Startup Unbabel avança com restruturação. Despede 35% dos trabalhadores
Startup vai despedir 35% dos 250 trabalhadores em resultado do impacto do coronavírus no negócio e "para garantir a continuidade e a sustentabilidade da empresa".
A Unbabel vai avançar com um plano de restruturação, sabe o ECO. A startup, que fechou uma ronda de Série C no valor de 60 milhões de dólares — o maior da sua Série em startups portuguesas — em setembro do ano passado, vai despedir 35% dos 250 trabalhadores, confirmou o ECO junto da empresa.
“Anunciámos hoje internamente uma reestruturação da empresa. Esta medida vai afetar 35% dos nossos colaboradores. Enquanto empresa tecnológica que opera no mercado global, com clientes em indústrias variadas, algumas das quais afetadas pela situação económica resultante da pandemia do Covid-19, tivemos de tomar esta decisão, indesejável mas infelizmente necessária, para garantir a continuidade e a sustentabilidade da empresa”, detalha Vasco Pedro, CEO e cofundador da empresa.
Tivemos de tomar esta decisão, indesejável mas infelizmente necessária, para garantir a continuidade e a sustentabilidade da empresa.
A decisão será uma medida de resposta à “conjuntura atual” uma vez que, “com uma mudança tão drástica na economia global”, a empresa teve de se “agilizar com uma reestruturação interna que permitisse fazer face à conjuntura atual e futura.”
Face ao despedimento de 35% da força de trabalho, a Unbabel decidiu atribuir um pacote de indemnização “acima da média”, extensão do seguro de saúde a todos os colaboradores até ao final do ano, ajuda da equipa de recursos humanos para recolocar os colaboradores em novas oportunidades de trabalho, dentro e fora do país e apoio aos colaboradores expatriados em quaisquer questões de imigração e expatriação aos países de origem.
Distinguida no início de março pela revista Fast Company, que reúne anualmente referências uma lista das “empresas mais inovadoras do mundo”, a Unbabel foi destacada pela sua plataforma de tradução com inteligência artificial. A empresa fundada por portugueses traduz mais de um milhão de mensagens de apoio ao cliente por mês.
Fundada em 2013, a startup alia a inteligência artificial de última geração com pós-edição humana à tradução automática e está, por isso, a criar uma nova categoria de produto. Com sede em Lisboa e escritórios em São Francisco, Nova Iorque e Pittsburgh — locais onde trabalham os cerca de 250 trabalhadores –, a portuguesa está a expandir rapidamente a sua presença nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.
Esta terça-feira, o movimento tech4covid19, que junta centenas de empreendedores portugueses envolvidos em projetos que procuram combater os efeitos do vírus covid-19, pediu ao Governo um conjunto de medidas direcionadas no sentido de procurar proteger o ecossistema nacional de startups que, em 2018, representou 1,1% do PIB nacional.
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