Inflação na Alemanha em setembro atinge nível negativo e o mais baixo desde 2015

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

Taxa de inflação na Alemanha atingiu o nível mais baixo dos últimos cinco anos em setembro, ao fixar-se em -0,2%, divulga a Destatis.

A taxa de inflação na Alemanha atingiu o nível mais baixo dos últimos cinco anos em setembro, ao fixar-se em -0,2%, anunciou esta terça-feira a agência federal de estatística alemã, Destatis.

Esta foi a segunda vez em 2020 que a Alemanha registou uma taxa de inflação negativa, após em julho ter-se fixado nos -0,1%.

A inflação caiu em setembro para -0,2% tanto face a agosto como face ao mesmo mês em 2019, disse a Destatis.

O índice de preços só tinha sido mais baixo em 2015, quando caiu para -0,3%.

As maiores quedas de preços em setembro foram registadas nos setores postal e das telecomunicações (2,9%), seguidos pelos transportes (2,7%), vestuário e calçado (2,1%), mobiliário e eletrodomésticos (0,6%) e finalmente lazer, cultura e entretenimento, que caíram 0,5%.

A Destatis salienta que uma das razões para a queda dos preços é a redução do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) aplicada pelo Governo alemão como medida para contrariar as consequências económicas da pandemia da Covid-19.

Uma redução temporária do IVA de 19% para 16% e de 7% para 5% para a taxa reduzida está em vigor na Alemanha desde julho e deverá manter-se até dezembro.

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“Ainda há espaço negocial” com o PCP e Bloco, diz João Leão

É a primeira vez que João Leão está na pele de ministro das Finanças a apresentar o Orçamento do Estado. A proposta para 2021 foi entregue esta segunda-feira no Parlamento.

O ministro das Finanças, João Leão, apresenta a sua primeira proposta de Orçamento do Estado esta terça-feira às 9h00 em conferência de imprensa, após ter entregue o documento para 2021 ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, esta segunda-feira à noite. A conferência de imprensa a partir do Salão Nobre do Ministério das Finanças foi adiada para esta manhã. Leão explicará pela primeira vez o documento aos portugueses, sendo confrontado com as questões dos jornalistas.

Acompanhe aqui em direto:

 

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Johnson & Johnson interrompe ensaios de vacina devido a doença em participante

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

Grupo farmacêutico anunciou a interrupção dos ensaios clínicos de uma vacina contra a Covid-19 por um dos participantes ter ficado doente.

O grupo farmacêutico Johnson & Johnson anunciou esta terça-feira a interrupção dos ensaios clínicos de uma vacina contra a Covid-19 por um dos participantes ter ficado doente.

“Interrompemos temporariamente a administração de novas doses em todos os nossos ensaios clínicos de uma vacina experimental contra a Covid-19, incluindo o conjunto de ensaio da fase três, devido a uma doença ainda por explicar num dos participantes”, declarou o grupo, em comunicado.

A farmacêutica norte-americana indicou que “a doença do participante está a ser avaliada” pelos médicos e declinou avançar mais pormenores para “respeitar a privacidade deste participante”.

“É importante conhecer todos os dados antes de divulgar mais informação”, acrescentou a empresa no mesmo comunicado.

Em 23 de setembro, a empresa norte-americana tinha anunciado o início dos ensaios da fase três, última etapa de desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, cujo nome oficial é Ad26.COV2.S e foi desenvolvida pela farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, que faz parte do grupo Johnson & Johnson.

As fases um e dois dos ensaios começaram em julho, nos Estados Unidos e na Bélgica.

A pandemia da Covid-19 já provocou mais de um milhão e setenta e sete mil mortos e mais de 37,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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Nas notícias lá fora: Disney, Johnson & Johnson e Trump

  • ECO
  • 13 Outubro 2020

Disney anuncia reestruturação com foco no streaming. Johnson & Johnson interrompe ensaios de vacina. De volta aos comícios e após teste negativo, Trump diz estar capaz de beijar multidão.

A Disney anunciou a reorganização das suas unidades de negócio para se focar ainda mais na transmissão contínua de conteúdos (streaming). O grupo farmacêutico Johnson & Johnson anunciou a interrupção dos ensaios clínicos de uma vacina contra a Covid-19 por um dos participantes ter ficado doente. O Presidente dos Estados Unidos regressou aos comícios, horas depois do anúncio de que testou negativo à Covid-19, afirmando que se sente poderoso e capaz de beijar a multidão. A Hyundai investiu 250 milhões na construção de um centro de veículos elétricos em Singapura. Perante o fracasso das conversações entre a UE e o Reino Unido, os líderes reúnem-se para para discutir plano de contingência.

Wall Street Journal

Disney anuncia reestruturação e maior foco no streaming

O grupo de media e entretenimento Disney anunciou a reorganização das suas unidades de negócio, para se focar ainda mais na transmissão contínua de conteúdos (streaming). Em agosto, a empresa anunciou que o serviço da Disney Plus tinha mais de 60 milhões de assinantes e que a soma dos assinantes dos seus serviços de streaming – Disney Plus, ESPN Plus e Hulu – atingia os 100 milhões. Na sua agenda permanece o lançamento de outro serviço de transmissão internacional, em streaming, designado Star. A pandemia do novo coronavirus prejudicou as suas receitas de bilheteira ao provocar o encerramento de muitos espaços de projeção e atuação. A Disney divulgou filmes importantes através dos serviços de streaming, que normalmente deveriam ter sido projetados em salas de cinema. Por outro lado, os norte-americanos continuam a abandonar as subscrições de estações de cabo, o que prejudica as receitas das redes televisivas da empresa.

Leia a notícia completa no Wall Street Journal (acesso pago, conteúdo em inglês).

Bloomberg

Johnson & Johnson interrompe ensaios de vacina devido a doença em participante

O grupo farmacêutico Johnson & Johnson anunciou a interrupção dos ensaios clínicos de uma vacina contra a Covid-19 por um dos participantes ter ficado doente. “Interrompemos temporariamente a administração de novas doses em todos os nossos ensaios clínicos de uma vacina experimental contra a Covid-19, incluindo o conjunto de ensaio da fase três, devido a uma doença ainda por explicar num dos participantes”, declarou o grupo. A farmacêutica norte-americana indicou que “a doença do participante está a ser avaliada” pelos médicos e declinou avançar mais pormenores para “respeitar a privacidade deste participante”. A 23 de setembro, a empresa norte-americana tinha anunciado o início dos ensaios da fase três, última etapa de desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, cujo nome oficial é Ad26.COV2.S e foi desenvolvida pela farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, que faz parte do grupo Johnson & Johnson.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Associated Press

De volta aos comícios após teste negativo, Trump diz estar capaz de beijar multidão

O Presidente dos Estados Unidos regressou aos comícios, horas depois do anúncio de que testou negativo à Covid-19, afirmando que se sente poderoso e capaz de beijar a multidão. Donald Trump subiu ao palco em Sanford, no estado da Florida (sudeste), e declarou estar de boa saúde, dizendo que se sentia “poderoso” e suficientemente bem para mergulhar na multidão e “beijar os homens e as mulheres bonitas”. O comício realizou-se sem distanciamento social, e o uso de máscaras não era generalizado entre os milhares de pessoas presentes. A ação de campanha para as presidenciais de 03 de novembro durou cerca de uma hora. Trump esteve afastado da campanha eleitoral durante mais de dez dias, depois de ter testado positivo para o vírus em 2 de outubro. O médico da Casa Branca, Sean Conley, disse que o republicano obteve testes negativos à presença do novo coronavírus SARS-CoV-2 durante “vários dias consecutivos”, através dos denominados “testes rápidos”, e foi autorizado a viajar.

Leia a notícia completa naAssociated Press (acesso livre, conteúdo em inglês).

Reuters

Hyundai investe 250 milhões na construção de centro de veículos elétricos em Singapura

A Hyundai da Coreia do Sul arrancou esta terça-feira com a construção de um centro de investigação e desenvolvimento em Singapura que albergará uma unidade de produção de veículos elétricos numa pequena escala. A instalação deverá estar concluída no final de 2022, disse a empresa numa declaração. O primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, explicou que neste centro podem ser produzidos até 30 mil veículos elétricos por ano até 2025, um investimento de 295 milhões de dólares (250 milhões de euros). “As atividades automobilísticas estão a tornar-se novamente viáveis em Singapura. Os carros elétricos têm uma cadeia de abastecimento diferente, menos peças mecânicas e mais eletrónica, o que joga com os pontos fortes de Singapura”, disse o primeiro-ministro de Singapura.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

The Straits Times

Líderes reúnem-se para discutir plano de contingência face ao fracasso das conversações com Reino Unido

Os 27 líderes nacionais do bloco europeu vão reunir-se em Bruxelas na próxima quinta-feira para discutir os preparativos para um potencial colapso das conversações comerciais com o Reino Unido. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse na semana passada que a sua equipa ainda teria de continuar a negociar com a UE mesmo que não conseguissem chegar a um acordo de comércio livre. O negociador britânico David Frost disse também que as duas partes teriam de chegar a acordos em áreas que incluam voos e transporte rodoviário de mercadorias.

Leia a notícia completa no The Straits Times (acesso livre, conteúdo em inglês).

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Governo vai reforçar acompanhamento da execução do Portugal 2020

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

Em 2021, serão prosseguidos e reforçados os mecanismos de acompanhamento da execução do Portugal 2020, para garantir níveis de compromisso e de execução que assegurem a execução integral.

O Governo pretende reforçar, em 2021, os mecanismos de acompanhamento da execução do programa Portugal 2020 tendo em vista a execução integral dos fundos, segundo o relatório que acompanha a proposta de lei do Orçamento do Estado.

“Em 2021, serão prosseguidos e reforçados os mecanismos de acompanhamento da execução do Portugal 2020, assegurando a existência de níveis de compromisso e de execução que garantam a execução integral dos fundos”, lê-se no documento.

O Governo entregou na segunda-feira na Assembleia da República a proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2021).

De acordo com o Executivo, este objetivo não vai prejudicar o valor dos projetos e o seu alinhamento com as prioridades previstas no Programa Nacional de Reformas.

O Portugal 2020 (PT 2020) atingiu 50% de execução em junho, no último ano para a aprovação de projetos, destacando-se o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) Açores com 71%. Segundo o último boletim dos fundos da União Europeia, “a despesa executada do Portugal 2020 no mês de junho de 2020 registou um acréscimo de 797 milhões de euros em relação a março, colocando a taxa de execução em 50%”.

Dos 15 programas operacionais considerados, oito apresentavam, na altura, uma execução superior a 50%, destacando-se o PDR Açores (71%), o Programa Operacional Capital Humano (69%) e o PDR Continente (68%). Por sua vez, sete programas têm uma execução inferior a 50%, menos três do que os reportados no final de março. No final da tabela figuram os programas operacionais Alentejo 2020 (32%) e Centro 2020 (33%).

Conforme estipulado pela Comissão Europeia, o Portugal 2020 está sujeito à regra n+3, o que significa que, apesar de o prazo de vigência dos programas ser apenas até ao final de 2020, o orçamento pode ser executado até três anos depois. Esta regra, também conhecida como ‘guilhotina financeira’, estabelece ainda níveis que, a não serem cumpridos no final de cada ano, representam a perda de fundos.

A Comissão Europeia transferiu para Portugal mais de 12 mil milhões de euros até junho, no âmbito do Portugal 2020, o equivalente a 46,5% do valor programado, mantendo-se o país no quinto lugar entre os Estados-membros que mais receberam.

Com uma dotação global de cerca de 26 mil milhões de euros, o programa Portugal 2020 consiste num acordo de parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, “no qual se estabelecem os princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social e territorial de Portugal, entre 2014 e 2020”. Os primeiros concursos do programa PT 2020 foram abertos em 2015.

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Energia anima Lisboa. EDP Renováveis bate novo máximo histórico

A EDP Renováveis continua a bater recordes e, esta manhã, chegou a tocar um novo máximo ao ultrapassar os 17 euros por ação.

A bolsa de Lisboa abriu em terreno positivo, animada, sobretudo, pelas cotadas do setor energético. Esta manhã o destaque vai para a EDP Renováveis, que está a disparar mais de 5%. Os títulos da elétrica têm estado a valorizar de forma significativa e estão mesmo a tocar novos máximos históricos. Isto depois de a empresa ter apresentado dados operacionais, que revelaram uma quebra de apenas 7% na produção de energia renovável.

O PSI-20 está a somar 0,78% para 4.280,32 pontos, naquela que representa a segunda sessão consecutiva de ganhos.

A contribuir para este desempenho do índice de referência nacional estão as ações da EDP Renováveis, que avançam 4,18% para 16,96 euros, mas já estiveram a subir mais de 5% desde a abertura das bolsas. A elétrica está a bater máximos históricos, tendo já cotado acima dos 17 euros esta manhã.

Ainda no setor energético, a EDP está a avançar 1,47% para 4,47 euros, enquanto a REN soma 0,21% para 2,435 euros. Destaque ainda para a Nos que está a ganhar 0,07% para 3,064 euros.

Pelo contrário, a travar uma subida maior subida da bolsa de Lisboa estão os títulos do BCP que recuam 0,25% para 0,0802 euros, assim como os da Mota-Engil que seguem a cair 1,7% para 1,156 euros.

Destaque ainda para as ações da Galp Energia que desvalorizam 0,39% para 8,246 euros, num dia em que o preço do barril de petróleo está a apresentar ganhos ligeiros, na ordem dos 0,1%.

(Notícia atualizada às 8h28 com mais informação)

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Eleições indiretas para presidentes das CCDR decorrem hoje

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

Mais de dez mil autarcas podem eleger pela primeira vez, através de colégios eleitorais regionais, os cinco presidentes das comissões de coordenação e desenvolvimento regional.

Mais de dez mil autarcas podem eleger esta terça-feira pela primeira vez, através de colégios eleitorais regionais, os cinco presidentes das comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR), que eram até agora nomeados pelo Governo.

Além da votação dos colégios eleitorais, constituídos pelos membros dos executivos e das assembleias municipais de cada câmara das regiões Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, os presidentes das 278 câmaras do continente elegem também um dos dois vice-presidentes das estruturas da região a que pertencem.

As eleições indiretas decorrem em simultâneo entre as 16:00 e as 20:00.

Os candidatos são seis, um por cada uma das estruturas, à exceção da do Alentejo, que tem dois candidatos. Três deles já dirigem atualmente as CCDR a que se candidatam. São estes os atuais presidentes das CCDR do Centro, a ex-autarca de Leiria Isabel Damasceno (PSD), de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), a arquiteta Teresa Almeida (nomeada pelo PS), e do Alentejo, o economista Roberto Grilo, que se apresenta como uma candidatura independente. No Alentejo há mais um candidato, o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva (PS). À CCRD do Algarve candidata-se o ex-secretário de Estado das Pescas José Apolinário (PS), que pediu para sair do Governo precisamente para se candidatar.

No Norte, o candidato é o ex-reitor da Universidade do Minho António Cunha, que, quando anunciou a sua candidatura, revelou que o convite resultou de “um acordo entre os dois partidos”, PS e PSD.

Quanto às candidaturas a vice-presidente, à CCDR do Norte o candidato é o ex-autarca social-democrata de Macedo de Cavaleiros Beraldino Pinto, à do Centro o atual secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, o geógrafo Jorge de Brito, e à de LVT Joaquim Sardinha, vice-presidente da Câmara de Mafra (PSD).

Ao Alentejo candidata-se a vice-presidente o ex-autarca socialista de Ferreira do Alentejo Aníbal Reis da Costa e ao Algarve o arquiteto paisagista José Duarte Pacheco.

Apesar de ser formalmente uma eleição, os candidatos resultaram de um acordo entre o Governo e o líder da oposição, Rui Rio, e o sistema não é consensual.

O movimento independente do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, apelou ao boicote dos autarcas às eleições, considerando-as “uma farsa que, sob a capa de uma eleição, encobre uma eleição”.

Segundo a lei, aprovada no final da legislatura passada, os mandatos para os presidentes e vice-presidentes das CCDR serão de quatro anos e a respetiva eleição decorrerá nos 90 dias seguintes às eleições para os órgãos das autarquias locais.

No entanto, excecionalmente, este ano decorrerão em outubro e o mandato será de cinco anos, para que os novos eleitos possam acompanhar as negociações dos fundos estruturais que estão a decorrer com Bruxelas.

Tal como os autarcas, os dirigentes eleitos também estão sujeitos a uma limitação de três mandatos consecutivos.

Apesar de não serem nomeados, os seus mandatos poderão ser revogados por deliberação fundamentada do Governo, após audiência do titular e ouvido o Conselho Regional da respetiva área, e em caso de os eleitos realizarem uma “grave violação dos princípios de gestão fixados nos diplomas legais e regulamentares aplicáveis”.

As CCDR são serviços desconcentrados da Administração Central, dotados de autonomia administrativa e financeira, incumbidos de executar medidas para o desenvolvimento das respetivas regiões, como a gestão de fundos comunitários.

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“O Preço Certo” tenta escapar ao imposto de selo. Fisco não deixa

  • ECO
  • 13 Outubro 2020

A entidade que realiza o concurso enviou um pedido de esclarecimento sobre o pagamento do imposto de selo, afirmando não se tratar de um jogo de sorte ou azar, mas sim de conhecimento.

O Fisco recebeu um pedido de esclarecimento quanto ao pagamento do imposto de selo nos prémios d’ “O Preço Certo”. Isto porque, de acordo com o Correio da Manhã (acesso pago), a entidade responsável defende tratar-se de um “teste de conhecimento aos concorrentes” e não um jogo de “sorte ou azar”. Contudo, as Finanças não partilham da mesma opinião.

Numa exposição de três páginas, sem estar referido o autor do pedido, o Fisco justifica que os prémios do concurso apresentado por Fernando Mendes estão sujeitos ao imposto de selo (35% sobre o valor ilíquido), dado que “os rendimentos obtidos pelos participantes são resultado de contingências que nada têm a que ver com as suas características físicas e intelectuais, pelo que os prémios estão no âmbito da incidência do imposto do selo“.

E, para explicar que se trata realmente de um jogo de sorte ou azar, as Finanças lembram que existe uma roda que define quem vai à “montra final”, assim como um botão que indica a “margem de erro”, afirmando, assim, que a aposta em preços é um exercício de “adivinhação”. Contactadas pelo CM, tanto a RTP como a produtora Fremantle não comentaram este pedido de esclarecimento enviado.

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Mutualista avança com fusões no imobiliário

  • ECO
  • 13 Outubro 2020

Este não será o único processo de fusão por incorporação, sendo que existem mais operações em curso na associação liderada por Virgílio Lima.

A dona do Banco Montepio, Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), está a “racionalizar” a sua estrutura através da fusão de duas entidades ligadas ao segmento imobiliário a uma gestora de ativos. De acordo com a associação liderada por Virgílio Lima, este não será o único processo de fusão, sendo que existem mais operações em curso, avançou o Jornal de Negócios (acesso pago).

A Montepio Imóveis e a Germont são as duas sociedades que vão agora ser incorporadas na Bolsimo – Gestão de Ativos. “O objetivo é racionalizar a área imobiliária do grupo, integrando empresas que têm o mesmo objeto social”, explica fonte oficial da associação liderada por Virgílio Lima ao Negócios. Segundo fonte oficial da mutualista, a operação já está fechada.

De acordo com os relatórios da Informa D&B a que o Negócios teve acesso, as duas empresas em questão não tinham funcionários no final do ano passado. Em relação aos lucros, enquanto a Germont registou ganhos de quase meio milhão (400 mil euros), a Montepio Imóveis registou prejuízos de 43 mil euros nesse mesmo período.

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Hoje nas notícias: Mutualista, Preço Certo e meios rurais

  • ECO
  • 13 Outubro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Num dia em que as capas dos jornais estão totalmente dominadas pela proposta de Orçamento do Estado para 2021, que foi entregue no Parlamento na segunda-feira, nem o Governo escapou ao coronavírus e, para além de um ministro infetado, há outros dois em confinamento obrigatório. Saltando para o imobiliário, a Associação Mutualista decidiu juntar duas entidades do segmento imobiliário, encolhendo, assim, o grupo. Nas empresas, o concurso “O Preço Certo” tentou escapar ao pagamento do imposto de selo. Estas e outras notícias nos jornais nacionais.

Mutualista avança com fusões no imobiliário

A dona do Banco Montepio, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), apostou na fusão de duas entidades ligadas ao setor imobiliário a uma gestora de ativos. Este não será o único processo de fusão, sendo que existem mais operações em curso. A Montepio Imóveis e a Germont são as duas sociedades que vão agora ser incorporadas na Bolsimo – Gestão de Ativos. “O objetivo é racionalizar a área imobiliária do grupo, integrando empresas que têm o mesmo objeto social”, explica fonte oficial da associação. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios(acesso pago)

“O Preço Certo” tenta escapar ao pagamento do imposto de selo

O Fisco recebeu um pedido de esclarecimento a defender a isenção do pagamento de imposto de selo para o concurso da RTP1, “O Preço Certo”. A entidade que realiza o programa afirma que se trata de um “teste de conhecimento dos concorrentes”. Contudo, no entender das Finanças, os prémios do programa de Fernando Mendes vão continuar a estar sujeitos a este imposto. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Um ministro infetado e outros dois em confinamento

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, está infetado com coronavírus,. O anúncio foi feito pelo Gabinete do próprio, referindo que também os ministros do Planeamento, Nelson Souza, e do Trabalho, Ana Mendes Godinho, ficariam em confinamento apesar de terem testado negativo à doença depois de terem estado sentados ao lado de Manuel Heitor no Conselho de Ministros da passada quinta-feira. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

“Sem pessoas, meios rurais tornam-se pasto para incêndios”

Vem aí mais financiamento para as florestas, mas Domingos Xavier Viegas diz-se preocupado com a forma como esse dinheiro vai ser utilizado. “A primeira prioridade são as pessoas”, diz o professor universitário, afirmando que se não forem dadas “condições de vida e bem-estar às pessoas que vivem nos meios rurais, este é um problema que se vai perpetuar”. E há verbas que podem ser canalizadas exatamente para isso. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Cidadãos da UE querem mais poder para responsáveis locais e regionais

A pandemia gerou grandes desigualdades económicas e sociais entre as várias regiões e cidades europeias. Segundo o primeiro barómetro anual das regiões e cidades da União Europeia, a maioria dos cidadãos europeus valoriza mais os eleitos locais e regionais na resposta à pandemia e querem mais poder para os responsáveis locais e regionais, nomeadamente nas áreas da saúde, emprego e assuntos sociais, educação, formação e cultura. Leia a notícia completa na Renascença (acesso livre)

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#Episódio 2: Afinal como é que Rui Pinto desmontou um sistema como o da PLMJ?

A acusação do Ministério Público dedica quase 50 páginas ao ataque informático de Rui Pinto contra o maior escritório português. Arguido acedeu a informação pessoal de advogados e clientes.

A sociedade de advogados PLMJ — a maior do mercado português — tornou-se um alvo do hacker Rui Pinto a partir do momento em que o escritório de João Correia (advogado de anos do Benfica) passou a pasta ao trio João Medeiros, na altura sócio deste mesmo escritório, Rui Patrício (Morais Leitão) e Paulo Saragoça da Matta (Saragoça da Matta & Silveiro de Barros). Estávamos em outubro de 2018 e o chamado processo E-toupeira já era assunto de aberturas de telejornais.

Um mês depois seria conhecida a acusação do Ministério Público (MP), que envolve o presidente da Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, com a própria SAD do Benfica, à data, também acusada de 31 crimes, entre eles um crime de corrupção ativa, um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.

Agora, na acusação do processo Football Leaks — do qual Rui Pinto é o principal arguido — o MP está totalmente convencido que esse foi o objetivo inicial do pirata informático: aceder a informação relativa ao Benfica. Mas, na verdade, acedeu a isso e a muito mais. E tudo de uma forma totalmente autodidata.

Mas afinal, como é que Rui Pinto pirateou a PLMJ?

Ao contrário do que provavelmente se possa pensar, não foi pelo computador ou caixa de email de João Medeiros — sócio de contencioso da PLMJ à data e uma das maiores vítimas deste arguido no que toca ao total de informação exposta — que Rui Pinto conseguiu aceder a um sistema informático de “complexidade e dimensão gigante”, segundo a acusação. Foi, sim, enviando um vírus para o computador de uma advogada (Paula Martinho da Silva) que acabou por ser descarregado por um técnico dos serviços informáticos que cuidava dos sistemas da sociedade. Resultado: no dia 26 de outubro, às 4h42 da madrugada, Rui Pinto entrou em 25 emails da PLMJ. E tirou deles toda a informação que quis.

Mas como? Numa primeira fase, o hacker enviou um email à advogada, que simulava ser da direção da Autoridade Tributária de Lisboa e que remetia um ficheiro para download. Contudo, por suspeitar da sua origem, a advogada encaminhou-o para os serviços de helpdesk da PLMJ. E um dos responsáveis por esse serviço, “por razões que se desconhecem”, introduziu as suas credenciais — que foram automaticamente capturadas pelo pirata.

A PLMJ era titular de cerca de 912 caixas de correio eletrónico e, à data do ataque, tinha 13 funcionários em regime de outsourcing para garantir a segurança informática desta imensa rede. Todos eles tinham acesso remoto à rede PLMJ, nomeadamente aos computadores de advogados, com credenciais de administrador do sistema que também permitiam aceder aos discos externos e aos servidores, sem que com isso “surgisse qualquer alerta para o utilizador”.

Em outubro de 2018, Rui Pinto cria um website manipulado, em tudo semelhante a uma plataforma de download da Sapo Transfer que, após ser ativada pelo utilizador, procedia ao encaminhamento para uma nova janela com aparência de acesso ao email via Microsoft Webmail. Quando o alvo introduzia as credenciais (senha e password), a informação era guardada num ficheiro e enviada para um site ao qual Rui Pinto acedia.

Nesta data, conseguiu ter acesso a 25 caixas de correio PLMJ, a saber: João Medeiros, Rui Costa Pereira, Ricardo Negrão, António Faria, Paula Martinho da Silva, Nuno Morais Sarmento, José Miguel Júdice, Luís Pais Antunes, Carmen Cruz Vasquez, Inês Pinto da Costa, Inês de Almeida Costa, Isabel Mascarenhas, João Carminho, Paulo Farinha Alves, Diogo Duarte de Campos, José Ricardo Gonçalves, Manuel Lopes Rocha, Mónica Raquel Dias, Ana Paula de Menezes Bago, Pedro Rosa, Maria Diogo Tavares, Jordão Palma, Sónia Pacheco e António Júdice Moreira. Diz a acusação que, nestas caixas de correio estavam documentos e informações — tudo ou quase tudo sujeito a segredo profissional –– trocadas entre advogados e os seus clientes, bem como dados pessoais desses mesmos clientes, desde moradas dos mesmos, números do cartão do cidadão, passando pelo número de telemóvel e números da Segurança Social e de contribuinte.

O acesso durou dois meses, até 23 de dezembro de 2018. Nesse período, além de ter acesso não autorizado a 25 caixas de correio eletrónico e, em tempo real, dos colaboradores da PLMJ, conseguiu também ter o acesso a 3.000 pastas de arquivo que se encontravam guardadas em 119 computadores daquela sociedade. Entre eles estão emails trocados com Manuel Pinho, António Mexia, Vitor Escária, Jorge Silva Carvalho e requerimentos de processos vários como o caso EDP. Todos clientes de João Medeiros que entretanto, nove meses depois, sai da PLMJ e é atualmente sócio da Vieira de Almeida.

Em concreto, no dia 18 de dezembro de 2018, a partir das 21h12, o arguido Rui Pinto terá procedido à cópia de documentos contidos no computador de João Medeiros, por meio do programa Fast Copy. Conseguiu ainda a recolha de ficheiros ao arquivo do outlook (com moradas de correio eletrónico, contactos, tarefas, anotações e agenda) em relação a Luís Pais Antunes, atual co-managing partner do escritório, Paula Martinho da Silva, Duarte Schmidt Lino, Francisco Oliveira Martins, José Maria Barreto Formosinho Sanchez, Sandra Almeida Lopes, João Ramalho, Maria João Mata, Miguel Cardielos Reis, Sara Estima Martins, Bárbara Godinho Correia, Tiago Mendonça de Castro, Nuno Morais Sarmento, Nuno Cunha Barnabé, Pedro Metello de Nápoles, Diogo Perestrelo, Pedro Gaspar da Silva, Pedro Melo, Patrícia Dias Mendes, Joana Marques dos Reis, Lin Man, Ricardo Oliveira, Inês Pinto da Costa e Inês Almeida Costa. O acesso a esta informação permitiu a Rui Pinto não só ter acesso a questões profissionais, mas também pessoais guardadas em ambiente Outlook. De João Medeiros esvaziou toda a informação, tal como de Inês Almeida Costa e do estagiário João Carminho.

Entre 26 de outubro e 23 de dezembro de 2018, o pirata publicou inúmeros ficheiros do caso E-toupeira, incluindo buscas, inquirições e vigilâncias; mensagens trocadas entre João Medeiros, Paulo Saragoça da Matta e Rui Patrício; requerimentos e a totalidade de algumas caixas de correio, no blogue “Mercado do Benfica”. Este conteúdo só seria apagado no dia 4 de janeiro de 2019. Porém, através de um servidor iraniano, o hacker conseguiu publicar — entre o dia 6 e 8 de janeiro de 2019 — o conteúdo de processos tão mediáticos como EDP, Secretas, informação relativa a Henrique Granadeiro, Operação Marquês, Parvalorem, Expulsão de Brahimi em Braga, Sporting e Vistos Gold. Informação que esteve até ao dia 12 de janeiro à vista de todos. Quatro dias depois — a 16 de janeiro de 2019 — Rui Pinto, hoje com quase 31 anos, seria detido.

E o que diz a PLMJ deste ataque?

Na sessão de julgamento do hacker, uma das testemunhas chamadas pela acusação foi o atual co-managing partner da PLMJ. Luís Pais Antunes — também ele vítima dos ataques do arguido, quer dos seus mails como informação do seu Outlook — admitiu que, em dezembro de 2018, “adquiriram a convicção que havia um acesso aos nossos sistema de informação”. Porém, insistiu que este tipo de ataque é “comum a muitas organizações”. “Não é um facto pontual, seja nos escritórios de advogados, mesmo outros, e noutras organizações”, explicou o presidente do Conselho de Administração do escritório que é assistente no processo. “Sempre houve violações de correspondência ou sistemas informáticos hackeados, a nível diário”, referia, quase que desvalorizando a tese da acusação.

Admitiu ainda que a sociedade de advogados tinha “níveis de segurança elevados, e depois reforçamos ainda mais a segurança mas também tenho a certeza que haverá sempre alguém com margem para contornar as dificuldades”. Preocupado em passar a mensagem de que os níveis de segurança atuais são elevados e insistindo na tónica que este tipo de ataque “pode acontecer também a outros escritórios de advogados”, admite que, na altura, “houve clientes que se mostraram compreensivos e calmos outros mais preocupados”. Na altura da divulgação dos emails divulgados no blogue “Mercado Benfica”, apenas os de João Medeiros foram publicados. Rui Patrício, da Morais Leitão e Paulo Saragoça da Matta — também advogados do Benfica — não foram alvo de pirataria.

Já o advogado João Medeiros, cujos mais de 95 mil mails foram divulgados no blogue “Mercado do Benfica”, admitiu à juíza que a divulgação de toda a informação contida nos seus emails lhe criou “um grande sobressalto”, assumindo “dias muito difíceis” e admitindo que se tratou de um ataque informático com “enormes repercussões na PLMJ e tudo isto foi encarado com enorme preocupação”.

Disse ainda que “foram muitos pedidos de desculpa” que teve de dar aos clientes, muitas justificações e que, inclusive, foi chamado aos respetivos Conselhos de Administração para justificar o sucedido. E sublinha que “obviamente, a desconfiança ficou instalada durante algum tempo”. Desconfiança não só dos clientes mas também dos próprios colegas da PLMJ onde, na altura, era sócio e de onde saiu, nove meses depois, para a VdA. Para outras núpcias, porque está a ser investigado num processo autónomo, ficam os alegados ataques ou suspeitas contra a Abreu Advogados e a Vieira de Almeida.

Nota: Este artigo faz parte de uma série de episódios da “Novela Rui Pinto”, que irão ser publicados ao longo da semana, e que contam que informação obteve, afinal, o hacker Rui Pinto, como o conseguiu fazer, quantos advogados foram hackeados e que informação relativa ao Benfica foi acedida. As histórias e os relatos têm por base a informação do despacho de acusação anunciado pelo Ministério Público em setembro de 2020, no âmbito da investigação do processo “Football Leaks”.

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De Manuel Heitor a Trump, as personalidades da esfera política que já foram infetadas com a Covid-19

Numa altura em que uma das principais tarefas dos governantes é impedir o avanço do novo coronavírus, ministros, secretários de Estado, autarcas e até Presidentes não escapam à Covid-19,

A pandemia de Covi-19 já fez de mais 37 milhões de infetados, um pouco por todo o mundo. A lista de personalidades ligadas à esfera política que contraíram a doença já é longa, sendo que o mais recente caso conhecido é o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. De Manuel Heitor ao Trump, o ECO reuniu alguns dos nomes confirmados até ao momento.

Este domingo ao final da noite foi confirmado que o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, está infetado com o novo coronavírus. Mais de sete meses depois de a pandemia chegar a Portugal, este é o primeiro caso detetado no Governo. O primeiro-ministro, António Costa, e todos os membros do Executivo que foram testados no domingo tiveram resultados negativos à Covid-19.

Ainda assim, por precaução, a ministra do Trabalho Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, ficarão em confinamento domiciliário por se terem sentado ao lado de Manuel Heitor na última reunião de Conselho de Ministros da passada quinta-feira.

Mas estes não são casos únicos de personalidades ligadas à esfera política infetadas com a Covid-19 em Portugal. Na semana passada, António Lobo Xavier, advogado e conselheiro de Estado, foi diagnosticado com o vírus Sars-CoV-2. A notícia foi conhecida cinco dias depois de o comentador político ter participado na reunião do Conselho de Estado, que contou com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.

No país vizinho, em Espanha, houve também, pelo menos, três casos confirmados de Covid-19 no Executivo espanhol. No início de março, Irene Montero, ministra da Igualdade, e Carolina Darias, ministra da Política Territorial e Função Pública, foram diagnosticadas com a doença. Na altura, o chefe de partido Podemos e vice-presidente do Governo, Pablo Iglesias, também ficou em quarentena, por ser cônjuge de Irene Monteiro. Pouco depois, também foi anunciado que o líder do partido de extrema-direita Vox estava infetado. Ao passo que no final de março, a número dois do governo espanhol Carmen Calvo também testou positivo para a Covid-19, sendo que a vice-presidente já tinha dado entrada num hospital com uma infeção respiratória.

Também em França o novo coronavírus já infetou políticos. A 10 de março, o ministro da Cultura francês, Franck Riester, anunciou ter testado positivo para a Covid-19. O ministro começou por manifestar sintomas, depois de ter passado vários dias na Assembleia Nacional, onde vários casos foram confirmados. Entre os quais, o deputado Jean-Luc Reitzer, d’Os Republicanos, que esteve quase dois meses internado no hospital, chegando a ter estado em estado grave nos cuidados intensivos.

Além disso, nessa ocasião foram também confirmados os casos da deputada socialista Sylvie Tolmont e dos deputados Guillaume Vuilletet e Elisabeth Toutut-Picard, ambos do República Em Marcha, partido de Emmanuel Macron.

Ao mesmo tempo, no Reino Unido a Covid-19 já infetou as altas figuras do Governo. O primeiro-ministro confirmou a 27 de março que deu positivo. “Vou ficar a trabalhar a partir de casa e em isolamento, que é o que deve ser feito”, acrescentou Boris Johnson, num vídeo publicado no Twitter. Antes disso, a 10 de março, já a secretária de Estado da Saúde, Nadine Dorries, foi diagnosticada com a doença.

Por sua vez, em Itália, que foi considerada por algum tempo, o “epicentro” da pandemia na Europa, os políticos não escaparam ao vírus. Nicola Zingaretti, líder do Partido Democrático e presidente da região da Lazio, já foi diagnosticado com coronavírus, assim como outros quatro presidentes de Câmaras: Attilio Visconti (Brescia), Elisabetta Margiacchi (Bergamo), Marcello Cardona (Lodi) e Rinaldo Argentieri (Matera).

Nem Bolsonaro e Trump escapam à Covid-19

Fora da Europa, também se multiplicam os casos. Um dos mais recentes é mesmo de Donald Trump. No início deste mês, o Presidente dos Estados Unidos da América testou positivo para a Covid-19, depois de uma colaboradora próxima ter confirmado estar infetada. Trump chegou mesmo a ser transportado para o hospital por precaução, encontrando-se já a recuperar na Casa Branca. Além disso, houve pelo menos dois senadores diagnosticados: Ted Cruz e Rick Scott e ainda outros quatro congressistas.

E da América do Norte passamos para a América do Sul, mais precisamente para o Brasil. Há cerca de dois dias, o ministro brasileiro Luiz Eduardo Ramos testou positivo à Covid-19, sendo o décimo dos 22 membros do Governo de Jair Bolsonaro a ser infetado. Além do ministro da Secretaria do Governo foram também infetados o secretário de Estado da Comunicação Social, ministro da Cidadania do Brasil, o ministro da Educação, o ministro da Casa Civil, entre outros. No início de julho, o próprio presidente do Brasil foi diagnosticado com a doença.

Na Austrália, o ministro da Administração Interna, Peter Dutton, anunciou que também está infetado, depois de ter acordado com sintomas. Já no Irão, o ministro-adjunto da Saúde, Iraj Harirchi, também foi um dos primeiros governantes do mundo a ser confirmado com coronavírus, ainda assim a lista de políticos iranianos é longa. Por exemplo, Mojtaba Zolnour, eleito pela cidade de Qom, onde o surto começou no Irão; Mohamad Reza Ghadir, responsável pela gestão da crise de coronavírus naquela cidade; e também Esmail Najjar, que coordena o combate ao coronavírus a nível nacional. Dado o impacto da pandemia, que já fez mais de 500 mil infetados no país, houve alguns deputados que morrerem, como Fatemeh Rahbar e Mohammad Ali Ramazani.

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