TELLES assessora venda de 76% da Finantech à Asseco PST Holding

A equipa da TELLES foi liderada pelo sócio Francisco Espregueira Mendes e teve a participação dos associados José Maria Braga da Cruz e Maria Miguel Cameira.

A TELLES assessorou os acionistas da sociedade Finantech Sistemas de Informação na venda de 76% das ações representativas do capital social desta sociedade à Asseco PST Holding.

A equipa da TELLES foi liderada por Francisco Espregueira Mendes, sócio do departamento de Societário, Comercial e M&A, e teve a participação de José Maria Braga da Cruz e Maria Miguel Cameira, associados do mesmo departamento.

A operação incluiu a negociação e celebração de um acordo parassocial que assegura que os vendedores continuarão a ser administradores da sociedade e irão manter as linhas orientadoras dos seus mais de 20 anos de experiência na área do mercado de capitais.

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Três mortos e 663 novos casos de Covid-19. Rt chega a 1,01 a nível nacional

Desde o início da pandemia o país soma 825.031 casos e 16.890 óbitos por Covid-19. Rt ultrapassa 1 no país.

A Direção-Geral da Saúde identificou 663 novos infetados com SARS-CoV-2, o que eleva o número total de casos para 825.031. Trata-se de um aumento de 0,08%. O boletim epidemiológico desta quarta-feira revela um total de 16.890 óbitos por Covid-19, três dos quais nas últimas 24 horas. O Rt subiu para 1,01 em Portugal.

Esta quarta-feira o boletim da DGS dá conta de mais 757 recuperados, para um total de 782.294. Há ainda 25.847 pessoas com infeção ativa, menos 97 que no dia anterior.

A maioria dos casos ativos encontra-se a recuperar em casa, mas 488 pessoas internadas (menos 16 que na terça-feira), das quais 116 nos cuidados intensivos (mais três).

Boletim de 7 de abril

A nível regional, foi em Lisboa e Vale do Tejo que foram registados os três óbitos das últimas 24 horas. Foi também esta região que confirmou o maior número de novos casos (262). Os restantes casos foram registados no Norte (182), Centro (71), Algarve (46), Açores (42), Alentejo (32) e Madeira (28).

O boletim dá, por fim, conta de mais 945 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, depois de terem contactado com outro caso positivo. No total, estão 15.787 pessoas nesta situação.

Rt acima de 1 a nível nacional

Comparando com os últimos dados, divulgados na segunda-feira, o valor do Rt subiu para 1,01 a nível nacional. Ou seja, cada pessoa infetada contagia, em média, 1,01 pessoas. No continente o valor é ainda maior (1,02). O valor de Rt no 1 tem sido apontado como marca para se repensar o desconfinamento em Portugal.

Relativamente à incidência da doença, os valores aumentaram. Esta quarta-feira o boletim da DGS indica que a média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias em Portugal é 64,3 (era 62,8 na última atualização). No continente, o valor é mais reduzido (62,5 casos por 100 mil habitantes).

(Notícia atualizada às 14h33)

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Parlamento debate Programa de Estabilidade 2021/2025 do Governo em 29 de abril

  • Lusa
  • 7 Abril 2021

Ministro das Finanças já adiantou que o défice deste ano deverá ficar acima da previsão atual. Sobre o crescimento económico, João Leão tem admitido que vai rever projeções em baixa.

O Programa de Estabilidade 2021/2025 do Governo vai ser debatido na Assembleia da República no próximo dia 29, documento que depois é entregue para aprovação em Bruxelas, anunciou esta quarta-feira a conferência de líderes parlamentares.

Em relação ao novo Programa de Estabilidade do Governo, o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, já adiantou que o défice das contas públicas deste ano deverá ficar entre os 4,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da previsão de 4,3% que consta do Orçamento para 2021.

Em matéria de crescimento económico, João Leão tem admitido que o Governo irá rever as suas previsões em baixa, sobretudo por causa do efeito da pandemia de Covid-19 no primeiro trimestre deste ano. A atual estimativa do Governo aponta para um crescimento económico de 5,4% este ano — valor que, no entanto, poderá baixar em mais de um ponto percentual.

“No segundo semestre vamos ter uma recuperação muito forte da economia. E vamos ter um programa centrado na recuperação económica e social da crise, quer para 2021 quer para 2022″, declarou o membro do executivo em recente entrevista à RTP3. João Leão prevê que a recuperação de 2022 leve a que a economia já possa ultrapassar “o valor anterior à pandemia”, estando “significativamente acima do valor de 2019”.

Para tal o governo conta com o “impulso muito forte” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) atualmente em análise pela Comissão Europeia, bem como com “outros investimentos muito importantes”, num programa “centrado na recuperação económica e social”.

Além da apresentação pelo Governo no Programa de Estabilidade, a conferência de líderes marcou para 5 de maio um agendamento potestativo do Bloco de Esquerda sobre regulação do teletrabalho. Segundo a porta-voz da conferência de líderes, a deputada socialista Maria da Luz Rosinha, o Bloco de Esquerda abriu a possibilidade de diplomas de outras bancadas sobre teletrabalho serem também agendadas por arrastamento.

Ainda em relação a outros debates, o plenário aprecia em 6 de maio uma proposta de lei do Governo sobre o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais. Seis dias depois, ou seja em 12 de maio, sobem a plenário duas propostas de lei do Executivo minoritário socialista referentes à nova Lei Orgânica das Forças Armadas e à revisão da Lei da Defesa Nacional. Para o final deste mês, no próximo dia 28, a conferência de líderes agendou um debate setorial com a presença da ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

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Lisboa e Vale do Tejo testa à Covid-19 alunos, professores, auxiliares e coabitantes nos 2.º e 3.º ciclos

Alunos, professores, auxiliares e coabitantes destes vão ser alvo de uma campanha de "testagem massiva" à Covid-19, nos 2.º e 3.º ciclos, na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), anunciou o Governo.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo vai promover a “testagem massiva” nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos.EPA/Andreu Dalmau

Alunos, professores e funcionários dos ciclos de ensino que retomaram a atividade letiva presencial esta semana vão ser alvo de uma campanha de “testagem massiva” na região de Lisboa e Vale do Tejo, promovida pela ARSLVT. Em causa estão os 2.º e 3.º ciclos de escolaridade, cujas aulas presenciais foram retomadas na segunda-feira.

Além destas pessoas, serão ainda testados “todos os seus coabitantes”, isto é, aqueles que com eles vivam debaixo do mesmo teto. “A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) tem estado a reforçar as medidas de monitorização e mitigação da Covid-19 nas respostas sociais e nos estabelecimentos de educação e ensino”, avançou, em comunicado, o coordenador da resposta regional à pandemia, Duarte Cordeiro.

Além da testagem para despiste de infeções, sobretudo de casos assintomáticos, estão ainda a ser reforçadas as medidas de isolamento de positivos e desinfeção de espaços. Segundo o gabinete do também secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, nesta região, que é a mais densamente populada do país, “quando identificados surtos em creches, jardins-de-infância e escolas dos diferentes níveis de ensino, procede-se ao acompanhamento pelas autoridades de saúde, que possuem recursos reforçados de monitorização e mitigação da Covid-19 em meio escolar”.

“Deste modo, serão testados funcionários e crianças de várias idades que frequentam os estabelecimentos em que foram identificados surtos (mediante consentimento informado dos encarregados de educação), mas também coabitantes desses alunos e pessoal docente e não docente“, acrescenta a referida nota.

O plano, divulgado na semana em que o país deu mais um passo no desconfinamento, prevê ainda que, após conhecimento de um caso de Covid-19 em meio escolar, é assegurado “o ensino não presencial da turma” ou sala de aula, “enquanto aguarda os resultados dos testes realizados”. “Perante a existência de outros casos, pondera-se a aplicação da mesma medida a todo o estabelecimento, por motivos de saúde pública, de modo a cortar cadeias de transmissão da infeção” pelo coronavírus.

Serão testados funcionários e crianças de várias idades que frequentam os estabelecimentos em que foram identificados surtos (mediante consentimento informado dos encarregados de educação), mas também coabitantes desses alunos e pessoal docente e não docente.

Fonte oficial do gabinete de Duarte Cordeiro

De acordo com o gabinete de Duarte Cordeiro, existe ainda a possibilidade de, na região de Lisboa e Vale do Tejo, serem realizados “rastreios a profissionais e alunos dos Estabelecimentos de Ensino e Educação e ATL que se localizem em proximidade geográfica onde estão localizadas escolas com surtos”.

Dados do Governo indicam que foram feitos mais de 117 mil testes em meio escolar desde que foram retomadas as aulas não presenciais no ensino pré-escolar e 1.º ciclo, a 15 de março, nos setores público e privado. “Nesta segunda fase está prevista a realização de mais de 150 mil testes a todos os trabalhadores docentes e não docentes destes estabelecimentos em todo o território continental”, assegura o Executivo.

Não será a única campanha de testagem massiva no país. Na terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, disse que vão ser levadas a cabo campanhas de testagem em larga escala nas localidades em que a incidência da Covid-19 acumulada a 14 dias é superior a 120 casos por 100 mil habitantes.

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Pilotos da TAP vão votar dia 19 a destituição da direção do sindicato

  • Lusa
  • 7 Abril 2021

A assembleia-geral que tiver deliberado a destituição da maioria ou totalidade dos membros dos órgãos gerentes, elegerá uma comissão administrativa em substituição do órgão destituído.

Os pilotos afetos ao Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) vão votar em assembleia-geral extraordinária, dia 19 de abril, a destituição da direção deste órgão, liderada por Alfredo Mendonça, segundo uma convocatória a que a Lusa teve acesso.

“Foi endereçado ao presidente da mesa da assembleia-geral, um requerimento de acordo com a alínea c), do n.º 2, do art.º 43.º solicitando uma assembleia-geral extraordinária com um ponto único da ordem de trabalhos com o seguinte conteúdo: Destituição dos órgãos gerentes do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil e dos respetivos membros, nos termos e com os efeitos previstos no artigo 40.º dos Estatutos”, refere a convocatória enviada aos pilotos.

A deliberação será tomada exclusivamente através de meios telemáticos e realizar-se-á dia 19 de abril, pelas 14h30 horas, segundo o e-mail enviado pelo presidente da mesa da assembleia-geral a que a Lusa teve acesso.

A convocatória refere ainda que, de acordo com os estatutos do sindicato, “a assembleia-geral que tiver deliberado a destituição da maioria ou totalidade dos membros dos órgãos gerentes, elegerá uma comissão administrativa em substituição do órgão destituído, a qual assegurará a gestão administrativa corrente do sindicato”.

Recorde-se que foi a atual direção, liderada por Alfredo Mendonça, que esteve envolvida na negociação sobre o plano de emergência com vista à reestruturação da TAP, que foi depois votado pelos pilotos – e aprovado – em 26 de fevereiro. O acordo entre o SPAC e a TAP prevê reduções salariais de entre 50% e 35%, entre 2021 e 2024, que já incluem o corte transversal de 25% aplicado a todos os trabalhadores.

Segundo o acordo de emergência enviado aos associados, este abrange 1.252 pilotos e prevê a redução salarial de 50% (2021), de 45% (2022), de 40% (2023) e de 35% (2024), correspondendo “a uma redução transversal a todos os trabalhadores da TAP no montante de 25%, e um adicional de 25% em 2021, [de] 20% em 2022, [de] 15% em 2023 e [de] 10% em 2024, que visa a manutenção de postos de trabalho” e com efeitos retroativos a 01 de janeiro deste ano.

Entretanto, em 8 de março, e acerca do programa de medidas voluntárias aplicado pela companhia, o SPAC acusou a TAP de manter um “comportamento arrogante e intimidatório” desde o início do processo de reestruturação, responsabilizando a empresa em caso de fracasso deste programa.

Se o programa de medidas voluntárias for um fracasso a responsabilidade é da TAP, porque desenhou mal o programa, não ouviu os sindicatos e ignorou as legítimas expectativas dos trabalhadores”, sustenta o SPAC em comunicado, considerando “absolutamente inaceitável” esta postura da companhia quando “está em causa o futuro de muitos pilotos e das suas famílias”.

Para o sindicato, “o modo como o programa de medidas voluntárias tem vindo a ser conduzido põe em causa o esforço que os pilotos fizeram ao aceitar cortes brutais nas suas remunerações (50%) e o próprio Acordo de Empresa de Emergência”.

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Continental vai construir fábrica do futuro com a Universidade de Trás-os-Montes

Primeiro-ministro anunciou que o Compete aprovou um novo financiamento para uma nova parceria de investigação entre a Universidade de Trás-os-Montes e a Alto Douro e a Continental.

A Continental vai construir uma fábrica do futuro com antenas para automação em parceira com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). O projeto de investigação vai ser financiado com fundos comunitários e já foi aprovado, segundo anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro António Costa, numa visita ao estabelecimento de ensino.

“O Compete aprovou um novo financiamento de uma parceria da Universidade de Trás-os-Montes e a Alto Douro com a Continental, que vai permitir o desenvolvimento de uma outra área de investigação fundamental para o futuro, que é o desenvolvimento de um projeto da Continental quanto à produção da fábrica do futuro, uma fábrica assente no desenvolvimento de antenas fundamentais para automação da própria fábrica”, explicou o ministro, em declarações transmitidas pela RTP3.

Esta nova parceria segue-se a uma outra, com o Centro IKTS da Fraunhofer em Dresden para a instalação de um centro Fraunhofer em Vila Real, que prevê um programa de atuação de cooperação estratégica no domínio da agricultura de precisão, nomeadamente nas áreas do vinho e da vinha.

Estas resultam da “opção de assentar toda a estratégia de recuperação económica em dois motores fundamentais: o combate às alterações climáticas e a transição para uma economia digital”, diz Costa. “Temos aqui bons exemplos de como o investimento ao combate às alterações climáticas se desenvolve por diversas vias“, afirmou, apontando ainda para a promoção da mobilidade sustentável.

“A esmagadora maioria dos recursos têm de ser investidos nestes dois domínios”, defendeu Costa em relação ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Além do foco na sustentabilidade e digitalização, o governando explicou que, ao contrário do que acontecia tradicionalmente com os programas europeus, o dinheiro não se destina a universidades, empresas ou autarquias separadamente, mas sim numa lógica de cooperação.

“Há sobretudo algo muito inovador que é o que designamos de agendas e alianças inovadoras que são candidaturas que não são apresentadas por uma universidade, empresa ou autarquia, mas que têm de ser apresentadas em conjunto por empresas, autarquias e universidades numa verdadeira aliança para transformar o conhecimento adquirido em valor económico que se instala no território. É um desafio novo, mas é também um dos desafios mais aliciantes deste PRR”, acrescentou.

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Aplicação para Android mascarava-se de Netflix para espalhar vírus

Uma 'app' para Android prometia acesso livre todo o conteúdo da Netflix. Mas invadia os telemóveis e espalhava vírus pelos contactos do WhatsApp. O objetivo? Roubar cartões de crédito.

Imagine o seguinte cenário: certo dia, recebe uma mensagem estranha com uma ligação suspeita vinda de um amigo ou familiar. Ao confrontar essa pessoa, a conversa rapidamente evolui para algo deste género:

– Então, enviaste-me esta mensagem estranha?
– Eu não! Não te enviei mensagem nenhuma.
– Enviaste sim! Está aqui. Olha só.

Para estupefação de ambos, rapidamente percebe que o seu amigo ou familiar tem razão: não foi ele que lhe enviou a mensagem. A outra pessoa fica ainda mais surpreendida, ao perceber que alguém anda por aí a enviar mensagens fraudulentas em seu nome. Então, se não foi ele que a enviou, quem terá sido?

O mais provável é ser um vírus. Se tem conta em redes sociais ou aplicações de mensagens, é possível que já tenha estado na pele da pessoa acima. E é também provável que já tenha estado do outro lado, o lado da vítima.

Este tipo de situações são um problema e o flagelo tem sido analisado por empresas de cibersegurança, de forma a perceber os objetivos dos burlões e como travar este tipo de ameaças. O trabalho está a dar alguns frutos. Esta quarta-feira, a unidade de investigação da Check Point, uma dessas entidades, anunciou ter detetado uma aplicação para telemóveis Android que se apropriava do sistema do utilizador para espalhar mensagens fraudulentas. Pior, a app mascarava-se de Netflix, o popular serviço de streaming.

App enviava vírus pelo WhatsApp e tentava roubar número do cartão de crédito

“Apresentando-se como um serviço da Netflix, a ‘FlixOnline’ prometia acesso ilimitado ao conteúdo da famosa plataforma de streaming. Assim que descarregado, o malware [vírus informático] disseminava-se através do WhatsApp entre os grupos e contactos da vítima, para onde eram enviados automaticamente links [ligações] maliciosos”, alertou a Check Point num comunicado.

A aplicação estava disponível na Play Store, a loja oficial da Google, e apresentava uma identidade visual muito semelhante à da Netflix, com fundo preto e uma grande letra “N”. De acordo com a Check Point, a app, aparentemente inofensiva, permitia aos atacantes disseminar vírus através de ligações fraudulentas, “roubar credenciais e dados das conta de WhatsApp dos utilizadores” e “disseminar mensagens falsas ou danosas entre os contactos e grupos do WhatsApp da vítima”, incluindo em grupos de trabalho.

‘FlixOnline’ mascarava-se de Netflix para invadir WhatsApp:

À esquerda, captura de ecrã da aplicação maliciosa na Play Store do Android. À direita, a aplicação requeria permissões importantes para espalhar vírus. Fonte: Check Point

Depois de ser instalada no telemóvel pela vítima, a aplicação pedia permissão para aceder ao centro de notificações do sistema. Sendo-lhe garantido esse acesso, a todas as mensagens recebidas no WhatsApp, a app respondia com uma mensagem e uma ligação fraudulenta, na tentativa de infetar os telemóveis de outros utilizadores.

A ligação tinha um objetivo evidente: roubar os dados do cartão de crédito das vítimas. “Nesta campanha em específico, tratava-se de um website falso [que se fazia passar por um serviço] da Netflix, que procurava obter credenciais e informações de cartões de crédito”, explicou a Check Point num comunicado.

Para Aviran Hazum, responsável da Check Point, “o facto de o malware ter conseguido ultrapassar tão facilmente as barreiras de segurança da Play Store levanta sérias bandeiras vermelhas. Apesar de termos conseguido travar uma das campanhas, é provável que a família de malware esteja para ficar, regressando, por exemplo, numa app diferente”. Caso acredite ter sido vítima desta fraude, o responsável deixou uma recomendação: “Apague a aplicação do seu dispositivo e altere imediatamente todas as suas palavras-passe.”

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Almada vai ganhar residência de estudantes com 333 estúdios a menos de 400 euros

No Innovation District, que vai nascer em Almada, vai ser construída uma residência de estudantes com mais de 300 estúdios. Rendas serão inferiores a 400 euros por mês.

Dentro de dois anos, Almada vai poder acolher mais estudantes no Innovation District, a mega cidade que vai nascer junto ao campus da Escola de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT). Isto porque empresas Startburst Investments e a brasileira Rio Capital vão apostar na construção de uma residência estudantil com 333 estúdios, cujas rendas ficarão abaixo dos 400 euros. Projeto fica pronto em 2023.

Vai chamar-se “Wave Campus Area” e terá capacidade para acolher uma parte dos cerca de 8.000 estudantes que estudam naquela zona. A residência vai contemplar dois edifícios com quatro pisos acima do solo e dois subterrâneos cada um. Um dos prédios terá 215 estúdios e o outro terá 118, dizem as empresas responsáveis, em comunicado.

Ao todo serão 333 estúdios, todos com casa de banho individual, aos quais se somam ainda 86 lugares de estacionamento. Os edifícios, desenhados pelo ateliê Saraiva + Associados, terão “soluções técnicas de ponta” e serão “ambientalmente sustentáveis”. Contactadas pelo ECO, as empresas recusaram adiantar o valor do investimento.

Residência de estudantes, Wave Campus Area, vai nascer no Innovaction District, em Almada.D.R.

Trata-se de um projeto “moderno” e “adaptado às novas realidades e exigências”. “Cabe, assim, no ‘bolso’ dos estudantes, não só os estrangeiros, previsivelmente com maior poder aquisitivo, mas sobretudo dos portugueses”, diz Júlio Luz, CEO da Rio Capital, citado em comunicado. Tudo foi pensado “de modo a possibilitar (…) uma operação que permita a obtenção de rendas mensais abaixo dos 400 euros por mês”.

O “Wave Campus” é a primeira aposta da Starburst e da Rio Capital no mercado de residências estudantil e será o primeiro empreendimento do Innovation District a arrancar fisicamente, devendo as obras começar ainda este verão, estando a abertura prevista para o terceiro trimestre de 2023.

O “Wave Campus” vai nascer no Innovation District, uma espécie de Silicon Valley que vai nascer em Almada, resultado de um investimento de 800 milhões de euros por parte da Universidade Nova de Lisboa e de privados. O projeto, que vai criar 17.000 postos de trabalho na região, terá 399 hectares, dos quais 110 serão de zonas verdes. Será constituído por 1.000 habitações, 250.000 metros quadrados de atividades económicas, 86.000 metros quadrados de infraestruturas turísticas — entre as quais unidades hoteleiras e museus — e residências de estudantes e coliving.

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“Produção de vacinas tem sido uma via-sacra”, diz Marcelo. Vacinação em abril e maio é “fundamental” para desconfinar

O Presidente da República aponta que o mês de abril será decisivo para o desconfinamento, sendo para isso importante avanços na vacinação.

O Presidente da República admite dificuldades na vacinação contra a Covid-19, apontando que a questão da produção dos fármacos “tem sido uma via-sacra”. Marcelo Rebelo de Sousa sublinha ainda assim que os meses de abril e maio são “muito importantes” para a vacinação, sendo uma “condição fundamental no bom processo de desconfinamento”.

“De 15 em 15 dias descobre-se mais um problema: ou no fornecimento, ou em análise e reanalise do processo produtivo” das vacinas, desabafa Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, transmitidas pelas televisões. O Presidente sublinha que estas questões levam a preocupações e também “incomodam a Europa como um todo”.

O chefe de Estado apela a uma posição unida dos Estados da União Europeia (UE), nomeadamente no que diz respeito à vacina da AstraZeneca, já que atualmente “reagem de forma diferente perante dúvidas, o que perturba opiniões públicas”. Diz esperar, assim, que “seja rápido processo de reavaliação da vacina, que seja rápida a decisão da EMA e rápida e clara a posição dos países da UE”.

Quanto ao levantamento das restrições devido à pandemia, Marcelo destaca a importância de abril como um “mês decisivo”, que “tem de correr bem para podermos passar ao final da primavera e verão não só com sucesso no desconfinamento mas com a vida de pessoas a entrar na normalidade“. O Presidente aponta que as pessoas “podem ir desconfinando” mas alerta para que tenham preocupação com o “tipo de convívio que têm”, para a “criação de condições” para avançar com o plano.

Perante a possibilidade de um travão ao desconfinamento, Marcelo aponta que “vamos testar em abril vendo números, verificando se significam algo em termos de internamento, de stress sobre o Serviço Nacional de Saúde, se prossegue evolução na redução de número de mortes e somando isso em termos de números globais”.

Já na próxima semana “haverá mais um momento de reflexão sobre a renovação do estado de emergência”, recorda, apontando que “desejaria que fosse a última renovação, coincidindo com fim do mês de abril”.

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Taxar quem ganha mais é opção para pagar a crise pandémica, diz Vítor Gaspar

A polémica surgiu em Portugal com declarações da economista Susana Peralta. Agora, Vítor Gaspar admite que é uma hipótese: subir os impostos de quem tem mais rendimentos para pagar a crise pandémica.

O diretor do departamento dos Assuntos Orçamentais do FMI aproveitou o Fiscal Monitor para relembrar aos países uma “opção”: além de se reformar os sistemas de tributação nacionais e internacionais para melhorar a justiça fiscal e proteger o ambiente, os Estados podem criar uma contribuição temporária sobre os rendimentos mais elevados para pagar o elevado custo da crise pandémica. Em Portugal, este tema causou polémica após ter sido sugerido pela economista Susana Peralta, mas o Governo tem recusado essa hipótese.

Para ajudar a dar resposta às necessidades relacionadas com a pandemia, uma contribuição temporária para a recuperação da Covid-19 imposta aos rendimentos elevados é uma opção“, escreve Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças português, num dos textos que acompanha o Fiscal Monitor divulgado esta quarta-feira. Esta sugestão surge acompanhada de outras, nomeadamente a reforma do sistema fiscal mundial, a qual inclui o imposto sobre as gigantes tecnológicas e a taxa mínima mundial de imposto sobre as empresas. Estas duas opções voltaram para cima da mesa com a nova administração Biden.

Em Portugal, o tema já gerou polémica. “Houve uma parte substancial das pessoas em Portugal que não perderam rendimentos, toda a burguesia do teletrabalho, todas as pessoas do setor dos serviços que, aliás, são as pessoas mais bem pagas, o que também me inclui a mim. Esta crise poupou muito as pessoas que trabalham neste setor e são as pessoas com mais escolaridade. Podia-se perfeitamente ter lançado um imposto extraordinário sobre essas pessoas para dividirmos o custo desta crise“, disse a economista Susana Peralta em entrevista ao jornal i em fevereiro.

A sugestão criou uma discussão acesa à volta do tema, mas o Governo desde o início da pandemia garantiu que não ia aumentar os impostos, uma promessa reafirmada recentemente pelo ministro das Finanças, João Leão. Pelo contrário, o Executivo prepara-se para executar uma promessa eleitoral em 2022 ou em 2023 de reformar os escalões do IRS, revertendo totalmente o “enorme aumento de impostos” anunciado por Vítor Gaspar em 2012 para reequilibrar as contas do Estado e cumprir os compromissos com a troika.

A receita orçamental de Vítor Gaspar para o pós-pandemia

As recomendações de Vítor Gaspar no Fiscal Monitor não se ficam pela política fiscal, traçando toda uma política orçamental para o pós-pandemia. Para o economista, os políticos têm de encontrar um equilíbrio entre apoiar a economia através da política orçamental e, ao mesmo tempo, manter a dívida num nível gerível. Dentro desta recomendação geral, Gaspar escreve que “alguns países”, onde potencialmente se pode incluir Portugal, terão de começar a “reconstruir amortecedores orçamentais” para diminuir o impacto de choques futuros. “Vital” é ter uma estratégia “credível” para a trajetória da receita e da despesa pública que permita manter a sustentabilidade das contas públicas.

Contudo, até que a pandemia esteja efetivamente sob controlo, a política orçamental deve manter-se “flexível e de apoio”, mas cada vez mais “direcionada” às circunstâncias de cada país. O foco deve estar no apoio aos cidadãos mais vulneráveis, como os mais pobres, os mais jovens, as minorias, as mulheres e os trabalhadores com baixas qualificações e na economia informal, e às empresas “viáveis”, promovendo a realocação dos recursos, limitar o aumento de empresas sem viabilidade, limitar a ajuda pública aos casos em que é indispensável e criar parcerias com o setor privado para ajudar na avaliação.

Ultrapassada esta fase, é preciso começar a criar as condições para a “transição económica”. Segundo Vítor Gaspar, que assina o artigo em conjunto com os economistas W. Raphael Lam, Paolo Mauro e Mehdi Raissi, há cinco áreas que os Governos devem ter em conta:

  1. Investir nos sistemas de saúde (incluindo na vacinação), na educação e nas infraestruturas. “Um impulso coordenado no investimento público verde nas economias que podem arcar com essa despesa pode promover o crescimento mundial”, assinalam, referindo que os projetos têm “idealmente” de contar com a participação do setor privado;
  2. Ajudar os trabalhadores a voltar ao mercado de trabalho ou a mudar de emprego, se necessário, através de “subsídios à contratação, reforço da formação e programas de procura de emprego”;
  3. Fortalecer os sistemas de proteção social (Segurança Social) para contrariar a desigualdade e a pobreza aprofundadas pela crise pandémica;
  4. Reformar os sistemas de tributação nacionais e internacionais para melhorar a justiça fiscal e proteger o ambiente. Os economistas sugerem que uma das opções passa por criar uma contribuição sobre os rendimentos mais elevados para pagar a crise pandémica;
  5. Cortar nos “desperdícios” da despesa, fortalecendo a transparência das “iniciativas de despesa” e melhorando as práticas de governação para “colher todos os benefícios da ajuda orçamental”. Recorde-se que logo no início da crise o FMI disse aos Estados para “guardarem o recibo”, isto é, para não penalizarem a transparência no meio da urgência pandémica.

“Em suma, os Governos têm feito um esforço excecional para apoiar as suas economias, mas é preciso mais trabalho para se ultrapassar a pandemia de Covid-19, para dar agora maior apoio flexível mas direcionado, para ajustar quando a retoma estiver firmemente em curso, e para criar as condições para uma recuperação mais verde, mais justa e mais duradoura”, concluem os autores.

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Estudo do FMI mostra “forte preferência” por impostos progressivos pós-Covid

Um estudo realizado pelo FMI, com base num inquérito de 2.500 pessoas nos EUA, mostra um aumento da preferência por impostos progressivos na sequência da pandemia.

A pandemia parece ter reforçado as preferências dos cidadãos pela progressividade nos impostos. De acordo com um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicado com Fiscal Monitor desta quarta-feira, passou a existir uma “forte preferência” por impostos progressivos. Essa preferência é mais expressiva entre os que foram afetados pela crise pandémica.

Este é o primeiro inquérito sobre o tema da progressividade dos impostos após o aparecimento da Covid-19. O inquérito foi feito a uma amostra representativa de 2.500 indivíduos residentes nos Estados Unidos em outubro de 2020. O objetivo era perceber o impacto da pandemia nas preferências dos cidadãos relativamente à justiça fiscal, nomeadamente a progressividade dos impostos, isto é, quando a taxa cobrada aos contribuintes (em Portugal, através do IRS) varie em função do rendimento. Dentro deste princípio, que é aplicado na maioria dos países avançados, há maior ou menor intensidade na progressividade.

Os indivíduos afetados pela crise pandémica foram os que mostraram uma preferência mais forte pela progressividade fiscal, tanto como uma política temporária como permanente. Quase metade das respostas vieram de pessoas que ou perderam o emprego ou ficaram severamente doente por causa da Covid-19 ou conhecem (bem) alguém que foi afetado. Subjacente a esta preferência pode estar a perceção de que pagarão menos impostos se a progressividade for mais intensa ou, em alternativa, de que poderão ter mais regalias do Estado caso se tribute mais quem tem maiores rendimentos.

Os inquiridos que foram afetados pela pandemia mostram uma preferência superior em 15 pontos percentuais por impostos progressivos, em comparação com os que não foram afetados de forma direta. Os resultados foram “ajustados” relativamente a fatores demográficos e socioeconómicos. “Mesmo só conhecer alguém que foi afetado pela pandemia aumentou a probabilidade de se ser favorável” à progressividade dos impostos, reconhecem os autores do estudo.

Este resultado é consistente com conclusões anteriores de que as atitudes [dos inquiridos] podem ser moldadas por experiências pessoais durante crises e outras perturbações que têm efeitos económicos grandes“, explica o estudo, assinalando que o aumento do apoio é “especialmente forte” nos grupos que, na ausência de uma crise, são “céticos” quanto à progressividade dos impostos.

Contudo, os autores ressalvam que as conclusões do estudo têm de ser interpretada com cautela, desde logo porque não é claro quanto tempo o efeito da pandemia prevalece nas opiniões. Para que os resultados sejam mais válidos, é preciso “mais trabalho” com inquéritos noutros países e mais inquéritos distribuídos no tempo para que seja possível analisar a evolução das opiniões ao longo do tempo.

Mas uma coisa é certa, tendo em conta este e outros estudos do passado: as crises severas e as pandemias têm um “longo e duradouro” impacto na perceção da população uma vez que são eventos que moldam as atitudes das franjas da população que os experienciam, principalmente os “jovens adultos”, que acabam por entrar no mercado de trabalho numa altura em que se é “impressionável” pelo ambiente externo.

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FMI vê Portugal com défice de 5% e dívida nos 131,4% em 2021

O FMI prevê que tanto o défice como a dívida pública baixem em 2021, face a 2020, mas menos do que o antecipado anteriormente.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipa que Portugal vai fechar 2021 com um défice de 5% do PIB e uma dívida pública de 131,4% do PIB, o que traduz uma pequena melhoria face aos valores registados em 2020. As novas previsões constam do Fiscal Monitor publicado esta quarta-feira e representam um agravamento face às estimativas de outubro do ano passado (défice de 2,7% e dívida pública nos 130%). Contudo, é de assinalar que o ponto de partida de 2020 assumido pelo FMI não corresponde às estatísticas oficiais que entretanto foram divulgadas.

O fecho das previsões do Fiscal Monitor terá sido anterior à divulgação dos dados oficiais por parte do Instituto Nacional de Estatística (INE) no final de março. De acordo com as estimativas do gabinete de estatísticas, o défice ficou nos 5,7% do PIB em 2020 e a dívida pública subiu para os 133,6% do PIB. Já o FMI assume nas previsões que o ponto de partida é um défice de 6,1% em 2020 e um rácio de dívida pública de 131,6% do PIB.

Os novos números refletem a mudança de expectativas: anteriormente 2021 era visto como um ano de clara retoma da economia e, assim, de retirada dos apoios e diminuição do défice orçamental, mas as novas variantes e confinamento vieram trocas as voltas à Europa, incluindo Portugal. Esta terça-feira o World Economic Outlook apontava para um crescimento de 3,9% em 2021, abaixo dos 6,5% estimados em outubro do ano passado.

Neste momento, a perspetiva é que a trajetória de melhoria das finanças públicas só arranque em 2022 com o défice a descer para os 1,9% do PIB e a dívida pública para os 125,6%, segundo o FMI.

A recuperação económica permitirá continuar a melhoria do défice para os 1,4% em 2023. No ano seguinte, Portugal voltará a registar um excedente orçamental — a primeira vez aconteceu em 2019, mesmo antes da pandemia — com 0,5% do PIB, seguindo-se um excedente de 0,3% do PIB tanto em 2025 como em 2026. Ao contrário do esperado anteriormente, em que se tinha a expectativa de que o peso da despesa pública podia ir aos 50% do PIB, o Fundo estima que não passe dos 48,6% (em 2021), baixando posteriormente até aos 42% em 2026.

No caso da dívida pública, haverá uma redução gradual, recuperando o valor pré-crise em 2025, até aos 110,6% do PIB em 2026. Já a dívida líquida de depósitos (a almofada financeira do IGCP) passará de 122,9% do PIB em 2020 para os 103,8% do PIB em 2026, o que significa que o FMI prevê que Portugal mantenha uma almofada financeira equivalente a 10% do PIB.

Estas previsões já tinha sido indicados pelo vice-diretor do departamento dos Assuntos Orçamentais do FMI, Paolo Mauro, ao ECO, em janeiro: a pandemia “intensificou-se” e o crescimento de 2021 será revisto “um pouco em baixa”, admitiu, assinalando também que o défice vai ser maior do que o esperado este ano. Paolo Mauro notou que, ainda assim, a queda da economia no ano passado “não foi tão má quanto o esperado”, o que veio a concretizar-se.

Foi com esta preocupação da dívida pública em mente que o responsável do FMI realçou a importância de Portugal ter um “enquadramento orçamental de médio prazo credível”. Ou seja, na prática, o Governo precisa de dar uma “visão” de que quando a emergência acabar há um regresso às contas públicas saudáveis. Tal passa por “ser flexível” e melhorar a “calibragem” das medidas para se focar nos mais vulneráveis, uma mensagem repetida neste Fiscal Monitor para os países mais endividados. Para esta estratégia funcionar, Paolo Mauro avisou que o país terá de usar “bem” os fundos europeus reforçados que irão chegar nos próximos anos para “fomentar o crescimento”.

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