Pedro Sánchez quer que Espanha seja “nação empreendedora” até 2030

Primeiro-ministro espanhol esteve no Web Summit a detalhar a estratégia para o empreendedorismo do país, muito relacionada com a criação de emprego e a retenção de talento.

Pedro Sánchez quer que Espanha seja, até 2030, uma “nação empreendedora”. O primeiro-ministro espanhol esteve, na tarde desta quinta-feira, no Web Summit from Lisbon, e detalhou os pilares fundamentais da estratégia empreendedora para o país.

“O empreendedorismo é o driver chave da inovação”, assinalou o responsável espanhol. “Decorrente da pandemia, cada país está a lutar contra a crise económica. E o empreendedorismo tem um tremendo potencial para a criação de empregos, e de empregos de qualidade”, sublinhou Pedro Sánchez, assinalado que 60% dos postos de trabalho criado por tecnológicas no país são empregos permanentes.

Para o primeiro-ministro espanhol, a transformação de Espanha em nação empreendedora até 2030 passa por um princípio básico: “não deixar ninguém para trás”. Assim, impõe-se um posicionamento diferente e quatro objetivos fundamentais: aumentar o investimento em startups, fazer de Espanha um país ideal para formar, atrair e reter talento nacional e internacional para profissionais de topo, promover a escalabilidade de empresas e de produtos e, finalmente, investir no setor público empreendedor.

Espanha foi um dos países que competiram contra Portugal na disputa da localização do Web Summit, em 2018, dois anos depois de o evento ter deixado Dublin para se mudar para Lisboa. No entanto, no final da “competição”, Lisboa acabou por vencer apesar de, afirmou na altura Paddy Cosgrave, Espanha ter oferecido mais dinheiro para poder organizar a conferência. A resiliência e o envolvimento das autoridades portuguesas e da população foram chave para a decisão da equipa. O acordo assinado entre a organização e o Governo português prevê um contrato de permanência do Web Summit em Lisboa até 2028 e um investimento anual de 11 milhões de euros, que foi mantido este ano apesar de a edição ser realizada 100% online.

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Estes vão ser os primeiros portugueses a ser vacinados

A primeira fase de vacinação, que arranca em janeiro, deverá abranger 950 mil pessoas e a segunda cerca de 1,8 milhões de portugueses, explicou Francisco Ramos, coordenador do Plano de Vacinação.

Já está definido quais serão os portugueses que vão receber a vacina contra a Covid-19 em primeiro lugar.

O Governo apresentou esta quinta-feira o plano nacional de vacinação contra a Covid-19, um plano que se será universal, gratuito e facultativo. Mas ainda assim foi necessário definir prioridades para quem vai receber as primeiras vacinas, ministradas nos cerca de 1.200 centros de saúde que existem no país, de um montante global que será de 22 milhões, e que deverá custar até 200 milhões de euros.

Uma primeira fase vai começar em Janeiro e deverá estender-se ao longo do mês de fevereiro, isto num cenário otimista, abrangendo 950 mil pessoas organizadas nestes subgrupos:

  • pessoas com 50 ou mais anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório. Este grupo abrange cerca de 450 mil pessoas com vulnerabilidades pré-existentes.
  • residentes em lares e internadas em unidades de cuidados continuados e os respetivos profissionais, que deverão ser cerca de 250 mil pessoas, e que serão vacinadas nas respetivas unidades em que se encontram.
  • profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados e profissionais das Forças armadas e de segurança (serviços críticos e cuja elencagem ainda tem de ser afinada, que deverão somar cerca de 300 mil pessoas.

Numa segunda de vacinação, decorrer de março a abril ou de junho a julho, estarão abrangidas 2,7 milhões de pessoas que se distribuem da seguinte forma:

  • Com 65 ou mais anos sem qualquer outra patologia, reconhecendo que os idosos são o grupo mais vulnerável. Neste patamar são abrangidas 1,8 milhões de pessoas.
  • E dos 50 até aos 64 as pessoas com diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade, hipertensão arterial e ainda com a possibilidade de se vir a incluir outras patologias. Este grupo abrange 900 mil pessoas.

A terceira fase deverá ser o resto da população se for possível confirmar o ritmo de abastecimento de vacinas com que o Governo está a trabalhar. Se o ritmo for mais lento então será necessário voltar a criar novos grupos prioritários, explicou Francisco Ramos, coordenador do Plano de Vacinação.

(Notícia atualizada às 11h45 de sexta-feira, dia 4 de dezembro, com dados do Plano do Governo).

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Tecnologia pode desbloquear potencial de África, diz filha de Mandela

A tecnologia será fundamental para aproveitar os recursos naturais do continente africano, nomeadamente através da sua aplicação na agricultura, defendeu Makaziwe Mandela na Web Summit.

Makaziwe Mandela, filha de Nelson Mandela fundadora da House of Mandela Family Foundation, foi uma das oradoras na Web Summit, esta quinta-feira. Destacou o potencial da agricultura para criar riqueza no continente africano, fez um apelo aos Governos africanos, e lembrou a urgência de se aproveitarem os seus recursos naturais, através da aposta na manufatura local e da tecnologia nos processos agrícolas.

O potencial do continente africano está na agricultura”, começou por sublinhar Makaziwe Mandela, no início da sua intervenção.

Vejo um grande papel da tecnologia em África e acho que a colaboração com algumas empresas como a Google, que já está presente no país [África do Sul], e as parcerias com empresas tecnológicas locais, será uma forma de desbloquear o potencial que existe em África”, destacou Makaziwe Mandela.

Se formos capazes de utilizar a tecnologia, seremos capazes de beneficiar mais dos recursos que produzimos. Estamos a perder o potencial no que diz respeito a produzir alimentos no continente e isso inclui África do Sul”, reforçou a filha de Mandela, que destacou a necessidade de potenciar o acesso à tecnologia em todo o continente e, além da exploração dos recursos, apostar na produção local. Aqui, a tecnologia pode ter um papel fundamental, reforçou.

Para ilustrar, deu o exemplo do Gana onde, em 2019, foi descoberto petróleo. “Há muitos artesãos a minar o ouro, mas o ouro é exportado. Até mesmo com o petróleo, há muitas indústrias que podem ser geradas pelo petróleo, mas não estão a ser exploradas”, sublinhou.

Makaziwe Mandela revelou ainda que, através da Nelson Mandela Foundation, está apostada em fazer chegar os últimos avanços tecnológicos às zonas mais rurais e apostar na educação das populações. Contudo, os resultados a nível continental só serão alcançados com a partilha de conhecimento entre os vários países africanos, com o apoio dos governos, ressalvou.

“A pandemia mostrou a necessidade de colaborarmos e de nos apoiarmos uns aos outros“, reforçou. Os governos devem focar-se em desenvolver as capacidades das suas pessoas. Todos os países conseguem ser autossuficientes até certo ponto. Os governos devem focar-se nas áreas competitivas do seu país”, aconselhou.

Por fim, destacou ainda o papel das grandes organizações na inclusão e da diversidade de talento, para ajudar a combater a desigualdades. “Todos temos os mesmos desejos na vida. Temos de celebrar as nossas diferenças, porque fará com que o mundo seja um lugar melhor e mais entusiasmante”, concluiu.

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Web Summit: Bruxelas vê Portugal na “pole position da transição energética”

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2020

Para Frans Timmermans, “Portugal é uma das forças motrizes do Pacto Ecológico Europeu”, referindo os “ativos incríveis” de que o país dispõe para levar a cabo a transformação energética.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia encarregado do Pacto Verde Europeu, Frans Timmermans, colocou Portugal no grupo de topo dos países europeus envolvidos no processo de transição energética e no desenvolvimento da tecnologia de hidrogénio.

“Portugal é uma das forças motrizes do Pacto Verde Europeu, tem uma população ávida e conhecedora de tecnologia e dispõe de todas as condições para estar na ‘pole position’ da transição energética, pois tem sol, vento e mar, que são os recursos naturais mais importantes para o desenvolvimento das energias verdes”, declarou o dirigente europeu, numa intervenção na abertura Web Summit dedicada ao tema “O futuro da União Europeia é verde”, elogiando o “empenho geral” da sociedade portuguesa.

Sublinhando o “encorajador” plano de recuperação de Portugal para a crise provocada pela pandemia de Covid-19, Frans Timmermans salientou o contributo que Portugal pode dar no setor do hidrogénio, uma das apostas do plano do Governo, numa entrevista conduzida por por Mariana Barbosa, editora do ECO.

Portugal, juntamente com Holanda e Alemanha, já tem uma experiência de alguns anos no hidrogénio, onde todos querem agora estar, e está muito interessado em avançar com os projetos do hidrogénio, sendo um ‘player’ destacado no desenvolvimento desta tecnologia”, frisou, deixando um alerta para o projeto: “É preciso concentrar em planos transfronteiriços para criar uma rede de energia europeia sustentável, neste caso com o hidrogénio”.

De acordo com o responsável do Pacto Verde Europeu, a pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 veio confrontar as pessoas com a sua “vulnerabilidade coletiva” e reforçou a necessidade de combinar o atual desafio com a resposta à crise ambiental, num desafio de proporções inéditas para a solidariedade europeia.

“A transição verde só vai funcionar se for também uma transição social. Se as pessoas pensarem que é algo apenas para ricos ou para jovens, não funciona. A tecnologia é algo complicada, mas deve tornar a vida das pessoas mais simples. Todos têm de fazer a sua parte e ninguém vai ficar para trás”, explicou.

Timmermans centrou a aposta europeia em três pilares: a renovação habitacional de milhões de edifícios nos estados-membros, a evolução para meios de transporte mais sustentáveis e uma reforma agrícola orientada para a digitalização e com integração de inovações tecnológicas.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia para o Pacto Ecológico Europeu disse, durante uma curta entrevista no âmbito da conferência tecnológica Web Summit, que “ninguém pode ficar para trás” com a transição verde.

No primeiro dia da Web Summit – que, este ano, devido à pandemia, acontece em formato exclusivamente virtual –, o holandês Frans Timmermans repetiu a ideia umas três vezes, ao longo da conversa com a jornalista portuguesa do ECO: “Ninguém pode ficar para trás”.

Sublinhando que “os investimentos têm de ser orientados para o futuro”, o comissário insistiu que a transição verde “não pode ser só para os ricos ou só para os jovens” e que “é decisivo” abarcar toda a gente.

Frans Timmermans reconheceu que é natural que a Covid-19 preocupe os cidadãos europeus, mas recordou que a pandemia “não fez desaparecer as alterações climáticas”, cujos efeitos continuam a ameaçar a biodiversidade e a humanidade.

Por outro lado, destacou, a pandemia levou as pessoas a perceberem que “há algo de errado na forma como nos relacionamos com o ambiente” e que é necessário encontrar um reequilíbrio e “viver de forma mais saudável”.

Mesmo nas cidades, as pessoas perceberam rapidamente, durante o confinamento, como é importante ter ar puro e espaços verdes, notou.

A pandemia levou os europeus a confrontarem-se com a sua “vulnerabilidade coletiva”, reflete. E, apesar de não o terem feito logo, desde o início, perceberam agora que são “mais fortes quando agem juntos, enquanto europeus”. A propósito da Web Summit, Frans Timmermans destacou o contributo da inovação para a transição verde. “A tecnologia é complicada, mas é suposto facilitar-nos a vida”, disse.

Redução de emissões, novas políticas energéticas, mudanças nos transportes, veículos elétricos, painéis solares, reforma da Política Agrícola Comum – as metas são muitas e diversificadas, mas todas precisam de tecnologia para acontecerem.

“A digitalização vai desempenhar um papel muito importante, mas tem de ser combinada com o ambiente”, frisou.

O líder europeu vê em Portugal um exemplo “encorajador” do ponto de vista ambiental e energético.

“Portugal é uma das forças motrizes do Pacto Ecológico Europeu”, assinalou, referindo os “ativos incríveis” de que o país dispõe para levar a cabo a transformação.

“A única coisa que lhe falta é centralidade [geográfica] e, por isso, tem de apostar em conectar-se ao resto do mundo”, realça.

Os recursos naturais (sol, vento, mar) “colocam Portugal na ‘pole position’ [primeira posição] para a transição energética”, assevera, mencionando o caso concreto do hidrogénio, “uma enorme oportunidade [para Portugal], porque já tem alguma experiência” no assunto.

Considerada uma das maiores cimeiras tecnológicas do mundo, a Web Summit arrancou hoje e decorre até 04 de dezembro, pela primeira vez totalmente online, esperando “um público estimado de 100 mil” pessoas.

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DefinedCrowd lança novos datasets e inclui português europeu

A startup baseada em Seattle e fundada pela portuguesa Daniela Braga vai expandir bases de dados e aposta no português europeu como um dos novos idiomas. 

A startup baseada em Seattle e fundada pela portuguesa Daniela Braga vai expandir bases de dados e aposta no português europeu como um dos novos idiomas. A DefinedCrowd vai fazer crescer as suas bases de dados para línguas europeias, de maneira a reforçar a aposta feita nesse mercado. Os novos idiomas incluem datasets em português europeu, uma maneira de a empresa fundada por Daniela Braga reforçar o “serviço” ao país de origem.

“Muitas vezes, com a utilização de bases de dados em português do brasil, os clientes ‘matam’ a experiência do utilizador. Temos privilegiado estes datasets em idiomas europeus. E, claro, temos de servir também o nosso país”, explicou a portuguesa numa conferência de imprensa durante o Web Summit, e logo depois do anúncio.

A DefinedCrowd é especializada em fornecer dados para inteligência artificial e tecnologias de reconhecimento de voz. Com este alargamento de bases de dados — que serão lançadas durante o próximo ano –, a DefinedCrowd torna disponíveis bases de dados anotadas e validadas por uma multidão global, e para idiomas que antes estavam indisponíveis (que se juntam aos 70 datasets já existentes). “Ao contrário do que se possa pensar, o português de Portugal é um mercado muito procurado”, acrescentou Daniela.

“Estamos constantemente a expandir as nossas bases de dados de alta qualidade de maneira a permitir às empresas com audiências europeias poderem reduzir o tempo que demoram a chegar ao mercado”, assinala Martin Andreas Stein, VP/GM da DefinedData, citado em comunicado, acrescentando que, “com a aceleração da digitalização de que somos testemunhas atualmente, a velocidade e a qualidade são chaves para o sucesso”.

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Inspetores da ACT fiscalizam condições de trabalho em cerca de mil empresas

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2020

Perto de 300 inspetores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) fiscalizaram esta quinta-feira as condições de segurança e saúde de cerca de mil empresas nacionais.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) tem no terreno cerca de 300 inspetores a fiscalizar as condições de segurança e saúde de cerca de mil empresas nacionais, disse esta quinta-feira, em Penafiel, a subinspetora-geral, Fernanda Campos.

A responsável, que acompanhou durante a manhã ações de fiscalização da ACT da área de Penafiel, no distrito do Porto, a duas empresas, referiu que esta ação de âmbito nacional teve início a 25 de novembro e termina na próxima quarta-feira, e visa inspecionar o cumprimento das regras de combate à pandemia de covid-19 nos locais de trabalho.

Em Penafiel, que regista um elevado número de casos de infeção pelo novo coronavírus, nas empresas visitadas durante a manhã não houve necessidade de instaurar qualquer medida coerciva.

Segundo explicou Isabel Vieira, responsável da ACT/Penafiel, que abrange oito concelho, na empresa Satfiel, de reparação de equipamentos eletrónicos, “a situação de trabalho pode ser eventualmente melhorada no que respeita, em concreto, ao distanciamento físico de alguns trabalhadores, mas, em termos gerais, estão a cumprir e têm um plano de contingência”.

Esta empresa, fundada há 20 anos, têm 85 funcionários, dos quais apenas “15 ou 20” estão em teletrabalho, segundo o responsável da Qualidade, Ambiente e Segurança da Satfiel, Ricardo Braziela.

“Eventualmente, poderemos aumentar esse número [de pessoas em teletrabalho]”, no que se refere aos funcionários administrativos, disse, acrescentando que, dada a natureza das funções que exercem, os restantes terão de continuar nas instalações da empresa.

No total, desde março, a Satfiel registou quatro casos com resultados de teste positivo à covid-19.

A segunda empresa, um ‘call center’ com 70 trabalhadores registados, estava encerrada por, supostamente, se encontrar em teletrabalho, na totalidade.

“O foco essencial desta ação é a prevenção do contágio por covid-19, por isso a fiscalização está mais direcionada para a organização dos tempos de trabalho, o desfasamento de horários e o cumprimento obrigatório do teletrabalho, nas empresas onde isso seja possível, num concelho de risco extremo de contágio”, acrescentou Isabel Vieira.

Do trabalho realizado no terreno, “a perceção que temos é que a grande maioria das empresas e dos trabalhadores estão atentos, sensibilizados e a cumprir as normas estabelecidas”, frisou.

De acordo com a responsável, desde o início da pandemia, em março, “nota-se que há uma redução da sinistralidade mortal, por exemplo, na área da construção civil”, mas “há mais pequenos acidentes, por exemplo, nos setores da madeira, calçado e confeções”.

“Eventualmente, os trabalhadores estarão mais desatentos ou mais cansados psicologicamente, devido ao prolongar da pandemia ou, até, por sobrecarga de trabalho, causada pelo desfasamento dos horários e redução do número de trabalhadores em função”, sublinhou.

No que respeita ao número de infrações registadas desde março, “não há nenhuma situação grave em questões de segurança e saúde. Houve algumas infrações relacionadas com o cumprimento do ‘lay-off’”, disse.

Questionada sobre a campanha que decorre a nível nacional, a subdiretora-geral da ACT, Fernanda Campos, disse ser ainda cedo para se poder fazer um balanço, salientando, contudo, que “há um sinal muito positivo, de grande esperança, porque não há grandes infrações ao nível de desfasamento de horário e teletrabalho”.

Contudo, “há várias questões e infrações relativamente ao distanciamento físico entre trabalhadores ou porque não há dispositivos de prevenção”, acrescentou.

Portugal contabiliza pelo menos 4.724 mortos associados à covid-19 em 307.618 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 08 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

Durante a semana, o recolher obrigatório tem de ser respeitado entre as 23:00 e as 05:00, enquanto nos fins de semana e feriados a circulação está limitada entre as 13:00 de sábado e as 05:00 de domingo, e entre as 13:00 de domingo e as 05:00 de segunda-feira.

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Vacina contra a Covid-19 vai chegar a 950 mil portugueses de risco a partir de janeiro

O Governo apresenta esta quinta-feira o plano de vacinação contra a Covid-19. Acompanhe aqui em direto.

Depois da reunião do Infarmed, o Governo apresenta esta quinta-feira à tarde o plano de vacinação contra a Covid-19. Ainda pouco se sabe sobre os detalhes do plano, mas a ministra da Saúde revelou na quarta-feira que Portugal deverá receber 22 milhões de vacinas, sendo o Governo prevê investir até 200 milhões de euros na aquisição de vacinas. As vacinas serão ministradas no SNS e Marta Temido já alertou que “o processo será longo”.

Acompanhe aqui o plano em direto.

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Candidaturas ao Renda Segura da Câmara de Lisboa vão estar abertas durante todo o ano 2021

A 2.ª fase do Programa Renda Segura, da Câmara de Lisboa, recebeu 107 candidaturas, menos do que a primeira edição. Autarquia decidiu manter candidaturas abertas durante todo o ano de 2021.

O número de proprietários interessados em arrendar os seus imóveis à Câmara de Lisboa (CML) continua a ser baixo. Depois de uma primeira fase com apenas 177 candidaturas, a 2.ª edição do Programa Renda Segura registou ainda menos interessados. Agora, adiantou a autarquia ao ECO, Fernando Medina decidiu manter as candidaturas abertas durante todo o ano de 2021.

Os números cedidos pela CML ao ECO mostram que houve apenas 107 candidaturas de proprietários ao Renda Segura, das quais 40 são referentes a imóveis de alojamento local. De toda esta centena de habitações, contam-se nove T0, 31 T1, 44 T2; 24 T3; 8 T4 e um T5. Estes imóveis estão espalhados um pouco por toda a cidade de Lisboa, com especial incidência nas freguesias de Santa Maria Maior, Santo António e Penha de França.

Os imóveis que forem selecionados pela CML serão, então, arrendados à própria autarquia, que pagará uma renda máxima de 1.000 euros, dependendo de vários fatores. Posteriormente, vai subarrendar estes mesmos imóveis a preços mais baixos através do Programa de Renda Acessível, cuja quarta edição arranca dia 21 de dezembro.

O Renda Segura arrancou em maio, mas o interesse manifestado pelos proprietários tem sido residual. Assim, em 2021, a autarquia decidiu acabar com as várias edições que decorrem ao longo do ano, e manter as candidaturas abertas durante todo o ano. A plataforma volta a abrir dia 2 de janeiro, com as mesmas condições financeiras e os mesmos incentivos fiscais, como isenção de IRS/IRC e IMI.

O Renda Segura, que prevê um investimento de quatro milhões de euros, pretende assinar contratos de arrendamento nunca inferiores a cinco anos entre os privados e a autarquia. Os imóveis têm de ter condições de habitabilidade e não podem estar mobilados, à exceção dos imóveis de alojamento local, que podem ser arrendados com mobília. Nestes casos, a renda aumenta até um máximo de 10%.

No momento da candidatura, os proprietários propõem o valor da renda que consideram justo. No momento da análise, a CML vai analisar esse valor, podendo aceitá-lo ou fazendo uma contraproposta. “Vamos valorizar os proprietários que estejam na disposição de arrendar a preços mais económicos à CML”, disse Fernando Medina. Mas os valores das rendas a pagar pela CML já estão definidos: são valores máximos e vão depender das condições e da localização dos imóveis: 450 euros por um T0, 600 euros por um T1, 800 euros por um T2, 900 euros por um T3 e 1.000 euros por um T4.

Os proprietários podem escolher receber uma renda mensal ou anual e há ainda a possibilidade de pedirem rendas adiantadas à CML. Uma vez inscritos, os proprietários terão benefícios fiscais: isenção de IRS ou IRC, bem como de IMI.

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Compras online cresceram 10% este ano na Black Friday, segundo dados da SIBS

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2020

As compras online cresceram 10% este ano no dia da Black Friday, em valor total, em termos homólogos, segundo dados da SIBS.

As compras online cresceram 10% este ano no dia ‘Black Friday, que foi em 27 de novembro, em valor total, em termos homólogos, segundo dados da SIBS enviados à Lusa.

A empresa, que gere o Multibanco e terminais de pagamento nas lojas, concluiu que as “compras online estão a ganhar cada vez mais relevo no total de compras – uma tendência que já se vinha a verificar, sobretudo no contexto atual de pandemia -, sendo que no dia da Black Friday, 27 de novembro, o e-commerce registou um aumento de 10% no valor total, em euros, em comparação com 2019”, referiu a SIBS, numa nota.

A SIBS adiantou que “outro indicador que confirma este crescimento é o peso que as compras neste canal (em euros) ganharam no total das compras, que subiu de 13% na Black Friday de 2019 para 16% em 2020”, disse a empresa.

Foram realizadas neste dia 4,8 milhões de compras em loja, com um valor médio de 43 euros, e 815 mil compras em e-commerce, com um valor médio de 50 euros, indicou a empresa.

Ainda assim, em comparação com o ano passado, registou-se uma redução de 11% no valor total de compras, “uma quebra que ficou a dever-se a uma diminuição no valor das transações em loja, com -14% face a 2019”.

A SIBS fez ainda os cálculos para a semana de 23 a 30 de novembro, concluindo que houve uma diminuição de 11% “no valor total de compras, comparativamente à semana da Black Friday de 2019” com “-16% no valor total das compras em loja e +27% nas compras online, que registaram ao longo de toda a semana uma variação positiva”.

A SIBS destacou ainda o aumento dos pagamentos com telemóvel, apontando a “crescente e significativa utilização do MB Way como método de pagamento na Black Friday 2020 face a 2019: aumentou 5,7 vezes nas compras físicas e 3 vezes nas compras online”.

De acordo com a SIBS, no dia 27 de novembro, os setores ‘Jogos, Brinquedos e Puericultura’, ‘Perfumaria e Cosmética’ e ‘Moda e Acessórios’ foram os vencedores nas compras da Black Friday’

“Por outro lado, nas compras em loja, os setores de ‘Supers, Hipermercados, Pequena distribuição alimentar’ e ‘Bebida e Tabaco’ perderam preponderância nesse dia face à média do mês, passando de 48% do total de compras em novembro à data, para 44% na Black Friday”, de acordo com a empresa.

“Esta tendência verificou-se também no e-commerce, com os setores com maior peso – ‘Entretenimento, cultura a subscrições’, ‘Comércio Alimentar e Retalho’ e ‘Restauração, Food delivery e Takeaway’” a representarem “nessa sexta-feira apenas 34% do total de compras, quando a média do mês estava nos 41%”.

A SIBS revelou ainda que, no dia da Black Friday, o pico de compras ocorreu cerca das 18:00, quando se registaram 119 compras por segundo.

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Partidos elogiam achatar da curva, mas alertam para risco de 3.ª vaga. E pedem apoios

Reunião do Infarmed permitiu perceber que o número de novos contágios por Covid-19 está a encolher. A curva achatou-se, mas o Natal pode trazer uma terceira vaga.

Depois da reunião do Infarmed, da esquerda à direita os partidos reconheceram os resultados alcançados no combate à segunda vaga da pandemia. Com a curva a descer, depois do pico, as atenções viraram-se tanto para o Natal, como para o risco de a quadra natalícia poder potenciar uma nova vaga. Há quem rejeite mais medidas.

“Vacinas merecem toda a confiança quanto à sua eficácia”, garante Costa

À saída da reunião do Infarmed, o primeiro-ministro disse que a reunião foi muito “rica”, aproveitando para agradecer aos portugueses “o grande esforço que tem sido feito e que está a produzir resultados”, nomeadamente no que toca aos novos contágios e internamentos. Ao mesmo tempo, António Costa lembra que é “fundamental consolidar este processo” que “não podemos aliviar a situação”, com o intuito de “chegar ao período de natal com a situação devidamente controlada”.

Quanto às vacinas que estão a ser desenvolvidas contra a Covid-19, o Chefe de Governo assegura que é possível “confiar” na sua eficácia, garantindo que mesmo tendo sido possível “encurtar o tempo, não se facilitou na exigência e no rigor do processo de apreciação”. As vacinas “merecem toda a confiança quanto à sua eficácia, efeitos adversos e à durabilidade da imunidade”, apontou. Acrescentou que há “todas as razões para confiar” no trabalho da Agência Europeia do Medicamento.

PS lembra que descida de novos contágios “tem de ser consolidada”

Do lado do PS, a deputada Maria Antónia Santos diz ter saído da sessão com “uma esperança diferente”, já que o pico da segunda vaga foi atingido. Apesar de sublinhar que a incidência de novos casos “está a decrescer”, a deputada socialista lembrou que a tendência “tem de ser consolidada”.

PSD elogia “bons resultados”, mas pede mapeamento dos lares

O PSD espera que “os bons resultados” obtidos do ponto de vista de “inversão da curva — embora tenham demorado cinco semanas a ser atingidos — se mantenham”. Ainda assim, o deputado social-democrata Ricardo Batista Leite alertou que ter entre dois a três mil casos diários até ao final do ano representa um “esforço gigantesco” para o dispositivo de saúde pública.

O deputado chamou ainda a atenção para o facto de um terço dos óbitos por Covid-19 ocorrerem em lares, o que “denota que esta população continua a ser uma população muito afetada e de alto risco”. Criticou que mais de oito meses depois do início da pandemia, a “ministra da Segurança Social ainda não tenha um mapeamento de todos os lares legais e ilegais”, bem como das condições, por forma a garantir a “evacuação imediata dos idosos que estão em lares sem condições”.

CDS alerta para risco da terceira vaga

Da mesma forma, também António Carlos Monteiro, do CDS, diz que a prioridade são os “grupos mais vulneráveis”, sublinhando que, por isso, é “importante que o plano de vacinação seja apresentado “com calendarização e que seja explicado como vai ser feita a distribuição territorial da vacina”.

Por outro lado, o centrista alerta para o risco de uma eventual a terceira vaga e para o facto que poder continuar a existir “uma taxa de infeção”, pelo que só depois do verão é expectável que exista uma imunização e se abrandem “algumas das medidas de restrição”.

BE pede manutenção dos apoios até fim de 2021

Do lado do Bloco de Esquerda (BE), Moisés Ferreira insiste que enquanto se mantêm as restrições para travar os contágios, continuem também “durante todo o ano de 2021”, medidas de “apoio às atividades principalmente que continuam a ser muito prejudicadas” com a pandemia e às pessoas prejudicadas pelas consequências para além da saúde pública. Além disso, os bloquistas instam que o Governo elabore “um plano para fazer face a muitas outras vagas e muitas outras consequências” além da Covid-19.

PAN quer medidas a acompanhar estado de emergência

A posição é partilhada pelo PAN. Bárbara Cunha defende que é necessário que os apoios económicos e financeiros acompanhem as medidas do estado de emergência. “Não podem ser deixadas de lado as respostas ao setor económico, não podem ser deixadas de lado à economia social, às organizações não governamentais, que obviamente, são um braço do Estado que têm de ser acauteladas”, apontou.

PCP contra restrições da liberdade dos portugueses

O PCP mantém a posição e reitera que o conjunto das medidas tomado no âmbito do estado de emergência não é adequado. O partido dá como o exemplo os transportes públicos que em determinadas “horas do dia” continuam a estar “superlotados” e manifestando-se contra as restrições da liberdade das pessoas.

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Leão: “OE, como um todo, não deve ser enviado para o Tribunal Constitucional”

O ministro das Finanças continua a achar que a proposta do BE aprovada no OE 2021 é inconstitucional, mas não quer que Orçamento seja enviado para o TC para evitar atrasos na entrada em vigor.

O ministro das Finanças não quer que o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) seja enviado para o Tribunal Constitucional para fiscalização preventiva. João Leão continua a achar que a proposta do BE aprovada no Parlamento é inconstitucional, mas prefere optar por outras soluções para garantir que o OE está em vigor a 1 de janeiro.

O Orçamento, como um todo, não deve ser enviado para o Tribunal Constitucional“, disse Leão numa conferência de imprensa conjunta com o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, em Lisboa, após um encontro sobre a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. O ministro tinha sido questionado sobre a notícia do Jornal Económico que dá conta de que o Presidente da República inclina-se a não enviar o OE para o TC.

Em causa está a proposta do Bloco de Esquerda que retirou dos mapas orçamentais a verba que estava prevista para o Fundo de Resolução, através de um empréstimo da banca, injetar no Novo Banco em 2021. Contra a vontade do PS (e da IL) e do Governo, os partidos da esquerda e da direita aprovaram essa proposta. A reação do Governo foi de dramatização, apelidando a norma de “inconstitucional”, uma posição que Leão mantém, o que poderá significar que não está excluída o envio da norma para o Tribunal Constitucional após a publicação do OE, ou seja, para fiscalização sucessiva.

O ministro das Finanças argumentou que “é importante termos o Orçamento a funcionar no início do ano” uma vez que tem os instrumentos “essenciais” para a recuperação da economia portuguesa em 2021. O pedido de fiscalização preventiva por parte de Marcelo Rebelo de Sousa deveria atrasar a publicação em Diário da República do OE 2021 para lá de 1 de janeiro.

João Leão disse ainda que o Governo “tranquilizou as instituições europeias” relativamente ao cumprimento do contrato entre o Estado português, através do Fundo de Resolução, e o Novo Banco. “Vamos conseguir garantir que o Estado português cumpra os acordos que fez“, assegurou, referindo que assim se “evita a instabilidade” que os partidos tentaram criar no Parlamento.

Quanto à forma como o irá fazer, o ministro das Finanças não adiantou qual será a solução preferencial do Governo. “Temos vários caminhos”, referiu, mostrando-se “convicto” de que poderá resolver o assunto sem recorrer “necessariamente a um [Orçamento] retificativo” em 2021. “Portugal encontrará a capacidade para o fazer. Veremos qual a opção escolhida”, disse, sem mais nada acrescentar sobre o assunto.

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Covid-19: Seguradoras baixaram prémios em 690 mil contratos

  • ECO Seguros e Lusa
  • 3 Dezembro 2020

As companhias renegociaram com clientes 3,9 milhões de apólices na sequência das medidas de resposta à pandemia, indica a ASF ao divulgar informação atualizada ao final de outubro.

As seguradoras renegociaram até final de outubro os prémios de 3,9 milhões de contratos, sobretudo nos ramos automóvel para aplicação de um regime mais favorável ao tomador do seguro devido à pandemia, informou a ASF, organismo supervisor.

No quinto reporte da aplicação das medidas previstas no decreto-lei n.º 20-F/2020, de 12 de maio – que estabelece um regime excecional e temporário relativo aos contratos de seguro na sequência da pandemia de covid-19 – a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) adianta terem sido “objeto de acordo entre as partes, com vista à aplicação de um regime mais favorável ao tomador do seguro”, cerca de 3,9 milhões de contratos, dos quais 1,7 milhões no âmbito dos seguros automóvel e 940 mil de categoria ‘outros’.

A análise da ASF tem por base a informação reportada pelas empresas de seguros desde 13 de maio até 31 de outubro de 2020, para os quatro principais segmentos de negócio dos ramos Não Vida (seguros automóvel, acidentes de trabalho, doença e incêndio e outros danos).

Segundo o supervisor, em aproximadamente 4,5 milhões de apólices – a maioria de seguros automóvel (2,7 milhões) e de incêndio e outros danos (1,4 milhões) – a validade das coberturas obrigatórias foi prolongada em 60 dias.

A ASF diz ainda que os prémios foram reduzidos em 690 mil contratos que cobrem atividades que se encontravam suspensas ou que sofreram uma redução substancial, ou cujos estabelecimentos encerraram devido às medidas excecionais e temporárias adotadas em resposta à pandemia.

Os dados da ASF apontam também que “um pouco mais de 3.500 apólices correspondentes às mesmas atividades foram ainda objeto de aplicação de um regime de fracionamento do prémio sem custos adicionais para o tomador de seguro”.

“A análise da aplicação das diversas medidas ao longo do tempo permite concluir que tem vindo a existir gradualmente uma menor utilização das medidas previstas no decreto-lei n.º 20-F/2020”, nota a associação.

Segundo precisa, “60,0% do total das medidas dizem respeito ao primeiro reporte (de 13 de maio a 30 de junho de 2020), 12,9% ao segundo reporte (considerando apenas o mês de julho de 2020), 10,2% ao terceiro reporte (apenas agosto de 2020), 9,2% ao quarto (setembro de 2020) e 7,8% ao quinto período de reporte (outubro).

No que se refere ao rácio ‘custos com sinistros/produção’, a ASF nota que a análise por linhas de negócio dos ramos Não Vida evidencia “variações diferentes”, mas “permite concluir que se tem vindo a registar um movimento de convergência para uma taxa de sinistralidade média próxima da observada em 2019”.

Se considerarmos os 10 primeiros meses de 2020, apenas se regista uma quebra de 2,4 pontos percentuais face ao observado em idêntico período do ano transato”, precisa.

Inicialmente com efeitos até 30 de setembro, o regime excecional e temporário relativo aos contratos de seguro aprovado pelo decreto-lei n.º 20-F/2020 foi entretanto prorrogado até 31 de março de 2021 pelo decreto-lei n.º 78-A/2020 de 29 de setembro.

Conforme explica o supervisor, a pandemia de covid-19 “conduziu à aplicação de um conjunto de medidas que têm impacto no setor, em especial se considerado o período de confinamento decretado com vista a limitar a propagação do vírus”.

Assim, “a diminuição da atividade económica, em alguns casos, e a limitação de circulação, noutros, esteve na base de ajustamentos nas condições dos contratos de seguros em resultado da alteração do perfil de risco das carteiras das empresas de seguros”.

De acordo com a análise da ASF, os diversos ajustamentos no setor segurador em Portugal resultantes da situação de pandemia foram feitos em três fases, “não compartimentadas no tempo”.

A primeira fase inclui alterações contratuais implementadas por iniciativa de algumas empresas de seguros, nomeadamente a criação de um bónus de renovação para o seguro automóvel em caso de ausência de sinistros ou a devolução de prémios que haviam já sido cobrados; a segunda prevê medidas resultantes da aplicação do decreto-lei n.º 20-F/2020; e a terceira inclui ajustamentos dos contratos de seguros em resposta aos impactos da situação epidemiológica em Portugal, efetuados na sequência de recomendações da ASF.

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