Costa diz que o Governo está disponível para negociar e “introduzir melhorias” no Orçamento

"É natural que outros partidos queiram ainda introduzir melhorias [à proposta de Orçamento]. Estamos disponíveis para que isso aconteça", disse António Costa.

O Executivo de António Costa diz estar disponível para que “outros partidos” introduzam “melhorias” na proposta de Orçamento do Estado para 2021 apresentada por João Leão esta segunda-feira, na Assembleia da República. Este sinal é dado pelo primeiro-ministro numa altura em que ainda não está garantida a aprovação do documento, com o Bloco de Esquerda a avisar que, como está, a proposta não será viabilizada pelos bloquistas.

“É um bom orçamento. O Governo sempre disse que está disponível para negociar até à votação final global as medidas que permitam melhorar o orçamento. Foi isso que fizemos. O que é essencial das propostas que nos foram apresentadas conta da proposta de lei do Orçamento”, começou por notar o chefe do Executivo.

Mas, “é natural que outros partidos queiram ainda introduzir melhorias. Estamos disponíveis para que isso aconteça“, acrescentou António Costa, à saída do Conselho de Ministros.

A proposta de Orçamento do Estado para 2021 foi apresentada, esta segunda-feira, pelo Governo, estando marcada para 28 de outubro a votação na generalidade.

O Bloco de Esquerda já avisou que, como está o documento, para os bloquistas, não será possível viabilizar a aprovação do documento em questão. Por sua vez, o PCP ainda não indicou qual será o seu sentido de voto.

Tudo somado, ainda não está garantida a aprovação da proposta orçamental. O PS, que conta com 108 deputados, precisa dos votos favoráveis de outros oito parlamentares ou da abstenção de outros 15 para conseguir “luz verde” ao Orçamento do Estado para o próximo ano.

(Notícia em atualizada às 14h20)

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Das máscaras aos casamentos e às multas de 10 mil euros. Estas são as oito medidas do Governo para travar a Covid-19

Primeiro-ministro António Costa anunciou regras mais apertadas que foram decididas no Conselho de Ministros. Medidas entram em vigor esta quinta-feira e serão reavaliadas dentro de 15 dias.

O agravamento do número de casos de Covid-19 levou o Governo a decidir oito novas medidas, que considera necessárias para limitar a doença. A principal é o agravamento da situação do país para estado de calamidade, sendo que haverá também menos ajuntamentos, mais máscaras e um controlo mais alargado.

“Em toda a Europa, temos vindo a verificar um agravamento progressivo e consistente da situação da pandemia de Covid-19 desde meados de agosto. Infelizmente, Portugal não é exceção e podemos classificar a evolução da pandemia no nosso país como uma evolução grave”, começou por dizer o primeiro-ministro António Costa, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros.

Face a esta situação, o Governo definiu oito “decisões fundamentais” com o objetivo de “reforçar o sentido coletivo de prevenir a expansão da pandemia”. São as seguintes:

  1. Elevar o nível de alerta para o estado de calamidade, habilitando o Governo a adotar, sempre que necessário, novas medidas que se justifiquem para limitar a pandemia;
  2. Já ao abrigo do estado de calamidade, a partir das 24h, deixarão de poder haver ajuntamentos de mais de cinco pessoas na via pública, espaços de natureza comercial e restauração;
  3. Limitar eventos de natureza familiar, como casamentos ou batizados, a um máximo de 50 participantes (que terão de usar máscara e observar distanciamento social);
  4. Nos estabelecimentos de ensino, passam a estar proibidos os festejos académicos e atividades não letivas, incluindo receção ao caloiro;
  5. As forças de segurança e a ASAE vão reforçar a fiscalização das medidas na via pública, estabelecimentos comerciais e restaurantes;
  6. Serão agravadas até 10 mil euros as coimas aplicáveis a pessoas coletivas, especialmente restauração, que não assegurem cumprimento das regras de lotação e afastamento;
  7. É “vivamente” recomendado a todos os cidadãos o uso de máscara comunitária na via pública, sempre que haja outras pessoas, e também a utilização da aplicação Stayaway Covid (incluindo a comunicação na app sempre que haja um teste positivo);
  8. O Governo vai ainda apresentar à Assembleia da República uma proposta de lei com caráter de urgência para que seja obrigatório o uso de máscara na via pública, bem como o uso da app em contexto laboral, escolar e académico, pelas forças armadas e de segurança e na administração pública.

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Proibidos ajuntamentos com mais de 5 pessoas na rua, restaurantes e espaços comerciais

Com a passagem do país ao estado de calamidade, os ajuntamentos vão passar a ser limitados a cinco pessoas. Este limite aplica-se à via pública, a espaços de natureza comercial e à restauração.

Com a passagem do país ao estado de calamidade, os ajuntamentos vão passar a ser limitados a cinco pessoas, metade do que era permitido até aqui. Este limite aplica-se à via pública, mas também a espaços de natureza comercial e à restauração, anunciou o primeiro-ministro esta quarta-feira.

O número de casos de infeção disparou nos últimos dias, com a Direção-Geral de Saúde (DGS) a registar mais de mil casos por dia. Face a esta situação, o Governo decidiu passar o país do estado de contingência para o estado de calamidade, uma decisão que foi anunciada em conferência após o Conselho de Ministros.

Os ajuntamentos foram um dos pontos discutidos pelo Executivo. Assim, em vez de 10 pessoas como era permitido até aqui, a partir das 24h desta quarta-feira os ajuntamentos só serão permitidos até cinco pessoas, uma regra que se aplica à via pública, mas também aos centros comerciais, lojas e restaurantes.

Em eventos de natureza familiar, como casamentos ou batizados marcados a partir desta quarta-feira, só serão permitidas até 50 pessoas, anunciou António Costa.

O não cumprimento destas regras implica o pagamento de coimas. As multas podem chegar aos 10.000 euros no caso das pessoas coletivas. O primeiro-ministro deu mesmo especial destaque ao setor da restauração.

Outras das medidas anunciadas pelo Executivo foi o uso de máscara na via pública. Até aqui esta era uma medida recomendada, mas o Governo pretende ir mais além. Vai apresentar na Assembleia da República uma proposta de lei para determinar a obrigatoriedade do uso de máscara na rua.

(Notícia atualizada às 13h51 com mais informação)

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Cisco, DHL Express e Hilton são as melhores empresas do mundo para trabalhar

A Cisco, a DHL Expresso e o grupo Hilton lideram o pódio das melhores empresas do mundo para trabalhar segundo a "Great Place to Work". Os níveis de confiança foram os mais altos da última década.

Mais de 10,2 milhões de trabalhadores de 92 nacionalidades, em 97 países. Todos, um por um, foram inquiridos e elegeram a melhor empresa para trabalhar. A Cisco, a DHL Express e o Hilton lideram o pódio das melhores empresas do mundo para trabalhar, pela Great Place to Work. No top 10 do ranking global, seguem-se, por ordem, a Salesforce, a Stryker, a Mars, o Grupo Adecco, Mercado Libre, a SAS e a EY. Apesar da pandemia, o ranking de 2020 registou os níveis de confiança e de camaradagem mais altos da última década.

Entre as 25 melhores do mundo, mais de metade opera em Portugal, como é o caso do Santander, da Deloitte ou do grupo Marriott que também figuram na lista.

“As melhores empresas do mundo para trabalhar estão à altura dos desafios de 2020 de maneiras verdadeiramente incríveis, colocando as suas pessoas em primeiro lugar. Estas empresas têm os mais altos níveis de confiança e as culturas mais inclusivas do mundo. Elas não só sobreviveram a 2020, como aproveitaram a oportunidade para se tornarem melhores: para comunicarem de formas diferentes, aprofundarem o compromisso com a comunidade e para serem criativos a forma como cuidam das suas pessoas”, refere a organização no comunicado oficial.

Apesar da pandemia que atingiu principalmente o setor do turismo, o grupo hoteleiro Hilton conseguiu ocupar o terceiro lugar das melhores empresas para trabalhar. “O gigante hoteleiro Hilton, com 6.200 hotéis em todo o mundo, não ficou imune. A questão é: como é que a empresa responde? Como preservar a confiança, a cultura e valores do trabalho, tais como a hospitalidade, a integridade e o trabalho em equipa? Com preocupação e criatividade”, refere a organização no relatório oficial.

O relatório destaca ainda que os resultados deste ano provam que “empresas mais humanas provaram conseguir ser mais resilientes e, em consequência, mais lucrativas.”

As empresas mais humanas provaram conseguir ser mais resilientes e, em consequência, mais lucrativas.

Great Place to Work

Em setembro, a multinacional Cisco e a cadeira hoteleira Hilton já tinham sido consideradas as melhores empresas para trabalhar na Europa, pelo mesmo ranking. Entre as 25 melhores empresas para trabalhar na Europa, dez operam em Portugal.

A Cisco emprega atualmente mais de 79.300 pessoas em todo o mundo, a DHL Express tem 104.000 colaboradores em todo o mundo e a cadeia hoteleira Hilton emprega no conjunto mais de 173.000 pessoas.

Pode consultar a lista completa das melhores empresas do mundo para trabalhar aqui.

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Governo quer máscaras obrigatórias na via pública

O primeiro-ministro António Costa diz que vai apresentar na Assembleia da República uma proposta de lei que determine a obrigatoriedade do uso de máscara na via pública.

Aquela que até agora era uma recomendação deverá passar a ser obrigatória. O Governo pretende que o uso de máscara na via pública passe a ser obrigatório como medida para tentar travar a progressão do novo coronavírus. O primeiro-ministro disse, esta quarta-feira, que vai apresentar na Assembleia da República uma proposta de lei que determine essa obrigatoriedade. Também a aplicação StayAway Covid deverá passar a ser obrigatória em contexto laboral adiantou ainda António Costa.

O anúncio foi feito esta quarta-feira à saída do Conselho de Ministros onde foi decidido ainda agravar o nível de alerta do país, colocando todo o território nacional em estado de calamidade.

Durante a conferência de imprensa, onde enumerou um conjunto de oito medidas tomadas em Conselho de Ministros para conter a Covid-19 em Portugal, o primeiro-ministro começou por “recomendar vivamente a todos os cidadãos o uso de máscara comunitária na via pública sempre que haja outras pessoas” mas também “a utilização da aplicação StayWay Covid e a comunicação através desta aplicação sempre que haja um teste positivo”.

Mas logo de seguida anunciou que o Governo vai apresentar à Assembleia da República uma proposta de lei para a qual solicitará uma “tramitação de urgência” para que “seja imposta a obrigatoriedade do uso da máscara na via pública“, salvaguardando que essa obrigatoriedade se deverá aplicar “com o óbvio bom senso só nos momentos em que há mais pessoas na via pública”.

A obrigatoriedade também se irá aplicar na utilização da aplicação StayWay Covid “em contexto laboral, escolar e académico, nas forças armadas e nas forças de segurança, e no conjunto da administração pública“, explicou ainda o primeiro-ministro.

A proposta será entregue no Parlamento ainda hoje ou amanhã de manhã.

(Notícia atualizada às 13h57)

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Portugal passa de estado de contingência a calamidade face a “evolução grave da pandemia”

O Governo decidiu elevar o nível de alerta do país. Todo o território nacional passa a estado de calamidade, anunciou o primeiro-ministro.

O Governo decidiu agravar o nível de alerta do país, colocando todo o território nacional em estado de calamidade. A alteração foi anunciada, esta quarta-feira, pelo primeiro-ministro, à saída do Conselho de Ministros.

“Em toda a Europa, temos vindo a verificar um agravamento progressivo e consistente da situação da pandemia de Covid-19 desde meados de agosto. Infelizmente, Portugal não é exceção e podemos classificar a evolução da pandemia no nosso país como uma evolução grave”, disse António Costa.

O chefe do Executivo sublinhou que é “consensual na sociedade portuguesa” que é preciso evitar “sacrificar aquilo que é essencial”, isto é: A capacidade do Serviços Nacional de Saúde responder ao doentes Covid e não Covid; A necessidade de prosseguir “sem incidentes ou novas interrupções” as aulas; E evitar medidas que agravem a crise, que ameaça o emprego e os rendimentos.

“Temos por isso de assentar o controlo da pandemia nos comportamentos individuais e no apelo à responsabilidade individual. Neste sentido, o Conselho de Ministros [decidiu] elevar o nível de alerta da situação de contingência para o estado de calamidade em todo o território nacional, habilitando o Governo a poder adotar, sempre que necessário, as medidas que se justifiquem para conter a pandemia, desde restrições de circulação a outras medidas que venham a ser justificadas”, avançou António Costa.

Além deste agravamento do nível de alerta, o Conselho de Ministros aprovou sete outras medidas:

  • Proibir ajuntamentos com mais de cinco pessoas na via pública;
  • Limitar os eventos de natureza familiar marcados a partir desta quarta-feira a um máximo de 50 participantes;
  • Proibir festejos académicos e atividades de caráter não letivo, como cerimónias de receção de caloiros;
  • Determinar às forças de segurança e à ASAE o reforço da fiscalização;
  • Agravar em até 10.000 euros as coimas aplicáveis às pessoas coletivas, particularmente aos estabelecimentos comerciais e de restauração, que não assegurem as regras quanto à lotação e ao distanciamento;
  • Recomendar o uso de máscara comunitária na via pública e a app Stayaway Covid;
  • E apresentar à Assembleia da República uma proposta de lei para que seja imposta a obrigatoriedade do uso da máscara na via pública e o uso da referida app em contexto laboral, escolar e académico, nas forças armadas e de segurança e na Administração Pública.

O primeiro-ministro garantiu, por outro lado, que não estão previstas alterações na organização do trabalho, isto é, nem está previsto, por agora, o alargamento da obrigatoriedade do desfasamento dos horários de trabalho a outras regiões (além da área metropolitana de Lisboa e do Porto), nem está previsto o regresso da obrigatoriedade do teletrabalho, como foi imposto nos meses de confinamento. “Não planeamos alterar as regras sobre o teletrabalho, nem sobre os horários. Acho que precisamos de estabilidade”, afirmou António Costa.

(Notícia atualizada às 14h18)

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DGS reduz isolamento de 14 para dez dias em casos ligeiros ou assintomáticos

  • ECO
  • 14 Outubro 2020

A Direção Geral da Saúde (DGS) reduziu de 14 para dez dias o período de isolamento dos casos ligeiros ou assintomáticos de coronavírus. Mas há critérios a cumprir.

O período de isolamento para casos ligeiros ou assintomáticos de coronavírus vai ser reduzido de 14 para dez dias, anunciou esta quarta-feira a Direção-Geral de Saúde (DGS), citada pelo Público. Ainda assim, dentro destes casos, há critérios a cumprir.

As pessoas com Covid-19 ligeira ou moderada podem, assim, sair do isolamento ao fim de dez dias a contar desde o início dos sintomas, lê-se na norma publicada esta quarta-feira pela DGS. Contudo, para isso, estes doentes não podem estar a utilizar antipiréticos durante três dias consecutivos e têm de apresentar uma melhoria sigificativa dos sintomas durante três dias consecutivos.

“Para os doentes com Covid-19 assintomática, isto é, pessoas sem qualquer manifestação clínica de doença à data do diagnóstico laboratorial e até ao final do seguimento clínico, o fim das medidas de isolamento é determinado dez dias após a realização do teste laboratorial que estabeleceu o diagnóstico de Covid-19“.

Contudo, as pessoas com doença grave ou crítica são obrigadas a cumprir um isolamento de 20 dias a contar do aparecimento dos sintomas. O mesmo se aplica às pessoas em situações de imunodepressão grave, independentemente da gravidade da doença.

(Notícia atualizada às 13h23 com mais informação)

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FMI prevê défice de 8,4% em 2020. Está mais otimista que Leão para 2021

Tal como fez para o PIB, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também piorou as previsões para Portugal do défice orçamental e da dívida pública em 2020 e 2021.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista com a evolução da economia portuguesa, como mostraram as previsões divulgadas esta terça-feira, e com o andamento das contas públicas. A instituição prevê agora que Portugal registe um défice de 8,5% do PIB em 2020, baixando para 2,7% em 2021. A dívida pública deverá subir para os 137,2% do PIB em 2021, encolhendo para os 130% em 2021.

No Fiscal Monitor, documento produzido pelo departamento liderado pelo ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar, divulgado esta quarta-feira, o FMI traça um cenário mais negativo para Portugal do que aquele que antecipava em abril, a última vez em que divulgou previsões orçamentais para o Estado português.

No caso do saldo orçamental, em abril o FMI previa um défice de 7,1% do PIB em 2020 e de 1,9% em 2021. Ambas as previsões deterioraram-se entretanto para 8,4% em 2020 e 2,7% em 2021, de acordo com as novas previsões. A expectativa do FMI é que o défice continue a diminuir para 1,6% em 2022 e 0,7% em 2023.

Dentro das despesas e das receitas do Estado, o FMI prevê que a despesa pública suba para os 50,5% do PIB em 2020 por causa da queda do PIB e do aumento dos gastos públicos, ficando, ainda assim, abaixo do pico de 51,7% do PIB atingido em 2014. No OE 2021, o Governo prevê que o rácio da despesa não ultrapasse os 49,9% do PIB em 2020.

No caso da dívida pública, o mesmo acontece: a previsão de 135% para 2020 dá agora lugar a 137,2% do PIB e a de 128,5% em 2021 é substituída por 130%. A trajetória de descida continuará até 2025, ano em que o rácio deverá descer para os 115,9% do PIB, abaixo dos 117,7% do PIB registado em 2019, antes da pandemia. Ou seja, a dívida pública demorará cerca de cinco anos a recuperar do choque da Covid-19.

As previsões do Fundo para 2020 são mais pessimistas do que as do Governo, ainda que seja de assinalar que estas previsões foram concluídas antes da apresentação do OE 2021. O Ministério das Finanças conta que o défice orçamental não ultrapasse os 7,3% do PIB e que a dívida pública chegue aos 134,8% do PIB.

Contudo, para 2021, o FMI está mais otimista do que João Leão ao prever um défice de 2,7%, abaixo dos 4,3% previstos na proposta do Orçamento do Estado para 2021, e uma dívida pública de 130%, inferior aos 130,9% antecipados pelo Governo.

Esta terça-feira o Fundo revelou que prevê uma contração económica de 10% e uma recuperação de 6,5%, ambos valores superiores aos -8,5% e 5,4%, respetivamente, previstos pelo Executivo.

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Governo admite recorrer aos privados para travar a Covid-19

  • ECO
  • 14 Outubro 2020

Lacerda Sales diz que há hospitais que estão a sentir pressão com aumento de novos casos de Covid-19. Mas garante que o SNS ainda tem capacidade de resposta, mas não descarta recurso aos privados.

O Governo admitiu esta quarta-feira recorrer ao setor privado e social se os casos de Covid-19 esgotarem os recursos públicos. Em entrevista ao Fórum TSF (acesso livre), o secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ainda tem capacidade de resposta, mas não deixa de parte essa possibilidade.

Em função das necessidades, o Ministério da Saúde estará sempre disponível para trazer o setor social e o setor privado. Podem ser importantes na resposta Covid, mas também na resposta não-Covid. Estes setores podem complementar o SNS no combate à pandemia”, assumiu António Lacerda Sales, no Fórum TSF. Esta foi uma das críticas lançadas pela líder parlamentar do CDS-PP sobre a proposta do Orçamento de Estado para 2021 do Executivo, acusando-o de preferir “continuar a apostar num preconceito contra o setor privado”.

Ainda que os números da pandemia estejam a aumentar em Portugal, o responsável assegura que o SNS ainda tem capacidade de resposta, com os hospitais a terem “taxas de ocupação na ordem dos 70%, quer ao nível dos internamentos, quer das Unidades de Cuidados Intensivos”. “Estamos a trabalhar em rede, o que significa que quando os recursos não estiverem disponíveis para um determinado doente, haverá outro hospital que dará resposta a essa necessidade”, garantiu.

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Intensidade carbónica da economia portuguesa cai 7,2% em 2018

Em 2018, Portugal emitiu 337 toneladas de CO2 equivalente por cada milhão de euros do PIB nacional, num total de 69 biliões de toneladas de CO2 equivalente só nesse ano. 

De acordo com os dados revelados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a intensidade carbónica da economia portuguesa diminuiu 7,2% em 2018 face ao ano anterior, para 337 toneladas de CO2 equivalente por cada milhão de euros do PIB nacional.

Em 2018, o PIB de Portugal saldou-se em 204,3 mil milhões de euros, o que equivale a uma intensidade carbónica de 69 biliões de toneladas de CO2 equivalente só nesse ano.

Já a nível global, o Potencial de Aquecimento Global diminuiu 4,5% em 2018, apesar do crescimento de 2,7% da atividade económica. Estes são os principais resultados das Contas das Emissões Atmosférica 1995-2008, agora divulgadas.

Olhando mais em pormenor para a intensidade das emissões por ramo de atividade, em 2018 registou-se uma redução de 18,4% na energia, água e saneamento, face a 2017, mas este setor continua a ser o que mais polui em Portugal. Segue-se a agricultura, silvicultura e pesca, a indústria, os transportes, informação e comunicação e a construção.

A intensidade carbónica da economia quantifica a relação entre as emissões do Potencial de Aquecimento Global necessárias para a obtenção de todos os bens e serviços produzidos.

Além do Potencial de Aquecimento Global ter caído 4,5%, também os outros indicadores ambientais apresentaram decréscimos, refere o INE, tais como o Potencial de Acidificação (-2,4%) e o Potencial de Formação de Ozono Troposférico (-1,6%). Ao mesmo tempo, e em sentido contrário, a atividade económica (medida pelo Valor Acrescentado Bruto) cresceu 2,7%, em termos reais. Ou seja, é possível existir crescimento económico e travar o potencial de aquecimento global, como mostram estes dados.

“Registou-se, assim, uma redução do impacto ambiental com o crescimento económico, contrariamente ao que tinha sucedido em 2017”, conclui o INE, esclarecendo que o Potencial de Aquecimento Global é calculado através da combinação dos gases que mais contribuem para o aquecimento global: dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O),
metano (CH4), hidrofluorocarbonetos (HFC), perfluorocarbonetos (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF6).

Revelam as Contas das Emissões Atmosférica que este indicador atingiu 66,9 milhões de toneladas de equivalente de CO2 em 2018. Nesse ano, as emissões para a atmosfera de dióxido de carbono, óxido nitroso e metano diminuíram 6,0%, 0,8% e 0,5%, respetivamente, face a 2017. Já as emissões de outros gases aumentaram 4,4%.

No entanto, apesar da diminuição verificada em 2018, o Potencial de Aquecimento Global “ainda se encontra acima dos valores observados em 2013-2014”, reforça o INE. Desde 1999, o ramo de atividade económica que mais contribui para este indicador é o da energia, água e saneamento (32,2% em 2018). Ainda assim, foi também o setor que mais reduziu as suas emissões (-11,4%).

Olhando para cada tipo de gás poluente, os ramos da energia, água e saneamento e da indústria são os que mais emitem CO2 (16,8 milhões e 14,6 milhões de toneladas, respetivamente), representando no seu conjunto 61,3% do total das emissões de CO2 para a atmosfera.

Agricultura, silvicultura e pesca emitiram as maiores quantidades de metano e óxido nitroso, 75,9% e 48,1% dos respetivos totais.

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Douro Azul compra navio Vasco da Gama

Mário Ferreira compra navio britânico em leilão. Vasco da Gama vai operar para os mercados britânico, alemão e português. "Uma boa oportunidade que permite criar experiências mais personalizadas".

A Mystic Cruises, empresa de cruzeiros da Mystic Invest, holding que pertence ao empresário Mário Ferreira, adquiriu, num leilão no Reino Unido, o navio Vasco da Gama. Uma aposta que permite ao empresário, que foi recentemente nomeado personalidade o ano na indústria dos cruzeiros, expandir a sua frota de paquetes e aumentar a oferta de cruzeiros oceânicos.

“A compra do Vasco da Gama foi uma boa oportunidade porque o nosso foco são os navios de cruzeiro de menor dimensão, com menos de mil passageiros e que nos permitem criar experiências mais personalizadas, seguras e intimistas para os nossos hóspedes”, disse Mário Ferreira, presidente da MysticInvest Holding, empresa à qual pertence a Mystic Cruises e a Douroazul, citado em comunicado.

Atualmente ancorado em Tilbury, no Reino Unido, o navio irá operar para os mercados britânico, alemão e português sob a alçada da Mystic Cruises. Para Mário Ferreira é uma “excelente aquisição”. “O nosso posicionamento passa por oferecer uma experiência íntima, segura e de grande valor para os nossos hóspedes e acreditamos que o Vasco da Gama será uma excelente adição à nossa frota de cruzeiros oceânicos”, completou Mário Ferreira, que é também acionista do ECO.

Com a aquisição do Vasco da Gama, a Mystic Cruises adiciona mais um navio à sua frota que é atualmente composta pelos navios MS World Explorer (lançado em 2019) e pelo MS World Voyager que foi entregue em agosto, mas devido à pandemia ainda não navegou com passageiros.

O navio Vasco da Gama tem capacidade para aproximadamente mil passageiros e 550 tripulantes, pesa 55.451 toneladas, tem 14 pisos, 219 metros de comprimento, 30,8 metros de boca e 40 metros de altura. Para além da capacidade, o navio tem duas piscinas, courts de ténis, voleibol e basquetebol, ginásio, SPA, seis restaurantes, uma sala para espetáculos em dois níveis, quatro locais de entretenimento diferentes, um casino, cinema e vários outros salões, cafés e bares.

Para além de todas as comodidades, o Vasco da Gama está atualmente equipado com 600 cabines, praticamente todas com vista mar e varanda privada. O navio tem 120 cabines superiores ou premium com varanda e 29 deluxe suites também com varanda, incluindo uma luxuosa royal penthouse suite com mais de 100 metros quadrados. Também estão disponíveis 36 cabines interligadas que criam 18 pares de quartos adjacentes, ideais para famílias que queiram desfrutar de uma experiência de cruzeiro.

A Mystic Cruises, apesar do momento atual de retração do mercado devido à Covid-19, manteve os níveis de investimento na construção de navios novos em Viana do Castelo que rondam os 100 milhões de euros, tendo já mais dois novos navios da classe Explorer em fase adiantada de construção. O MS World Navigator, que se encontra já na fase final de acabamentos e testes, será entregue em abril de 2021 e irá operar exclusivamente para o mercado americano, sob a marca Atlas Ocean Voyages. Em junho de 2022, também para operar sob a marca da Atlas, a Mystic Cruises irá receber o MS World Traveller.

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PME portuguesas das maiores beneficiárias de apoios europeus

  • Lusa
  • 14 Outubro 2020

Portugal é dos principais beneficiários da UE do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional para pequenas e médias empresas, tendo recebido cerca de cinco mil milhões de euros nos últimos 7 anos.

Portugal é dos principais beneficiários da União Europeia (UE) do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) para pequenas e médias empresas, tendo recebido cerca de cinco mil milhões de euros nos últimos sete anos, segundo o Tribunal de Contas Europeu.

A informação foi divulgada esta quarta-feira pelo Tribunal de Contas Europeu (TCE) para marcar o início de uma auditoria sobre a utilização do financiamento da UE destinado às pequenas e médias empresas (PME).

Em comunicado, o TCE explica que, do montante total do FEDER destinado às PME, que é de perto de 55 mil milhões de euros durante o período orçamental de sete anos em curso (2014-2020), Portugal é um dos países da UE que mais beneficia, de acordo com a antevisão da auditoria.

Os principais beneficiários são a Polónia (cerca de 11 mil milhões de euros), seguida de Itália, Espanha e Portugal (entre 4,5 mil milhões de euros e 5,5 mil milhões de euros cada um)”, precisa a estrutura na nota de imprensa, ressalvando que “estes montantes incluem quase 26 mil milhões de euros para aumentar a competitividade das PME”.

Estes são os primeiros dados da auditoria, cujos resultados finais serão publicados num relatório a ser divulgado no outono de 2021. O objetivo do TCE é, assim, “avaliar se o apoio concedido pela Comissão Europeia a partir do FEDER garante ganhos competitivos duradouros para as empresas em fase de arranque e em fase de expansão”.

Além disso, o tribunal vai “verificar se os Estados-membros canalizam este financiamento para destinatários relevantes, se dão resposta às necessidades mais pertinentes e se os projetos financiados estão a apresentar resultados”, de acordo com o comunicado.

“A nossa auditoria está orientada para ajudar a Comissão e os Estados-membros a utilizarem melhor o FEDER, de modo a tornarem as PME da UE mais competitivas, mais resistentes e mais preparadas para o futuro”, afirma o responsável pela auditoria do TCE, Pietro Russo, citado pelo comunicado de imprensa.

Relacionando com a atual crise causada pela pandemia de covid-19, Pietro Russo, destaca o “papel de relevo que o financiamento do FEDER desempenha em alguns Estados-membros no apoio às empresas em fase de arranque e em fase de expansão”.

Normalmente, para realizar estas auditorias, auditores do TCE deslocam-se aos Estados-membros.

Fonte do gabinete de imprensa do tribunal indicou à Lusa que, “se as circunstâncias de saúde pública permitirem, os auditores planeiam visitar uma amostra de Estados-membros, incluindo a Polónia e Portugal”.

Da auditoria vai ainda constar uma avaliação inicial sobre apoio dado às PME através do pilar da política de coesão da UE no próximo orçamento de longo prazo (2021-2027).

Os dados mais recentes, de 2018, indicam que existem mais de 25 milhões de PME na UE, responsáveis por empregar cerca de 98 milhões de pessoas e gerar aproximadamente 56% do valor acrescentado total.

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