Moratória do Estado alargada ao crédito pessoal e aos emigrantes

Governo prepara-se para estender a moratória pública do crédito, mas também alargá-la a contratos de consumo e empréstimos de segundas habitações, abrangendo assim os emigrantes.

O Governo está a preparar uma revisão da moratória pública do crédito. Não só vai ser estendida no tempo como também vai incluir outras categorias de financiamento, apurou o ECO. Na habitação, a moratória pública vai passar a abranger também as casas dos emigrantes. Também o crédito ao consumo entrará para o regime.

O desenho final está ainda em discussão e poderá haver alterações até à aprovação. Há mudanças importantes em estudo. Desde logo nos prazos. A intenção do Governo passa por estender a atual moratória pública, para além de setembro, possivelmente até final do ano, como tinha já sido avançado pelo Correio da Manhã. Para alguns setores mais frágeis no atual contexto de crise pandémica há mesmo a possibilidade de o prazo da moratória ser mais dilatado, para o final do primeiro trimestre.

Mas, além do prazo, está também em cima da mesa está o alargamento da moratória pública ao crédito ao consumo, como saúde e educação, contratos que estão atualmente abrangidos apenas pelas moratórias privadas. Nomeadamente, a moratória da banca anunciada pela Associação Portuguesa de Bancos (APB) a 16 de abril, bem como a que a ASFAC — associação que representa as financeiras — revelou uma semana depois.

Além disso, o regime público deverá ainda responder a uma das preocupações geradas inicialmente em relação às segundas habitações e, em concreto, à questão dos emigrantes. Tal como foi desenhada inicialmente, a moratória pública não está disponível para esses casos, apesar de a privada da banca abranger essas situações.

Tudo isto vai ao encontro das pretensões dos bancos, que pretendiam abranger na moratória pública todo o tipo de contratos de empréstimos por uma questão de maior segurança conferida pelo facto de ser uma lei criada pelo Governo. Contactado, o Ministério das Finanças não faz comentários.

"A APB vem manifestando junto das autoridades a sua posição favorável ao prolongamento do seu prazo de vigência [das moratórias do créditos], tendo em particular transmitido esta disposição ao Governo e dado contributos para a sua efetiva concretização.”

APB

Questionada pelo ECO, a APB não respondeu relativamente ao alargamento do âmbito da moratória pública, mas mostrou-se favorável a uma extensão do respetivo prazo, assumindo ter manifestado a sua posição nesse sentido ao Governo.

“No que respeita em concreto às moratórias, e havendo uma perceção crescente de que a retoma da economia e da capacidade financeira das famílias e empresas levará mais tempo do que se podia prever, a APB vem manifestando junto das autoridades a sua posição favorável ao prolongamento do seu prazo de vigência, tendo em particular transmitido esta disposição ao Governo e dado contributos para a sua efetiva concretização“, adiantou.

Foi a 26 de março que o Governo aprovou em conselho de ministro a disponibilização de uma moratória que permitisse aliviar os encargos com prestações no período mais agudo da crise pandémica.

Foram muitas as famílias e empresas que já aderiram às moratórias. Até final de abril, os bancos receberam quase 569 mil pedidos para a suspensão temporária das prestações do crédito, tendo aprovado cerca de 90% dos pedidos, adiantou há poucos dias o Banco de Portugal.

No total, foram já concedidas 514,75 mil moratórias ao abrigo do regime público e privado. Cerca de dois terços foram concedidos ao abrigo do regime público: mais de 345 mil contratos. Quase 170 mil contratos estão abrangidos por moratórias privadas, incluindo o regime criado pela APB.

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Governo vai lançar “linha especial” para ajudar tesouraria das micro e pequenas empresas

De acordo com o presidente da CIP, o Governo vai lançar uma "linha especial" destinada às micro e pequenas empresas, de modo a aliviar as atuais dificuldades de tesouraria.

Numa altura em que as linhas de crédito de 6,2 mil milhões de euros já estão esgotadas, o Governo vai lançar uma “linha especial” destinada às micro e pequenas empresas, de modo a aliviar as atuais dificuldades de tesouraria, avançou, esta quarta-feira, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP). À saída de uma reunião com o primeiro-ministro, António Saraiva explicou que os apoios deverão ir até 50 mil euros.

“O Governo vai lançar uma linha especial para micro e pequenas empresas para apoios até 50 mil euros, o que vai ajudar essa tipologia empresarial a ultrapassar as dificuldades de tesouraria com que estão”, disse o responsável, em declarações aos jornalistas.

Questionado sobre o eventual prolongamento do lay-off simplificado, António Saraiva afirmou que tem “a certeza” que o regime será prolongado para lá de junho, ainda que o Governo não tenha adiantado, até ao momento, em que moldes ocorrerá essa extensão.

A propósito, à saída da reunião, António Costa avançou apenas que o mecanismo em causa será alterado de modo a não se tornar “um incentivo negativo” e a deixar de ser um fator de perda de rendimento dos trabalhadores. Em causa está um regime destinado aos empregadores mais afetados pela pandemia de coronavírus, permitindo a suspensão dos contratos de trabalho ou a redução da carga horária dos trabalhadores, cujos salários sofrem um corte máximo de 33%.

Além disso, o líder da CIP saiu desta reunião “convicto” de que o Pagamento por Conta será suspenso este ano. Na segunda-feira, o deputado ecologista José Luís Ferreira já tinha adiantado que o Executivo tinha mostrado abertura nesse sentido. Com base nos valores entregues pelas empresas ao Fisco em 2018, é possível estimar que essa suspensão libertaria quase quatro mil milhões de euros para o tecido empresarial português.

(Notícia atualizada às 22h27)

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Costa regozija-se com “emendar de erro da TAP” sobre rotas do Porto

Primeiro-ministro tinha criticado o plano de rotas definido pela TAP, que reduziu a apenas três as rotas a partir do Porto. Companhia aérea voltou atrás.

A TAP vai retomar a atividade, tendo avançado com um plano de rotas que mereceu duras críticas. A companhia aérea, da qual o Estado é acionista, concentrou os voos em Lisboa, deixando apenas três rotas no Porto, o que levou António Costa a afirmar que o plano não tinha credibilidade. A empresa liderada por Antonoaldo Neves voltou atrás, uma decisão com a qual o primeiro-ministro diz regozijar-se.

Só tenho de me regozijar quando quem erra emenda o erro“. Foi desta forma que António Costa reagiu à questão colocada pelos jornalistas à saída dos encontros com os parceiros sociais por causa do Plano de Estabilização Económico e Social. “É essencial para o país que a TAP seja bem gerida, que tenha condições de sustentabilidade”, acrescentou em declarações transmitidas pela RTP 3.

“Queremos que TAP seja parceiro essencial do pais, mas do país no seu todo”, atirou o chefe do Executivo. “Temos um aeroporto saturado como Portela, e temos o aeroporto Sá Carneiro. Não é boa gestão de recursos concentrar tudo num só aeroporto“, disse.

Estas declarações foram proferidas depois de a TAP ter emitido um comunicado em que recuou no plano de retoma, o qual tinha merecido duras críticas, nomeadamente de António Costa. “Não tem credibilidade qualquer plano de rotas definido pela TAP, sem a prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras definida pela República Portuguesa”, disse o primeiro-ministro.

No seguimento destas declarações, no Twitter, bem como das críticas dos restantes quadrantes políticos, mas também a preocupação demonstrada por Marcelo Rebelo de Sousa, a TAP veio anunciar que vai rever o plano.

A “companhia está empenhada e vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos, nomeadamente associações empresariais e entidades regionais de turismo, para viabilizar o maior número de oportunidades, adicionar e ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera”, diz a operadora aérea.

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Lay-off tem de evoluir em junho para deixar de penalizar rendimentos, diz Costa

Para António Costa, o regime do lay-off simplificado tem de "evoluir" a partir de junho de modo a que não se torne "um incentivo negativo" para as empresas e que deixe de penalizar os rendimentos.

O lay-off simplificado foi uma das principais medidas lançadas pelo Governo em resposta à pandemia de coronavírus e, num momento em que já está em curso o desconfinamento, é preciso que esse regime “evolua” de modo a não se tornar “um incentivo negativo”, defendeu o primeiro-ministro, esta quarta-feira. À saída de uma reunião com as confederações patronais e os sindicatos, António Costa adiantou que a medida em causa deverá sofrer agora alterações de modo também a deixar de ser “um fator de perda” dos rendimentos dos trabalhadores.

“O lay-off simplificado é uma medida que já permitiu preservar mais de 800 mil postos de trabalho. É uma medida que tem de evoluir a partir do final de junho, designadamente de forma a que não seja um incentivo negativo, para que as empresas façam o esforço que devem fazer para procurar retomar a sua atividade, e para não ser um instrumento penalizador do rendimento dos trabalhadores“, sublinhou o chefe de Executivo.

Segundo António Costa, as alterações que virão a ser aplicadas ao regime em causa deverão servir para que este mecanismo continue “eficaz na proteção dos postos de trabalho” ao mesmo tempo que, “progressivamente”, deixará “ser um fator de perda do rendimento dos trabalhadores”.

Questionado sobre as várias propostas apresentadas pelos parceiros sociais no que ao lay-off simplificado diz respeito, o primeiro-ministro não quis antecipar os detalhes da medida, tendo adiantado apenas: “Acho que conseguiremos construir uma proposta que vá ao encontro do que é necessário salvaguardar, que é a capacidade das empresas continuarem vivas, de não destruir postos de trabalho e de ir eliminando a perda de rendimento dos trabalhadores“.

O chefe de Executivo avançou, por outro lado, que a isenção da contribuição social de que beneficiam atualmente os patrões em lay-off simplificado é um dos pontos que está a ser estudado, no âmbito da revisão deste regime.

De notar que este é um mecanismo especial destinado em exclusivo aos empregadores mais afetados pela pandemia de coronavírus, permitindo a suspensão dos contratos de trabalho ou a redução da carga horária dos trabalhadores, cujos salários sofrem um corte máximo de 33%.

O”novo” lay-off simplificado é, de resto, uma das medidas incluídas no Programa de Estabilização Económica e Social, que o Governo espera aprovar, na próxima semana, em Conselho de Ministros. Esse programa, disse Costa, tem como principais pilares: a dimensão institucional (com o financiamento das regiões autónomas e das autarquias, bem como com a criação de um “verdadeiro banco de fomento); a dimensão do emprego (com o lay-off simplificado); a dimensão social (com o robustecimento do serviço nacional de saúde e com medidas destinadas à proteção de rendimentos).

O Programa de Estabilização Económica e Social deverá, além disso, “enquadrar” o Orçamento suplementar, que o Executivo deverá apresentar na Assembleia da República, na primeira quinzena do próximo mês.

(Notícia atualizada às 22h15)

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Wall Street avança com esperança na reabertura económica

  • Lusa
  • 27 Maio 2020

Os mercados norte-americanos fecharam a sessão desta quarta-feira em "terreno positivo", com os investidores animados com o desconfinamento da economia

A bolsa nova-iorquina encerrou esta quarta-feira em alta clara, com os investidores animados pela esperança de um reinício progressivo da economia sem complicações de maior e à medida que são levantadas as restrições decididas para conter a pandemia.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average subiu 2,21% para os 25.248,27 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq progrediu 0,77% para os 9.412,36. Da mesma forma, o alargado S&P500 valorizou 1,46% para as 3.036,13 unidades.

Na sessão desta quarta-feura, pela primeira vez desde o início de março, o Dow Jones terminou acima dos 25 mil pontos e o S&P500 dos três mil. “Com a ideia de que a economia está a chegar a um ponto de viragem, vê-se que os investidores se interessam por um número crescente de títulos”, observou Quincy Krosby, da Prudential Financial.

As ações particularmente afetadas no ponto mais alto da crise sanitária voltam a ser desejadas, como as da Disney, que fechou a subir 0,48%, das companhias de cruzeiro, como a Carnival (cujos títulos subiram5,90%), ou das transportadoras aéreas, como a United Airlines, que terminou a progredir 3,89%.

Ao contrário, as empresas que têm beneficiado em bolsa da suspensão da atividade económica estiveram menos brilhantes, em particular no setor da tecnologia, com a Amazon a recuar 0,47%, o serviço de videoconferência Zoom 1,24% e as empresas de bicicletas Peloton 1,51%.

Na frente dos indicadores, alguns têm-se mostrado encorajadores nos últimos dias, notou esta analista, mencionando a alta ligeira da apresentação de candidaturas a crédito imobiliário. “Podemos perguntar porquê, mas é um facto, os norte-americanos continuam a projetar e comprar casas”, comentou. “É sinal de uma confiança certa no mercado de emprego, não a curto prazo, bem entendido, mas a médio prazo”, acrescentou.

Por outro lado, os investidores continuam a apostar nos estímulos avançados pelas autoridades, além do apoio contínuo da Reserva Federal. A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, um plano de ajuda excecional, com um fundo de 750 mil milhões de euros, para apoiar a economia europeia, afetada pelo novo coronavirus. Nos EUA, os intervenientes no mercado foram encorajados pelas declarações do chefe da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, que evocou um novo plano de apoio massivo à economia.

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Executiva da AXA para emergentes vence 1ª ediçao Women in Insurance Award

  • ECO Seguros
  • 27 Maio 2020

A executiva da AXA foi distinguida pelo contributo na implementação de seguros em regiões emergentes, promovendo a inclusão financeira de populações mal servidas destes serviços.

A Associação de Genebra, um think tank da indústria seguradora, entregou o primeiro galardão do prémio anual “Women in Insurance Award” a Garance Wattez-Richard, CEO da AXA Emerging Customers pela sua contribuição na redução do fosso existente em seguros nos mercados emergentes e pelo benefício que levou a populações mal servidas.

Wattez-Richard lidera a área de Clientes Emergentes da AXA desde a sua criação, em 2016. Este departamento distribui agora seguros a 18 milhões de clientes na Ásia, África e América Latina, envolvendo mais de 50 parceiros dos setores público e privado em 10 países. Entre as conquistas alcançadas pelo projeto, a AXA protege 500.000 empresários no Egito, 75% dos quais são mulheres, e faz parcerias com o Airtel Payment Bank na Índia para proteger 3 milhões de clientes.

Charles Brindamour, CEO da Intact Financial e presidente da associação sediada em Genebra, felicitou Wattez-Richard afirmando: “A sua dedicação à promoção de seguros inclusivos terá um impacto duradouro, capacitando tanto os clientes individuais como os clientes empresariais”.

Por seu lado, a galardoada registou: “O prémio Women in Insurance Award é um reconhecimento precioso do trabalho que a minha equipa e eu temos vindo a fazer para alargar as fronteiras dos seguros e tornar a proteção relevante e acessível a mais segmentos da população mundial.”

O júri que selecionou as candidatas ao novo prémio “Mulheres em Seguros” incluiu Brian Duperreault, CEO da AIG; Dame Inga Beale, antiga CEO da Lloyd’s of London, e Lucie Martel, Directora de Recursos Humanos da Intact Financial.

Wattez-Richard iniciou a sua carreira na Comissão Europeia, tendo passado também pelo BERD (Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento). Depois da passagem pelas instituições da UE e mais alguns anos de experiência em consultoria estratégica em Londres, ingressou na Axa, onde começou por trabalhar na área de gestão de investimento. Em 2016, acompanhou a criação e assumiu a direção da nova unidade de negocio (Emerging Customers).

A edição inaugural do Women in Insurance Award foi lançado em dezembro 2019. O processo de nomeações para a edição de 2021 será aberto em novembro deste ano e as candidaturas em fevereiro de 2021.

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Passageiros que cheguem aos Açores e testem negativo dispensados de quarentena

  • Lusa
  • 27 Maio 2020

Os viajantes permanecerão em unidade hoteleira por um máximo de 48 horas até chegar o resultado do teste.

Os passageiros que desembarcam nos Açores vão ser dispensados de permanecer em isolamento profilático ou de realizar quarentena caso testem negativo ao Covid-19, ao contrário do que acontecia até agora, anunciou o presidente do Governo Regional.

“Com a maior consciência que existe e que nós acreditamos que neste momento existe do ponto de vista dos cuidados que se deve ter nessa situação, essa [a quarentena e o isolamento profilático] deixa de ser uma exigência”, disse Vasco Cordeiro hoje, no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, depois de reunir-se com as Câmaras do Comércio da região e com a Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores (AICOPA).

A medida entrará em vigor na sexta-feira.

O governante salientou ainda que para os passageiros que cheguem do exterior à região continuará a existir a “necessidade de chegar já com um teste” realizado ou de “realizar um teste à chegada”.

Nesse caso, como agora sucede, os viajantes permanecerão em unidade hoteleira por um máximo de 48 horas até chegar o resultado do teste.

O executivo açoriano anunciou no dia 16 deste mês que os passageiros que chegassem à região deixariam de ser obrigados a ficar 14 dias em confinamento numa unidade hoteleira – medida implementada desde o dia 26 de março, no âmbito do combate à propagação do surto de covid-19 –, depois de o Tribunal de Ponta Delgada ter deferido um pedido de libertação imediata (‘habeas corpus’) feito por um queixoso, que se encontrava em confinamento num hotel na ilha de São Miguel.

Posteriormente, o presidente do Governo dos Açores anunciou o alargar da medida a todos os que se encontravam atualmente em unidades hoteleiras e aos que chegarão no futuro, apresentando várias alternativas a quem chegue a São Miguel ou à Terceira: a realização de um teste ao Covid-19 à chegada é uma delas (teste a repetir ao quinto dia e ao 13.º dia depois da chegada), uma quarentena voluntária outra e o regresso ao local de origem é também uma hipótese.

A Ryanair e a SATA não estão ainda a operar entre o continente e a região, mas a TAP continua a ter ligações, embora em menor número do que o habitual, entre Lisboa e São Miguel e Lisboa e a ilha Terceira.

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Quantas pessoas cabem numa praia com as novas regras? Veja aqui os limites de cada uma

APA revelou a capacidade potencial de ocupação (número de utentes) e a respetiva classificação da dimensão de cada praia para as regiões do Algarve, Tejo e Oeste.

Com o Covid-19, ir à praia vai ser diferente este ano. Há um conjunto de regras que será preciso respeitar, sendo a principal o distanciamento social, algo que não será fácil em todas as zonas balneares. Haverá alertas luminosos consoante a ocupação, sendo que agora foi revelada a capacidade de cada uma das praias de quase todo o país.

De acordo com as contas da Agência Portuguesa do Ambiente, Nazaré (17.100), Fonte da Telha (14.500), Monte Gordo (12.600) e Carcavelos (12.100) são as que levam mais pessoas. No extremo oposto, as praia da Marinha, Tremoços e Albandeira, em Lagoa (ocupação de apenas 15, 60 e 70 pessoas, respetivamente), e a praia do Camilo em Lagos (40) são as mais pequenas.

Ao ECO, fonte oficial da APA explicou que “não haverá um semáforo à entrada da praia. A informação relativa à ocupação da praia será divulgada na aplicação Info Praia, com um sistema de cores — verde, amarelo e vermelho –, e também na praia, com colocação de uma bandeira e/ou outra sinalética apropriada, de acordo com este sistema de cores”. Diz ainda a APA que em contexto Covid-19 “garantir a distância de segurança pode implicar a redução da capacidade de ocupação do areal em determinadas praias”, enquanto nas de grande dimensão a taxa de ocupação pode aumentar porque “os utilizadores estão mais disponíveis para ocuparem uma área de areal que ultrapassa os limites das áreas de conforto”.

A APA divulgou informação detalhadas em relação à capacidade potencial de ocupação (número de utentes) e a respetiva classificação da dimensão de cada praia (grande ou pequena) para as regiões do Algarve (Barlavento e Sotavento) e Tejo e Oeste, “tendo em conta que o dia 6 de junho marca o início da época balnear para as suas praias”. Para as restantes praias, a informação será publicada em breve “considerando as respetivas datas de abertura”.

“Estas capacidades são um importante auxiliar para a gestão e utilização segura das praias, pois é a partir destes valores que pode ser dada informação – ao cidadão e às autoridades – de modo a direcionar os devidos comportamentos, de uma forma responsável”, refere a APA em comunicado.

Os critérios para determinar a capacidade das praias são: definição da área de areal utilizável para a prática balnear, tendo como referência o limite lateral das praias; avaliação da influência das marés no areal; utilização de uma área de 8,5 m2/pessoa, considerando o distanciamento físico necessário por razões sanitárias; arribas em risco e lugares de estacionamento.

Veja aqui quais os limites de ocupação nas praias das regiões Tejo e Oeste:

No Barlavento algarvio:

No Sotavento algarvio:

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Vieira da Silva: É preciso “reforçar a quantidade e qualidade” dos recursos humanos da Administração Pública

"Portugal tem de reforçar a quantidade e a qualidade dos recursos humanos da Administração Pública", defendeu Vieira da Silva, ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social.

O país tem de reforçar “a quantidade e a qualidade” dos recursos humanos da Administração Pública ou arrisca-se a enfrentar novos desafios trazidos pelo envelhecimento desses trabalhadores, defendeu esta quarta-feira José António Vieira da Silva. O antigo ministro do Trabalho esteve a participar numa conferência promovida pelo Conselho Económico e Social (CES) sobre o emprego e a proteção social, em tempos de pandemia.

“Portugal tem de reforçar a quantidade e a qualidade dos recursos humanos da Administração Pública. Se não o fizer, arrisca-se a enfrentar outras dificuldades com uma Administração Pública ainda mais envelhecida“, disse o ex-governante, que lembrou que há setores do Estado que têm uma média etária entre os seus trabalhadores superior a 50 anos.

Vieira da Silva frisou que esse investimento não passa somente por novas contratações, mas também pela simplificação e agilização desses processos de modo a que contratar, por exemplo, 100 pessoas não demore quatro anos. “Esta revolução tem de ser feita, porque com isso não vamos gastar dinheiro, vamos melhorar o desempenho”, acrescentou, considerando que esta é uma “parte fundamental” de uma política contra cíclica.

O ex-ministro do Trabalho deixou também uma nota sobre a tendência de relocalização das cadeias produtivas que poderá resultar desta crise pandémica e defendeu que Portugal e as empresas portuguesas não estão “condenados a ser os parentes deserdados” dessa situação. Isto porque há empresas portuguesas que estão inseridas em clusters, como o automóvel, e que, por isso, poderão “beneficiar da relocalização”.

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Despedimentos coletivos caem para menos de metade em maio, mas já há quase 400 mil desempregados

Foram iniciados, até ao momento, 54 processos de despedimento coletivo. No mês passado, nesta mesma altura, já tinha sido começados 120 processos.

Depois de ter disparado em abril, o número de processos de despedimento coletivos iniciados em maio caiu para menos de metade face ao mês anterior. Isto de acordo com os dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho.

Até ao dia 26 deste mês, foram iniciados 54 processos de despedimento coletivo, 20 dos quais em microempresas. No total, estão abrangidos 504 trabalhadores, dos quais 78 estavam ao serviço das tais microempresas. No mês passado, foram iniciados 140 processos nesse sentido, e só nos primeiros 26 dias de abril, já tinham sido começados 120 desses processos). Ou seja, mais do dobro do número de processos começados em março e do número de processos iniciados este mês.

Os despedimentos coletivos estão proibidos no caso das empresas que recorreram ao lay-off simplificado, regime que, segundo tem defendido o Governo, tem mitigado os efeitos da crise pandémica na evolução do desemprego.

Ainda assim, o número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) tem disparado e já está próximo da barreira das 400 mil pessoas. De acordo com os dados do GEP, há neste momento 396.987 desempregados inscritos nos serviços de emprego, mais 28 mil do que no final de março.

De notar que, apesar do número de inscritos no IEFP ter aumentado em 28.062 desempregados em maio, chegaram à Segurança Social em abril 27.273 pedidos de subsídio de desemprego.

Por outro lado, segundo o GEP, o número de empresas que recorreram ao lay-off simplificado subiu para 111.536, abrangendo um universo potencial de 1.332.114 trabalhadores. Ao abrigo do lay-off simplificado, os empregadores mais afetados pela pandemia de coronavírus podem suspender os contratos de trabalho ou reduzir a carga horária dos seus trabalhadores, que passam a ter direito a, pelo menos, dois terços do seu salário.

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UGT quer salários em lay-off a 80%, pagos a meias entre patrões e Segurança Social

A UGT propõe que os trabalhadores em lay-off recebam não dois terços do seu salário, mas quatro quintos desse ordenado. Isto se o regime for prolongdo.

Se o Governo ceder aos pedidos das confederações patronais e prolongar mesmo o lay-off simplificado por mais alguns meses, a UGT propõe que os salários garantidos aos trabalhadores enquadrados nesse regime passem a ser pagos, pelo menos, a 80%, sendo assegurados em iguais partes pela Segurança Social e pelo empregador. Atualmente, a remuneração devida, nestas circunstâncias, é a equivalente a dois terços (cerca de 66%) do ordenado original do trabalhador e é paga em 70% pelo Estado e em 30% pela empresa, em caso de suspensão do contrato de trabalho.

A UGT não é contra o lay-off. Pelo contrário, entendemos que foi uma arma importante para se manterem os vínculos laborais, independentemente de haver um milhão e 300 mil trabalhadores que, estando abrangidos pelo lay-off, perderam um terço do seu vencimento”, sublinhou o secretário-geral da UGT, em declarações aos jornalistas.

À saída de uma reunião com o primeiro-ministro, Carlos Silva frisou ainda que, se se vier a concretizar”uma segunda vaga de lay-off”, a sua sugestão é que se garantam aos trabalhadores, pelo menos, quatro quintos do seu salário (80%), pagos em parte iguais pelo Estado Social e pela entidade empregadora, uma vez que a Segurança Social “não pode ficar descapitalizada”. O ideal, disse o sindicalista, seria manter os salários a 100%, mas dessa forma o regime perderia algum sentido, admitiu o mesmo.

Segundo o líder da UGT, o Governo “não fechou a porta” a esta proposta, nem adiantou, de resto, qualquer outro ponto sobre a possibilidade de alargar o lay-off simplificado para lá de junho. “Não fechou nem abriu porta nenhuma ao prolongamento. Irá analisar os recursos disponíveis”, disse Carlos Silva.

O regime de lay-off simplificado pode ser requerido até ao final do próximo mês, mas no decreto-lei que criou esta medida o Governo já admitia deixar a porta aberta até ao final de setembro, se as condições económicas a isso exigissem. Os patrões têm exigido que o Executivo avance nesse sentido, mas o Governo não deu ainda uma resposta clara sobre esta matéria.

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Covid-19 volta a colocar em foco dívida das economias emergentes

  • ECO Seguros
  • 27 Maio 2020

É provável que as consequências da pandemia sejam ainda mais graves para as economias emergentes, sublinha a Coface focando risco do endividamento e fragilidade das finanças públicas.

Numa análise aos riscos diretos (económicos e setoriais) da pandemia no desenvolvimento dos países emergentes, a seguradora francesa de seguros de crédito à exportação nota que, embora o grau de vulnerabilidade ao choque da crise pandémica dependa de muitos fatores, o ponto de partida das finanças públicas é uma questão fundamental, uma vez que determina a capacidade de responder às diversas consequências económicas da crise.

Em primeiro lugar, segundo afirmam os autores do relatório COVID-19 swings
the spotlight back onto emerging countries debt, “os países afetados pela pandemia e cujos governos decidiram medidas de contenção obrigatórias terão de enfrentar um aumento do endividamento”, resultante da diminuição das receitas ligadas à crise do coronavírus, bem como um aumento das despesas de saúde e das despesas para mitigar as consequências económicas para a população.

A partir de 10 de abril passado, 87 países encontravam-se nesta situação, afirma a companhia. Os dependentes das receitas do turismo (com um limiar de 15% do PIB) “serão igualmente afetados pelas restrições às viagens internacionais”. A fim de evitar uma deterioração da situação sanitária, muitos implementaram medidas de contenção e fecharam as suas fronteiras aos viajantes.

O Turismo “representa, pelo menos, 15% do PIB em 45 países, incluindo Marrocos, Tunísia, México, Tailândia, Filipinas, Croácia e Camboja”, lista a Coface.

Os países emergentes dependentes das receitas provenientes da exportação de matérias-primas não agrícolas, “serão igualmente afetados”. Apesar de existir uma recuperação dos preços prevista pela Coface no segundo semestre (o custo médio do barril de petróleo Brent previsto em 2020 são 45 dólares), “a mesma é insuficiente para que os principais países exportadores equilibrem os seus saldos orçamentais e as contas correntes”, observa a análise económica.

Acresce que para além deste efeito “preço”, existe também um efeito “volume” para os países (incluindo a Arábia Saudita), que concordaram em reduzir drasticamente a sua produção a fim de limitar a dimensão da queda dos preços causada pela queda da procura. Os países exportadores de produtos de base são aqueles cujos saldos orçamentais deverão deteriorar-se mais este ano (respetivamente -15% e -16% do PIB para a Argélia e Omã, de acordo com os dados do FMI), nota a instituição francesa.

Atualmente, de acordo com a instituição que também opera em consultoria de risco, “nove países são afetados por 3 destas 4 fontes de vulnerabilidade: África do Sul, Argélia, Angola, Equador, Líbano, Mauritânia, Omã, Tunísia e Venezuela”.

O financiamento adicional previsto pelas organizações internacionais (nomeadamente o FMI) e os ajustamentos da dívida anunciados pelos países credores, “ajudarão muitos países de baixos rendimentos, mas provavelmente representará pouco para os principais países emergentes”, adverte o estudo.

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