Pedro Alves lança candidatura para “travar o ciclo de desvalorização” do Montepio
Pedro Alves apresentou a equipa e programa da lista D que concorre às eleições da Associação Mutualista. Tem como objetivo "travar o ciclo de desvalorização” e os prejuízos das empresas do grupo.
Pedro Gouveia Alves apresentou esta terça-feira publicamente a sua equipa e programa com que vai concorrer à liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), assumindo que tem como principal objetivo “travar o ciclo de desvalorização” e de resultados negativos das empresas do grupo.
“O Montepio não se pode dar ao luxo de continuar a perder dinheiro. O Montepio não pode continuar a perder dinheiro”, afirmou o candidato da lista D e presidente do Montepio Crédito num encontro com os jornalistas, antes de apresentação oficial no Teatro Tivoli, em Lisboa.
Segundo adiantou, desde que a mutualista registou mais de 800 milhões de euros em ativos por impostos diferidos no seu balanço (“foi um mal necessário”), em 2017, os capitais próprios em base consolidada caíram dos 495 milhões para os 85 milhões em 2020, em resultado das perdas geradas pelas empresas e pela própria mutualista neste período.
Pedro Gouveia Alves, 52 anos, explicou que não vai permitir que as empresas do grupo apresentem planos de negócios com resultados líquidos negativos. E aquelas que registarem prejuízos no final do ano terão de se explicar junto do acionista.
“É isso [os prejuízos] que queremos combater. Vamos ver isso a cada momento, porque, enquanto associação mutualista, temos responsabilidade sobre o controlo das nossas participações e empresas onde somos acionistas, e vamos exercer o nosso papel de acionista”, assegurou. O candidato ressalvou, contudo, que só será possível estancar a desvalorização dos ativos do grupo se a associação tiver “uma participação e relação estreita com as equipas de gestão”.
A estratégia passa por valorizar os ativos, como o parque de imóveis do grupo. “Vamos aproveitar a evolução favorável do mercado para valorizar os imóveis e colocá-los no mercado com níveis de rentabilidade que o Montepio persegue”, disse.
Sobre o banco e a seguradora, os principais ativos do grupo, Pedro Gouveia Alves reconheceu que “podiam ter maiores níveis de rentabilidade” e não fechou a porta à entrada de novos parceiros. “Para que isso aconteça é preciso estabilizar o valor das participações”, frisou.
Noutro âmbito, se vencer as eleições marcadas para 17 de dezembro, Pedro Gouveia Alves pretende reforçar a oferta mutualista para os associados. Entre outros, quer importar um serviço tradicional do Reino Unido para o Montepio, a chamada “hipoteca invertida”, em que o associado já na reforma dá a sua casa como garantia em troca de serviços disponibilizados pela mutualista, com direitos de preferência reservados aos herdeiros legais.
A lista D apresenta Pedro Gouveia Alves como candidato ao cargo de presidente do conselho de administração, ao lado dos candidatos a administradores executivos Pedro Líbano Monteiro, Paula Guimarães, Nuno Paramés e Maria Eduarda Osório e não executivos Fernanda Freitas e José Garção Cabeças.
Pedro Gouveia Alves adiantou que a sua lista “foi a única” a quem a ASF não impôs nenhuma recomendação à sua lista, nem pediu esclarecimentos adicionais depois de ter dado o registo inicial no final do mês passado.
Também foram apresentados os nomes para os outros órgãos, nomeadamente o conselho fiscal, a mesa da assembleia geral e a assembleia de representantes.
São quatro as listas que se candidatam e que têm como cabeças de lista Virgílio Lima, Pedro Corte Real, Eugénio Rosa e Pedro Gouveia Alves.
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