Sonae Sierra vai às compras no Brasil e Colômbia

A dona do Colombo e NorteShopping vai adquirir e construir novos centros comerciais na América Latina. Na Europa, aposta na gestão de fundos e investe mil milhões na promoção imobiliária até 2025.

A Sonae Sierra vai avançar no Brasil e na Colômbia com a construção de novos centros comerciais de raiz e está também a avaliar várias oportunidades de aquisição ou fusão com operadores mais pequenos e já estabelecidos nesses dois mercados da América Latina.

O presidente executivo, Fernando Guedes de Oliveira, falou ao ECO de “um grande potencial de consolidação no Brasil, em que [quer] participar”, adiantando que já está a “explorar” várias hipóteses relativas a “centros importantes, bem localizados, com dimensão suficiente e com oportunidades de crescimento”.

“A escala neste negócio é uma coisa importante. Primeiro, pela alavancagem com as grandes cadeias de retalho, podendo oferecer uma maior cobertura territorial. E também por causa do e-commerce. Acreditamos que os centros comerciais vão passar a ser montras para todos os produtos e também polos de logística para a operação online”, sublinhou.

Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra.

Do outro lado do Atlântico, onde só 15% dos centros comerciais são detidos pelos cinco maiores operadores, a estratégia passa por deter a 100% os ativos core. O gestor disse que “há de chegar o momento” em que aplicará ali a mesma receita que está a seguir na Europa: reduzir a exposição, colocar em fundos e manter o controle, reinvestindo esse dinheiro noutros ativos.

Através da Aliansce Sonae, que resultou da fusão da Sonae Sierra Brasil com o operador brasileiro no verão de 2019 e que lidera aquele mercado, o grupo português soma 38 contratos de centros comerciais e 1,4 milhões de metros quadrados de área bruta locável (ABL) sob gestão nas cinco grandes regiões daquele país. Tem uma participação de 7% e integra o grupo de quatro acionistas que controla mais de metade da empresa – os outros dois são um fundo de pensões canadiano e um operador de centros comerciais alemão.

A estratégia no Brasil sempre foi comprar mais terreno do que o necessário para fazer o centro comercial, já tendo em vista a execução de outros usos no excedente. E temo-lo feito em vários shoppings, construindo habitação e escritórios.

Fernando Guedes de Oliveira

CEO da Sonae Sierra

Fernando Guedes de Oliveira indicou que “para um investidor estrangeiro que não se preocupe com o prazo de investimento e esteja preparado para os altos e baixos, quer políticos quer económicos, o Brasil é um bom mercado para investir”. E é para lá que quer levar “a experiência europeia” igualmente na área da promoção imobiliária para outro tipo de usos, incluindo habitação.

A nossa estratégia no Brasil sempre foi comprar mais terreno do que o necessário para fazer o centro comercial, já tendo em vista a execução de outros usos no excedente. E temo-lo feito em vários shoppings, construindo habitação, escritórios, etc. Isso tem um peso na rentabilidade da operação. Normalmente são projetos para fazer e vender, mas cria um valor no centro comercial porque aumenta imenso a sua área primária”, justificou.

América e África dão “avenida” escassa em Portugal

Na Colômbia, depois de ter inaugurado o primeiro centro comercial em 2019, cuja fase de lançamento foi prejudicada pela pandemia e pelo fecho das fronteiras com a Venezuela, a Sonae Sierra prepara-se também para “crescer via novos projetos – e [está] agora a retomar a análise das oportunidades porque esteve tudo parado por causa da covid” – ou então por aquisição de centros comerciais existentes”. Tem um parceiro de negócio local, oriundo da cidade de Cali, e com ele partilha a “ambição grande” de crescer naquele território.

Metas? “É o que aparecer e que achemos interessante. É um mercado atrativo: são 40 milhões de pessoas, com uma classe média a crescer e uma indústria de centros comerciais ainda muito incipiente, com os construtores a venderem loja a loja. É um modelo que não funciona e o nosso de alugar as lojas e de gerir o centro está agora a começar e a crescer, por isso vemos enormes oportunidades”, resumiu o CEO, em declarações ao ECO.

O Aeria Mall, em Casablanca, é um dos três contratos de gestão da Sonae Sierra em Marrocos.

Ainda “mais insípido e emergente” é o terceiro mercado fora da Europa em que está presente a empresa que tem Cláudia Azevedo na presidência do conselho de administração: Marrocos, onde está a gerir três centros comerciais (Carre Eden, Arribat Center e Aeria Mall) e a construir o Zenata Shopping Centre, situado em Casablanca. No país norte-africano, Fernando Guedes de Oliveira confia que terá muitas oportunidades de negócio.

Depois de ter entrado e saído da Argélia há três anos – chegou a ter parceiros e a gerir centros comerciais, mas desistiu devido à instabilidade política e económica nessa geografia – e após ter olhado igualmente para o Egito e decidido não entrar lá, a Sonae Sierra encontrou em solo marroquino um “mercado estável” e no qual diz beneficiar da proximidade geográfica com Portugal.

Fernando Guedes de Oliveira falou com o ECO à margem de um encontro com jornalistas, no Porto, para mostrar a nova estratégia e equipa executiva da Sonae Sierra. Alertou que “não há mais oportunidades para desenvolver novos centros comerciais em Portugal”, tal como acontece na generalidade dos países europeus, o que obrigou a empresa a procurar novas avenidas de crescimento no imobiliário. E apresentou os quatro eixos em que vai assentar o negócio nos próximos anos.

  1. Expandir o negócio de gestão de fundos de investimento. A empresa propõe-se aumentar o total de ativos sob gestão dos atuais 8 mil milhões para 10 mil milhões em 2025, triplicando a exposição nas áreas que não são centros comerciais (para 3 mil milhões) nos próximos quatro anos. “Não se admirem se amanhã lançarmos um fundo de hotéis ou um fundo de hospitais ou de outra coisa qualquer”, alertou o CEO. Ainda em outubro, a Sierra criou um fundo de 200 milhões para investir em retalho alimentar na Alemanha.
  2. Investir na promoção imobiliária além dos centros comerciais. Após construir mais de 40 centros comerciais, quer “alavancar essa experiência em promoção imobiliária para se dedicar a outros usos”, seja na área construtiva que ainda tem nos shoppings, seja em projetos de raiz. O objetivo é investir mil milhões de euros nos próximos cinco anos em mais 300 mil metros quadrados de novos projetos que não centros comerciais e “sempre em parcerias, no mínimo, de 50%/50%”. Em 2022 arrancam dois deles: os escritórios de 100 milhões no Colombo (Lisboa) e um edifício residencial de 22 milhões em Bucareste (Roménia), anexo ao centro comercial Park Lake.
  3. Reforçar a oferta de serviços imobiliários para novos conceitos urbanos. A Sonae Sierra que expandir a oferta de serviços imobiliários – do conceito à gestão e obra, passando pela engenharia ou pela arquitetura – e também as geografias em que opera através da nova marca Reify, expandindo na área da gestão dos espaços comerciais. Além de continuar a entrar novas linhas de negócio, como a requalificação de mercados alimentares urbanos. Já é coproprietária e gestora do Mercado do Bom Sucesso (Porto), ganhou recentemente o concurso do Mercado Municipal de Braga e na semana passada comprou a concessão do Mercato Reggio Emília (Itália), que vai transformar em urban food courts.
  4. Preparar o portefólio de centros comerciais para o futuro. Preparar os centros comerciais que tem em carteira para as mudanças em curso, seja nas tendências dos consumidores ou dos retalhistas, alavancadas também na sustentabilidade. Vai aproveitar “oportunidades seletivas de expansão e renovação”, como acontecerá no próximo ano com a primeira fase da expansão comercial do Colombo (Lisboa) e a intervenção em três shoppings espanhóis, num investimento previsto de 40 milhões de euros. E deu como exemplo a renovação recente do NorteShopping (Matosinhos), em que criou várias lojas-âncora (flagship) e novos food courts. Finalmente, tem na agenda acelerar a transição digital para melhorar a oferta multicanal para lojistas e consumidores e focar-se na experiência de visita.

Quem é quem na nova comissão executiva?

No encontro desta quarta-feira, no Porto, foi igualmente apresentada a nova comissão executiva. Luís Mota Duarte acumula a função de diretor financeiro (CFO) com a área de Investment Management; Alexandre Fernandes passa a dirigir o desenvolvimento de ativos imobiliários (Developments), Cristina Santos assume a liderança de Property Management e Leasing (gestão de espaços comerciais); enquanto Jorge Morgadinho fica à frente da Reify, unidade de negócio criada este ano para prestar serviços transversais de criação, renovação e melhoria de espaços.

Ana Guedes de Oliveira lidera a área de Asset Management, focada na preservação e criação de valor imobiliário do portefólio de centros comerciais na Europa; Joaquim Pereira Mendes mantém-se como responsável pela área Legal, Fiscal e Compliance; e Inês Drummond Borges, ex-diretora de marketing da Worten para Portugal e Espanha, integra os quadros como Chief Transformation Officer (CTO), sendo o rosto do processo de transformação cultural, comercial e digital.

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Startup de gaming aplicado à reabilitação vence Grow Innovation Award do grupo José de Mello

A startup Clynx, que aplica o gaming na reabilitação muscular, foi a grande vencedora do "Grow Innovation Award". Recebeu um prémio de 15 mil euros.

O Grupo José de Mello atribuiu o primeiro lugar do “Grow Innovation Award” à Clynx, que aplica o ambiente de gaming à reabilitação muscular, desenvolvendo jogos simples e divertidos destinados a exercitar partes do corpo. O segundo lugar foi para a Vialytics, que desenvolveu uma solução tecnológica baseada em inteligência artificial de monitorização da integridade de infraestruturas através da utilização de um smartphone.

“O ‘Grow Innovation Award’ reforça o nosso compromisso de longa data com a inovação, pilar essencial para o desenvolvimento estratégico do Grupo”, diz Salvador de Mello, presidente executivo do Grupo José de Mello, citado em comunicado.

As startups vencedoras — que competiam com a Biosurfit e a Matereo — receberam prémios de 15 mil e seis mil euros, respetivamente.

A decisão do júri foi baseada, por um lado, “no potencial intrínseco de cada startup” e, por outro, “nos resultados dos pilotos realizados”, esclarece a dona da CUF.

Lançado em fevereiro de 2017, o Grow é um programa transversal a todas as empresas participadas do Grupo José de Mello, que pretende reforçar a ligação ao ecossistema de startups, apoiando e acelerando o desenvolvimento de projetos inovadores.

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Governo avança com aumentos dos salários da Função Pública acima de 0,9% se inflação for mais alta

Está confirmado: o Governo está disponível para avançar com aumentos mais expressivos dos salários dos funcionários públicos, caso a inflação venha a ser superior à prevista.

A ministra da Administração Pública abriu a porta, esta quarta-feira, a que os aumentos dos salários dos funcionários públicos venham a ser, afinal, superiores ao que tinha sido inicialmente anunciado. À saída das reuniões com os sindicatos, Alexandra Leitão explicou que a atualização será igual ao valor da inflação média dos últimos 12 meses verificada a 30 de novembro deduzida de 0,1 pontos, se tal número for superior a 0,9%.

“Na última reunião, as estruturas sindicais perguntaram-nos, estando nós em novembro e tendo em conta que haverá dados mais atualizados sobre a inflação média dos últimos 12 meses, se haveria alguma cláusula de salvaguarda, se essa inflação viesse a ser superior. Nós, numa lógica de ir ao encontro das preocupações das estruturas sindicais, e porque isto é uma negociação, demos este avanço“, anunciou a referida responsável, à saída da terceira ronda negocial sobre a evolução dos salários dos trabalhadores da Administração Pública.

De acordo com a ministra, a salvaguarda é a seguinte: se a inflação média dos últimos 12 meses calculada a 30 de novembro e deduzida de 0,1 pontos — desconto igual ao índice de preços no consumidor verificado em 2020 — for superior “àquela que conduz à atualização” salarial inicialmente prevista (0,9%), então o Governo acompanhará esse aumento. Ou seja, no mínimo, os salários dos funcionários públicos subirão 0,9%, mas poderão crescer mais se a inflação vier a ser mais expressiva do que estava previsto.

“A preocupação é fazer com que os trabalhadores da Administração Pública não percam poder de compra, daí a questão de ser em linha com a inflação. Num esforço de negociação, num avanço, o Governo foi ao encontro dessa preocupação” das estruturas sindicais”, acrescentou Alexandra Leitão, referindo, além disso, que esta medida é, “dentro das estimativas, acomodável“.

De notar que, em outubro, a inflação média dos últimos 12 meses estava em 0,78%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Se fosse esse o mês de referência, os funcionários públicos teriam aumentos de 0,9% em 2022. Este indicador tem registado, contudo, uma trajetória ascendente (em setembro, por exemplo, estava em 0,62% e passou para 0,78% em outubro), pelo que é ainda possível que os trabalhadores da Administração Pública vejam garantidas atualizações mais significativas às suas remunerações.

Confrontada, por outro lado, com as críticas dos sindicatos — que reclamam aumentos mais pronunciados dos salários –, a ministra da Administração Pública frisou que, no atual contexto político e “tendo em conta que nos espera uma gestão em duodécimos nos primeiros meses do próximo ano“, o Governo decidiu avançar apenas com as medidas que garantam a manutenção do poder de compra. Alexandra Leitão reforçou também, em linha com o que já tinha indicado nas rondas anteriores, que estas atualizações deverão ser sentidas pelos trabalhadores da Administração Pública desde o início do ano.

O Governo tinha indicado que os aumentos de 0,9% da Função Pública têm um custo de 255 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 19h03)

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Serviços digitais na Saúde: Acesso a dados e interoperabilidade são prioridades

  • ECO Seguros
  • 17 Novembro 2021

Um evento reunindo mais de 15 especialistas abordou desafios a superar para melhorar a jornada de utentes e clientes de serviços digitais de saúde (e-Saúde). Multicare e Médis participaram.

Um webinar reunindo mais de 15 especialistas apresentou conclusões de dois estudos, um realizado junto de profissionais de tecnologia ligados à Saúde e outro junto dos cidadãos. Os interveninentes discutiram novas soluções de serviços digitais de saúde (e-saúde) para a população portuguesa, apontaram iniciativas que podem aumentar a adoção de serviços digitais por parte dos cidadãos e debateu a necessidade de efetiva interoperabilidade entre entidades públicas e privadas.

No evento “Digital Health – Melhorar a Experiência dos Serviços Digitais de Saúde” participaram , entre outros convidados e oradores, André Rufino, Healthcare Ecosystem Director e Responsável do Programa de Transformação da Médis (grupo Ageas) e Maria João Sales Luís — Administradora da Multicare (grupo Fidelidade). Maior interoperabilidade e interconexão nos serviços digitais de saúde significaria ganhos para todos os interessados (operadores públicos e privados e os cidadãos) coincidiram os intervenientes na discussão.

Representando seguradora de Saúde do grupo Fidelidade, Maria Luís referiu que, “entre abuso, desperdício e fraude, as seguradoras contam com entre 10% a 15% de gastos.” As seguradoras conseguem ter essa perceção “porque pagamos,” resumiu a administradora da Multicare. Quanto à partilha de dados: “Para nós, o doente poder ser o controlador da sua saúde é fundamental e é onde estamos a investir.” A seguradora acede a dados hospitalares (de saúde) apenas “para os fins a que eles se destinam,” disse.

Referindo investimentos que o grupo faz há uma década no desenvolvimento dos serviços digitais de Saúde, a administradora da Multicare mencionou “adesão fantástica” à oferta de medicina online, onde a prestadora registou “140 mil consultas em 2020” e que continua com elevada taxa de adesão este ano.

“Consciencializar as pessoas” de que são individualmente responsáveis pela preservação da sua saúde é importante, disse, acrescentando que as seguradoras poderão ter um papel importante nesse aspeto, “porque seguram 30% da população”.

A questão da interoperabilidade “é fundamental”, sublinhou André Rufino (Médis-grupo Ageas), considerando que as pessoas “navegam num ecossistema alargado”. Sobre a utilização de dados dos clientes, a Médis “nunca faz pricing de acordo com o estado de saúde dos clientes,” explicou. Para o responsável da Médis, uma seguradora deve conseguir “prestar um serviço de valor acrescentado com a informação” que o cliente disponibiliza. Ainda na temática dos dados, André Rufino corroborou que o cliente “é soberano” sobre a sua informação. Mas, insistiu, que é importante os utilizadores partilharem dados clínicos “com quem lhes gera valor.”

Serviços digitais na Saúde

O evento nas instalações da Roche, em Lisboa, foi promovido pelo Movimento para a Utilização Digital Ativa (MUDA) em conjunto com o próprio laboratório farmacêutico e a consultora Deloitte, que apresentou o estudo “Serviços Digitais no Sector da Saúde em Portugal,” resumido por Joaquim Duarte Oliveira, Life Sciences & Healthcare Business Consulting Leader na Deloitte. O trabalho recolheu perceções de 50 gestores e executivos ligados ao sistema de Saúde, realçando 3 principais áreas onde sentem que se produziram melhorias: Prescrição eletrónica (de medicamentos), o Registo de Saúde Eletrónico Nacional do Utente e a app MySNS.

Apontando desafios que, segundo mais de metade dos inquiridos (55%) considera que podem ser colmatados num horizonte a 5 anos, os respondentes referiram a Literacia digital dos cidadãos, Competências digitais dos profissionais de saúde e Infraestrutura tecnológica. Perto de 40% dos inquiridos também consideram que RGPD e Cibersegurança são desafios a superar.

Para 67% do universo inquirido a interoperabilidade dos dados é prioridade na transformação digital do setor, preocupação com mais peso do que telemedicina (48%) e Registo de Saúde Eletrónico (apontado por 65% dos inquiridos).

Captura de ecrã: Webinar Digital Health (MUDA,Roche, Deloitte)

Em conclusão, os líderes digitais do setor centram perspetivas em três desafios: literacia digital dos cidadãos, competências digitais dos profissionais de saúde; Privacidade, propriedade e segurança dos dados pessoais.

Serviços digitais mais utilizados

Um segundo estudo, apresentado por António Salvador, presidente da GFK Portugal, lançado por esta empresa com o objetivo de conhecer o comportamento digitais dos portugueses com enfoque especial no conhecimento e utilização de aplicações na área da Saúde, inquiriu cerca de mil pessoas (com idades entre 35 e 64 anos) entre abril e maio de 2021.

Este trabalho “Serviços Digitais mais Utilizados pelos Portugueses,” que exclui a população com mais de 65 anos (que representa 22% dos residentes), mostra que 66% dos inquiridos utiliza aplicações ou serviços na área da Saúde através da internet, sendo que em maioria, os mais utilizados nos últimos dois anos foram as prescrições médicas eletrónicas, o portal ou site do SNS e os “exames sem papel”.

A mesma análise indica que entre as aplicações de saúde ou bem-estar mais usadas no telemóvel são Google Fit/Apple Health/Huawey Health, somando as 3 cerca de 16% das respostas. Questionados sobre a razão porque não usam aplicações ou serviços de saúde, 64% dos inquiridos justificou “falta de hábito.”

O inquérito também pôde captar a perceção que os portugueses têm das doenças crónicas. Entre os que declararam voluntariamente sofrer de doença crónica, o estudo da GKF questionou sobre se utilizam algum serviço específico para monitorizar a doença através da internet. As respostas permitiram concluir que “apenas 13 indivíduos (6% dos que declararam ter doença crónica) afirmaram ser utilizadores de serviço através da internet para monitorização da doença, revelou Salvador.

Captura de ecrã: Webinar Digital Health (MUDA,Roche, Deloitte)

Entre outros participantes do webinar, Catarina Alvarez, Psicóloga e Responsável pela Comunicação Institucional da Associação Alzheimer Portugal, focou-se no tema “Dados em Saúde dos Cidadãos e para os Cidadãos” e apresentou resultados de um grupo de trabalho que integrou cerca de 20 associações e entidades que representam doentes de diversas patologias e outras ainda que subscreveram as conclusões do think tank ACAD (Academia para a Capacitação de Associações de Doentes).

Dos Cidadãos para os Cidadãos

“A informação de saúde é propriedade da pessoa,” introduziu Catarina Alvarez citando disposição da Lei de Bases da Saúde (Lei nº95/2019). Reproduzindo posição do think tank ACAD, enunciou dois princípios basilares, nomeadamente o “exercício efetivo e simplificado do direito ao acesso aos dados de saúde junto de uma instituição de saúde” e o “exercício efetivo e simplificado da Propriedade dos dados junto de quem os detenha e relativamente a quem o cidadão decida comunicar os seus dados de saúde”.

Depois de focar a importância da interoperabilidade e outras condições (localização de armazenamento e cibersegurança), Catarina Alvarez referiu-se ainda a aspetos como nível de Proteção: “é necessário fiscalizar o cumprimento do RGPD e desenhar modelos de fiscalização” e “proibir que determinadas entidades terem acesso aos dados dos cidadãos,” referiu. Já ao nível da Execução, o think tank ACAD defende que dever ser tornada consequente a disponibilização dos dados, transformando os dados em saúde em benefícios concretos para os doentes em particular, e para a população em geral.

“Se queremos melhorar a experiência dos serviços digitais de Saúde” deve ser colocado o foco “na pessoa com doença,” do ponto de vista das Pessoas com doença e de quem os representa,” complementou.

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Marcelo diz que novo estado de emergência “não está em cima da mesa”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Novembro 2021

Antevendo a reunião da próxima sexta-feira entre políticos e autoridades de saúde no Infarmed, o Presidente da República afastou o cenário de um novo estado de emergência no país.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quarta-feira que decretar um novo estado de emergência no país “não está em cima da mesa”. “Não é uma questão que se coloque” neste momento, dado o baixo número de internamentos por Covid-19 em comparação com outras fases da pandemia, acrescentou.

“Não. Isso, em princípio, não está. É possível constitucionalmente, mesmo com a Assembleia [da República] dissolvida, (…) mas não está“, respondeu Marcelo aos jornalistas, à saída da XIV Cimeira COTEC Europa, que se realiza na cidade espanhola de Málaga.

O chefe de Estado lembrou que, a partir do momento que deixou de renovar a situação de estado de emergencia, o país estava longe das fasquias que considerava “relevantes”. Ora, as fasquias atuais “estão muito, muito, muito longe” dos valores da pandemia na sua pior fase, quer em número de internados em cuidados intensivos, quer em número de internados em geral, justificou.

Sobre a reposição do uso obrigatório da máscara na rua, que defendeu na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta quarta-feira: “O que eu disse ontem [terça-feira] e que mantenho é que, se o Governo tomar essa iniciativa, eu não deixo de o acompanhar”.

Notícia atualizada às 18h45

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Parlamento aprova renovação das contribuições extraordinárias em 2022

A geringonça uniu-se de novo para aprovar a renovação da cobrança das contribuições extraordinárias em 2022, garantindo 368 milhões de euros de receita para o Estado em 2022.

A Assembleia da República aprovou esta quarta-feira a proposta de lei do Governo em que se renova a cobrança das contribuições extraordinárias setoriais em 2022, algo que ficaria em causa na ausência de um Orçamento do Estado no próximo ano, o qual foi chumbado e levou à marcação de eleições antecipadas para 30 de janeiro. Após o “divórcio” no final de outubro, a geringonça uniu-se de novo para garantir esta receita de 368 milhões de euros para os cofres do Estado.

A proposta de lei do Governo foi aprovada com os votos contra do CDS e da Iniciativa Liberal, a abstenção do PSD e o voto favorável das restantes bancadas (PS, Bloco, PCP, PAN e PEV). Era possível aplicá-las retroativamente como aconteceu em 2016 e 2020, mas o Governo decidiu acautelar já esta situação, tendo o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, argumentado que as empresas desses setores podiam ficar com a ideia de que, com o OE chumbado, não teriam de pagar.

“A segurança jurídica aconselha que, mesmo em relação a essas, seja explicitamente prorrogada a sua vigência normativa”, explicava o Executivo na exposição de motivos da sua proposta, admitindo que “a referida prorrogação é realizada no intuito de não comprometer o financiamento da despesa a realizar durante o ano de 2022“.

São cinco as contribuições extraordinárias que vão ser prorrogadas: a contribuição sobre o setor bancário, o adicional de solidariedade sobre o setor bancário, a contribuição sobre a indústria farmacêutica, a contribuição extraordinária sobre os fornecedores da indústria de dispositivos médicos do Serviço Nacional de Saúde e a contribuição extraordinária sobre o setor energético. A estes acresce o adicional em sede de imposto único de circulação (IUC), cuja receita não consta no relatório do OE2022.

Ao todo, estas contribuições, sem incluir o adicional do IUC, vão gerar uma receita de 368 milhões de euros no próximo ano, de acordo com as previsões do Governo que constam do relatório do Orçamento chumbado. A maior é a contribuição do setor bancário (178,8 milhões de euros), seguindo-se a do setor energético (125 milhões de euros), cujo valor é consignado ao Fundo para a Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético.

O adicional à banca renderá 34 milhões de euros — os quais são consignados integralmente ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social —, a contribuição extraordinária sobre a indústria dos dispositivos médicos equivale a 16,3 milhões de euros e a que incide sobre a indústria farmacêutica corresponde a 13,9 milhões de euros.

A aprovação desta proposta de lei não impede que o novo Governo que sair das eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro não mude de ideias. Na exposição de motivos, o atual Executivo esclarece que a prorrogação é feita “sem prejuízo da respetiva confirmação ou alteração na lei que vier a aprovar o Orçamento do Estado para 2022”.

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Direção do PSD atribui ao “presidente eleito” responsabilidade de indicar cabeças de lista

  • Lusa
  • 17 Novembro 2021

Será o líder do PSD, eleito nas diretas, que vai escolher os cabelas de lista do partido em cada círculo eleitoral para as legislativas de 30 de janeiro.

A Comissão Política Nacional do PSD aprovou os critérios para a elaboração de listas de deputados para as legislativas, em que atribui ao “presidente eleito” a responsabilidade de indicar os cabeças de lista em cada círculo eleitoral.

Na ata da reunião de segunda-feira, a que a Lusa teve acesso, repetem-se praticamente todos os critérios aprovados para a elaboração das listas de 2019, incluindo a “concordância com a orientação estratégica da Comissão Política Nacional e disponibilidade para cooperar de forma politicamente leal e solidária”.

No entanto, onde há dois anos se lia que cabia ao presidente do partido indicar os cabeças de lista, agora refere-se que essa responsabilidade é do “presidente eleito”, ou seja, o que sair das eleições diretas de 27 de novembro.

A Comissão Política Nacional será, contudo, a liderada por Rio até ao Congresso, que se realiza entre 17 e 19 de dezembro.

São candidatos a presidente do PSD o atual líder Rui Rio e o eurodeputado Paulo Rangel, tendo também anunciado a intenção de apresentar uma candidatura o ex-candidato autárquico do partido a Alenquer, Nuno Miguel Henriques.

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Recuar na linha circular do metro terá “custos insuportáveis”, diz ex-vice-presidente da CML

João Paulo Saraiva, ex-vice-presidente da Câmara de Lisboa, diz que recuar nas obras da linha circular vai "custar milhões de euros aos portugueses". Custos serão "insuportáveis".

As obras já começaram, mas a Câmara de Lisboa (CML) aprovou esta quarta-feira uma proposta que recomenda ao Governo a suspensão da linha circular do metro de Lisboa. No mandato de Fernando Medina, a autarquia já tinha dado o aval a este projeto — embora a decisão seja totalmente do Executivo –, mas agora Carlos Moedas decidiu recuar, cedendo aos vereadores do PCP.

O ex-vice-presidente da CML lamenta que se recuem nas decisões quando se “alteram as circunstâncias políticas”. Em declarações ao ECO, João Paulo Saraiva nota que “em todas as situações de investimento há um momento para estudar, pensar, debater as diferentes opções e para decidir. Mas há sempre alguém que resolve pôr em causa [as decisões], só porque se alteraram as circunstâncias políticas“.

“Já há buracos na Estrela”, diz o antigo braço direito de Fernando Medina. “Espero que o Governo não volte atrás com esta decisão, que vai custar milhões de euros aos portugueses se for modificada. Os custos de se voltar atrás são completamente insuportáveis“, afirma.

João Paulo Saraiva nota que a CML já se pronunciou sobre este assunto no passado e que o país devia “aprender alguma coisa com a história do aeroporto”. “Andamos há 50 anos a decidir a localização. Tomam-se decisões, revertem-se decisões e nunca mais estabilizamos“, acrescenta, referindo que “seria um desperdício” recuar nas obras da linha circular.

Os vereadores do PCP levaram esta quarta-feira a reunião de Câmara uma proposta que recomenda ao Governo a suspensão das obras. O documento foi aprovado com os votos a favor do próprio PCP, PSD, CDS e Bloco de Esquerda, e os votos contra do PS e do Livre. Apesar disso, esta é uma decisão que cabe unicamente ao Executivo.

A Linha Circular do Metro de Lisboa prevê a criação de duas novas estações na parte sul da cidade — Estrela e Santos –, ligando o Rato ao Cais do Sodré. Este ano arrancaram as obras, tendo estas sido adjudicadas à ZAGOPE – Construção e Engenharia. O investimento previsto para este plano de expansão é de 210,2 milhões de euros, cofinanciado em 127,2 milhões de euros pelo Fundo Ambiental e em 83 milhões pelo Fundo de Coesão.

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Construção e Obras Públicas: o setor no PRR

  • ECO + Millennium bcp
  • 17 Novembro 2021

O setor da Construção e Obras Públicas tem um papel transversal em todo o PRR e a sua atuação está presente em múltiplas medidas dos mais variados setores de atividade.

No Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no setor da Construção e Obras Públicas, destaca-se o investimento previsto em habitação, através do reforço do parque habitacional público e da reabilitação do edificado, bem como da criação de alojamento urgente, temporário e estudantil a custos acessíveis.

O investimento previsto em infraestruturas representa igualmente uma oportunidade direta para este setor, designadamente no que respeita às intervenções na rede viária, com a conclusão prevista de troços inacabados (Missing Links), aumento da capacidade da rede viária e melhoria das respetivas acessibilidades em áreas de acolhimento empresarial, bem como a atividade de construção e manutenção associada ao investimento nas ligações transfronteiriças.

Pretende-se ainda a promoção do setor, alavancando o posicionamento competitivo das empresas nacionais a nível global, facilitando o estabelecimento de acordos e parcerias estratégicas que agilizem a entrada em mercados externos.

Perfil do setor Construção e Obras Públicas

  • 350 mil empregos;
  • 19,9 mil milhões de euros de volume de negócios;
  • 4,5 mil milhões de euros de exportações.

Fonte: IAPMEI e PRR

Construção e Obras Públicas no PRR

Da análise ao Plano de Recuperação e Resiliência (documento submetido a consulta pública) foi possível identificar quais as medidas com maior impacto potencial na atividade
das empresas que atuam no âmbito da Construção e Obras Públicas, quer na qualidade de beneficiárias diretas, quer enquanto fornecedoras de competências, conhecimento e
serviços.

É tempo de pôr a economia a andar. Vamos lá!

Se antecipa poder vir a beneficiar destas medidas, seja por via da candidatura a apoios diretos, seja pela oportunidade de fornecimento das necessidades públicas de investimento, o Millennium bcp presta apoio na candidatura com as soluções de que necessita e o aconselhamento especializado. Enquanto Banco do Plano de Recuperação e Resiliência, o Millennium bcp é o banco que está ao lado das empresas.

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Meo Energia foi comercializador de luz que ganhou mais clientes em setembro

  • Lusa
  • 17 Novembro 2021

A Meo Energia foi também o comercializador com a maior percentagem de captação de clientes face à sua carteira, com ganhos líquidos de 5,3% na sua carteira.

A Meo Energia foi o comercializador com maior ganho de quota em número de clientes (mais 1,1 pontos percentuais), em setembro, e a EDP o que perdeu mais quota (menos 2,5 pontos percentuais), divulgou esta quarta-feira a ERSE.

De acordo com o Boletim do Mercado Liberalizado de Eletricidade relativo a setembro de 2021, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), “a MEO Energia foi o comercializador com maior ganho de quota em número de clientes (1,1 pontos percentuais) e a EDP a que ganhou mais quota em termos de consumo (um ponto percentual)”, em termos homólogos.

Inversamente, “a EDP foi o comercializador que perdeu mais quota de clientes (2,5 pontos percentuais), e a Iberdrola em termos de consumo (2,5 pontos percentuais)”.

A Meo Energia foi também o comercializador com a maior percentagem de captação de clientes face à sua carteira, com ganhos líquidos de 5,3% na sua carteira, e 23% dos clientes que mudaram de comercializador.

Já em termos de consumo, sobressai a EDP, com um ganho próximo de 100% do consumo que mudou de comercializador e um ganho de 0,4% relativamente à sua carteira.

Em setembro, a HEN Energia deixou o mercado de eletricidade, por ter deixado de ter condições para fornecer serviços energéticos, e os seus cerca de 3.900 clientes passaram a ser fornecidos pelo comercializador de último recurso (a SU Eletricidade), caso não optassem por mudar de comercializador.

No mesmo mês, apontou o regulador da energia, a EDP Comercial manteve a sua posição como o principal operador no mercado livre (quota de 73,8% em número de clientes e de 41% em consumo).

Apesar de a quota da EDP ter diminuído 0,1 pontos percentuais em número de clientes, face a agosto, o seu peso aumentou 0,2 pontos percentuais em termos de consumo.

A Goldenergy e a MEO Energia também registaram, em setembro, um aumento nas suas quotas em número de clientes de 0,1 pontos percentuais cada, ao passo que a Endesa, a Iberdrola, a Galp, a Axpo e o conjunto de comercializadores agrupados na rubrica “outros” mantiveram sensivelmente as suas quotas relativamente a agosto de 2021. Relativamente ao consumo, a Iberdrola registou um decréscimo de 0,1 pontos percentuais da sua quota.

Em setembro, a EDP reforçou a liderança no segmento de clientes industriais (25%), em termos de consumo, com um aumento de 0,3 pontos percentuais da sua quota de mercado, face a agosto.

Segundo a ERSE, o mercado livre alcançou um número acumulado superior a 5,4 milhões de clientes em setembro de 2021, com um crescimento líquido de cerca de 10.200 clientes face a agosto de 2021, o que representa um aumento de aproximadamente 2,2% face ao mês homólogo.

Já em termos de consumo, registou-se, em setembro, um decréscimo de 22,2 terawatts-hora (TWh) face ao mês anterior, atingindo 42.418 gigawatts-hora (GWh).

O consumo no mercado livre representava, no mês em análise, mais de 95% do consumo total registado em Portugal continental.

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Concorrência multa Pingo Doce, Auchan e Modelo Continente em 24 milhões por fixação de preços

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Novembro 2021

Auchan, Modelo Continente e Pingo Doce foram sancionados pela Autoridade da Concorrência, juntamente com o fornecedor comum Bimbo Donuts, por combinarem preços em prejuízo dos consumidores.

A Autoridade da Concorrência (AdC) sancionou três cadeias de supermercados, nomeadamente Auchan, Modelo Continente e Pingo Doce, e o fornecedor comum Bimbo Donuts por terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor, anunciou esta quarta-feira a entidade reguladora. O valor total das coimas é de 24.691.00 euros.

A maior visada é a Bimbo Donuts, que terá de pagar 7,353 milhões de euros, seguindo-se o Pingo Doce (7,196 milhões de euros), o Modelo Continente (7,161 milhões de euros) e o Auchan (2,981 milhões de euros).

As coimas aplicadas pela AdC são determinadas pelo volume de vendas das empresas visadas nos mercados afetados durante os anos da prática. Acresce que, de acordo com a Lei da Concorrência, as coimas não podem ultrapassar 10% do volume de negócios da empresa no ano anterior à decisão sancionatória.

“Através de contactos estabelecidos através do fornecedor comum, sem necessidade de comunicar diretamente entre si, as empresas de distribuição participantes asseguram o alinhamento dos preços de retalho nos seus supermercados, numa conspiração equivalente a um cartel, conhecido na terminologia do direito da concorrência como ‘hub-and-spoke'”, explicou a Concorrência, em comunicado.

O regulador sublinhou ainda que esta prática é “altamente prejudicial para os consumidores e afeta a generalidade da população portuguesa, uma vez que os grupos empresariais envolvidos representam grande parte do mercado nacional da grande distribuição alimentar”.

Segundo apurado pela investigação da AdC, a prática do presente caso durou pelo menos onze anos, entre 2005 e 2016, e visou vários produtos Bimbo Donuts, tais como pão de forma, Donuts, Bollycao ou Manhãzitos.

Entre as provas recolhidas, consta o exemplo de seis e-mails trocados entre o fornecedor, Bimbo Donuts, e as cadeias de supermercado. Num dos e-mails, pode ler-se o Bimbo Donuts a solicitar a um dos supermercados o alinhamento de preços de uma lista de produtos.

Os visados podem ainda recorrer das decisões sancionatórias, mas o recurso não suspenderá a execução das coimas.

Em dezembro de 2020 e, mais recentemente, em 2 de novembro, a AdC já tinha condenado estas e três outras cadeias de supermercados, juntamente com três fornecedores de bebidas – Sociedade Central de Cervejas, Primedrinks e Super Bock -, pelo mesmo tipo de prática.

Notícia atualizada às 18h01

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CTT sobem 2,5%, colocando Lisboa de novo na rota dos ganhos

As ações dos CTT valorizaram mais de 2,5% esta quarta-feira. Em conjunto com a família EDP, os Correios colocaram a bolsa de Lisboa de novo na rota dos ganhos.

As praças europeias fecharam mistas esta quarta-feira e Lisboa retomou o ciclo de ganhos interrompido pela queda acentuada da sessão anterior. Os investidores estão a ficar mais cautelosos face a uma inflação elevada mais persistente em várias economias do mundo e aos alertas de que os preços dos ativos podem estar sobrevalorizados.

O Stoxx 600 subiu 0,21%, para 490,29 pontos, no dia em que o Eurostat revelou que a inflação na Zona Euro e no conjunto dos 27 países da União Europeia superou a fasquia dos 4% em outubro, impulsionada pela alta dos preços da energia. Pelo contrário, o FTSE 100 cedeu 0,5% e o espanhol IBEX-35 recuou 0,2%.

Já o português PSI-20 destacou-se dos pares com uma subida de 0,31%, para 5.671,44 pontos, depois de um deslize superior a 2% na terça-feira ter interrompido um ciclo de seis sessões consecutivas de ganhos.

As ações dos CTT foram as que mais ganharam no principal índice da bolsa de Lisboa, ao subirem 2,58%, para 4,38 euros. A empresa está em vias de fechar um contrato com o Estado português para a nova concessão do serviço postal universal e o CEO, João Bento, vê “boas notícias” nas opções tomadas pelo Governo.

Evolução das ações dos CTT:

Dos correios para o retalho, a Jerónimo Martins recuperou ligeiramente da queda de 11% da sessão prévia. A dona do Pingo Doce valorizou 1,01%, para 19,41 euros, no rescaldo da notícia de que a Heerema vendeu a posição que mantinha no capital da empresa, saindo com uma mais-valia significativa.

A praça nacional foi ainda impulsionada pelo setor da eletricidade, com a EDP a avançar 0,90% e a subsidiária EDP Renováveis a seguir pelo mesmo caminho, subindo 0,87%, para 23,08 euros cada título. O BCP deu um contributo mais modesto, ao somar 0,19%, para 15,95 cêntimos.

A impedir ganhos superiores esteve a Greenvolt, que recuou 1,52%, para 6,48 euros, depois de ter apresentado resultados. Já a Galp Energia penalizou Lisboa com uma queda de 0,92%, para 8,846 euros por ação.

O recente rally nos mercados de capitais está a espoletar alertas sobre uma possível sobrevalorização dos ativos de risco. O mais recente aviso partiu de David Solomon, CEO do banco Goldman Sachs, que considera que a ganância dos investidores supera agora o medo nos mercados, noticia a Bloomberg.

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