“É da responsabilidade de todos lutar contra a desinformação”, diz Madhav Chinnappa

  • Lusa
  • 31 Outubro 2020

Diretor de desenvolvimento do ecossistema de notícias da Google, Madhav Chinnappa, considerou, em entrevista à Lusa, que o combate à desinformação "é responsabilidade de todos".

O diretor de desenvolvimento do ecossistema de notícias da Google, Madhav Chinnappa, considerou, em entrevista à Lusa, que o combate à desinformação “é responsabilidade de todos” e defendeu a literacia mediática como uma das armas.

“É responsabilidade de todos lutar contra a desinformação”, afirmou Madhav Chinnappa, que trabalha em parcerias e colaboração entre a Google e a indústria de media como parte da Google News Initiative (GNI). “Da perspetiva da Google há três áreas: uma é o que fazemos na superfície, e isso é sobre as coisas que fazemos, como verificação de factos e fontes fiáveis. A segunda é o que fazemos com o ecossistema“, prosseguiu, recordando que Google.org, através da GNI, já financiou “mais de 10 milhões de dólares” para ajudar a combater a desinformação.

“Também trabalhamos com padrões para garantir que as organizações de verificação de factos estão a fazer isso de forma a que todos possam beneficiar”, disse. E há uma terceira parte, apontou, que tem a ver com a literacia mediática. “Acho que esta parte não é suficientemente falada”, acrescentou Chinnappa, que tem duas filhas em idade escolar.

“No Reino Unido ensinam as crianças a estarem seguras ‘online’. A literacia mediática também envolve ensinar as pessoas a serem inteligentes ‘online”, salientou Madhav Chinnappa. Mas a literacia mediática não se coloca apenas aos mais pequenos, já que os adultos partilham desinformação, sem terem a capacidade de destrinçar o que é verdadeiro ou falso. “Todos temos o mesmo problema, quer seja o tio maluco ou o teu filho. Para mim, essa é a parte educacional”, afirmou.

Temos vindo a trabalhar com as organizações de literacia mediática […]. Sei que não temos as respostas, ouvimos as pessoas e elas dizem é que é preciso ser incluído no currículo, na escola. E também é preciso trabalhar com o público mais velho para garantir que são educadas” nesta matéria.

“Quando comecei [a trabalhar] na AP [Associated Press] foi-me ensinada uma regra simples, que foi reforçada quando entrei na BBC: duas fontes”, referiu. Ou seja, “quando alguém te diz algo, precisas de duas fontes para verificar” a informação. E acho que o que aconteceu com o tempo é que se tem de ter cuidado em verificar essas duas fontes porque se elas estão dependentes de uma fonte, não são fontes”.

Este é um exercício que Madhav Chinnappa pratica com a sua família e filhas. “Frequentemente, com a minha família e as minhas filhas faço apenas perguntas simples como qual é a fonte disso? Verificaste?”, exemplificou.

Uma das coisas que a Google tem registado, disse, é que as pessoas utilizam muitas vezes este motor de pesquisa para verificar os factos. E verificar se a informação é verdadeira “é bom”, sublinhou, considerando que tal deveria ser um hábito. “É assim que deve ser, tal como tirar o leite do frigorífico e verificar que está dentro do prazo” de validade, comparou o responsável. Por isso, “quando tiver uma informação, verifique a fonte”, aconselhou.

Madhav Chinnappa começou a trabalhar na Google em 2010 para a Google News & Magazines na região da Europa, Médio Oriente e África, tendo trabalhado na indústria dos media desde 1994 – primeiro integrando a equipa que lançou a Associated Press Television (APTV), passando ainda pela BBC News, onde esteve cerca de nove anos.

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Vieira da Silva escolhido por Bruxelas para conselheiro na presidência portuguesa da UE

  • Lusa
  • 31 Outubro 2020

A notícia foi avançada este sábado pelo comissário europeu do Trabalho e dos Direitos Sociais, o luxemburguês Nicolas Schmit, na sua conta oficial da rede social Twitter.

O ex-ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, foi escolhido como conselheiro especial da Comissão Europeia para preparar o trabalho na área dos direitos sociais durante a presidência portuguesa da União Europeia (UE). A notícia foi avançada este sábado pelo comissário europeu do Trabalho e dos Direitos Sociais, o luxemburguês Nicolas Schmit, na sua conta oficial da rede social Twitter.

“É com prazer que anuncio que José António Vieira da Silva, antigo ministro do Trabalho de Portugal, se tornou no meu conselheiro especial para preparar o plano de ação de implementação do pilar dos Direitos Sociais, a ser apresentado na cimeira social em maio de 2021 sob a presidência portuguesa” da UE, escreveu Nicolas Schmit.

O pilar social europeu deverá ser um dos marcos da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que terá lugar durante o primeiro semestre de 2021, estando prevista uma cimeira social em maio, no Porto, durante a qual será então adotado o plano de ação. O objetivo desse plano de ação é, desde logo, criar maior igualdade de oportunidades e de acesso ao mercado de trabalho, nomeadamente em face de severa recessão criada pela pandemia de covid-19.

Numa entrevista concedida por escrito à agência Lusa no final de setembro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse acreditar que o trabalho conjunto com a presidência portuguesa do Conselho da UE no primeiro semestre de 2021 produzirá “bons resultados”, pois sente Portugal do seu lado em várias matérias, como a “dimensão social”.

Antecipando a quarta presidência portuguesa da União, Ursula von der Leyen sublinhou que esta “surge num momento crucial”, pois a pandemia, que provocou a maior crise na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, “ainda não acabou e a recuperação está ainda numa fase inicial”. No contexto da recuperação, destacou a presidente da Comissão, é fundamental ter em conta “a dimensão social”, matéria em que diz não ter dúvidas de ter Portugal do seu lado, “como aliás noutros temas”.

A líder do executivo comunitário garantiu, então, aguardar “com expectativa o primeiro semestre de 2021”, até porque Portugal tem sido sempre “um parceiro fiável”. “O povo português mostrou sempre o seu apoio à ideia europeia. Portugal é um interveniente fundamental na nossa equipa europeia: um parceiro fiável, um povo e representantes empenhados, de todo o espetro político. Será a quarta vez que Portugal assume a Presidência da União. Aguardo com expectativa o primeiro semestre de 2021. Juntos, conseguiremos bons resultados”, concluiu Ursula von der Leyen.

Já mais recentemente, em meados de outubro, a Comissão Europeia definiu que a apresentação de um novo “plano de ação ambicioso” deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2021. No programa de trabalho apresentado nessa altura, a instituição explicou que a nova estratégia visa “impedir que a crise económica e sanitária se transforme numa crise social”, garantindo “que ninguém é deixado para trás durante a recuperação europeia”.

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Centenas de hotéis vão fechar no inverno

  • ECO
  • 31 Outubro 2020

Algarve, Porto e Lisboa são regiões onde o setor está a ser mais afetado, segundo noticia este sábado o Jornal de Notícias.

Centenas de hotéis preparam-se para fechar durante o inverno. De acordo com informações recolhidas pelo Jornal de Notícias (acesso condicionado), o encerramento começou em outubro e deverá ser alargado em novembro, sendo que muitos grupos não sabem quando irão reabrir. Algarve, Porto e Lisboa são regiões mais afetadas.

“Reaberturas antes do próximo verão? Acho difícil. Antes do final do primeiro trimestre será mesmo impossível. Janeiro e fevereiro já eram meses fracos e agora ainda mais, devido à pandemia”, diz António Condé Pinto, presidente-executivo da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, ao JN.

O agravamento da situação epidemiológica, com o número de casos de Covid-19 a renovar recordes diariamente, está a gerar incerteza no setor e a levar centenas de hotéis a preferir encerrar. É o caso da cadeia Vila Galé que decidiu fechar 17 unidades no período de outono e inverno. Da mesma forma, o Dom Henrique no Porto vai suspender a atividade a partir de domingo.

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Empresas podem pedir até hoje apoio à retoma relativo a setembro

  • Lusa
  • 31 Outubro 2020

Segurança Social abriu novo prazo de entrega para as entidades empregadoras entregarem o pedido, esclarecendo que este pode ser usado para requererem o apoio relativo a setembro.

As empresas têm até hoje para apresentarem o pedido de apoio à retoma progressiva para o mês de setembro, podendo efetuar também o de outubro, sendo que este pode já ser feito ao abrigo das novas regras deste regime.

A Segurança Social abriu um novo prazo de entrega, entre 29 e 31 de outubro, para as entidades empregadoras entregarem o pedido, esclarecendo que este pode ser usado para requererem o apoio relativo a setembro e adiantando que “no âmbito da medida de Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva de Atividade, a partir de 29 de outubro passará a ser possível as entidades empregadoras apresentarem o pedido de apoio para o próprio mês e para o mês anterior”.

Também será possível requerer o pedido de apoio para os novos intervalos de variação de quebra de faturação previstas no DL 46-A/2020, de 30 de julho, introduzidas pelo DL 90/2020, de 19 de outubro [que reformulou a medida do apoio à retoma progressiva]”, refere a informação disponível no site da Segurança Social.

As empresas que já tenham entregado o pedido relativo ao mês de outubro e pretendam “alterar a variação da quebra de faturação” podem fazê-lo tendo, para o efeito, de anular o pedido já introduzido e formular um novo.

Os apoios relativos ao mês de outubro poderão ainda ser formulados quando em novembro abrir o prazo para a entrega dos pedidos, segundo esclareceu à Lusa fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O apoio à retoma da atividade entrou em vigor em agosto e veio substituir o ‘lay-off’ simplificado, tendo sido reformulado de forma a abranger um maior número de situações, tendo as alterações introduzidas entrado em vigor em outubro.

Com a reformulação efetuada passaram, assim, a ser abrangidas as empresas com quebras de faturação homólogas entre 25% e 40%, podendo estas reduzir o período normal de trabalho (PNT) até ao máximo de 33%, nos meses de outubro, novembro e dezembro.

Para os empregadores com quebra de faturação igual ou superior a 40%, a redução do PNT, por trabalhador, pode ser, no máximo de 40%, enquanto junto dos que registaram quebra de faturação igual ou superior a 60%, a redução do PNT não pode exceder os 60%. As regras aplicam-se aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2020.

Por outro lado, e esta foi outra das alterações à medida, nas empresas com quebra de faturação igual ou superior a 75 %, a redução do PNT, por trabalhador, pode ser até 100%. Para este escalão de empresas mais afetadas, o apoio da Segurança Social é mais significativo, correspondendo a 100% da compensação retributiva ao trabalhador sempre que a redução do horário de trabalho supere os 60%.

O apoio, com redução temporária do período normal de trabalho, tem a duração de um mês civil, sendo prorrogável mensalmente até 31 de dezembro de 2020. O Governo já admitiu prolongar a medida para 2021 se tal se revelar necessário.

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Governo garante cumprir exigências de Bruxelas sobre eficiência energética dos edifícios

  • Lusa
  • 31 Outubro 2020

Na sexta-feira, a Comissão Europeia exigiu a Portugal que cumpra as suas obrigações no âmbito da legislação da União Europeia (UE) sobre eficiência energética dos edifícios.

O Governo garantiu que vai entregar a Bruxelas os relatórios em falta sobre eficiência energética dos edifícios até ao final do ano, como previsto, cumprindo o prazo dado pela Comissão Europeia e sem qualquer procedimento por incumprimento.

“O prazo é suficiente e a entrega dos três segundos relatórios estava já prevista e determinada até ao final de 2020. Assim, o prazo será cumprido e, nessa medida, não haverá lugar a qualquer procedimento por incumprimento”, disse à Lusa fonte oficial do Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia exigiu a Portugal que cumpra as suas obrigações no âmbito da legislação da União Europeia (UE) sobre eficiência energética dos edifícios, dando dois meses ao país para respeitar tais requisitos, senão avança para tribunal. O Ministério do Ambiente esclareceu, numa resposta escrita à agência Lusa, que o parecer da Comissão Europeia se refere à “apresentação dos segundos relatórios sobre os níveis ótimos de rentabilidade dos requisitos mínimos de desempenho energético”.

Segundo a tutela, as regras estabelecem que os Estados-membros comuniquem à Comissão Europeia “todos os dados e pressupostos utilizados” para os cálculos de desempenho energético dos edifícios, “bem como os resultados dos mesmos, a intervalos regulares, que não devem exceder cinco anos”.

O Ministério liderado por João Pedro Matos Fernandes adiantou que Portugal já apresentou todos os 11 primeiros relatórios relativos os níveis ótimos de rentabilidade e já enviou a Bruxelas 8 dos 11 segundos relatórios exigidos, relativos aos edifícios residenciais novos, residenciais existentes, para comércio retalhista de maior dimensão, apartamentos novos, apartamentos existentes, edifícios de escritórios, hotéis e centros de saúde.

Em falta estão três segundos relatórios relativos aos cálculos de otimização da rentabilidade em hospitais, estabelecimentos de ensino e restaurantes, que o Governo garante entregar até ao final de 2020.

Adotada em 2010, a diretiva da UE relativa ao desempenho energético dos edifícios veio determinar requisitos mínimos, “para que os proprietários ou inquilinos do edifício ou da fração autónoma possam comparar e avaliar o seu desempenho energético”, segundo a legislação em vigor.

O objetivo é, então, “alcançar a melhor combinação entre investimentos e poupanças, de forma a otimizar os custos”, recordou na sexta-feira a Comissão Europeia na informação divulgada à imprensa, argumentando que este cálculo “é fundamental para os Estados-membros explorarem plenamente a eficiência energética e o potencial das energias renováveis do parque imobiliário nacional e evitarem que os cidadãos gastem mais dinheiro do que o necessário em melhorias de eficiência na sua habitação e escritórios”.

Os edifícios consomem cerca de 40% de energia na UE, pelo que Bruxelas definiu como “prioridade absoluta” tornar este tipo de consumo mais ‘limpo’. Com o aviso enviado a Portugal, o executivo comunitário dá ao país “dois meses para cumprir com as suas obrigações legais”. Eameaça que, caso isso não aconteça, avança para o Tribunal de Justiça da UE.

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Proprietários, termina hoje o prazo de candidatura à 2.ª fase do Renda Segura da Câmara de Lisboa

Os proprietários que queiram arrendar os seus imóveis à Câmara de Lisboa podem candidatar-se até este sábado. Autarquia vai subarrendar os imóveis a preços acessíveis.

Acaba este sábado a segunda fase de candidaturas ao Programa Renda Segura, uma iniciativa em que a Câmara de Lisboa (CML) vai arrendar imóveis a privados para depois os subarrendar a preços acessíveis. Em troca os proprietários têm direito a benefícios fiscais. Na primeira edição, que terminou a 3 de julho, recebeu 177 candidaturas, 45 das quais referentes a imóveis de alojamento local.

Os proprietários de imóveis interessados em arrendá-los à CML, sobretudo imóveis de alojamento local, podem inscrever-se até este sábado na 2.ª edição do Programa Renda Segura. A autarquia vai pagar até 1.000 euros mensais por cada habitação, dependendo da localização e características, e depois arrendá-las através do Programa de Renda Acessível. Em troca, os proprietários têm direito a benefícios fiscais, com isenção de IRS ou IRC e IMI.

Na primeira fase, que terminou no início de julho, a autarquia tinha fixado como meta a angariação de 300 imóveis, mas os números ficaram-se pela metade. Foram recebidas apenas 177 candidaturas, das quais 45 referentes a imóveis de alojamento local. De acordo com dados adiantados pela autarquia na altura, a maioria dos imóveis correspondia a T1, T2 e T3 e, em média, os proprietários propuseram à CML uma renda de 723 euros.

Para impulsionar a iniciativa e ajudar a angariar mais imóveis, a CML assinou parcerias com consultores imobiliários, pagando-lhes uma comissão por cada contrato de arrendamento assinado.

Como funciona o Renda Segura? 10 respostas

Quem pode inscrever-se?

Podem inscrever-se no programa os proprietários com imóveis localizados em Lisboa, mesmo que estejam afetos ao alojamento local. Contudo, ficam excluídos os imóveis que tenham ficado desocupados devido a denúncia dos contratos de arrendamento por parte dos senhorios, mesmo que tenha sido por oposição à renovação, e aqueles cujos proprietários se tenham candidatado a outras programas municipais de habitação.

Que características têm de ter os imóveis?

Para serem elegíveis para o programa, os imóveis têm de ter condições de habitabilidade e não podem estar mobilados. Contudo, há uma exceção. Os imóveis de alojamento local podem ser arrendados com mobília e, nestes casos, a autarquia poderá aumentar o valor da renda até um máximo de 10%. Para garantir o cumprimento destes pontos, a autarquia fará uma “visita técnica” a cada imóvel”.

Por quanto tempo será feito o contrato de arrendamento?

Os contratos de arrendamento celebrados entre a autarquia e os proprietários terão um prazo inicial de cinco anos, renovando-se automaticamente uma vez por igual período, refere o regulamento. Exceto se o proprietário ou a CML se opuserem à renovação automática com uma antecedência mínima de 150 dias relativamente à data do seu termo inicial. Contudo, se forem realizadas obras no imóvel entre a data de celebração do contrato e o início do arrendamento, o contrato a celebrar será de seis anos, renovando-se automaticamente uma vez por um período de cinco anos.

Quem decide o valor da renda?

No momento da candidatura, os proprietários propõem o valor da renda que consideram justo. No momento da análise, a CML vai analisar esse valor, podendo aceitá-lo ou fazendo uma contraproposta. “Vamos valorizar os proprietários que estejam na disposição de arrendar a preços mais económicos à CML”, disse Fernando Medina.

Que rendas vai a CML pagar aos proprietários?

Os valores das rendas a pagar pela CML aos proprietários já estão definidos. São valores máximos e vão depender das condições e da localização dos imóveis: 450 euros por um T0, 600 euros por um T1, 800 euros por um T2, 900 euros por um T3 e 1.000 euros por um T4.

Os proprietários podem escolher a modalidade de renda?

Sim. Os proprietários podem escolher receber uma renda mensal ou anual. Contudo, caso a opção seja a renda anual, a partir do quarto ano do contrato esta passa a ser mensal.

As rendas serão atualizadas? Será paga uma caução?

De acordo com o regulamento, as rendas serão atualizadas anualmente, podendo a primeira atualização ser exigida um ano após o início da vigência do contrato. Contudo, não haverá atualização extraordinária da renda. No início de celebração do contrato, a CML vai pagar ao proprietário uma caução equivalente ao valor de uma renda.

Os proprietários podem pedir rendas adiantadas?

Sim, o programa também prevê essa possibilidade. Tendo em conta a atual situação de crise, a autarquia reconhece que muitos proprietários poderiam beneficiar de uma ajuda imediata para ultrapassar algumas dificuldades financeiras. Assim, o “Renda Segura” vai dar a “facilidade de, nos contratos que se celebrarem, a autarquia poder “pagar à cabeça até três anos de rendas”.

Que benefícios têm os proprietários?

Uma vez inscritos no “Renda Segura”, os proprietários terão benefícios fiscais. Passarão a estar isentos de IRS ou IRC, bem como de IMI. No caso dos proprietários de alojamento local, estes ficarão isentos da tributação das mais-valias (a lei prevê que quando um imóvel transite do alojamento local para o arrendamento tradicional haja tributação de mais-valias).

Onde se faz a candidatura?

Os proprietários interessados em aderir ao “Renda Segura” podem inscrever os seus imóveis na plataforma própria para o efeito.

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Portugueses poupam hoje três vezes menos do que nos anos 70 e 80

  • Lusa
  • 31 Outubro 2020

Segundo nota a Pordata, a percentagem atual de poupança dos particulares em função do PIB em Portugal é “muito inferior ao observado nos anos 70”, em que este indicador chegou aos 24% (em 1972).

Os portugueses poupam hoje três vezes menos do que há 30 ou 40 anos, sendo a poupança das famílias, em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), metade da registada na Alemanha, França ou Suécia, informou este sábado a Pordata.

Divulgadas por ocasião do Dia Mundial da Poupança, que se assinala este sábado, as estatísticas da Pordata — a base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos — apontam que, em 2019 (dados provisórios), a poupança representou 7,0% do rendimento disponível dos particulares (famílias e instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias) em Portugal.

Esta percentagem situa-se ligeiramente acima dos 6,8% de 2018, mas fica muito aquém dos 19,3% registados em 1989 e dos 22,3% de 1979.

Em percentagem do PIB, a poupança das famílias em Portugal (4,9% em 2019 e 4,7% em 2018, dados provisórios) é cerca de metade da percentagem de poupança de países como a Alemanha, França, Suécia e Países Baixos, onde esse valor varia entre os 8,2% e os 11,4%. Dos 24 países que reportaram dados em 2018, apenas num país houve poupança negativa: a Grécia, com -1,2%.

Segundo nota a Pordata, a percentagem atual de poupança dos particulares em função do PIB em Portugal é “muito inferior ao observado nos anos 70”, em que este indicador chegou aos 24% (em 1972), e compara com 18,4% em 1979 e 4,4% em 1960.

As décadas de 70 e 80 foram, aliás, aquelas em que a poupança foi mais elevada quer em percentagem do PIB, quer em percentagem do rendimento disponível, refere. Em contrapartida, “nunca o consumo privado [que mede os gastos dos particulares, desde as contas da casa à compra de um novo automóvel] foi tão elevado” em Portugal.

Em 2019, este indicador ultrapassou os 132.699,6 milhões de euros, superando o máximo de 128.810,7 milhões de euros que tinha sido atingido em 2018, sendo que, embora não haja ainda dados para 2019, em 2018 mais de metade do rendimento disponível era gasto em bens essenciais como a alimentação (20%), a habitação (18%) e transportes (16%).

Face à reduzida taxa de poupança, as estatísticas da Pordata revelam ainda que, no ano passado, uma em cada três pessoas (33%) em Portugal “era incapaz de fazer face a despesas inesperadas”, um valor ligeiramente acima da média da União Europeia a 27, que era de 31%.

“No caso das pessoas com rendimentos abaixo do limiar da pobreza – precisa – esta percentagem sobe para 64% em Portugal e, embora em valores bastante inferiores, também 27% das pessoas acima do limiar da pobreza não conseguem fazer face a despesas inesperadas sem recurso a empréstimo”.

Os dados divulgados pela Pordata no âmbito do Dia Mundial da Poupança revelam também que, em 2018, o rendimento médio equivalente em Portugal era de 12.785 PPS (do inglês ‘Purchasing Power Standard’, uma moeda fictícia que significa ‘paridade de poder de compra padrão’ em português), o que colocava o país no 20.º lugar do ‘ranking’ dos países da UE27.

Na primeira posição estava estava o Luxemburgo (38.253 PPS) e, em último lugar, a Roménia (7.311 PPS). Se considerados os mesmos valores em euros, Portugal teria um rendimento médio equivalente de 11.063 euros, ou seja 922 euros por mês, em 2018.

Em Portugal, os agregados domésticos com menor rendimento equivalente são os compostos por um adulto com pelo menos uma criança (10.422 PPS por ano, em 2019), o que significa que, por exemplo, face à Áustria, o país em que este agregado tem maior rendimento disponível, a diferença é de quase 9.000 PPS por ano.

Em relação ao agregado doméstico com maior rendimento disponível em Portugal – o de dois adultos em que pelo menos um tem 65 e mais anos – a diferença é ainda maior: 12.793 PPS (Áustria 27.327 PPS e Portugal 14.534 PPS).

As estatísticas da Pordata apontam ainda que, em 2019, os imigrantes em Portugal enviaram 478,4 milhões de euros para o estrangeiro, sendo que o principal país de destino foi o Brasil (representando 50,1% das remessas de imigrantes), seguido pela China (8,4%). Já os emigrantes enviaram para Portugal, em 2019, um total de 3.645,2 milhões de euros, tendo a França sido o principal país de origem, com 1.093,5 milhões € (30%), logo seguida pela Suíça, com 988,7 milhões € (27,1%).

O ano passado destacou-se ainda como aquele em que Portugal tinha mais dinheiro depositado à ordem desde 2003 (62.660 milhões de euros, contra 26.481 milhões de euros em 2003), enquanto 2013 foi o ano com mais valores depositados a prazo (101.714 milhões de euros).

O ano 2019 foi também quando se atingiu a taxa de juro mais baixa para os depósitos a prazo desde 2003 (0,16%, contra o máximo de 3,83% em 2008 ), enquanto para os depósitos à ordem as taxas de juro mais baixas registaram-se em 2017 e 2018 (0,01%, face ao máximo de 0,25% em 2003).

Segundo a Pordata, foi ainda em 2019 “que se bateram recordes nos depósitos das empresas”, com os montantes de depósitos à ordem das empresas a alcançarem o máximo de 35.439 milhões de euros (mínimo de 12.161 milhões de euros em 2012) e os montantes a prazo (7.955 milhões de euros) a fixarem-se no mínimo desde 2003 (máximo de 24.989 milhões de euros em 2010).

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Enfermeiros reavaliam greve se o país entrar em estado de emergência

Os enfermeiros pretendem "levar até ao fim" a greve convocada para o período entre 9 e 13 de novembro. Ao ECO, revelam, ainda assim, que já houve "alguns contactos" com o Governo.

Os enfermeiros querem manter a paralisação convocada para o período entre 9 e 13 de novembro, apesar do agravamento da pandemia em Portugal. Em declarações ao ECO, o presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) garante: “Estamos decididos a levar a greve até ao fim”, mas se o país entrar em estado de emergência “vamos ter de ponderar”.

Carlos Ramalho salienta que uma situação “muito difícil” em termos sanitários para o país é sinónimo de um cenário ainda mais complicado para os enfermeiros, uma vez que estão na linha da frente do combate à pandemia de coronavírus. “Foram-nos pedidos sacrifícios extraordinários”, frisa o sindicalista, adiantando que há muitos profissionais da área da saúde infetados.

O presidente do Sindepor avança que já “houve alguns contactos” com o Governo, depois da convocação da greve, mas revela que ainda não está garantida a satisfação de nenhuma das reivindicações dos enfermeiros, pelo que mantêm a paralisação.

O sindicato exige o descongelamento das progressões da carreira, a atribuição do subsídio de risco para todos os enfermeiros e a aposentação aos 57 anos. “A convocação da greve é legítima”, sublinha o sindicalista. Se o país entrar em estado de emergência, Ramalho diz que o sindicato terá de ponderar que posição tomar. “Se a situação se alterar, vamos ter de ponderar”.

De notar que, quando Portugal passou a estado de emergência na primavera, esteve suspenso o direito à greve, nos setores considerados essenciais, como a saúde. “Fica suspenso o exercício do direito à greve na medida em que possa comprometer o funcionamento de infraestruturas críticas ou de unidades de prestação de cuidados de saúde, bem como em setores económicos vitais para a produção, abastecimento e fornecimento de bens e serviços essenciais à população”, lia-se no decreto-lei publicado pela Presidência da República.

Com o agravamento da crise pandémica, o Governo marcou para este sábado uma reunião de Conselho de Ministros para decidir que medidas extraordinárias tomar. Se o Executivo decidir propor à Assembleia da República a elevação do nível de alerta de calamidade para emergência (e o PSD já disse que não estará contra), e se se repetirem as orientações relativas à greve adotadas originalmente em março, a paralisação dos enfermeiros poderá ficar sem efeito.

Já se o país continuar em estado de calamidade, o exercício do direito à greve não poderá ser travado, mas poderão ser exigidos serviços mínimos aos enfermeiros bastante musculados face ao contexto de exceção atual. De qualquer modo, na semana passada, Carlos Ramalho disse à Lusa que a paralisação vai decorrer “de forma a prejudicar o mínimo possível” os utentes. “O que pretendemos é dar um sinal ao Ministério da Saúde e ao Governo de que os enfermeiros estão descontentes e que é preciso que olhem com mais atenção para a classe”, explicou.

A greve convocada pelos enfermeiros abrange todo o país, à exceção da Madeira.

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Pandemia leva Wall Street à pior semana desde março

A pandemia de coronavírus continua a abalar os mercados, devido às restrições por causa do crescente número de casos de infeção. Esta foi a pior semana desde março nas bolsas dos EUA.

A pandemia de coronavírus continua a marcar os dias e pelas piores razões. O número de pessoas infetadas não pára de aumentar, assim como as restrições que os países estão a implementar para evitar a propagação da doença que têm impactos na economia. Wall Street viveu mais um dia de quedas, castigado pelas tecnológicas. Registou a pior semana desde março.

O índice de referência S&P 500 caiu 1,15% para 3.272,18 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que cedeu 0,59% para 26.501,60 pontos. Pelo mesmo caminho foi o Nasdaq ao recuar 2,45% para 10.911,59 pontos. Na semana, Dow e S&P 500 caíram 6,5% e 5,6%, respetivamente, enquanto o índice tecnológico perdeu mais de 5%.

O dia foi marcado por fortes quedas no setor da tecnologia, com a Apple a cair 5,57% para 108,90 dólares, depois de ter registado a maior quebra dos últimos dois anos nas vendas trimestrais do iPhones, e tudo devido ao lançamento tardio dos novos smartphones.

Destaque ainda para as ações da Amazon que desvalorizaram 5,39% para 3.038,03 dólares, depois de ter antecipado um aumento dos custos devido à pandemia. Enquanto isso, o Facebook perdeu 6,08% para 263,75 dólares ao alertar para um 2021 mais difícil do que este ano.

Além das empresas do setor da tecnologia, a pesar nos mercados continua a estar a pandemia. Esta semana foi pior desde março, com vários países a registarem novos recordes no número de infetados, aumentando os receios quanto ao impacto económico das medidas para contar as infeções. Os EUA atingiram um recorde na média de novos casos nos últimos sete dias.

“Os desenvolvimentos médicos, as políticas de estímulo económico e a esperança de um regresso aos níveis de atividade económica pré-pandemia trouxeram um impulso nos mercados”, escreveram analistas da MRB Partners, numa nota nota citada pela CNBC. “No entanto, o aumento de novas restrições económicas, especialmente na Europa, apesar de ser previsível, só chamou a atenção dos investidores [para o contexto de crise], provocando perdas acentuadas” nas bolsas.

A somar a tudo isto há ainda as eleições norte-americanas. Trump e Biden vão a votos na terça-feira, 3 de novembro, não sendo ainda certo quem sairá vencedor, assumindo o comando daquela que é a maior economia do mundo.

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Medidas mais restritivas exigem apoios “mais robustos”, diz AHRESP

  • Lusa
  • 30 Outubro 2020

A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) diz que se forem tomadas medidas que restrinjam ainda mais a atividade das empresas, será necessário "robustecer os apoios".

A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apelou esta sexta-feira ao Governo para não tomar medidas que restrinjam a atividade das empresas, acentuando que, se tal suceder, serão necessários apoios “mais robustos”.

“Caso sejam adotadas medida mais restritivas para as nossas empresas, estas têm forçosamente que ser acompanhadas do robustecer dos apoios”, nomeadamente de um acesso ao lay-off simplificado desligado de quebras de faturação, refere a AHRESP no seu boletim diário.

Esta posição foi divulgada no dia em que o primeiro-ministro esteve a ouvir todos os partidos com representação parlamentar para procurar um consenso para a adoção de medidas imediatas de combate à pandemia. Para sábado está prevista a realização de um Conselho de Ministros extraordinário para a tomada de novas medidas que serão depois anunciadas ao país por António Costa.

A AHRESP diz reconhecer a gravidade do problema sanitário que se vive, mas apela aos decisores “que não tomem medidas de tal forma gravosas e desproporcionadas que condenem em definitivo as empresas ao encerramento e os trabalhadores ao desemprego”.

Os estabelecimentos de restauração e bebidas e do alojamento turístico “funcionam já com bastantes restrições”, pelo que se forem tomadas medidas mais restritivas, será necessário “robustecer os apoios”. Se não houver essa resposta, a AHRESP alerta que se irá assistir a uma situação, “sem precedentes, de encerramento massivo das empresas”, já que estas “não têm como suportar” os custos fixos, nomeadamente com pessoal.

“Entre outras medidas, é fundamental que o regime de lay-off simplificado seja estendido para todo o ano de 2021, com acesso simples e direto por parte das empresas, sem estarem dependentes de níveis de quebra de faturação. Também os sócios gerentes devem ser considerados para efeitos deste apoio, na mesma medida dos trabalhadores”, refere a AHRESP, vincando ainda que os estabelecimentos de restauração, bebidas e alojamento “têm sido exemplares” no cumprimento das regras e “não são” considerados locais de risco de contágio.

No final da Concertação Social, o ministro da Economia referiu que o Governo está a ponderar novas medidas de apoio ao emprego e às empresas em resposta ao agravamento da pandemia. “Em função da circunstância que agora estamos a ter de agravamento das condições sanitárias com impacto na situação económica, o Governo deve ponderar novas medidas de apoio ao emprego e às empresas e em devido tempo daremos nota disso mesmo”, disse Siza Vieira aos jornalistas.

“Parece-nos que isso deve avançar tão cedo quanto necessário porque queremos assegurar que as empresas preservam a sua capacidade produtiva e os postos de trabalho necessários para responder às necessidades dos seus clientes no momento em que estas restrições sejam aliviadas”, rematou.

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Governo da Madeira adjudicou empréstimo de 458 milhões sem aval do Estado

  • Lusa
  • 30 Outubro 2020

O Governo da Madeira diz que “reivindicou” o aval do Estado para realizar esta operação, tendo "aguardado várias semanas". Uma vez sem resposta, partiu para a emissão de dívida.

O Governo da Madeira adjudicou o empréstimo de 458 milhões de euros para financiar medidas de apoio aos prejuízos provocados pela pandemia ao consórcio formado pelo BCP e Caixa – Banco de Investimento, foi esta sexta-feira anunciado.

“O Conselho de Governo reuniu hoje, de forma extraordinária, para aprovar a adjudicação do financiamento Covid, no montante de 458 milhões de euros, ao consórcio formado pelo Banco Comercial Português e pela Caixa – Banco de Investimento”, pode ler-se na nota de imprensa divulgada pela vice-presidência do executivo madeirense.

No documento, o Governo da Madeira recorda que “reivindicou” o aval do Governo da República para realizar esta operação, tendo “aguardado várias semanas”. “Uma vez que isso não veio a acontecer” dentro do prazo previsto [09 de outubro], o Governo Regional, considerando não ter mais tempo para aguardar, decidiu partir para uma emissão de dívida sem garantia da República”, destaca.

A 9 de outubro, o Governo Regional de coligação PSD/CDS informou numa outra nota distribuída pela vice-presidência que, “terminado o prazo para uma resposta do Governo da República, a região decidiu avançar mesmo sem a garantia pessoal do Estado, dado que não pode correr o risco de chegar a novembro e a dezembro e não ter o dinheiro disponível para fazer face às necessidades dos cidadãos e empresas”.

No documento divulgado hoje, o executivo insular realça que este empréstimo “visa dar cobertura de necessidades excecionais de financiamento para fazer face aos efeitos, diretos e indiretos, causados pela pandemia da doença Covid-19”. Também indica que “é feito no valor correspondente a 10% do PIB da região de 2018, conforme previsto no Orçamento do Estado Suplementar para 2020”.

“A adjudicação, agora aprovada, ocorre após terem sido recebidas 21 propostas de instituições de crédito nacionais e internacionais, das 32 que foram consultadas pelo Governo Regional da Madeira”, enfatiza a vice-presidência. Ainda informa que este é um empréstimo obrigacionista, que tem um prazo de amortização de 50% daqui a 13 anos e os outros 50% no ano seguinte.

A Região Autónoma da Madeira foi autorizada em sede de Orçamento Suplementar do Estado a contrair um empréstimo até 10% do PIB regional de 2018 — 495 milhões de euros — para fazer face à crise provocada pela pandemia. O Governo Regional decidiu recorrer a um financiamento de 458 milhões de euros, uma vez que o pagamento das últimas prestações da dívida ao Estado, no âmbito do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF), foi adiado.

A 30 de setembro, o presidente do Governo Regional chegou a anunciar que o Presidente da República lhe tinha comunicado que podia contar com o aval do Estado ao empréstimo de 458 milhões, para fazer face à crise socioeconómica. “O que o Presidente da República me disse é que o Governo [da República] ia assumir esse aval, porque é um aval que não tem implicações de custos, nem ónus nenhuns para o Governo, mas para a Madeira é importante, porque vai reduzir substancialmente os juros que temos a pagar”, explicou na altura, mas tal não se veio a concretizar.

Sem o aval do Estado, a Madeira “vai ter um encargo na amortização de cerca de 84 milhões de euros”, disse o governante insular.

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Lucros da Semapa encolhem 35% até setembro, mas aceleram no 3º trimestre

  • ECO
  • 30 Outubro 2020

A Semapa viu os lucros encolherem em 35% até setembro devido à pandemia, mas registou uma recuperação no terceiro trimestre deste ano.

A Semapa lucrou menos 35% nos primeiros nove meses do ano devido à pandemia, face a igual período do ano passado, mas registou uma recuperação no terceiro trimestre deste ano, com os negócios da “holding” a reagirem positivamente à reabertura da economia.

Nos primeiros nove meses deste ano, o grupo liderado por João Castello Branco registou um resultado líquido de 72,8 milhões de euros, o que representa uma quebra de 35,1% face a igual período do ano passado. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CMVM), a empresa justifica este resultado “não só pela redução do EBITDA, como também por efeitos cambiais negativos na Secil (real brasileiro), refletidos nos resultados financeiros”.

Ainda assim, depois do desconfinamento e com a abertura gradual das economias “verificou-se uma melhoria de performance em todos os segmentos de negócio da Semapa durante o terceiro trimestre face ao trimestre anterior”, salienta a empresa. Nesse contexto, no terceiro trimestre deste ano, o resultado líquido da Semapa atingiu os 42,5 milhões de euros, valor que compara com os 13,1 milhões no trimestre anterior, ultrapassando também em 10,2% os 38,6 milhões face a igual período de 2019.

Quanto ao EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — entre janeiro e setembro de 2019, a Semapa atingiu os 326,1 milhões de euros, valor que compara com os 392 milhões de euros registados em igual período do ano passado. No terceiro trimestre deste ano, o EBITDA aumentou 45,8% para os 122,8 milhões de euros, face ao segundo trimestre do ano e menos 3,7% em igual período do ano passado.

A contribuir positivamente para estes resultados estiveram, os segmentos do cimento (+24,2%), particularmente em Portugal, bem como do Ambiente (+47,4%). Neste contexto, a margem EBITDA consolidada foi de 22,5%, menos 0,8 pontos percentuais do que no período homólogo de 2019.

Nos primeiros nove meses do ano, o volume de negócios do grupo cedeu 14% para 1.447 milhões de euros. Ainda assim, entre julho e setembro deste ano, período marcado pelo desconfinamento, as vendas cresceram 20,9% para 505,2 milhões de euros, em comparação com o trimestre anterior e caíram 10,4% face ao terceiro trimestre de 2019. Entre o segundo e o terceiro trimestre, o resultado líquido foi de 29,4 milhões de euros.

Além disso, a dívida líquida remunerada reduziu-se em todos os segmentos de negócio, tendo atingido os 1.239 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, ou seja, menos 232 milhões de euros face ao final de 2019 e menos 107 milhões de euros do que no final do segundo trimestre deste ano.

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