Ar Telecom vai instalar “data center” de 1.400 m2 em Lisboa
Empresa tem dez milhões de euros para investir no reforço da rede de fibra ótica e erguer um novo "data center" de 1.400 m2 em Lisboa, com capacidade para triplicar. Recruta 100 pessoas até 2025.
Recém-adquirida por um grupo espanhol, a operadora portuguesa Ar Telecom vai investir dez milhões de euros na construção de um data center com 1.400 metros quadrados em Lisboa e no reforço da sua rede de fibra ótica, um plano que prevê a criação de 200 empregos diretos e indiretos até 2025.
Numa entrevista ao ECO, o presidente executivo Tiago Oliveira Santos revelou também que a Ar Telecom tem agora um novo escritório no Norte do país, em Leça do Balio (Matosinhos). A empresa acaba ainda de mudar de identidade gráfica, adotando um novo logótipo.
As novidades foram anunciadas aos trabalhadores esta segunda-feira de manhã. Representam o reposicionamento estratégico de uma operadora há 21 anos no mercado, mas que tem adotado um perfil discreto desde que vendeu a carteira de clientes residenciais à Zon (atual Nos) em novembro de 2011.
O gestor recusou revelar a localização do novo data center, afirmando apenas ser “dentro ou muito próximo” da capital. Numa primeira fase com 1.400 metros quadrados e 150 racks de servidores, o projeto tem “capacidade de expansão para triplicar” ao nível de espaço — isto é, para 4.200. A Ar Telecom está a estudar o recurso à energia solar para alimentar o empreendimento.
“Já temos data center, mas esperamos tornarmo-nos muito mais competitivos nessa área, através do recurso às energias renováveis e a um conceito de projeto muito mais eficiente, muito mais moderno do que aquilo que era feito há 20 anos”, disse Tiago Oliveira Santos. O centro deverá estar operacional em 2023 e o modelo de negócios ainda está a ser elaborado.
Para complementar o novo data center, a Ar Telecom tenciona desenvolver “uma rede de fibra ótica de última geração para ligar as empresas nos principais centros urbanos”. “Já temos serviços em fase piloto na zona da Grande Lisboa e que, durante 2022 e 2023, serão alargados a outros centros empresariais espalhados pelo país”, explicou o gestor. Concretamente, a construção da rede deverá ser concretizada até ao final de 2022.
A operadora e fornecedora de soluções integradas de cloud pretende ainda investir no reforço da fibra através da criação de uma rede “de elevada capacidade” para ligar Portugal a Espanha. Espera-se a conclusão da primeira fase ainda este ano e a execução total no primeiro semestre de 2022.
Quanto aos postos de trabalho, a empresa planeia recrutar uma centena de profissionais “altamente qualificados” em áreas como a cibersegurança, administração de redes e administração de sistemas. Os restantes 100 postos de trabalho “indiretos” serão criados através das empresas parceiras que prestam serviços à Ar Telecom, de acordo com o executivo. Nove em cada dez destes novos empregos serão em Lisboa ou no Porto, num plano até 2025, ano em que terá perto de 200 trabalhadores nos quadros.
Por fim, a Ar Telecom está ainda de olho no 5G, onde vê “oportunidades”, mas também entraves que impedem o acesso das empresas mais pequenas. Já sobre um possível regresso ao segmento residencial, é algo que não está na calha, pelo menos nos próximos cinco anos.
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