Global Media vai avançar com despedimento coletivo de 81 colaboradores

  • Lusa
  • 30 Outubro 2020

O processo de despedimento coletivo abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em "diferentes áreas", segundo o grupo.

A Global Media, dona do DN, JN e TSF, entre outros, vai “iniciar um processo de despedimento coletivo que abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas”, anunciou esta sexta-feira a empresa.

Em abril, a Global Media anunciou que ia entrar em processo de ‘lay-off’, abrangendo 538 trabalhadores, para defender a sua sustentabilidade e os “seus quase 700 postos de trabalho diretos”.

Esta sexta-feira, num comunicado interno a que a Lusa teve acesso, a administração da Global Media começa por dizer que “a evolução acentuadamente negativa do mercado dos media, agora mais evidente com a presente pandemia, precipitou os meios de comunicação social numa crise sem precedentes a que importa responder com fortes medidas de contenção”.

Perante a “profunda quebra de receitas do setor, em particular na área da imprensa, impõe à Global Notícias, Media Group, SA uma opção difícil, mas inadiável: iniciar um processo de despedimento coletivo que abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas da empresa”, lê-se no comunicado.

“Trata-se de uma decisão que, ponderando o respeito e a dignidade de todos os envolvidos, é assumida na plena consciência dos custos sociais que provoca, mas também na certeza de que as medidas que estamos a tomar permitem ao Global Media Group regressar a um nível económico e financeiro saudável, garantir a proteção de várias centenas de postos de trabalho e a continuidade dos inestimáveis serviços que os nossos meios de informação, alguns deles centenários, vêm prestando à comunidade, com qualidade e independência”, justifica a Global Media.

A sustentabilidade “é condição essencial para assegurar o equilíbrio e o pluralismo no setor da economia que dá corpo ao princípio constitucional que enforma as liberdades de informação e expressão”, mas atualmente é “impossível ignorar a profunda retração dos mercados de media, no quadro da crise global cujos efeitos diretos e indiretos já atingem todos os setores económicos”, prossegue.

“Com este pano de fundo, temos vindo a desenvolver um conjunto de ações de contenção, a todos os níveis, que todavia se têm revelado insuficientes para permitir inverter os desequilíbrios existentes”, afirma a administração, no comunicado enviado aos seus trabalhadores.

“É, pois, responsabilidade da administração assumir a urgência de respostas adequadas, tornando-se indispensável ir mais longe nos objetivos de restruturação, de modo a ultrapassar os obstáculos de mercado e de conjuntura”, acrescenta, admitindo que além do despedimento coletivo, “outras [medidas] foram e serão tomadas”.

“Cientes da acrescida responsabilidade social que lhes advém do facto de gerirem um grupo de media cujo objeto tem associado um conceito de serviço à coletividade, e que lhes impõe a ponderação de valores, princípios e os mais exigentes critérios éticos, a administração e os acionistas do Global Media Group garantem aos seus colaboradores, clientes, parceiros e aos portugueses, em geral, que tudo farão para garantir a sustentabilidade das suas empresas e a perenidade dos seus principais títulos”, conclui.

(Notícia atualizada às 19h33)

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Navigator vai dar dividendo extra de 100 milhões

Empresa pretende entregar aos acionistas um dividendo de 13,94 cêntimos por ação.

A Navigator vai entregar uma remuneração extraordinária aos seus acionistas. A empresa convocou uma assembleia geral extraordinária para ser votada uma proposta de distribuição de reservas no valor de quase 100 milhões de euros.

De acordo com a convocatória para essa reunião magna, “propõe-se que seja deliberada aos acionistas (…) reservas no montante de 99.138.919,82 euros, equivalente a 13,94 cêntimos por ação”.

Após a distribuição deste montante, a Navigator “continuará a ter uma situação líquida adequada para a prossecução da sua atividade, tendo em consideração os objetivos por esta estabelecidos”.

Este dinheiro resulta da rubrica de resultados transitados. Ou seja, são lucros que foram sendo retidos, sendo agora considerado o valor em reserva de excedentário, logo passível de ser entregue aos acionistas sob a forma de dividendo. A Semapa, que controla a Navigator, ficará com a maior “fatia” destes 100 milhões.

Nos primeiros nove meses do ano, a Navigator registou um resultado líquido de 75,2 milhões de euros. Foi uma quebra de 49% face aos 147,5 milhões apresentados no mesmo período de 2019, reflexo da pandemia.

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Governo pondera confinamento geral na primeira quinzena de dezembro

  • Lusa
  • 30 Outubro 2020

Medida procura antecipar ou prever aquilo que poderá ser um impacto enorme ao nível do Natal, fazendo com que as pessoas fiquem mais consciencializadas e reduzam os contactos.

O PAN afirmou que o Governo pondera decretar confinamento geral na primeira quinzena de dezembro para preservar o período de Natal, mas adiantou que essa medida não é certa e requer vigência do estado de emergência.

Esta eventual medida a tomar pelo Governo foi transmitida aos jornalistas pelo porta-voz do PAN (Pessoas Animais Natureza), André Silva, no final da reunião com o primeiro-ministro, António Costa, destinada a discutir medidas de combate à Covid-19 que possam sair do Conselho de Ministros extraordinário deste sábado.

André Silva disse que a possibilidade de se repetir um confinamento geral, tal como aconteceu em março e abril, durante a primeira metade de dezembro, “foi aflorada em termos de fim de gradualismo, ou como uma medida mais restritiva”.

“Na opinião do primeiro-ministro, se for o caso, essa medida procura antecipar ou prever aquilo que poderá ser um impacto enorme ao nível do Natal, fazendo com que as pessoas fiquem mais consciencializadas e reduzam os contactos. É preciso que se chegue ao Natal com a possibilidade de juntar a família”, justificou.

O porta-voz do PAN adiantou no entanto que “essa medida não está certa e segura, mas que tudo dependerá daquilo que resultar da posição do Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] na medida que depende de uma declaração de estado de emergência”.

Em relação a esse confinamento geral, “não é um dado adquirido, mas é uma hipótese que está em cima da mesa, antevendo um agravamento do contexto epidemiológico”, acrescentou.

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Bloco arrisca perda eleitoral igual à de 2011 por causa do Orçamento? Politólogos duvidam

Em 2011, após ajudar a chumbar o PEC IV, o BE encolheu para metade. Nove anos depois, com o voto contra ao OE, a história repete-se? Os politólogos não estão certos, admitindo benefícios eleitorais.

O Bloco de Esquerda poderá não sofrer o mesmo estrago eleitoral que ocorreu há nove anos quando inviabilizou o PEC IV do Governo de José Sócrates, perdendo metade dos seus deputados nas eleições de 2011. Agora com o voto contra ao Orçamento do Estado para 2021, sem implicar o seu chumbo, a história pode repetir-se para os bloquistas? Os politólogos consultados pelo ECO admitem que esse cenário é possível, mas também não excluem um cenário de ganhos eleitorais face ao distanciamento do PS e do PCP.

O BE estava cansado de andar ao lado do PCP“, considera o politólogo José Adelino Maltez ao ECO, apelidado de “abstenções violentas” as últimas votações dos bloquistas nos Orçamentos. A “mesa de pé-de-galo” que era a geringonça “perdeu uma pata”, tornando-se numa “geringonça retalhada”. “Resta saber se esta estratégia do BE, que já tinha vários sinais, é uma espécie de regresso à nostalgia revolucionária”, questiona, argumentando que como mostra a experiência do Podemos, a aproximação ao poder “não resulta bem para a mobilização do eleitorado”.

Dito isto, o politólogo não tem dúvidas de que o Bloco de Esquerda “fez as contas” e concluiu que há “esperança de crescimento”, procurando a “margem de contestação ao sistema”. “O BE não brinca em serviço: calculou que pode ser beneficiado“, conclui, assinalando que, apesar de lhe faltar o “pé autárquico e sindicalista”, o partido tem “estabilidade eleitoral e adapta-se muito rapidamente, ao contrário do ‘monocolor’ PCP”. A mesma visão é partilhada pela politóloga Paula Espírito Santo que vê o BE “a demarcar-se no curto e médio prazo” do PS, tendo a decisão um caráter “mais político do que de conteúdo”.

“Agora a história pode não repetir-se uma vez que o contexto é diferente”, admite, referindo que o “finca pé” do BE serve para “marcar a posição ideológica”. “O Bloco está a aproveitar o momento político de fragilidade e de crise para reservar espaço próprio caso algo corra mal” ao Governo socialista, diz Paula Espírito Santo, classificando a decisão da Mesa Nacional de “um pouco artificial”. “No fundo, uma posição estratégica e eleitoralista para vincar a demarcação às posição do PS”, conclui, até porque, na prática, não vai inviabilizar o OE 2021.

Porém, como o “tempo político é muito rápido, é difícil fazer projeções de longo prazo”. “Em tempos de crise, há mudanças rápidas e drásticas na política”, recorda a politóloga. Tanto que a opinião de que não haverá consequências políticas não é unânime. Ao ECO, André Freire diz que, tendo em conta os estudos de opinião que mostram que a maioria dos portugueses gostou a geringonça, esta decisão poderá não ser “favorável” ao BE.

Parece-me que não aprenderam nada com 2011… acho que é um erro“, avalia o politólogo, admitindo não saber se vai acontecer o mesmo desaire eleitoral de há nove anos, mas avisando que poderá haver efeitos de “ricochete” já nas presidenciais de janeiro para Marisa Matias. “Uma decisão destas é de gravidade“, classifica, referindo que o BE fica “isolado” à esquerda com o PCP a ficar com o ónus de “partido responsável”. Ainda assim, Freire reconhece que o BE tem “razões de queixa” por ter proposto um acordo de legislatura.

Especialidade é o teste à decisão do BE

Para Paula Espírito Santo “a expectativa principal é relativa à tomada de posição em medidas concretas durante a fase de especialidade para se perceber a extensão da oposição do BE ao PS“. A falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi um dos motivos para a oposição do BE, mas a politóloga considera que é “importante perceber quais são as alternativas e em que medida houve ou não alinhamento do Governo às propostas do BE”.

A própria líder do BE, Catarina Martins, admitiu que o sentido de voto na votação final global do OE 2021 ainda não está definido pelo que pode haver mudanças na fase de especialidade que façam mudar a opinião dos bloquistas. Contudo, o Governo parece ter fechado a porta a mais negociações caso o BE vote contra, o que significaria uma rotura maior entre os dois ex-parceiros de geringonça.

Independentemente do que acontecer ao OE 2021, José Adelino Maltez considera que Portugal terá sempre um Orçamento: “À última hora haverá acordo entre PS e PSD, se for necessário, até com a intervenção do Presidente da República”, antevê, referindo o interesse nacional da crise pandémica e da presidência portuguesa da União Europeia no primeiro semestre de 2021, além da impossibilidade de se convocar eleições. “Ninguém está preparado para crise política“, diz, referindo que “não há temperatura política” para tal.

A estabilidade virá então de onde? Do PCP, “um partido de contratos”, classifica o politólogo, argumentando que o “PS entende-se perfeitamente com o PCP”, como é visível ao nível autárquico. “É um clássico na democracia portuguesa este institucionalismo” do PCP, uma força política “extremamente previsível”, descreve José Adelino Maltez, em contraste com o BE que “é mais irrequieto”.

André Freire também classificar o BE de “enfant terrible”, mas não crê que esta decisão de votar contra seja “irremediável”. “Pode haver um volte face” até à votação final global, durante a fase da especialidade, admite. De facto, o Governo primeiro ameaçou fechar portas à negociação com os bloquistas, mas posteriormente atenuou essa intenção e o PS tem sugerido que continuará a negociar. O próprio BE não exclui essa hipótese. “O BE tem de adotar uma atitude ajustada ao que está em causa, abster-se para viabilizar OE… não é um voto de apoio”, conclui o politólogo.

Falta saber quem mais “lucra” eleitoralmente: o previsível ou o irrequieto.

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Ministro da Educação garante que ensino presencial se vai manter

  • Lusa
  • 30 Outubro 2020

O ministro da Educação voltou a sublinhar que "a prioridade do Governo é manter a escola presencial”, até porque “as escolas não são focos privilegiados" da transmissão do novo coronavírus, assegura.

O ministro da Educação reafirmou esta sexta-feira no Parlamento a continuidade do ensino presencial, lembrando que as escolas “não são focos privilegiados” de transmissão de Covid-19.

“Podemos ser confrontados com uma necessidade de podermos ter de transitar, no espaço de tempo mais curto possível e no espaço territorial menos alargado possível, a termos ensino misto ou à distância”, admitiu o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, durante o debate na especialidade da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

No entanto, o governante voltou a sublinhar que a primeira opção é sempre o ensino presencial: “A prioridade do Governo é manter a escola presencial”, até porque “as escolas não são focos privilegiados da doença”.

As declarações de Tiago Brandão Rodrigues surgem na véspera da reunião do Conselho de Ministros agendada para sábado para decidir novas medidas tendo em conta a evolução da pandemia de covid-19.

Uma das principais razões para manter o ensino presencial prende-se com os resultados do ensino à distância vivenciado pelos alunos no último trimestre de aulas: “As aprendizagens ficam comprometidas”, lembrou o ministro.

No entanto, disse, o Governo continua “a trabalhar para ter ferramentas para que o ensino misto possa acontecer” e, numa situação de “necessidade extrema”, até tenha de passar para o ensino à distância.

Entre as medidas está o programa Estudo em Casa, que a partir de 9 de novembro passa a ter também blocos destinados aos alunos do ensino secundário. Além disso, “até 15 de novembro serão distribuídos os primeiros 100 mil computadores”, recordou ainda Tiago Brandão Rodrigues.

A deputada do PSD, Cláudia André, acusou o executivo de não ter ainda começado a distribuição de equipamentos, referindo que “se os alunos precisarem não têm, tal como não tinham em março, condições para ter aulas à distância”.

Quantos computadores é que já foram distribuídos até hoje? Nenhum”, acusou Cláudia André, questionando se os novos equipamentos tinham sido adquiridos através de concurso público ou por ajuste direto. Sobre quem serão os primeiros alunos a receber os equipamentos, o ministro voltou a explicar que serão para os mais carenciados de escolas classificadas como Territórios Educativos de Intervenção Prioritária.

Ana Rita Bessa do CDS-PP lamentou que o Ministério da Educação quebre a promessa do primeiro-ministro, que em abril assegurou a disponibilização de computadores a todos os estudantes no início do ano letivo, dizendo agora que afinal são apenas os alunos mais carenciados a receber estes equipamentos.

Do lado oposto do hemiciclo, a deputada comunista Ana Mesquita manifestou-se preocupada com a falta de condições nas escolas para assegurarem a continuidade do ensino presencial, concordando que deve ser essa a prioridade.

Continuamos com uma grave preocupação em relação às condições necessárias para que se mantenha o ensino presencial e aqui temos uma questão estratégica, que é a necessidade de reduzir o número de alunos por turma e mais uma vez não temos aqui perspetiva de fazer face a este problema”, lamentou.

Esta foi uma questão levantada também por Joana Mortágua, do BE, que perguntou ao ministro que recursos adicionais existem na proposta do Governo para responder à pandemia nas escolas, em particular no que respeita ao distanciamento físico nas salas de aula e à disponibilização de testes de diagnóstico para a comunidade educativa.

No discurso inicial, o ministro disse que este ano o orçamento para a educação ultrapassa os sete mil milhões e para isto conta também com “uma importante bazuca financeira”, que são os 1.830 milhões para a “qualificação e nas competências dos portugueses e na promoção de uma verdadeira Escola Digital que, não os dispensando, vai muito além dos computadores e do acesso à internet”.

Para o ministro, a proposta apresentada é “um orçamento ainda mais robusto, ainda mais progressista, ainda mais social, numa palavra, ainda mais de esquerda”.

Em relação ao ano passado, as verbas previstas para a sua área registam um aumento de mais de 7%, “sendo adicionado em mais 500 milhões de euros, e ultrapassando pela primeira vez, em mais de uma década, os sete mil milhões de euros de investimento”.

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Vírus mata mas também provoca efeitos a longo prazo

  • Lusa
  • 30 Outubro 2020

É já claro que a recuperação da infeção pode demorar meses, embora não se possa precisar para já o número exato de pessoas que sofrem efeitos a longo prazo.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que a Covid-19 não é apenas um vírus que mata pessoas, mas também provoca efeitos graves e diversos a longo prazo.

Numa conferência de imprensa virtual a partir de Genebra sobre a pandemia de Covid-19, o responsável salientou que ainda se está a aprender sobre o vírus, mas é já claro que a recuperação pode demorar meses, embora não se possa precisar para já o número exato de pessoas que sofrem efeitos a longo prazo, que podem ser de qualquer género ou idade.

“É imperativo que os governos reconheçam os efeitos a longo prazo da Covid-19 e também assegurem o acesso aos serviços de saúde a todos estes pacientes”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus na conferência de imprensa.

Esta realidade, disse, reforça a ideia defendida pela OMS de que é “moralmente inconsciente” e impraticável a estratégia de imunidade de grupo, que não só levaria “a milhões de mortes desnecessárias” como também a um “número significativo” de pessoas que iriam enfrentar “um longo caminho até à recuperação total”.

“A imunidade de grupo só é possível com vacinas seguras e eficazes que sejam distribuídas equitativamente por todo o mundo”, afirmou, acrescentando que até lá os governos e as pessoas devem fazer tudo para cortar as cadeias de transmissão, a melhor forma de prevenir consequências a longo prazo do vírus.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 45,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.468 pessoas dos 137.272 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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Flexdeal lança OPA sobre 19% da plataforma de investimento Raize

Sociedade oferece 0,90 euros por ação, o que representa um prémio de 26,76% face ao preço de fecho dos títulos esta sexta-feira. A concretizar-se, a operação vai custar 855 mil euros.

A sociedade de investimento para o fomento da economia (SIMFE) Flexdeal quer comprar um quinto do capital da plataforma de financiamento Raize para gerar parcerias, criar novos produtos e reforçar o negócio da concessão de crédito. Na oferta pública de aquisição (OPA) lançada esta sexta-feira, a Flexdeal oferece um prémio de quase 27% aos acionistas da Raize para ficar com 19% do capital.

O anúncio preliminar da OPA parcial e voluntária, publicado esta sexta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), indica que a oferente oferece 0,90 euros por cada uma das 950 mil ações que pretende adquirir.

O valor implica um prémio de 11,11% face ao preço médio das ações no Euronext Access, nos últimos seis meses, que é de 0,81 euros por ação. Já em relação ao preço de fecho dos títulos esta sexta-feira, o prémio é de 26,76%. A concretizar-se, a operação vai custar 855 mil euros.

“O lançamento da oferta encontra-se sujeito à obtenção do registo prévio da oferta junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários”, sublinha a Flexdeal. O intermediário financeiro responsável pela prestação dos serviços de assistência da oferta é o Banco L. J. Carregosa.

A Flexdeal identifica três grandes “objetivos subjacentes ao lançamento da presente oferta parcial”. O primeiro é “potenciar a criação de valor para os acionistas das sociedades oferente e visada através de parcerias que, sem prejuízo da independência entre ambas as sociedades, reforcem a posição concorrencial e tecnológica de ambas”.

“Desse modo, procurar contribuir para o lançamento de novas ofertas que constituam soluções inovadoras atraentes quer para investidores na plataforma quer para os tomadores dos empréstimos”, continua a empresa sobre o segundo objetivo. Por último, acrescenta querer “procurar aumentar a quota de mercado da sociedade visada no mercado de crédito, designadamente junto das médias empresas“.

A SIMFE realizou, em setembro, um aumento de capital de 2,48 milhões de euros (apenas 25% do total pretendido) desenhado para expandir os seus investimentos, que se focam principalmente em pequenas e médias empresas. Já a Raize é uma plataforma de crowdfunding que tem ganho peso no mercado português, tendo alcançado pela primeira vez, em 2019, lucros graças à entrada no mercado de crédito.

(Notícia atualizada às 18h45)

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Restrições aplicadas a concelhos com 240 contágios por cem mil habitantes

  • Lusa
  • 30 Outubro 2020

A Iniciativa Liberal admitiu que o Governo poderá aplicar medidas restritivas para combate à covid-19 em concelhos em que a taxa de incidência de contágios atinja 240 por cem mil habitantes.

A Iniciativa Liberal (IL) admitiu esta sexta-feira que o Governo poderá aplicar medidas restritivas para combate à covid-19, incluindo o recolher obrigatório, em concelhos em que a taxa de incidência de contágios atinja 240 por cem mil habitantes.

Perante os jornalistas, no final da reunião com o primeiro-ministro, em São Bento, o deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo falou num indicador em ponderação pelo executivo referente à fasquia a partir da qual se poderão tomar medidas restritivas num determinado município.

Para estas decisões mais restritivas, que poderão sair do Conselho de Ministros extraordinário de sábado, de acordo com João Cotrim Figueiredo, “estabeleceu-se um nível de incidência de contágios a partir da qual as regras já previstas para Lousada, Paços de Ferreira e Felgueiras se poderia aplicar”.

Esse nível de incidência é de 240 casos de média diária por cada cem mil habitantes nos últimos 14 dias. Este é o número que tem sido usado pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças”, especificou. Na perspetiva do presidente da IL, “embora esse critério seja discutível, há pelo menos uma base empírica que parece ter sustentação”.

“Se for esse o critério – mas sempre com algumas exceções porque há concelhos muito onde a proporção pode ser distorcida, ou adjacentes a outros que sofram influência -, essa regra tem alguma lógica”, admitiu.

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Medidas financiadas pelo REACT EU dependentes do Conselho de Ministros de sábado

"Não escondemos que a evolução recente da pandemia, o seu agravamento, leva-nos a reponderar algumas das medidas que tínhamos planeado no âmbito do REACT", admitiu Nelson Souza.

O ministro do Planeamento reconheceu esta sexta-feira que o Governo vai ter de rever o conjunto de medidas que tinha previsto serem financiadas no âmbito do REACT EU, na sequência do que vier a ser decido no Conselho de Ministros Extraordinários de sábado para responder ao aumento exponencial de casos de Covid-19.

No âmbito do debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021, Nelson Souza explicou que o objetivo do Governo é “aproveitar a disponibilidade para responder às questões mais imediatas da pandemia” do REACT EU. “Estão avançados os contactos informais com a Comissão, mas estamos a fazer um exercício permanente de ajuste às necessidades. Não escondemos que a evolução recente da pandemia, o seu agravamento, leva-nos a reponderar algumas das medidas que tínhamos planeado no âmbito do REACT e que estão dependentes daquilo que vierem a ser as decisões do Conselho de Ministros de amanhã”, explicou o responsável perante os deputados.

Não escondemos que a evolução recente da pandemia, o seu agravamento, leva-nos a reponderar algumas das medidas que tínhamos planeado no âmbito do REACT e que estão dependentes daquilo que vierem a ser as decisões do Conselho de Ministros de amanhã.

Nelson Souza

Ministro do Planeamento

Em antecipação ao Conselho de Minsitros extraordinário, o primeiro-ministro recebeu esta sexta-feira os diversos partidos políticos e o ministro da Economia, que esteve reunido com os parceiros sociais, em Concertação, revelou que o Governo admite vir a impor o recolher obrigatório, à semelhança do que já foi feito noutros países europeus. E está a ponderar estender as restrições atualmente em vigor em Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousadas a outros municípios, em função de critérios epidemiológicos específicos.

Perante o agravamento da situação sanitária e a aplicação de medidas mais duras, o Governo está a ponderar estender e aumentar as medidas de apoio às empresas e às famílias, admitiu Pedro Siza Vieira, no final da reunião de concertação e os fundos comunitários poderão ser um instrumento fundamental. Embora, o lay off e medidas de apoio direto ao emprego não são financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) mas sobretudo pelo SURE, Nelson Souza avançou que o Executivo “ainda vai equacionar a possibilidade de o REACT EU apoiar as micro e pequenas empresas, nesta fase da pandemia”. “Ainda não decidimos essa matéria”, reconheceu o responsável na audição desta manhã.

Nelson Souza explicou que o Governo está a gerir os diferentes projetos que podem ser financiados por cada um dos diversos programas à disposição: PRR, REACT EU, Next Generation EU, Portugal 2030 e SURE. A estratégia de utilização dos fundos, na opinião do ministro do Planeamento, só pode ser “totalmente entendida” quando analisada em conjunto. Assim, o PRR “confere menos tempo para aprovação dos projetos e menos tempo para a sua execução, apensas seis anos”, mas oferece, em contrapartida “maiores facilidade e liberdades de programação com uma taxa de cofinanciamento de 100%, como não acontece nos fundos estruturais normais”. O Governo conta ainda com o Next Generation EU e o REACT que complementarão o PRR, através do financiamento de despesas mais urgentes e mais ligadas à crise pandémica como o setor da saúde, mecanismo de apoios às empresas na áreas do trabalho e outras ajudas às PME. E ainda os 21 mil milhões de euros, do próximo quadro comunitário 2021-2027, onde haverá a “possibilidade de programar para complementar os apoios do PRR”.

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Airbnb vai criar fundo de 1.000 milhões de dólares para ajudar anfitriões

Depois de ter aumentado para 15% as taxas cobradas aos anfitriões, o Airbnb anuncia agora um fundo para apoiar estes proprietários. Objetivo é alcançar 1.000 milhões de dólares.

Depois de uma série de cancelamentos devido à pandemia, e após ter aumentado para 15% as taxas cobradas aos anfitriões, o Airbnb decidiu compensar os proprietários. Assim, vai criar o Fundo de Apoio para Anfitriões, cujo objetivo é alcançar 1.000 milhões de dólares (cerca de 854 milhões de euros). Será criado o Conselho Consultivo de Anfitriões, que decidirá onde será investido este montante.

Com as reservas canceladas devido à pandemia, o Airbnb decidiu “reembolsar os hóspedes pelo montante total das reservas que foram forçados a cancelar”, uma atitude que deixou alguns dos anfitriões “frustrados” por não terem sido consultados antes. “O facto de se terem sentido desta forma fez-me perceber que nos tínhamos distanciado dos nossos anfitriões e que precisávamos de nos aproximar”, escreveu Brian Chesky, um dos fundadores do Airbnb, numa carta enviada esta sexta-feira aos anfitriões.

Assim, em julho, a empresa de reserva de alojamentos criou uma equipa para “colmatar essa lacuna” e ligar-se aos anfitriões. Foram organizadas reuniões com mais de 3.000 proprietários em todo o mundo e lidos emails e comentários. E as conclusões, diz Brian Chesky, foram que os anfitriões querem ser tratados como colaboradores, ter mais controlo na hora de decidir como hospedar e ter ferramentas que ajudem no crescimento.

E uma das medidas que o Airbnb tomou foi a criação do Fundo de Apoio para Anfitriões. “O fundo será dedicado a questões tais como formação ou recursos financeiros, entre muitas outras iniciativas concebidas para vos ajudar a continuar a acolher”, escreveu o fundador na mesma carta. Através destas ações, a empresa espera alcançar 1.000 milhões de dólares (cerca de 854 milhões de euros). Aí, o objetivo é investir esse montante nos anfitriões, explicou o fundador.

Será o Airbnb a gerir a que se dedicam os fundos de apoio, “mas serão os anfitriões que irão propor para que são utilizados”. E, para assegurar que as opiniões dos proprietários são tidas em conta, será criado o Conselho Consultivo de Anfitriões, que “será responsável por apresentar a forma como os anfitriões querem que o fundo de apoio seja investido na sua comunidade”.

Este Conselho, que participará em reuniões mensais com o Airbnb, será “tão diverso como a comunidade”, diz Brian Chesky: “85% dos anfitriões vivem fora dos Estados Unidos e 55% são mulheres”. Os membros serão conhecidos antes do final do ano.

Para além da criação deste fundo, o Airbnb decidiu “alargar os critérios da categoria Superhost para incluir aqueles que não cumpriram os nossos requisitos relativamente a cancelamentos e reservas” e modificar a Política de Força Maior”, de forma a “limitar os casos em que os convidados podem receber um reembolso total ao cancelar uma reserva”.

Vão também ser expandidas as regras para os hóspedes, dando “mais visibilidade às regras da casa” e garantindo que os viajantes são responsabilizados pelo seu cumprimento. Por último, o Airbnb vai começar a dar aos anfitriões “mais informações sobre o que os hóspedes procuram”.

Este mês a empresa anunciou que, a partir de 7 de dezembro, os anfitriões profissionais — que representam a maior fatia — passariam a pagar uma taxa de 15% ao invés dos habituais 3%. E, tal como o ECO adiantou, os hóspedes vão passar a pagar apenas o valor de reserva do alojamento.

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Quase 40% dos portugueses querem aumentar as poupanças

  • ECO
  • 30 Outubro 2020

Quase 40% dos portugueses afirmam que precisam de aumentar as poupanças, sendo que esta tendência tem especial incidência nos agregados familiares com quatro ou mais pessoas.

Portugal é tradicionalmente um país com índices de poupança baixos. Contudo, os portugueses estão cada vez mais cautelosos no que diz respeito à gestão dos seus rendimentos. Quase 40% dos portugueses revelam que precisam de aumentar as suas poupanças.

Segundo o mais recente inquérito desenvolvido pelo Grupo Ageas Portugal e a Eurogroup Consulting Portugal, 39% dos inquiridos afirmam que precisam de aumentar as suas poupanças, “com especial incidência nos agregados familiares com quatro ou mais pessoas”.

Estes resultados vão ao encontro dos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelaram uma maior preocupação dos portugueses no que toca às poupanças. No segundo trimestre deste ano, a taxa de poupança em Portugal aumentou 10,6%, ou seja, uma subida de 3,1 pontos percentuais face ao valor registado no primeiro trimestre (7,5%). Trata-se da taxa de poupança mais elevada desde o segundo trimestre de 2013.

Ainda no que diz respeito à gestão dos rendimentos, mais de seis em cada dez portugueses (62%) revelam um desconforto generalizado em relação à hipótese de contrair um empréstimo ou hipoteca nos próximos meses, isto apesar da relativa confiança nos rendimentos a 18 meses, já que 59% acredita que o seu nível de rendimentos não será alterado ao longo desse período. Ainda assim, um quarto dos portugueses prefere poupar o dinheiro, ao invés de o gastar neste momento.

Além disso, o estudo revela ainda um “evidente aumento das necessidades de proteção pessoal de saúde” para quase metade dos inquiridos (45%), especialmente para mulheres, jovens e para os “inquiridos com níveis de rendimento mais baixos”, sinaliza a nota de imprensa conjunta. Neste âmbito, o aumento é transversal a todas as famílias, independentemente da dimensão do agregado familiar.

Este sábado assinala-se o dia Mundial da Poupança. A ideia de criar uma data especial para promover a noção de poupança surgiu em 1924, durante o primeiro Congresso Internacional de Economia, em Milão. O objetivo é alertar os consumidores para a necessidade de disciplinar gastos e pôr algum dinheiro de lado para acautelar situações de sobre-endividamento.

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Julgamento de recursos às coimas de cinco milhões de euros aplicadas ao Montepio deverá começar a 4 novembro

  • Lusa
  • 30 Outubro 2020

O julgamento dos pedidos de impugnação das coimas de quase cinco milhões de euros aplicadas pelo supervisor ao Montepio e ex-administradores deverá começar no dia 4 de novembro.

O julgamento dos pedidos de impugnação das coimas de perto de cinco milhões de euros aplicadas pelo Banco de Portugal ao Montepio e oito ex-administradores deverá começar em 4 de novembro com a audição do recorrente Eduardo Farinha.

Numa sessão realizada esta sexta-feira, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, estabeleceu o calendário para audição dos arguidos/recorrentes e das testemunhas indicadas pelo Banco de Portugal (BdP) e pelo Ministério Público, bem como os temas de prova, estando o depoimento do ex-presidente da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG, atual Banco Montepio) Tomás Correia previsto para o próximo dia 11.

Numa sessão preparatória realizada no passado dia 21, o TCRS declarou a prescrição das contraordenações imputadas pelo supervisor ao ex-administrador Rui Amaral, bem como da contraordenação aplicada aos arguidos por aprovação de operações de crédito sem maioria de dois terços dos membros do Conselho de Administração da CEMG.

Em causa no processo estão coimas aplicadas em fevereiro de 2019 pelo BdP à Caixa Económica Montepio Geral (2,5 milhões de euros), ao seu antigo presidente Tomás Correia (1,25 milhões de euros) e a outros sete ex-administradores (entre 17,5 mil e 400 mil euros) por várias ilegalidades, como violações das regras de controlo interno e incumprimento nos deveres de implementação de controlo interno, referentes à concessão de crédito.

Além da CEMG e de Tomás Correia, recorrem da decisão do BdP os ex-administradores Álvaro Dâmaso, Eduardo Farinha, Fernando Pereira Magalhães, Jorge Luís, José Serra e Pedro Alves Ribeiro.

O processo teve origem na auditoria especial feita ao banco Montepio, a pedido do Banco de Portugal, em 2014, pela Deloitte, que incidiu no período entre 2009 e 2012, incluindo atos praticados até 2014.

A juíza titular do processo, Mariana Sousa Machado, tem insistido no caráter “urgentíssimo” deste julgamento, perante os riscos de ocorrerem mais prescrições.

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