Alemanha dá três mil milhões para apoiar indústria automóvel

  • Lusa
  • 18 Novembro 2020

“A Alemanha é um país de automóveis e continuará a sê-lo”, diz ministro da Economia alemão, Peter Altmaier.

O Governo alemão vai apoiar a indústria automóvel com três mil milhões de euros, para ajudar este setor a ultrapassar a situação económica debilitada decorrente da pandemia e contribuir para a transformação ecológica e a digitalização.

A informação foi avançada por vários órgãos de comunicação social da Alemanha, que dão conta de que este apoio é o resultado de uma reunião que decorreu durante a tarde de hoje entre elementos do executivo, da indústria automóvel e sindicatos da Chancelaria de Berlim.

“A Alemanha é um país de automóveis e continuará a sê-lo”, escreveu na rede social Twitter o ministro da Economia, Peter Altmaier, pouco depois do final da reunião.

Este setor é o maior empregador e o maior exportador da maior economia europeia.

O acordo inclui mil milhões de euros para aumentar os incentivos para a aquisição de carro elétricos ou híbridos (até 9.000 euros), alargando este complemento até 2025.

Outros mil milhões de euros terão como destino um programa de renovação de camiões antigos dos setores público e privado, para os tornar mais ecológicos.

Os restantes mil milhões de euros serão alocados ao Fundo de Futuro da Indústria Automóvel, destinado a apoiar o setor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Qual é a cidade mais cara do mundo? São estas três

  • Lusa
  • 18 Novembro 2020

Hong Kong, Zurique e Paris são as três cidades mais caras do mundo. Esta é a segunda vez que três cidades partilham o primeiro lugar neste estudo da The Economist.

Hong Kong, Zurique e Paris são as três cidades mais caras do mundo, enquanto Damasco ocupa a última posição no relatório global do custo de vida publicado hoje pela Unidade de Inteligência do semanário britânico The Economist.

Esta é a segunda vez que três cidades partilham o primeiro lugar neste estudo, que tem em conta os preços de 138 bens e serviços em 133 grandes cidades de todo o mundo.

Os preços deste cabaz de produtos subiram apenas cerca de 0,3 pontos em média no último ano, principalmente devido ao efeito da pandemia de Covid-19, o que também significou que os principais aumentos foram em categorias como o tabaco ou atividades recreativas – estas últimas incluindo os produtos eletrónicos – enquanto as maiores quedas se verificaram no vestuário.

Para além destes três setores, a Unidade de Inteligência analisa outros parâmetros tais como os montantes associados às rendas, transporte, educação, alimentação, bebida ou artigos domésticos e de cuidados pessoais.

A lista completa das dez cidades onde a vida é mais cara fica assim ordenada:

  • Hong Kong (China),
  • Zurique (Suíça),
  • Paris (França)
  • Singapura,
  • Osaka (Japão),
  • Telavive (Israel),
  • Copenhaga,
  • Nova Iorque (EUA),
  • Genebra (Suíça)
  • Los Angeles (Estados Unidos).

No ano passado, os “top 3” foram formados por Hong Kong, Singapura e Osaka, embora em 2020 estes dois últimos tenham caído devido, no caso da cidade-estado, a um “êxodo de trabalhadores estrangeiros” e, no caso da cidade japonesa, à estagnação da inflação e aos subsídios do Governo japonês para despesas como os transportes públicos.

A cidade cujos preços mais evoluíram ao longo do último ano é Teerão, que subiu 27 lugares na tabela devido às sanções dos EUA, o que dificultou o fornecimento de bens ao Irão.

A maioria das cidades chinesas subiram muito (na tabela) devido à guerra comercial EUA-China, que testou a resiliência das cadeias de abastecimento e aumentou os preços ao consumidor.

No fundo da tabela estão cinco cidades: para além da capital síria, Tashkent (Uzbequistão), Lusaka (Zâmbia), Caracas (Venezuela) e Almaty (Cazaquistão).

A América Latina e a África são as duas regiões onde os preços desceram mais devido à fragilidade das moedas locais e ao aumento da pobreza.

A taxa de câmbio tem sido um fator chave na determinação do ‘ranking’ das cidades no estudo, já que o dólar enfraqueceu enquanto as moedas da Europa Ocidental e do Norte da Ásia se fortaleceram.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vacina chinesa com resultados positivos em ensaio clínico

  • Lusa
  • 18 Novembro 2020

"Vacina pareceu ser segura e bem tolerada em todas as doses testadas", diz estudo publicado na The Lancet. Foram detetadas "respostas robustas" de anticorpos.

Uma vacina chinesa que está a ser desenvolvida para combater o SARS-CoV-2 demonstrou resultados seguros em ensaio clínico e induziu uma resposta imune em voluntários saudáveis, noticiou esta terça-feira a revista científica The Lancet, com base num estudo preliminar.

O ensaio clínico de fase 1/2 de um produto candidato a vacina (CoronaVac) envolveu mais de 700 voluntários saudáveis, com idades entre 18 e os 59 anos, recrutados na China entre 16 de abril e 05 de maio.

“A vacina pareceu ser segura e bem tolerada em todas as doses testadas. O efeito colateral mais relatado foi dor no local da injeção”, lê-se na informação divulgada pela Lancet.

Passados 14 dias da dose final, foram detetadas “respostas robustas” de anticorpos após duas injeções da vacina candidata, com 14 dias de intervalo, mesmo na dose mais baixa testada.

Os níveis de anticorpos induzidos pela vacina foram mais baixos do que os observados em pessoas que foram infetadas e recuperaram da doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, mas os investigadores afirmam que ainda esperam que a vacina possa fornecer proteção contra o vírus.

O objetivo principal foi avaliar a resposta imune e a segurança da vacina. O estudo não foi elaborado para avaliar a eficácia na prevenção da infeção por SARS-CoV-2.

Os resultados do ensaio clínico de fase inicial da vacina candidata com base no vírus inteiro inativado do SARS-CoV-2 (CoronaVac) foram publicados no jornal The Lancet Infectious Diseases, revelando que a formulação parece segura e induz uma resposta de anticorpos em pessoas saudáveis.

As respostas de anticorpos podem ser induzidas dentro de 28 dias após a primeira imunização, administrando duas doses da vacina candidata com 14 dias de intervalo.

O estudo permitiu também identificar a dose ideal para gerar a melhor resposta de anticorpos, tendo em consideração os efeitos colaterais e a capacidade de produção, o que será estudado mais detalhadamente noutros ensaios já em curso.

Os cientistas acreditam que o CoronaVac pode fornecer proteção suficiente contra a Covid-19, com base na experiência de outras vacinas e dados de estudos pré-clínicos em macacos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ljubomir responde a Siza Vieira. “Não sentir ansiedade é não ter noção da realidade”

Chef do 100 Maneiras responde às críticas do ministro da Economia. Confirma ao ECO que está "ansioso" tal como milhares de outras pessoas ligadas ao setor da restauração, que reivindica mais apoios.

Só quem não tem “noção da realidade” que o país enfrenta é que se pode dar ao “luxo” de não estar ansioso com a situação do país. É assim que o Ljubomir Stanisic responde ao ministro Pedro Siza Vieira, que diz que o chef de cozinha — que foi a voz das reivindicações do setor numa manifestação este fim de semana — fez muitas propostas no passado, “sempre de forma muito ansiosa”.

Depois do protesto da restauração, em que o Ljubomir Stanisic esteve aos comandos a pedir isenção da TSU e redução do IVA, o ministro argumentou que o chef mantém a atividade devido às “respostas que o Governo foi dando” ao setor. E criticou a forma como o chef do 100 Maneiras tem exposto as suas propostas.

“[Ljubomir] já fez muitas propostas no passado, sempre de forma muito ansiosa. Acho que ainda continua em atividade porque as respostas que o Governo foi dando permitiram ao setor, perante um contexto adverso, tentar preservar o indispensável quando a procura retomar“, disse o ministro da Economia esta terça-feira, numa entrevista ao Polígrafo SIC.

Ljubomir não o nega. Pelo contrário, diz ao ECO que está ansioso e argumento que o sentimento é justificado pelas dificuldades que os restaurantes estão a viver. “Se pareço ansioso, é porque provavelmente o estou, de facto”, confirma. O país atravessa uma “situação” que lhe “provoca ansiedade”, assim como a “milhares de pessoas”, mas que provoca também “fome, pobreza extrema, depressão e, no limite, suicídio”. “Não sentir ansiedade neste momento é não ter noção da realidade ou, se calhar, é um luxo a que só se podem dar aqueles que não têm empregados a seu cargo e têm a certeza de um salário no final do mês”, remata.

"Se pareço ansioso, é porque provavelmente o estou, de facto. Não sentir ansiedade neste momento é não ter noção da realidade ou, se calhar, é um luxo a que só se podem dar aqueles que não têm empregados a seu cargo e têm a certeza de um salário no final do mês.”

Ljubomir Stanisic

Chef do 100 Maneiras

Em março, o chef tinha 86 funcionários, um número que passou para apenas 60 trabalhadores atualmente. Além disso, sublinha ter “fundos de maneio cada vez mais delapidados” devido à quebra na atividade. “Vejo os créditos que o banco me deu — o banco, não o Estado, e que estou a pagar a 100% e com juros — chegar ao fim”, sublinha.

Quanto a expor as suas ideias, o empresário promete igualmente não ficar por aqui. “Já fiz muitas propostas e continuarei a fazê-las sempre que me parecer necessário, até porque é um direito que tenho enquanto cidadão de um estado democrático e com liberdade de expressão, um cidadão que paga impostos e cumpre com todas as suas obrigações”, acrescenta.

No fim de semana, o chef deu a cara pelos protestos dos restaurantes, pedindo mais apoios, naquele que foi o primeiro de dois fins de semana de confinamento, em que os estabelecimentos tinham de encerrar às 13h e, a partir daí, funcionar apenas em regime de take-away. O Governo anunciou que iria cobrir 20% das perdas, mas o setor considera insuficiente.

Entre as muitas medidas pedidas pelos restaurantes destacam-se apoios financeiros a fundo perdido, reposição do horário de funcionamento, isenção da TSU até final de junho de 2021, apoio ao pagamento das rendas, redução da taxa de IVA até final de 2021. “Não estou a dizer que sim, nem que não [às ideias de Ljubomir]. Estou a dizer que tivemos um grande cuidado em acompanhar um esforço deste setor”, disse Siza Vieira, sublinhando os 750 milhões de euros a fundo perdido que serão entregues à restauração e ao alojamento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo vai dividir país em três zonas de risco. Saiba onde está o seu concelho

Com base em informação pública da DGS e nas declarações do deputado José Luís Ferreira, o ECO estimou quantos municípios podem entrar em cada escalão. Sistema estará a ser estudado pelo Executivo.

O Governo está a estudar dividir os 308 municípios do país em três escalões, com base na incidência da Covid-19 por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, aplicando medidas mais restritivas de forma escalonada, consoante o risco de contágio da doença.

Ora, tendo por base os últimos dados municipais da pandemia, divulgados na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, 28 concelhos poderão ser incluídos no escalão mais alto, com medidas mais restritivas de controlo à pandemia, segundo uma contabilização feita pelo ECO.

A informação sobre a medida foi revelada esta terça-feira pelo deputado José Luís Ferreira, do PEV, à saída de uma reunião com o Presidente da República. De acordo com o parlamentar, o Executivo encontra-se a ponderar definir três escalões de risco, adaptando as medidas a cada situação.

No escalão das restrições mais apertadas poderão entrar os concelhos com mais de 960 casos por 100 mil habitantes; no escalão intermédio poderão entrar os que tenham entre 480 e 960; e o escalão mais baixo deverá contemplar aqueles municípios em que a incidência se cifre entre 240 e 480 casos.

Tendo por base a informação mais recente da Direção-Geral da Saúde, que divulgou a incidência de casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias para os 308 municípios portugueses, o ECO definiu três listas com os diferentes municípios separados por três escalões, em linha com o avançado pelo deputado José Luís Ferreira.

Assim, caso venha a ser esta a opção do Executivo, com a já esperada renovação do estado de emergência, 28 concelhos serão abrangidos pelas regras mais apertadas, como a do recolher obrigatório às 13h00 ao fim de semana; 62 concelhos entrarão no escalão intermédio; e 98 concelhos entrarão no escalão de medidas menos rígidas. Um total de 120 concelhos poderão ficar livres de entrar neste sistema de escalões, pelo menos nesta fase, segundo a mesma estimativa.

Veja as três listas dos escalões, com base na informação disponível atualmente. Mas tenha em conta que este é apenas um cenário preliminar, que ainda não foi confirmado, nem tampouco se sabe que medidas poderão ser aplicadas aos municípios em cada escalão.

Escalão máximo (≥ 960 casos)

Amarante
Belmonte
Caminha
Cinfães
Fafe
Felgueiras
Freixo de Espada à Cinta
Guarda
Guimarães
Idanha-a-Nova
Lousada
Manteigas
Marco de Canaveses
Matosinhos
Murça
Oliveira de Azeméis
Paços de Ferreira
Paredes
Penafiel
Porto
Santo Tirso
São João da Madeira
Sever do Vouga
Trancoso
Trofa
Valongo
Vila Nova de Famalicão
Vizela

Escalão intermédio (≥ 480 e < 960)

Alijó
Almada
Amares
Arouca
Arronches
Baião
Barcelos
Braga
Bragança
Cascais
Castelo de Paiva
Castro Daire
Celorico da Beira
Celorico de Basto
Chaves
Coruche
Espinho
Esposende
Estremoz
Figueira da Foz
Figueira de Castelo Rodrigo
Fundão
Gondomar
Lisboa
Loures
Mafra
Maia
Mangualde
Mealhada
Mêda
Mogadouro
Monforte
Mora
Nelas
Odivelas
Ovar
Paredes
Peso da Régua
Ponte de Lima
Póvoa de Lanhoso
Póvoa de Varzim
Proença-a-Nova
Redondo
Sabrosa
Santa Maria da Feira
Santa Marta de Penaguião
Santarém
Seia
Setúbal
Sines
Torre de Moncorvo
Vale de Cambra
Valença
Vieira do Minho
Vila do Conde
Vila Franca de Xira
Vila Nova de Cerveira
Vila Nova de Foz Côa
Vila Nova de Gaia
Vila Pouca de Aguiar
Vila Real
Vila Viçosa

Escalão mínimo (≥ 240 e < 480)

Abrantes
Águeda
Albergaria-a-Velha
Albufeira
Alcácer
Alcanena
Alenquer
Alfândega da Fé
Aljustrel
Almeida
Almeirim
Alvaiázere
Amadora
Anadia
Ansião
Arcos de Valdevez
Arganil
Arruda dos Vinhos
Aveiro
Azambuja
Barreiro
Beja
Benavente
Borba
Boticas
Cabeceiras de Basto
Campo Maior
Cantanhede
Carrazeda de Ansiães
Cartaxo
Castelo Branco
Chamusca
Coimbra
Condeixa-a-Nova
Constância
Covilhã
Crato
Cuba
Elvas
Estarreja
Évora
Faro
Ferreira do Alentejo
Fornos de Algodres
Grândola
Ílhavo
Lagos
Lamego
Macedo de Cavaleiros
Mira
Miranda
Miranda do Corvo
Mirandela
Moita
Mondim de Basto
Montalegre
Montemor-o-Velho
Murtosa
Oeiras
Oliveira de Frades
Oliveira do Bispo
Ourém
Palmela
Pampilhosa da Serra
Penacova
Penalva
Penamacor
Penela
Ponte de Sor
Portalegre
Portimão
Reguengos de Monsaraz
Resende
Ribeira de Pena
Rio Maior
Salvaterra de Magos
Santa Comba Dão
São Brás de Alportel
São Pedro do Sul
Sardoal
Sátão
Seixal
Sesimbra
Sintra
Sobral
Sousel
Tábua
Tavira
Vagos
Viana do Alentejo
Viana do Castelo
Vila Verde
Vila do Bispo
Vila Flor
Vila Nova de Paiva
Vila Real de Santo António
Vila Velha de Ródão
Viseu

Nota: Se o seu concelho não está em nenhuma das três listas, significa que não cumpre o requisito de ter uma incidência superior a 280 casos por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, pelo que será um dos 120 concelhos que poderão ficar livres de entrar neste sistema de escalões, segundo esta estimativa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

Esta quarta-feira o Presidente da República continua a ouvir os partidos sobre a renovação do estado de emergência. O INE e o BdP vão divulgar estatísticas sobre o andamento da economia.

Com os primeiros 15 dias do estado de emergência a aproximarem-se do fim, o Presidente da República continua esta quarta-feira a ouvir os partidos sobre uma eventual renovação. O Instituto Nacional de Estatística (INE) mede o pulso à atividade económica em outubro quando a pandemia já estava a piorar, mas ainda sem as medidas restritivas que vieram a ser implementadas. Já o Banco de Portugal divulga a evolução do saldo externo até setembro.

Marcelo recebe partidos por causa da renovação do estado de emergência

O Presidente da República continua a receber os partidos para saber a opinião dos parlamentares sobre a renovação do estado de emergência, a qual poderá ser votada esta sexta-feira. Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa quer ouvir os partidos sobre o Orçamento do Estado para 2021, o qual entra esta semana nas votações da fase de especialidade. O CDS vai ser ouvido as 11h, seguindo-se o PCP às 12h, o BE às 14h, o PSD as 15h30 e o PS às 17h.

INE mede o pulso à atividade económica em outubro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) atualiza esta quarta-feira a Síntese Económica de Conjuntura, neste caso relativa a outubro. Em setembro, o gabinete de estatísticas revelou que a economia travou, apresentando um ritmo de recuperação “mais lento” do que nos meses de agosto e julho. “O ritmo de recuperação foi mais lento em setembro que nos meses anteriores”, alertou o INE. Agora falta saber se essa tendência se manteve em outubro com a deterioração da pandemia.

Banco de Portugal revela evolução das contas externas no terceiro trimestre

Face a 2019, as contas externas de Portugal deterioraram-se com a chegada da pandemia, principalmente por causa da redução do turismo que baixou drasticamente o excedente dos serviços. Já do lado dos bens, o défice até encolheu com a descida das importações numa altura em que o comércio internacional sofreu uma disrupção. No acumulado até agosto, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, Portugal continuou a ter um défice externo: -887 milhões de euros, o que compara com um excedente de 1.146 milhões de euros no acumulado até agosto de 2019. Esta quarta-feira o Banco de Portugal revela a evolução deste indicador até setembro.

Nvidia e dona da Victoria’s Secret apresentam resultados do terceiro trimestre

A Nvidia e a L Brands, a dona da Victoria’s Secret, apresentam esta quarta-feira resultados relativos ao terceiro trimestre. A tecnológica Nvidia, que produz hardware tecnológico, tem vindo a reforçar as suas vendas por causa da pandemia, com o aumento da procura por videojogos e por material informático para o teletrabalho. Já a L Brands viu uma redução das vendas no segundo trimestre, mas é expectável que tenha recuperado no terceiro trimestre.

Andrea Enria fala sobre a banca europeia

O responsável pelo braço de supervisão bancária do Banco Central Europeu (BCE), Andrea Enria, falará esta quarta-feira numa conferencia online sobre a União Bancária que ainda está por completar na União Europeia. O italiano defendeu no passado que a pandemia vinha acelerar a tendência de consolidação na banca europeia. E já há sinais de que tal está a acontecer: os bancos espanhóis BBVA e Sabadell estão a negociar uma fusão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desistir do alojamento local deixa de ter qualquer custo no regime simplificado

O PS quer acabar com o pagamento de qualquer tipo de mais-valia ou imposto quando um imóvel sai do alojamento local para a esfera pessoal. Mas apenas para contribuintes no regime simplificado.

Desistir do alojamento local (AL) e alocar o imóvel na esfera pessoal (sem o vender) poderá deixar de ter qualquer custo. Seja nas mais-valias, seja no novo imposto. Na proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), o Governo propôs acabar com as mais-valias nesta situação de desistência, mas criou uma espécie de compensação (o tal imposto), que varia conforme o regime fiscal do contribuinte. Agora, numa proposta de alteração, o PS quer acabar tanto com o pagamento das mais-valias, como com este novo imposto, mas apenas no regime simplificado.

O que diz a lei atual?

Inscrever um imóvel no AL implica o apuramento de mais-valias, que são calculadas através da diferença entre o valor de aquisição do imóvel e o valor do imóvel à data em que é colocado no AL. Este valor calculado é tributado na Categoria G de rendimentos, ou seja, o imposto vai incidir sobre 50% do valor. Contudo, apesar desta mais-valia ser calculada, ela fica suspensa, não tendo o proprietário de a pagar.

A dor de cabeça vem quando o proprietário decide, mais tarde, retirar o imóvel do AL para a esfera pessoal (podendo colocá-lo no arrendamento tradicional), mas sem o vender. Nesta situação é calculada uma nova mais-valia e, desta vez, esta tem mesmo de ser paga. Aqui o cálculo é feito através da diferença entre o valor do imóvel no momento em que é retirado do AL e o valor do imóvel à data em que entrou para o AL. A este valor, que representa a valorização do imóvel durante este período, é aplicada uma tributação na Categoria B, ou seja, sobre 95% desse valor.

Assim, de acordo com a lei que está em vigor, quando retirar um imóvel do AL, o proprietário tem de pagar ao Estado impostos sobre duas mais-valias: a primeira mais-valia (desde que o imóvel é comprado até entrar no AL) e a segunda mais-valia (desde que o imóvel entra no AL até sair do AL).

O que propôs o Governo no OE2021?

Este regime atual é considerado por muitos fiscalistas, mas sobretudo pelo próprio setor do AL, como bastante penalizador para os proprietários. Foi por isso, e também numa tentativa de incentivar mais proprietários a passarem para o arrendamento tradicional, que o Governo propõs na proposta do OE2021 acabar com o pagamento desta mais-valia quando um imóvel sai do AL para a esfera privada (sem haver venda do mesmo). Contudo, ao mesmo tempo, o Executivo criou um novo encargo: um novo imposto, que funciona como uma espécie de compensação ao Estado.

O Governo propõe que este novo imposto seja pago em quatro anos e calculado de duas maneiras diferentes: dependendo se o proprietário tem contabilidade organizada ou regime simplificado. Na altura, em declarações ao ECO, o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) mostrou-se satisfeito, mas pediu cautela aos proprietários, precisamente por causa deste novo imposto.

Assim, de acordo com a proposta do Governo, esta “compensação” é calculada da seguinte forma:

Regime Simplificado

De acordo com a alínea b, do ponto 10 do Artigo 3.º da proposta do OE2021, quando o imóvel sai do AL é calculado imposto sobre 1,5% do valor patrimonial tributário (VPT) à data em que sai do AL multiplicado pelo número de anos em que o imóvel este afeto a este regime.

Exemplo: Um imóvel vale 50.000 euros e vou retirá-lo do AL ao fim de 10 anos. Então: 1,5% de 50.000 euros, multiplicado por 10. Isto daria 7.500 euros. Este valor vai ser considerado como rendimento, mesmo que o imóvel já não esteja no AL.

A mesma proposta diz que essa “compensação” será repartida ao longo de quatro anos. Ou seja, se o imóvel sair do AL em 2020, em 2020, 2021, 2022 e 2023 o proprietário vai acrescentar 1.875 euros (7.500 divididos por 4) à matéria coletável no IRS.

Regime de Contabilidade Organizada

De acordo com a alínea a, do ponto 10 do Artigo 3.º da proposta do OE2021, quando o imóvel sai do AL é calculado imposto sobre todas as depreciações, imparidades, encargos com empréstimos e rendas de locação financeira que aconteceram durante o período em que o imóvel este neste regime. Atualmente, ao rendimento, deduz-se normalmente apenas 2% do valor da aquisição do imóvel.

Exemplo: Se durante os anos em que o imóvel esteve no AL o proprietário beneficiou da dedução de 20.000 euros diretos à coleta, passará a adicionar 5.000 euros (20.000 a dividir por 4) anualmente à coleta.

PS propõe acabar com qualquer tipo de mais-valia e “compensação” no regime simplificado

A proposta do Executivo foi, por um lado, bem recebida, mas, por outro, teve algumas críticas. Na altura, no final de outubro, Eduardo Miranda, presidente da ALEP, afirmou ao ECO que este novo imposto é “compreensível para quem tem contabilidade organizada e beneficiou das amortizações, mas menos justificável para quem está no regime simplificado”.

Num comunicado enviado esta terça-feira, a ALEP afirmava mesmo que “a fórmula apresentada (…) para corrigir o problema da mais-valia que tem vindo a impedir a saída de muitos proprietários do AL não só não resolve o problema, como pode complicá-lo ainda mais ao criar um novo imposto, que obriga a pagar uma espécie de imposto patrimonial retroativo para quem retirar um imóvel do AL”.

Dependendo das circunstâncias, esta previsão poderá implicar que a desafetação dos imóveis deste tipo de atividade continue a ser um processo (mais ou menos) oneroso para os proprietários, acabando assim por frustrar o objetivo inicialmente reconhecido.

Joana Cunha d'Almeida

Sócia do Departamento Fiscal da Antas da Cunha

O mesmo defende Joana Cunha d’Almeida, sócia do Departamento Fiscal da Antas da Cunha, que afirma que “dependendo das circunstâncias, esta previsão poderá implicar que a desafetação dos imóveis deste tipo de atividade continue a ser um processo (mais ou menos) oneroso para os proprietários, acabando assim por frustrar o objetivo inicialmente reconhecido”.

Então, esta terça-feira, o PS apresentou uma proposta de alteração à proposta do Governo, defendendo o fim de qualquer mais-valia ou de qualquer novo imposto quando o imóvel sai do AL (sem ser vendido), mas apenas para os contribuintes que estejam no regime simplificado. “Pretende-se eliminar o acréscimo ao rendimento da categoria B pela reafetação do bem imóveis à esfera pessoal quando o contribuinte esteja enquadrado no regime simplificado, aplicando-se o acréscimo somente no regime de contabilidade organizada, mas apenas no que respeita depreciações praticadas”, lê-se na proposta dos socialistas.

Ao ECO, Luís Leon, partner da Deloitte, explica que esta mudança do PS “tem mesmo impacto em termos de contribuintes abrangidos”. Uma declaração confirmada pelo próprio presidente da ALEP, que nota que mais de 60% dos proprietários de imóveis de AL são empresários em nome individual, sendo que a “grande maioria” está no regime simplificado.

Assim, para os proprietários no regime de contabilidade organizada, quando estes tirarem um imóvel do AL para a esfera particular (sem o venderem), o Governo propõe que não haja pagamento de mais-valias, como a lei atual prevê, mas que estes paguem um imposto “sobre todas as depreciações, imparidades, encargos com empréstimos e rendas de locação financeira” que aconteceram durante o período em que o imóvel esteve no AL.

Socialistas propõem ainda um regime transitório

Outro dos pontos apresentados pelo PS dentro deste tema tem a ver com a criação de um “regime transitório”, “permitindo aos sujeitos passivos optar pelo regime anteriormente em vigor”. Ou seja, quando desistirem do AL (sem vender o imóvel), os proprietários podem optar por calcular as mais-valias de acordo com a lei atual (Categoria G + Categoria B) ou de acordo com este novo cálculo proposto pelo Governo.

Para Joana Cunha d’Almeida, da Antas da Cunha, este ponto poderá ser vantajoso para alguns proprietários, dado que, “dependendo do tipo de custos que o proprietário teve enquanto o imóvel esteve no AL e o montante das mais-valias, haverá situações em que é melhor tributar as mais-valias e não ter aqueles custos [dos cálculos criados pelo Governo]”.

O regime proposto pelo Governo continua a poder ser pior que o atual. A vantagem do regime transitório está nesta redução do IRS sobre a mais-valia que estava suspensa.

Luís Leon

Partner da Deloitte

Luís Leon, partner da Deloitte, sublinha que “o regime proposto pelo Governo continua a poder ser pior que o atual”. “A vantagem do regime transitório está nesta redução do IRS sobre a mais-valia que estava suspensa”, acrescenta.

Ou seja, se um imóvel for retirado do AL para a esfera pessoal, o proprietário tem duas opções: pagar imposto sobre duas mais-valias: desde que o imóvel é comprado até entrar no AL (1.ª) e desde que o imóvel entra no AL até sair do AL (2.ª); ou pagar aquele novo imposto, que varia conforme o tipo de contabilidade. Há situações em que, como referem os fiscalistas, a vantagem poderá depender do caso em concreto.

A jurista Joana Cunha d’Almeida nota que, se vier a ser realmente aprovada, a lei terá de prever qual é o prazo em que os contribuintes podem optar por um regime ou outro, dado que se trata de um “regime transitório”, ou seja, não durará sempre.

Vender imóvel de AL implica sempre o pagamento de mais-valias

Apesar de todas estas propostas e alterações, importa sublinhar que se o imóvel for vendido depois de ter estado no AL é sempre calculada e paga uma mais-valia. A lei atual diz que não há pagamento de mais-valias se o imóvel ficar cinco anos consecutivos no arrendamento tradicional, um prazo que é visto como uma “prisão” pelo setor. Esta medida foi introduzida no OE2020 e, desde então, o PSD tentou reduzir este prazo para dois anos, mas sem sucesso.

Entretanto, para o OE2021, o Executivo propõe duas novidades: a forma de calcular as mais-valias quando um imóvel é vendido, dependendo do tempo que passou desde que este saiu do AL. Se sair do AL e for vendido nos três anos seguintes, há penalização.

Vejamos um exemplo: Se o imóvel sair do AL em 2020 e for vendido em 2022 (dois anos depois), as mais-valias vão ser calculadas totalmente como rendimento de Categoria B (95% do ganho) e não de Categoria G (50% do ganho), como acontece normalmente. E, nesta situação, passa a ser considerada a totalidade do ganho face ao valor de aquisição inicial.

Mas se o imóvel sair do AL em 2020 e só for vendido em 2024 (quatro anos depois), as mais-valias são calculadas normalmente, ou seja, ao abrigo das regras da Categoria G (50% do ganho). Resumindo, se o proprietário não quiser sair penalizado, tem de esperar três anos para vender o imóvel depois de o ter retirado do AL.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aberto concurso para mais 7 imóveis devolutos do programa Revive Natureza

  • Lusa
  • 18 Novembro 2020

Ideia é que estes imóveis públicos sejam objeto de requalificação e valorização, promovendo o desenvolvimento regional e local, através de novas utilizações para fins turísticos.

A Turismo Fundos abriu esta quarta-feira concursos para exploração de mais sete imóveis públicos devolutos afetos ao Fundo Revive Natureza, que serão requalificados para fins turísticos, depois de em julho terem sido lançados concursos para 16 imóveis.

“Depois do sucesso do primeiro conjunto de imóveis colocados a concurso, a Turismo Fundos lançou hoje um segundo lote que integra sete imóveis afetos ao Fundo Revive Natureza para atribuição dos direitos de exploração”, informou, em comunicado, o Ministério da Economia e da Transição Digital, que tutela o Turismo.

O segundo lote de imóveis integra a Casa da Vela, a antiga sede da Guarda Fiscal na Figueira da Foz, ambas na Figueira da Foz (Coimbra), a antiga sede dos Serviços Florestais – Quinta do Seixal, em Gouveia (Guarda), duas moradias em Leiria, o antigo Posto Fiscal de Sagres, o antigo Posto Fiscal do Burgau, ambos em Vila do Bispo (Faro), e o antigo Posto Fiscal da Foz do Lima, em Viana do Castelo.

Segundo o ministério, a ideia é que estes imóveis públicos sejam objeto de requalificação e valorização, promovendo o desenvolvimento regional e local, através de novas utilizações para fins turísticos.

“A valorização do património edificado e natural tem que continuar a ser uma das nossas prioridades: por um lado responde às tendências da procura, por outro lado as atividades turísticas que daqui emergem criam riqueza e potenciam os atributos singulares de cada região, sem os comprometer”, referiu, na mesma nota, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.

Os interessados têm agora até 16 de fevereiro para apresentar as suas candidaturas.

Quanto ao primeiro conjunto de imóveis colocados a concurso no âmbito do Revive Natureza, o Governo adiantou que recebeu 102 candidaturas e que se encontram ainda abertos dois concursos, relativos aos antigos Postos Fiscais de Vilamoura e de Cabanas (Faro), cujo prazo para apresentação de propostas termina no dia 30 de novembro.

“As propostas apresentadas encontram-se agora em fase de avaliação, de acordo com o definido nos respetivos programas de concurso, pelo que os respetivos adjudicatários serão anunciados brevemente”, esclareceu a tutela.

Criado em outubro do ano passado, o fundo Revive Natureza é operacionalizado através de um Fundo Imobiliário Especial, gerido pela Turismo Fundos, tendo a seu cargo numa fase inicial a gestão de 96 imóveis do Estado: 38 no Norte, 44 no Centro, cinco em Lisboa, dois no Alentejo e sete no Algarve.

A Turismo Fundos, integrada no Ministério da Economia e da Transição Digital, é uma sociedade comercial responsável pela administração, gestão e representação de fundos imobiliários.

O programa contempla uma verba de cinco milhões de euros, do Turismo de Portugal, para financiar a recuperação dos imóveis referidos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Acompanhe hoje a conferência “Habitar o Futuro” – políticas públicas de habitação

  • ECO + Gebalis
  • 18 Novembro 2020

A Conferência Internacional “Habitar o Futuro” constitui um ponto de partida para o ciclo de iniciativas que a Gebalis realizará até outubro de 2021, por ocasião dos seus 25 anos de história.

Comemorar 25 anos de um trabalho por Lisboa é um momento que se reveste de grande significado para a GEBALIS. A Conferência Internacional “Habitar o Futuro”, que se realiza a 18 de outubro, entre as 9h30 e as 16h30, constitui um ponto de partida para o ciclo de iniciativas que a empresa realizará até outubro de 2021. O olhar estratégico virado para o futuro não dispensará, pois, a reflexão sobre estes 25 anos de trabalho.

Esta conferência, em formato online, pretende promover um debate sobre os novos desafios colocados às políticas de habitação e as respostas necessárias para responder às mudanças demográficas, sociais e culturais que de forma acelerada marcam os novos problemas habitacionais partilhados globalmente. Assista aqui, dia 18, a partir das 9h30 até às 17h.

Painéis da manhã

Os relatórios do Observatório de Habitação Europeu têm vindo a apresentar dados que revelam que vivemos uma crise habitacional desde 2015 com impacto na vida concreta das pessoas aumentando o risco de pobreza e exclusão social. Em 2017, 10,2% das famílias europeias gastaram mais de 40% do seu rendimento disponível em custos de habitação, proporção que aumenta para 37,8% quando se considera os agregados familiares em risco de pobreza.

Sendo inquestionável a necessidade do apoio social ao nível da habitação, é também fundamental a adoção de uma abordagem integrada que permita dar respostas aos problemas existentes, alguns estruturais, e que estão na base desta crise, em detrimento de medidas de ação retalhadas e dispersas. Torna-se então necessário repensar as políticas de habitação e colocá-las na agenda política nos mais diferentes níveis.

O papel das cidades na determinação de políticas habitacionais e, em última instância, das condições de vida dos seus cidadãos tornou-se um tópico político importante nos últimos anos. Às questões da habitação, juntam-se as questões da mobilidade, da digitalização, da energia, do consumo, da distribuição espacial e da justiça social, entre outras, mostrando como uma abordagem urbana integrada pode fornecer iniciativas políticas sustentáveis, sobretudo para quem tem responsabilidades na Gestão Habitacional.

São várias as questões que emergem: que tipos de iniciativas podem reverter alguns dos impactos negativos da turisficação e financeirização da habitação? Poder-se-á prever modelos de intervenção pública e os seus efeitos no futuro nesta era de rápidas e incessantes mudanças? Quais os impactos da pandemia Covid-19 nos modelos públicos de habitação? Qual o papel das iniciativas públicas locais para a inovação e sustentabilidade no campo da habitação?

O primeiro momento da conferência abordará a inovação e sustentabilidade nas políticas de habitação neste contexto de incerteza e risco em que vivemos. Com moderação de Luis Vicente Baptista, Vice-Reitor da Universidade Nova de Lisboa, os oradores convidados – Lucía Martín, Christophe Lalande e Barbara Steenbergen– representativos de abordagens diversificadas, desde a local, de Barcelona, passando pela intervenção das Nações Unidas- HABITAT em países em vias de desenvolvimento e a visão e participação dos arrendatários através do testemunho do International Union of Tenants abordarão os seguintes tópicos: impactos do contexto pandémico e a sua influência na próxima geração de políticas habitacionais; as inter-relações entre iniciativas estruturais globais e abordagens locais; as desigualdades espaciais e segregação; a sustentabilidade ambiental e as suas interações com o Green Deal e a promoção do exercício de cidadania nas cidades.

No segundo momento, e com moderação de Sandra Marques Pereira, investigadora do DINÂMIA’CET-ISCTE’IUL, o grande tema em debate serão os desafios para as políticas públicas de habitação na próxima década. Uma abordagem mais ampla que contará com a análise da socióloga Saskia Sassen da importância das condições da habitação e também das recentes transformações da cidade, no contexto de pandemia que vivemos. Qual o futuro das políticas de habitação e quais os fatores críticos, a nível nacional e a nível global, que podem facilitar a equidade no acesso à habitação, serão os pontos de partida para a sua intervenção.

A última intervenção ficará a cargo de Sorcha Edwards, secretária geral da Housing Europe, que trará a visão da UE e as políticas de habitação/investimento, o papel dos fundos europeus – Mecanismo de Recuperação e Resiliência da UE (com início em 2021) e do Próximo Quadro Comunitário no apoio ao investimento público nacional na habitação.

E não menos importante, contaremos com protagonistas da ação pública na cidade: Fernando Medina e Paula Marques, da Câmara Municipal de Lisboa, bem como Pedro Pinto de Jesus, da GEBALIS que partilharão a sua visão para a cidade de Lisboa

Esperemos que desta forma possamos contribuir para um debate, tão necessário, que certamente nos trará a todos renovadas perspetivas para “Habitar o Futuro”. Consule o programa no site da GEBALIS.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Regulação laboral das plataformas digitais avança após conclusão do Livro Verde

  • Lusa
  • 17 Novembro 2020

Após a conclusão do Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, haverá “decisões políticas” sobre a regulação do teletrabalho e do trabalho nas plataformas, diz Miguel Cabrita.

O secretário de Estado Adjunto do Trabalho e da Formação Profissional disse esta terça-feira que a regulação laboral das plataformas digitais arranca após a conclusão do Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, que ficará concluído até final do ano.

“Estamos neste momento em tempo de reflexão e aprendizagem e estamos a elaborar o Livro Verde que deverá estar concluído até final do ano”, disse Miguel Cabrita no encerramento da conferência online “O Futuro do Trabalho – Garantir que Ninguém é Excluído”, organizada pela agência Lusa.

Após a conclusão do Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, haverá “decisões políticas” sobre a regulação do teletrabalho e do trabalho nas plataformas, acrescentou o governante.

Sobre a regulamentação das relações laborais nas plataformas digitais, como a Uber, Miguel Cabrita considerou que a questão das condições de trabalho e dos vínculos laborais “é uma questão delicada”, adiantando que não se posiciona “nos extremos da discussão”.

“Não vejo como viável e plausível o princípio de que um trabalhador que presta serviço numa plataforma tenha de ser considerado um prestador de serviços, ou seja, de assumir a priori que não tem contrato de trabalho”, apontou Miguel Cabrita, acrescentando que “isso deve depender das condições em concreto em que presta trabalho”.

Segundo disse, poderá haver situações em que se trata de prestação de serviços e outras em que há uma relação laboral que exija um contrato de trabalho. “Não vejo também que devamos impor o princípio de que só pode haver trabalho em plataformas com características de laboralidade”, sublinhou.

Já sobre o teletrabalho, Miguel Cabrita considerou que a avaliação que está a ser feita sobre os últimos meses em que houve maior recurso ao trabalho à distância devido à pandemia ainda é “preliminar”, mas que a regulação avançará também após o Livro Verde.

“O teletrabalho tem um enorme potencial, mas tem também riscos significativos e nalguns aspetos eles quase se confundem e se sobrepõem, por exemplo nas questões de conciliação entre a vida profissional e familiar”, sublinhou o secretário de Estado.

Apesar de permitir maior flexibilidade, o teletrabalho “pode também ser mecanismo de dificuldade para o desligamento ou aumento das horas de trabalho”, disse o governante, acrescentando que também para as empresas levanta dificuldades de organização.

Miguel Cabrita referiu ainda dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) segundo os quais 14,2% da população empregada estava em teletrabalho no terceiro trimestre, ou seja, 681,9 mil pessoas indicaram ter exercido a sua profissão sempre ou quase sempre em casa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fabricante suíça que vendeu comboios à CP procura parcerias com empresas portuguesas

  • ECO e Lusa
  • 17 Novembro 2020

A empresa não descartou a hipótese de construir uma fábrica em Portugal, para a produção do material circulante, mas adiantou que a decisão ainda não está tomada. 

A empresa suíça Stadler Rail, que assinou contrato com a CP para fornecer 22 comboios regionais, procura parcerias com empresas portuguesas e destaca a “competitividade do tecido empresarial” nacional e conhecimentos na área das tecnologias.

“Vemos Portugal com muitíssimo interesse. Cremos que Portugal se vai juntar a um conjunto de países europeus que vai dar preponderância à ferrovia como um sistema eco-friendly [amigo do ambiente]. O país tem uma rede empresarial muito competitiva”, afirmou esta terça-feira o presidente da Stadler Rail Espanha, Iñigo Parra, num encontro com jornalistas, em Lisboa, para dar a conhecer a empresa.

O responsável admitiu que a empresa está “ansiosa” por conhecer em detalhe o Programa Nacional de Investimentos para a próxima década, particularmente no que à ferrovia diz respeito, para poder, assim, tomar decisões quanto a projetos futuros. Iñigo Parra destacou, ainda, a indústria das tecnologias de informação (IT, na sigla inglesa) em Portugal, que, na sua ótica, tem “um know-how muito interessante”.

Quanto ao contrato para a venda de comboios à CP, assinado em 21 de outubro, o responsável não descartou a hipótese de construir uma fábrica em Portugal, para a produção do material circulante, mas adiantou que a decisão ainda não está tomada. “Está por definir a percentagem de incorporação portuguesa no projeto. […] São decisões que não são tomadas de um dia para o outro”, sublinhou, acrescentando que a Stadler fará “o que resultar melhor para o cliente”, tendo em conta que “a proximidade ao cliente final” é uma “mais valia”.

A CP – Comboios de Portugal celebrou, em 21 de outubro, um contrato para a compra de 22 comboios por um total de 158 milhões de euros, depois de o tribunal ter levantado o efeito suspensivo de um processo que impugnava o concurso.

A transportadora recordou que “o contrato inclui o fornecimento de doze Unidades Automotoras Bimodo e dez Unidades Automotoras Elétricas e respetivas peças, bem como a prestação de serviços de manutenção, preventiva e corretiva, por um período mínimo de três anos, acompanhada de serviços de formação”.

A CP prevê que a entrega da primeira unidade aconteça no final de 2024, sendo que o processo ainda terá de passar pelo Tribunal de Contas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Inglaterra: seguradoras devem reavaliar risco de exposição à Covid

  • ECO Seguros
  • 17 Novembro 2020

A representatividade da exposição aos riscos da pandemia no exercício prudencial das seguradoras é insuficiente, adverte o organismo de regulação prudencial do Reino Unido.

As seguradoras britânicas mantêm algum excesso de otimismo nas estimativas de perdas perante dados e evidências que indicam deterioração na evolução de participações originadas pela pandemia do novo coronavírus (covid19). Na perspetiva prudencial, a gestão das reservas de fundos próprios já vinha mostrando fragilização gradual antes da pandemia e a Covid-19 acrescentou complexidade e incerteza à gestão de reservas, afirma o Banco de Inglaterra (BoE na sigla original) em carta dirigida às companhias que operam seguros gerais.

Com base nas constatações de um trabalho anterior (2019), realizado no âmbito da supervisão à constituição de reservas e, atendendo à forma como as seguradoras têm gerido a exposição à pandemia e ao modo como estão a lidar com a incerteza associada aos contratos de seguro, a Autoridade de Regulação Prudencial (PRA na sigla original), organismo que funciona no seio do BoE, considera que subsiste um bias de enfraquecimento na forma (metodologia e práticas) como as seguradoras estimam riscos na ótica das reservas.

De acordo com a PRA, a pandemia acrescentou mais complexidade e incerteza ao cálculo de perdas resultantes das participações apresentadas pelos titulares de apólices de seguros, aumentando exigências na avaliação de aspetos relacionados com a solvabilidade.

De acordo com a autoridade britânica de regulação prudencial, enquanto as seguradoras cumprem o período de fecho anual, avaliam o nível das reservas de fundos próprios e planeiam as necessidades de capital para cobrirem as necessidades de subscrição no exercício seguinte, este é também o momento oportuno para a missiva que lhe é dirigida. Neste sentido, considera o BoE, a pessoa que melhor pode apreciar a pertinência do que se expõe na carta, é o responsável pela identificação, avaliação e mitigação dos riscos que se colocam ao negócio. Ou seja, o destinatário da carta é a pessoa que está à frente do departamento de risco (Chief Risk Officer) de cada seguradora.

Portanto, centrando-se na temática das reservas de fundos próprios e fundamentando-se em evidências que requerem reavaliação e devida ponderação no trabalho de preparação para o novo ano, a entidade de regulação prudencial recomenda que, na preparação do novo exercício, as seguradoras procedam a abordagem mais atenta às áreas que sumariza em quatro grupos chave:

Dados: O trabalho da PRA tornou evidente que muitas companhias não foram capazes de identificar e monitorizar com precisão as apólices expostas à Covid, uma situação que resultou em perdas inesperadas. Este fator de incerteza deve ser refletido na estimativa de reservas e, sempre que possível deve ser introduzido procedimento que permita identificar e acompanhar as apólices mais expostas à pandemia.

Descontinuidades de séries temporais: Devido aos impactos do confinamento na notificação e liquidação de sinistros ou do surgimento tardio de perdas Covid, é possível que, em alguns setores da atividade económica, as tendências de sinistros emergentes durante 2020 possam não refletir a experiência futura de sinistros. O trabalho temático realizado pelo Regulador sugere que uma série de estimativas das seguradoras sobre as perdas da Covid em certas classes de sinistros pode pecar por ser otimista. Consequentemente, a PRA encoraja os operadores regulados a ponderarem suficientemente a incerteza relacionada tanto com o impacto direto das perdas da Covid (onde as perdas de reclamações podem ainda não se ter materializado, ou ter sido incorridas, mas ainda não comunicadas, ou onde exista atualmente informação limitada sobre reclamações), como com os impactos indiretos das participações.

Adequação das metodologias de constituição de reservas: Dado que o histórico de sinistros não servirá como a melhor referência para estimar as perdas futuras associadas à Covid, será útil recorrer a abordagens alternativas baseadas na análise de padrões de exposição mais comuns para a constituição de reservas.

Resseguro: A análise da PRA demonstrou que, em número crescente de casos, as coberturas de resseguro podem não resultar, tanto da parte do segurador como do ressegurador, na resposta esperada face ao evento da pandemia. Isto acrescenta incerteza aos cálculos de perdas e condiciona a quantificação de fundos próprios a reservar. Nos casos em que se verifique dependência material do resseguro para a efetiva transferência de risco, seja intragrupo ou junto de terceiras partes, sugere-se que as seguradoras implementem testes de resistência e se certifiquem de que os contratos de resseguro são os adequados às suas necessidades.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.