Dívida mundial deverá atingir 365% do PIB em 2020

  • Lusa
  • 18 Novembro 2020

A dívida mundial deverá superar os 365% do Produto Interno Bruto global, ultrapassando os 277 biliões de dólares, de acordo com as estimativas do Instituto de Finanças Internacionais.

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) prevê que o total da dívida mundial em 2020 supere os 365% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando os 277 biliões de dólares (cerca de 233,43 biliões de euros).

“Com poucos sinais de abrandamento na emissão de dívida, estimamos que a dívida global vai superar recordes e atingir 277 biliões de dólares [cerca de 233 biliões de euros] no final do ano”, pode ler-se no Monitor da Dívida Mundial hoje conhecido.

Segundo o documento do instituto, é esperado que o rácio da dívida mundial face ao PIB atinja os 365% em 2020, “depois de uma subida recorde do rácio da dívida mundial face ao PIB (de 320% para cerca de 362% no primeiro semestre de 2020)” e de um crescimento “mais modesto”, de menos de dois pontos percentuais, no terceiro trimestre do ano.

“A dívida nos mercados consolidados ultrapassou 432% do PIB no terceiro trimestre de 2020, mais de 50 pontos percentuais face a 2019”, encaminhando-se para atingir, segundo o IFF, os 80 biliões de dólares em 2020 (cerca de 67,4 biliões de euros).

De acordo com o instituto, “a maioria da subida foi na dívida pública (subiu 3,7 biliões de dólares [3,1 biliões de euros]) e no setor empresarial não financeiro (1,7 biliões de dólares [1,4 biliões de euros)”.

“Na zona euro, a subida de 1,5 biliões de dólares [1,3 biliões de euros] da dívida pública levou o total da dívida para cima de 53 biliões de dólares [44,6 biliões de euros] no terceiro trimestre de 2020 (apesar de estar ainda abaixo do recorde de 55 biliões de dólares [46,3 biliões de euros] no segundo trimestre de 2014)”, segundo o IIF.

No total, fora do setor financeiro, a dívida atingiu os 206 biliões de dólares no terceiro trimestre (173,4 biliões de euros), depois de ter sido de 194 biliões em 2019 (163,3 biliões de euros).

“O Canadá, o Japão e os EUA observaram os maiores aumentos na dívida do setor não financeiro este ano, com o crescimento dos rácios a variar entre os 45 pontos percentuais nos EUA e mais de 75 pontos percentuais no Canadá”, segundo o documento.

Portugal aparece referenciado num gráfico elaborado pelo IIF referente aos aumentos percentuais da dívida, situando-se próximo dos 20 pontos percentuais, abaixo dos crescimentos de dívida em mercados consolidados como a Bélgica, Itália, Espanha, França, zona euro, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos, Japão e Canadá.

Já nos mercados emergentes o Líbano, a China, a Malásia e a Turquia registaram os maiores aumentos de dívida, que neste segmento de países deverá superar os 250% do PIB em 2020.

Para o futuro, “há incerteza significativa sobre como a economia mundial se pode desalavancar no futuro sem impactos adversos significativos para a atividade económica”, considera o IIF.

“A próxima década poderá trazer uma resposta orçamental de recuperação, em forte contraste com o viés da austeridade na década de 2010”, aponta a instituição.

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CMS participa na Large Scale Solar Summit

A CMS Rui Pena & Arnaut vai marcar presença, através do managing associate da equipa de energia & alterações climáticas, Manuel Cassiano Neves, na Large Scale Solar Summit.

A sociedade de advogados CMS Rui Pena & Arnaut vai estar presente no Large Scale Solar Summit, entre 24 e 26 de novembro, que reúne especialistas, nacionais e internacionais, do setor da energia. Em representação da firma estará Manuel Cassiano Neves, managing associate da equipa de energia & alterações climáticas. O evento contará ainda com presença de João Galamba, Secretário de Estado da Energia.

O advogado da equipa liderada por Mónica Carneiro Pacheco, irá participar num painel, no dia 24, dedicado ao mercado português, que visa analisar o ano de 2020, bem como, perceber o que reserva o ano de 2021, tendo por base temas como o investimento na energia solar, no hidrogénio verde e em energias limpas.

“O facto de representar Portugal num evento como o Large Scale Sola Summit, é uma honra, mas também uma excelente oportunidade para dar a conhecer o mercado português, e o seu potencial, a uma plateia que reúne os mais prestigiados e reputados especialistas, nacionais e internacionais, do setor da energia. É também demonstrativo da liderança e importância da CMS neste setor”, refere Manuel Cassiano Neves.

 

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Investidores cautelosos com as vacinas. Boeing ganha mais de 4% à boleia do 737 Max

Os investidores estão mais cautelosos com as notícias das vacinas. No dia em que a Pfizer anunciou que a sua candidata é ainda mais eficaz do que se esperava, as negociações arrancaram mornas.

As bolsas norte-americanas negoceiam em alta ligeira, no dia em que a Pfizer revelou que a vacina que está a desenvolver com a alemã BioNTech, afinal, tem 95% de eficácia a prevenir infeções por Covid-19, acima dos 90% que tinha indicado na semana passada. A farmacêutica planeia pedir aprovação regulatória para a vacina “nos próximos dias”, mas os investidores estão mais cautelosos e aguardam informação mais concreta.

O S&P 500 ganha 0,04%, para 3.611,34 pontos, enquanto o industrial Dow Jones sobe 0,27%, para 29.864,1 pontos. O tecnológico Nasdaq avança 0,01%, para 11.900,37 pontos. Dois dos índices atingiram recordes na segunda-feira, perante a notícia de que também a vacina da farmacêutica Moderna terá quase 95% de eficácia, podendo ser conservada num frigorífico comum, ao contrário da vacina da Pfizer, que tem de ser conservada a uma temperatura inferior a 70 graus negativos, dificultando a sua distribuição.

Face a estas informações, as ações da Pfizer ganham 2,89%, para 37,08 dólares, enquanto os títulos da Moderna recuam 0,25%, para 92,92 dólares. As ações da Johnson & Johnson perdem 0,28%, para 148,93 dólares, numa altura em que se espera que também esta apresente resultados preliminares dos ensaios clínicos da sua vacina experimental, que é diferente das duas anteriores por ser administrada em apenas uma injeção (e não duas).

O destaque da sessão é a Boeing. A fabricante valoriza 4,46%, para 219,42 dólares, no dia em que a Administração Federal da Aviação (FAA) norte-americana deu “luz verde” ao modelo 737 Max para poder voar novamente. Este tipo de avião tinha sido suspenso em março de 2019, na sequência de dois acidentes que tiraram a vida a 346 pessoas, e pode agora regressar aos céus, apesar de a crise pandémica ameaçar arrasar com várias centenas de encomendas à fabricante.

Nota positiva também para as ações da Tesla. A empresa soube esta semana que será integrada no índice S&P 500 já no próximo dia 21 de dezembro. Esta quarta-feira, os títulos da fabricante foram alvo de uma revisão em alta da recomendação do Morgan Stanley, somando agora mais 0,87%, para 445,46 dólares cada título.

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Comércio quer o triplo dos apoios a fundo perdido

A CCP defende medidas adicionais de apoio à economia ou "estima que poderão encerrar até ao final de janeiro do próximo ano, no mínimo, uma em cada 5 empresas do comércio a retalho".

Face ao agravamento da pandemia e ao endurecimento das restrições, o Governo decidiu lançar um novo pacote de apoios às empresas, incluindo 750 milhões de euros em subsídios a fundo perdido para as micro e pequenas empresas dos setores mais afetados pela crise. A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defende que é preciso o triplo desse valor para ajudar a economia, bem como uma série de outras medidas, nomeadamente o perdão parcial das rendas comerciais e a flexibilização dos impostos. Caso contrário, antecipa-se uma onda da falência, diz a CCP.

“[A CPP] não pode deixar de manifestar ao Governo a sua preocupação face à situação económica da generalidade das empresas do comércio e serviços, em especial das pequenas e médias empresas (PME), e o seu descontentamento com a reduzida dimensão dos apoios previstos para as empresas”, salienta esta quarta-feira a confederação liderada por João Vieira Lopes, em comunicado.

Os representantes do comércio e serviços estimam que seriam precisos dez a 15 mil milhões de euros em apoios para “mitigar os prejuízos decorrentes da presente situação”. Ainda assim, salientam: “admitindo que o país não tenha condições para assumir apoios desta dimensão, ainda assim, é fundamental introduzir estímulos à procura e medidas de apoio adicionais”.

É nesse contexto que a CCP defende que os 750 milhões de euros previstos em subsídios a fundo perdido no programa apoiar.pt deveriam passar para 2.250 milhões de euros, isto é, triplicando-se o valor. Em causa estão apoios destinados às micro e pequenas empresas dos setores do comércio e serviços abertos ao consumidor, cujo encerramento foi forçado em março, do alojamento, da restauração e das atividades da cultura.

Para terem acesso a este apoio, as empresas têm de ter registado quebras de, pelo menos, 25%, nos primeiros nove meses de 2020, face ao ano anterior. A cada empresa é dado um apoio correspondente a uma percentagem da quebra de faturação — cerca de 20% –, até aos seguintes limites: 7.500 euros para as micro empresas e 40 mil euros para as pequenas empresas.

Além do reforço do apoiar.pt, a CCP defende que deveria ser assegurado o perdão de 50% das rendas comerciais devidas entre abril de 2020 e março de 2021. A confederação entende ainda que deveria ser criado um regime de pagamento em prestações dos principais impostos, sem juros ou garantias, e que deveria ser criado um regime especial de pagamento em 12 tranches das retenções na fonte de IRS, contribuições e quotizações para a Segurança Social, também sem juros ou garantias, para facilitar a manutenção dos postos de trabalho.

A confederação liderada por João Vieira de Lopes propõe, além disso, o lançamento de um incentivo ao abate de veículos em fim de vida, a redução dos custos de contexto ao nível fiscal, e a entrega dos valores do IVA correspondentes ao IVA efetivamente cobrado.

“Sem medidas desta natureza que mitiguem os efeitos da pandemia, a CCP estima que poderão encerrar até ao final de janeiro do próximo ano, no mínimo, uma em cada cinco empresas do comércio a retalho e serviços ao consumidor“, remata o confederação.

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“Mais do que estados de emergência precisamos de medidas de urgência”, diz Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa diz que PCP vai manter voto contra a eventual renovação do estado de emergência e garante a realização do congresso, que será "demonstrativo de que se podem exercer direitos".

O líder do PCP diz que os comunistas vão manter o voto contra uma eventual renovação do estado de emergência, defendendo que “não bastam declarações bem-intencionadas”, e que é são antes necessárias “medidas de urgência” no plano económico e social. Além disso, Jerónimo de Sousa revelou que o congresso do partido se vai manter nas datas programadas, sublinhando que será “demonstrativo de que se podem exercer direitos e liberdades”, mesmo em tempos de pandemia.

Para Jerónimo de Sousa, o momento atual “demonstrou a razão” que o PCP tinha ao votar contra o atual estado de emergência, que vigora até 23 de novembro, e está agora a ser revisto. Nesse contexto, o secretário-geral do PCP comunicou a Marcelo Rebelo de Sousa que o partido “vai manter” o sentido de voto. “Mais do que estados de emergência são necessárias medidas de urgência para resolver os problemas”, nomeadamente “no plano económico e no plano social”, apontou Jerónimo de Sousa, à saída da reunião com o Presidente da República, no Palácio de Belém.

Neste contexto, apesar de referirem que “nenhum de nós pode subestimar a situação em que vivemos, os comunistas reiteram que “não bastam declarações bem-intencionadas”, mas são precisas “medidas que garantam o combate à pandemia”, sobretudo no que toca ao reforço do Serviço Nacional de Saúde. Relativamente às novas medidas que vão enquadrar uma eventual renovação do estado de emergência, o PCP prefere esperar para ver “aquilo que vai ser apresentado”. “O que estamos todos de acordo é que as medidas que foram tomadas anteriormente não resultaram“, sublinha Jerónimo de Sousa.

Além disso, o PCP incitou o Governo a explicar aos portugueses as medidas vão ser tomadas, “o seu alcance”, bem como “as suas consequências”, já que segundo o secretário-geral, as pessoas “não entendem e continuam a ver a agravar a sua situação”.

Sobre o congresso nacional do partido, agendado para os dias 27, 28 e 29 de novembro, o líder dos comunistas garantiu que se irá realizar, sendo “um exemplo demonstrativo de que é possível exercer direitos e liberdades“, no contexto pandémico. Não obstante, o PCP assegura que “vão ser tomadas todas as medidas sanitárias em termos de circulação, proteção individual”, sendo, por isso, um “congresso que permite, nesse aspeto, dar garantias.”

(Artigo atualizado às 14h25)

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Há 5.891 novos casos de Covid-19. Morreram 79 pessoas em 24 horas

Foram identificados 5.891 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal nas últimas 24 horas. Há 78.641 casos ativos.

Foram identificados 5.891 novos casos de Covid-19 em Portugal, elevando para 236.015 o número de infetados desde o início da pandemia. Já o número de mortes aumentou para 3.632, depois de 79 óbitos terem sido contabilizados nas últimas 24 horas, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O número de pessoas em internamento voltou a aumentar. Há 3.051 pessoas em internamento em enfermaria geral (mais 23 que ontem) e 432 em internamento em unidades de cuidados intensivos, mais uma que no balanço anterior.

O número de casos ativos aumentou em 1.555, para um total de 78.641 pessoas a lutarem contra a doença no país. Já quanto às pessoas que recuperaram da infeção, foram mais 4.257, contando-se agora 153.702 infetados que superaram a Covid-19, segundo o balanço da DGS.

Boletim epidemiológico de 18 de novembro:

O Norte continua a concentrar a grande maioria das novas infeções, com 3.191 novos casos. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo (+1.637) e o Centro (+454). O Alentejo registou 133 novos casos e o Algarve contabilizou 119. Nas regiões autónomas, os Açores têm 19 novos casos, enquanto a Madeira detetou mais uma infeção.

Há ainda 79.627 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com outras pessoas entretanto diagnosticadas com Covid-19.

Em conferência de imprensa, Marta Temido destacou que o risco de transmissão efetiva está a cair no país, com a taxa a situar-se nos 1,11 na semana passada. Ainda assim, a ministra da Saúde continua acima de 1 (uma pessoa infeta outra), “um aspeto que oferece preocupação” tendo em conta a elevada incidência de casos diários, entre os 5.000 e 6.000 casos.

Temido revelou ainda que os portugueses deverão conhecer já no início do próximo mês o plano de distribuição de vacinas da Covid-19. As primeiras vacinas deverão chegar a Portugal em janeiro.

“Estamos a planear onde armazenamos as vacinas, como é que as distribuímos pelo país se as colocamos em centros de saúde ou centros de vacinação, quem são os profissionais que vão administrar as vacinas, onde registamos a toma de vacinas, como se processa as várias tomas de vacinas”, disse a ministra.

“Este processo está a ser planeado os organismos técnicos estão a trabalhar com resguardo e tranquilidade e apresentarão publicamente aquilo que seja este planeamento num prazo relativamente curto, no início do mês de dezembro, o mais tardar.

(Notícia atualizada às 15h01)

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Grupo Luz Saúde confirma vales de compras para enfermeiros “embaixadores”

  • Lusa
  • 18 Novembro 2020

“O que estamos a fazer é a pedir a colaboração das equipas de enfermagem que já trabalham no Grupo neste processo de recrutamento”, escreveu o grupo.

O Grupo Luz Saúde confirmou que está a entregar vales de compras como incentivo aos enfermeiros que atuem como “embaixadores” dos hospitais, incluindo o Beatriz Ângelo, em Loures, no âmbito de uma campanha interna de recrutamento.

“O que estamos a fazer é a pedir a colaboração das equipas de enfermagem que já trabalham no Grupo neste processo de recrutamento”, escreveu o grupo que gere a parceria público-privada do Hospital Beatriz Ângelo numa nota enviada à Lusa.

Na quarta-feira, a Lusa noticiou que este hospital estaria a oferecer vales de compras a título de incentivos a prestadores de saúde, medida que “indignou” o Bloco de Esquerda (BE) e ordens profissionais.

Segundo a Luz Saúde, este incentivo foi de facto criado e os vales estão a ser dados aos enfermeiros que se disponham a ser embaixadores dos hospitais do grupo, promovendo-os junto de outros profissionais.

A campanha interna é um dos mecanismos que o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, na Área Metropolitana de Lisboa, está a implementar para o recrutamento de enfermeiros, além de anúncios diretos e públicos.

A ideia, acrescenta o grupo, “não é original, pois já foi utilizada por outros operadores privados da Saúde em Portugal e até pelo próprio Serviço Nacional de Saúde britânico”.

O BE questionou na quarta-feira o Governo sobre o tema, afirmando que “estes incentivos, que vão dos 100 aos 250 euros em vales de compras”, se destinam a “quem consiga angariar outros profissionais para Unidades de Cuidados Intensivos, Enfermarias e Bloco Operatório”.

De acordo com o partido, que considerou a situação indigna e insultuosa, “os profissionais de saúde desempenham um trabalho fundamental na sociedade (principalmente em tempo de pandemia) e devem ser remunerados condignamente por esse mesmo trabalho através de uma carreira e de uma tabela salarial justas”.

Em resposta, a Luz Saúde esclarece que os profissionais contratados neste âmbito terão acesso às mesmas condições de trabalho que os enfermeiros do grupo já têm, com contratos sem termo, compensações salariais e outros benefícios.

O BE enviou, além da pergunta à Assembleia da República, um pedido de esclarecimento ao Ministério da Saúde, no qual defende que a tutela “deverá intervir face aos vários casos de precarização laboral”, exigindo saber “se o Governo irá combater a precariedade associada à covid-19, começando por transformar em permanentes todos os contratos de quatro meses para o SNS”.

Questionado pela Lusa, o ministério da Saúde informou ter encaminhado as perguntas para os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Além do grupo Luz Saúde, também a Linha SNS24 está a entregar “um prémio temporário, associado ao período da pandemia, mas que muito se justifica neste período de grande esforço e dedicação por parte de todos”, de acordo com um ‘e-mail’ a que a Lusa teve acesso.

A tabela associada ao ‘email’ aponta para prémios aos enfermeiros que fizerem mais de 40 horas semanais, sendo que os vales, com valores que variam entre os 25 aos 100 euros, são para gastar na cadeia Pingo Doce.

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Privados devem dar resposta ao problema da habitação. Airbnb é “altamente especulativo”

A União Internacional de Inquilinos e a United Nations-Habitat defendem que uma das respostas à falta de habitação deve passar pela mobilização de património devoluto público, mas também privado.

O problema do acesso à habitação em Lisboa, mas também um pouco por toda a Europa, deve ser solucionado através da mobilização das casas vazias do Estado e das autarquias, mas também dos proprietários privados. Esta é uma das lutas que a União Internacional de Inquilinos (IUT) tem vindo a travar, ao mesmo tempo que aponta o dedo o Airbnb, acusando a plataforma de ser “altamente especulativa” e “perigosa”.

Se na década de 80 e 90 houve um “avanço extraordinário” no campo da habitação, quando foram construídas habitações para “dezenas de milhares de portugueses”, hoje, 25 anos depois, estamos numa “etapa diferente”. Quem o diz é Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, afirmando ser “essencial construir e ter habitação acessível para os jovens e classe média” na capital. “Não nas periferias, mas perto do centro e dos empregos”, sublinhou o autarca esta quarta-feira, durante a conferência “Habitar o Futuro”, promovida no âmbito dos 25 anos da Gebalis.

Reconhecendo o atual problema de acesso à habitação que muitas capitais europeias atravessam, incluindo Lisboa, Barbara Steenbergen, também presente na conferência, afirma que a pandemia está a destacar o gap que existe entre os salários e as rendas. “As rendas estão a aumentar, mas os salários não acompanham esse crescimento”, disse a representante da IUT.

Sublinhando que “há uma grande especulação no mercado da habitação”, Barbara Steenbergen notou que a resposta a este problema passa pela “mobilização de habitações vazias, tanto públicas como do mercado privado”.

O mesmo problema — e a mesma solução — é apontado por Christophe Lalande, responsável da unidade habitacional da United Nations-Habitat (UN-Habitat), que afirma que a “a habitação é uma responsabilidade partilhada”. Também presente na conferência, o especialista nota que a UN-Habitat está a trabalhar há várias semanas com empresas de habitação, e que uma das conclusões a que chegou foi que “todos os acionistas devem implementar soluções [habitacionais] nas cidades”.

Mas, para além disto, a representante dos inquilinos defende outras medidas de apoio que podem ser dadas aos arrendatários, especialmente aqueles que estão a sentir na pele os impactos da pandemia. Uma das propostas passa pela criação de um fundo solidário para inquilinos “que já não são capazes de pagar as rendas” por terem perdido os seus empregos.

E outra das medidas defendidas tem a ver com subsídios diretos ao cidadãos, não empréstimos. “Em alguns países [como em Portugal] há a possibilidade de os inquilinos receberem empréstimos sem juros para pagar as rendas. Mas, obviamente, o empréstimo tem de ser pago. E se essas pessoas não tiverem os empregos de volta? O problema não está resolvido, está apenas a ser adiado para 2021“, afirma Barbara Steenbergen.

Airbnb “é um sinal de especulação imobiliária digital”

Ainda dentro do problema do mercado de habitação, a representante da IUT destaca outro ponto negativo: o Airbnb. Para Barbara Steenbergen, esta plataforma de reserva de alojamento “já não é tão pequena como era”. “É grande e com grandes investidores”, diz.

Referindo que o Airbnb “extrai casas do mercado de arrendamento normal”, a especialista nota que há casas a serem arrendadas a cerca de 3.000 euros por dia, quando esse valor devia ser mensal. “Isto é altamente especulativo e perigoso”, afirma, acusando esta plataforma norte-americana de ser um “sinal de especulação imobiliária digital”.

Assim, a representante da IUT defende que a “regulação deve ser mais forte” e sugere, por exemplo, limitar o número de semanas em que as casas são arrendadas por ano. “É necessário fazer alguma coisa quanto a isto. Temos de combater a especulação do arrendamento de curta duração”, sublinha.

Na mesma conferência, Barbara Steenbergen adiantou que a IUT tem “alguns pareceres” do Tribunal Europeu de Justiça quanto a uma maior regulação do arrendamento de curta duração, e que “a cidade de Paris está especialmente muito feliz com isso, porque sofre muito com o Airbnb”.

Pode rever a primeira parte desta conferência aqui.

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Parlamento vai ter menos deputados no plenário já a partir de sexta-feira

  • Lusa
  • 18 Novembro 2020

Os plenários da Assembleia da República passam a funcionar com um máximo de 50 deputados já a partir de sexta-feira e enquanto vigorar o estado de emergência, decidiu hoje a conferência de líderes.

Os plenários da Assembleia da República vão passar a funcionar com um máximo de 50 deputados já a partir de sexta-feira e enquanto vigorar o estado de emergência, decidiu esta quarta-feira a conferência de líderes parlamentares.

Este órgão aprovou as conclusões do grupo de trabalho presidido pela deputada do PS e vice-presidente do parlamento Edite Estrela, criado na semana passada.

“No que diz respeito às sessões plenárias, podem decorrer com o quórum de funcionamento [um quinto dos deputados] e com um máximo de presenças simultâneas de 46 deputados em representação dos grupos parlamentares, a que se somam os dois deputados únicos representantes de partidos e as duas deputadas não inscritas, 50 deputados na totalidade”, explicou Edite Estrela.

Do PS poderão estar presentes 21 deputados em plenário, do PSD 16, do BE quatro, do PCP dois, enquanto CDS-PP, PAN e Verdes poderão ter no plenário um parlamentar cada.

Os restantes participarão por videoconferência a partir dos respetivos gabinetes na Assembleia da República, podendo fazer o registo a partir daí, de acordo com um projeto de resolução que será aprovado na sexta-feira no início da sessão plenária.

Os deputados que participem por videoconferência podem intervir na sessão plenária, mediante inscrição prévia, e votar, sempre que o seu sentido de voto seja diferente do da sua bancada.

A exceção está prevista para os deputados eleitos pelos círculos da emigração e Regiões Autónomas, se tiverem dificuldades de voos, bem como para aqueles a quem tenha sido determinado isolamento pela autoridade de saúde, casos a quem será permitido participar por videoconferência nos plenários fora das instalações da Assembleia da República.

Edite Estrela justificou a necessidade de adotar este tipo de medidas por funcionar na Assembleia da República “uma comunidade complexa, vasta e multifuncional”, composta por deputados, funcionários, jornalistas, forças de segurança, membros do Governo, visitantes e prestadores de serviços.

“Tendo em conta a especificidade do trabalho parlamentar, a Assembleia da República deve adotar de forma exemplar as recomendações feitas para toda a população transmitindo uma imagem de segurança e tranquilidade”, disse, justificando este conjunto de medidas.

Quanto ao número de sessões plenárias semanais durante o estado de emergência (habitualmente são três, mas entre março e maio reduziram-se a uma ou duas), será fixado pela conferência de líderes depois de passado o período orçamental, que termina com a votação final global do documento em 26 de novembro, com a próxima reunião deste órgão marcada para dia 25.

De acordo com Edite Estrela, a maioria das comissões parlamentares decorrerá por videoconferência, embora haja autonomia de cada comissão para organizar os seus trabalhos.

As restantes atividades parlamentares continuarão muito restritas, só sendo permitidas as audiências e reuniões presenciais promovidas por partidos e deputados quando não se puderem realizar por videoconferência.

“Esses visitantes ficarão circunscritos às instalações de quem os convidou, excluindo expressamente os espaços de restauração”, afirmou Edite Estrela.

Questionada sobre a intenção de a Assembleia da República adotar em breve a realização de testes rápidos para rastreio e diagnóstico a quem frequenta o parlamento, Edite Estrela explicou que o grupo de trabalho “não se pronunciou” sobre esta matéria por considerar que não estava em causa “uma apreciação política”.

“Obviamente, respeitamos os cientistas e autoridades competentes. O que é recomendado pelas autoridades sanitárias será seguido”, disse.

Portugal contabiliza pelo menos 3.553 mortos associados à covid-19 em 230.124 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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Comissão Europeia diz que apoio ao emprego tem de ser retirado gradualmente

A Comissão Europeia considera que o emprego não subiu tanto quanto seria de esperar em Portugal por causa das medidas de apoio. Contudo, avisa que estas não podem ser retiradas de forma abrupta.

Na 12.ª avaliação pós-programa que fez a Portugal, cujo resultado foi divulgado esta quarta-feira, a Comissão Europeia conclui que o mercado de trabalho foi menos afetado do que o esperado pela crise pandémica por causa dos apoios criados pelo Governo, nomeadamente o lay-off simplificado. Porém, o sucesso da medida não deve ser colocado em causa pelo fim abrupto dos apoios, recomendando uma retirada gradual.

O mercado de trabalho tem sido menos afetado, graças aos mecanismos de proteção do Governo“, escrevem os técnicos europeus na 12.ª avaliação pós-programa a Portugal, a qual foi realizada à distância por causa da pandemia, em conjunto com a equipa do Banco Central Europeu (BCE). Estas medidas foram “eficazes” uma vez que evitaram um aumento “muito maior” do desemprego que seria expectável pela natureza desta crise pandémica.

A Comissão Europeia assinala que o desemprego aumentou “apenas de forma moderada” de 6,5% no final de 2019 para 8% em agosto de 2020, com mais de 750 mil trabalhadores a beneficiarem dos apoios ao emprego, como o lay-off simplificado. No entanto, assinala que a taxa de utilização do fator trabalho desceu significativamente por causa da inatividade provocada pela pandemia, tal como aconteceu noutros países.

Após fazer o elogio ao Governo português, a Comissão Europeia deixa uma recomendação para os próximos meses: “A saída destas medidas de apoio deve ser gradual, para ajudar a evitar riscos de cliff-edge [disrupção ou riscos abruptos] no mercado de trabalho e deve ajudar a empregabilidade e a transição para empregos viáveis, enquanto ajudam a recuperação abrangente” da economia portuguesa.

A Comissão adianta que o Governo português comprometeu-se a seguir esta recomendação, utilizando para tal os 5,9 mil milhões de euros de empréstimo do SURE (programa da CE de apoio ao emprego). Para já, se a proposta do PS for aprovada na fase de especialidade do OE 2021, o Executivo deverá prolongar o apoio à retoma progressiva, o “sucessor” do lay-off simplificado, para 2021 com condições melhoradas, nomeadamente o pagamento a 100% do salário do trabalhador.

Tal como mostram os dados do Eurostat e do INE citados pela Comissão, o setor mais afetado em termos de emprego foi o do turismo. Ainda assim, no conjunto da economia, o ritmo de redução do emprego foi “muito mais baixo” do que a queda do PIB que se verificou no segundo trimestre:

Fonte: Comissão Europeia com base nos dados do INE.

Para o conjunto do ano, a Comissão Europeia até está mais otimista do que o Governo quanto à taxa de desemprego, apontando para os 8% enquanto o Executivo estima que chegue aos 8,7%. Já para 2021 ambos apontam para uma redução: para 8,2% no caso do Governo e para 7,7% no caso da Comissão, segundo as últimas previsões divulgadas este mês.

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CDS quer saber estratégia do Governo antes de votar estado de emergência

CDS criticou o Governo pela "ausência de estratégia" no controlo da pandemia, referindo que prefere esperar pelas medidas do decreto presidencial para o estado de emergência para "tomar uma posição"

Após uma reunião com o Presidente da República, o vice-presidente do CDS-PP não abriu o “jogo” quanto ao sentido de voto dos centristas face a uma eventual renovação do estado de emergência. Filipe Lobo d’Ávila critica o Governo pela “ausência de estratégia” no controlo da pandemia, referindo que prefere esperar pelas medidas que vão constar no decreto presidencial para “tomar uma posição”.

“Teremos de saber quais são as medidas [que vão contar no decreto presidencial sobre o estado de emergência] para tomar uma posição relativamente àquela que será a votação do CDS sobre esta matéria”, começou por explicar o vice-presidente do CDS-PP, à saída da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em declarações transmitidas pelas televisões.

Para os centristas é “evidente” a “ausência de estratégia” do Executivo no controlo da pandemia, já que muitas das medidas que têm sido aplicadas têm gerado “muita confusão”. “A navegação à vista é evidente e numa crise como esta não podemos navegar à vista”, alertou o deputado do CDS. Assim, o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos incita o Governo a apresentar um “plano estruturado” sobre a estratégia a adotar em termos de saúde pública, nomeadamente no que toca à “distribuição de vacinas”, bem como às “condições logísticas que têm de ser acuteladas” para o seu armazenamento, assim como da economia. “Até agora não sabemos nada, atira”.

Quanto ao facto de o Executivo estar a estudar a possibilidade de vir a distinguir em três escalões de risco os vários concelhos do país, definidos em função da gravidade da pandemia, Filipe Lobo d’Ávila refere que “há mais de um mês” que o partido fala nisso, pelo que concorda com a “necessidade de fazer uma diferenciação entre os concelhos”. Ao mesmo tempo, considera “absolutamente bizarro e inusitado”, que esta possibilidade só esteja em cima da mesa depois de terem sido aprovadas fortes restrições durante os dois últimos fins de semana nos concelhos de elevado risco de transmissão da Covid-19, que para o CDS são “totalmente incompreensíveis”. “É totalmente incompreensível e demonstra no nosso ponto de vista um desnorte total”, aponta.

Além disso, Filipe Lobo d’Ávila revelou que esta quinta-feira vai haver uma reunião com especialistas, no Infarmed, para preparar novas medidas do estado de emergência. “Fiquei com a ideia de que a reunião de amanhã [quinta-feira] seria uma reunião preliminar, preparatória das decisões que vão ser tomadas por parte do Governo e que no findo darão substância ao decreto presidencial da declaração de estado de emergência”, explicou.

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“Governo tem apresentado medidas mínimas para uma crise máxima”, acusa Catarina Martins

Após ter chumbado a proposta na generalidade, o BE não descarta a aprovação do documento na votação final global a 26 de novembro. No entanto, pede que o PS acompanhe as propostas do partido.

O Bloco de Esquerda acusa o Governo de estar a ser demasiado otimista em relação ao ritmo de recuperação da economia. O partido liderado por Catarina Martins considera que as medidas de apoio ao emprego, no Orçamento do Estado para 2021, são insuficientes e pede um reforço especialmente focado nos trabalhadores precários e mais jovens.

O Governo tem apresentado medidas mínimas para uma crise máxima. O que é preciso fazer na especialidade do Orçamento é reconhecer a gravidade da situação que estamos a viver, a profundidade da crise e ter as medidas que possam responder ao país durante o ano de 2021. Achar que vai ficar tudo bem não chega. É preciso ter o investimento, a proteção e as regras para que possa correr bem”, disse Catarina Martins, em declarações transmitidas pela RTP3.

A coordenadora do partido afirma que “não podemos estar sempre a achar que esta é uma crise pequenina”. Critica o Governo, dizendo que este agiu como se no verão a crise já estivesse resolvida com turistas no Algarve e jogos de futebol. E agora, considera que a segunda vaga está a ser desvalorizada. Apesar de a ministra da Saúde já estar a apontar para uma vacinação em janeiro, Catarina Martins só o espera três meses depois.

“O país está em enormes dificuldades. No Orçamento do Estado há a ideia de que no próximo ano já estaremos num período de recuperação e não de crise, quando não há neste momento perspetivas de ser possível começar uma vacinação antes de abril. Sabemos que esse é um processo longo e o próximo ano será ainda de crise”, aponta.

A coordenadora do BE salienta por isso duas medidas em particular que considera fundamentais para apoiar o emprego. Por um lado, pede a reversão do aumento do período experimental (que tinha sido alargado para seis meses) e, por outro, que os apoios públicos às empresas sejam condicionados à proteção dos trabalhadores precários (em vez de apenas os efetivos).

Após ter chumbado a proposta na generalidade, o BE levou 12 propostas de alteração às negociações na especialidade, que vão culminar na votação final global do OE 2021 que está marcada para 26 de novembro. Não descarta a aprovação do documento, mas para isso é preciso que o PS acompanhe as propostas do partido.

“A posição do BE é conhecida. Apresentámos apenas as medidas em que estivemos em negociações até ao fim com o Governo, medidas que já foram ajustadas para haver uma aproximação entre o BE e o Governo e esperamos que o PS faça agora também essa aproximação para ser possível um orçamento que responda à crise“, acrescentou Catarina Martins.

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