Hoje nas notícias: vacinas, fundos europeus e presidenciais

  • ECO
  • 22 Janeiro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Na definição dos grupos prioritários para vacinar contra a Covid-19, deverão agora entrar os titulares de altos cargos de decisão. Numa altura em que a pandemia não dá sinais de abrandar, o Governo já está a avançar com a antecipação de fundos de recuperação europeus, que terão como destino, nomeadamente, financiar apoios e pagar as vacinas. O Executivo tem também em vista produzir vacinas em Portugal. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Políticos vão estar no grupo prioritário para vacinar

A task force responsável pela vacinação contra a Covid-19 em Portugal está a rever a decisão relativamente à fase em que se irá vacinar as figuras de topo do Estado. “Estamos exatamente a trabalhar numa proposta para que possam ser incluídos entre os prioritários os titulares de altos cargos de decisão porque, obviamente, é essencial estarem protegidos”, reiterou Francisco Ramos, coordenador da task force. Neste grupo prioritário incluem-se também, por exemplo, bombeiros, que trabalham na emergência pré-hospitalar e transporte de doentes urgentes.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

“Já estamos a antecipar fundos de recuperação”, diz ministro do Planeamento

O ministro do Planeamento adianta que o país já está a “antecipar fundos de recuperação”. “Em causa está um mecanismo de antecipação dos fundos europeus pelo Tesouro português que depois é refinanciado pelos fundos que chegarem do React-EU”, explicou Nelson de Souza, em entrevista ao Expresso. Os primeiros fundos deverão chegar no primeiro semestre e cerca de mil milhões serão para financiar apoios de emergência no programa Apoiar, enquanto outros mil milhões “pagarão as vacinas e outros apoios de emergência”.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Governo quer Portugal a produzir vacinas

O Governo quer investir na produção de vacinas virais internamente e para tal deverá negociar com 41 empresas. Segundo o Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, será uma resposta para o futuro “não só para a Covid-19”. Executivo também deverá apostar na relocalização da produção de medicamentos e desenvolvimento de serviços de saúde.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (link indisponível)

Gigante alemão cria 500 postos de trabalho

Em Viana do Castelo, uma empresa da Alemanha vai criar cerca de 500 postos de trabalho, adianta o Jornal de Notícias. A empresa em causa, uma gigante alemã, opera no setor da energia.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Marcelo ganha, mas perde vantagem

Marcelo será reeleito Presidente da República segundo uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. No entanto, o atual Presidente perde alguns pontos, ficando abaixo dos 60% (59,7%). Em segundo lugar aparece Ana Gomes (15,4%), seguida de André Ventura (9,7%) que vale tanto quanto João Ferreira e Marisa Juntos (5% e 4,3% respetivamente). Tiago Mayan Gonçalves (3,3%) e Vitorino Silva (1,5%) apresentam as menores intenções de voto. Quanto às ideologias, a maioria dos portugueses (66%) identifica-se com Marcelo, por oposto aos 65% que rejeitam André Ventura.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (link indisponível)

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Propostas não vinculativas para a Efacec apresentadas até 1 de março

Empresa está a braços com uma dívida bruta de 189 milhões. Mas há 25 milhões aqui contabilizados que são relativos a tesouraria. Receitas caíram para 220,2 milhões de euros.

As empresas interessadas em concorrer à compra da participação de 71,73% que o Estado detém no capital da Efacec vão ter de apresentar propostas não vinculativas (denominadas non-binding offer) até 1 de março, apurou o ECO junto de uma fonte que acompanha a operação.

O Estado pretende alienar a totalidade da sua participação, que corresponde à posição que Isabel dos Santos detinha na empresa, no âmbito do processo de reprivatização, cujo caderno de encargos foi aprovado no início de dezembro. Os interessados – nacionais e internacionais“expressamente convidados no seguimento da recolha de intenções junto do mercado relevante” vão ter de apresentar as suas propostas não vinculativas até 1 de março. E, 22 dias depois, arrancam as negociações, para um processo que poderá demorar seis semanas. Mas, “pode haver ainda lugar a uma terceira fase correspondente à entrega de propostas finais e melhoradas no seguimento de um período de negociação, nos termos a definir pelo Conselho de Ministros”, de acordo com o caderno de encargos publicado em Diário da República no final de dezembro. Posteriormente, passarão para a fase de propostas vinculativas, o que poderá levar à conclusão do processo em junho ou julho.

Na elaboração das propostas, os candidatos vão ter em conta os resultados económico-financeiros da empresa, que já foi responsável pela construção do maior transformador dos Estados Unidos da altura e que o ano passado ganhou o concurso para instalar a central de energia solar de maior capacidade instalada em Moçambique até à data. A empresa fechou o ano com receitas de 220,2 milhões de euros, uma quebra de 37,6% face a 2019. Os 353,2 milhões de euros de receita de há dois anos, também já representavam uma quebra em torno dos 80 milhões de euros face aos três anos anteriores.

Além disso, a empresa tem um EBITDA negativo em 19,8 milhões de euros, algo inédito nas contas dos últimos quatro anos. Em 2019 tinha sido de 22 milhões em lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização e no ano anterior 41,2 milhões.

Mas para além da quebra de receita, de alguma forma justificada pelo ano de pandemia e pelo processo de nacionalização da empresa e pelo envolvimento da então principal acionista no caso Luanda Leaks, a empresa está a braços com uma dívida bruta de 189 milhões. Mas há 25 milhões aqui contabilizados que são relativos a tesouraria (caixa). E haverá ainda dívidas a fornecedores com um prazo médio de 300 dias e que, para uma regularização para um prazo de 70 dias, exigirá cerca de 40 milhões de euros de fundos.

Além disso, neste volume de dívida não estão contabilizadas as dívidas a fornecedores com mais de 90 dias. Já o cash flow operacional foi negativo em 85,8 milhões.

Recorde-se que, em agosto, os cinco bancos credores da Efacec injetaram na empresa 50 milhões de euros, para que a empresa pudesse retomar a sua atividade com normalidade, assim como para pagar a fornecedores, trabalhadores e aceitar novas encomendadas. Além disso, a empresa fez uma emissão obrigacionista de 58 milhões de euros em 2019 e, no final do ano passado, conseguiu alterar as condições subjacentes e assim evitar um incumprimento. O secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, no final do Conselho de Ministros, no qual foi aprovado a resolução de reprivatização da Efacec, lembrou que se não fosse o Estado ter dado a garantia a uma linha de financiamento de 70 milhões de euros a empresa “provavelmente não teria sobrevivido”.

As propostas vão ser selecionadas com base em critérios que não abrangem só o preço pelo valor das ações, mas também o reforço da situação financeira da empresa, o projeto estratégico proposto, incluindo o contributo para o crescimento e desenvolvimento da economia nacional, em especial do setor exportador português, o conhecimento e experiência técnica e de gestão, entre outros.

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França vai obrigar viajantes europeus a apresentar teste PCR negativo

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2021

Testes negativos terão de ter sido realizados no máximo 72 horas antes para serem válidos. Medida vai entrar em vigor em França a partir de domingo à noite.

O Presidente da República, Emmanuel Macron, anunciou que os passageiros europeus que se desloquem a França para viagens não essenciais vão ter de apresentar um teste PCR negativo realizado no máximo 72 horas.

A decisão do Presidente foi comunicada pelo Eliseu a diversos meios de comunicação franceses após as conclusões do Conselho Europeu dedicado à crise sanitária que reuniu os líderes europeus.

Os trabalhadores fronteiriços e trabalhadores dos transportes terrestres estão isentos de apresentar este teste.

Esta medida vai entrar em vigor em França a partir de domingo à noite.

Para viagens de ou para países externos à União Europeia, a França já pede aos passageiros um teste PCR negativo e uma quarentena de sete dias.

Os líderes da União Europeia (UE) não chegaram a acordo sobre certificados de vacinação para facilitar viagens no espaço comunitário, anunciou a presidente da Comissão Europeia, apontando “questões em aberto” que serão respondidas na “altura certa”.

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Regras apertadas. Hoje não pode sair do seu concelho

No fim de semana as regras são mais apertadas. Circulação entre concelhos proibida a partir das 20h desta sexta-feira, mas no domingo é permitido fazê-lo para ir votar.

O Governo apertou as regras do novo confinamento, perante sinais de que as inicialmente definidas não estavam a surtir efeito numa altura em que o país enfrenta a ameaça da nova variante do coronavírus. E o aperto é ainda maior ao fim de semana, voltando a proibição de circular entre concelhos.

Desde 15 de janeiro que está em vigor o dever de recolhimento domiciliário, mas com as regras reforçadas do confinamento surgiu uma restrição adicional que se aplica aos fins de semana.

“É proibida a circulação para fora do concelho do domicílio no período compreendido entre as 20h00 de sexta-feira e as 5h00 de segunda-feira, sem prejuízo das exceções previstas no artigo 11.º do Decreto n.º 9/2020, de 21 de novembro”, lê-se no decreto do Governo publicado em Diário da República.

Este regra de proibição de cruzamento de concelhos é geral, mas há exceções. Profissionais de saúde, forças de segurança, mas também órgãos de soberania podem fazê-lo, assim como qualquer trabalhador que tenha de se deslocar presencialmente para o local de trabalho — devendo munir-se da respetiva declaração da empresa.

No entanto, apesar destas limitações, no domingo, 24 de janeiro, a lei abre uma exceção. Assim, será permitido ir votar, podendo, com esse propósito, quebrar-se essas duas regras.

Vão ser “permitidas as deslocações para efeitos da participação, em qualquer qualidade, no âmbito da campanha eleitoral ou da eleição do Presidente da República”, designadamente para efeitos do exercício do direito de voto, sublinha o documento.

Comércio com regras mais apertadas

Não é só para os cidadãos que as medidas são mais apertadas este fim de semana. As medidas para o comércio também são mais duras. Os estabelecimentos comerciais terão que fechar às 13h, com exceção dos supermercados que poderão continuar abertos até às 17h. Esta limitação de horários não se aplica a alguns setores de atividade, como as farmácias, funerárias ou hospitais.

Se o plano para sábado era ir à Loja do Cidadão, saiba que esta está fechada, conforme indicou o primeiro-ministro, António Costa. Todos os serviços públicos funcionam apenas por marcação prévia, por chamada ou pela internet.

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Marcelo ganha à 1.ª volta e Ana Gomes em segundo

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2021

Marcelo vence com mais de 60%, de acordo com um estudo da Eurosondagem. Ana Gomes fica à frente de André Ventura.

O atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ganha as eleições de domingo à primeira volta, com 61,8%, e a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes fica em segundo, com 13,6%, de acordo com um estudo da Eurosondagem.

A sondagem, para o Porto Canal e o semanário Sol, coloca o candidato do Chega, André Ventura, no terceiro lugar, com 10,0%, menos 3,6 pontos percentuais do que Ana Gomes.

Marisa Matias, apoiada pelo BE, surge na quarta posição, com 6%, mais 1,2 p.p. que o candidato comunista João Ferreira, que recolhe 4,6%.

O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves, obtém 2.1% e Vitorino Silva, o líder do partido RIR mais conhecido por Tino de Rans, fica-se por 1,7%.

Nesta sondagem, os candidatos à esquerda de Marcelo recolhem 25,1%. Já os concorrentes à direita do atual Presidente somam 12,1%.

Sem a distribuição dos 15,5% de entrevistados que não souberam ou quiseram responder, Marcelo obtém 52,2%, Ana Gomes 11,5, André Ventura 8,4%, Marisa Matias 5,1%, João Ferreira com 4,1%, Tiago Mayan Gonçalves com 1,8% e Vitorino Silva 1,4%.

O estudo foi efetuado entre segunda e quinta-feira através de 2.533 entrevistas validadas, tendo a amostra um erro máximo de 1,95% para um grau de probabilidade de 95,0%.

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Transportes rodoviários reduzidos na AMLisboa durante o encerramento das escolas

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2021

A oferta de transportes será ajustada à que corresponde ao período não escolar, “de acordo com a realidade específica de cada carreira”.

Os transportes rodoviários da Área Metropolitana de Lisboa (AML) serão reduzidos para corresponder à frequência com que circulam durante as férias escolares, na sequência do anúncio, pelo Governo, de encerramento das escolas a partir de hoje, anunciou a AML.

Num comunicado, a AML anunciou que a decisão do Governo de encerramento de todos os estabelecimentos escolares a partir de hoje “implicará a natural tomada de medidas de ajuste relativamente aos serviços de transporte público prestados” na AML, que serão de caráter provisório e ajustadas à procura e “às necessidades de segurança, atendendo à presente conjuntura” pandémica.

A oferta de transportes será ajustada à que corresponde ao período não escolar, “de acordo com a realidade específica de cada carreira”, realçou.

A AML salientou que, como autoridade de transportes, irá articular-se com os operadores “para identificar quais os serviços de transporte público essenciais, que terão de manter-se em funcionamento”.

Os operadores devem, “se necessário, proceder ao reajuste e desdobramento dos serviços, no sentido de assegurar a oferta nos períodos de maior procura, como o período de ponta da manhã e da tarde”, acrescentou.

Deverão ter ainda em conta alternativas de transportes em todas as localidades, “com especial atenção para aquelas que não dispõem de outras alternativas de transporte fora do período escolar” e para as carreiras que servem os equipamentos de saúde, designadamente hospitais.

A AML realçou também que continuará a ser acautelado um máximo de dois terços da lotação do veículo no transporte dos passageiros, assim como as medidas de higienização previstas no plano de contingência.

Os ajustes concretos aos horários podem ser consultados nos sítios na internet e outros canais de comunicação dos operadores Rodoviária de Lisboa, TST -Transportes Sul do Tejo, Scotturb, Vimeca, Isidoro Duarte, JJ Santo António, Henrique Leonardo Mota e Barraqueiro – Boa Viagem e Barraqueiro – Mafrense.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou na quinta-feira o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino durante 15 dias, a partir de hoje, para tentar travar os contágios pelo coronavírus detetado pela primeira vez no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

De acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, em Portugal morreram 9.686 pessoas diagnosticadas com Covid-19, dos 595.149 casos de infeção confirmados.

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Só 23% dos pais pediram apoio por causa do fecho das escolas na primavera. O que torna a medida pouco atrativa?

O apoio aos pais que fiquem em casa com os filhos abrangeu, no mês em que foi mais popular, 171 mil trabalhadores, longe das 750 mil famílias indicadas como potenciais candidatas pelo Governo.

Todas as atividades letivas estão suspensas, a partir desta sexta-feira. O agravamento da pandemia e disseminação da estirpe britânica levaram António Costa a determinar o fecho das escolas, fazendo regressar o apoio excecional à família, que garante aos pais que tenham de faltar ao trabalho para ficar com os filhos dois terços da sua remuneração base. O Governo reativa, assim, a fórmula usada na primavera e à qual aderiram, em março, 171 mil trabalhadores, longe das 750 mil famílias identificadas como potenciais candidatas pela ministra do Trabalho.

“Manda o princípio da precaução” que, perante o avanço da estirpe britânica em Portugal, se interrompam “todas as atividades letivas, durante os próximos 15 dias”, anunciou o primeiro-ministro, esta quinta-feira. O Governo vinha a defender que, desta vez, o confinamento geral não poderia implicar o encerramento das escolas, face ao impacto económico e social associado a essa decisão, mas o agravamento da pandemia não deixou outra opção a Costa.

Com os estabelecimentos de ensino novamente fechados, o Governo já garantiu que fará regressar o apoio aos pais que, não podendo fazer teletrabalho, tenham de deixar de exercer as suas funções para cuidar dos filhos. Assim, os trabalhadores com filhos até 12 anos têm direito, no âmbito dessa medida, a ver as suas faltas justificadas e a receber dois terços da sua remuneração base, adiantada na íntegra pelo empregador, que recebe depois metade desse valor da Segurança Social.

Em causa está o apoio excecional à família, que na primavera do ano passado o Governo estimava poderia chegar a 750 mil famílias. No entanto, nem no mês em que foi mais popular (março de 2020) chegou perto desse universo, com 171 mil pedidos, segundo o Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho. O Executivo previa também gastar 294 milhões de euros com esta medida, mas acabou por desembolsar 82,9 milhões de euros, de acordo com a síntese de execução orçamental de novembro de 2020.

Há várias justificações possíveis para este desencaixe entre a projeção e a realidade. Antes de mais, o universo de famílias identificado pelo Governo (as tais 750 mil) abrange todos os agregados com dependentes até 12 anos (limite etário da atribuição do apoio em causa).

Ora, a medida prevê que, caso um dos progenitores se encontre em teletrabalho, não há lugar a qualquer atribuição de apoio (nem mesmo a outro progenitor que esteja em trabalho presencial).

Como na primavera o teletrabalho era de adoção obrigatória, independentemente do vínculo laboral e sempre que as funções permitissem, o número de pais que estavam em condições de pedir a ajuda em causa era, portanto, mais baixo do que a totalidade de pais com filhos até 12 anos.

O mesmo se pode dizer do momento presente: a adoção do teletrabalho é obrigatória e as regras até estão mais apertadas, logo uma fatia considerável dos pais não deverá ter acesso a este apoio.

Outra das justificações possíveis para o desajuste entre a perspetiva do Governo e a adesão que realmente foi registada é o próprio valor do apoio. Ao abrigo desta medida, os trabalhadores por conta de outrem que faltem ao trabalho têm falta justificada e recebem dois terços da sua remuneração base, com o mínimo de 665 euros e o máximo de 1.995 euros. Ou seja, perdem mais de um terço do seu salário mensal (perdem um terço da remuneração base e as demais componentes do vencimento), o que poderá retirar atratividade a esta prestação.

Aliás, os trabalhadores que foram abrangidos pelo lay-off simplificado em 2020 também perdiam um terço do seu salário, mas em 2021 o Governo decidiu passar a assegurar-lhes 100% do ordenado. Na reativação do apoio aos pais, não está, contudo, previsto esse reforço, pelo que os trabalhadores continuarão a sofrer cortes salariais. Os sindicatos ainda reivindicaram que, desta vez, se garantissem os salários na íntegra, mas o Executivo não seguiu esse caminho.

De notar também a esses dois terços da remuneração base aplica-se o desconto de 11% das contribuições sociais e a taxa de retenção na fonte de IRS.

A justificar o não cumprimento da expectativa do Governo esteve, possivelmente, também o facto de não ser cumulável com o lay-off (e na primavera centenas de milhares de trabalhadores estavam nesse regime), nem com o subsídio por doença ou com as prestações de desemprego.

Além disso, em maio, a CGTP alertou que as entidades empregadoras estavam a notificar os trabalhadores que estavam em casa com os filhos para passarem para teletrabalho, o que acabou por significar a desistência deste apoio.

Este apoio pode ser pedido tanto por trabalhadores dependentes, como por trabalhadores independentes e do serviço doméstico. Segundo a Segurança Social: “Os dois progenitores não podem receber este apoio em simultâneo e apenas existe lugar ao pagamento de um apoio, independentemente do número de filhos ou dependentes a cargo“.

Para os pais que tenham filhos com mais de 12 anos, está previsto que as faltas sejam justificadas, mas não é atribuído qualquer apoio.

O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre o impacto orçamental da reativação do apoio excecional à família e fonte do gabinete de João Leão adiantou que se estima gastar o mesmo que na primavera.

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5 coisas que vão marcar o dia

A partir desta sexta-feira as escolas passam a estar fechadas, naquele que é o último dia para os candidatos à Presidência da República fazerem as suas campanhas presidenciais.

A partir desta sexta-feira as escolas passam a estar fechadas e, ao final do dia, é proibido circular entre concelhos, tudo devido às medidas mais apertadas neste novo confinamento. O último dia da semana coincide também com o último dia que os candidatos à Presidência da República têm para fazer as suas campanhas presidenciais.

Escolas encerram portas devido ao confinamento

Esta sexta-feira, as escolas encerram portas por, pelo menos, 15 dias. A decisão foi tomada e anunciada ontem pelo Governo, na sequência do exponencial aumento de casos de infeção com coronavírus. Durante estas duas semanas, os alunos ficarão em casa, sem aulas, sendo depois este período compensado na altura das férias da Páscoa.

A partir das 20h não pode circular entre concelhos

A partir das 20h desta sexta-feira não pode circular entre concelhos. Esta é uma das muitas medidas decretadas pelo Governo para este novo confinamento. Esta restrição de circulação acaba às 5h de segunda-feira, ou seja, de domingo para segunda. Contudo, estão definidas algumas exceções, entre elas o de exercer o direito de voto este domingo.

Quantas pessoas morreram por semana no último ano?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta sexta-feira estatísticas preliminares sobre os óbitos ocorridos semanalmente no início do ano passado, mas também na primeira semana de 2021. Estado indicador permite perceber o excesso de mortalidade registada numa altura de pandemia, sendo especialmente importante a análise ao arranque deste ano, altura em que o número de casos, de internamentos e de óbitos por causa da Covid-19 começou a disparar.

Último dia de campanha para as eleições presidenciais

Hoje é o último dia que os sete candidatos à Presidência da República têm para realizar as suas campanhas. Isto porque amanhã, sábado, é dia de reflexão para os portugueses, na véspera de ir às urnas. Os custos com as campanhas presidenciais variam de candidato para candidato e parte desses custos é coberta pelo Estado, desde que o candidato alcance, no mínimo, 5% dos votos dos portugueses.

Comparar preços da energia? Eurostat tem a ferramenta

Quanto custa a eletricidade em Portugal? E um litro de combustível? E como comparam os preços pagos pelos consumidores nacionais com os dos restantes países europeus? O Eurostat publica esta sexta-feira uma ferramenta que permite analisar os custos de cada fonte de energia com o dos outros Estados-membros, bem como com a média da UE e da Zona Euro. Certo é que em muitos destes “rankings”, Portugal deverá aparecer no topo.

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“A burocracia associada aos vários apoios anunciados é kafkiana”, critica Tiago Mayan

O ECO desafiou os sete candidatos presidenciais a responder a questões sobre a economia portuguesa. Mayan critica os planos do Estado que "não nos trouxeram prosperidade" e pede foco nas empresas.

O ECO desafiou os sete candidatos presidenciais a responder a questões sobre a economia portuguesa: como devem ser ajudadas as empresas, como abordar o problema da dívida pública, como aplicar o fundo de recuperação europeu e como avaliam a política económica do atual Governo em resposta à crise pandémica. Esta sexta-feira publicamos todas as respostas recebidas nesta rubrica “O que é que eles querem para a economia?”.

Tiago Mayan, candidato às Presidenciais apoiado pela Iniciativa Liberal, considera que a resposta do Governo à crise pandémica caracteriza-se mais pela “inação” do que pela ação. “A compensação direta, imediata e sem burocracias dos micro, pequenos e médios empresários não é mais do que o Estado a assumir as responsabilidades pelas suas decisões“, argumenta o candidato liberal.

Quanto à aplicação da ‘bazuca’ europeia, o candidato a Presidente da República considera que o Ministério da Economia e o das Finanças são “cemitérios de grandes planos” que “não nos trouxeram prosperidade”. Assim, é favorável a que o foco seja na recuperação do tecido empresarial. Contudo, por causa da dívida pública elevada, “terá de ser, portanto, pela afetação dos recursos disponíveis e que irão ser disponibilizados (fundos europeus) e, evidentemente, pelo corte na despesa do Estado“, defende Mayan.

Portugal deve apoiar mais as empresas para estimular a retoma? O elevado nível da dívida não é uma preocupação?

O Governo não deve “apoiar”, o Governo deve é cumprir o contrato estabelecido com essas empresas às quais durante anos cobrou TSU, impostos, taxas e taxinhas e relativamente às quais agora impôs unilateralmente um confinamento ou uma severa restrição das suas atividades. A compensação direta, imediata e sem burocracias dos micro, pequenos e médios empresários não é mais do que o Estado a assumir as responsabilidades pelas suas decisões.

O nível de dívida é manifestamente preocupante, hipoteca o futuro do país e por isso essa não pode ser a via de resposta. Terá de ser, portanto, pela afetação dos recursos disponíveis e que irão ser disponibilizados (fundos europeus) e, evidentemente, pelo corte na despesa do Estado.

Os novos fundos europeus devem ser usados em grandes obras/grandes projetos ou mais para as empresas?

Como se intui da resposta anterior, sou totalmente contrário a dar prioridade às grandes obras e projetos públicos na afetação dos fundos europeus. As gavetas dos Ministérios da Economia e das Finanças são cemitérios de grandes “planos” que, demonstradamente, não nos trouxeram prosperidade. Pelo contrário, ou nunca foram aplicados, ou falharam, ou foram sorvedouros vorazes do dinheiro dos contribuintes. Esse é o destino do plano “Costa e Silva” e do “hidrogénio”, as mesmas receitas à espera de resultados diferentes.

Os fundos europeus só serão bem aplicados se de facto forem diretamente canalizados para a reposição do tecido económico do país, que são as micro, pequenas e médias empresas, seja através de compensação direta, seja por via de um alívio fiscal generalizado a essas empresas e aos cidadãos, potenciando investimento e consumo.

Como é que avalia a ação do Governo no combate à crise económica provocada pela pandemia?

Qualifico mais como inação do que ação. As respostas ou foram variações ligeiras do que o sistema já garantia, ou foram empurrar o problema com a barriga. E, como sempre, com uma carga burocrática tremenda associada. Exemplos disto:

  • O lay-off nas empresas não foi adaptado à realidade de todo o setor de atividade estar afetado, não só uma empresa em concreto. Só agora se decidiu atribuir o rendimento a 100% ao trabalhador.
  • A burocracia associada aos vários apoios anunciados é kafkiana, objetivamente atrasou consideravelmente a chegada desses fundos e não só, impede que grande parte das microempresas, que são as que mais sofrem neste momento, não consigam ter acesso a esses apoios, por não terem contabilidade organizada. É o que acontece a pequenos cafés e restaurantes, por exemplo.
  • As moratórias de rendas e empréstimos são adiar um problema e criam dificuldades a quem está a jusante. O Estado deveria capacitar as empresas neste momento, suspendendo as cobranças de impostos e injetando diretamente as compensações por quebra ou fecho de atividade, permitindo assim que essas empresas pudessem continuar a pagar as suas rendas e prestações.

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Marcelo admite que houve atrasos “mais longos do que desejaria” nos apoios à economia

O ECO desafiou os sete candidatos presidenciais a responder a questões sobre a economia portuguesa. Marcelo admite que houve atrasos nos apoios à economia, mas elogia o "voluntarismo" de Siza Vieira.

O ECO desafiou os sete candidatos presidenciais a responder a questões sobre a economia portuguesa: como devem ser ajudadas as empresas, como abordar o problema da dívida pública, como aplicar o fundo de recuperação europeu e como avaliam a política económica do atual Governo em resposta à crise pandémica. Esta sexta-feira publicamos todas as respostas recebidas nesta rubrica “O que é que eles querem para a economia?”.

O atual Presidente da República põe-se do lado do Governo, assinalando o “voluntarismo” do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, na resposta inicial à crise pandémica, apesar de reconhecer que houve atrasos “mais longos do que desejaria”. Contudo, compreende a necessidade de prudência orçamental, pedindo até uma “muito cuidadosa gestão dos fundos europeus” por causa do nível de dívida pública.

Reconhecendo que os privados na economia portuguesa são “muito dependentes do público”, Marcelo Rebelo de Sousa recomenda ao Governo que, além de investir o dinheiro da ‘bazuca’ europeia nas prioridades de “projetos estruturantes”, aposte também nos “incentivos transversais às empresas”. “Isso não pode ser esquecido, sobretudo com uma crise pandémica longe do fim e uma crise económica e social em começo“, argumenta o recandidato à Presidência da República.

Portugal deve apoiar mais as empresas para estimular a retoma? O elevado nível da dívida não é uma preocupação?

Claro. [Portugal deve apoiar] a pensar na urgentíssima almofada para sustentar esta fase pandémica, no urgente, ou seja as pré-condições para a retoma, e no duradouro, a saber que olhará não só para a recuperação, mas também para o enfrentar de requisitos estruturais para crescimento competitivo virado para o exterior e renovado enfoque no mercado interno, que toca tanta micro, pequena e média empresa.

O nível da dívida [pública] exige uma muito cuidadosa gestão dos fundos europeus, preferência pela quota-parte doada e precaução na mutuada, mesmo se em condições singulares, e permanente atenção ao equilíbrio financeiro interno, leia-se orçamental.

Os novos fundos europeus devem ser usados em grandes obras/grandes projetos ou mais para as empresas?

Há uma parte que se encontra já condicionada pelos termos europeus — na transição energética, na transição digital e na saúde. Mas, mesmo aí, e, por maioria de razão fora dessas áreas, as escolhas são largamente nacionais e, nelas há que conjugar o que for efetivamente prioritário em projetos estruturantes com os incentivos transversais às empresas.

Temos uma economia em que o privado é muito dependente do público, em enquadramento, custos de contexto e fiscalidade. Isso não pode ser esquecido, sobretudo com uma crise pandémica longe do fim e uma crise económica e social em começo.

Como é que avalia a ação do Governo no combate à crise económica provocada pela pandemia?

Primeiro: a necessidade de fazer face ao inesperado, surpresa, improviso, casuísmo, busca de fórmulas em permanente ajustamento. Veja-se os sucessivos textos sobre o lay-off e o medo de se expor muito sem garantias de fundos europeus. Ainda assim, [houve a] primeira vaga de medidas entre final de março e maio. Com arbitragens difíceis com a gestão orçamental e, por isso, compassos de espera mais longos do que desejaria.

Depois: a tentativa de animar os setores totalmente parados — o turismo, por exemplo — e de abrir ao maior número deles, com medidas de transição, ainda pendentes de decisões europeias só visíveis no verão, mas sem desbloqueamento de verbas mesmo de instrumentos do quadro comunitário anterior — como o SURE [programa da Comissão Europeia de apoio ao emprego] –, o que deu soluções de compromisso entre junho e setembro. A seguir, e de modo progressivo, quando se entendeu o alcance e maior duração da pandemia — reformulações, alargamentos, viragem para apoios mais diretos no terreno — a partir de outubro e, em particular, entre dezembro e janeiro.

De algum modo, o processo decisório foi acompanhando, com algum timelag, a própria evolução do processo pandémico. Atacando mais depressa e fortemente o emprego, a saber, o lado laboral. As empresas foram vendo mudar e reformular esquemas iniciais e, há que reconhecê-lo, desencadeando iniciativas participativas para apontar para soluções mais diretas, mais céleres e mais eficazes.

No todo, foi um exercício muito complexo, conjunturalmente marcado e pondo à prova a capacidade de resistência e de imaginação numa sociedade em que a pandemia se não esperava — como, aliás, na generalidade das outras — e num Estado que sempre teve na Economia o departamento adjuvante das Finanças. Neste contexto, pude testemunhar, nomeadamente, em tempos cruciais de primeiro confinamento, a dedicação e o voluntarismo do Ministro Siza Vieira.

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“Portugal foi dos que menos investiu em percentagem do PIB” para travar efeitos da pandemia, critica Marisa Matias

O ECO desafiou os sete candidatos presidenciais a responder a questões sobre a economia portuguesa. Marisa Matias defende que a prioridade deve ser a manutenção do emprego.

O ECO desafiou os sete candidatos presidenciais a responder a questões sobre a economia portuguesa: como devem ser ajudadas as empresas, como abordar o problema da dívida pública, como aplicar o fundo de recuperação europeu e como avaliam a política económica do atual Governo em resposta à crise pandémica. Esta sexta-feira publicamos todas as respostas recebidas nesta rubrica “O que é que eles querem para a economia?”.

Marisa Matias, candidata pela segunda vez à Presidência da República com o apoio do Bloco de Esquerda, pede um foco na manutenção do emprego em Portugal quando se fala do desenho de apoios públicos. “O que as crises anteriores nos provaram é que o desemprego e a pobreza são a primeira condição para o aumento da dívida“, argumenta a eurodeputada do BE.

Quanto ao fundo de recuperação europeu, a candidata bloquista sinaliza estar alinhada com as prioridade dos Estados-membros e da Comissão Europeia: “A transição energética e o combate às alterações climáticas” deve ser a prioridade. E, mais uma vez, para “proteger o emprego”, incluindo através do investimento público: “Portugal foi dos países que menos investiu em percentagem do PIB”, alerta.

Portugal deve apoiar mais as empresas para estimular a retoma? O elevado nível da dívida não é uma preocupação?

Portugal deve apoiar a economia, tendo a manutenção do emprego como critério. O que as crises anteriores nos provaram é que o desemprego e a pobreza são a primeira condição para o aumento da dívida. A receita do empobrecimento do país falhou. Precisamos de compromissos pelo emprego e contra a precariedade.

Os novos fundos europeus devem ser usados em grandes obras/grandes projetos ou mais para as empresas?

Devem ser usados para proteger o emprego e, recuperando o país, colocar a transição energética e o combate às alterações climáticas no centro da política.

Como avalia a ação do Governo no combate à crise económica provocada pela pandemia?

Portugal foi dos países que menos investiu em percentagem do PIB. Isso é um erro, porque é agora que precisamos de proteger o país da crise. Acredito que ainda vamos a tempo.

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Horta Osório vai substituir Luís Portela como chairman da Bial

Após ser nomeado chairman do Credit Suisse, um dos maiores bancos do mundo, Horta Osório vai ser também presidente não executivo do conselho de administração da farmacêutica portuguesa.

António Horta Osório vai ser o próximo presidente não executivo do conselho de administração da farmacêutica portuguesa Bial, a partir de abril. Após anunciar a saída do cargo de presidente executivo do banco Lloyds, o banqueiro português foi nomeado chairman do Credit Suisse, um dos maiores bancos do mundo, e agora vai também substituir Luís Portela, acionista maioritário da empresa e presidente durante os últimos 42 anos.

“A Bial é uma das empresas portuguesas que mais admiro e, por isso, o convite que me foi dirigido pelo Luís Portela constitui um enorme orgulho. O Luís lançou a Bial no mundo, tornando-a numa empresa internacional de renome. Desejo que a minha experiência ajude a consolidar ainda mais esse caminho”, evidencia António Horta Osório, citado em comunicado.

António Horta Osório, de 56 anos, tem uma longa carreira na banca, que teve início em 1987 no Citibank, passando depois pelo Goldman Sachs, em Nova Iorque e Londres. Em 1993, foi convidado por Emilio Botín para o Santander, onde criou o Banco Santander de Negócios Portugal, tendo liderado as operações do banco no país e no Brasil e, posteriormente, no Reino Unido, tornando-se, em 1999, vice-presidente executivo do Grupo Santander. Foi durante quase 20 anos o braço direito de Emilio e de Ana Botín no gigante Santander.

Onze anos depois António Horta Osório foi nomeado presidente executivo do Lloyds. No seu currículo acumula ainda lugares de administrador não executivo no Banco de Inglaterra e em alguns grandes grupos económicos, como a Exor (holding da família Agnelli) e a INPAR (holding da família Lemann), que ainda mantém. No verão passado anunciou a sua saída do Lloyds no final do atual mandato, completando um ciclo de dez anos à frente daquele que é o maior banco comercial e de retalho do Reino Unido.

Em dezembro foi noticiado que António Horta Osório será o futuro chairman do banco Credit Suisse, a partir de maio deste ano. Será o primeiro banqueiro não suíço a assumir este cargo. No Credit Suisse, Osório vai ocupar o lugar do banqueiro suíço Urs Rohner que chegou ao limite permitido pelos estatutos de renovação de mandatos (12 anos).

Em Portugal, para além de assumir a função de chairman da farmacêutica portuguesa Bial, o banqueiro português com mais currículo desempenha funções não executivas na Fundação Champalimaud e na Sociedade Francisco Manuel dos Santos.

Luís Portela revela que “esta mudança vem sendo preparada há algum tempo, visando, por escolha da minha família, o reforço da estrutura profissional que desenvolvemos, preparando a Bial para um novo patamar no contexto internacional.” E acrescenta: “Retiro-me com um enorme agradecimento à fantástica equipa que tive o privilégio e o prazer de capitanear e com a convicção de que, com o apoio de António Horta Osório, estão criadas condições para servirmos cada vez melhor a saúde de um cada vez maior número de pessoas”, refere Luís Portela, citado em comunicado.

Luís Portela já tinha anunciado a intenção de retirar-se da vida profissional antes dos 70 anos — que atinge dentro de meses –, para se dedicar à Fundação Bial, aos seus livros e à família. A farmacêutica criada pelo seu avô, em 1924, continua a ser gerida pela família, embora já com uma dimensão internacional e com dois medicamentos resultantes de investigação própria, um antiepilético e um antiparkinsoniano. A presidência executiva passou para as mãos do seu filho mais velho, António, em 2011, subindo Luís Portela a chairman. Um ano antes, o filho Miguel Portela também passou a fazer parte da administração, reforçando a presença da quarta geração da família na gestão.

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