Consulta passa de 3,99 para 5 euros e internamento reduz em 30 euros. Veja os preços da nova tabela da ADSE

Alguns atos clínicos ficam mais caros para os beneficiários, mas, na generalidade, a percentagem de copagamento cai. Há mais preços fechados e novos serviços incluídos.

Já estão em vigor as novas tabelas do regime convencionado da ADSE, após vários adiamentos e atrasos. Os preços foram revistos e atualizados, sendo que desaparecem também alguns atos e introduzidos novos, nomeadamente na psicologia clínica e na medicina dentária. Há também mudanças nas consultas, que sobem de preço, e nas diárias de internamento, cujo copagamento é reduzido.

Uma das principais mudanças centra-se nas consultas de medicina geral, que passam a ser mais caras, apesar da percentagem suportada pelos beneficiários diminuir ligeiramente. Os prestadores recebiam 18,46 euros (14,47 euros suportado pela ADSE e 3,99 euros pelos beneficiários) e agora recebem 25 euros (20 euros da ADSE e cinco dos beneficiários).

Já na medicina dentária, o copagamento dos beneficiários diminui de 33% para 25%. Há também uma diminuição de 30 euros no copagamento das diárias de internamento. Nas consultas de psicologia também há novidades: passam agora a estar incluídas na tabela, tendo um limite de 12 por ano.

De sinalizar ainda que alguns grupos privados, nomeadamente a Luz Saúde e a CUF, decidiram excluir certos serviços e atos clínicos das convenções e criar uma tabela especial para os beneficiários dos subsistemas em causa, pelo que é melhor verificar quais são as regras nesses hospitais.

Veja aqui todas as tabelas e regras do regime convencionado da ADSE:

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Costa insiste no papel dos autarcas na aplicação dos fundos da bazuca

  • Lusa
  • 4 Setembro 2021

Costa voltou a falar do desafio demográfico e da necessidade de as políticas públicas ao nível local e central se alinharem muito bem para resolver os problemas e valorizar o interior de Portugal.

O secretário-geral do PS, António Costa, insistiu este sábado no papel dos autarcas na aplicação dos fundos comunitários que o país irá receber nos próximos anos e cujas prioridades serão definidas a nível local e não em Lisboa.

Costa falava, em Mirandela, num comício de apoio a Júlia Rodrigues, presidente e recandidata do PS a esta Câmara do distrito de Bragança, onde o líder socialista iniciou um périplo que o levará durante o fim de semana a vários concelhos do interior Norte de Portugal, de Bragança à Guarda.

A tónica do discurso de António Costa tem sido que das eleições de 26 de setembro saiam autarcas “com ambição para que os próximos fundos comunitários”, no caso na região Norte, “sejam plenamente aproveitados para o desenvolvimento regional”.

“O próximo mandato autárquico vai ser muito importante”, reiterou António Costa, salientando que os municípios vão ter novas competências em várias áreas e que as próximas decisões sobre como aplicar os fundos comunitários vão ser feitas por quem responde perante os autarcas da região, as Comissões Regionais de desenvolvimento Regional (CCDR).

O líder socialista reiterou que as autarquias vão ser também parceiros fundamentais na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “A famosa bazuca não vai ser executada também lá em Lisboa, vai ser executada pelas empresas, pelas universidades, pelos politécnicos, pelas entidades do setor social, mas vai muito executada pelas autarquias locais”, destacou.

Por isso, acrescentou, o país precisa de “autarquias que estejam na mesma empenhadas em investir na habitação, nos transportes públicos, na articulação com o terceiro setor (social) para desenvolver equipamentos como, por exemplo, a rede de cuidados continuados integrados”.

O secretário-geral do PS voltou a falar do desafio demográfico e da necessidade de as políticas públicas ao nível local e central se alinharem muito bem para resolver os problemas e valorizar o interior de Portugal. Costa insistiu na qualificação dos jovens e no papel da investigação para valorizar os recursos locais e criar emprego mais bem remunerado.

O líder socialista referiu que para percorrer este caminho são necessários autarcas como a socialista Júlia Rodrigues, que há quatro anos conquistou o bastião PSD, ao ganhar a presidência da Câmara de Mirandela liderada há 40 anos pelo CDS-PP e pelo PSD. António Costa seguiu, ainda na manhã deste sábado, de Mirandela para Chaves, no distrito vizinho de Vila Real.

Costa aponta políticas fiscais, de habitação e trabalho no apoio aos jovens

O secretário-geral do PS disse este sábado que são fundamentais as políticas nacionais para promover a autonomia das gerações jovens através de habitação acessível, combate à precariedade no trabalho ou deduções em matéria fiscal a partir do segundo filho.

“São fundamentais muitas das políticas nacionais. Não haverá autonomia dos jovens se não houver uma habitação acessível ou se continuar a dominar a precariedade nas políticas de trabalho”, salientou António Costa, durante o comício de apresentação de Nuno Vaz, atual presidente e candidato à Câmara de Chaves, no distrito de Vila Real, nas eleições autárquicas de 26 de setembro.

Para o também primeiro-ministro, a “nova geração de políticas de habitação” tem de responder não só ao primeiro direito e às famílias que vivem em situações que não tem condições condignas, mas também “à classe média e às novas gerações, que têm de ter oportunidade de ter acesso ao arrendamento acessível para se poderem autonomizar, e construir a sua vida e família que desejem construir”.

António Costa defendeu ainda a necessidade de “criar condições para que o trabalho seja digno, tenha direitos e maior conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional”. “Hoje, felizmente, temos uma nova geração mais qualificada do que a minha foi. E, por isso, é mais exigente e tem direito a dizer ‘eu não estudei para ganhar isto’, tem direito a dizer ‘quero ganhar um salario justo em função do investimento da minha família e do esforço que fiz’ para ter maior qualificação”, sublinhou.

O socialista referiu que haverá um reforço do IRS jovem devido às dificuldades nos primeiros anos com “os custos de arranjar casa, mobilar e de criar condições de arranque de vida”. “[O IRS jovem] vai ser alargado para cinco anos, não tributando em 30% no rendimento do primeiro e segundo ano, em 20% no terceiro e quarto ano e em 10% no último ano, para dar apoio para que as novas gerações se insiram na vida ativa e possam aqui encontrar o seu futuro”, salientou.

E acrescentou que haverá um reforço no programa Regressar para “criar melhores condições para que os que partiram para o estrangeiro” possam regressar a Portugal, com uma “majoração” neste programa para quem escolher fixar-se nas regiões do interior “onde é necessário fazer um maior esforço de atrair e fixar populações”.

Sobre a demografia, António Costa apontou que muitas famílias da nova geração têm a ambição de ter um filho, mas também o segundo ou mais filhos, e que é responsabilidade “de todos” apoiar “essa liberdade de ter os filhos que se queiram ter”.

“De outra maneira não conseguimos inverter a tendência demográfica. Temos que continuar a investir e o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] tem uma forte componente para investir na criação de creches, para ajudar as famílias a terem filhos”, sustentou. E sublinhou o “aumento de deduções em matéria fiscal a partir do segundo filho”, mas também o “apoio a quem já está isento de IRS e não pode beneficiar” da medida.

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Vindima mecanizada e vinhas velhas são aposta da Real Companhia Velha aos 265 anos

  • Lusa
  • 4 Setembro 2021

Depois das quebras provocadas pela pandemia em 2020, as vendas de vinho da RCV estão a recuperar e, no primeiro semestre de 2021 “estavam ligeiramente acima de igual período de 2019”. 

No ano em que completa o 265.º aniversário, a Real Companhia Velha (RCV) adquiriu 23,5 hectares de vinha velha e uma máquina para mecanizar parte da vindima e atenuar a falta de trabalhadores que afeta o Douro. É a mais antiga empresa de vinhos de Portugal e a sua história cruza-se com a criação da Região Demarcada do Douro. Ambas celebram 265 anos a 10 de setembro.

Mas, ao mesmo tempo que quer preservar a história e o património, a RCV está, segundo o presidente Pedro Silva Reis, “sempre a inovar”. “Completamos 265 de atividade ininterrupta e é uma empresa que procura adaptar-se aos tempos, às tendências de mercado, na medida do possível antecipando-as, e isso obriga-nos a investimentos contínuos”, afirmou à agência Lusa.

Foi o caso da máquina de vindimar adquirida em 2021, num investimento de 250 mil euros, depois de anos de aluguer deste equipamento e de preparação das vinhas. “A mão de obra é pouca o que nos obriga a pensar muito seriamente na mecanização, eu diria em última instância, como uma forma de sobrevivência”, salientou Pedro Silva Reis.

Para além de “aliviar” a pressão de falta de trabalhadores, já que atualmente as cinco quintas da RCV estão “prontas para vindimar ao mesmo tempo”, o responsável apontou ainda a vantagem da disponibilidade para o “momento ideal de vindima” e salientou que “as máquinas de vindimar já levam cerca de 40 anos de evolução”.

Os terrenos íngremes do Douro são um obstáculo à mecanização, no entanto, a empresa tem propriedades em zonas de planalto onde a máquina pode e está a atuar. É o caso da Quinta do Casal da Granja, em Alijó, no distrito de Vila Real, onde a viatura faz, por dia, o trabalho de um grupo de 50 pessoas.

“Facilita-nos muito a gestão da vindima porque o ‘timing’ da vindima é uma janela de oportunidade, uma janela limitada e é, para nós, muito importante apanhar a uva no momento certo de maturação”, explicou Rui Soares, coordenador de viticultura da RCV.

A máquina possui um conjunto de batedores que sacodem as uvas de um lado e do outro da linha de videiras, retirando apenas os bagos dos cachos que são transportadas para um reservatório, depois descarregado para uma outra viatura e rapidamente transportados para a adega.

E este é um investimento que será rentabilizado ao longo do ano, já que a máquina está apta a fazer outros trabalhos na vinha, como a pré poda no inverno, o levantamento da vegetação e os tratamentos na primavera e, no verão, a desponta.

Para o equipamento operar é preciso, para além do relevo que não pode ter uma inclinação superior a 35 graus, boas acessibilidades e espaço para as manobras de viragem, e os esteios da vinha não podem ser os tradicionais de xisto. Dos 550 hectares de vinha da empresa, dispersos por cinco quintas, 100 estão aptos à vindima mecânica.

A RCV está também a apostar na aquisição de vinha velha. Junto à Quinta das Carvalhas, sobranceira ao rio Douro, em São João da Pesqueira, no distrito de Viseu, comprou 23,5 hectares com idades compreendidas entre os 80 e os 100 anos, num investimento de mais de um milhão de euros.

Esta é, segundo Pedro Silva Reis, uma forma de “assegurar a preservação” deste património “arquitetónico, cultural e paisagístico”, cujas uvas são colhidas para vinhos topo de gama. São videiras que produzem menos quantidade, mas que se transformam em mostos “com concentração e estrutura que fazem a diferença”.

Na designação de “Vinhas Velhas” aprovada para a região demarcada e que pode constar na rotulagem dos vinhos do Douro e Porto, a idade mínima considerada é de 40 anos e a vinha tem de ter, pelo menos, quatro castas diferentes.

Para além da constante reconversão das vinhas, ao longo dos anos a empresa tem também preservado os tradicionais muros de xisto de pedra posta. Nas Carvalhas foram recuperados 40 mil metros quadrados de muros em 15 anos.

Segundo o presidente, a aposta no enoturismo vai ser reforçada com a criação de um circuito de visita e de prova na Quinta do Cidrô, em São João da Pesqueira, e também com um circuito para bicicletas no planalto de Alijó, sendo este um projeto conjunto com outros produtores locais.

Depois das quebras provocadas pela pandemia em 2020, as vendas de vinho da RCV estão a recuperar e, no primeiro semestre de 2021 “estavam ligeiramente acima de igual período de 2019”. Pedro Silva Reis prevê que, este ano, as exportações atinjam os 65% das vendas, adiantando que o mercado externo está a “recuperar mais rapidamente” do que o interno.

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Merkel teve relação funcional com França, mas nunca criou casal

  • Lusa
  • 4 Setembro 2021

Uma relação "ioiô", com altos e baixos, marcada pela desconfiança de França face à líder alemã.

Nos 16 anos que esteve no poder, Angela Merkel conheceu quatro presidentes franceses, mas nunca criou uma relação profunda de cooperação já que sempre foi vista com fascínio, mas desconfiança por parte dos gauleses. “Com Angela Merkel, nunca houve um verdadeiro ‘casal’ franco-alemão, como François Mitterrand e Helmut Kohl ou Valéry Giscard d’Estaing e Helmut Schmidt”, considerou Paul Maurice, investigador do Comité de Estudos das Relações Franco-alemãs no Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI), em declarações à agência Lusa.

Angela Merkel “intrigou” Chirac, aproximou-se de Sarkozy apesar de uma grande diferença de personalidades (formando até o ‘casal’ Merkozy), divergiu politicamente de François Hollande e depositou esperanças no jovem Macron, mas a cooperação só começou em 2020 com a pandemia. Uma relação “ioiô”, com altos e baixos, marcada pela desconfiança de França face à líder alemã.

“Angela Merkel representa, do ponto de vista francês, algo novo. Ela é um fruto da Alemanha de Leste, algo diferente do que a França estava habituada. A França sempre viu a chanceler com fascinação, já que conseguiu ficar tanto tempo no poder, mas também desconfiança, porque a Alemanha tornou-se a grande potência da Europa, quando a França era no início dos anos 2000 um país muito importante“, descreve o investigador.

A desconfiança da França só aumentou com o alargamento de 2007, quando vários países da Europa Central e de Leste entraram na União Europeia. Nesse momento, a atenção de Merkel virou-se para os vizinhos recém-chegados, deixando de lado os gauleses. “Para a Alemanha foi uma grande oportunidade de ganhar força no continente e aumentar as exportações. O país voltou a encontrar o seu lugar na Europa Central, ou seja, apesar de a relação com França ter continuado a ser importante, tornou-se menos importante do que anteriormente”, declarou Paul Maurice.

Ao mesmo tempo, os países continuam a ser vizinhos e partilham uma fronteira de quase 500 quilómetros que, mais do que território, é um lugar de partilha económica, cultural e social. De forma a fazer o diagnóstico desta relação, especialmente entre os mais jovens, Sebastien Martin lançou a iniciativa “A voz franco-alemã da juventude”, que levou a cabo um inquérito online e agora vai apresentar as suas conclusões nos dois países.

Os jovens consideram que o motor franco-alemão continua a ser muito importante e identificámos alguns desafios como a questão da inclusão, já que esta relação passava também pela Polónia, mas como o país enfrenta algumas questões sociais, os jovens pensam que se poderia incluir outros países nesta relação, como a Itália, a Espanha ou Portugal“, indicou Martin.

Milhares de jovens responderam a esta iniciativa, que conta o com o alto patrocínio da Assembleia Nacional e do Bundestag. Para os jovens esta é uma relação que também deve passar pelo nível local, nomeadamente geminações ativas entre as cidades, mas isto é um outro desafio já que há “uma crise a nível do voluntariado e nas associações”.

A nível económico, a Alemanha continua a ser o maior parceiro comercial de França e a relação comercial entre os dois países representa 172 mil milhões de euros. No entanto, também esta relação deve evoluir. “Historicamente é uma cooperação a nível de indústria pesada e o desafio é fazer com que esta relação também passe pelas novas tecnologias e a inovação”, descreveu Martin.

Nascido em Estrasburgo, junto da fronteira alemã, e tendo vivido e estudado na Alemanha, Sebastien Martin acompanhou na primeira pessoa a relação entre os dois países e teme a incerteza da saída de Merkel. “A transição vai ser um desafio para a relação franco-alemã, já que é preciso, desde logo, que a Alemanha se organize internamente, possivelmente com uma coligação que ainda não sabemos bem o que será. Ao mesmo tempo, a presidência francesa da União Europeia vai acontecer durante as eleições em França”, lembrou.

O calendário das relações entre os dois países não deixa lugar para grandes reflexões, já que, logo a seguir às eleições na Alemanha, em setembro, começa, em janeiro, a França a sua presidência do Conselho da União Europeia que vai ser encurtada politicamente pelas eleições presidenciais em abril. No entanto, o resultado das eleições na Alemanha não assusta Paul Maurice.

“Com os três principais candidatos teremos uma visão diferente desta dupla franco-alemã, mas todos afirmam que a relação com a França continua a ser importante”, declarou. Após a Segunda Guerra Mundial e com diferentes configurações, esta relação, mesmo com dificuldades, conseguiu encontrar sempre um consenso em prol dos valores europeus e do desenvolvimento destes dois países.

“A relação teve altos e baixos e é isso que faz a sua força. Temos divergências, mas conseguimos ultrapassá-las para chegar a um acordo. É uma relação que se mantém muito importante para a Europa, já que sem este casal, muitos projetos não poderiam acontecer, devido ao seu peso económico e ao seu peso no mundo“, concluiu Paul Maurice.

Digitalização continua a atrasar o país mais rico da Europa

A Alemanha, o país mais rico da Europa, continua atrasada no que diz respeito à digitalização, com o tema a preocupar o eleitorado mais jovem, mas a escapar ao debate dos candidatos a chanceler. No primeiro debate televisivo entre os três principais candidatos às eleições de 26 de setembro, para decidir quem será o sucessor de Angela Merkel à frente do Governo alemão, o tema não foi discutido. A falta deu lugar a várias críticas, principalmente depois das inúmeras falhas notadas durante a pandemia.

Outros países reconheceram mais cedo que a digitalização não é apenas algo adicional, mas uma grande oportunidade”, sublinhou à Lusa Lena-Sophie Müller, diretora-geral da “Initiative D21”, a maior rede alemã sem fins lucrativos de promoção à digitalização da sociedade. A gestão da pandemia de covid-19 veio dar mais visibilidade a problemas já conhecidos: escolas com computadores ultrapassados, autoridades de saúde a trabalhar usando fax, ou serviços municipais não disponíveis online.

“Na Alemanha, as pessoas tendem a ponderar novos desenvolvimentos com muito cuidado, para não cometerem erros. Existem outros países mais disponíveis para experimentar. Além disso, a Alemanha está organizada em estados federais. Em áreas como educação e escolas, todas as 16 regiões são responsáveis por si próprias”, admitiu.

A pandemia de covid-19 veio mostrar que a Alemanha “tem mesmo de se atualizar em relação à digitalização”, revelou Lena-Sophie Müller. Também fez com que a consciencialização e a pressão pública aumentassem. “A digitalização da administração é um projeto enorme e leva muito tempo. Mesmo antes disso (da pandemia) muitas coisas já estavam a mudar, mas muitas delas ainda não visíveis”, sublinhou.

A diretora-geral da “Initiative D21” aponta a lei na Alemanha (“Onlinezugangsgesetz” ou “OZG”) que obriga as administrações a, até 2022, disponibilizarem os seus serviços digitalmente e afirma acreditar que o principal já aconteceu, uma “mudança de mentalidades”.

“As eleições para o novo Governo estão a chegar e todos os partidos estão a colocar um grande foco na digitalização (…) O grande desafio é encontrar uma linha comum, implementar bem os planos e pensar nos benefícios concretos para os cidadãos”, adiantou.

“O nosso principal objetivo é garantir que todas as pessoas na Alemanha possam beneficiar das vantagens da digitalização da melhor maneira possível. Queremos garantir que as diferenças digitais diminuem, e que todos os cidadãos – independentemente do seu nível de educação, idade ou local de residência – possam ganhar”, explicou.

Para Lena-Sophie Müller não é certo que a criação de um ministério exclusivo para os assuntos digitais consiga fazer diferença. “As opiniões divergem sobre isso. É questionável se um ministério pode resolver melhor todos estes desafios. Cada departamento deve interessar-se pela digitalização e pensar nela de forma centralizada”, realçou.

Se a melhor forma passa por criar ou não um novo ministério, isso deverá ser decidido por um novo Governo, e “ainda não está nada claro que Governo será”. As eleições gerais na Alemanha estão marcadas para o próximo dia 26 de setembro.

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Moderna pede autorização para administrar terceira dose da vacina na Europa

  • Lusa
  • 4 Setembro 2021

Há dois dias a Moderna tinha também feito o mesmo pedido às autoridades dos Estados Unidos.

O laboratório farmacêutico Moderna já entregou às autoridades europeias os primeiros resultados dos ensaios clínicos para obter autorização de administração de uma terceira dose da vacina contra a covid-19, foi divulgado esta sexta-feira.

Estamos satisfeitos por termos solicitado uma autorização de comercialização condicionada à Agência Europeia de Medicamentos para o nosso reforço [de vacina] com um nível de dose de 50 microgramas”, revelou a farmacêutica norte-americana em comunicado. Há dois dias a Moderna tinha também feito o mesmo pedido às autoridades dos Estados Unidos, noticia a agência EFE.

Segundo o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, os estudos e análises adicionais “demonstram que uma dose de reforço de 50 microgramas” [metade da dosagem das primeiras duas injeções] da sua vacina “provoca respostas de anticorpos potentes contra a variante Delta”. “Continuamos comprometidos em estar à frente do vírus e em acompanhar a evolução epidemiológica do SARS-CoV-2”, acrescentou.

A empresa explicou ainda que a segunda fase do ensaio clínico foi alterada para incluir uma terceira dose, administrada “aproximadamente” seis meses após a segunda toma. Na terça-feira, o laboratório farmacêutico tinha apresentado à agência norte-americana do medicamento (FDA) os primeiros dados para a obtenção de autorização para uma terceira dose da vacina contra a covid-19 nos Estados Unidos.

Este pedido surgiu pouco mais de duas semanas após o mesmo pedido da Pfizer, que tinha revelado que a dose de reforço gerou “significativamente mais anticorpos neutralizantes contra o vírus covid-19 original” e além disso “para as variantes beta e delta”.

Em agosto o FDA começou a recomendar o uso de uma terceira dose para pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como pacientes transplantados, pessoas com HIV ou pacientes com cancro que não tenham tido uma resposta imunológica adequada às duas primeiras doses da vacina.

Também recentemente as autoridades norte-americanas anunciaram planos para começar a vacinar com uma terceira dose a população em geral que recebeu as vacinas da Moderna e Pfizer há mais de oito meses, a partir de 20 de setembro. No entanto, esta norma ainda não foi aprovada pelo FDA ou pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças do Estados Unidos (CDC).

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“Acho que daria um péssimo político”, diz Gouveia e Melo

  • Lusa
  • 4 Setembro 2021

Para o vice-almirante, que exerce a coordenação daquele processo desde fevereiro, os militares são mais vocacionados para a ação e são menos negociadores.

O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 considerou este sábado que “daria um péssimo político” e que se sente “perfeitamente realizado enquanto militar”, assim respondendo à sugestão de uma candidatura à Presidência da República.

“Não sinto necessidade de dar [o meu contributo] enquanto político, primeiro porque não estou preparado para isso, acho que daria um péssimo político e também acho que devemos separar o que é militar do que é político, porque são campos de atuação completamente diferentes”, afirmou o vice-almirante Gouveia e Melo à Lusa, numa entrevista de balanço sobre o processo de vacinação. Além do mais, disse, não se sente “inclinado para isso”.

“Já diversas vezes me perguntaram e eu tenho a certeza absoluta que há dentro do quadro democrático e da sociedade civil pessoas muito mais capazes para desempenhar esse papel”, sublinhou. Para o vice-almirante, que exerce a coordenação daquele processo desde fevereiro, os militares são mais vocacionados para a ação e são menos negociadores.

“A política é uma arte de negociação permanente, nós [militares] somos menos negociadores, na nossa maneira de estar a rapidez da ação não exige de nós grandes capacidades de negociação, exige grandes capacidades de decisão e de decisão sob stresse”. Para Gouveia e Melo, essa é uma das razões pela qual daria “um péssimo político”: “Falta-nos essa capacidade de negociar de forma muito aberta com todos os setores da sociedade e todos os interesses da sociedade e isso é uma coisa que os militares não estão habituados a fazer”.

“Temos preparações diferentes, são maneiras de estar diferentes e não devemos misturar isso. Se no passado houve essas misturas, ou houve necessidade dessas misturas, isso é o passado”, sublinhou. E destacou: “Acho que não há necessidade de nenhum militar vir para a política, nós temos uma classe política muito desenvolvida e estruturada, a democracia está estruturada e terá os seus caminhos e encontrará sempre as suas soluções”.

Reconhecendo que ao longo destes últimos meses foi obrigado a negociar muitas vezes, “porque teve de se adaptar” – diz -, Gouveia e Melo sublinha, no entanto, que “são militares” as características que ajudaram neste processo. “São características de autoridade para ter planos executados em tempo, para conseguir objetivos mesuráveis em tempo, para conseguir um ritmo elevado e rápido. Isso obriga alguma autoridade, a impor coisas muitas vezes”, afirmou.

Para o vice-almirante, a emergência da pandemia facilitou esse tipo de decisões, mas – ressalvou – “num processo diferente, no processo democrático, esse autoritarismo era imediatamente negativo e teria consequências negativas”. E resumiu: “Portanto, eu acho que os militares devem fazer o que sabem fazer, que é ser militar e os políticos fazem o que sabem fazer, que é ser políticos (…) nós vivemos numa democracia estável, não devemos confundir as coisas”.

Segundo Gouveia e Melo, poder-se-ia equacionar a situação ao contrário e por um civil a tomar conta de uma campanha militar. “Eu acharia que eventualmente era capaz de não ser a melhor opção e vice-versa, a forma como nós somos educados tem importância”.

Manifestantes contra vacinas precisam de “lição de democracia”

O coordenador do processo de vacinação contra a covid-19 defende que os manifestantes “negacionistas” que lhe chamaram “assassino” precisam de uma “lição de democracia” e garante não recear qualquer agressão, apesar de estar sob proteção policial.

“Todos os debates e conversas são interessantes e importantes. Quando nós dizemos que as vacinas salvam milhares de pessoas e as pessoas dizem que não salvam, não há aqui ponto de encontro para se discutir. Nós não conseguimos encontrar uma margem de discussão quando não concordamos com o facto básico que gera a discussão”, diz o vice-almirante Gouveia e Melo em entrevista à agência Lusa.

Quando visitava um centro em Odivelas no dia 14 de agosto onde se concentravam jovens adolescentes, um grupo de manifestantes antivacinação chamou-lhe “assassino”, ao mesmo tempo que se declarava contra a inoculação de jovens, argumentando que “crianças não são cobaias”. “As pessoas tentaram barrar-me o caminho e gritavam aos meus ouvidos. Não houve nenhuma tentativa de agressão, na realidade. Aquilo não é democracia. Democracia é discutirmos argumentos, mas não temos que os impor a ninguém”, relata.

“Houve miúdos que foram tomar as vacinas naquele momento e, quando iam a passar, os manifestantes diziam ‘Lá vai mais um morto!’. Isso é uma pressão, uma coação psicológica. Essas pessoas têm que ter uma lição de democracia”, defende.

Gouveia e Melo frisa que “ninguém é obrigado a ser vacinado”. “Mas quem quer ser vacinado deve poder passar pela porta tranquilamente e deve poder sair pela mesma porta tranquilamente depois de ser vacinado. Não tem que ser molestado, amedrontado ou perseguido psicologicamente”, reforça.

O vice-almirante refere que estar sob proteção do Corpo de Segurança Pessoal não interfere com o seu dia-a-dia ou com o seu itinerário pela infraestrutura da vacinação e indica que “não há receio de uma agressão física” por parte de ativistas que não concordam com o processo ou com as medidas de restrição impostas por causa da pandemia.

O que foi ponderado foi a possibilidade de “um tipo de provocação qualquer que, em termos de imagem, poderia ser negativa para a imagem do próprio processo” de vacinação. “Não seria bom, por exemplo, para as Forças Armadas, verem um oficial general ser agredido na rua. E seria pior se um oficial general ou um militar reagisse à agressão”, ilustra.

Gouveia e Melo assume que já se deparou com “pessoas muito irracionais” e que, “por mais calmo e ponderado que se possa ser, num momento de agressão, uma pessoa pode perder toda a ponderação e é melhor que isso não aconteça”. Afirma-se “supertranquilo” e assegura não ter sido sua a iniciativa de pedir proteção policial.

“Foi uma avaliação de ameaça feita pelos nossos serviços, que acharam que eu devia ter proteção porque a excitação dessas pessoas e grupos nas redes sociais passou para lá do limite do que seria a retórica normal. Mas nunca me senti ameaçado”, declara.

O trabalho dos agentes que o acompanham passa por saberem se, numa visita a qualquer espaço, “há alguém à porta à espera, coisas desse género, mas mais do que isso, não”. “Julgo que essas pessoas vivem numa bolha, que se isolam de tudo o que está à sua volta que não confirme a realidade delas. Depois é muito difícil falar com essas pessoas, não é por falta de vontade nossa. Essas pessoas têm uma atitude quase irracional e muitas vezes irascível quando tentamos falar sobre factos”, lamenta.

Indicando que a disseminação das vacinas pela população coincidiu com uma redução da incidência das infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2, admite que “as pessoas podem crer em tudo, mesmo em coisas inacreditáveis”. “O mundo inteiro já vacinou 200 ou 300 milhões de pessoas. Quantas morreram em resultado da vacinação? Quantas morreram em resultado do vírus?… Se não chegarmos a um facto concreto para podermos discutir e comparar opções, não há discussão possível”, considera.

Portugal perto do limite da população-alvo da vacinação

Portugal está a chegar ao limite da população que pode ou quer ser vacinada contra a covid-19, afirma em entrevista à agência Lusa o coordenador da ‘task-force’, vice-almirante Gouveia e Melo. “Estamos a chegar ao limite do público-alvo para ser vacinado”, indica, apontando que a meta de 85% da população portuguesa com vacinação contra a covid-19 completa deverá ser atingida até ao fim do mês, disse à Agência Lusa o coordenador da ‘task-force’, vice-almirante Gouveia e Melo.

O processo está “mesmo já no fim, tirando as crianças dos 0 aos 12 anos, que são entre 11% e 12% [da população], e havendo 03% a 04% de pessoas que recusam a vacina”, diz. “Isso significa que não teremos muito mais população para vacinar”, referiu o militar em entrevista à Lusa.

Este fim de semana, dever-se-á atingir o patamar de 85% da população elegível para ser vacinada com pelo menos uma dose administrada. Olhando para o futuro, Gouveia e Melo defende que “não é necessária uma ‘task-force’” para além da missão que está prestes a finalizar, quer para fazer reforços de vacinação quer para a eventualidade de a vacinação contra a covid-19 se tornar uma rotina regular.

“O que está recomendado é uma vacinação reforçada para pessoas que estão imunossuprimidas. Estamos a falar num universo de, no máximo, 100 mil pessoas, se calhar até inferior”, salienta. Garante que “neste momento há reserva de vacinas para essa terceira dose”.

A ‘task-force’ que liderou foi “uma máquina montada de forma extraordinária para um processo extraordinário”, reconhece Gouveia e Melo, mostrando-se convencido que uma campanha anual de reforços de vacinação poderá ser assegurada pelos cuidados de saúde primários: “Já o faziam para a vacinação da gripe e poderão fazê-lo”.

Ao cabo do que considera “uma batalha com prazo, o mais curto possível para cumprir um plano de vacinação” com duas doses para a maior parte da população, o oficial general da Armada reconhece alguns momentos de impasse ao longo de nove meses. Um desses pontos aconteceu com a incerteza sobre efeitos secundários da vacina Oxford/Astrazeneca, cuja administração chegou a ser suspensa e cujo uso acabou por ficar limitado a pessoas com mais de 60 anos.

“Não consigo dizer se houve uma guerra comercial [entre fabricantes de vacinas]. Às vezes, parecia. Tivemos que viver com limitações que apareceram em certas alturas do processo de vacinação e tivemos que o adaptar a essas limitações, com sucesso”, argumenta. “Houve momentos em que nos faltaram vacinas e o nosso ritmo não era aquele para o qual tínhamos capacidade. Depois, quando apareceram as vacinas, o ritmo aumentou. Quando já estávamos a chegar ao fim do processo de vacinação, tendo vacinas e capacidade, faltavam as pessoas. Mas nós cumprimos. Daqui para a frente estaremos a vacinar três a quatro mil pessoas por dia em todo o país”, salienta.

Além de todo o pessoal de enfermagem, médicos, administrativos e todos os militares, Gouveia e Melo destaca a importância das autarquias, que “tiveram um papel extraordinário neste processo: disponibilizaram espaços, recursos humanos e recursos materiais”. “Sem [as autarquias] teria sido muito difícil. Nós estamos a operar entre as 4.500, 5.000 pessoas todos os dias nos centros de vacinação, muitas contratadas pelas autarquias, muitas voluntárias”, destaca, apontando ainda que o poder local permitiu montar os mais de 300 centros de vacinação “mais abertos, espaçosos, arejados e mais adequados a este tipo de vacinação” fora dos centros de saúde.

Para Gouveia e Melo, o ritmo da vacinação acabou por ditar o ritmo da progressão da pandemia em Portugal, sobretudo a partir do momento em que a variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2 atingiu o país. “Nós tivemos a variante Delta muito cedo. Quando atingimos cerca de 55% das segundas doses, já com a variante Delta, notou-se uma quebra da incidência, que deixou de aumentar e começou a cair. O processo de vacinação foi combatendo sistematicamente a incidência e ajudando a combatê-la. Neste momento, estamos a ganhar. Apesar do desconfinamento, apesar de haver muita mobilidade, férias, estrangeiros em Portugal, a incidência está a baixar”, destaca o vice-almirante.

Com o novo ano letivo prestes a começar, Gouveia e Melo admite que “este vírus gosta de ajuntamentos e que “é natural” que se assista a um aumento de casos, mas afirma-se otimista: “Estou convencido que com a taxa de vacinação que nós temos na população, a incidência não aumentará muito, poderá aumentar temporariamente, mas vai cair naturalmente”.

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Colheita será mais suculenta este ano e traz vinho de boa qualidade

Nesta campanha é esperada uma produção de 6,5 milhões de hectolitros, o que corresponde a um aumento de 1%. Na região do Porto e Douro e Terras de Cister a produção deve aumentar.

As vindimas já arrancaram, as uvas já estão a chegar ao lagar e todos os sinais indicam que a colheita 2021/2022 será mais suculenta que a do ano passado. Na colheita deste ano é esperado uma produção de 6,5 milhões de hectolitros, o que corresponde a um aumento de 1% em relação à campanha anterior. Para além da quantidade, está prevista uma produção de vinhos de “boa qualidade”.

Apesar de alguma instabilidade meteorológica observada ao longo do ciclo vegetativo da cultura, o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) antecipa que as “uvas apresentam um bom estado fitossanitário perspetivando-se a produção de vinhos de boa qualidade”. Bernardo Gouvêa realça, ao ECO, que “a nível de matéria-prima existem ótimas condições para uma excelente campanha”.

O acréscimo global de produção, em relação à campanha anterior, é sustentado pela maioria das regiões vitivinícolas, destacando-se a região do Douro e Porto com o maior aumento de volume (+253 mil hectolitros) e a região das Terras de Cister, com um crescimento de 35%, de acordo com dados provisórios do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). O ano passado, o Douro e as Terras de Cister foram as regiões mais afetadas e onde se registou maior decréscimo na produção.

Em contraciclo, estão as regiões dos Açores (-25%), do Minho (-15%) e de Lisboa (-15%), onde se antecipam as maiores quebras de produção, face à campanha anterior.

“Tivemos um ano em termos híbridos muito positivo, mas houve de facto alguma instabilidade climática nas zonas com maior decréscimo. Em traços gerais, o ciclo da campanha foi bom sem grandes fenómenos exteriores”, conta Bernardo Gouvêa.

Região do Douro e Porto com maior aumento de produção

De Norte a Sul, cada região tem as suas particularidades. O terroir, a dispersão geográfica das vinhas, as diferentes castas, as condições meteorológicas ao longo do ciclo, a exposição solar e os tratamentos conduzem a situações muito díspares entre as diferentes regiões vitivinícolas e as perspetivas são divergentes. No entanto, o balanço da colheita de vinho este ano é “bastante positivo” nas várias regiões vinícolas.

No Douro e Porto, a perspetiva é de um aumento da produção na ordem dos 20%. “Estamos no início, mas os primeiros indicadores são altamente promissores”, disse à Lusa Rui Soares, presidente da ProDouro – Associação dos Viticultores Profissionais do Douro.

Na região de Trás-os-Montes a previsão aponta para um aumento na produção de 5%. Já na região Terras do Dão prevê-se um aumento na produção de 15% e na região Terras de Cister espera-se um aumento de 35%. No Alentejo o cenário é o mesmo. A produção de vinho deve aumentar entre 5% e 10% este ano, para um total de 120 milhões de litros, estimou a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).

Na região da Península de Setúbal é esperado um aumento de produção de 5%, enquanto em terras algarvias a previsão de produção aponta para um aumento de 10%.

Em sentido contrário, está a região do Minho, Lisboa, Tejo, Madeira Açores. Na região minhota é esperado um decréscimo na produção de 15%, mas mesmo em menor quantidade está prevista uma produção de boa qualidade. Na capital é estimado uma quebra de 15% na produção, enquanto no Tejo que quebra é menor, cerca de 5%. Nos Açores é previsível uma diminuição de 25% na produção e na Madeira será de apenas 3%.

Nos primeiros seis meses do ano, as exportações de vinhos portugueses aumentaram 14,5% em volume e 19,3% em valor e atingiram quase 436 milhões de euros. O presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) realça que a “produção não acompanha, neste momento, o crescimento que existe na exportação e o ano normal sem efeito pandémico no mercado doméstico”. Bernardo Gouvêa destaca que “continuam a incentivar a plantação de novas áreas de vinha”.

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Biden ordena desclassificação de documentos sobre o 11 de setembro de 2001

  • Lusa
  • 3 Setembro 2021

A ordem executiva de Biden inicia uma revisão de desclassificação e exige que os documentos desclassificados sejam divulgados nos próximos seis meses.

O presidente norte-americano, Joe Biden, assinou esta sexta-feira uma ordem executiva determinando a desclassificação de certos documentos relacionados aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, noticiou a AP.

Segundo adianta a agência noticiosa norte-americana, a decisão de Biden é interpretada como um gesto de apoio às famílias das vítimas que há muito procuram mais informação, na esperança de implicar o governo saudita.

A ordem, assinada a pouco mais de uma semana do vigésimo aniversário dos ataques às torres gémeas, é considerado um momento significativo na disputa, que dura há anos, entre a administração norte-americana e as famílias das vítimas sobre quando é que informações confidenciais sobre o período de preparação dos ataques seriam tornadas públicas.

Esse litígio ganhou força o mês passado, quando cerca de 1.800 familiares, sobreviventes e socorristas da tragédia se opuseram à participação de Biden nos eventos do 11 de setembro caso os documentos não fossem desclassificados.

“Os eventos significativos em questão ocorreram há duas décadas ou mais, e dizem respeito a um momento trágico que continua a ressoar na história norte-americana e na vida de tantos norte-americanos”, lê-se na ordem executiva de Biden, que prossegue: “Portanto, é fundamental garantir que o governo dos Estados Unidos maximize a transparência, contando com a classificação apenas quando for estritamente adequada e necessária.”

A ordem executiva de Biden instrui o Departamento de Justiça e outras agências da Administração norte-americana a iniciar uma revisão de desclassificação e exige que os documentos desclassificados sejam divulgados nos próximos seis meses.

Ainda assim, o impacto prático da ordem executiva e de quaisquer novos documentos que a decisão de Biden possa produzir ou trazer à luz não ficou claro de imediato.

Investigações anteriores delinearam laços entre cidadãos sauditas e alguns dos sequestradores dos aviões utilizados contra as torres gémeas de Nova Iorque, mas não estabeleceram se o governo saudita estava diretamente envolvido.

Desconhece-se se a divulgação dos documentos anteriormente ocultados pelos EUA pode alterar essa avaliação.

O Departamento de Justiça anunciou no mês passado que o FBI havia concluído recentemente uma investigação em que analisou alguns dos sequestradores do 11 de setembro e possíveis co-conspiradores, e que agora se equacionava a sua eventual divulgação face à impossibilidade anterior de revelar os dados recolhidos.

As famílias criticam que “até agora, nenhum material substantivo adicional foi produzido, e que o FBI não concordou em fazer um esforço adicional para encontrar seus documentos perdidos”.

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Wall Street encerra em terreno misto após dados de emprego dececionantes

  • Lusa
  • 3 Setembro 2021

Dow Jones caiu 0,21%, o S&P 500 recuou 0,03% e o Nasdaq subiu 0,21%. Economia dos EUA criou 235 mil empregos no último mês, número que ficou aquém das previsões.

A bolsa de valores de Nova Iorque encerrou esta sexta-feira em terreno misto e o seu principal índice, o Dow Jones, caiu 0,21% pressionado por números dececionantes de criação de emprego.

Segundo dados do final da sessão em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 0,21% para 35.369,09 pontos, enquanto o S&P 500 recuou ligeiramente 0,03%, para 4.535,43 pontos. O índice Nasdaq, que engloba as principais empresas tecnológicas, subiu 0,21% para 15.363,52 pontos.

A bolsa nova-iorquina começou no ‘vermelho’ esta sexta-feira, depois de se saber que a economia dos EUA criou 235 mil empregos no último mês, número que ficou aquém das previsões dos economistas, que apontavam para 720 mil empregos.

O número de novos empregos em agosto é o mais baixo dos últimos sete meses​​​​​​​. Em julho foram criados 1.05 milhões de empregos na maior economia mundial. Paralelamente, o Departamento do Trabalho norte-americano revelou que a taxa de desemprego caiu duas décimas em agosto, para 5,2%, o valor mais baixo desde que a pandemia de covid-19 teve impacto no mercado de trabalho norte-americano.​​​​​​​

Após a abertura em baixa,​​​​​​​ os índices S&P 500 e Nasdaq recuperaram, mas apenas o Nasdaq terminou em terreno positivo.

Por setores, os mais favorecidos na sexta-feira foram os da tecnologia (0,38%) e saúde (0,11%), enquanto os mais atingidos foram os serviços públicos (-0,8%), matérias-primas (-0,69%) e indústria (-0,05%).

Entre as 30 cotadas no Dow Jones, destacam-se os ganhos da Salesforce (2,93%), da Home Depot (0,79%) e da Walmart (0,46%), enquanto entre os mais afetados do dia estiveram a American Express (-1,69%), a Boeing (-1,20%) e a Honeywell International (-1,13%).

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Caso Selminho domina debate autárquico no Porto

O caso Selminho, habitação e mobilidade marcaram o debate entre os sete candidatos à Câmara do Porto. A "minha família nunca recebeu ou nunca receberá uma indemnização pecuniária", diz Rui Moreira.

Na praça dos Aliados, o caso Selminho, a habitação social e a mobilidade dominaram o debate, promovido pela SIC, aos sete dos onze candidatos à Câmara de Porto — Rui Moreira (Independente), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN) e António Fonseca (Chega).

Logo no arranque deste frente a frente voltou a polémica sobre o caso Selminho. Rui Moreira, que vai a julgamento dia 16 de novembro, depois das autárquicas, volta a frisar que a sua “família nunca recebeu ou nunca receberá uma indemnização pecuniária“. O autarca portuense destaca ainda que tem “um papel a desempenhar no Porto”.

Apesar do caso polémico, Rui Moreira continua a ser a primeira opção dos portuenses com maioria absoluta, de acordo com as últimas sondagens. Depois de pedir “cautela” na análise das sondagens, Tiago Barbosa Ribeiro, candidato ao PS destaca que as “questões judiciais devem ser tratadas em sede de Tribunal e em sede de Justiça e que não devem trazidas para o debate”.

Ilda Figueiredo (CDU) lembra que o caso Selminho foi denunciado pela CDU, mas que cabe ao “Ministério Público e à justiça decidirem”. “Estamos a aguardar a decisão do julgamento, não somos nós que vamos julgar o que cabe ao tribunal julgar”, diz candidata da CDU. Também a candidata do PAN, Bebiana Cunha, realça que “a decisão pertence ao poder judicial, mas este caso trouxe nuvem negra sobre a gestão municipal”.

Do lado dos bloquistas, Sérgio Aires considera que “a posição que foi tomada não preservou o interesse público” e que “Rui Moreira agiu mal”.

Habitação social em discussão

Tal como em Lisboa, o custo das casas no Porto também marcou o debate entre os candidatos à Câmara do Porto. Rui Moreira destaca que o problema da habitação social “vai ser mitigado”, tendo em conta que foi assinado um acordo com o Governo para resolver o problema de 1.700 famílias. O autarca portuense realça, no entanto, que apesar de não ter recebido nada dos 56 milhões de euros do Governo, já foi resolvido o problema de 260 famílias.

O candidato socialista chama a atenção para o “problema” do preço do metro quadrado na cidade portuense e considera que é uma das suas “prioridades”. “O que vemos no Porto são preços incomportáveis”, lembra Tiago Barbosa Ribeiro. O candidato do PS lembra que a freguesia de Cedofeita registou o maior aumento de preço por metro quadrado e que é a zona com mais alojamento local na cidade.

A candidata da CDU, por seu turno, considera que Rui Moreira “não quis intervir a tempo para conter o alargamento do alojamento local”. Ilda Figueiredo salienta que “é necessário regular o turismo, o alojamento local, mas, sobretudo, construir e recuperar habitação degradada – pública ou privada”

A opinião é unânime. Sérgio Aires candidato do BE alerta para a especulação imobiliária. “Isto é um tsunami que está a afetar os concelhos vizinhos”. O candidato bloquista exige “5.000 fogos de habitação social para evitar o envelhecimento da cidade”.

“Não conseguimos fixar população porque as pessoas não conseguem ter casa no Porto, estamos a expulsar pessoas. Ou queremos transformar Porto numa Disneyland ou atuar de maneira completamente diferente. Queremos 5000 habitações públicas. Não somos contra o turismo, queremos é um turismo saudável”, realça Sérgio Aires.

O candidato do PSD, Vladimiro Feliz destaca que a cidade do Porto”não teria tantos problemas de acesso à habitação, “se a câmara deixar de funcionar como agente imobiliário intervindo na compra de edifícios que poderiam estar a funcionar no mercado”, alerta Vladimiro Feliz.

Para a candidata do PAN, Bebiana Cunha, “faltou implementar uma estratégia local de habitação que resolva os problemas”.

Mobilidade divide opiniões

O presidente da Câmara do Porto recusa que a VCI venha a pagar portagem. “A questão da mobilidade no Porto não se resolve através de portajar a VCI, resolve-se nomeadamente desportajando a circular externa para transportes pesados”, afirma Rui Moreira.

Para Tiago Ribeiro do PS, “é importante que o Porto tenha um plano de ação climática”. Sérgio Aires do Bloco de Esquerda defende que o Porto devia “reduzir a velocidade dos veículos para melhorar a mobilidade na cidade”, enquanto a candidata do PAN, Bebiana Cunha, realça a “necessidade de fazer uma aposta muito grande para retirar os veículos da cidade”.

O candidato do Chega, António Fonseca, vai ainda mais longe e sugere um período experimental de transportes gratuitos durante meio ano. Na ótica do candidato do Chega é uma forma de “perceber se os cidadãos realmente deixam de utilizar os veículos próprios”. António Fonseca defende ainda que os “veículos pesados sejam proibidos de circular no centro da cidade para não prejudicar os pavimentos”.

À semelhança do candidato do Chega, a candidata da CDU, Ilda Figueiredo, destaca a importância de “investir nos transportes públicos, tornando-os tendencialmente gratuitos”.

Vladimiro Feliz do PSD lembra que a cidade do Porto foi considerada “a pior cidade da Península Ibérica em termos de mobilidade” e garante que a sua candidatura tem 275 medidas aplicadas à mobilidade.

De Rui Moreira ao PAN, partidos definem prioridades

Para o atual presidente da Câmara Municipal do Porto, as prioridades passam por “reduzir o custo de vida” de forma a “tornar a cidade mais interessante e mais confortável“. Para o candidato do PS, Tiago Ribeiro, a maior prioridade é a habitação. “Habitação, habitação e habitação. Prioridade número 1, número 2 e número 3”, destaca Tiago Ribeiro.

Vladimiro Feliz do PSD compromete-se a “devolver impostos aos portuenses. Comprometo-me a devolver 2,5% do IRS aos portugueses” e destaca que quer “fazer regressar os grandes eventos”, como o Red Bull Air Race Porto.

A candidata do PAN, Bebiana Cunha, lembra que as “pessoas não têm sido ouvidas” e que quer “promover uma política municipal mais transparente. Acrescenta ainda que o “combate climático é o mais importante das nossas vidas”.

Para o candidato bloquista, Sérgio Aires, uma das prioridades passa por “eleger um vereador para reforçar a democracia na Câmara Municipal. Não queremos maioria absoluta para não haver uma gestão unipessoal”. Sérgio Aires reforça ainda a necessidade de “combater a pobreza”.

António Fonseca do Chega define como prioridade as creches e destaca que este tipo de instituições “não podem fechar“, enquanto Ilda Figueiredo, da CDU, lembra que a “pandemia agravou as desigualdades na cidade” e sugere a criação de um gabinete de apoio à família nas freguesias.

(Notícia atualizada pela última vez às 22h54 com mais informações)

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Festa do Avante arranca com críticas de Jerónimo aos “confinamentos excessivos” de 2020

  • Lusa
  • 3 Setembro 2021

“Quase conseguiram que o medo de morrer se transformasse em medo de viver, com os confinamentos excessivos", critica Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, inaugurou esta sexta-feira a 45.ª edição da Festa do Avante!, no Seixal, com críticas aos “confinamentos excessivos” e ao “cima de temor” criado na pandemia, apontando algumas “lições”.

À semelhança do que aconteceu há um ano, a mensagem de abertura de Jerónimo de Sousa foi transmitida através dos ecrãs do palco 25 de Abril e dos altifalantes espalhados pelo recinto, na Quinta da Atalaia, Seixal.

O secretário-geral do PCP apresentou “duas grandes lições e ensinamentos” extraídos das experiências do último ano, nomeadamente, a “ofensiva premeditada” para impedir a realização da Festa do Avante! e que “nada tinha a ver com preocupações de saúde pública”.

Na opinião do dirigente comunista foi criado um “clima de temor que atingiu centenas de milhar de portugueses”.

“Quase conseguiram que o medo de morrer se transformasse em medo de viver, com os confinamentos excessivos com consequências na saúde de muitos portugueses. Viram na pandemia uma oportunidade para provocar mais desemprego”, sustentou, acrescentando que também “desencadearam um violento ataque” ao SNS.

Jerónimo de Sousa advogou que “o papel dos profissionais de saúde” impediu “que a situação fosse mais grave”.

Não há alternativa ao Serviço Nacional de Saúde, apesar de maltratado, subfinanciado e com profissionais não reconhecidos nos seus salários e nas suas carreiras. Lições e ensinamentos que mantêm validade e atualidade”, acrescentou.

Da 45.ª edição da Festa do Avante, Jerónimo de Sousa espera que se sinta “o pulsar a o fruir da vida”.

“Tantas e tantas inquietações, tanta esperança contida, tanta tarefa que temos por diante – como é, por exemplo, a batalha das eleições autárquicas”, completou.

No final, em todos altifalantes foi transmitida a “Avante Camarada”, o hino do partido, seguida pela “Internacional”, momento em que elementos do PCP içaram 100 bandeiras espalhadas pela Quinta da Atalaia, em comemoração do centenário, e os visitantes aplaudiram.

A edição deste ano da Festa do Avante começou hoje e vai decorrer até domingo na Quinta da Atalaia, no Seixal (distrito de Setúbal). Mais de 60 debates e o comício pelas 18:00 de domingo compõem o programa político da rentrée comunista, enquanto os “duetos improváveis” preenchem as atuações musicais.

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Reino Unido não recomenda vacina contra a Covid para jovens entre 12 e 15 anos

  • ECO
  • 3 Setembro 2021

As autoridades de saúde britânicas não deram 'luz verde' a vacinar jovens saudáveis entre os 12 e 15 anos contra a Covid-19. As evidências "são insuficientes" para esta faixa etária.

O comité conjunto para a vacinação e imunização britânico (JCVI, na sigla em inglês) decidiu esta sexta-feira não recomendar a vacina contra a Covid-19 para os jovens saudáveis entre os 12 e 15 anos. Quanto muito haveria um “ganho marginal” e, por isso, as evidências são “insuficientes” para vacinar este grupo etário.

A autoridade de saúde britânica justifica ainda a decisão pelas reações adversas das vacinas Pfizer e Moderna, que embora extremamente raras, podem causar inflamação cardíaca. Segundo dados dos EUA, por cada milhão de rapazes vacinados entre os 12 e 17 anos foram identificados 60 casos desta reação e 8 em raparigas.

Ainda assim existem 200 mil jovens britânicos que devido à sua situação de saúde específica devem ser incluídos no programa de vacinação contra a Covid. “É claro que essas vacinas funcionam e seriam benéficas para as crianças em termos de prevenção de infeções e doenças, mas o número de casos graves que vemos de COVID em crianças dessa idade é realmente muito pequeno“, disse Adam Finn, membro da JCVI, à Reuters.

Vários países europeus, entre os quais Portugal, incluíram esta faixa etária no programa de vacinação. Aliás, os últimos dados indicam que 75% dos jovens portugueses entre os 12 e os 17 anos já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid.

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