Banca já tem shortlist para o negócio imobiliário do ano em Portugal

Venda dos fundos de reestruturação ECS entra esta semana na segunda fase com três investidores na corrida: Davidson Kempner, Bain/Cerberus e Oaktree. Ainda não é certo se negócio vai até ao fim.

Palácio do Governador, em Lisboa, é um dos ativos que está à venda.Palácio do Governador

Davidson Kempner, consórcio formado pela Bain e Cerberus, e Oaktree. Foram estes os fundos selecionados pelos bancos para passarem à segunda fase do processo de venda dos fundos de reestruturação da ECS, de acordo com fontes consultadas pelo ECO. Já lhe chamaram o maior negócio de imobiliário do ano em Portugal e não é para menos: está em causa uma carteira de hotéis do grupo NAU e centros comerciais La Vie, entre outros ativos imobiliários, numa transação que poderá atingir os mil milhões de euros. Mas ainda não é claro qual vai ser o desfecho deste processo.

A segunda fase do processo de venda dos fundos de reestruturação da ECS deverá arrancar esta semana. É durante este período que os investidores devem transformar as ofertas não vinculativas em propostas firmes, num processo que os bancos esperam que seja competitivo e as propostas em cima da mesa sejam melhoradas. Contudo, a corrida poderá ficar com apenas um concorrente, pois existe a possibilidade de um ou dois investidores retirarem-se antes mesmo de formalizarem uma proposta vinculativa, por não terem garantias de que os bancos irão levar transação até ao fim.

Uma fonte do mercado adiantou ao ECO que os investidores querem ter a certeza de que o negócio vai mesmo concretizar-se independentemente do valor final da transação. Há dúvidas de que isso aconteça, sobretudo tendo em conta a distância de valores que estarão em cima da mesa por esta altura: o preço de reserva dos bancos rondará os mil milhões de euros, enquanto as propostas não deverão superar os 950 milhões.

Se os bancos desistirem do processo por considerarem que a melhor oferta ficará aquém do esperado, quem vai ficar a perder serão os fundos internacionais que investiram alguns milhões de euros em trabalhos de due dilligence aos fundos da ECS. Ou seja, os investidores não estão disponíveis para assumir estes encargos sem antes terem as garantias de que o concurso vai ter um vencedor no final.

Por outro lado, para os bancos, o preço final da operação é importante, na medida em que um negócio abaixo do valor daquele a que as unidades de participação se encontram registadas nos seus balanços poderá representar mais imparidades — além das perdas com os fundos de reestruturação que já registaram no ano passado em função do impacto da pandemia.

São várias as instituições financeiras com exposições aos fundos da sociedade gestora fundada por António de Sousa e Fernando Esmeraldo que estão agora à venda: Novo Banco, BCP e Caixa Geral de Depósitos são os bancos com maiores exposições, sendo que Santander e Oitante (veículo financeiro criado para gerir ativos do Banif que não foram comprados pelo Santander) também detêm unidades de participação.

Em relação aos fundos selecionados para esta segunda fase, não são desconhecidos na banca portuguesa, com quem já fizeram, de resto, negócios muito recentemente.

Por exemplo, foi a Davidson Kempner quem comprou a carteira de créditos de grandes devedores do Novo Banco em 2019 com desconto de 90%, tendo também adquirido uma carteira ao BCP no final do ano passado. Este fundo americano é uma das entidades que está por detrás do investimento de 3,5 mil milhões de euros num megacentro de dados em Sines e que foi anunciado na semana passada. A Bain e a Cerberus também compraram ativos aos bancos portugueses nos últimos anos.

Além do processo da ECS, como o ECO adiantou, os bancos também estão a explorar a venda de outro fundo de recuperação ligado à área do turismo: o fundo de promoção turística Discovery Portugal Real Estate Fund, gerido pela sociedade Explorer e que gere mais de 40 ativos em Portugal, incluindo o Six Senses Douro Valley e o Eden Resort.

As unidades de participação neste fundo estão avaliadas em mais de 400 milhões de euros pelas próprias instituições — neste caso, detidas pelos bancos BCP, Novo Banco, Caixa e Oitante. Mais de uma mão cheia de fundos internacionais foram convidados a olhar para este dossiê, sendo esperadas propostas não vinculativas durante esta segunda quinzena de abril.

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Spotify aumenta preço do plano familiar em Portugal

A mensalidade do plano familiar do Spotify em Portugal vai subir um euro, para 11,99 euros mensais. Tarifa entra em vigor a 30 de abril, mas clientes atuais têm mais um mês ao preço anterior.

O Spotify vai aumentar a mensalidade do plano familiar em Portugal. Para os subscritores deste plano, o preço da plataforma de streaming de música vai passar de 10,99 euros por mês para 11,99 euros mensais, confirmou o ECO junto de fonte oficial da empresa, que justifica a decisão com “fatores macroeconómicos locais”.

A informação já começou a ser comunicada aos utilizadores: “A partir de 30 de abril de 2021, vamos aumentar o preço do Premium Família para podermos continuar a oferecer-te novos conteúdos e funcionalidades individualmente ou em família”, lê-se num email remetido aos clientes, a que o ECO teve acesso.

O plano família da empresa sueca é o mais robusto de todos e permite ter até seis contas individuais, desde que os utilizadores indiquem à plataforma que habitam na mesma casa. O aumento representa um custo adicional de 12 euros por ano e dá-se numa altura em que a plataforma também está a aumentar as mensalidades de vários planos noutros mercados.

Para os clientes que já tenham aderido ao plano família anteriormente, o Spotify oferece um mês adicional ao preço atual de 10,99 euros. “Isto significa que o novo preço só entra em vigor na data de pagamento de junho”, acrescenta a empresa na mesma mensagem enviada aos clientes atuais.

O plano individual manter-se-á a 6,99 euros por mês, enquanto o plano duo, que permite até duas contas por agregado habitacional, mantém-se a 8,99 euros por mês. Além destes, o plano exclusivo para estudantes custa 3,49 euros mensais. A plataforma oferece ainda uma modalidade freemium, em que o acesso é gratuito, mas a empresa é capaz de gerar receitas através da reprodução e exibição de anúncios publicitários.

O Spotify é líder mundial no streaming de música, mas tem enfrentado cada vez mais concorrência do Apple Music. Contactada pelo ECO, fonte oficial da empresa respondeu que a plataforma “continua a inovar e investir” para fornecer “mais valor do que nunca”, tendo mais de 70 milhões de faixas e 2,2 milhões de podcasts no catálogo.

“Oferecemos uma variedade de planos de assinatura adaptados às necessidades dos nossos utilizadores e ocasionalmente atualizamos nossos preços para refletir os fatores macroeconómicos locais e atender às necessidades do mercado, oferecendo um serviço incomparável”, explicou a mesma fonte.

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Engie Hemera instala 4.000 painéis solares, Zolve poupa 500 toneladas de CO2 por ano

  • Capital Verde
  • 27 Abril 2021

O projeto, desenvolvido na plataforma logística de Torres Novas, com uma potência instalada de 1,3 MW, vai gerar uma autonomia energética de 27% e evitar a emissão de 500 toneladas de CO2

A Engie Hemera, especializada na implementação e monitorização de sistemas solares fotovoltaicos de média e grande dimensão, desenvolveu uma solução com cerca de 4.000 painéis para autoconsumo, que ocupam uma área equivalente a cerca de dois campos de futebol, para o operador logístico de frio e de transportes de produtos alimentares Zolve.

O projeto, desenvolvido na plataforma logística de Torres Novas, com uma potência instalada de 1,3 MW, vai gerar uma autonomia energética de 27% e evitar a emissão de 500 toneladas de CO2. Através desta solução de energia renovável, “a empresa vai conseguir produzir e consumir energia renovável nas suas instalações, reforçando o seu compromisso com a sustentabilidade e a poupança de energia”, anunciou a Engie Hemera e a Zolve em comunicado conjunto.

Os cerca de 4 mil módulos, já instalados na plataforma logística, ocupam uma área total de 22 mil metros quadrados e atingirão uma potência instalada de 1,3 megawatt-pico (MWp), gerando, em média, 2.037 MWh/ano de energia.

Para Duarte Caro de Sousa, diretor-geral da Engie Hemera “com este projeto a Zolve investe num dos recursos naturais mais importantes e com maior potencial em Portugal: a energia solar. Esta aposta permite elevadas poupanças ambientais, bem como na fatura da energia”.

Para Vitor Figueiredo, CEO da Zolve, este é um investimento significativo, enquadrado no plano estratégico da empresa e que prevê tornar o negócio mais sustentável.

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Debates Renováveis: da visão estratégica ao PRR

  • Capital Verde + APREN
  • 27 Abril 2021

O Plano de Recuperação e Resiliência e a transição energética foram os tópicos principais de mais uma sessão do ciclo Debates Renováveis, uma iniciativda da APREN.

Portugal acaba de apresentar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) à Comissão Europeia, ação que acabou por dar o mote para mais um debate organizado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), centrado no papel da energia renovável na recuperação da economia nacional nos próximos 10 anos.

António Costa Silva, gestor da Partex e especialista do setor energético, foi o convidado da sessão, moderada, como já é habitual, por Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN.

Se não teve oportunidade de acompanhar em direto, assista aqui:

Os Debates Renováveis APREN também estão disponíveis em podcast:

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Portal da transparência é “absolutamente decisivo”, diz António Costa e Silva

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

O gestor adiantou que o Governo, "desde a primeira hora", acolheu a sua proposta para a criação do portal, que defendeu ser "absolutamente decisivo".

O gestor António Costa e Silva afirmou esta terça-feira que a criação de um portal da transparência que faça a monitorização dos fundos é “absolutamente decisiva” para resolver um “problema de confiança”, defendendo ainda um trabalho conjunto independentemente de desacordos.

“Temos um problema de confiança no nosso país e de suspeição, às vezes, generalizada e nós só podemos fazer face a isso se os próprios poderes públicos forem transparentes e prestarem contas”, afirmou António Costa e Silva, em resposta aos deputados, na comissão eventual para o acompanhamento da aplicação medidas resposta à pandemia covid-19 e do processo de recuperação económica e social.

No entanto, o gestor ressalvou que já há um grande percurso feito no sentido de reportar os investimentos e fluxos financeiros e que o Governo, “desde a primeira hora”, acolheu a sua proposta para a criação do portal, que defendeu ser “absolutamente decisivo”.

António Costa e Silva, que foi nomeado pelo Governo para coordenar a preparação do plano de relançamento da economia, considerou ainda ser “extremamente importante” o desenvolvimento de um trabalho conjunto entre todas as entidades ligadas ao processo.

“Independentemente das diferenças e dos desacordos que possam existir entre nós, temos de procurar o chão comum que nos une e que pode levar o país ao futuro“, concluiu.

Segundo uma nota divulgada no início deste mês, na página do Mar 2020, o portal da transparência deverá arrancar ainda em abril e terá um separador dedicado aos fundos europeus.

A Agência para a Modernização Administrativa é responsável pela construção do portal que vai permitir a consulta de informação sobre cada investimento financiado, desde a sua execução até ao encerramento.

Em 20 de novembro de 2020, a criação de um portal da transparência para os fundos europeus foi aprovada na votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2021.

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Campanha de solidariedade quer atenuar sofrimento em Cabo Delgado

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

A campanha “Por Moçambique” pretende sensibilizar Portugal para a situação na província moçambicana de Cabo Delgado, palco de um conflito violento há vários anos.

A campanha “Por Moçambique”, que tem Catarina Furtado e Mia Couto entre os seus porta-vozes, pretende sensibilizar Portugal para a situação na província moçambicana de Cabo Delgado, palco de um conflito violento há vários anos.

A campanha, realizada de forma pro bono (não remunerada) e que comporta várias iniciativas, incluindo vídeos com os porta-vozes e uma música, quer “fazer pressão” e mostrar o descontentamento face às violações dos direitos humanos no norte de Moçambique.

“Nós, sociedade civil, temos um papel muito determinante, na medida em que podemos fazer advocacy, podemos fazer pressão, podemos juntar-nos todos e todas e mostrar o nosso descontentamento em relação às violações constantes dos direitos humanos”, explicou à Lusa a apresentadora portuguesa Catarina Furtado, uma das porta-vozes da campanha.

“Há milhares de pessoas a serem maltratadas, mulheres a serem decapitadas. É um horror, e esses relatos são reais”, acrescentou a embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População.

Catarina Furtado justificou a sua participação na campanha, assinalando que não era possível ignorar o conflito no norte de Moçambique.

“Não podemos ignorar. Eu não conseguia dormir bem se não estivesse envolvida em algo que pudesse apenas atenuar, mas que servisse para nos juntar em prol desta causa”, referiu, assinalando que “mais uma vez as mulheres e crianças são as maiores vítimas”.

Além da sensibilização, a campanha consagra também a recolha de donativos, destinados ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Cáritas e a Oikos, a atuar no terreno.

Catarina Furtado explicou que o envolvimento destas passou por serem organizações que “podem de alguma forma serem transversais na sua ajuda” devido às suas áreas de atuação.

“Achámos por bem que deveríamos convocar a sociedade a poder apoiar financeiramente com donativos, porque, na verdade, aqueles que são os relatos que eu tenho dos técnicos no terreno é que falta muita coisa, muita coisa, porque de facto aquela zona está muito abandonada, até do ponto de vista do próprio país e do próprio Governo”, lamentou a apresentadora.

“É puxar por cada um de nós e por todos, pelo exercício da nossa cidadania”, sublinhou, reiterando que “são violações dos direitos humanos”.

Catarina Furtado lamentou ainda que, na sua opinião, não tenha havido, desde o início, acesso a informações sobre o conflito.

“O que me parece é que nós, comunidade internacional, também pela não vontade do próprio país, Moçambique, não fomos tendo – esta é a minha visão – as informações que deveríamos ter tido logo desde o início”, disse.

Numa nota enviada à comunicação social, Pedro Vaz Marques, um dos mentores da campanha, defendeu ser “fundamental que todos os portugueses se envolvam e participem nesta campanha, nas redes sociais e nas várias plataformas onde será divulgada, para ajudar um povo irmão que está em sofrimento”.

O manifesto “Por_Moçambique” apela para que “a população civil de Cabo Delgado seja protegida contra os atos de barbaridade a que têm sido sujeitas”, para que “a agressão contra Moçambique termine e que a integridade das fronteiras territoriais de Moçambique seja respeitada” e para que “se mobilizem apoios para que estas populações possam regressar em paz às suas terras”.

A campanha está disponível no portal http://pormocambique.pt, assim como os números de identificação bancária (NIB) das organizações envolvidas e o hino da iniciativa.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.

O mais recente ataque foi feito em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

São precisas “várias campanhas” solidárias, diz Mia Couto

A situação humanitária em Cabo Delgado, norte de Moçambique, justifica várias campanhas solidárias, tal é a dimensão da crise, disse esta segunda-feira em entrevista à Lusa o escritor Mia Couto, ao dar a cara pela iniciativa de angariação de fundos Por Moçambique.

“São precisas várias campanhas, dentro e fora de Moçambique. Infelizmente a situação atinge uma proporção dramática enorme”, num cenário de “barbárie e crueldade” protagonizado por terroristas que desde 2017 atacam uma das populações mais pobres do mundo.

“Um país na condição em que está Moçambique não pode fazer face ao tamanho daquele drama” sozinho, sublinhou.

Acessível através da Internet (www.pormacambique.pt), a campanha pretende angariar fundos diretamente para a Cáritas, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Oikos, organizações que estão no terreno na resposta humanitária em Cabo Delgado.

O objetivo é atenuar o sofrimento da população que sofre com o terrorismo, um fenómeno global que ainda nenhum país conseguiu vencer, pelo que, “é muito difícil virar esta página”, realçou Mia Couto.

O escritor quer registar as histórias das vítimas por forma a conferir-lhes humanidade e para serem mais que números.

“Para mim é fundamental que [perante] campanhas de solidariedade a nossa postura seja fundada em nomes, em caras, em histórias concretas”, referiu.

Mia Couto traça um paralelo com a Europa: se um ato terrorista vitimasse pessoas em Paris, “no dia seguinte os jornais tinham a história de cada uma delas e da família”.

No caso de Cabo Delgado, lamentou, “parece que esta gente não tem direito a ter a sua história singular, a ter a sua individualidade”.

A recolha de testemunhos é um dos objetivos da Fundação Fernando Leite Couto, criada em 2015, em Maputo, em homenagem ao autor, pai de Mia Couto.

“Esta é uma coisa que queremos fazer. Queremos construir essas histórias, mandar para lá uma equipa que possa registar em vídeo e em papel as histórias concretas de famílias que sofreram”, mas especialmente as “histórias de superação”.

A superação é destacada por Mia Couto, “a capacidade enorme de as pessoas resistirem e reconstruirem a sua vida depois das cinzas, depois da morte”.

O terrorismo no norte de Moçambique é tão dramático que provoca um medo para o qual o escritor diz “não estar preparado”, referiu na entrevista à Lusa.

Um medo só comparável ao que sentiu quando dormiu em Palma, numa altura em que havia pessoas a ser devoradas por leões.

Mia Couto exerceu o seu trabalho como biólogo há 19 anos na vila recentemente atacada por rebeldes, num outro tempo, sem estradas, sem projetos de gás a serem construídos.

“Na altura, Palma não tinha um lugar para se ficar” e a tenda era o seu abrigo.

Certa noite, avisaram-no da morte de um homem ali perto e, de lanterna na mão – não havia energia – foi ver o que passava. Explicaram-lhe que tinha sido morto por um leão.

“Comecei a enfrentar um medo que me era desconhecido. Tinha medo de ter esse medo” que era o de “ser devorado por uma fera” – e da experiência nasceu a sua obra A Confissão da Leoa.

“Volto a revisitar um medo para o qual não estou preparado”, com os relatos dramáticos do ataque a Palma, admitiu, relatando: “Esse terror que é inspirado pela ação desta gente, destes terroristas que atuam em cabo Delgado, faz-me regressar a esse período”.

Na altura, transformou a história de leões que provocaram a morte de várias mulheres da vila, numa ficção, mas agora diz não ser “capaz de ficcionar”.

“Fazia-me falta estar em Palma”, refere, até porque viver um drama “à distância” chega a ser “mais doloroso, porque tudo nos chega em segunda mão, envolto numa névoa”

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CTT caem mais de 2% na bolsa de Lisboa

Lisboa acompanhou o sentimento negativo na Europa, onde os resultados estão a marcar as negociações. A UBS afundou após anunciar uma perda de 861 milhões de dólares devido ao colapso da Archegos.

Os CTT lideraram as perdas na bolsa de Lisboa, com uma desvalorização de 2,3% para 3,66 euros por ação, que põe fim a uma série que acumulava já sete sessões em alta para a operadora postal. Penalizado também pelo papel e petróleo, o PSI-20 inverteu a tendência da última sessão e fechou as negociações desta terça-feira com uma perda de 0,16% para 5.012,61 pontos.

Em terreno negativa fecharam a Altri, a Semapa e a Navigator, que caíram entre 0,9% e 0,2%. A Galp Energia perdeu 0,65% para 9,44 euros — em reação ao corte do preço-alvo pela RBC para 13 euros, de 14 euros — e a Nos recuou 0,06% para 3,138 euros.

Em sentido contrário, Corticeira Amorim e Novabase foram as únicas cotadas com ganhos superiores a 1%. A EDP Renováveis, que valorizou 0,97% para 20,72 euros, e a Jerónimo Martins, que subiu 0,04% para 14,175 euros, ajudaram a travar as quedas do índice. O BCP fechou inalterado nos 0,1153 euros.

Apesar disso, Lisboa acompanhou o sentimento negativo na Europa, onde a época de resultados está a marcar as negociações. O HSBC e a UBS estiveram em foco, com o segundo a anunciar que terá de assumir uma perda de 861 milhões de dólares no segundo trimestre do ano devido ao impacto do colapso da Archegos. O banco britânico valorizou 4,4%, enquanto o suíço caiu 1,9%.

A petrolífera BP superou as previsões dos analistas, mas cedeu 0,4%. A generalidade das praças europeias encerrou em baixa (à exceção do setor de Viagens & Lazer que disparou com o impulso da confiança dos investidores na aceleração dos planos de vacinação). O Stoxx 600 e o francês CAC 40 perderam 0,2%, o alemão DAX recuou 0,3%, o espanhol IBEX 35 desvalorizou 1% o britânico FTSE 100 deslizou 0,5%.

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Ligações fluviais entre Margem Sul e Lisboa interrompidas quarta-feira de manhã e à tarde

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

A Transtejo/Soflusa alerta para a realização de plenários de trabalhadores convocados por organizações sindicais, prevendo a interrupção do serviço regular no período da manhã e ao final do dia.

As ligações fluviais da Transtejo/Soflusa entre a Margem Sul e Lisboa vão estar interrompidas ao início da manhã e no final do dia de quarta-feira devido a plenários de trabalhadores, não sendo assegurado transporte alternativo pela empresa.

Na sua página da Internet, a Transtejo/Soflusa alerta para a realização de plenários de trabalhadores convocado por organizações sindicais, prevendo a interrupção do serviço regular no período da manhã e ao final do dia.

Contactada pela Lusa, a Transtejo/Soflusa disse “não dispor de soluções alternativas de transporte, durante os períodos de interrupção” do serviço de transporte público fluvial.

Desta forma, a ligação fluvial do Barreiro, assegurada pela Soflusa, vai estar interrompida entre Barreiro – Terreiro do Paço das 07h00 às 10h25 e das 16h00 e às 19h15. No sentido Terreiro do Paço – Barreiro estará interrompido o serviço entre as 07h35 e as 10h55 e das 16h25 às 19h40.

Já as ligações fluviais asseguradas pela Transtejo, desde Cacilhas, Montijo, Seixal e Trafaria, vão estar interrompidas entre as 15h30 e as 21h00.

O serviço regular entre Cacilhas – Cais do Sodré estará interrompido das 16h00 às 19h45, Cais do Sodré – Cacilhas das 16h30 às 20h00, entre Montijo – Cais do Sodré das 16h30 às 20h30 e entre Cais do Sodré – Montijo das 15h30 às 20h00.

Também as ligações entre o Seixal e o Cais do Sodré vão sofrer cortes das 16:20 às 20:30 e do Cais do Sodré – Seixal das 15h55 às 20h15. Trafaria – Porto Brandão – Belém estará interrompida das 16h00 às 20h30, Porto Brandão – Belém das 16h10 às 20h40 e Belém – Porto Brandão – Trafaria das 15h30 às 21h00.

De acordo com a nota, em caso de paralisação do serviço regular, os terminais e estações são encerrados, nos períodos indicados, por questões de segurança.

Segundo disse à Lusa Paulo Lopes, sindicalista da FECTRANS – Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, os plenários agendados para quarta-feira acontecem devido ao “descontentamento dos trabalhadores e à postura da empresa”.

“Desde o início que a empresa tem a mesma postura negocial, ou seja, zero, continua a afirmar que não tem autorização do Governo para negociar. Desde a primeira reunião que não há avanços”, explicou.

De acordo com o sindicalista, os aumentos ocorridos no ano passado foram “baixíssimos, cerca de 0,3%, o que valeu um euro em muitos casos”, lembrando que os trabalhadores “tiveram de aguentar”.

“Este ano já não estão disponíveis para manter a mesma situação”, acrescentou, considerando que a empresa teve uma “postura errada” e que “caiu mal aos trabalhadores”, pois durante a pandemia de covid-19 o que deu como reconhecimento do trabalho foi “um dia de férias”, enquanto em outros sítios houve compensações monetárias.

“Em algumas carreiras há aproximação ao salário mínimo nacional”, denunciou.

Numa nota enviada à Lusa, a Transtejo/Soflusa reconheceu ter apresentado “uma proposta salarial, para 2021, em linha com a atualização definida para a administração pública”.

“As estruturas sindicais representativas dos trabalhadores, considerando insuficiente tal proposta, decidiram ouvir os trabalhadores sobre a mesma, reunindo em plenário de acordo com a legislação laboral vigente”, é referido na nota.

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Moratórias: Leão avisa que “tomar decisões fora do quadro da EBA será muito perigoso”

O ministro das Finanças avisou esta terça-feira que as decisões sobre as moratórias de crédito têm de ser tomadas dentro do enquadramento da Autoridade Bancária Europeia (EBA).

João Leão teme que a Assembleia da República legisle sobre as moratórias públicas de crédito das empresas e dos cidadãos à margem da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa). Em causa está uma proposta do PCP, viabilizada pelo PSD na generalidade, mas os social-democratas garantem que não aprovarão o prolongamento das moratórias sem luz verde da EBA.

Tomar decisões fora do quadro da EBA será muito perigoso“, avisou o ministro das Finanças numa audição parlamentar na comissão de orçamento e finanças esta terça-feira, argumentando que teria um efeito contraproducente. “As próprias empresas e famílias podiam ficar marcadas e com dificuldade em aceder a novo financiamento“, alertou.

João Leão disse que uma medida à revelia da EBA poderia “afetar o crédito malparado e os rácios de capital [dos bancos]”, levando o sistema financeiro português numa situação de ser “incapaz de financiar a economia” num momento em que essa papel é necessário para uma retoma rápida após o choque da crise pandémica. Este alerta foi dado em resposta a questões do deputado do PS, Fernando Anastácio.

Mais tarde, a deputada do Bloco, Mariana Mortágua, também questionou o ministro sobre as moratórias, notando que a Deco “encontra grandes problemas” na situação portuguesa. “O Governo consegue garantir que ninguém fica sem morada?“, perguntou, questionando o governante sobre se haverá “medidas de reestruturação de créditos” ou se os cidadãos “ficarão à mercê” dos bancos.

Em resposta, Leão aproveitou para dizer que a posição de Mortágua é “parecida” à do presidente do Novo Banco, António Ramalho, que pediu uma solução para as moratórias até ao final de maio. O ministro disse que será necessário esperar para saber a evolução da economia e da pandemia e avaliar a situação das empresas nos próximos meses para se perceber se são capazes de retomar os pagamentos em setembro e outubro.

Quanto às moratórias sobre as habitações de particulares, João Leão disse que essa situação merece “acompanhamento” por ser “muito importante” que terá de ser analisada nos próximos meses, mas não deixou garantias. Mais tarde, João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças, garantiu que o Governo explorou de forma “exaustiva” as guidelines da EBA para as moratórias de forma a “maximizar” as medidas que podiam ser tomadas preservando a sustentabilidade de banca.

O argumento dado pelo Ministério das Finanças é semelhante ao que tem sido defendido pelo governador do Banco de Portugal, Mário Centeno. “Em muitos países já não há moratórias e eu não vejo nenhuma especificidade de Portugal para que nós nos isolemos no contexto europeu nesse sentido. Não vejo mesmo”, disse Centeno na conferência de imprensa de apresentação do boletim económico de março, especificando que o incumprimento nesses países após o fim das moratórias foi “muito reduzido”, sendo inferior a 5%.

Sobre as moratórias, Mário Centeno recordou que “Portugal não age sozinho no domínio das moratórias” e, por isso, não pode tomar medidas “isoladamente”. Caso contrário, existe o risco de um “efeito de ricochete nos clientes bancários muito mais negativo do que a própria moratória pudesse vir a ter se achássemos que o fim dessa moratória tinha problemas”. O governador avisou que o trabalho de vigilância destes créditos tem de começar nos bancos e depois deve ser analisado o caso das empresas e particulares em dificuldades.

(Notícia atualizada às 16h59 com mais informação)

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ADSE recebeu 75 mil inscrições após alargamento a trabalhadores com contrato individual

Desde janeiro e até 20 de abril, chegaram à ADSE 75 mil novas inscrições, após o alargamento aos trabalhadores com contrato individual de trabalho.

A ADSE registou, até 20 de abril, cerca de 75 mil novas inscrições, depois de ter sido aberto o acesso aos trabalhadores com contrato individual, em janeiro. Este número foi avançado, esta terça-feira, pela ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, que está a ser ouvida pelos deputados, numa audição regimental.

“No capítulo dos direitos dos trabalhadores, na ADSE, e fruto do empenho desta tutela e da energia e competência do novo Conselho Diretivo, têm sido dados passos muito importantes no sentido do reforço da sustentabilidade do sistema, numa lógica intergeracional”, começou por sublinhar a governante, referindo o alargamento do sistema em causa aos contratos individuais de trabalho — “que a 20 de abril já apresentava 75 mil novas inscrições” — e com o envio, este mês, das novas tabelas aos prestadores privados.

O último balanço do alargamento da ADSE aos contratos individuais, feito no início de abril, dava conta de 65 mil inscrições, das quais 46.664 são beneficiários titulares e 18.001 são beneficiários familiares. Ou seja, entretanto, deram entrada mais 10 mil inscrições.

As 75 mil inscrições agora sinalizadas ficam, ainda assim, abaixo do universo potencial de 100 mil beneficiários (ao quais se acrescem os familiares) indicado por Alexandra Leitão, aquando do alargamento do subsistema de saúde dos funcionários públicos, no início de janeiro.

Na sua intervenção inicial, esta terça-feira, Alexandra Leitão salientou, também, que já foi iniciada a discussão com as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores da Administração Pública sobre a revisão do sistema de avaliação desses funcionários (o SIADAP). O objetivo, reforçou a governante, é “anualizar e simplificar os ciclos de avaliação de desempenho e daí tirar as devidas ilações o desenvolvimento das carreiras”.

Sobre este último ponto, a ministra disse que a revisão da tabela única poderá acontecer ou de forma global ou apenas nas posições de entrada de algumas carreiras. Aliás, em entrevista ao ECO, no início do ano, a governante já admitia criar, a par da revisão do sistema de avaliação, nível intermédios na tabela remuneratória.

Esta terça-feira, em resposta ao Bloco de Esquerda, Alexandra Leitão defendeu ainda sobre este ponto que “o que é preciso é que as pessoas ganhem mais dinheiro mais cedo”, embora o salto salarial implicado nas progressões possa vir a ter de ser mais reduzido, com a criação desses níveis intermédios.

Em resposta ao PSD, Alexandra Leitão detalhou que, após uma primeira reunião, aguardam-se agora os contributos dos sindicatos, para marcar o próximo encontro, no qual deverá ser apresentado a primeira versão da proposta (na reunião inicial só foi entregue um memorando). A ministra sublinhou, além disso, que a intenção do Executivo é “indexar as quotas à qualidade dos serviços prestados”, o que já tinha sido admitido pelo secretário de Estado da Administração Pública, José Couto.

Aliás, sobre as quotas Alexandra Leitão fez questão de observar que nunca se comprometeu com a sua eliminação, apesar de esta ser uma das principais reivindicações dos sindicatos. “Não creio que seja possível”, disse.

Por outro lado, em resposta ao PS, a responsável frisou que a revisão das carreiras “não é um tabu” e defendeu que o Governo deve ter uma “visão estruturada pautada pelo equilíbrio”.

Questionado pelo BE sobre o pagamento do acréscimo das despesas dos teletrabalhadores — como internet e comunicações –, a ministra da Administração Pública enfatizou que é preciso “aguardar que a legislação esteja consolidada” — neste momento, há cinco projetos de lei em discussão no Parlamento sobre esta matéria — para depois de fazer a negociação coletiva. Leitão defendeu, além disso, que este “não é o momento de fazer uma negociação estruturante” sobre este ponto, uma vez que se mantém o “contexto especial” pandémico.

Já quanto ao futuro, Leitão frisou que o teletrabalho na Administração Pública será “sempre voluntário”, independentemente das metas do Governo a esse respeito, e admitiu que os regimes híbridos (entre o trabalho remoto e o presencial) também sejam adotados no Estado.

(Notícia em atualização às 18h21)

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Leão elogia trabalhadores e administração da CGD por ajudarem a credibilizar Portugal na UE

O ministro das Finanças elogiou esta terça-feira os trabalhadores e a administração da CGD pela conclusão do plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia.

João Leão disse esta terça-feira que a conclusão do plano de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi uma “peça incontornável de credibilização do Estado português junto das instituições europeias”. Numa audição parlamentar na comissão de orçamento, o ministro das Finanças elogiou os trabalhadores e a administração por ter conseguido dar este “passo importantíssimo” para o sistema financeiro português.

Na sua intervenção inicial da audição no Parlamento, o ministro deixou uma palavra de “apreço e reconhecimento a todos os profissionais da CGD e à sua administração”. Para Leão a conclusão do plano de reestruturação iniciado em 2017 é “um passo relevantíssimo para a estabilização do sistema financeiro” português.

Esta decisão da Comissão Europeia anunciada na semana passada permite que os portugueses possam continuar “a confiar e a contar com um banco público” para financiar a economia, argumentou o ministro, assinalando que esta foi uma “peça incontornável de credibilização do Estado português junto das instituições europeias”.

Esta é “a demonstração para todos de que é possível contornar as mais exigentes dificuldades, com rigor e estrito respeito pelo interesse público“, concluiu Leão.

Foi a 21 de abril que a Direção-Geral da Concorrência (DG Comp) deu por concluída, com sucesso, a execução do plano de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) iniciado em 2017. Com esta decisão, as autoridades europeias encerraram a monitorização da instituição liderada por Paulo Macedo, num processo que começou em 2012.

A implementação do plano de reestruturação 2017-2020 foi um compromisso assumido pelo Governo português junto de Bruxelas a troco de uma recapitalização do banco público no valor de 4,9 mil milhões de euros, dos quais 3,9 mil milhões resultaram do esforço dos contribuintes e outros mil milhões foram financiados pelos investidores.

Pelo meio de todo o processo, o banco voltou a pagar dividendos ao acionista Estado em 2019, com um cheque de 200 milhões de euros, depois de um interregno de quase uma década. A pandemia voltou, entretanto, a interromper a política de remuneração dos acionistas dos bancos.

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Manpower quer pôr empregadores a olhar além das fontes tradicionais de talento. “Foquem a atenção nos entusiastas do gaming”

Pensamento crítico, criatividade, inteligência emocional e resolução de problemas são algumas das skills que a especialista em recrutamento considera que os entusiastas do gaming adquirem.

A escassez de talento é um problema real. Para muitas organizações, que continuam a recrutar mesmo no contexto da pandemia mundial, é cada vez mais complicado encontrar os profissionais certos, nomeadamente com o conjunto de soft skills que consideram relevantes para a função. Segundo um estudo do grupo Manpower, a digitalização veio aumentar ainda mais a procura por competências humanas fundamentais para o “desenvolvimento de uma força de trabalho ágil e resiliente nos momentos de mudança e disrupção”. A novidade é que os gamers podem ser os candidatos que as empresas procuram.

De acordo com a especialista em recrutamento, os videojogos permitem aos jogadores desenvolver soft skills que são perfeitamente aplicáveis, transferíveis e relevantes no local de trabalho. Pensamento crítico, criatividade, inteligência emocional e capacidade de resolução de problemas são algumas delas.

O estudo do ManpowerGroup, “Game To Work”, incide precisamente nesta necessidade de inovação, sugerindo que os empregadores olhem além das fontes tradicionais de talento e foquem “a sua atenção nos entusiastas do gaming“, lê-se em comunicado.

Na sequência deste estudo, a Manpower lançou também uma campanha de recrutamento que tem como objetivo valorizar a indústria dos videojogos e a geração que dedicada grande parte da sua atenção a este tipo de entretenimento. “Através de um assessment, o jogador é avaliado pela experiência, resultados e tipo de jogos a que mais se dedica e toma conhecimento das soft skills que desenvolveu, assim como das áreas e funções que pode desempenhar com base nesses resultados”, explica a recrutadora.

“Com esta campanha, o ManpowerGroup aposta uma vez mais no potencial das skills transferíveis e inova na abordagem da atual escassez de talento, dirigindo-se a uma pool de talento diferenciado (…) Ao explorar o mundo do gaming, aplicamos soluções criativas para identificar skills relevantes e acedemos ao talento onde este se encontra, valorizando a sua experiência e falando com ele na sua língua para lhes apresentar as oportunidades profissionais que pode desenvolver connosco”, afirma Rui Teixeira, chief operations officer do ManpowerGroup Portugal.

Os interessados em fazer o teste às suas skills devem aceder à plataforma “Gaming Skills Translator” e indicar os seus videojogos de eleição, a sua experiência e nível atingidos, bem como o tempo que lhes dedicam. A plataforma fará a tradução dessa informação em competências de trabalho. “Os profissionais podem adicionar [essas competências] ao seu CV e comunicar nas entrevistas, ajudando-os a alcançar uma melhor afinidade com a posição a que se candidatam”, refere a empresa.

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