MP acusa Isaltino de desrespeitar normas de contratação pública para “mostrar obra”

  • Lusa
  • 28 Outubro 2022

Isaltino Morais, a ex-presidente do município de Odivelas Susana Amador e o ex-autarca de Mafra Ministro dos Santos foram acusados pelo crime prevaricação de titular de cargo político.

O presidente da Câmara de Oeiras, acusado pelo crime de prevaricação de titular de cargo político, terá causado prejuízos ao município, agindo em “desconformidade com as normas de controlo orçamental e da contratação pública” para conseguir “mostrar obra feita”.

De acordo com a acusação do processo em que são arguidos Isaltino Morais, o seu então vice-presidente Paulo Vistas e quatro outros antigos autarcas dos municípios de Odivelas e Mafra, os factos descritos na acusação ocorreram entre 2006 e 2012.

No mandato de 2005/2009, lê-se na acusação, a que a Lusa teve acesso, era intenção de Isaltino Morais e Paulo Vistas realizar obras de grande envergadura que lhes permitissem “mostrar obra feita” e, assim, terem maior probabilidade de serem reeleitos nas autárquicas de 2009.

Entre as obras que se propunham construir, indica o Ministério Público (MP), estavam um centro de formação profissional, um centro de congressos, três escolas e dois centros geriátricos, que poderiam, contudo, levar a que o município atingisse ou excedesse os limites da capacidade de endividamento.

“Aproveitando o interesse na execução das obras” e seguindo “a estratégia” que tinham montado, dois outros arguidos no processo – o presidente do conselho de administração da empresa MGR – Engenharia e Construção, Fernando Gouveia, e o presidente do conselho de administração da empresa de assessoria/consultoria FSCD Formação Social e Cooperação para o Desenvolvimento, Marco Carreiro – contactaram Isaltino Morais, “conseguindo convencê-lo das pretensas vantagens na escolha do modelo de PPPI [Parcerias Público Privadas Institucionais] para a realização das obras que o município pretendia efetuar quando comparadas com o modelo de contratação tradicional”.

“Desde o primeiro momento que os arguidos Isaltino Morais e Paulo Vistas ficaram convencidos e agradados com o modelo de PPPI”, pois desse modo poderiam “realizar obras importantes a curto prazo e apresentá-las aos seus munícipes nas vésperas das próximas eleições autárquica”, apesar das limitações orçamentais e legais existentes, salienta o MP, acrescentando que os dois autarcas terão conduzido todo o processo de constituição de duas PPPI, tendo sempre “intervenção e influência direta nas várias fases decisórias”.

Contudo, segundo a acusação, “as suas decisões foram tomadas sem que fossem avaliados e ponderados os custos, diretos e indiretos, bem como as possíveis vantagens e desvantagens que a parceria poderia proporcionar ao parceiro publico”, tendo como intenção “beneficiar a sociedade MRG” que, em concertação com a FSCD, ia acompanhando “a tramitação política do processo” e adquirindo vantagem competitiva em concursos “feito à sua medida”.

Desta forma, Isaltino Morais e Paulo Vistas atuaram “em desconformidade com as normas de controlo orçamental e da contratação pública” e com os “princípios da isenção, da transparência e da boa administração dos dinheiros públicos, violando gravemente os deveres inerentes às suas funções”, com a intenção de beneficiar a sociedade MRG, nomeadamente através de “margens de lucro excessivas obtidas enquanto empreiteira das obras da PPPI”, indica o MP.

Além disso, é acrescentado, Isaltino Morais e Paulo Vistas sabiam que ao atuar desta forma “causavam necessariamente prejuízos” ao município de Oeiras, já que os custos suportados e assumidos pela autarquia na sequencia das PPPI eram “muito superiores aos que eram efetivamente necessários para construir os mesmos equipamentos com recurso ao modelo de contratação tradicional (empreitada de obra pública)”.

Isaltino Morais e Paulo Vistas estão acusados, cada um, de um crime de prevaricação de titular de cargo político, punível com pena de prisão entre dois e oito anos.

De acordo com a lei, comete o crime de prevaricação o titular de cargo político quem, conscientemente, conduza ou decida contra a lei um processo em que intervenha no exercício das suas funções, com a intenção de, por essa forma, prejudicar ou beneficiar alguém.

No processo, também são acusados pelo mesmo crime a antiga presidente da Câmara de Odivelas Susana Amador, atualmente deputada do PS na Assembleia da República, e o ex-vereador do município Paulo Teixeira, assim como o ex-presidente da Câmara de Mafra José Ministro dos Santos (PSD) e o seu antigo vice-presidente Gil Rodrigues.

O presidente do conselho de administração da MGR e o presidente do conselho de administração da FSCD são acusados, cada um, de três crimes de prevaricação de titular de cargo político.

Relativamente a Isaltino Morais, Paulo Vistas, Susana Amador, Paulo Teixeira, José Ministro dos Santos e Gil Rodrigues, o Ministério Público requer ainda que, em caso de condenação, seja declarada a perda dos mandatos de cargos políticos de natureza eletiva que, então, se encontrem a desempenhar.

Na quinta-feira, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) anunciou a dedução desta acusação, adiantando que o inquérito teve por objeto a investigação das Parcerias Público Privadas Institucionais (PPPI) de três municípios da Área Metropolitana de Lisboa – Oeiras, Odivelas e Mafra – “nas quais o parceiro privado escolhido foi sempre um consórcio liderado pela mesma empresa de construção civil, tendo todos os procedimentos concursais sido preparados e instruídos pela mesma empresa de assessoria/consultoria”.

De entre os arguidos, apenas Isaltino Morais continua a exercer um cargo autárquico, depois de ter reconquistado a Câmara de Oeiras nas eleições de setembro de 2021.

O autarca foi eleito para o cargo pela primeira vez em 1985, pelo PSD, e renovou os mandatos nas eleições de 1989 até 2009, com uma interrupção de três anos. Durante parte deste período, foi ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente.

Foi eleito pelo PSD pela última vez em 2001 e, a partir de 2005, continuou à frente da autarquia como independente, abandonando o cargo em 2013 para cumprir pena de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Enquanto cumpria a pena, o seu ‘vice’, Paulo Vistas, tomou posse como presidente e foi depois eleito, em 2013, pelo movimento Isaltino, Oeiras Mais À Frente (IOMAF). No entanto, os dois autarcas afastaram-se e, em 2017, concorreram em separado, numas eleições que Isaltino Morais acabaria por vencer com maioria.

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+M

Pedro Loureiro é o novo new bussiness manager da GfK Portugal

  • + M
  • 28 Outubro 2022

O profissional será responsável pelo desenvolvimento de novo negócio da GfK Marketing Services, GfK Metris e Intercampus, as empresas que integram o grupo GFK no mercado nacional.

Pedro Loureiro

Pedro Loureiro integrou, como new bussiness manager, a GFK Portugal. O profissional será responsável pelo desenvolvimento de novo negócio da GfK Marketing Services, GfK Metris e Intercampus, as empresas que integram o grupo GFK no mercado nacional.

Este novo cargo surge com um olhar direcionado para a transformação dos desafios quotidianos em oportunidades, num grupo que é referência em estudos de mercado em Portugal e líder em tecnologia de mercado e bens de consumo, em 67 países”, explica, citado em comunicado, Pedro Loureiro.

Pedro Loureiro desvinculou-se em 2018 do Grupo Consultores, atual Scopen, empresa de investigação e consultoria do mercado publicitário trouxe para Portugal em 2004.

O seu percurso profissional teve início na Ernst & Young, de onde transitou para o grupo Compta. Em 1996, foi nomeado channel sales manager da tecnológica americana Sybase e em 1998 assumiu a direção de marketing da empresa de medição de audiências televisivas AGB Portugal.

É secretário do júri dos Prémios à Eficácia, prémios da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) com os quais colabora desde 2005, ano do seu lançamento, e que durante vários anos foram coorganizados pelo Grupo Consultores e pela APAN.

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Combustíveis voltam a descer. Gasóleo fica 2 cêntimos mais barato e gasolina 1,5 cêntimos na próxima semana

Na próxima semana, deverá passar a pagar 1,933 euros por litro de gasóleo simples e 1,820 euros por litro de gasolina simples 95.

Para a semana vai voltar a ter uma surpresa agradável quando for abastecer o seu carro, já que os combustíveis vão ficar mais baratos. O litro de gasóleo deverá descer dois cêntimos e o de gasóleo 1,5 cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado.

Assim, deverá passar a pagar 1,933 euros por litro de gasóleo simples e 1,820 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas esta segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), e que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras. Os preços ainda podem sofrer um ajustamento, não só para ter em conta o fecho das cotações do brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial, mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras.

Estes valores incorporam os descontos aplicados no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). Em outubro o Governo decidiu reduzir o desconto em 4,4 cêntimos na gasolina e 0,1 cêntimos no gasóleo, porque os preços dos combustíveis estavam a começar a abrandar. Este mês foi caracterizado por subidas relevantes — 21,7 cêntimos no caso do gasóleo e 19,8 cêntimos no caso da gasolina — mas agora caminha-se para duas semanas de quedas. A nova revisão dos apoios só acontecerá em novembro e resultará da aplicação da fórmula criada pelo Executivo.

Esta semana os preços dos combustíveis acabaram por descer, mas não tanto como antecipado. O gasóleo praticamente não mexeu (desceu 0,1 cêntimo) e a gasolina desceu 5,1 cêntimos e não seis cêntimos como era esperado.

Esta sexta-feira os preços do brent, que serve de referência para o mercado europeu, seguem a cair 0,55% para os 96,43 dólares por barril, sendo que já chegaram a cair 1,3% para os 95,7 dólares, mas os analistas antecipam que esta seja a quarta semana de subida dos preços do ouro negro e que o barril permaneça em torno da fasquia dos 100 dólares nos próximos meses.

Evolução do preço do Brent em Londres

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Walk Talks. Técnicas para uma melhor gestão do tempo

  • Trabalho
  • 28 Outubro 2022

Uma conversa, enquanto se caminha, que se repete todas as semanas aqui na Pessoas. Bem-vindos à Walk Talks.

Gerir o tempo é um dos maiores desafios nos dias que correm. É, talvez, o único recurso que nós, realmente, não conseguimos esticar, e nem mesmo comprar. Por isso, é fundamental adotar técnicas que nos permitam usufruir melhor deste recurso.

Definir prioridades, perceber qual o seu horário de maior capacidade de produção, usar as ferramentas que prometem simplificar as nossas vidas e, finalmente, utilizar a agenda são as dicas que Nuno Santos Fernandes e João Perre Viana, partners e mentores da Walking Mentorship, enumeram neste episódio da série ‘Walk Talks’.

Mas, sabendo que vão sempre existir situações que escapam ao planeamento, há que acrescentar a estas técnicas uma boa dose de paciência e flexibilidade.

https://videos.sapo.pt/fR8CdZIQkwSCn2mw5s1g

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Euribor a 3 meses sobe para novo máximo desde março de 2009, cai a 6 e 12 meses

  • Lusa
  • 28 Outubro 2022

A Euribor a três meses avançou esta sexta-feira para 1,641%. Nos prazos de seis e 12 meses, a taxa caiu para 2,034% e 2,567%, respetivamente.

As taxas Euribor subiram esta sexta-feira a três meses para um novo máximo desde março de 2009 e desceram a seis e a 12 meses face a quinta-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, desceu esta sexta-feira para 2,034%, menos 0,084 pontos, contra um novo máximo desde fevereiro de 2009, de 2,132%, verificado em 24 de outubro. A média da Euribor a seis meses subiu de 0,837% em agosto para 1,596% em setembro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • No prazo de 12 meses, a Euribor também desceu esta sexta-feira, pela quinta sessão consecutiva, ao ser fixada em 2,567%, menos 0,104 pontos do que na quinta-feira, depois de ter subido em 21 de outubro para 2,778%, um novo máximo desde dezembro de 2008. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 1,249% em agosto para 2,233% em setembro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou esta sexta-feira, pela oitava sessão consecutiva, ao ser fixada em 1,641%, mais 0,036 pontos do que na quinta-feira e um novo máximo desde março de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 0,395% em agosto para 1,011% em setembro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Na quinta-feira, 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 8 de setembro em 75 pontos base. A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Anacom pede às operadoras contenção na subida dos preços em 2023

Regulador emitiu recomendação às operadoras de telecomunicações a pedir que "avaliem" e "mitiguem o impacto das revisões de preços" previstas para 2023 sobre as famílias. Faz sete apelos às empresas.

Numa decisão pouco usual, o regulador das comunicações acaba de recomendar às operadoras que “avaliem e mitiguem o impacto das revisões de preços sobre as famílias”, no contexto da escalada da inflação que afeta o país. Como noticiou o ECO no final de agosto, Meo, Nos e Vodafone preparam-se para subir os preços em 2023, refletindo o aumento dos custos nas mensalidades dos clientes atuais.

“Tendo em conta o atual contexto de aumento das pressões inflacionistas em Portugal e o consequente aumento do custo de vida, e atendendo aos níveis de pobreza no nosso país, a Anacom, enquanto autoridade reguladora das comunicações, decidiu adotar uma recomendação dirigida aos prestadores de serviços de comunicações eletrónicas, para que considerem o impacto das suas políticas de preços sobre as famílias, que enfrentam um aumento do custo de vida sem precedentes na história recente”, avança a Anacom num comunicado.

Face a isto, entre outras coisas, a Anacom quer que as operadoras tenham “em devida consideração o contexto social e económico do país” no momento de decidir subir preços, e que permitam a rescisão antecipada aos clientes que queiram aderir à tarifa social de internet, uma medida que não existe neste momento.

Acréscimos muito significativos dos preços são disruptivos para os consumidores pelo que variações abruptas das condições tarifárias deverão ser evitadas.

Anacom

Recomendação às operadoras

Num ano em que tudo parece estar mais caro, as mensalidades das telecomunicações têm-se mantido relativamente estáveis para os clientes com contratos sujeitos a fidelização. No entanto, estes contratos, em geral, preveem a atualização anual dos preços no início do ano civil, tendo por referência a inflação do ano anterior, não havendo direito legal à rescisão sem penalização. Este mês, o Índice de Preços no Consumidor voltou a acelerar, aumentando 10,2% em termos homólogos, segundo a estimativa rápida avançada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Meo, Nos e Vodafone têm resistido a anunciar aumentos de preços e, na última segunda-feira, o CEO da Vodafone, Mário Vaz, não deu detalhes sobre as subidas previstas para 2023, quando questionado pelo ECO nesse sentido. Porém, é pouco provável que as operadoras não subam os preços em 2023. Um gestor da Altice já assumiu que 75% dos clientes da Meo têm contratos ligados à inflação, a Vodafone já disse que não se compromete a manter os preços no ano que vem e a Nos revelou esta semana um incremento nos custos na ordem dos 10% até setembro, em comparação com 2021.

Perante este cenário, o ECO tem vindo a questionar as operadoras sobre este assunto nos últimos meses e fez um novo pedido de informação à Meo, Nos e Vodafone após a divulgação da recomendação da Anacom. Fonte oficial da Vodafone respondeu que o CEO “já comentou o tema dos preços” na segunda-feira, “nomeadamente a sensibilidade do tema e as questões concorrenciais”, pelo que não tem “nada a comentar de momento”. Encontra-se a aguardar resposta da Meo e da Nos.

“A Anacom entende que existem razões económicas e sociais de relevo que deverão ser devidamente ponderadas pelas empresas do setor no âmbito de eventuais revisões dos preços dos serviços de comunicações eletrónicas a ocorrerem nos próximos meses. Além disso, acréscimos muito significativos dos preços são disruptivos para os consumidores pelo que variações abruptas das condições tarifárias deverão ser evitadas. Neste âmbito, assume também particular relevância a comunicação e informação aos consumidores de ofertas menos onerosas ou mais adequadas”, alerta o regulador liderado por João Cadete de Matos.

Anacom pede às operadoras contenção na subida de preços, mas medidas não têm poder vinculativoFlávio Nunes/ECO

Os sete pedidos da Anacom às operadoras

Não é um nem são dois — são sete os pedidos da Anacom às operadoras feitos na recomendação desta sexta-feira, que vão de simples apelos a pedidos de medidas concretas para facilitar a vida às famílias.

  1. Contenção na subida dos preços. Segundo a Anacom, há que “assegurar que, no âmbito das regras legais e contratuais aplicáveis, eventuais aumentos de preços, quer em tarifários disponíveis para novas adesões quer nos contratos em vigor, a ocorrerem nos próximos meses, têm em devida consideração o contexto social e económico do país, de forma a assegurar o efetivo acesso ao serviço por parte dos utilizadores finais a estes serviços”.
  2. Flexibilização na tarifa social. O regulador quer que as operadoras permitam aos clientes a rescisão antecipada dos contratos sem encargos às famílias que queiram transitar para a tarifa social de internet, algo que atualmente não é possível. Trata-se de uma oferta que todas as operadoras são obrigadas a ter e que custa, no máximo, cinco euros mais IVA, e cuja instalação não ultrapassa os 21,45 euros mais IVA. No entanto, a qualidade do serviço é limitada e a oferta não inclui televisão nem tarifários para telemóveis. O acesso também depende de algumas condições, como acontece na tarifa social da luz.
  3. Permitir pagamento a prestações. A Anacom quer que as operadoras promovam a “celebração de acordos com vista ao pagamento fracionado de faturas em situações de dificuldade ou efetiva mora do assinante”. O objetivo é “evitar a suspensão e posterior resolução do contrato”. O regulador reforça que as prestações devem ser “de valor comportável para o consumidor, atendendo à sua situação particular”.
  4. Possibilitar a redução de serviços sem custos. A entidade entende que as operadoras devem permitir aos clientes, nesta fase, o downgrade dos pacotes “sem penalização”. Ou seja, a redução da velocidade da internet, da quantidade de serviços ou do número de canais na televisão, por exemplo, o que, na prática, se traduz numa redução da mensalidade. A Anacom recomenda que isto se aplique mesmo fora das “situações legalmente previstas como fundamento para a suspensão temporária do contrato”.
  5. Melhor aconselhamento no apoio ao cliente. É outro dos apelos da Anacom, que sugere às empresas de telecomunicações a disponibilização de “um serviço específico de aconselhamento tarifário” através dos canais de atendimento ao cliente. Para tal, é necessária a “adequada formação das equipas”.
  6. Simplificação das ofertas. “Promover a disponibilização de ofertas com configurações mais simples, centradas nos atributos essenciais, que não incluam atributos ou serviços não valorizados pelos consumidores”, escreve a Anacom. No pensamento do regulador estarão serviços como o telefone fixo e grelhas com largas centenas de canais estrangeiros, por exemplo.
  7. Promoção de ofertas isoladas. É um apelo repetido, mas a Anacom pede às operadoras que fomentem a “atratividade” das ofertas isoladas e melhorem a respetiva “visibilidade”. O regulador refere-se a ofertas só de internet ou só de televisão, por exemplo.

Apesar dos apelos, as medidas apresentadas são apenas “recomendações”, pelo que a Anacom tem um poder limitado nesta matéria. No limite, são pedidos que poderiam ser ignorados pelas operadoras, caso em que as mensalidades subiriam vários euros no final do ano, ao contrário dos habituais 50 cêntimos de aumento que têm sido aplicados nos últimos anos.

A bola agora está do lado das operadoras, que, se realmente quiserem subir os preços, terão de avisar os clientes com antecedência. Geralmente, fazem-no em letras pequenas, numa das últimas faturas do ano.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h45)

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PME na União Europeia mostraram resiliência face ao impacto da pandemia

PME foram as únicas empresas que viram um aumento no número de novos registos. Geraram 3,4 mil milhões de euros de valor acrescentado em 2020.

A pandemia afetou as empresas, mas as pequenas e médias empresas (PME) foram aquelas que mais mostraram resiliência. De acordo com os dados do Eurostat, estas entidades continuaram a criar valor mesmo com a crise provocada pela Covid e os despedimentos não foram significativos. Entre todas as empresas, as PME foram as únicas que viram um aumento no número de novos registos.

Em 2020, 99% das empresas da economia empresarial não financeira da União Europeia (UE) tinha menos de 49 trabalhadores, ou seja, eram micro e pequenas empresas. Os restantes 0,9% diziam respeito a médias empresas (50 a 249 trabalhadores) e 0,2% a grandes empresas (250 ou mais trabalhadores).

Nesse ano, no auge da pandemia, muitas empresas fecharam e vários trabalhadores foram despedidos. Consequentemente, a economia empresarial não financeira reportou 6,5 mil milhões de euros de valor acrescentado, o equivalente a uma quebra de 6% face a 2019 (6,9 mil milhões de euros). Deste total, as PME foram responsáveis por 3,4 mil milhões de euros de valor acrescentado, menos 5% face a 2019 (3,9 mil milhões de euros).

O número de trabalhadores na economia empresarial não financeira totalizou 127,7 milhões em 2020, uma queda de 3% em relação aos 131,5 milhões em 2019, diz o Eurostat. O número total de empresas aumentou ligeiramente para 23,4 milhões, um aumento de 1% em relação aos 23,2 milhões em 2019. “No entanto, o aumento foi apenas no número de PME. O número de grandes empresas diminuiu 3,4% (43.500 em 2019 para 42.000 em 2020)”.

“As PME apresentaram uma resiliência razoável durante o ano de 2020, registando uma diminuição do valor acrescentado menor do que as grandes empresas e aumentando em número face ao ano anterior”, refere o gabinete de estatísticas da UE.

Ainda em 2020, contavam-se 23,3 milhões de PME na economia empresarial não financeira da UE, contribuindo com mais de metade do valor acrescentado total (3,4 mil milhões de euros, o equivalente a 52,3%).

As PME empregavam 82 milhões de pessoas em 2020, representando 64% de todos os trabalhadores. Mais da metade estava dividida em três atividades económicas: comércio distributivo (19,9 milhões de pessoas, 26% das micro e pequenas empresas e 20% do emprego das médias empresas), indústria (15,3 milhões de pessoas, 14% e 32%) e construção (11,2 milhões, 15% e 8%).

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Andy Moffit é o novo chief people officer da Sword Health

O profissional ingressou na Sword Health este mês, vindo diretamente da tecnológica Path AI, onde esteve dois anos a gerir a área de pessoas.

O unicórnio Sword Health contratou Andy Moffit para assumir o cargo de chief people officer. O profissional vai ser responsável pelo desenvolvimento de estratégias internas de gestão de pessoas, confirmou a Pessoas junto da startup portuguesa.

“Na Sword e como chief people officer, Andy vai ser responsável pelo desenvolvimento de estratégias internas que priorizem as pessoas, com foco no talento como o ativo mais essencial de uma empresa, para alcançar o sucesso a longo prazo”, comenta a Sword Health.

Andy Moffit ingressou na Sword Health este mês, vindo diretamente da tecnológica Path AI, onde esteve dois anos como chief people officer, apoiando a missão da empresa em melhorar os resultados de pacientes com patologias através da inteligência artificial.

“Na Path AI, o profissional C-level impulsionou o rápido crescimento da equipa, construindo e gerindo o sistema de operações de pessoas, cultura e desenvolvimento organizacional”, detalha o unicórnio.

No passado, o licenciado em Sociologia pela Universidade de Michigan e em Direito pela Universidade de Yale — e ainda mestre em Science, Social Research pela Universidade de Oxford — esteve na McKinsey, onde desempenhou funções de director of industry learning, e foi professor adjunto na Harvard Graduate School of Education, onde desenvolveu e lecionou o curso de Workplace Learning & Leadership Development and Technology.

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JPAB lança a Desk Longevidade+ dedicada ao envelhecimento ativo e direito

A sócia da JPAB Joana Silva Aroso vai ficar com a coordenação da Desk Longevidade+, direcionada ao acompanhamento das questões jurídicas associadas à longevidade.

A Desk Longevidade+ é a mais recente da JPAB – José Pedro Aguiar-Branco Advogados dedicada ao envelhecimento e ao direito. A sócia Joana Silva Aroso vai ficar com a coordenação desta desk direcionada ao acompanhamento das questões jurídicas associadas à longevidade. O objetivo é trabalhar a longevidade numa “perspetiva de ecossistema (rede) convocando várias áreas do direito”.

“Consciente da realidade que traduz o cenário demográfico de envelhecimento da população, e encarando tal facto como positivo e evidenciador do avanço civilizacional, a JPAB está também ciente dos desafios que tal representa, em termos individuais e de sociedade“, referem em comunicado.

Com a Desk Longevidade +, a JPAB pretende assumir a defesa de uma cultura positiva do envelhecimento, predispondo-se a trabalhar nas diversas dimensões que este “viver mais” importa, fomentando as relações entre gerações, a autonomia, a qualidade de vida, a saúde, os propósitos de vida e os desafios e projetos dos mais velhos.

“A JPAB pretende ajudar a responder aos desafios que se colocam nos mais variados domínios, como sejam os habitacionais e urbanísticos, tecnológicos, na área da saúde e no mercado de consumo, na formação ao longo da vida ou na gestão dos investimentos”, explicaram.

Esta desk pretende ainda ajudar o cidadão a preparar atempada e cuidadosamente a sua longevidade e a apoiar as empresas que pretendam acomodar as suas políticas de recursos humanos e os seus segmentos de negócio a uma visão integradora. A JPAB pretende também poder assim contribuir para a concretização das políticas públicas nestas matérias.

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Exportações crescem 28% no terceiro trimestre. Comércio internacional supera níveis de 2019

Comércio internacional está acima dos níveis registados em 2019, no período antes da pandemia. Mesmo assim, crescimento homólogo no terceiro trimestre abranda.

As exportações de bens cresceram 28% no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano passado, enquanto as importações aumentaram 35,3%, segundo revela a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira. Números representam, ainda assim, um abrandamento face ao trimestre anterior.

Isto já que no segundo trimestre de 2022, as taxas de variação homóloga foram de 31,2% nas exportações e 38,3% nas importações, de acordo com o gabinete de estatísticas.

O comércio internacional já está bem acima do nível registado em 2019, antes da pandemia. Face ao terceiro trimestre de 2019, os aumentos foram de 38,9% nas exportações e 43,5% nas importações, segundo sinaliza o INE.

As trocas comerciais com outros países têm vindo a aumentar, sendo que o ministro da Economia sinalizou no debate do Orçamento do Estado para 2023 que “vamos chegar ao fim do ano com exportações a representar 49% do PIB”, sendo que destes, 20% correspondem ao turismo (que não está incluído nestas estatísticas, já que dizem respeito apenas aos bens).

Estes resultados são uma primeira estimativa, que “incorpora uma primeira versão dos dados de setembro e revisões dos resultados dos dois meses anteriores, em consequência da inclusão de nova informação recebida no INE”.

(Notícia atualizada às 11h55)

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Google integra Auto Regulação Publicitária

A plataforma, liderada em Portugal por Bernardo Correia, é a primeira empresa digital a tornar-se membro deste órgão. 

A Google Portugal integrou a Auto Regulação Publicitária (ARP), associação que junta anunciantes, agências, meios, plataformas e associações setoriais e que tem como objetivo promover uma publicidade ética e responsável. A multinacional, liderada em Portugal por Bernardo Correia, é a primeira empresa digital a tornar-se membro deste órgão.

“É com grande satisfação que nos tornamos membros da ARP, que tem desempenhado um papel extraordinário para assegurar os mais elevados padrões de responsabilidade na atividade publicitária em Portugal. Na Google, a segurança do utilizador é nossa prioridade, e essa é a base para as decisões sobre os nossos produtos e políticas de anúncios. Estamos muito satisfeitos em começar a colaborar no que acreditamos que deve ser um esforço conjunto para todos os atores do setor de marketing”, diz citado em comunicado o country manager da Google Portugal.

“A ARP promove a confiança na publicidade há mais de 30 anos, contribuindo para que esta seja lícita, honesta, verdadeira e leal, e é com uma enorme satisfação que passamos a contar com a Google entre os nossos mais de 80 associados. Esta adesão é crucial para que, em conjunto, possamos assegurar a promoção de uma publicidade digital ética e responsável, e muito nos satisfaz a adesão da Google Portugal aos Códigos de Conduta da Auto Regulação Publicitária e o compromisso assumido no que respeita à observância das Decisões do Júri de Ética”, acrescenta Nuno Pinto de Magalhães, presidente da direção da Auto Regulação Publicitária.

A APR reúne, de acordo com o site da associação, 49 anunciantes, sete agências, 13 meios e plataformas e 14 associações setoriais e representa cerca de 80% do investimento publicitário nacional.

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Indústria de laticínios critica aposta em nómadas digitais para ocupar o Interior

“Não é com nómadas digitais que vamos assistir à inversão dos fluxos populacionais em direção ao litoral e às cidades”, frisam os industriais de laticínios. Está em causa a “autossuficiência do país".

O presidente da Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL) defendeu esta sexta-feira a relevância do setor lácteo para a economia nacional, em particular nas áreas geográficas em que se encontram os maiores polos de produção leiteira e de transformação industrial, notando ser “determinante para um país onde se pretende promover a fixação da população nas zonas agrárias e do interior, invertendo ou reduzindo os fluxos migratórios para o litoral e para as cidades”.

“Com o devido respeito pelas novas tendências de trabalho geradas pela pandemia e potenciadas pela recente evolução nas tecnologias de comunicação, não é com os nómadas digitais que vamos assistir à inversão dos fluxos populacionais em direção ao litoral e às cidades. É, sim, com a criação de condições para a sustentabilidade da produção e a geração de valor em setores como o dos laticínios”, declarou Manuel Casimiro de Almeida.

Na abertura do Encontro Nacional de Laticínios, que vai decorrer durante todo o dia na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto, o líder dos industriais falou das “grandes dificuldades” colocadas pela subida dos preços da energia, da alimentação animal ou dos adubos num setor em que a cadeia de valor opera com “margens de comercialização muito exíguas”. E disse mesmo que “a sobrevivência do setor da exploração leiteira está em causa”, pois quando encerra uma exploração, normalmente o produtor não retorna a essa atividade.

A autossuficiência do país no que respeita aos laticínios está em causa e, consequentemente, a soberania alimentar nacional. Este tema da dependência económica de países terceiros não é propriamente uma questão menor.

Manuel Casimiro de Almeida

Presidente da ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios

“A autossuficiência do país no que respeita aos laticínios está em causa e, consequentemente, a soberania alimentar nacional. E, como se verifica noutros setores de atividade mundial, este tema de autossuficiência ou de dependência económica de países terceiros não é propriamente uma questão menor”, dramatizou Manuel Casimiro de Almeida.

No caso da indústria, particularizou o mesmo responsável, aos desafios estruturais como a inovação, a sustentabilidade, as tendências de consumo e a concorrência externa, junta-se agora a “questão problemática da absorção dos incrementos enormes de preços decorrentes do atual processo inflacionista e a capacidade de os repercutir nos preços de venda finais”.

“A subida exponencial do preço de aquisição do leite em natureza pela indústria ao produtor, os custos energéticos e de distribuição, a subida das taxas de juro, colocam sérios problemas de rendibilidade e sustentabilidade económica à indústria”, concretizou o presidente da ANIL, reclamando ao Estado a “adoção e concretização de medidas orçamentais ao nível dos impostos diretos e indiretos”.

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