Trabalhadores da Groundforce do Porto pedem referendo interno sobre nacionalização

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

Representante dos trabalhadores do Porto apelou para uma “decisão política” que acautele empregos. Subcomissão vai pedir à comissão de trabalhadores nacional para ser parte das negociações.

Os trabalhadores da Groundforce do Porto, que tencionam manifestar-se no início de maio, querem estar representados nas negociações e a realização de um referendo interno sobre a nacionalização da empresa, disseram esta terça-feira à Lusa. O protesto, ainda sem data nem local marcados, deverá acontecer no próximo mês e “conforme o andamento da situação à altura”, afirmou José Teixeira, representante da subcomissão dos trabalhadores do Porto, no final de um plenário no aeroporto do Porto.

“Estamos todos [trabalhadores] num clima de muita dúvida em termos de futuro da empresa e estamos muito inquietos com a atual indecisão e o que vamos sabendo é pelas notícias que vão surgindo. Aliás, as últimas referem que não estão garantidos os salários de maio”, afirmou. Dizendo estarem numa “dúvida constante”, José Teixeira quer que sejam acautelados os postos de trabalho e os direitos, não só do próximo mês de maio, mas futuros, assim como garantido o serviço público.

Por esse motivo, o representante dos trabalhadores do Porto apelou para uma “decisão política” que acautele estes mesmos empregos. Nesta sequência, a subcomissão de trabalhadores do Porto vai pedir à comissão de trabalhadores nacional para ser parte integrante das negociações da empresa, referiu.

A este pedido junta um outro, nomeadamente a realização de um referendo a todos os trabalhadores da Groundforce sobre a sua nacionalização, frisou. José Teixeira explicou que o objetivo será referendar a defesa da nacionalização como sendo a única solução para proteger os postos de trabalho. “Nós não temos formação técnica para o fazer [referendo], por isso, decidimos requerer à comissão nacional que o faça, seja diretamente, seja um órgão da empresa que o faça por exigência desta”, sublinhou.

Neste momento, os trabalhadores da Groundforce têm subsídios de férias, anuidades e progressões que não foram pagas, contou. No plenário de trabalhadores, que decorreu esta manhã, ficou ainda decidido reunirem-se com a entidade regional de turismo, a área metropolitana, a associação empresarial e a comissão de coordenação de desenvolvimento regional, revelou.

A Groundforce encontra-se em situação financeira difícil, na sequência da quebra de operação nos aeroportos, face às medidas adotadas para conter a pandemia de covid-19. A empresa de handling (assistência em aeroportos) chegou a ter os salários dos seus 2.400 trabalhadores em atraso, o que motivou a organização de várias manifestações em diferentes pontos do país onde a empresa opera.

Em 19 de março, depois de diversas negociações, a Groundforce e a TAP chegaram a um acordo, em que a companhia aérea adquiriu por cerca de sete milhões de euros equipamentos da empresa de handling, que passa a pagar à TAP pelo aluguer deste material. Este acordo permitiu desbloquear provisoriamente o impasse na empresa e pagar os salários em atraso aos 2.400 trabalhadores, bem como fazer face às despesas mais prementes.

O presidente do Conselho de Administração da Groundforce, Alfredo Casimiro, ouvido em março no parlamento, disse que esta solução era um “balão de oxigénio” de dois meses, mas, se não fossem disponibilizados mais fundos, a empresa iria “definitivamente para a falência”. Entretanto, o Banco Português de Fomento (BPF) não aprovou o empréstimo de 30 milhões de euros pedido pelo Conselho de Administração da Groundforce, por não haver um plano de reestruturação da empresa e por falta de “disponibilidade financeira robusta dos acionistas”.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

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Sindicato dos Jornalistas denuncia atrasos no pagamento a colaboradores da Global Media

  • Lusa e ECO
  • 27 Abril 2021

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) denunciou atrasos no pagamento aos colaboradores da Global Media, a empresa que publica o Diário de Notícias e Jornal de Notícias e gere a rádio TSF.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) denunciou atrasos no pagamento aos colaboradores da Global Media e manifestou a sua preocupação com o futuro da dona do Diário de Notícias e Jornal de Notícias.

Há seis dias, a Global Media informou os trabalhadores de que tinha aderido ao apoio à retoma progressiva. Esta terça-feira, em comunicado, o SJ adianta que “está a ser confrontado com um número considerável de trabalhadores precários” do grupo “que neste mês de abril ainda não receberam o pagamento dos trabalhos”.

Os jornalistas nesta situação, que o SJ diz não ter conseguido apurar qual o número exato, “trabalham para as diversas publicações do grupo, nomeadamente para o DN, TSF, JN, O Jogo, entre outros títulos, a recibo verde, e contribuem todos os dias para fazer cada uma das edições”. Em causa estão trabalhos realizados durante o mês de fevereiro.

O sindicato recorda que, “já este mês, na sequência de uma carta enviada por um grupo desses colaboradores, denunciando o atraso reiterado no pagamento das peças, o SJ solicitou uma reunião à administração do grupo, que ainda não encontrou tempo de agenda para esse encontro”.

O SJ “sublinha a preocupação com o futuro da Global Media — um dos maiores grupos privados de comunicação em Portugal — numa altura em que o grupo anunciou a entrada num plano de retoma (que envolve cortes de salários para alguns e redução de tempo de trabalho para todos), poucos meses depois de um despedimento coletivo”.

A Global Media vai avançar com um “plano de apoio à retoma” a partir da segunda semana de maio, que vai implicar cortes nos salários a partir de 2.000 euros brutos. O plano é “transversal a todo o grupo de media”, afetando jornais, gráfica e distribuição.

A informação foi transmitida aos trabalhadores pelas chefias das diversas unidades de negócio. Esta medida também vai levar a uma redução de 30% do horário de trabalho.

O apoio à retoma progressiva dirige-se a empresas com quebras de faturação de pelo menos 25%, podendo o empregador reduzir o horário de trabalho em função da quebra de faturação.

O ECO contactou a Global Media por causa da informação veiculada pelo SJ. A empresa não quis fazer comentários.

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João Leão ouvido no Parlamento sobre Programa de Estabilidade. Assista em direto

  • ECO
  • 27 Abril 2021

O ministro das Finanças vai responder às questões dos deputados sobre o Programa de Estabilidade 2021-2025.

O ministro das Finanças, João Leão, é ouvido esta terça-feira de tarde na Assembleia da República sobre o Programa de Estabilidade 2021-2025. Os deputados terão oportunidade para questionar o ministro das Finanças sobre o documento que perspetiva a evolução da economia portuguesa e das contas públicas nos próximos anos.

A audição na comissão de orçamento e finanças antecede a discussão no plenário que será feita na quinta-feira. Acompanhe aqui a audição em direto:

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Polopique reuniu com Governo sobre compra da Coelima

Presidente da Polopique reuniu na semana passada com o secretário de Estado da Economia para discutir a compra da insolvente Coelima. No encontro estiveram outros dois grupos têxteis.

O presidente executivo do grupo têxtil Polopique, Luís Guimarães, reuniu na semana passada com o Ministério da Economia para discutir a compra da Coelima, que está em processo de insolvência. Neste encontro com o secretário de Estado da Economia, João Neves, estiveram também presentes mais duas empresas também interessadas no negócio, apurou o ECO.

De acordo com fonte próxima das negociações, as propostas para comprar a Coelima estão a ser trabalhadas com o Ministério da Economia, mas “enquanto não houver uma decisão não pode dar-se início ao processo“, explica. O ECO sabe que, neste momento, o objetivo é o reduzir o número de candidatos.

O Ministério da Economia não revela os nomes. Diz apenas: “Estamos a acompanhar de forma muito próxima a situação e as possibilidades de encontrar soluções empresariais sustentáveis.”

As têxteis Mundifios e Lameirinho (em consórcio) e a JF Almeida tinham sido apontadas como potenciais interessadas, mas acabaram por negar o interesse em adquirir a Coelima. A Polopique estava também nesta lista inicial e foi a única que não se pronunciou ainda sobre o assunto. O ECO tentou contactar a Polopique, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo. (A Polopique também é acionista do ECO.)

O grupo Polopique nasceu em 1996 e domina todas as fases do processo produtivo têxtil, desde a fiação, passando pela tecelagem e ultimação, até à confeção e comercialização de produtos finais de segmento de alta qualidade. É conhecido por ser um dos principais fornecedores do grupo Inditex e emprega cerca de mil colaboradores.

Em ano de pandemia, o grupo Polopique registou uma quebra no volume de negócios de 15% devido à crise provocada pela Covid-19, sendo que o volume de negócios rondou os 90 milhões de euros. Poderá agora expandir o negócio com a compra da empresa têxtil Coelima, que entrou em insolvência há duas semanas com um passivo de 29,5 milhões de euros.

Pedro Pidwell foi o nome escolhido para ficar à frente do processo de insolvência da têxtil Coelima com o objetivo de apresentar um plano de recuperação. O pedido, que identifica 250 credores — incluindo banca, fornecedores e até a empresas irmãs do grupo Moretextile — já foi entregue no Tribunal de Comércio de Guimarães, que decretou a insolvência da têxtil.

Entre os credores, “existem dois particularmente expressivos”: a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Fundo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (FACCE), que, no conjunto, “representam aproximadamente 80% do total do passivo extra do grupo da Coelima, por referência a 31 de dezembro de 2020”.

A insolvência foi pedida na sequência da quebra de vendas “superior a 60%” provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas de crédito Covid-19, embora o Banco Português de Fomento tenha confirmado que não recebeu qualquer pedido da Coelima para ter acesso às linhas Covid-19.

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Wall Street sem rumo. Tesla cai 3% apesar dos resultados

Após fecharem em máximos históricos na sessão anterior, os principais índices norte-americanos negoceiam mistos enquanto se esperam os resultados das gigantes tecnológicas.

Os principais índices norte-americanos abriram sem rumo, numa altura em que os investidores aguardam os resultados de algumas gigantes tecnológicas, como a Microsoft e a Alphabet, e mais orientações da Reserva Federal sobre o futuro da política monetária. Já a Tesla está a cair cerca de 3%, apesar de ter apresentado resultados que superaram as expectativas.

O Nasdaq está a subir 0,14%, para 14.158,5 pontos, e o S&P 500 valoriza 0,07%, para 4.190,35 pontos, ao passo que o Dow Jones desce 0,03%, para 33.971,26 pontos. Esta segunda-feira o S&P 500 e o Nasdaq fecharam em níveis recorde, com o índice tecnológico a completar a recuperação desde a correção de 11% iniciada em fevereiro.

Segundo os dados da Refinitiv IBES, citados pela Reuters, os lucros das cotadas do S&P 500 deverão crescer 34,3% no primeiro trimestre, em termos homólogos. De acordo com os dados da FactSet, citados pela CNBC, das cotadas que já revelaram resultados — o equivalente a cerca de um terço do S&P 500 –, 84% revelaram-se uma surpresa positiva em termos de lucros.

A expectativa dos economistas é que os EUA tenham uma retoma forte por causa do rápido processo de vacinação e os apoios orçamentais e monetários sem precedentes dados pela Administração Biden e pela Fed de Jerome Powell. Na quarta-feira, a Reserva Federal termina a reunião de dois dias sobre a política monetária, mas não é expectável nenhuma mudança prática. No entanto, os investidores aguardam qualquer indicação sobre a evolução da inflação e os riscos do sistema financeiro criados pela subida exponencial de alguns ativos financeiros.

Esta segunda-feira, após o fecho da negociação, a Tesla revelou os resultados e, apesar de ter superado ligeiramente as expectativas dos analistas relativamente à receita no trimestre, as ações da fabricante de automóveis elétricos estão a cair cerca de 3% neste início de sessão. A receita da Tesla foi impulsionada pela venda de créditos ambientais a outras fabricantes de automóveis e a liquidação de parte da posição em bitcoin. No total, o lucro foi de 438 milhões de dólares, o valor trimestral mais elevado de sempre da empresa.

Já as ações da empresa de logística UPS estão a subir cerca de 8% após ter superado significativamente as estimativas dos analistas, com a receita do primeiro trimestre a crescer 27%. Nota também para a GameStop que está a subir mais de 8% depois de ter revelado que vendeu 3,5 milhões de títulos, num total de 551 milhões de dólares, para financiar a transformação da empresa para o comércio eletrónico.

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Governo em condições de decidir desconfinamento, diz Costa

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

Depois da reunião do Infarmed desta terça-feira, o primeiro-ministro diz que o Governo está esclarecido e tem condições para tomar a decisão de prosseguir ou não com o desconfinamento.

O primeiro-ministro defendeu que o combate à epidemia de Covid-19 está a evoluir de forma positiva no país e que as conclusões dos especialistas habilitam o Governo a tomar decisões sobre o plano de desconfinamento.

Esta posição foi transmitida por António Costa na rede social Twitter, após 20.ª sessão sobre a situação da Covid-19 em Portugal, no Infarmed, em Lisboa, com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, de representantes de partidos e dos parceiros sociais.

“As intervenções dos especialistas, na reunião de hoje [terça-feira] no Infarmed sobre a situação epidemiológica, foram particularmente claras. Habilitam-nos a tomar as decisões que vamos ter de tomar esta semana”, escreveu António Costa, numa alusão ao Conselho de Ministros de quinta-feira. Uma reunião em que o Governo decidirá se há condições sanitárias para se avançar para a quarta e última fase do plano de desconfinamento a partir de 03 de maio.

De acordo com o primeiro-ministro, “o combate à pandemia está a evoluir positivamente” em Portugal. “Mas temos de manter todas as cautelas e cuidados: continuar a usar da máscara, manter o distanciamento físico e a higiene das mãos e evitar contactos desnecessários”, acrescentou.

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Portugal quer dinheiro do Fundo de Recuperação disponível antes de agosto

  • Lusa
  • 27 Abril 2021

Augusto Santos Silva defendeu que os prazos para a análise e aprovação, quer por parte da Comissão Europeia, quer pelo Conselho, sejam encurtados para julho.

A presidência portuguesa da União Europeia está a trabalhar para que o processo de libertação dos 750.000 milhões de euros do Fundo de Recuperação pós-pandemia da UE possa ser encurtado em pelo menos um mês.

A indicação foi avançada esta terça-feira pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação da Assembleia da República, em que defendeu que os prazos para a análise e aprovação, quer por parte da Comissão Europeia, quer pelo Conselho, sejam encurtados para julho.

O chefe da diplomacia portuguesa lembrou que está agendada para 18 de junho uma reunião do ECOFIN para analisar um primeiro pacote de planos nacionais.

Assim que forem entregues todos os planos nacionais, o que tem como data limite 30 de abril, a Comissão tem dois meses para os aprovar, após o que caberá aos ministros da Economia e Finanças dos 27 analisar toda a documentação no prazo de um mês, o que arrastaria, pelo menos até agosto, o desbloqueamento das verbas de apoio à recuperação económica da Europa.

Relativamente à decisão sobre recursos próprios, que tem de ser ratificada por todos os 27 Estados-membros para que a Comissão possa ir aos mercados, Santos Silva apontou até esta terça-feira, 18 dos 27 já a ratificaram e deram disso confirmação oficial à Comissão Europeia, faltando outros nove.

“Esperamos que, até ao final da primavera, as coisas estejam resolvidas, para que a Comissão Europeia possa ir aos mercados realizar os empréstimos de 750.000 milhões de euros para o fundo”, afirmou Santos Silva.

Em relação a Portugal, o ministro lembrou que a dimensão empresarial do PRR no país é “muito elevada”, salientando que as empresas portuguesas são destinatárias de 4.900 milhões de euros, devendo ter em atenção os vários programas e finalidades para que o financiamento possa ser utilizado.

Santos Silva destacou a tranche de 1,5 mil milhões de euros para capitalização e investimento empresarial, a ser gerido pelo Banco de Fomento, e outra de 1,3 mil milhões de euros para as agendas mobilizadoras, isto é, “nos processos de reindustrialização que aliam tipicamente os processos tecnológicos aos da inovação empresarial”.

“Outras tranches muito importantes irão para a descarbonização industrial, transição digital das empresas e novas energias limpas, nomeadamente o hidrogénio verde, para efeitos de utilização industrial e empresarial”, sublinhou.

Santos Silva afirmou também haver “sinais de confiança” na economia portuguesa já em 2021, salientando que, se se analisar as variações em cadeia das exportações e do investimento, “verifica-se que o ciclo está a tornar-se novamente positivo”.

“O último dado disponível sobre as nossas exportações, relativo a fevereiro, mostra um crescimento de 3,4% nas exportações portuguesas quando comparado com janeiro“, destacou.

“Ainda mais importante é o sinal de confiança internacional e dos investidores internacionais nas condições de investimento em Portugal, constatado pelo anúncio de um grande investimento num centro de dados em Sines, que representará, até 2025, um valor de 3,5 mil milhões de euros, gerando, em velocidade de cruzeiro, 1.200 novos postos de trabalho na indústria dos dados, das atividades de serviços ligadas aos dados”, acrescentou.

Para Santos Silva, trata-se de um investimento “importante do ponto de vista económico e da transformação digital”, que aproveitará também o primeiro cabo submarino de fibra ótica entre a América o Sul e a Europa.

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Mais cinco mortes e 353 casos de Covid-19 em Portugal

Desde o início da pandemia, já foram confirmados 834.991 casos de infeção. Um total de 16.970 pessoas morreram com Covid-19.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou mais 353 casos de infeção com SARS-CoV-2 e cinco mortes provocadas pela doença, de acordo com o boletim epidemiológico desta terça-feira. Desde o início da pandemia, já 834.991 infeções foram confirmadas, das quais 16.970 morreram com Covid-19.

O boletim desta terça-feira dá conta de um grande aumento no número de recuperados: mais 1.194, o que eleva o total para 794.205. À boleia deste valor, o número de casos ativos caiu para 23.816 (menos 846).

Entre os casos ativos, a maioria encontra-se a recuperar da infeção em casa. Porém, estão ainda 346 pessoas hospitalizadas (menos 19 que no dia anterior), das quais 86 em unidades de cuidados intensivos (menos cinco).

Boletim de 27 de abril:

Entre as cinco mortes registadas no boletim desta terça-feira, três foram no Centro e duas em Lisboa e Vale do Tejo. As restantes regiões não registaram óbitos por Covid-19 nas últimas 24 horas.

De acordo com os dados da DGS, o Norte é a região com maior número de contágios, tendo registado 154 (cerca de 44% do total de novos casos). Segue-se Lisboa (81), Centro (47), Alentejo (28), Madeira (20), Açores (13) e Algarve (10).

Matriz de risco:

O boletim epidemiológico dá, por fim, conta de mais 200 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, depois de terem contactado com outro caso positivo. No total, estão 25.011 pessoas nesta situação.

(Notícia atualizada às 14h26)

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“Esperamos não ter casos” de Covid-19 em setembro, diz Henrique Barros

"Se tudo correr normalmente", diz o epidemiologista Henrique Barros, Portugal pode chegar a setembro e "não ter casos" de Covid-19. É preciso manter o controlo da pandemia e continuar a vacinação.

O epidemiologista Henrique Barros acredita que Portugal pode não ter casos de Covid-19 em setembro, mantendo-se as medidas de controlo da pandemia e prosseguindo a vacinação.

“Os dados portugueses mostram que, mesmo com as variantes mais letais e potencialmente mais transmissíveis, é possível, com as medidas de proteção que são tomadas e com a vacinação, garantir aqueles valores em que acreditamos que, por setembro, se tudo correr normalmente, esperamos não ter casos”, afirmou o especialista.

Na reunião dos especialistas e decisores políticos, que teve lugar esta terça-feira, no auditório do Infarmed, Henrique Barros salientou também: “A vacinação claramente previne a infeção e previne as mortes, uma vez ocorrida a infeção. É, por isso, fundamental continuá-la”, indicou.

De seguida, Henrique Barros explicou que os dados mostram que o risco de morrer de Covid-19 atualmente é significativamente mais baixo do que no início da pandemia: “É cerca de cinco vezes mais baixo do que foi no início da pandemia e, globalmente, metade do risco do que foi ao longo do ano que vivemos”, calculou.

Espera-se que o Presidente da República anuncie esta terça-feira, às 20h00, que o estado de emergência acaba às 23h59 de sexta-feira e não será renovado. Quinta-feira, o Governo reúne para decidir se o país dá o quarto e derradeiro passo no plano de desconfinamento.

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Portugal pode entrar na “lista verde” de destinos de férias do Reino Unido

Segundo o The Telegraph, a entrada de Portugal na lista é possível pelo facto de, neste momento, a taxa média diária de casos em território nacional se manter consistentemente abaixo de 500.

A possibilidade dos turistas britânicos poderem fazer férias em Portugal parece cada vez mais provável. De acordo com o The Telegraph (acesso pago, conteúdo em inglês), Portugal deverá ser adicionado à “lista verde” de destinos turísticos para os quais os britânicos poderão viajar este verão sem terem, posteriormente, de fazer quarentena no regresso.

A inclusão de Portugal a essa lista de “destinos seguros” parece provável pelo facto de, neste momento, a taxa média diária de casos em território nacional se mantém consistentemente abaixo dos 500, refere o jornal. O valor fica, à partida, bastante abaixo do registado no Reino Unido, que tem uma taxa média diária de novas infeções superior a 2.000. Por essas razões, o país poderá ser sugerido para integrar a referida lista.

“Portugal deve ser verde a partir de 17 de maio”, adiantou Paul Charles, CEO da consultora de viagens The PC Agency ao The Telegraph. O facto de ser um país com uma baixa taxa de difusão de outras “variantes” da doença que não a britânica, com uma “baixa taxa de infeção” e onde se tem registado um “aumento da implementação da vacinação e uma boa sequenciação genómica” apresentam-se como as razões por trás desta assunção, acrescenta.

Espera-se que o Reino Unido inclua na “lista verde” todos os países que já tenham administrado a primeira dose de uma vacina contra a Covid-19 a 30% da população e é expectável que essa meta seja atingida em breve por Portugal. Efetivamente, o país espera atingir a imunidade de grupo no “início” deste verão, se a taxa de vacinação se mantiver elevada, adiantou Diogo Serras Lopes, secretário de Estado da Saúde.

O secretário de Estado responsável pela pasta dos Transportes no Reino Unido, Grant Shapps, deverá anunciar quais os países que fazem parte de cada um dos três grupos que compõem este “semáforo” (verde, amarelo, vermelho) já a 7 de maio, para que o turismo internacional possa retomar no dia 17 do mesmo mês.

Caso Portugal seja incluído na “lista verde”, os viajantes que voltem ao Reino Unido deixarão de ser obrigados a permanecer em quarentena durante 11 dias em hotéis aprovados pelo governo, necessitando apenas de realizar um teste PCR que comprove que não estão infetados com a doença.

As proibições de voos entre ambos os países cessou no passado mês de março, com a ministra do Turismo, Rita Marques, a garantir que tentaria “a todo o custo evitar quarentenas e testes adicionais Covid-19” para as chegadas internacionais, acreditando que o Reino Unido continuaria a ser o seu principal mercado de turistas mesmo depois da pandemia.

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Tesouro avança com troca de dívida para empurrar reembolsos até 12 anos

Agência liderada por Cristina Casalinho vai esta quarta-feira ao mercado para uma troca de dívida. Propõe-se a comprar títulos com prazo em 2022 e 2024 e emitir novos com maturidade em 2028 e 2034.

O Tesouro vai ao mercado para trocar dívida por prazos mais longos, em até 12 anos. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP anunciou que a operação vai acontecer esta quarta-feira e serão comprados títulos que atingiam a maturidade tanto em 2022 como em 2024. Em contrapartida, a agência emite novas obrigações do Tesouro (OT) com prazo em 2028 e 2034.

“O IGCP vai realizar no próximo dia 28 de abril de 2021 pelas 10:00 horas uma oferta de troca recomprando a(s) seguinte(s) Obrigação(ões) do Tesouro”, anunciou em comunicado. A linha OT 2,2% 17out2022 tem 9.663 milhões de euros vivos, enquanto na OT 5,65% 15fev2024 há 12.711 milhões disponíveis.

Estas duas linhas serão aquelas que o IGCP quer comprar no mercado. Esta recompra tem por contrapartida OT com maturidades dentro de sete e 13 anos. Os títulos que serão vendidos atingem os prazos em 17 de outubro de 2028 e 18 de abril de 2034.

Este tipo de operações tem sido comum na estratégia da agência liderada por Cristina Casalinho de gestão da dívida pública. O IGCP tem aproveitado os baixos custos de financiamento para levar a cabo estas operações de troca de dívida que permitem ao país alisar os pagamentos aos mercados nos próximos anos e evitar a acumulação de reembolsos.

O Tesouro devolveu, há duas semanas, ao mercado 8 mil milhões de euros em dívida, naquele que foi o maior reembolso de OT do ano e que continua o caminho de diminuição do montante da dívida mais cara que o Tesouro ainda tem em stock. No entanto, a pandemia obrigou o país a reforçar a procura de dívida no mercado. A partir de 2022, as OT a devolver aos investidores têm valores mais avultados, o que poderá explicar o recurso ao rollover para evitar acumulações.

Calendário de amortizações da dívida nacional (em março)

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Gaioso Ribeiro considera “insultuoso” afirmar que há canal de influência com Luís Filipe Vieira

Audição do presidente da C2 Capital Partners, que gere a dívida da Promovalor, aqueceu quando o deputado do PS João Paulo Correia falou em “canal de influência” com o presidente do Benfica.

Em 2017, parte da dívida da Promovalor, de Luís Filipe Vieira, foi reestruturada e transferida para um fundo gerido pela C2 Capital Partners. Nuno Gaioso Ribeiro, presidente da sociedade gestora do fundo e antigo administrador do Benfica, rejeitou que tenha existido “um negócio de favor” e considerou “insultuoso” dizer que há um canal de influência com o presidente do clube encarnado, como afirmou o deputado do PS, João Paulo Correia.

A audição na comissão de inquérito aqueceu quando o deputado socialista tentou perceber as razões pelas quais a C2 Capital Partners foi a entidade selecionada pelo Novo Banco para gerir as dívidas de Luís Filipe Vieira, que tinha sido colega da Nuno Gaioso Ribeiro durante oito anos na direção do Benfica.

“Quando insinua que continua a existir um canal de influência, isso é insultuoso para mim”, disse o gestor em resposta a uma intervenção de João Paulo Correia, que o havia questionado se a relação de proximidade com Luís Filipe Vieira teve alguma coisa a ver com a reestruturação da dívida da Promovalor e a seleção da C2 Capital Partners.

O deputado do PS fez questão de dizer que o facto de Gaioso Ribeiro não ter respondido à questão de quem contactou a sua sociedade gestora, se Luís Filipe Vieira ou o seu filho, Tiago Vieira, para analisar esta operação de reestruturação, levanta mais dúvidas. E, aqui, Nuno Gaioso Ribeiro não se conteve, numa acesa troca de argumentos com João Paulo Correia:

– “Eu não sei se fui contactado por Luís Filipe Vieira ou por Tiago Vieira, escolha o nome que der melhor jeito para o seu argumento”, atirou Gaioso Ribeiro.

– “Isso não é uma resposta, não pode estar a dizer para escolher”, ripostou o deputado socialista.

O presidente da C2 Capital Partners disse a João Paulo Correia para questionar então o Novo Banco, pois foi quem selecionou a sua sociedade para gerir o fundo. E argumentou que, por ele, ficaria a gerir todas as dívidas do mundo: “Se eu for um cirurgião com uma especialidade, os clientes que puder operar eu quero operar. Aqui acontece o mesmo.”

Antes, Gaioso Ribeiro tinha admitido que o facto de Luís Filipe Vieira o conhecer foi “tranquilizador” para ele também aceitar a C2 Capital Partners como gestora de parte das dívidas da Promovalor.

Também disse que a polémica em torno desta operação se deve com a circunstância de “o devedor em causa ser a mesma pessoa que é presidente do Benfica, isso obriga a um grau de escrutínio maior do que outros devedores”.

Mas destacou: “O devedor perdeu tudo em relação a estes ativos [transferidos para o fundo], não ficou com nada. Houve um reforço das garantias, sendo que as unidades de participação que [Vieira] tem no fundo [cerca de 4%] têm a ver com novo capital”.

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