de todos nós”, disse Rui Rio, apelando à união de esforços sem “fanatismos histéricos”.

O líder do PSD defendeu que esta é uma matéria que deve ser tratada com o “realismo próprio do meio em que nos inserimos” e comprometeu-se a fazer “tudo o que estiver” ao seu alcance para que Portugal atinja rapidamente a “neutralidade carbónica”.

Descentralização é bandeira

“O nível de assimetrias regionais que Portugal apresenta não é próprio de um país desenvolvido, é de um país atrasado“, atirou Rui Rio, este domingo, defendendo que “não é aceitável” concentrar os recursos numa só parte do território nacional.

“Não é justo, nem é sequer inteligente abandonar o grosso do nosso território”, disse, lembrando até que quem mora, por exemplo, em Lisboa tem uma qualidade de vida mais baixa. Sobre a descentralização, Rio apelou, além disso, a um “pacto político mais abrangente”, mostrando-se disponível para chegar a entendimentos com outras forças políticas.

O problema da Segurança Social

A sustentabilidade da Segurança Social foi outro dos desafios abordados por Rui Rio, na intervenção deste domingo. Com o envelhecimento demográfico no horizonte — e a consequente degradação das contas do sistema em causa –, Rio criticou as escolhas que têm sido feitas pelo Governo, que tem “confundido a presente situação conjuntural com o seu equilíbrio estrutural”.

Esta já tinha sido uma das matérias mais quentes das campanhas eleitorais de 2019, com os partidos à esquerda e o PSD a apresentar novas fontes de financiamento da Segurança Social através da tributação do valor acrescentado das empresas. O PS rejeitou tal ideia.

Reformar o sistema político

Rio salientou, este domingo, que o “tempo provocou” a erosão do sistema político, defendendo uma reforma que lhe devolva “transparência, verdade e eficácia”.

“Repensar a forma de eleger os deputados e os executivos autárquicos, limitar o número de mandatos no Parlamento como acontece nas autarquias, reduzir moderadamente o número de deputados, alterar a composição da Comissão de Ética no Parlamento para evitar conflitos de interesses são matérias que a credibilização e a eficácia da democracia há muito reclamam e que os partidos não têm sido capazes de resolver”, frisou o social-democrata, que apelou ainda à coragem para “combater a demagogia e o populismo”.

Devolver confiança à justiça

Sobre a Justiça, Rio começou por sublinhar que quando se registam falhas a este nível é o próprio Estado de Direito Democrático que fica em causa. “[Hoje é] manifestamente evidente que a confiança que os portugueses depositam no seu sistema judicial está muito aquém do necessário e muito abaixo daquilo que já foi”, declarou, lembrando a “incapacidade” demonstrada em investigações que “se arrastam penosamente no tempo”.

O líder do PSD aproveitou também para criticar o aumento dos salários dos magistrados, que constituiu, diz, “um momento em que a Justiça cavou um pouco mais o fosso que a separa do povo”. “Foi um dos momentos em que o Governo mostrou que não tem problema em ser fraco com os fortes e forte com os fracos”, atirou.

Tanto para a reforma do sistema político como para a reforma na justiça, Rio disse estar disponível para encontrar pontos de entendimento com outros partidos.

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CDS-PP diz que não negociou com Governo voto na descida do IVA da luz

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2020

"O CDS-PP não faz favores ao Governo socialista", salienta o líder do CDS-PP, frisando que não negociou com o Governo voto na descida do IVA da luz.

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, garantiu, este domingo, que o partido não fez depender a sua posição no IVA da eletricidade “de nenhum tipo de contrapartida”, tendo apenas transmitido ao Governo que considerava a “medida irresponsável”.

“Eu vi noticiado em alguns órgãos de comunicação social que o CDS tinha estendido a mão ao Governo. Quero ser absolutamente claro nesta matéria. O CDS-PP não faz favores ao Governo socialista”, começou por responder aos jornalistas, à margem do 38.º Congresso, quando questionado sobre o voto contra no Orçamento do Estado para 2020 das propostas que pretendiam descer o IVA da eletricidade, entre as quais uma do PSD.

De acordo com o líder democrata-cristão, o CDS-PP manteve a “posição absolutamente coerente do início ao final do processo”, garantindo que não dança “com o Bloco de Esquerda nem com o PCP”. “A medida, aos olhos do CDS, foi irresponsável e é verdade, quando o Governo, à semelhança do que fez com outros partidos, contactou o CDS, nós dissemos apenas, tão só, qual seria a posição do partido”, respondeu.

Francisco Rodrigues dos Santos assegurou que o partido não fez depender a sua posição do CDS de “nenhum tipo de contrapartida nem medida a ser aprovada em sede parlamentar”. “O CDS tem um papel previsível, coerente, seguro e estamos absolutamente conscientes de que fizemos não oposição ao nosso país, mas servimos os portugueses de modo a que não se instalasse uma crise política, uma situação de desgoverno e não quisemos reeditar um caso que para o centro-direita deixou as suas marcas que foi o famigerado episódio dos professores”, criticou.

O líder do CDS-PP espera que “a partir deste congresso a escada esteja lançada” e que seja possível “estabelecer estes canais de comunicação para que soluções que sejam úteis aos portugueses possam ser tomadas em convergência com partidos que têm esta comunhão de ideias e de valores que podem ser traduzidos em boas políticas para o país”.

“Ora, o que se viu não foi isso. Uma medida tornou-se absolutamente irresponsável, cujas compensações não permitiriam acomodar do ponto de vista orçamental a descida desse mesmo IVA e quem pagaria, mais ou cedo ao mais tarde, seriam os portugueses”, condenou.

Rodrigues dos Santos sabe “como é que estas histórias começam” e também pode “adivinhar como acabam”. “É certamente com o Governo aumentando a carga fiscal por outra via, indo aos bolsos dos portugueses, colocando-os numa situação de ainda maior ameaça e de esbulho por parte da administração fiscal”, disse.

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Coronavírus já matou 811. Há mais de 37 mil infetados

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2020

Subiu para 811 o número de pessoas que morreu devido ao coronavírus. Já são mais de 37.198 os casos, indicam os dados oficiais mais recentes.

O número de mortes por coronavírus aumentou, este domingo, para 811, superando as mortes por SARS em 2002-2003, com um total de casos a chegar a 37.198, segundo dados oficiais.

No sábado, a Comissão Nacional de Saúde da China tinha anunciado 722 mortos pelo surto do novo coronavírus. Segundo a Comissão, até ao fim do dia de sábado registaram-se 6.188 casos graves, enquanto 2.649 pessoas tiveram alta.

As autoridades fizeram seguimento médico a 371.905 pessoas, que estiveram em contacto com os infetados, dos quais 188.183 continuam em observação.

Este domingo, contabilizaram-se mais 89 mortes em relação aos números de sábado devido ao vírus 2019-nCoV, com epicentro na cidade chinesa de Wuhan, na província central de Hubei. O SARS – Síndrome Respiratório Agudo Severo fez 774 mortes no mundo inteiro.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países.

A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial. As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que varia entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

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CDS-PP diz que há condições para entendimento e aponta às autárquicas

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2020

“Através do discurso de Rui Rio e até dos reptos que foram lançados pelo CDS após o nosso último congresso, estão criadas condições para que seja criada esta plataforma de entendimento”, diz CDS.

O presidente do CDS-PP considerou, este domingo, que “estão criadas condições” para uma plataforma de entendimento com o PSD, defendendo “uma aliança alargada” a pensar nas próximas autárquicas” para ganhar “o maior número de câmaras ao PS”.

Francisco Rodrigues dos Santos, recentemente eleito líder do CDS-PP, esteve no encerramento do 38.º Congresso do PSD, em Viana do Castelo, e falou aos jornalistas já depois de ter cumprimentado o presidente reeleito social-democrata, Rui Rio, no palco do Centro Cultural de Viana do Castelo.

“Através do discurso de Rui Rio e até dos reptos que foram sendo lançados pelo CDS após o nosso último congresso, estão criadas condições para que seja criada esta plataforma de entendimento”, defendeu.

Na perspetiva do presidente do CDS-PP, “é importante que haja uma aliança alargada a pensar já nas próximas eleições autárquicas de modo a que PSD e CDS consigam ganhar o maior número de câmaras a ao PS”. “E muito brevemente, portanto a curto prazo, convidamos o PSD a juntar-se ao CDS no combate pela vida, contra a eutanásia, para que o estado tenha um papel humanista, que não desista das pessoas e não olhe para a vida como um valor que pode ser descartado”, desafiou.

Francisco Rodrigues dos Santos fez questão de sublinhar que, no discurso de encerramento, “as palavras de Rui Rio foram simpáticas” e “o CDS mereceu uma nota particular”.

“O CDS, embora tenha reparado que o PSD esteja a adotar uma estratégia rigorosamente ao centro, eu não vejo que isso seja prejudicial para o CDS na medida em que o CDS e o PSD não são partidos substitutivos um do outro, mas sim complementares”, apontou, reagindo já ao posicionamento ao centro reafirmado por Rui Rio no congresso após a reeleição.

Na perspetiva do líder do CDS-PP, certamente que os dois partidos se vão encontrar “para apresentar uma solução que Governo que possa estreitar pontes e construir soluções alargadas para reformar o nosso país”. “O CDS tem no PSD o seu parceiro tradicional. Queiramos em conjunto construir esta relação com base num cooperação institucional, baseada num diálogo construtivo, estruturado, leal e de confiança recíproca”, afirmou.

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Portuguesa Future Healthcare compra espanhola Redsa

  • ECO Seguros
  • 9 Fevereiro 2020

A Future Healthcare, insurtech que gere planos de saúde e bem-estar, comprou um terço do capital social da Redsa, acordando futuros reforços de participação visando controlar 100% da espanhola.

A compra da participação estratégica na Redsa já foi operacionalizada e dá origem a uma “nova companhia no setor dos seguros de saúde e de vida e, bem assim, na área dos sistemas de saúde públicos e privados”, assume a empresa sedeada em Portugal.

A Future Healthcare adquiriu nesta primeira fase 33% da Redsa, mas tem um acordo para chegar aos 51% numa próxima operação e aos 100% mais adiante, segundo o Jornal Económico. A nova companhia assume em Espanha a designação Redsa Future Health.

Com esta aquisição, o grupo Future Healthcare (FH) “pretende desenvolver uma operação que promova uma aliança natural entre a sua capacidade tecnológica e o know-how incorporado na Redsa, com o intuito de trazer maior inovação e competitividade ao mercado e, deste modo, ocupar um lugar de destaque no setor dos seguros de saúde e de vida em Espanha”, acrescenta a mesma fonte citando um comunicado da FH.

A integração das duas entidades já se reflete na uniformização do layout nos diversos websites do grupo, como se confirma acedendo à página da Redsa e ao sítio eletrónico da FH polaca.

Anteriormente, José Pina, presidente executivo (CEO) da FH, havia adiantado ao Jornal de Negócios que, depois dos primeiros 33%, o aumento da posição seria até uma percentagem de 70%, quedando-se um prazo máximo de cinco anos para assumir a totalidade do capital da empresa espanhola que processa faturação médica. “A ideia é daqui a um ano ou dois podermos fechar esta operação na totalidade”, disse Pina ao Jornal de Negócios.

A Redsa “tem já oito ou nove companhias de seguros como clientes e permite o acesso de integração tecnológica a todos os hospitais de Espanha“. Um mercado que, salienta, é “cinco vezes maior que o português em população, mas que neste setor é 10 vezes maior em termos de volume de negócios”.

Segundo explicou o mesmo responsável, enquanto a Redsa só trata de faturação médica, “a FH faz gestão de risco, gestão de clientes, gestão de apólices, gestão de fraude e gestão de contenção de custos”. O que vai acontecer “é que vamos poder oferecer 10 serviços em Espanha”.

A FH gere em Portugal seguros de saúde de entidades como o Santander, Victoria, Automóvel Club de Portugal, Inatel e mais recentemente EDP, tendo chegado no ano passado aos 500 mil clientes sob gestão. Por seu lado, a Redsa gere cerca de 70 milhões de euros de faturação hospitalar, enquanto a FH em Portugal contabiliza em 40 milhões o que é gerido de transações médicas, detalha a mesma fonte.

Ainda, de acordo com Jornal de Negócios, o grupo, que diz ser o único no setor 100% português, emprega cerca de 200 pessoas. Em 2019 cresceu 10%, mas para 2020 a perspetiva é crescer 30%. Internacionalmente, a FH oferece o acesso a uma rede com mais de 30 mil especialistas de saúde distribuídos por cinco países, refere um vídeo institucional acessível na plataforma YouTube.

O Future Healthcare foi fundado em 2003 e, tal como se apresenta, é um grupo internacional privado e independente cuja missão consiste em proporcionar aos clientes acesso às melhores condições de saúde, vida e bem-estar. A empresa posiciona-se como uma insurtech, operando a partir de uma plataforma digital global. Conta com parceiros corporativos (companhias de seguros, bancos e distribuidores) e oferece um amplo portefólio de serviços no âmbito dos seguros de Saúde e de Vida.

Além de Portugal e agora Espanha, a FH está presente na Suíça, com escritório de vendas internacionais, Colômbia, Equador, Roménia e Polónia.

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Reputação das seguradoras ganha lugares em Portugal

  • ECO Seguros
  • 9 Fevereiro 2020

Fidelidade mantém-se como a seguradora com melhor reputação, segundo um estudo da Marktest. Allianz conta com os clientes mais satisfeitos. Todas as seguradoras ganharam lugares entre todas as marcas.

A reputação das seguradoras em Portugal ganhou lugares relativamente a marcas de outros setores de atividade, revelaram os primeiros resultados do 9º MRI – Marktest Reputation Index, realizado em 2019 pela empresa de estudos de mercado, a que ECOseguros teve acesso. O setor segurador está em 14º lugar entre os 25 setores de atividade analisados.

O estudo MRI analisa as marcas segundo cinco atributos: Admiração, confiança, Imagem, Familiaridade e word of mouth (se são mencionadas pelos inquiridos em conversas com outros). Deste último atributo surge uma classificação de satisfação e recomendação de cada marca pelo entrevistado. Essas respostas são hierarquizadas no NPS – Net Promoter Score, que indica a diferença entre número de pessoas que referenciam positiva e negativamente cada marca.

Em 2019 verificou-se uma subida significativa das posições relativas das seguradoras nos rankings gerais do MRI. A seguradora com melhor reputação continua a ser Fidelidade no 50º lugar entre as marcas de todos os setores de atividade (era 69ª em 2017), seguida da Tranquilidade em 67º (101ª), Zurich em 72º (103ª), Allianz em 74º (95ª), Liberty em 81º (não foi avaliada em 2017), Ageas em 88º (121ª em 2017), Lusitania Seguros em 96º (115ª) e Ocidental em 110º (131ª em 2017).

Quanto ao NPS, a diferença percentual entre quem referenciou positivamente e negativamente cada marca, foram avaliadas duas dimensões: Satisfação e recomendação sendo inquiridos os clientes de cada uma das marcas.

A Allianz foi a primeira classificada em satisfação, com um indicador de 14,4, ou seja, a percentagem total dos clientes satisfeitos foi superior em 14,4%, aos insatisfeitos. Nesta classificação segue-se a Zurich (10,4), Fidelidade (9,9), Liberty (6,0), Tranquilidade (2,6) e Ageas (0,4). A Lusitania Seguros e a Ocidental registaram mais clientes insatisfeitos do que satisfeitos.

Respondendo se recomendariam a marca a outros, os inquiridos conduziram a uma classificação com a mesma ordem que em satisfação, mas o saldo positivo foi superior na maioria das, neste caso, oito seguradoras analisadas.

O estudo MRI é realizado pela Marktest desde 2010 e tem por base 2000 entrevistas representativas da população portuguesa com 15 e mais anos. Classifica marcas de 25 segmentos de mercado diferentes, o setor segurador ficou em 14º lugar, quanto a reputação, entre todos os setores analisados. A participação das marcas no estudo é voluntária.

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