Produzir eletricidade pode ser até 25% mais caro por causa das alterações climáticas, dizem cientistas

Investigadoras portuguesas descobriram que gerar energia em 2050 pode ser 25% mais caro ou 15% mais barato. Tudo vai depender das alterações climáticas, mais extremas ou mais moderadas.

As alterações climáticas estão aí e não há como evitá-las, ou mesmo travá-las. As suas consequências fazem-se sentir já no presente e adivinham-se sobretudo para o futuro: em 2050, em termos anuais, poderão levar a uma variação no custo de geração da energia elétrica em Portugal entre cerca de “mais 25% e até menos 15% (dependendo do cenário climático considerado, mais extremo ou mais moderado) face às condições climáticas atuais”.

A conclusão é do caso de estudo português “Como as alterações climáticas vão afetar o setor eletroprodutor português no futuro”, inserido no projeto de âmbito europeu Clim2Power.

Em termos sazonais, em todos os cenários climáticos futuros há um aumento do custo de geração de eletricidade no inverno compensada por uma diminuição no outono. A capacidade de produção terá de ser mais ágil”, garantiram em entrevista ao ECO/Capital Verde Sofia Simões, investigadora principal em Portugal do Clim2Power, coordenadora da Unidade de Economia de Recursos do LNEG e professora auxiliar convidada na NOVA-FCT em alterações climáticas, e Patrícia Fortes, investigadora do CENSE – Centre for Environmental and Sustainability Research da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa.

O estudo teve a duração de três anos e terminou no dia passado dia 31 de dezembro, estando agora as suas conclusões a ser apresentadas à Comissão Europeia, Agência Internacional de Energia, Agência Europeia do Ambiente, ao Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), tutelado pela Secretaria de Estado da Energia, à Agência Portuguesa do Ambiente, ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e à Associação Portuguesa de Energias Renováveis, entre outros membros do User Board nacional.

Fica a faltar ainda o Governo português, mas as investigadoras avisam desde já que “as estratégias vigentes para a neutralidade carbónica até 2050 não consideram a realidade das alterações climáticas”, como o Plano Nacional de Energia e Clima 2030, mas sobretudo o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050), apresentado pelo Executivo de António Costa em 2019. Nessa altura, Portugal foi o primeiro país do mundo a anunciar que quer ser neutro em carbono em meados do século.

O que está errado no Roteiro Nacional para a Neutralidade carbónica 2050?

“A transição energética para fontes de energia renovável é vista como uma condição essencial para atingir a neutralidade carbónica até 2050 e para prevenir perturbações climáticas irreversíveis. No entanto, a geração de eletricidade fortemente sustentada por fontes de energia renovável também torna o sistema elétrico muito mais vulnerável às alterações climáticas futuras”, garantem.

Como? Para começar, dizem, as alterações climáticas (temperatura, precipitação, nebulosidade, entre outras) podem impactar toda a cadeia do sistema elétrico, afetando desde logo a disponibilidade dos recursos hídricos, solares e eólicos, a eficiência da transmissão das redes e provocando profundas alterações nos padrões da procura de eletricidade e nas necessidades de aquecimento e arrefecimento.

“A maioria dos modelos utilizados hoje para desenhar cenários de mitigação e de transição energética e suportar as decisões políticas têm como base o passado e continuam a ignorar todos estes efeitos e a sua complexidade”, alertam as investigadoras.

 

Resultado? Ambas garantem, por exemplo, que no Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica 2050 o solar e o eólico onshore estejam sobrestimados no futuro (as previsões apontam para mais nuvens a encobrir o sol e até -25% vento em terra em 2050 face a 2011). Pelo contrário, defendem, o eólico offshore está subestimado e será, de todas, a tecnologia mais ganhadora a longo prazo, porque o seu custo vai reduzir drasticamente. O documento não ignora por completo as alterações climáticas, mas teve em conta os seus efeitos apenas na energia hídrica e de forma simplista, explicam.

O estudo avalia então o impacto das alterações climáticas no sistema eletroprodutor português primeiro em 2030 e depois em 2050, tendo em conta 11 modelos e dois cenários climáticos futuros: um mais extremo e outro mais moderado. Na prática, foi criada uma ferramenta dinâmica e atualizável que parte de modelos científicos complexos, a partir dos quais é possível obter informações direcionadas para os utilizadores finais, tais como sejam os decisores políticos e os gestores do sistema elétrico.

Os resultados obtidos foram depois comparados com os resultados do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 e mostram que “as alterações climáticas podem influenciar o perfil custo-eficaz da geração de energia elétrica no país”.

As conclusões do caso de estudo português evidenciam que a energia hídrica será sem dúvida a mais afetada, com grandes reduções na produção comparativamente a dados históricos. Já o solar fotovoltaico e o eólico onshore poderão ser afetados tanto positiva como negativamente, dependendo do cenário e modelo em questão. No caso do RNC2050, o documento apresenta uma visão mais otimista tanto para a energia solar como para as eólicas em terra.

Como será o tempo em Portugal em 2050?

De acordo com Sofia Simões, se uma turbina eólica trabalhar 2600 horas por ano, esta é uma boa média hoje em dia. Mas tudo isso pode mudar no futuro. Em meados do século, vai haver mais vento no outono e menos no inverno. Também na chuva os padrões vão mudar, será mais intensa na primavera e mais frequente no outono. Daí a conclusão: “Em termos sazonais, em todos os cenários climáticos futuros há um aumento do custo de geração de eletricidade no inverno compensada por uma diminuição no outono”.

Isto significa que os recursos disponíveis — solar, hídrico, eólico e térmico — “terão de ser geridos de forma mais equilibrada para obter um mix energético ótimo”, dizem as investigadoras, com base em informação científica recolhida e carregada numa ferramenta dinâmica que poderá servir de apoio à toma de decisões de política energética, algo que ainda não acontece agora.

Empresas energéticas como a EDP (entre outras), que está no User Board do caso de estudo português também podem usar a ferramenta para decidir como e quando produzir energia elétrica no futuro.

Já hoje, dizem as investigadoras, “há paridade nos preços de produção solar e eólica face ao gás natural”.

De acordo com os resultado do Clim2Power, para a Península Ibérica (onde se inclui Portugal) atingir a neutralidade carbónica em 2050, tendo em conta as alterações climáticas, precisará entre 164,2 e 205,8 TWh de energia solar, 137,5 e 173,5 TWh de energia eólica e 30,5 e 37,2 TWh de energia hídrica.

Fonte: Clim2Power

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Endividamento da economia sobe para novo recorde de 742,8 mil milhões de euros

O endividamento dos cidadãos, empresas e Estado subiu 2,1 mil milhões em novembro, atingindo um total de 742,8 mil milhões de euros. É o valor mais elevado de sempre.

As empresas, os cidadãos e o Estado continuaram a aumentar a sua dívida no final do ano passado por causa da pandemia. O endividamento da economia portuguesa (todos os agentes económicos exceto a banca) subiu 2,1 mil milhões de euros em novembro, face a outubro, fixando-se nos 742,8 mil milhões de euros, acima os 740,7 mil milhões de euros de outubro, segundo os dados do Banco de Portugal divulgados esta quinta-feira.

Face a outubro, “este aumento deveu-se ao acréscimo de 1,4 mil milhões de euros do endividamento do setor público e de 0,7 mil milhões de euros do endividamento do setor privado”. Ou seja, foi o agravamento da dívida pública a justificar a maior parte da subida entre outubro e novembro.

No caso do setor público, a maior subida registou-se nas próprias administrações públicas (Estado, Segurança Social, entre outras entidades) e não nas empresas públicas. Entre as empresas privadas, a maior subida foi nas PME, já que as grandes empresas até têm conseguido baixar o endividamento. Nos particulares destaca-se o endividamento para a aquisição de habitação, o qual continua a crescer.

Em comparação com novembro do ano passado, o endividamento da economia já acumula uma subida de 20,7 mil milhões de euros. O endividamento de 742,8 mil milhões de euros da economia portuguesa divide-se entre 338,7 mil milhões de euros do setor público e 404,1 mil milhões de euros do setor privado.

Endividamento da economia atinge novo recorde

Fonte: Banco de Portugal.

Em termos percentuais, face ao PIB, o endividamento da economia fechou o terceiro trimestre nos 362%, quase 20 pontos percentuais acima do valor registado no terceiro trimestre de 2019 (342,3% do PIB).

O rácio do endividamento tinha vindo a cair nos últimos anos, mas essa trajetória foi interrompida pela pandemia. A crise pandémica tem levado a um maior endividamento para amparar o impacto das restrições económicas, mantendo os agentes económicos à tona.

(Notícia atualizada às 11h20)

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Preço médio das casas em Londres supera as 500 mil libras pela primeira vez

Apesar da pandemia, os preços das casas no Reino Unido continuam a subir. Depois de o Governo ter suspendido o imposto sobre os imóveis acima de 500.000 libras, houve um disparo nos preços.

Se há setor onde a pandemia teve um impacto residual foi no imobiliário. E essa é uma tendência observada em vários países. Rumo a Londres, o preço médio de uma casa na capital britânica ultrapassou a barreira das 500.000 libras (563.359 euros) pela primeira vez, de acordo com dados oficiais relativos a novembro passado, citados pelo The Guardian (conteúdo em inglês).

Numa altura em que o imposto cobrado às casas de até meio milhão de libras está suspenso, o boom nas vendas foi de tal forma que fez disparar os preços em 9,7% para uma média recorde de 514.000 libras (579.133 euros) em novembro, segundo dados do Office for National Statistics (ONS). Além disso, foi notório um aumento da procura por casas mais espaçosas.

Dentro da capital britânica, as maiores subidas nos preços observaram-se nos bairros de Kensington e Chelsea, com uma subida anual de 28,6%, tocando num preço médio de 1,5 milhões de libras (1,69 milhões de euros). O bairro de Brent, na periferia de Londres, assistiu a um aumento superior a 20%, mas o ONS refere que isso refletiu parcialmente uma queda nos preços entre outubro e novembro de 2019.

Evolução do preço médio das casas em Londres

Evolução do preço médio das casas em Londres até novembro.The Guardian

“A procura por imóveis no centro de Londres pode ser particularmente sensível às alterações temporárias dos impostos sobre a propriedade, visto que os preços dos imóveis estão altos e, portanto, o imposto correspondente a ser pago também está“, refere o ONS, citado pelo The Guardian. “Além disso, em comparação com outras regiões do Reino Unido, Londres tem uma proporção relativamente alta de propriedades compradas para investimento”.

Analisando todo o Reino Unido, o preço médio de uma casa no país era de 250.000 libras (281.680 euros), tendo a subida sido de 7,6% no ano passado. Foi o maior crescimento desde junho de 2016. Yorkshire e Humber registaram uma taxa de crescimento anual de 9,7%, levando o preço médio de uma casa na região para 181.000 libras (203.936 euros). A subida mais baixa observou-se no leste do país, onde os preços aumentaram 4,8% ao ano para uma média de 303.000 libras (341.396 euros).

Várias imobiliárias, citadas pelo jornal britânico, referem que depois do primeiro confinamento ter terminado e da suspensão temporária do imposto ter sido anunciadas, em julho, o elevado nível de atividade do mercado continuou até ao outono. Os números do Banco de Inglaterra mostram que o número de empréstimos aprovados para a compra de casa bateu máximos de cinco anos em dezembro.

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EUA vão aderir ao programa de distribuição de vacinas da OMS

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2021

Estados Unidos cancelaram os planos de abandonar o organismo internacional de saúde.

Os Estados Unidos vão aderir já esta quinta-feira à plataforma Covax, criada pela Organização Mundial da Saúde para garantir uma distribuição equitativa das vacinas contra a Covid-19 no mundo, anunciou o representante norte-americano na entidade.

Os Estados Unidos “vão juntar-se aos trabalhos internacionais de combate à pandemia, pelo que o Presidente publicará hoje uma diretiva que contempla a incorporação do país ao programa Covax”, afirmou o representante norte-americano na comissão executiva da Organização Mundial da Saúde (OMS) e principal epidemiologista da Casa Branca, Anthony Fauci.

Fauci fez o anúncio poucas horas depois de o Presidente Joe Biden notificar o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, de que os Estados Unidos cancelaram os planos de abandonar o organismo internacional de saúde.

A nova Administração norte-americano agradeceu à OMS pelo seu papel de liderança na luta contra a pandemia de covid-19 e garantiu que o país voltará a dar apoio financeiro à organização. Os Estados Unidos, que já tinham anunciado a intenção de regressar à OMS na quarta-feira, “pretendem cumprir as suas obrigações financeiras para com a organização”, sublinhou Anthony Fauci na reunião desta quinta-feira.

Garantindo que os Estados Unidos vão aderir ao projeto da OMS para distribuir vacinas em todo o mundo, Fauci afirmou que o país está “pronto” para apoiar a resposta internacional à pandemia.

A Administração Biden “vai trabalhar com a OMS para fortalecer e reformar a organização e melhorar os seus mecanismos para que respondam de forma mais adequada às emergências de saúde”, disse.

Pouco depois de assumir a presidência, na quarta-feira, Biden emitiu uma ordem executiva para impedir que o país deixasse a OMS, processo que o seu antecessor, Donald Trump, iniciou em julho do ano passado para entrar em vigor um ano depois, ou seja, em julho deste ano.

“Este é um grande dia para esta organização e para a saúde mundial”, reagiu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, elogiando o cancelamento do abandono da OMS pelos Estados Unidos.

Ghebreyesus afirmou ainda estar muito satisfeito com a anunciada incorporação dos EUA no programa Covax, referindo que “isso significa que o mundo estará mais bem equipado” na luta contra a pandemia.

“Estamos muito satisfeitos que os Estados Unidos permaneçam nesta família”, acrescentou, destacando que o papel desse país na saúde global “é realmente crucial”.

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Dívida de Portugal chega a 130,8% do PIB. Já há mais 4 países da UE no “clube” dos 100%

Portugal fechou o terceiro trimestre com uma dívida pública de 130,8% do PIB. Continua a ser a terceira maior da União Europeia, mas agora tem a companhia de mais quatro países no "clube".

A dívida pública portuguesa aumentou 11,3 pontos percentuais num só ano, por causa da crise pandémica, e fechou o terceiro trimestre nos 130,8% do PIB, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat. Portugal continua a ter a terceira maior dívida da União Europeia, apenas atrás da Grécia e de Itália, mas agora o “clube” dos 100% tem mais quatro países: Bélgica, Chipre, França e Espanha.

Foi nestes países que a dívida mais cresceu nos últimos 12 meses por causa da pandemia, seja pelo efeito da queda do PIB seja pela subida do défice orçamental com maiores gastos relacionados com a Covid-19. A maior subida registou-se no Chipre (+22,9 pontos percentuais), para os 119,5% do PIB, seguindo-se Itália (+17,4 pontos percentuais), para os 154,2%, e a Grécia (+17,3 pontos percentuais) para os 199,9%, sendo expectável que ultrapasse os 200% no final de 2020.

Em Espanha, a dívida cresceu 16,6 pontos percentuais para os 114,1% do PIB, em França subiu 16,5 pontos percentuais para os 116,5% do PIB e na Bélgica a subida foi de 11,6 pontos percentuais para os 113,2%. Estes países juntam-se assim ao “clube” de países da UE com um rácio da dívida superior a 100%, que antes da pandemia era composto apenas por Portugal, Grécia e Itália.

Do lado oposto neste indicador está a Estónia, com uma dívida pública de 18,5% do PIB, a Bulgária (25,3%) e o Luxemburgo (26,1%). Em comparação com o terceiro trimestre de 2019, a menor subida do rácio da dívida registou-se na Irlanda onde apenas aumentou 0,7 pontos percentuais para os 62,% do PIB. A média europeia do rácio da dívida pública situou-se nos 89,8% do PIB no terceiro trimestre de 2020.

Portugal com défice abaixo da média europeia no terceiro trimestre

Isolando o terceiro trimestre, o défice orçamental em Portugal fixou-se nos 3,8% do PIB, ficando abaixo da média europeia de 5,3%. Estes foram três meses de recuperação tanto do PIB como das receitas públicas, melhorando o saldo orçamental.

Por um lado, houve países com um défice de apenas 0,9%, no caso da Dinamarca, ou de 1%, no caso de Espanha, quando se isola o terceiro trimestre, mas também países europeus que mantiveram um défice alto como foi o caso da Bélgica (-9,5%) ou de Itália (-9,4%).

Contudo, para se comparar o desempenho do saldo orçamental dos respetivos países seria necessário ter o défice acumulado entre janeiro e setembro — no caso de Portugal foi de 4,9% do PIB, segundo o Instituto Nacional de Estatística –, mas o Eurostat não disponibiliza essa informação. Certo é que, como seria expectável, todos os países registam um défice orçamental em 2020.

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Hospital Militar de Lisboa duplica capacidade com mais 140 camas

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2021

O polo de Lisboa do Hospital Militar duplicou a sua capacidade, com mais 140 camas, para ajudar a tratar doentes de Covid-19.

O polo de Lisboa do Hospital Militar duplicou a sua capacidade, com mais 140 camas, para ajudar a tratar doentes de Covid-19, anunciou esta quinta-feira o Ministério da Defesa Nacional (MDN).

No total, o hospital terá um total de 274 camas de enfermaria, 197 para doentes Covid-19 (72%) e 20 camas de cuidados intensivos, das quais, 15 são para infetados com o novo coronavírus (75%), lê-se num comunicado do MDN.

Atualmente, estão internados 124 doentes com Covid-19 internados nos dois polos do hospital das Forças Armadas (Lisboa e Porto), 101 dos quais provenientes do Serviço Nacional de Saúde (SNS.

Desde o início da pandemia em março de 2020, o Hospital das Forças Armadas já tratou 652 doentes Covid-19, com origem no SNS, de acordo com a informação do ministério.

Para duplicar a capacidade, com mais 140 camas, o hospital teve de adaptar vários espaços, inclusivamente refeitórios e salas destinadas a consultas externas, segundo o comunicado.

Já o Centro de Apoio Militar Covid-19, em Lisboa, voltou a aumentar a sua capacidade de internamento, passando de 60 para 72 camas, a par de um reforço de profissionais de saúde pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

Desde o período mais crítico da pandemia, em março e abril de 2020, as Forças Armadas têm participado no esforço para conter a doença através da desinfeção de instalações, como lares e escolas, produziu álcool gel e disponibilizou o hospital militar, além de instalações para pessoas fazerem a quarentena, por exemplo.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.058.226 mortos resultantes de mais de 96,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, que está de novo em confinamento geral, morreram 9.465 pessoas dos 581.605 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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80% dos inscritos votaram no domingo para as presidenciais

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2021

De um total de 246.880 inscritos para o voto antecipado nas presidenciais, votaram 197.903 eleitores, o que corresponde a cerca de 80,15%.

Cerca de 80% dos eleitores inscritos para o voto antecipado nas presidenciais votaram no domingo, segundo dados finais relativos aos 308 municípios divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

Segundo informações enviadas à Lusa, de um total de 246.880 inscritos, votaram 197.903 eleitores, o que corresponde a cerca de 80,15%.

Depois da experiência de 2019, nas europeias e legislativas, o voto antecipado em mobilidade alargou-se das capitais do distrito para as sedes dos 308 concelhos e o objetivo é simples: evitar grandes concentrações de pessoas devido à epidemia de covid-19 no país.

O dia de votação antecipada foi marcado por longas filas de pessoas para votar, em especial nas grandes cidades, o que originou críticas de partidos da oposição, como PSD e CDS.

No domingo, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, votou no Barreiro, distrito de Setúbal, para as presidenciais de 24 de janeiro e considerou que o processo correu bem, mas, um dia depois, o primeiro-ministro, António Costa, reconheceu deficiências de organização em alguns concelhos.

Quem se inscreveu para o voto antecipado e não o fez poderá votar no próximo domingo.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de Covid-19 em Portugal, estão marcadas para domingo e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral termina na sexta-feira. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), o ex-militante do PS Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans e presidente do RIR – Reagir, Incluir, Reciclar, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.058.226 mortos resultantes de mais de 96,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9.465 pessoas dos 581.605 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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Porque é que a vacina da AstraZeneca é essencial para Portugal?

A campanha de vacinação está a decorrer a "conta-gotas" dada a quantidade restrita de doses que chegou ao país. A autorização da vacina da AstraZeneca é por isso essencial para acelerar o processo.

Há cerca de três semanas arrancou o plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, com os profissionais de saúde a serem os primeiros a serem inoculados. E se a campanha de vacinação está a decorrer normalmente, ainda que a “conta-gotas”, o grande desafio passa por gerir a quantidade de vacinas existentes, já que apenas as vacinas da Pfizer/BioNTech e a Moderna receberam luz verde da Agência Europeia do Medicamento (EMA). Nesse sentido, a aprovação da vacina que está a ser desenvolvida pela Universidade de Oxford, em conjunto com a AstraZeneca, poderá ser a “chave” para acelerar o processo.

À semelhança do que sucedeu em vários países da União Europeia, a 27 de dezembro iniciou-se a primeira fase da vacinação contra o vírus SARS-CoV-2, sendo que em Portugal começou por abranger os profissionais dos centros hospitalares universitários do Porto, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central, que receberam a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech. Desde então e até sexta-feira passada, cerca de 106 mil pessoas já foram vacinadas em Portugal continental, incluindo também utentes e funcionários de lares de idosos.

Até ao final deste mês, Portugal conta receber 400 mil doses de vacina, das quais cerca de 20 mil serão canalizadas para as regiões autónomas. O objetivo da task-force responsável por delinear o plano de vacinação contra o novo coronavírus é claro: “No final de janeiro, vamos ter 275 mil pessoas já com a primeira toma realizada e cerca de 74 mil pessoas com a vacinação completa”, apontou Francisco Ramos, coordenador do plano de vacinação contra a Covid-19, em declarações à TVI-24 (acesso livre).

Assim, destes 275 mil portugueses que deverão receber a primeira toma ainda até ao final deste mês, incluem-se 100 mil profissionais de saúde e 175 mil residentes em lares e internados em cuidados continuados e os respetivos profissionais dessas entidades. Num cenário “otimista”, o Governo tem como meta vacinar o primeiro grupo prioritário — que envolve 950 mil pessoas –, “até ao final de março”. Já “de uma forma mais prudente” a meta é “até ao final de abril”, referiu Francisco Ramos à cadeia de televisão.

Entretanto, esta segunda-feira o primeiro-ministro veio garantir que o plano de vacinação nos lares vai ser acelerado, já que os idosos estão entre os mais vulneráveis e, por isso, mais afetados pela doença. Nesse sentido, o Governo tem agora como objetivo “concluir até ao final da próxima semana a vacinação integral da primeira toma em todos os lares, salvo naqueles onde a essência de surtos nos impede de proceder à vacinação”, disse António Costa, após o Conselho de Ministros extraordinário.

Contudo, um dos grandes desafios que se coloca nesta altura, tal como noutros países europeus, é gerir a quantidade de vacinas disponíveis, dado que o regulador europeu ainda só aprovou duas vacinas distintas. Além disso, a dificultar o cumprimento do calendário previsto está ainda um atraso das vacinas da Pfizer, que advertiu na sexta-feira passada para um atraso nas entregas, com vista a melhorar a sua capacidade de produção. Ainda assim, Francisco Ramos assegura que este percalço não terá grandes efeitos no processo de vacinação a curto-prazo, admitindo apenas que vai provocar apenas uma “gestão um pouco mais apertada das reservas [das vacinas] para a segunda toma”. Também a presidente da Comissão Europeia tinha garantido que estão asseguradas as doses que estão previstas para a UE no primeiro trimestre deste ano.

Com os casos de infeção e mortes por Covid-19 a baterem máximos sucessivos e colocando Portugal como o primeiro país do mundo com o maior número de novas infeções por milhão de habitantes, bem como o segundo a nível mundial no que toca à mortalidade, de acordo com os dados disponibilizados pelo site Our World in Data da Universidade de Oxford na segunda-feira, a urgência da vacinação torna-se cada vez mais necessária. Nesse sentido, o coordenador do plano de vacinação sublinha que a task-force vai “tentar maximizar todas as vacinas que temos para no fundo conseguirmos vacinar o mais depressa possível todas as pessoas”.

Mas a “chave” para acelerar todo o processo, nomeadamente para responder às metas do primeiro grupo de vacinação pode estar na vacina da AstraZeneca/Oxford, já que apenas com as vacinas da Pfizer e da Moderna, Portugal tem “condições para vacinar até ao final de março 750 mil portugueses”, mas consegue abranger quase um milhão de pessoas com esta terceira vacina. “Para de facto podermos ter condições para chegar ao quase um milhão de pessoas que estão consideradas na primeira fase vamos precisar que a vacina da AstraZeneca esteja também em circulação”, admitiu Francisco Ramos.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) vai reunir-se a 29 de janeiro para decidir se dá ou não “luz verde” à vacina da Oxford/AstraZeneca. Caso seja aprovada a expectativa é a de que comece a ser distribuída em fevereiro. Nesse cenário, entre fevereiro e março teremos “mais 1,4 milhões de doses de vacinas para administrar, o que quer dizer que poderemos tornar este processo mais rápido”, reconheceu o coordenador do plano de vacinação, na última reunião do Infarmed.

Com uma eficácia média de 70%, esta vacina é mais barata e também mais fácil de armazenar do que as concorrentes da Pzifer e Moderna, podendo ser conservada num frigorífico comum, o que torna a logística menos complicada na sua distribuição. De salientar, que a vacina da Moderna pode ser armazenada por seis meses a -20 graus para transporte e armazenamento de longo prazo, enquanto a da Pfizer requer temperaturas muito mais baixas para o armazenamento.

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Fechar escolas “vai ser demolidor para ano letivo”, diz Marcelo

  • ECO
  • 21 Janeiro 2021

Marcelo Rebelo de Sousa compreende a decisão de “fechar o mais cedo possível para se perceber e enfrentar os desafios”.

Perante críticas e apelos de um recuo, o Governo acabou por decidir fechar as escolas, que tinham continuado abertas durante o confinamento geral. O Presidente da República concorda com a decisão, mas reitera que esta “vai ser demolidora para o ano letivo”, em declarações ao Observador (acesso livre).

Marcelo Rebelo de Sousa compreende e mostra-se a favor da decisão de “fechar o mais cedo possível para se perceber e enfrentar os desafios”. Até porque existe “uma situação nova que parece mais grave do que se pensava porque há duas semanas a nova estirpe representava 5% dos casos e agora representa 20% e com tendência a galopar”, referindo-se à nova variante do vírus, mais contagiosa, inicialmente detetada no Reino Unido.

Manter as escolas abertas era uma das principais diferenças deste confinamento para aquele que esteve em vigor em março, e começou a ser alvo de críticas, à medida que os casos continuam a aumentar. O Presidente da República aponta que a situação da pandemia é agora “mais preocupante”, sendo que “pode demorar mais tempo”. Reitera assim que não se “admirava que a Europa voltasse a fechar e regressasse a uma situação já vista em março”.

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Biden assina ordem executiva que levará EUA de volta ao Acordo de Paris

“Vamos voltar a aderir ao Acordo Climático de Paris a partir de hoje. Vamos lutar contra as mudanças climáticas como nunca fizemos antes”, disse Biden já na Sala Oval. Brexelas aplaudiu o gesto.

Foi um dos seus primeiros atos executivos na Casa Branca depois de tomar posse como o 46º presidente dos Estados Unidos: Joe Biden assinou na tarde desta quarta-feira, 20 de janeiro uma ordem executiva que leva o país de volta para o Acordo de Paris, do qual o país sai oficialmente a 4 de novembro de 2020.

A assinatura cumpre assim uma promessa que Biden fez imediatamente após ser eleito em novembro reverte uma das decisões mais polémicas do mandado presidencial de Donald Trump. “Vamos voltar a aderir ao Acordo Climático de Paris a partir de hoje. Vamos lutar contra as mudanças climáticas como nunca fizemos antes”, disse Biden já na Sala Oval.

Em Bruxelas, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, e o alto representante/vice-presidente Josep Borrell, aplaudiram o regresso dos EUA ao Acordo de Paris, garantindo que a UE está a colaborar com a nova Administração dos EUA na luta contra as alterações climáticas.

Numa videoconferência bilateral a realizar esta quinta-feira, Timmermans debaterá a preparação da Cimeira da COP 26 sobre o clima com o enviado especial do presidente dos EUA para o Clima, John Kerry. Em dezembro de 2020, a UE apresentou ao Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas um novo contributo determinado a nível nacional como parte da sua implementação do Acordo de Paris. A UE comprometeu-se com uma redução de 55 % das suas emissões de gases com efeito de estufa até 2030, em comparação com os níveis de 1990, como ponto de partida para alcançar a neutralidade climática até 2050.

O governo Trump anunciou em junho de 2017 que tinha como plano sair do Acordo de Paris, alegando que os elevados custos económicos do mesmo eram “injustos para os EUA. Em 2015, 189 nações ratificaram o Acordo, sendo os Estados Unidos o único país que saiu formalmente.

Em cima da mesa, Joe Biden tem já o seu “Plano para a Mudança Climática e Justiça Ambiental”, no valor de 1,5 mil milhões de euros, que tem como principal meta seguir as pisadas de Bruxelas e levar os Estados Unidos a alcançarem a neutralidade carbónica até 2050.

John Kerry representou os EUA na assinatura do Tratado de Paris, há cinco anos, e agora é o homem que Biden foi buscar para o pôr o plano em marcha. Mas para isso acontecer, os incentivos ao petróleo e ao gás que regressaram em força com Trump terão de ser substituídos por uma enorme ofensiva nas energias renováveis.

Aumentar a percentagem de energias renováveis nos EUA para 55% até 2025, para 75% até 2030 e para 100% até 2035 são objetivos prioritários para Biden.

De acordo com a Bloomberg, a agenda de Biden para a transição energética e a energia mais limpa é a mais ambiciosas de sempre, por comparação com qualquer outro candidato presidencial americano e poderia contribuir para uma redução significativa das emissões a nível global.

Há cinco anos, quando o presidente Barack Obama assinou o Acordo de Paris, os EUA comprometeram-se a reduzir as emissões de gases com efeito estufa em 26% a 28% face a 2005, até 2025. Até agora, o país já conseguiu uma redução de 15% das emissões, muito motivada pelas políticas dos governos estaduais e pelo setor privado, que assumiu medidas para reduzir voluntariamente suas próprias emissões.

Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases com efeito estufa do mundo, a seguir à China. Se regressarem ao Acordo de Paris já a 19 de fevereiro, um mês depois de Biden tomar posse, 63% das emissões poluentes do mundo estarão cobertas por promessas governamentais dos maiores poluidores mundiais para as reduzir, face aos atuais 51%, de acordo com o Climate Action Tracker, citado pela Bloomberg Green.

“Com a eleição de Biden, China, Estados Unidos, União Europeia, Japão, Coreia do Sul — dois terços da economia mundial e mais de 50% das emissões globais de gases de efeito estufa — teriam [compromissos para levar a zero] as emissões de gases com efeito estufa até meados do século”, calcula Bill Hare, especialista do Climate Action Tracker, citado pela BBC.

Antes de chegar à neutralidade carbónica, a meio do século, Biden ambiciona tornar a produção de energia americana livre de carbono até 2035. O presidente eleito quer reduzir as emissões modificando quatro milhões de edifícios para torná-los mais eficientes em termos de energia, investir nos transportes públicos e no fabrico de veículos elétricos e pontos de carregamento, e ainda dar incentivos financeiros aos americanos para trocarem os seus carros por versões menos poluentes.

(Notícia atualizada com mais informaçõs)

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Pandemia corta receitas dos negócios de Trump a metade

  • ECO
  • 21 Janeiro 2021

Vendas online não foram suficiente para travar queda das receitas do ex-Presidente dos Estados Unidos. Fortuna de Trump cai 500 milhões, quando comparada com o ano em que tomou posse (2016).

O império de Donald Trump sofreu o impacto do confinamento e restrições da pandemia, com a receita dos hotéis em Washington e Las Vegas a cair para mais de metade, informa a Bloomberg (em inglês) esta quinta-feira. Fortuna de Trump cai 500 milhões, quando comparada com o ano em que tomou posse (2016).

No último formulário de divulgação financeira como Presidente, Trump detalhou que a receita do hotel em Washington, que estava a tentar vender, caiu de 40,5 milhões de dólares (cerca de 33,4 milhões de euros) em 2019 para 15,1 milhões de dólares (12,5 milhões de euros), enquanto em Vegas, as vendas relacionadas com hotéis caíram de 23,3 milhões para 9,2 milhões de dólares (de 19,2 para 7,6 milhões de euros). Outra propriedade importante de Trump, o Doral Golf Resort em Miami, também viu a receita cair para 44 milhões de dólares (36,3 milhões de euros), quando em 2019 o valor rondava os 77 milhões de dólares (63,5 milhões de euros). Para compensar, as suas vendas online aumentaram em 2020.

O rendimento total do ex-Presidente dos Estados Unidos caiu para entre 273 milhões e 308 milhões de dólares (entre 225 e 254 milhões de euros), de acordo com o formulário, que abrange 2020 e os primeiros 20 dias de 2021. Na sua primeira divulgação financeira, em 2017, Donald Trump teria rendimentos na ordem dos 528,9 milhões de dólares (436,2 milhões de euros) em 15 meses e meio, incluindo os seus primeiros três meses como presidente.

Segundo o Bloomberg Billionaires Index, Donald Trump teve uma quebra de 500 milhões de dólares (412,4 milhões de euros) comparando com o ano em que tomou posse, valendo, atualmente, 2,5 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros).

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Políticas de Lagarde dão até 245 milhões à banca portuguesa

Portugal é um dos nove países onde a banca está a beneficiar das políticas do BCE direcionadas ao setor. Christine Lagarde deverá reafirmar esta quinta-feira a prontidão em apoiar a economia.

A estratégia do Banco Central Europeu (BCE) de combate ao impacto da pandemia na banca está a gerar ganhos de 4,8 mil milhões de euros para as instituições financeiras da Zona Euro. Mas nem todas beneficiam da mesma forma e, dos 19 países da Zona Euro, dez têm perdas. Mas Portugal está do lado dos nove que têm ganhos.

“A combinação das políticas de taxas de juro de depósitos negativas sobre o excesso de liquidez e os empréstimos TLTRO resulta num ganho de cerca de 4,8 mil milhões de euros para os bancos da Zona Euro como um todo”, explica Eric Dor, diretor de estudos económicos da IESEG School of Management em Lille, que calculou o impacto com base em dados do BCE.

“Há um ganho líquido para os bancos de Itália, Espanha, França, Países Baixos, Grécia, Áustria, Portugal, Bélgica e Eslováquia”, aponta Dor. Espanha e Itália concentram a grande maioria dos ganhos, enquanto para Portugal é, no máximo, de 245 milhões de euros, indicam as estimativas do economista. Em sentido contrário, “há uma perda líquida para os bancos dos outros países da Zona Euro, mas num montante relativamente pequeno e concentrado na Alemanha, Luxemburgo e Finlândia”.

Impacto das políticas do BCE na banca (por país)

Fonte: IESEG School of Management

Em causa estão dois grandes conjuntos de políticas do BCE que afetam positiva e negativamente a banca. Por um lado, a taxa de depósitos negativa, de -0,5%, que implica essencialmente que o dinheiro que os bancos têm parqueado no banco central “paga” juros em vez de os receber. Este juro foi reduzido em dezembro de 2019 ainda por Mario Draghi, antecessor da atual presidente Christine Lagarde, para estimular a concessão de crédito a empresas e famílias. Mas a francesa instituiu um sistema de escalões para mitigar os efeitos negativos da medida.

Em simultâneo, a autoridade monetária tem realizado operações de refinanciamento barato para os bancos também com o objetivo de estimular a liquidez na economia. É nas várias séries de longer-term refinancing operations (TLTRO) que a generalidade dos bancos do Eurossistema se financiam com juros que podem ir tão baixo quanto -1% até meados do próximo ano. “É óbvio que estes juros negativos nos empréstimos TLTRO é um subsídio do Eurossistema aos bancos“, considera Dor.

Os cálculos do economista combinam assim a diferença entre os custos que a banca tem com taxas de depósito negativas e os benefícios dos baixos juros dos TLTRO (considerando as condições mais vantajosas possíveis). “O resultado é uma aproximação à realidade, mas permite fazer uma útil avaliação às implicações das atuais políticas do BCE”, ressalva.

Apoio de Lagarde não deverá afrouxar

Na visão do diretor de estudos económicos da IESEG, “o BCE pode reivindicar que as atuais políticas apoiam globalmente os bancos”, o que poderá desincentivar qualquer recuo nestas medidas. Esta é, de qualquer forma, já a expectativa do mercado, que antecipa que o BCE não diminua o grau de estímulos enquanto a crise pandémica se mantiver.

O Conselho de Governadores reúne-se esta quinta-feira, pela primeira vez este ano, para avaliar a política monetária em curso. O encontro acontece depois de, em dezembro, terem reforçado o envelope para comprar dívida com mais 500 mil milhões de euros para um total de 1,85 biliões de euros, prolongado o programa até — pelo menos — março de 2022 e anunciado a extensão da vigência dos empréstimos TLTRO.

Assim, não se esperam para já quaisquer alterações aos vários instrumentos, mas Christine Lagarde deverá reafirmar estar pronta a fazer mais, se necessário, especialmente devido ao agravamento da situação sanitária e regresso das medidas de confinamento. A francesa deverá reiterar o papel de uma conjugação entre políticas monetárias e políticas orçamentais (da UE em programas como o SURE, mas também dos vários governos) na recuperação da União Europeia.

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