Se houver Coronabonds, “bazuca” do BCE pode comprá-las
Ministros das Finanças da Zona Euro ainda não discutiram a possibilidade de emitir dívida conjunta para os países da moeda única. No entanto, poderão fazê-lo numa das reuniões semanais que terão.
A pandemia de Covid-19 fez renascer a polémica ideia de os países da Zona Euro emitem, em conjunto, dívida pública. Caso as Eurobonds — que pela primeira vez foram vistas como uma hipótese para a Alemanha — venham a ser uma realidade, poderão ser incluídas no pacote de emergência anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE).
“É razoável assumir que estas obrigações seriam elegíveis já que, por exemplo, obrigações emitidas pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira ou pelo Banco Europeu de Investimento são elegíveis para aquisições em mercado secundário”, explica fonte próxima ao ECO.
Após uma reunião de emergência por causa do surto de coronavírus, o BCE lançou, esta quarta-feira, um programa de compra de ativos públicos e privados no valor de 750 mil milhões de euros. Mas “ainda é cedo” para pensar na possibilidade de a instituição liderada por Christine Lagarde vir a comprar Coronabonds (Eurobonds específicas para responder à pandemia), segundo a mesma fonte. É que, apesar de a questão ter renascido em força, nada é certo.
As Eurobonds voltaram a estar em cima da mesa na reunião do Conselho Europeu extraordinário, realizado na terça-feira por videoconferência. Segundo a Bloomberg, o tema foi lançado pelo italiano Giuseppe Conte, primeiro-ministro daquele que está a ser o país mais fustigado pela pandemia do Covid-19. Aos jornalistas, a chancelar alemã Angela Merkel mostrou abertura para a hipótese, que durante a crise da dívida soberana tinha sido vista como uma linha vermelha pela Alemanha.
Merkel solicitou ao ministro das Finanças alemão que analise a situação para que a Alemanha possa fazer parte desta potencial operação de emissão de dívida de vários países do euro. E remeteu o tema para a “reunião dos ministros das finanças”.
Questionado pelo ECO sobre se a ideia está a ser estudada, fonte oficial do Eurogrupo clarificou que “o tema das Eurobonds não foi abordado na comunicação [que se seguiu à última reunião do grupo] nem foi discutido pelos ministros das Finanças“. Sublinhou, ainda assim, que o presidente do Eurogrupo Mário Centeno garantiu que “todas as instituições vão participar no esforço coletivo para combater o vírus” e lembrou que o grupo irá reunir-se, pelo menos, uma vez por semana pelo que a hipótese poderá estar proximamente em cima da mesa.
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