Empresas de olho no online. Mas para crescer é preciso investir

São cada vez mais as empresas que optam por ter a sua própria loja online ou associar-se a marketplaces. Mas reconhecem que "para crescer" na internet também "é preciso investir".

Com a pandemia, os hábitos de consumo alteram-se significativamente e as vendas online começaram a ganhar mais força. Nos dias de hoje, ter presença online já não é apenas uma tendência: é uma necessidade.

Ora, para entrarem no mundo digital, as empresas deparam-se com várias opções: criarem uma loja própria, entrarem em marketplaces portugueses como o Dott, a Minty Square e a Springcode, ou associarem-se a gigantes do comércio eletrónico como a Amazon.

O ECO falou com os fundadores do Dott, Minty Square e Springkode e com marcas portuguesas que têm lojas online, como é o caso da Vista Alegre, Ramirez, Castelbel, Josefinas e Mariano Shoes. A opinião é unânime e a grande maioria das empresas opta pelos dois caminhos: ter loja online e associar-se a outros marketplaces.

O motivo é simples: mais visualização, menos investimento. Para as empresas, a entrada em outros marketplaces é uma oportunidade de expandir o negócio para outros mercados e públicos-alvo.

As empresas explicam que, para ter muito alcance, é preciso fazer um investimento significativo.“Para alcançar um vasto público é necessário um investimento enorme”, diz o administrador da Ramirez, Luís Avides Moreira. A empresa centenária tem presença online desde o ano passado e cerca de 25% da percentagem da faturação online mensal é investida em marketing digital.

“Esses orçamentos não são grandes, são orçamentos de uma PME que vão permitir-nos chegar a uma pequena franja do mercado”, diz. Para o gestor o investimento é um dos grandes entraves das empresas ao abrir lojas online.

Para a Vista Alegre existe outro problema para além do investimento. “Em Portugal só estamos presentes através da nossa loja online. Uma marca com um posicionamento alto tem sempre dificuldade em associar-se a outras marcas porque depois o posicionamento não é coerente e o cliente final não percebe porque é que duas marcas com posicionamentos diferentes estão no mesmo ponto de venda. Isto é transversal às marcas premium, que têm dificuldade em entrar em marketplaces tipo Amazon ou Alibaba. São plataformas mais massificadas”, explica ao ECO, Nuno Barra, administrador do grupo.

Com uma perspetiva diferente da Vista Alegre, a Ramirez juntou-se ao Dott pouco tempo depois de ter lançado a sua loja online (2019). O gestor da Ramirez começa por contar que, antes de olharem para marketplaces, a empresa abriu a sua própria loja online. Pouco tempo depois de ter uma primeira presença online, juntou-se ao Dott e agora está prestes a entrar na Amazon.

“Através da nossa loja online alcançamos uma pequena franja do mercado, para alcançar um mercado tão vasto como a Amazon teríamos que gastar milhões em marketing digital. O digital tem esta questão: para crescer é preciso investir”, destaca Luís Avides Moreira.

Contrariamente à Ramirez, a Vista Alegre, que tem loja online desde 2012, em Portugal só tem presença online através da sua loja “por uma questão de posicionamento da marca”, explica o administrador Nuno Barra. A nível mundial, o grupo conta com 11 lojas online, seis da Vista Alegre e cinco da Bordallo Pinheiro, e está presentes em alguns marketplaces como a Westwing e a Amazon, mas com estratégias diferentes.

À semelhança da Vista Alegre, e muito antes de falar-se em transição digital, a Josefinas, conhecida pelas sabrinas, já via no e-commerce uma oportunidade de negócio, sendo que lançou a sua loja online a par do lançamento da marca em 2013.

“A primeira abordagem da Josefinas no mercado foi online”, conta Carolina Nelas, do departamento de comunicação da Josefinas. De forma a alcançar outro nicho de mercado, a Josefinas entrou o ano passado no Minty Square. “Neste marketplace vendemos apenas calçado para criança. Como a Josefinas estava associada a produtos para mulher, vimos na Minty Square uma oportunidade para ganhar notoriedade nesse segmento”, explica Carolinas Nelas ao ECO.

Ainda no segmento do calçado, a Mariano Shoes, que conta com 75 anos de história, aliou-se a um novo investidor para apostar na internacionalização da marca. A nova acionista, Fátima Oliveira explica ao ECO que 80% das vendas da Mariano Shoes partem da loja online, e que parte do investimento de um milhão foi canalizado para o canal digital. Concorda com o gestor da Vista Alegre e destaca que é preciso um investimento considerável para se conseguir estar presente, de forma válida, em todos os mercados.

De acordo com dados do e-commerce em Portugal, as vendas online registaram um crescimento estimado entre 150 a 170% desde março, em comparação com o período homólogo. À semelhança das outras marcas, a Mariano também apostou em associar-se a dois marketplaces de forma a ganhar mais visibilidade e estar a par das novas necessidades dos consumidores.

“Estamos presentes na Spartoo e estamos a ultimar o processo para entrarmos no marketplace do El Corte Inglês”, adianta ao ECO a nova acionista do calçado Mariano. Revela ainda que a empresa está a trabalhar no sentido de entrar em outros marketplaces para além destes.

A Castelbel entrou no mundo online um pouco mais tarde, mas está certa de que o online é um complemento ao negócio e um mundo a continuar a explorar. A marca tem presença online desde 2018, através da sua loja, mas decidiu que estava na altura de reforçar a sua presença online e de alcançar novos consumidores. À semelhança da Ramirez, que vai vender conservas na Amazon, a Castelbel, icónica marca portuguesa de sabonetes, também está prestes a entrar no gigante de comércio eletrónico ainda este ano.

A responsável pelo desenvolvimento online da Castelbel explica ao ECO que a entrada na Amazon centra-se essencialmente em três pontos chave: “Começámos a perceber que a presença da marca estava fora daquilo que nós entendemos que são os padrões da marca, temos pouca presença online e pela oportunidade de negócio”.

Acrescenta ainda que, “com a pandemia, muita gente começou a direcionar-se para o negócio online e começámos a ver muita pessoas a colocarem os nosso produtos à venda sem a imagem certa, sem as características, sem informação, sem o conteúdo. A nossa entrada na Amazon foi vista como uma resposta a uma preocupação, de certa forma”, destaca Isabel Santos.

Existem marketplaces para todos os gostos e segmentos

Algumas empresas optam por ter a sua própria loja online, como é o caso da Vista Alegre, mas outras apostam na entrada de marketplaces para dar mais visibilidade à marca.

Existem marketplaces para todo o tipo de segmentos. A cofundadora da Minty Square, Ana Cravo, explica que a entrada das empresas em marketplaces é uma “decisão estratégia”. A Minty Square é uma é uma plataforma que centraliza marcas e designers de moda e trabalha com cerca de 100 designers e marcas, entre as quais, Kaoa, Friendly Fire, Carolina Curado, Knot, Laranjinha até às icónicas Sanjo e Monte Campo.

Ana Cravo explica que a entrada neste tipo de plataformas “tem vantagens, nomeadamente, ao nível do cross selling, proporcionando aos clientes um contacto diversificado com marcas que até aqui desconheciam”.

Reinaldo Moreira, cofundador e diretor-geral da Springkode, plataforma online portuguesa criada em 2018, que procura fazer a ponte entre a indústria têxtil e os consumidores, corrobora a ideia da cofundadora da Minty Square. Diz ao ECO que este tipo de marketplace é uma forma de dar oportunidade às empresas de divulgar e alcançar outro tipo de mercado”.

Explica que a Springkode tem 23 empresas agregadas dentro do têxtil, vestuário e acessórios, e que “a grande maioria só tem presença online através da plataforma.

Com um segmento mais alargado, falámos com Gaspar d’Orey, CEO da Dott, plataforma de comércio eletrónico que nasceu fruto de uma parceria entre a Sonae e os CTT, e que já conta com quase três milhões de produtos e mais de 1.200 marcas associadas.

Gaspar d’Orey destaca que os dois grupos viram no online uma oportunidade de negócio. “Um dos nossos grandes objetivos é ajudar a fazer crescer o e-commerce no nosso país. O mercado em Portugal estava recetivo e atento a novas oportunidades nesta área e os CTT e a Sonae viram que valia a pena investir num grande player de e-commerce em Portugal”, conta Gaspar d’Orey.

A Dott conta com 17 categorias e tem empresas associadas de vários segmentos: Apple, Super Bock, Ach Brito, Gato Preto, Kasa, Dodot, Delta, Puma, Adidas, Braun, JBL, L’Oreal, Calvin Klein, Filorga, entre muitas outras. “Somos já responsáveis por ajudar a digitalizar mais de 1.000 marcas portuguesas, que muito nos orgulha”, avança Gaspar d’Orey, CEO da Dott.

Do alimentar à cosmética, existem marketplaces para todos os gostos, segmentos e carteiras. Um canal de vendas que está a ganhar mais relevo nesta pandemia, e que veio para ficar. Apesar da faturação total das lojas online ser ainda pouco expressiva, todos os intervenientes ouvidos pelo ECO acreditam que o futuro será digital. “O negócio online é o futuro”, destaca o adjunto da administração da Ramirez, Luís Avides Moreira.

A somar a isto, o grupo CTT revelou esta semana um relatório em que estima que o comércio eletrónico vá crescer entre 40% e 60% este ano. São mais os que vendem na internet, mas também cada vez mais os que lá compram.

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Marcelo considera desejável que Congresso do PCP respeite recolher obrigatório

  • Lusa
  • 14 Novembro 2020

Marcelo aponta que a lei prevê que as atividades políticas "não podem ser atingidas pelo estado de emergência", mas que a perceção é que "aquilo que é determinado para uns é determinado para todos".

O Presidente da República considerou este sábado “desejável” que o Congresso do PCP, entre 27 e 29 de novembro, decorra de acordo com as regras do estado de emergência, apesar de a lei salvaguardar reuniões políticas.

Esta posição foi transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas, depois de ter estado presente numa missa no Santuário de Fátima em homenagem às vítimas da covid-19.

“É verdade que a lei prevê expressamente que as atividades políticas e sindicais não podem ser atingidas pelo estado de emergência. Está lá um artigo. Mas também é verdade que a perceção (já falei nisso muitas vezes) é que aquilo que é determinado para uns é também determinado para todos”, afirmou o chefe de Estado, depois de questionado sobre a realização do Congresso do PCP, em Loures, no distrito de Lisboa.

Segundo o Presidente da República, “o que quer que seja de medidas a adotar – o que dependerá muito da evolução dos números nos próximos dias – é desejável que seja para todos”.

O regime do estado de sítio e do estado de emergência estabelece que “as reuniões dos órgãos estatutários dos partidos políticos, sindicatos e associações profissionais não serão em caso algum proibidas, dissolvidas ou submetidas a autorização prévia”. Neste contexto, o decreto do Governo exceciona das restrições à circulação “titulares dos órgãos de soberania, dirigentes dos parceiros sociais e dos partidos políticos representados na Assembleia da República”.

Interrogado como se poderá compatibilizar o Congresso Nacional do PCP, em Loures, com as regras do recolher obrigatório, caso estejam nessa altura nesse município do distrito de Lisboa, o chefe de Estado defendeu que isso é possível nas seguintes condições: “Compatibilizar o recolher obrigatório com reuniões políticas é possível porque o recolher obrigatório começa a uma certa hora e as reuniões podem terminar até a essa hora, todas elas. Todas as reuniões políticas, de culto religioso, sociais e económicas podem decorrer no período em que não há recolher obrigatório, em teoria. O recolher obrigatório começa às 23:00″, observou.

Marcelo de Sousa acentuou que é possível haver reuniões “durante o dia, de manhã, tarde e até começo da noite, não indo para além das 23:00”. “Uma coisa parece óbvia: A partir do que irei ouvir dos partidos esta semana, aquilo que for decidido no estado de emergência para o futuro, será igual para todos”, frisou.

Mas o Presidente da República deixou ainda uma advertência: “Se há uma regra geral numa situação difícil, com números a crescer – e quando cresce o número de infetados significa que daí da tantos dias aumenta o número de internados, de doentes em cuidados intensivos e de mortos, com uma distância de mês e meio e às vezes dois meses -, então mais vale prevenir do que remediar e encontrar soluções que sejam aceites mais pacificamente pela sociedade” frisou.

Perante os jornalistas, o chefe de Estado defendeu que “há mais autoridade moral” se as regras foram iguais para todos “do que se porventura se encontrar soluções específicas para casos muito específicos”. “Foi aliás isso que levou o Governo a retirar muitas exceções que se tinham aberto. Às tantas surgiu a dúvida: Há uma regra geral mas há tantas exceções que não se percebe qual é a regra geral e qual é a exceção“, apontou.

Nas declarações que prestou, o Presidente da República deixou ainda um alerta: “A pior coisa que poderia acontecer na sociedade portuguesa é o confronto entre os que querem a abertura rápida da economia e dos que têm medo de que essa abertura sacrifique a vida e a saúde”. “Temos de evitar isto”, acrescentou.

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Marcelo considera manifestações “legítimas” mas pede que não haja violência

  • Lusa
  • 14 Novembro 2020

Marcelo Rebelo de Sousa aponta que as manifestações são "uma expressão em democracia do estado de espírito dos portugueses", mas pede sejam feitas sem haver violência.

O Presidente da República considerou este sábado, em Fátima, as manifestações “legítimas”, mas apelou às pessoas que protestem sem violência, para não agravar a situação existente provocada pela pandemia da covid-19.

“A manifestação é legítima e é uma expressão em democracia do estado de espírito dos portugueses. É uma chamada de atenção de quem tem de decidir e a necessidade de ir olhando para situações que em muitos casos se agravam com o correr do tempo. Aquilo que podemos pedir é que essas manifestações sejam feitas sem haver violência, que é indesejável para o todo social”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, à saída da missa no Santuário de Fátima em homenagem às vítimas da covid-19.

O chefe de Estado sublinhou que a pandemia “é em si mesmo uma violência”, a crise económica e social também “é em si mesmo uma violência”. “Não podemos ter nem crises políticas nem situações de tensão levadas à violência, porque dissolvem o tecido económico e social, o relacionamento entre as pessoas e precisamos dessa solidariedade”, acrescentou.

Marcelo Rebelo Sousa lembrou que quando decretou o estado de emergência avisou que ia haver “cansaço e fadiga”. “Na altura não parecia evidente, mas passados oito meses, qualquer dia nove meses, essa fadiga existe”, tal como “cansaço e frustração”.

“Muitos estão desempregados, outros em situação de ‘lay-off’ e estão nessa situação há oito meses. Era o caso de alguns manifestantes de ontem. Outros que estão a braços com desgostos familiares, a perda de entes queridos, o não poderem acompanhar nessa perda e terem doentes nas famílias. Hoje praticamente não há nenhuma família que não tenha direta ou indiretamente, de forma próxima, alguém que convive com a covid-19 ou que sofre de outras patologias, cujo tratamento é sacrificado por causa da pandemia”, afirmou ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

Por isso, o Presidente da República entende que “ninguém está feliz nem satisfeito”. “Está sofredor e a mostrar-se indignado, em muitos casos, não resignado”, acrescentou.

Confrontado com a possibilidade de as manifestações se generalizarem, tendo em conta o estado de saturação das pessoas, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “o mais importante é a reação das pessoas”. “A pior coisa que poderíamos ter na sociedade portuguesa era [confronto] entre os que querem a abertura rápida da economia e da sociedade e os que têm medo que essa abertura sacrifique a vida e a saúde”, constatou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “se começamos a ter uma divisão entre esses grupos, e porventura mostram os inquéritos de opinião, o grupo que defende a vida e a saúde, sobretudo nos grupos de risco, é muito elevado, encontramos uma clivagem que pode ser por idades e por situação social”.

“Temos de evitar isto. Manifestação sim, que haja a preocupação de encontrar soluções para os problemas sim, que entremos numa espiral de violência só agrava o confronto entre portugueses e só agrava aquilo que [já] é uma violência, que é a pandemia e a crise económica e social, isso devemos evitar”, insistiu.

Um grupo de empresários do setor da restauração, bares e comércio arremessaram na sexta-feira garrafas contra agentes da PSP e queimaram caixões durante uma manifestação na Avenida dos Aliados, no Porto. Este protesto reuniu mais de mil empresários que contestam as medidas restritivas impostas pelo Governo para travar a pandemia de covid-19.

Além do arremesso de garrafas contra elementos das forças de segurança, os manifestantes colocaram caixões a arder, simbolizando a morte do setor, obrigando a intervenção policial. Para este sábado estão previstas mais manifestações durante o dia.

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Agência Europeia do Medicamento espera distribuição de vacina contra Covid-19 a partir de janeiro

  • Lusa
  • 14 Novembro 2020

A Agência Europeia de Medicamentos espera que “seis ou sete” diferentes vacinas contra o novo coronavírus estejam disponíveis em 2021.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) espera dar um parecer favorável sobre uma primeira vacina contra o novo coronavírus “até o final do ano” para ser distribuída “a partir de janeiro”, disse este sábado o seu diretor.

“Se os dados forem sólidos, podemos dar luz verde para a primeira vacina até o final do ano e começar a distribuição a partir de janeiro”, disse o diretor da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Guido Rasi, numa entrevista publicada este sábado no jornal italiano Il Sole 24 Ore.

Este organismo é responsável pela autorização e controlo dos medicamentos na União Europeia (UE), sendo que a luz verde final dada pela Comissão Europeia permite aos laboratórios comercializar os seus medicamentos em toda a UE.

A EMA, que espera que “seis ou sete” diferentes vacinas estejam disponíveis em 2021, recebeu na sexta-feira “os primeiros dados clínicos da Pfizer sobre a sua vacina”, afirmou Guido Rasi. O diretor da EMA descreveu ainda que receberam “os dados pré-clínicos da AstraZeneca, de ensaios em animais, que já estão a ser avaliados” e que, por último, tiveram “várias conversas com a Moderna”.

Com a colocação da vacina no mercado em janeiro, os seus primeiros efeitos ao nível de conter a disseminação do vírus “serão visíveis em cinco a seis meses, principalmente no próximo verão”, explicou, lembrando que, obviamente, “não será possível imunizar todas as pessoas”. “Começaremos pelas categorias mais vulneráveis, como os idosos e os profissionais de saúde, que passarão a bloquear as pontes de transmissão”, frisou o responsável.

Guido Rasi entende que é necessário vacinar “mais de metade” da população europeia para se “poder assistir a um declínio da pandemia”, o que exigirá “pelo menos 500 milhões de doses na Europa”. Para vacinar todos, “vai demorar pelo menos um ano” e “se tudo correr bem no final de 2021, teremos imunização suficiente”, salientou Rasi.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 1.305.039 mortos resultantes de mais de 53,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 3.250 pessoas dos 204.664 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (51.304 mortos, mais de 1,3 milhões de casos), seguindo-se Itália (44.139 mortos, mais de 1,1 milhões de casos), França (43.892 mortos, cerca de 1,9 milhões de casos) e Espanha (40.769 mortos, mais de 1,4 milhões de casos).

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Há 6.602 novos casos de Covid-19 e morreram 55 pessoas

Foram identificados 6.602 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal nas últimas 24 horas. Há 413 pessoas em internamento em unidades de cuidados intensivos, um novo recorde.

Foram identificados 6.602 novos casos de Covid-19 em Portugal, elevando para 211.266 o número de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma taxa de crescimento diária de 3,23%. Já o número de mortes aumentou para 3.305, depois de 55 óbitos terem sido contabilizados nas últimas 24 horas, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A grande maioria das pessoas infetadas continua a ser medicamente seguida a partir de casa, mas há 2.798 pessoas em internamento em enfermaria geral (menos uma que ontem) e 413 em internamento em unidades de cuidados intensivos, mais 25 que no balanço anterior, o máximo desde o início da pandemia.

O número de casos ativos aumentou em 1.412, para um total de 85.444 pessoas a lutarem contra a doença no país, um novo recorde, como já tem acontecido nos últimos dias. Já quanto às pessoas que recuperaram da infeção, foram mais 5.135, contando-se agora 122.517 infetados que superaram a Covid-19, segundo o balanço da DGS.

Boletim epidemiológico de 14 de novembro:

Do total de novos casos encontrados em Portugal, a maioria localiza-se na região Norte (+4.154), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (+1.563) e o Centro (+715). O Alentejo registou 52 novos casos e o Algarve contabilizou 95. Nas regiões autónomas, os Açores têm 18 novos casos, enquanto a Madeira detetou mais cinco.

Há ainda 91.936 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com outras pessoas entretanto diagnosticadas com Covid-19.

(Notícia atualizada às 14h40)

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Google Trends: Vacina da Pfizer dá esperança aos portugueses em tempo de crise

  • Tiago Lopes
  • 14 Novembro 2020

A vacina contra a Covid-19 da Pfizer tem uma eficácia superior a 90%. Lá fora, Donald Trump quer lançar um canal de televisão. Nos negócios, prejuízos da Farfetch quintuplicaram.

Não é por acaso que “confinamento” é a palavra do ano para a HarperCollins. Todos os dias há novas notícias sobre o coronavírus e esta semana não foi exceção. O anúncio de que a vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer tem uma eficácia superior a 90% veio trazer ânimo e esperança, num ano que está a ser particularmente difícil.

Outra notícia que marcou as pesquisas no Google em Portugal foi a divulgação das novas regras para serem aplicadas durante o período de recolher obrigatório, mais a lista de concelhos de alto risco que foi alvo de alterações na quinta-feira e que crescerá para 191 já na segunda-feira.

A nível nacional, as buscas na SAD do Benfica também despertaram a atenção dos portugueses.

Cá dentro

O ano de 2020 fica inevitavelmente marcado pela pandemia. E o tema tem entrada direta na lista das cinco notícias mais procuradas no Google quase todas as semanas.

Por isso, não é estranho que a palavra do ano para a HarperCollins, grupo que edita o dicionário de inglês Collins, seja “confinamento”. A editora registou mais de 250 mil utilizações desta palavra este ano.

A segunda vaga da pandemia tem levado o Governo a anunciar novas medidas de controlo, como o recolher obrigatório a partir das 13h00 em mais de uma centena de concelhos este fim de semana.

Na quinta-feira, o Executivo atualizou a lista de concelhos com maior risco por causa da Covid-19. Tirou sete… mas juntou 77. A partir de segunda-feira, serão 191 concelhos com regras mais apertadas de combate ao novo coronavírus.

Mas nem tudo são más notícias.A vacina experimental contra a Covid-19 que está a ser desenvolvida pelo consórcio Pfizer/BioNTech tem mais de 90% de eficácia, revelou o consórcio esta semana. Os dados animaram um mundo que anseia por uma saída desta crise.

“Hoje é um grande dia para a ciência e para a humanidade. O primeiro conjunto de resultados do nosso ensaio clínico de fase três da vacina da Covid-19 fornece evidências iniciais da capacidade da nossa vacina de prevenir a Covid-19″, afirmou o chairman e presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla.

Todos precisávamos de uma notícia assim, e não demorou muito para que as principais bolsas europeias reagissem de forma positiva. Wall Street também não ficou indiferente, com os investidores a aplaudirem a notícia da Pfizer, juntamente com a eleição do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Apesar de os dados da Pfizer ainda serem preliminares, a farmacêutica anunciou que espera ter a vacina disponível ainda em 2020. Para tal, vai pedir uma autorização de emergência nos EUA para uso da vacina perto do final de novembro. Se tudo correr bem, a farmacêutica conta ter doses suficientes para imunizar entre 15 milhões e 20 milhões de pessoas até ao fim do ano. No ECO, preparámos um artigo onde explicamos como funciona e quando vai chegar a vacina da Pfizer.

O futebol é outro dos temas que recorrentemente nas pesquisas do Google. A Polícia Judiciária esteve no início da semana na SAD do Benfica e do Santa Clara, para realizar buscas por suspeitas de corrupção desportiva. O presidente do clube encarnado, Luís Filipe Vieira, foi um dos principais alvos da PJ, numa operação que foi conduzida pelo juiz de instrução Carlos Alexandre.

Lá fora

Nos negócios

  • Prejuízos da Farfetch quintuplicaram. Em comparação com o mesmo período de 2019, o grupo de ADN português teve um aumento de prejuízos para 537 milhões de euros. Apesar das perdas, os investidores aplaudiram. A Farfetch conseguiu aumentar o volume de negócios em 60% comparando com o mesmo período do ano passado, totalizando 798 milhões de dólares.
  • Sputnik V. com 92% de eficácia. Depois de a Pfizer anunciar que a vacina experimental contra a Covid-19 tem uma eficácia superior a 90%, a Rússia veio anunciar que a vacina Sputnik V. tem uma eficácia de 92% na proteção de pessoas contra o novo coronavírus. O resultado dos testes teve como base uma amostra de de 16.000 participantes, que receberam duas doses da vacina.
  • Lydia reforça aposta em Portugal. A app financeira francesa Lydia chegou ao mercado português para concorrer com alternativas como a Revolut, N26 e Monese. “O nosso objetivo é acompanhar os nossos utilizadores portugueses, diariamente, em todos os seus pagamentos”, disse Carlota Meirelles, líder da delegação portuguesa da Lydia.

Nota: A Google Trends é uma rubrica semanal, publicada aos fins de semana, que resume os temas mais populares da internet com base na ferramenta homónima da Google. É assinada pelo jornalista do ECO Tiago Lopes.

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Apoios para restauração totalizam os 1.103 milhões de euros, dos quais 500 milhões a fundo perdido, diz Siza Vieira

Pedro Siza Vieira destaca que os apoios para o setor já disponibilizados ou anunciados totalizam os 1.103 milhões de euros, dos quais cerca de 500 milhões são a fundo perdido. 

Numa altura marcada pela contestação do setor da restauração, que enfrenta um recolher obrigatório a partir das 13h neste e no próximo fim de semana nos concelhos de risco mais elevado, o ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira vem destacar que os apoios para o setor já disponibilizados ou anunciados totalizam os 1.103 milhões de euros, dos quais cerca de 500 milhões são a fundo perdido.

O ministro adiantou ainda que o apoio extraordinário para a restauração, anunciado pelo primeiro-ministro, que se destina a compensar as quebras destes fins de semana em que há recolher obrigatório e que será correspondente a 20% das perdas nas receitas, deverá rondar os 25 milhões de euros, em declarações transmitidas pela RTP 3.

Este apoio acresce aquele anunciado na semana passada, designado de apoiar.pt, que poderá corresponder a cerca de 200 milhões de euros a fundo perdido para a restauração. Neste apoio está previsto um montante global de 750 milhões de euros em subsídios a fundo perdido destinado a micro e pequenas empresas dos setores mais afetados pela crise, como é o caso do comércio, cultura, alojamento e atividades turísticas e restauração.

Já no conjunto das medidas de apoio à manutenção do emprego, como o lay-off, o apoio à retoma progressiva ou os apoios de um ou dois salários mínimos por trabalhador, o setor da “restauração e similares recebeu 286 milhões de euros, o que inclui valores pagos de 240 milhões e isenção de TSU que entidades empregadoras deixaram de pagar”, acrescentou Pedro Siza Vieira.

Continuando a enumerar as medidas, o ministro apontou ainda que o programa Adaptar financiou o setor em cerca 12 milhões de euros a fundo perdido e que, desde março, através das linhas de crédito disponibilizadas dirigidas aos setores, a restauração terá recebido crédito no valor de 580 milhões de euros.

O ministro apontou que o setor da restauração perdeu cerca de 1.860 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período do ano passado. Apesar de admitir que é impossível “compensar integralmente essa perda” e “acorrer a todas as situações”, salienta que as medidas já disponibilizadas totalizam mais de mil milhões de euros, indicando que “deve haver poucos setores que receberam um conjunto tão significativo”.

Empresas ainda proibidas de abrir portas podem trocar lay-off simplificado pelo apoio à retoma

As empresas cuja atividade ainda se encontra encerrada por imposição das medidas de combate à pandemia, como as de animação noturna, podem trocar o mecanismo do ‘lay-off’ simplificado e aderir ao novo regime do apoio à retoma progressiva.

O regime do ‘lay-off’ simplificado terminou em julho para a generalidade das empresas, mantendo-se apenas para aquelas que estão obrigadas a permanecer encerradas, mas é-lhes permitido, como referiu este sábado o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, passarem para o regime do apoio à retoma progressiva, onde o esforço financeiro com a manutenção do emprego é mais baixo.

O apoio à retoma progressiva foi reformulado em outubro, passando a prever que as empresas com quebras de faturação superiores a 75% podem reduzir até 100% o período normal de trabalho (PNT), sendo a remuneração do trabalhador (que não pode ser inferior a 88%) integralmente paga pela Segurança Social. O empregador terá, por seu lado, de pagar apenas 50% da Taxa Social Única.

Já no ‘lay-off’ simplificado as empresas podem suspender o contrato do trabalhador, mas suportam 30% dos dois terços da remuneração que tem de ser assegurada ao trabalhador, beneficiando de isenção de TSU. Neste quadro, o custo para uma empresa com o novo regime da retoma progressiva corresponde a metade do custo que tem através do ‘lay-off’ simplificado.

Perante a situação de “desespero” que alguns destes empresários enfrentam e assinalando que o setor da animação noturna, onde se incluem os bares e discotecas, está a ser “particularmente atingido” tendo em conta as “restrições [à atividade] que persistem”, o ministro Pedro Siza Vieira lembrou que no âmbito do programa Apoiar.pt, estas empresas beneficiam de uma majoração dos valores que podem receber, a fundo perdido.

As regras gerais deste programa determinam que o apoio corresponde a 20% da quebra da faturação registada nos primeiros nove meses deste ano relativamente ao período homólogo de 2019, até ao limite de 7.500 euros para as microempresas e de 40 mil euros para as pequenas empresas. No caso da animação noturna, os tetos máximos são majorados em 50% sendo de 11.250 euros para as microempresas e de 60 mil euros para as pequenas empresas.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h55)

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Acordo entre PSD, CDS e PPM nos Açores é para duas legislaturas

  • Lusa
  • 14 Novembro 2020

O acordo entre PSD, CDS e PPM para um novo Governo dos Açores tem como "condição vinculativa e estruturante" que os três partidos concorram coligados nas próximas regionais.

O acordo político para um novo Governo dos Açores assinado entre PSD, CDS e PPM é válido para duas legislaturas e indica, como “condição vinculativa e estruturante”, que os três partidos concorram coligados nas próximas regionais.

De acordo com o texto, este sábado divulgado pelos três partidos, será respeitado nas próximas regionais o “peso obtido” por PSD, CDS e PPM nos diferentes círculos eleitorais nas legislativas regionais de 25 de outubro. Cumprindo-se a legislatura até final, as próximas regionais decorrerão em 2024, sendo que o acordo firmado entre as três forças partidárias “vigora na presente legislatura e na próxima legislatura”.

Em relação às autárquicas de 2021, e também às próximas legislativas nacionais, é definido o compromisso de se construírem “mecanismos de diálogo e negociação”, embora estes venham a ser analisados “caso a caso”, ou seja, no caso autárquico, município a município.

PSD, CDS e PPM defendem que o resultado das regionais do mês passado “traduz um inequívoco desejo de mudança por parte dos eleitores”, sendo “não apenas desejável, como possível”, governar melhor os Açores. Os líderes regionais de PSD (José Manuel Bolieiro), CDS (Artur Lima) e PPM (Paulo Estêvão) manifestam-se “determinados a assegurar uma base institucional sólida” e dizem que vão honrar a “memória histórica” de cada um dos seus partidos.

No texto são estabelecidos 19 objetivos comuns e estipulados compromissos em termos parlamentares, nomeadamente o voto em solidariedade de temas como o programa de Governo, orçamentos, moções de confiança ou censura, revisões constitucionais ou iniciativas legislativas da responsabilidade do executivo, referentes a temas acordados ou que necessitem de maioria absoluta.

No campo dos objetivos, é afirmado que o novo ciclo político será “mais próximo das pessoas” e “mais transparente nos procedimentos”. Na saúde, é defendida uma política “centrada na prevenção da doença” e é admitido o recurso a alternativas no setor social e privado, que “não devem ser recusadas por motivos ideológicos”.

O Vale Saúde – uma iniciativa para combater as listas de espera, através da parceria com entidades privadas para a realização de cirurgias – passará a ter um “caráter universal” e verá o seu valor “atualizado”, embora não seja detalhado o montante em causa. Será ainda garantida a “independência” da Autoridade de Saúde Regional, não podendo ser o responsável maior desta, como sucede atualmente, também elemento do Governo dos Açores.

Para a classe docente, será estimulado o “rejuvenescimento” e a formação, “num processo que deve envolver a Universidade dos Açores”. É prometida ainda uma “ampla reformulação do sistema educativo”, estando também no texto uma referência a “incentivos à estabilidade do pessoal docente”. Juventude, cultura, diáspora, família e solidariedade são outras matérias com objetivos comuns entre PSD, CDS e PPM.

O problema do transporte marítimo para a ilha do Corvo e a reconstrução do porto das Lajes das Flores, destruído em outubro de 2019 com a passagem do furacão Lorenzo, são também merecedores de um capítulo no acordo político divulgado este sábado. O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado no sábado passado presidente do Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino.

O PS venceu as eleições legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, alcançando 25 dos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional. PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, anunciaram um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).

Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.

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Costa apela a que se fique em casa e defende que medidas são “mal menor”

  • Lusa
  • 14 Novembro 2020

António Costa reconhece que este e o próximo fim de semana vão ser "muito duros para muitas atividades económicas, para a restauração, para o comércio, que vão ter prejuízos grandes".

O primeiro-ministro apelou este sábado a que se fique em casa neste e no próximo fim de semana, considerando essencial travar o “grave” crescimento da covid-19, e defendeu que as medidas restritivas agora tomadas são um “mal menor”.

“Este fim de semana vai ser muito diferente, vamos ter de ficar em casa à tarde e à noite. Vai ser muito duro para todos, que gostariam de fazer livremente aquilo que lhes apetecesse”, declara António Costa numa mensagem vídeo, na qual procura explicar a razão de o Governo ter tomado medidas de recolher obrigatório nos concelhos mais atingidos pela covid-19.

António Costa reconhece que este e o próximo fim de semana vão ser “muito duros para muitas atividades económicas, para a restauração, para o comércio, que vão ter prejuízos grandes”.

“Mas há três razões fundamentais para termos de fazer este esforço suplementar. A primeira é que a situação da pandemia é mesmo muito grave. Se nos recordarmos de qual era a situação na primeira vaga da pandemia, o máximo de casos foi de 1516, mas ainda ontem [sexta-feira] tivemos 6653 novos casos, quatro vezes mais do que na primeira fase, o que significa que temos mesmo de travar a continuação do crescimento desta pandemia”, frisou o primeiro-ministro.

A segunda razão que justifica as medidas agora adotadas, segundo António Costa, é que o Governo quer evitar um confinamento como o da primeira vaga da pandemia, em março e abril passados, quando “foi necessário fechar a generalidade das atividades económicas e fechar as escolas”, com a generalidade das pessoas “fechadas em casa”.

“Conseguimos travar a pandemia, mas todos também nos lembramos do enorme custo que isso teve dos pontos de vista da saúde mental, afetivo, social e económico. Foram milhares de empregos destruídos e uma imensa perda de rendimentos por parte das famílias e muitas atividades ficaram mesmo fechadas para sempre. Ora temos de evitar isto”, advertiu.

Por isso, de acordo com o primeiro-ministro, o Governo optou agora “pelo mal menor”. “E o mal menor é concentrar este esforço nestes fins de semana para tentar preservar a continuidade da vida normal durante a semana, sem voltar a interromper o ano letivo e sem voltar a interromper a generalidade das atividades económicas”, justificou.

António Costa invocou ainda “uma terceira razão fundamental” para o Governo ter tomado as medidas restritivas à circulação e à generalidade da atividade comercial.

“É que temos de dar todo o nosso apoio aos profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, assistentes operacionais, técnicos de diagnóstico, aqueles que estão neste momento nos hospitais ou os centros de saúde a fazer um esforço imenso para tratar os doentes, para acompanhar aqueles quer estão em casa confinados em vigilância, para fazer os inquéritos epidemiológicos para travar as cadeias de transmissão. É um trabalho imenso que estão a fazer e nós podemos ajudá-los, evitando que haja mais pessoas doentes que eles tenham de tratar”, acrescentou.

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Trabalhadores ouviram que TAP tem de “poupar”, mas continuam sem conhecer plano de reestruturação

Dois dias de reuniões entre companhia aérea e representantes trabalhadores focaram-se na situação económica e financeira da empresa e não em medidas de recuperação. Sindicatos e CT esperavam mais.

A situação não é boa — é mesmo bastante má — e é preciso poupar dinheiro“. A mensagem que a Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP recebeu da empresa foi clara, mas pouco específica. Nem este grupo nem os sindicatos receberam pormenores sobre o plano de reestruturação nos dois dias de reuniões que tiveram lugar esta quinta e sexta-feiras. Sabe-se apenas que o objetivo é que a companhia aérea regresse a níveis operacionais e financeiros pré-pandemia em 2025. O caminho até lá ainda não é conhecido.

“Não houve ainda nenhuma conversa sobre medidas a nível laboral que possam ser aplicadas. O que houve uma apresentação da situação económica da empresa, em 2019, neste momento e com a projeção até 2025“, conta Cristina Carrilho, coordenadora da CT da TAP, ao ECO. A empresa pediu confidencialidade sobre a informação transmitida, mas a representante dos funcionários sublinha que a situação é de conhecimento público. “A operação da TAP está reduzida a 20% a 30% do que era“.

A TAP e o Boston Consulting Group (BCG) — a consultora que está a desenhar o plano de reestruturação — estiveram nos últimos dias num périplo de encontros com sindicatos e CT para discutir o documento que aponta um caminho de retoma para os próximos cinco anos, sendo o objetivo conseguir nessa altura atingir a recuperação da empresa. O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, já adiantou que haverá diminuição do número de trabalhadores e adaptação da frota.

Mas os trabalhadores esperavam mais. “Além dos pressupostos e dos cenários macro, urge saber quais as medidas concretas que terão impacto nos tripulantes de cabine. A vida dos tripulantes não se compadece com este impasse”, diz o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), a quem foi também feita uma apresentação centrada “na descrição da atual situação da empresa, assim como do setor da aviação em geral”.

O sindicato que representa o pessoal de voo lembra que o plano tem de ser entregue em Bruxelas a 10 de dezembro (como condição para aprovação do empréstimo de 1,2 mil milhões de euros) e defende que a aproximação do prazo reduz a capacidade negocial, “arrastando e agravando a situação já dramática vivida pelos tripulantes de cabine e comprometendo o futuro da companhia”. Da mesma forma, Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) rejeita “aceitar imposições e factos consumados”.

“Os responsáveis da empresa, e não só, têm debitado na comunicação social que a tal reestruturação se faria em estreito diálogo com os trabalhadores, que é como quem diz com os seus representantes. Mas qual diálogo? Com reuniões como a que ocorreu hoje [quinta-feira]? Sem qualquer representante da Comissão Executiva ou do Conselho de Administração? Não, isto não é diálogo”, sublinhou.

A administração foi representada por Miguel Malaquias (que não integra o conselho, mas é coordenador do plano de reestruturação), enquanto o diretor de Recursos Humanos da TAP, Pedro Ramos, também estava presente. Do lado da BCG estava ainda Carlos Elavai. Mas a ausência de Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira foi sentida por alguns dos sindicatos.

“Por um lado, nenhum membro do Conselho de Administração ou Comissão Executiva da TAP esteve presente, o que o é claramente uma ignomínia (leia-se desonra) perante a situação atual, i.e. não há uma liderança que dê a cara! Por outro lado, foi inacreditável não receber uma única informação sobre o Plano de Reestruturação”, criticam, num comunicado conjunto, uma plataforma de sete sindicatos.

Este grupo — composto pelo Sindicato dos Economistas (SE), Sindicato dos Engenheiros (SERS), Sindicato dos Contabilistas (SICONT), Sindicato das Indústrias Metalúrgica e Afins (SIMA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) e pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) — considera que a ajuda à TAP deveria ter sido feita através de mecanismos temporários de ajudas de Estado por força da pandemia.

Somos o único país europeu a recorrer ao mecanismo de Resgate e Reestruturação, que mais não significa do que uma troika dentro da TAP de seis em seis meses, para verificar o cumprimento de uma «ementa» violentíssima para o país, para o grupo TAP e todos os seus trabalhadores”, aponta. “Como é possível um Governo, tratar assim o seu maior exportador e concomitantemente onerar brutalmente o erário público (recorrendo aos mecanismos temporários não envolveria o OE 2020/2021), quando tinha mecanismos que toda a Europa está a recorrer?”.

Contactada pelo ECO sobre as reuniões, a TAP não respondeu. Os trabalhadores continuam assim à espera de perceber quais medidas que irão ser adotadas para reduzir custos e recuperar a operação. Em todo o caso, a retoma será condicionada pela evolução da pandemia, em especial restrições de viagens e o desenvolvimento da vacina.

“Estamos sempre muito sujeitos a essas condições”, sublinha Cristina Carrilho, acrescentando que a Comissão de Trabalhadores — que tem de dar um parecer ao plano de reestruturação — irá aguardar pelas próximas reuniões (que ainda não têm data) antes de tomar qualquer ação.

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Hoje não pode sair de casa a partir das 13h. São estas as 13 exceções

Trabalhar, emergências, assistência à família ou passeios higiénicos são as razões para circular. A polícia poderá encaminhar incumpridores para casa.

Neste fim de semana e no próximo há regras mais apertadas para conter o coronavírus. Pela primeira vez desde o início da pandemia, haverá um horário para as pessoas que vivem nos concelhos de elevado risco saírem de casa. A regra é que a circulação necessária (sempre limitada aos constrangimentos da pandemia) se faça até às 13h e, depois disso, que a população fique confinada.

O primeiro-ministro António Costa quis afastar “equívocos” esta semana, alertando para “um excesso de concentração nas exceções e uma desvalorização da regra”.

O incumprimento será controlado pelas autoridades de segurança pública, que poderão encaminhar as pessoas para casa. Mas atenção: o dever de permanência no domicílio e proibição de circulação abrange ainda a primeira lista de concelhos mais afetados (com 121) e a atualização (para 191 concelhos) aplica-se só no próximo fim de semana.

Para quem é abrangido pelo recolher obrigatório, as razões que justificam sair de casa são as seguintes:

Ir trabalhar (ou voltar para casa)

Tal como acontece durante os dias úteis a partir das 23h, é sempre possível sair para trabalhar. As deslocações para o trabalho e para quem regressa ao domicílio são permitidas.

1. Deslocações para desempenho de funções profissionais ou equiparadas, conforme atestado por declaração emitida pela entidade empregadora ou equiparada; emitida pelo próprio no caso dos trabalhadores independentes, empresários em nome individual ou membros de órgão estatutário; de compromisso de honra, no caso de se tratar de trabalhadores do setor agrícola, pecuário e das pescas.

2. Há ainda um conjunto de profissões e cargos que não requerem quaisquer declarações para circular. São eles:

  • Profissionais de saúde e outros trabalhadores de instituições de saúde e de apoio social;
  • Agentes de proteção civil, forças e serviços de segurança, militares, militarizados e pessoal civil das Forças Armadas e inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica;
  • Titulares dos órgãos de soberania, dirigentes dos parceiros sociais e dos partidos políticos representados na Assembleia da República e pessoas portadoras de livre-trânsito emitido nos termos legais;
  • Ministros de culto, mediante credenciação pelos órgãos competentes da respetiva igreja ou comunidade religiosa;
  • Pessoal das missões diplomáticas, consulares e das organizações internacionais localizadas em Portugal, desde que relacionadas com o desempenho de funções oficiais;

3. Jornalistas não estão explicitamente incluídos, mas deslocações necessárias ao exercício da liberdade de imprensa estão entre as exceções.

Deslocar-se a um estabelecimento aberto

4. É possível a deslocação até um estabelecimento que esteja aberto, mas atenção que não são muitos os casos.

Manter-se-ão abertos estabelecimentos de venda a retalho de produtos alimentares, bem como naturais ou dietéticos, de saúde e higiene com uma área inferior a 200 metros quadrados, farmácias, funerárias, postos de abastecimento de combustíveis (só para abastecimento e não restauração ou cafetaria), estabelecimentos de prestação de serviços de aluguer de veículos de mercadorias sem condutor (rent-a-cargo) e de aluguer de veículos de passageiros sem condutor (rent-a-car) ou alojamentos.

Estarão também abertos estabelecimentos dentro de aeroportos. Pelo contrário, centros comerciais e grandes superfícies (supermercados e hipermercados) terão de encerrar às 13h00, enquanto os restaurantes vão funcionar apenas para serviços de entrega ao domicílio.

Em caso de emergência médica

5. Qualquer emergência fica naturalmente excluída das restrições. Além das farmácias, estarão também a funcionar serviços médicos ou outros serviços de saúde e apoio social, designadamente consultórios e clínicas e clínicas dentárias.

6. Deslocações de médicos-veterinários, de detentores de animais para assistência médico-veterinária urgente, de cuidadores de colónias reconhecidas pelos municípios, de voluntários de associações zoófilas com animais a cargo que necessitem de se deslocar aos abrigos de animais e de equipas de resgate de animais para assistência urgente também estão na lista de exceções.

7. É também possível realizar acolhimento de emergência de vítimas de violência doméstica ou tráfico de seres humanos, bem como de crianças e jovens em risco, por aplicação de medida decretada por autoridade judicial ou Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, em casa de acolhimento residencial ou familiar.

Passeio higiénico (o seu ou do animal de estimação)

8. É ainda possível sair à rua para dar o chamado “passeio higiénico”: deslocações pedonais de curta duração, para efeitos de fruição de momentos ao ar livre, desacompanhadas ou na companhia de membros do mesmo agregado familiar que coabitem.

9. Os animais de estimação não esquecidos, sendo possíveis deslocações pedonais de curta duração para efeitos de passeio dos animais de companhia.

5. Assistência à família

10. Há ainda outras exceções, como é o caso de deslocações por outras razões familiares imperativas. Incluem-se aqui deslocações para assistência de pessoas vulneráveis, pessoas com deficiência, filhos, progenitores, idosos ou dependentes.

11. O cumprimento de partilha de responsabilidades parentais, conforme determinada por acordo entre os titulares das mesmas ou pelo tribunal competente. Em qualquer caso,

12. Outros motivos de força maior ou necessidade impreterível, desde que se demonstre serem inadiáveis e sejam devidamente justificados; e

13. Retorno ao domicílio pessoal no âmbito das deslocações referidas nas alíneas anteriores são sempre possíveis.

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Liberais querem acabar com adicional do IMI

  • Lusa
  • 13 Novembro 2020

A Iniciativa Liberal propôs mais de 100 alterações à proposta de Orçamento para 2021. Para estimularem "os portugueses a saírem desta crise não só mais depressa, mas também mais fortes”.

A redução para 6% do IVA em todos os serviços da restauração, eliminar o IMT para comprar habitação permanente e o adicional do IMI e ainda criar um provedor-adjunto da Justiça exclusivo para crianças estão entre as cerca de 100 alterações orçamentais da Iniciativa Liberal.

Em declarações à agência Lusa, o deputado único e presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, referiu que, sendo o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) um documento que “atrasa e adia aquilo que Portugal verdadeiramente precisa”, o partido apresenta “cerca de 100 alterações” para que “este orçamento acelere e estimule os portugueses a saírem desta crise não só mais depressa, mas também mais fortes”.

“Gostaríamos de responder que esperamos que muitas destas propostas sejam aprovadas, mas a experiência deste ano parlamentar que levamos não é muito encorajadora nesse sentido. Em qualquer dos casos, há várias delas que nos custariam muito entender porque é que não recolhem a maioria de apoios nesta casa [parlamento]”, respondeu, quando questionado sobre a expectativa de aprovação das propostas.

Em resumo, para que Portugal “saia mais depressa e mais forte da crise”, de acordo com João Cotrim Figueiredo, precisa de uma “economia completamente diferente, menos sufocada do que está hoje”, com um “setor de políticas sociais bastante mais fortes” e um “Estado que seja capaz de ajudar em vez de desajudar toda esta recuperação”.

Na componente dos impostos, e concretamente no IVA, há um conjunto de taxas que os liberais gostariam de baixar, destacando o deputado “a da restauração porque é de facto um setor muito afetado por esta crise e por estas medidas de contenção que agora são reforçadas e são de enorme violência para este setor”.

“Queremos baixar a taxa de todos as prestações de serviço, alimentação e bebidas, na restauração para 6%”, anunciou.

A Iniciativa Liberal propõe ainda eliminar o IMT “para todas as compras de habitação permanente” e ainda abolir o “adicional do IMI que não é mais do que um resquício de um ódio de classe do BE”.

De acordo com João Cotrim Figueiredo, o partido insiste na numa taxa de IRS “a caminho da taxa única”, propondo por agora duas taxas, uma de 15% e uma de 27,5%, propondo ainda um “aumento do mínimo de existência do IRS para ajudar aqueles mais pobres dos mais pobres que até um determinado valor não pagam IRS”.

No IRC, o partido quer instituir uma taxa geral de 15% e eliminar a derrama estadual.

"A Iniciativa Liberal propõe ainda eliminar o IMT “para todas as compras de habitação permanente” e ainda abolir o “adicional do IMI que não é mais do que um resquício de um ódio de classe do BE”.”

Em termos sociais, João Cotrim Figueiredo destacou duas medidas “porque são novas e ninguém está com esta preocupação relativamente a duas camadas da população particularmente vulneráveis que são as crianças e os jovens”.

“Achamos que faz sentido prever que na Provedoria de Justiça as crianças tenham um provedor adjunto especificamente dedicado aos seus problemas e que um dos provedores adjuntos já existentes se ocupe especificamente dos idosos”, detalhou.

Na área da saúde, os liberais defendem a possibilidade de os portugueses sem médico de família poderem escolher um clínico no privado ou social e ainda que seja possível a recuperação, através destes setores, de cirurgias e consultas atrasadas do público.

O partido propõe ainda um “benefício fiscal em IRC às empresas que ofereceram soluções de tratamento e acompanhamento de saúde mental aos seus trabalhadores”, uma medida que o presidente liberal considera muito importante em contexto de pandemia.

“Na educação queremos um aumento das dotações para os contratos de desenvolvimento do estado com escolas do setor cooperativo e privado e vamos introduzir, aqui inspirados pelas dificuldades que a pandemia trouxe, deduções em IRS nas compras de material informático para estudo e também métodos auxiliares do estudo e da recuperação do atraso pedagógico, sejam eles explicações ou outros”, anunciou.

Entretanto, em conferência de imprensa no parlamento, João Cotrim Figueiredo revelou uma proposta de alteração relacionada com a TAP, para que, “qualquer montante, seja sob a forma de empréstimo, garantia ou outro tipo de compromisso que o Governo queira assumir”, para além das verbas que já foram entregues e estão previstas, “teria que passar pela fiscalização prévia do Tribunal de Contas”.

“Já tínhamos tido ocasião de propor a criação de um portal de fundos europeus com muito mais informação do que aquilo que está disponível na agência para o desenvolvimento e coesão e que fosse de acesso fácil, público e que fosse possível extrair dados desse portal”, disse, anunciando uma proposta de alteração ao orçamento neste sentido.

No tópico dos descontos no IRS, os liberais gostariam ainda “que fossem incluídos os gastos com compra e assinaturas de órgãos comunicação social dentro de determinadas regras”.

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