PS tem o “direito e dever” de formar Governo nos Açores, diz Carlos César

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

"Vasco Cordeiro tem (...) uma missão complexa à sua frente para formar Governo e, mais ainda, o direito e o dever, determinado pelos resultados do sufrágio, de o fazer", escreveu Carlos César.

O presidente do PS, Carlos César, considerou esta quarta-feira que Vasco Cordeiro tem o “direito e dever” de “formar Governo” nos Açores em consequência das eleições de domingo, mesmo havendo um bloco de direita com mais deputados eleitos.

Vasco Cordeiro tem, como já disse, uma missão complexa à sua frente para formar Governo e, mais ainda, o direito e o dever, determinado pelos resultados do sufrágio, de o fazer. Fê-lo, na própria noite eleitoral, na procura de uma solução de estabilidade e de segurança para os Açores. Mas essa é, também, uma responsabilidade de outros partidos que queiram, efetivamente, colocar os Açores e os açorianos primeiro”, escreveu Carlos César, antigo presidente do Governo dos Açores.

O socialista colocou esta tarde um texto no Facebook com diversas considerações sobre a situação política açoriana resultante do sufrágio de domingo, acompanhando as palavras com uma imagem em que surge acompanhado de Mota Amaral, histórico social-democrata e primeiro presidente do executivo regional, e Vasco Cordeiro, chefe do Governo açoriano desde 2012.

Sublinhando que o CDS “é, historicamente, um interlocutor privilegiado do PS na região, num diálogo continuado e com provas dadas”, Carlos César lembra que mesmo um eventual apoio dos centristas “não basta” para um executivo estável. “Qualquer que seja o Governo, deve evitar soluções precárias. O PS/Açores, melhor do que eu, pela sua experiência recente, saberá dialogar e decidir, tanto mais que é um partido com capacidade única de interlocução à esquerda e à direita e, também por isso, potencial de maior estabilidade”, advoga.

O PSD açoriano, acrescenta César, “só poderá constituir Governo com cinco partidos e associado por alguma forma ao Chega”, que elegeu dois deputados. “Será capaz de chegar a tanto?… E, mesmo que assim chegue, por quanto tempo? Constituir Governo, neste contexto, nos Açores, tem de ser um ato de grande responsabilidade e de futuro — para o PS, como para todos os outros partidos. Ficando no governo ou na oposição, só devem dormir descansados os que tenham tentado colocar os Açores primeiro”, insiste.

O histórico socialista açoriano sustenta ainda que o PS venceu em sete das nove ilhas, em 12 dos 19 concelhos e em 101 das 156 freguesias, tendo “mais deputados, mais votos e mais percentagem do que o PSD, apesar do desgaste que comportam 24 anos no Governo e da atual oferta partidária diferenciada” nos Açores. “Uma coisa é verdade: o PS continua o partido favorito dos açorianos, mas perdeu a hegemonia eleitoral e parlamentar que tinha, embora o PSD tenha averbado a sua sétima derrota consecutiva em eleições regionais, não chegando, sequer, ao resultado em votos de Berta Cabral”, em 2012, vinca também.

O Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores estipula que o presidente do Governo Regional seja nomeado pelo representante da República “tendo em conta os resultados das eleições”, uma formulação que, este ano, é particularmente complexa.

O PS venceu as eleições regionais de domingo, elegendo 25 dos deputados à Assembleia Legislativa Regional, mas um bloco de direita, numa eventual aliança (no executivo ou com acordos parlamentares) entre PSD, CDS, Chega, PPM e Iniciativa Liberal poderá funcionar como alternativa de governação na região, visto uma junção de todos os parlamentares eleitos dar 29 eleitos (o necessário para a maioria absoluta).

A lei indica que o representante da República, Pedro Catarino, nomeará o novo presidente do Governo Regional “ouvidos os partidos políticos” representados no novo parlamento açoriano. Segundo indicação dada à Lusa por fonte do gabinete do representante da República, Pedro Catarino só poderá ouvir os representantes dos partidos políticos eleitos este domingo uma vez publicados os resultados oficiais em Diário da República, o que ainda poderá demorar alguns dias.

A assembleia de apuramento geral dos resultados só inicia os seus trabalhos “às 09:00 do segundo dia posterior ao da eleição” (terça-feira), tendo de concluir o apuramento dos resultados oficiais “até ao 10.º dia posterior à eleição”. Esses dados serão posteriormente enviados à Comissão Nacional de Eleições (CNE), que terá oito dias para enviar “um mapa oficial com o resultado das eleições” para publicação em Diário da República.

Durante estes dias, é expectável que os partidos encetem negociações para eventuais formações de Governo — juntando várias forças ou apoiado parlamentarmente — que possam ser apresentadas a Pedro Catarino. Depois da tomada de posse do próximo Governo dos Açores, haverá um prazo máximo de 10 dias para o programa do executivo ser entregue à Assembleia Legislativa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Turistas com estadias marcadas podem circular entre concelhos apesar das restrições

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Segundo um esclarecimento enviado pelo Gabinete da secretária de Estado do Turismo à AHRESP, estas restrições não se aplicam a quem tenha reservas em alojamentos turísticos.

Apenas os turistas estão autorizados a circular entre concelhos, apesar das restrições que vigoram entre 30 de outubro e 3 de novembro para travar o contágio pelo novo coronavírus, indicou esta quarta-feira a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), citando um esclarecimento do Executivo.

Segundo o esclarecimento enviado pelo Gabinete da secretária de Estado do Turismo à AHRESP, as restrições de circulação entre concelhos, no período compreendido entre as 00h00 de 30 de outubro e as 06h00 de 3 de novembro, não se aplicam a “turistas estrangeiros, bem como os cidadãos nacionais residentes nas regiões autónomas e fora de Portugal” para locais como empreendimentos turísticos e alojamento local.

Num comunicado anterior, a AHRESP tinha apontado que, no seu entendimento, a proibição em causa não se aplicava às reservas de alojamento previamente efetuadas.

Na leitura que faz do diploma, a AHRESP entende que as reservas previamente concretizadas, quer no domínio do Alojamento Turismo, quer no domínio dos eventos familiares e corporativos, “se encontram acomodadas” na parte da resolução que indica que esta restrição não se aplica “às deslocações de cidadãos não residentes para locais de permanência comprovada”. Porém, na altura, a associação ressalvou que ia pedir uma clarificação à tutela.

No início desta semana a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) apelou para que a proibição de deslocações entre concelhos exclua as reservas em estabelecimentos hoteleiros feitas antes do anúncio da medida. Esta medida foi aprovada em Conselho de Ministros, notando a AHP que causou “imensa perturbação e cancelamentos” junto de alguns estabelecimentos hoteleiros, nas “reservas previstas de pequenos grupos, nacionais e estrangeiros”.

Pouco mais de uma semana após o Conselho de Ministros ter anunciado o regresso do estado de calamidade, devido ao aumento de casos de contágio pelo novo coronavírus, foi aprovada, em 22 de outubro, a proibição de circulação entre concelhos do continente, durante o fim de semana correspondente ao Dia de Finados, estando previstas medidas semelhantes às da Páscoa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Generali passa a deter 24,5% da Cattolica, enquanto é investigada em Roma

  • ECO Seguros
  • 28 Outubro 2020

A Generali adquiriu o pacote de ações que lhe estava reservado na Cattolica. Entretanto, a imprensa refere uma investigação fiscal aos negócios da seguradora com a estatal italiana de ferrovia.

A italiana Generali já subscreveu o aumento de capital social que lhe estava reservado na Cattolica Assicurazioni, por um montante de 300 milhões de euros em novas ações, anunciou a adquirente em comunicado.

Através da operação, tida como pré-requisito para a concretização do acordo de parceria estratégica anunciado em junho, a Assicurazioni Generali assume participação de 24,46% na estrutura acionista da emitente e confirma as fases seguintes do acordo, de que se destaca a cooptação de três elementos de novo conselho de administração da Cattolica, cuja reorganização marca o fim da entidade de natureza cooperativa para se constituir como sociedade por ações (joint stock company).

Na sequência da transação, a Cattolica assegura possibilidade de potenciar rentabilidades e novos serviços para clientes do negócio P&C (seguros de propriedade e acidentes). Por seu lado, a Generali beneficia ainda de direitos de opção para segunda emissão de ações no plano de reforço de capital social da nova participada (por 200 milhões de euros e aberta aos restantes acionistas da emitente), conforme foi imposição do supervisor (IVASS). Ainda, os títulos subscritos pela Generali poderão ser admitidos à cotação em bolsa em condições de igualdade com as ações ordinárias do capital da emitente.

Na perspetiva operacional, a implementação da parceria estratégica incide sobre quatro áreas (gestão de ativos, internet das coisas, saúde e resseguro), um plano em que a rede de filiais e subsidiárias da Generali ajudarão o grupo Cattolica a inovar e expandir serviços prestados aos seus clientes, explica o comunicado.

Fisco investiga relações da Generali com Ferrovie dello Stato

As autoridades fiscais italianas estiveram nos escritórios da estatal de transporte ferroviário e da Generali, em busca de informação relativa a contratos adjudicados por empresas do Gruppo FS Italiane à seguradora.

Grupo FS é o maior operador ferroviário italiano. Está presente em mais de 50 países através de parcerias e consórcios em infraestruturas de transportes.

De acordo com notícia avançada pela Reuters, a procuradoria de Roma tenta averiguar se a seguradora obteve contratos em troca da atribuição de “apólices vantajosas” a gestores da Ferrovie dello Stato, adiantou a agência com base em ordem judicial que solicita acesso à documentação das empresas.

Um porta-voz da seguradora confirmou que a solicitação da procuradoria se relaciona com a FS e disse que a Generali cooperou plenamente. Segundo a Reuters (conteúdo de acesso livre, em inglês), a mesma fonte salientou que os contratos de seguro foram adjudicados à Generali através de concurso público de âmbito europeu, ao abrigo de regulamentos em vigor e em conformidade com práticas do mercado. A fonte adiantou também que a seguradora se defenderá “contra quaisquer reconstruções falsas prejudiciais à sua reputação e honorabilidade”.

Entre a papelada recolhida pelas autoridades inclui-se um relatório de auditoria realizada pela PwC (PriceWaterhouseCoopers) na qual se revela que, em mais de 550 milhões de euros em prémios de seguro pagos pela FS, entre 2011 e 2019, a Generali venceu 89%. A mesma auditoria indica que, de uma amostra de 600 participações de sinistro (acidentes) apresentadas por responsáveis da FS à Generali de 1998 a 2017, um total de 66 registos são dados como desaparecidos.

Fonte da agência noticiosa referiu existirem pessoas visadas na investigação das autoridades, mas escusou-se a indicar quantas são e quais as ilegalidades de que são suspeitas. PwC e FS declinaram comentário imediato às informações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aumento de casos de infeção faz Wall Street cair mais de 3%

O aumento do número de casos de coronavírus continua a penalizar os índices norte-americanos. Ações do setor dos turismo e da tecnologia foram as mais penalizadas.

O aumento do número de casos de coronavírus continua a penalizar os índices norte-americanos e, esta quarta-feira, as quedas superaram os 3%, com o Dow Jones a registar a maior descida diária dos últimos quatro meses.

O S&P 500 recuou 3,54% para 3.270,80 pontos, acompanhando pelo tecnológico Nasdaq que desvalorizou 3,73% para 11.004,87 pontos. O industrial Dow Jones perdeu 3,43% para 26.519,95 pontos, naquela que foi a maior queda diária desde 11 de junho.

Os casos de coronavírus nos Estados Unidos continuam a aumentar e, na semana passada, bateram um recorde médio diário de 71.832, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, citados pela CNBC (conteúdo em inglês). Ao mesmo tempo os internamentos hospitalares devido ao coronavírus aumentaram mais de 5% em cerca de 30 estados norte-americanos, segundo dados do Covid Tracking Project.

O recente aumento de pessoas infetadas levou alguns países a restabelecer certas medidas de distanciamento social e, nos Estados Unidos, Illinois ordenou mesmo que Chicago fechasse certos restaurantes.

As ações que poderão ser mais penalizadas por estes confinamentos provocados pela pandemia lideraram as perdas. A Delta Air Lines caiu 3,45% para 29,65 dólares, enquanto a Royal Caribbean perdeu 7,44% para 53,11 dólares. Ainda no setor turístico, a Norwegian Cruise Line e a Carnival caíram mais de 9%.

Mas, esta quarta-feira, as ações do Facebook, Alphabet e Twitter também caíram drasticamente depois dos testemunhos dos respetivos CEO frente aos membros do Senado. O Facebook e o Twitter caíram 5,57% e 5,31%, respetivamente, enquanto a Alphabet caiu 5,53%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Guerra de números do SNS entre Governo e Bloco de Esquerda

O Bloco argumenta que o Serviço Nacional de Saúde tem menos médicos agora do que no início da pandemia, enquanto o Governo destaca o reforço de profissionais desde 2015.

Depois de um ano em que muito se discutiu o Serviço Nacional de Saúde (SNS), este voltou a ocupar o foco em 2020, com a chegada da pandemia. As contratações para o SNS foram uma exigência de alguns partidos nas negociações do Orçamento do Estado, tendo ainda em vista a concretização das que tinham sido prometidas no ano passado. Para além disso, existe agora uma discordância entre o Bloco e o Governo quanto à evolução do número de médicos, bem como quanto ao investimento no SNS. Afinal, como se deu esta evolução?

A discórdia começou quando a coordenadora bloquista, Catarina Martins, apontou que o número de médicos tinha diminuído num ano, em declarações em setembro. De facto, o número de médicos, excluindo os internos, era de 20 mil em setembro de 2019 e de 19 mil passado um ano, segundo os dados oficiais do portal de monitorização do SNS.

A ministra da Saúde veio responder, garantindo que existem mais profissionais no SNS. Ainda assim, Marta Temido admitiu que existem menos especialistas, apontando os atrasos nos concursos como a justificação. Entretanto, este ano, o Governo anunciou que vai avançar com a integração de quase 3 mil profissionais contratados durante a pandemia. Isto, em conjunto com os concursos habituais de recrutamento de pessoal médico, permite atingir a meta de reforço prevista pela Governo este ano, sinalizou a ministra da Saúde.

Ainda assim, o assunto não ficou encerrado. Partidos como o Bloco e o PCP continuaram a apelar para que fossem cumpridos os compromissos assumidos já no OE para 2020 e que seja feito um reforço dos profissionais.

Nas discussões sobre o Orçamento, nomeadamente no debate no Parlamento, que arrancou terça-feira culmina esta quarta na votação na generalidade, o assunto voltou à baila, motivando o Governo a publicar um gráfico no Twitter oficial que mostra a evolução de médicos desde 2015, “com mais 4.500 médicos”, e depois a de enfermeiros.

Quando questionada pelo ECO, a Administração Central do Sistema de Saúde também salientou o reforço de profissionais no SNS desde o início da legislatura anterior, apontando que em setembro registava mais 20.884 trabalhadores, uma subida de 17,4%, em comparação com o valor apurado em dezembro de 2015. Este reforço ocorreu em todos os grupos profissionais, apontam, destacando que o número de médicos (incluindo internos) aumentou em 4.258.

Entretanto, esta quarta-feira, o Bloco disse que “não nega” que há uma evolução positiva de médicos ao longo dos anos, mas continua a reiterar que há menos hoje do que no início da pandemia. “A saída de médicos continua ao longo do ano e em setembro de 2020 há menos médicos do que em janeiro”, defendeu Mariana Mortágua.

Segundo o site do SNS, também citado pela deputada bloquista, contavam-se 29.566 médicos em setembro de 2020 e 30.484 em janeiro de 2020. De notar que em fevereiro o número era também superior, de 30.377 médicos no SNS.

Em resposta, o ministro das Finanças apontou o dedo a Mortágua, reiterando que “não é serio para boa economista que é fazer uma análise e comparar variações intra-anuais, tem que se comparar em termos homólogos”. João Leão argumentou ainda que os “médicos entram em janeiro, não podemos proibir a saída dos médicos para reforma”.

Fazendo a comparação homóloga, em setembro de 2019 eram 29.306 os médicos no SNS, de acordo com o portal, ou seja um número ligeiramente inferior ao deste ano.

A ministra da Saúde, Marta Temido, também reagiu aos números, apontando que, em setembro de 2020, havia mais 20.884 profissionais no SNS face a 2015, dos quais 5.459 foram contratados desde dezembro de 2019.

Contratação de médicos depende de concursos

A discussão sobre o reforço previsto para este ano e o próximo também continua. O Governo disse que iria cumprir o que estava previsto já no OE de 2020, de 8.400 profissionais divididos entre este ano e o próximo, ou seja, 4.200 em cada. Esta terça-feira, foi conhecida a calendarização do Governo que prevê a contratação de 4.342 profissionais em 2020.

No entanto, o Bloco pega nesta calendarização, que foi entregue ao partido, apontando que “permite constatar que o objetivo previsto no Orçamento de Estado não será cumprido“. Isto porque dos 4.342 profissionais com contrato anunciado, “1.500 vagas para médicos vão a concurso, e cerca de um terço ficará por preencher”, segundo a previsão do Governo, apontou Pedro Filipe Soares.

Está prevista a “aposentação de 434 médicos especialistas ao longo de 2021”, ou seja, o reforço é de cerca de 600 médicos apenas, sublinha o deputado bloquista. Para além disso, aponta que os vínculos de outros profissionais que serão regularizados não são um reforço, sendo que já trabalham no SNS. “Do reforço líquido de 4.200 profissionais, anunciado pelo governo, teremos, na melhor das hipóteses, apenas 1.500 pessoas a entrar no SNS e na sua maioria só no último trimestre de 2021”, completou.

O PCP partilhou também desta opinião, com a deputada Paula Santos a apontar, no debate desta quarta-feira, que “não podemos considerar como novas contratações trabalhadores que já estão no SNS”. O partido salientou ainda que os 4.200 profissionais que seriam contratados era o número que tinha sido previsto antes da pandemia, defendendo que, com esta, as “necessidades aumentaram”.

Reforço do orçamento é menor? BE “enganou-se nas contas”, diz Leão

Existe ainda outra discórdia entre o Bloco e o Governo, que diz respeito ao orçamento do SNS. Os bloquistas argumentam que as transferências do OE para o SNS são inferiores às do ano passado, bem como às previstas no Orçamento Suplementar. Já o Governo contrapõe que nestes cálculos não está a ser tido em conta as verbas europeias.

Mariana Mortágua reiterou, no debate desta quarta-feira, que “o reforço da despesa com pessoal em toda a saúde é inferior ao do ano passado em 100 milhões” de euros, sendo que tinha já anteriormente questionado sobre a dotação de despesa do SNS ser “inferior à do Suplementar”. “Estes números são indesmentíveis porque foram introduzidos pelo Governo no relatório do Orçamento do Estado”, sublinhou a deputada.

João Leão respondeu à deputada reiterando que “o BE enganou-se nas contas”. “A meu ver a única forma que entendemos para chegar aos vossos cálculos é considerar isto”, disse. O ministro explicou que o reforço de 500 milhões de euros na Saúde aprovado no âmbito do Orçamento Suplementar de 2020 não veio exclusivamente de transferências do OE, sendo que 200 milhões vieram de transferências orçamentais e o restante de fundos europeus.

“Se tiverem isso em consideração, que não tiveram nas vossas contas, [os números] mostram que mesmo relativo ao Orçamento Suplementar, as transferências do Orçamento do Estado aumentam em 2021 face a 2020”, disse João Leão. Para além disso, em 2021 haverá verbas para a saúde vindas “dos novos fundos europeus, nomeadamente do programa REACT EU”.

Esta discussão segue-se às declarações do primeiro-ministro, que disse esta terça-feira que o Governo propunha “agora um novo aumento de mais de 805 milhões de euros do orçamento do SNS para 2021, que assim disporá de um total de 12.100 milhões de euros”. No entanto, na proposta de OE está inscrito que o orçamento da Saúde aumentará em 4,1%, ou seja, mais 500 milhões de euros. Já para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é dito que será feito um reforço de 467,8 milhões de euros, valor este que, na versão inicial, nem sequer constava devido a uma gralha mas foi mais tarde esclarecido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

França avança para confinamento parcial por causa da pandemia

  • ECO
  • 28 Outubro 2020

Os estabelecimentos comerciais vão encerrar a partir de sexta-feira. Restaurantes e bares também têm de fechar, enquanto as escolas vão manter-se abertas.

França vai voltar a confinar por causa da pandemia. Emmanuel Macron vai impor em França um confinamento parcial, medida adotada depois do forte aumento de novos casos de contágio nas últimas semanas.

Num discurso feito a partir do Palácio do Eliseu, Macron revelou que a partir desta sexta-feira, 30 de outubro, os franceses vão ser proibidos de circular entre regiões.

Os franceses vão poder sair de casa para trabalhar, prestar assistência familiar, ir a uma consulta médica ou mesmo para praticar exercício, mas devem procurar ficar nos seus lares para travar a propagação do vírus. Ficam proibidos ajuntamentos fora do âmbito familiar.

Para desincentivar a saída à rua, os estabelecimentos comerciais vão encerrar. Restaurantes e bares também têm de fechar, enquanto as escolas vão manter-se abertas.

Macron opta, assim, por medidas semelhantes àquelas que Angela Merkel se prepara para oficializar na Alemanha, isto numa atura em que a segunda vaga da pandemia está a fazer disparar o número de infeções e a aumentar a pressão sobre os sistemas nacionais de saúde.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Real Vida Seguros e Premivalor distinguem trabalhos académicos para sustentabilidade demográfica

  • ECO Seguros
  • 28 Outubro 2020

Uma iniciativa resultante de parceria técnico-científica, entre Real Vida Seguros e Premivalor Consulting, premiou trabalhos académicos abrangendo a temática da sustentabilidade demográfica.

O desafio tem o objetivo incentivar a criação de projetos inovadores no âmbito da sustentabilidade demográfica e diretamente relacionados com a atividade de seguros de vida, poupanças e fundos de pensões.

No termo do 1º Up Demographics – The Demographic Sustainability Challenge foram “distinguidos e premiados os melhores trabalhos académicos, desenvolvidos por alunos e professores de Universidades e Institutos a nível nacional, e com potencial de desenvolvimento e implementação,” anunciou a Real Vida Seguros.

A primeira edição do projeto teve cerimónia de encerramento no dia 22 de outubro e valorizou áreas como “Conceção e desenvolvimento de novas formas de incentivo à natalidade e apoio às famílias”; “Procura de soluções que permitam manter a autonomia dos cidadãos seniores”; “Aumento da eficiência e da eficácia das estruturas de suporte já existentes.”

Na primeira edição do concurso (2019-2020), “o prémio monetário atribuído ao projeto vencedor dos alunos de licenciatura e mestrado foi de 5.000 euros e de 2.500 euros para o professor orientador”, revelou a seguradora num comunicado.

A orgânica e a temática deste projeto “são de elevada importância. Por um lado, impele os estudantes universitários a pensarem projetos que tenham impacto real na sociedade atual. Por outro lado, alerta a próxima geração para a problemática da baixa taxa de natalidade e para o facto de estudos apontarem que Portugal em 2050 será o país mais envelhecido da Europa” explica a Real Vida Seguros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

António Costa disponível para aceitar medidas “razoáveis e possíveis” na especialidade

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

"Vamos trabalhar para acolher as propostas que sejam razoáveis, possíveis e permitam ultrapassar limitações e insuficiências que os partidos identificaram", diz Costa.

O primeiro-ministro congratulou-se com a aprovação do Orçamento do Estado para 2021 na generalidade e manifestou disponibilidade por parte do Governo para aceitar propostas “razoáveis e possíveis” na fase de discussão do diploma na especialidade.

António Costa falava na Assembleia da República, momentos depois de a proposta de Orçamento ter sido aprovada na generalidade com os votos favoráveis do PS e as abstenções do PCP, PAN, PEV e das deputadas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues, com a oposição do PSD, BE, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal.

Numa breve declaração aos jornalistas, o primeiro-ministro observou que, a partir de agora, se entra na fase de especialidade do processo orçamental no Parlamento.

“Com toda a abertura, como sempre tivemos, vamos trabalhar para acolher as propostas que sejam razoáveis, possíveis e permitam ultrapassar limitações e insuficiências que os partidos identificaram. Agora, o trabalho é da Assembleia da República e o Governo colaborará ativamente com todos”, afirmou.

Na sequência da aprovação da proposta do Governo na generalidade, António Costa considerou que foi dado “um passo muito importante para o país poder ter um bom Orçamento no próximo ano, tendo em vista responder à crise, através do reforço do Serviço Nacional de Saúde”.

Foi dado um passo importante para o país dispor de um Orçamento que permita proteger todos, sem deixar ninguém para trás, e para apoiar fortemente a recuperação económica e a manutenção do emprego”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo promulga diploma que alarga isenção nas taxas moderadoras

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Diploma que elimina as taxas moderadoras nas consultas e exames complementares de diagnóstico e terapêutica prescritos na rede de cuidados de saúde primários entra em vigor a 1 de janeiro.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma do Governo que elimina as taxas moderadoras nas consultas e exames complementares de diagnóstico e terapêutica prescritos na rede de cuidados de saúde primários.

A medida foi aprovada pelo Conselho de Ministros da passada semana e a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou na altura que entraria em vigor a 01 de janeiro de 2021.

Com esta medida, o Governo pretende dar continuidade ao processo de “dispensa progressiva da cobrança das taxas moderadoras no SNS [Serviço Nacional de Saúde] nos cuidados prescritos pelo SNS”, lembrou por seu lado a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros.

Em 01 de janeiro deste ano entrou em vigor a dispensa de taxas moderadoras nas consultas dos cuidados de saúde primários. Também os meios complementares realizados nos cuidados de saúde primários ficaram isentos de cobrança desde setembro de 2020, disse Marta Temido.

Agora somam-se todos os exames prescritos nos cuidados de saúde primários, “independentemente de serem em feitos em ambiente público, privado ou ambiente social”, explicou a ministra.

Marta Temido lembrou que estas isenções de taxas moderadoras estavam inscritas no Orçamento do Estado de 2020.

Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), a dispensa do pagamento de taxas moderadoras nos cuidados de saúde primários vai ter um impacto financeiro de 47,3 milhões de euros.

A proposta do OE2021, entregue em 12 de outubro no parlamento, prevê um reforço de 90 milhões de euros para os cuidados de saúde primários.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fraude aos seguros pode atingir 74 milhões de euros por ano

  • ECO Seguros
  • 28 Outubro 2020

Foram 136 mil os sinistros suspeitos detetados pelas seguradoras durante o ano passado, 34 milhões de euros de indemnizações foram já pagos mas poderão regressar às seguradoras.

As fraudes aos seguros praticadas no ano de 2019 devem ter causado prejuízos potenciais de 74 ,4 milhões de euros às companhias de seguros em 2019, revela um relatório divulgado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) que junta as empresas do setor segurador a operar a nível nacional. As seguradoras forneceram as informações sobre os ramos Automóvel, Acidentes de Trabalho, Acidentes Pessoais, Multiriscos e Vida, este último na componente de risco puro.

As informações agregadas pela APS indicam que foram detetados 136 mil sinistros suspeitos, um aumento de 48% relativamente a um ano antes. Estes são casos cujas caraterísticas tenham gerado suspeitas de fraude, sejam elas indicadas por alertas automáticos ou manuais, pelo gestor de sinistros, por peritos ou por outros prestadores. No mesmo período foram averiguados 79 mil sinistros com suspeitas de fraude, mais 27% que em 2018. Estes casos são aqueles cujos resultados das averiguações identificaram ou não situações de fraude. Neste âmbito, são consideradas situações em que se recorreu ao serviço de um averiguador que atua no exterior e não faz apenas averiguação por sistemas informáticos.

Com fraude registada foram considerados 18 503 sinistros, valor superior em 5,6% ao verificado em 2018, e que são todos os casos que a empresa de seguros considerou como fraudulentos. Em geral, são os sinistros que não foram pagos por motivo de fraude, que foram pagos mesmo que exista fraude comprovada, devendo dar origem a reembolso, e também aqueles pagos porque no momento da regularização não foram considerados suspeitos, apenas se tendo detetado mais tarde a fraude devido à ocorrência de outros eventos.

O custo potencial ou custo inicial reclamado das fraudes atingiu 74 milhões de euros, menos 9,7% que no ano anterior. Este seria o montante de indemnizações que a empresa de seguros teria de pagar caso não detetasse a fraude. Nos ramos Vida, Acidentes de Trabalho e Acidentes Pessoais é considerado o valor reclamado, incluindo o montante total das pensões. Nos ramos Automóvel e Multirriscos é tido em conta o montante apurado no momento da peritagem ou da averiguação, ou o valor mais atualizado.

Finalmente, o valor das indemnizações pagas e que serão reembolsadas se se provar fraude, atingiu os 33 milhões de euros, mais 11% que em 2018. Nos ramos Vida, Acidentes de Trabalho e Acidentes Pessoais, os valores respeitam a prestações e pensões pagas, independentemente de serem futuramente reembolsadas. Nos ramos Automóvel e Multirriscos, os valores dizem respeito a custos com reparações e prestações já pagas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PS, PCP, PAN e PEV viabilizam OE 2021. BE e direita votam contra

Os votos a favor do PS e a abstenção do PCP, PAN, PEV e das duas deputadas não inscritas viabilizam passagem do OE para a especialidade. O BE votou contra ao lado do PSD, CDS, IL e CH.

A proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) passou oficialmente à fase da especialidade onde poderá ser alvo de mudanças por parte dos deputados.

Os votos a favor do Partido Socialista (108 deputados), em conjunto com a abstenção do PCP (10), do PAN (3), do PEV (2) e das duas deputadas não inscritas, superaram os votos contra do BE (19) que votou ao lado do PSD (79), do CDS (5), da Iniciativa Liberal (1) e do Chega (1) Ao todo, foram 108 votos a favor face a 105 votos contra, sendo que para esta matemática parlamentar foram essenciais os 17 deputados que se abstiveram.

Debate e votação da proposta do Orçamento do Estado para 2021 - 28OUT20

Após dois dias de debate do OE 2021, os partidos concretizaram-se as votações que tinham anunciado. O Orçamento passa assim para a fase de especialidade onde será discutido e alterado até ao final de novembro, altura em que haverá a votação final global. Os partidos que se abstiveram avisaram o PS de que não repetirão o mesmo voto se não houver mudanças no OE 2021 que vão ao encontro das suas propostas.

O Bloco de Esquerda, que foi o alvo dos ataques do PS durante a discussão do OE 2021 nestes dois dias, anunciou no domingo que iria votar contra o Orçamento pela primeira vez desde 2015, após uma decisão por unanimidade da Mesa Nacional do partido. Catarina Martins explicou a decisão: “Não foi possível chegar a acordo [com o Governo] em matérias fundamentais“, disse, referindo o caso do Serviço Nacional de Saúde onde os “serviços estão a rebentar e ainda não chegamos aos piores momentos da pandemia”, acrescentou a coordenadora do BE.

Em resposta, o Governo ameaçou excluir o BE das negociações na especialidade, atacando os bloquistas por “falta de responsabilidade” ou por se juntarem à direita nesta votação. “A posição do BE é de quem se afasta do processo. É uma posição de quem decidiu não continuar no processo negocial, ao contrário de outros partidos que decidiram continuar o diálogo na especialidade com vista à negociação do OE“, afirmou o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, em reação à decisão dos bloquistas, argumentando que o Executivo fez um esforço de aproximação em várias áreas.

Nas longas horas de discussão houve acusações de parte a parte: tanto BE como o PS acusaram-se de “desertar” na resposta à crise pandémica. “Ao votar contra este OE, o BE desertou do campo de batalha e coloca-se incompreensivelmente ao lado da direita”, acusou Ana Catarina Mendes. “Vota contra” uma série de medidas suas que estão no OE 2021, assinala a líder parlamentar do PS. “Será que vota contra porque é mais fácil? Porque é incómodo estar na solução quando a situação é mais difícil? Não quer partilhar o risco da gestão desta crise? Escolher este momento para abandonar toda a esquerda e ir para os braços da direita é uma tremenda irresponsabilidade de quem tem medo de enfrentar a maior crise que todos vivemos“, atacou a líder parlamentar do PS, acusando o BE de “desistir das pessoas”.

Por outro lado, Catarina Martins fez a sua defesa atacando o PS: “Tragicamente, chegados à crise, o PS deserta até desse estreito campo de entendimento” à esquerda, disse, referindo que “O que o governo nos diz é que enfrentará esta crise com as leis de 2012 no trabalho e na proteção social”. “Agora o Governo pede-nos que viabilizemos o Orçamento do Estado para 2021 de olhos fechados”, alegou, desafiando os socialistas a ir mais além. “Levante-se o PS com a esquerda nessas matérias estruturais e o Bloco lá estará para viabilizar um bom orçamento”, desafiou, deixando a promessa de que aprovará o OE se assim for. “O Bloco de Esquerda não desiste de Portugal“, assegurou a líder do BE.

(Notícia atualizada às 18h53 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rio acusa Governo de “enganar as pessoas” ao dizer que “não há austeridade”

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Rui Rio acusou o Governo de, na proposta de Orçamento do Estado, querer “dar tudo ao mesmo tempo” e ter “o descaramento de dizer que não há austeridade”, considerando que tal é “enganar as pessoas”.

O presidente do PSD acusou esta quarta-feira o Governo de, na proposta de Orçamento do Estado, querer “dar tudo ao mesmo tempo” e ter “o descaramento de dizer que não há austeridade”, considerando que tal é “enganar as pessoas”.

“Distribuir o que se tem por quem mais precisa, é justo e merece o nosso apoio e incentivo. Mas distribuir tudo ao mesmo tempo – o que se tem e o que se não tem – é empenhar o futuro e enganar as pessoas. É dar a falsa ilusão de uma facilidade que não é real e que, mais tarde, poderá ter de ser paga com desnecessário sofrimento”, afirmou Rui Rio, na sessão de encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado na Assembleia da República.

O presidente do PSD voltou a justificar o voto contra do partido não só pelo conteúdo do documento, mas também invocando as declarações do primeiro-ministro, António Costa, no final de agosto ao Expresso.

“Fazemo-lo, também, com a tranquilidade de quem foi informado – por quem de direito – que o seu projeto tem de ser à esquerda e que, por isso, qualquer outro sentido de voto do PSD não teria qualquer efeito em matéria de estabilidade económica ou de prevenção de uma inoportuna crise política”, disse, assegurando que o partido se guiará pelo interesse nacional e renunciará “sempre à demagogia, ao populismo e ao facilitismo”.

O presidente do PSD criticou o Orçamento construído pelo PS e “com quem decidiu partilhar o seu projeto político” por, na sua opinião, se limitar a “olhar para o presente e quem vier atrás que feche a porta”.

“Em plena e gravíssima crise económica e sanitária, o Governo anunciou dar tudo ao mesmo tempo, com pouca lógica e fraco critério. Para ele, importante é tentar convencer os portugueses que não há austeridade”, lamentou.

Rio avisou que a crise provocada pela pandemia da Covid-19 até poderá ter outro nome, “porventura mais feio”, mas será sempre “um período de angústia, de incerteza e de sofrimento” para milhares de portugueses.

“Pode haver desemprego e falências; pode haver milhares de trabalhadores em ‘lay-off’ com cortes de um terço no seu vencimento; pode haver empresas sem capacidade para pagar os seus salários; pode haver setores da economia estagnados; pode haver regiões socialmente devastadas; pode haver famílias inteiras no desemprego; pode haver portugueses sem acesso às consultas médicas e às intervenções cirúrgicas que necessitam; pode até a taxa de mortalidade por patologias não-covid estar muito acima do normal, que para o Governo o importante é ter o descaramento de dizer que, com ele, não há austeridade”, criticou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.