Petróleo sobe mais de 1%, entre receios com abastecimento e embargo da UE

As preocupações com a oferta de "ouro negro" estão a influenciar as negociações do petróleo, com o Brent a rondar os 108 dólares.

Os preços do petróleo avançam mais de 1% na manhã desta quinta-feira, ainda com as preocupações com o abastecimento da matéria-prima devido a um possível embargo da União Europeia (UE) ao petróleo russo a impactar a negociação. Isto dias depois da diminuição da oferta da Líbia abalar o mercado.

Esta manhã, o Brent, referência europeia, valoriza 1,57% para os 108,48 dólares o barril. Já o West Texas Intermediate (WTI), em Nova Iorque, ganha 1,44% para os 103,64 dólares.

“As discussões da UE para proibir ou eliminar gradualmente as compras de petróleo russo, a maior influência nos preços do petróleo nos últimos dias, estão em segundo plano, mas ainda não resolvidas, o que pode limitar os preços do petróleo a uma faixa relativamente estreita numa base de liquidação diária”, apontou Vandana Hari, do Vanda Insights, à Reuters.

Existem ainda outros fatores a pesar no sentimento, A Líbia, que faz parte da OPEP, disse na quarta-feira que o país estava a perder mais de 550 mil barris por dia de produção de petróleo devido a bloqueios nos principais campos e terminais de exportação.

É também de sinalizar as perspetivas de procura na China, já que o país, que é o maior importador de petróleo do mundo, está a diminuir lentamente as restrições da Covid-19 que atingiram o setor da produção e as cadeias de abastecimento globais.

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FMI avisa que Ucrânia vai precisar de 4,6 mil milhões por mês. Acompanhe aqui

Nos próximos 2-3 meses, a Ucrânia vai precisar de um injeção acima de 4 mil milhões por mês para "manter a estabilidade macroeconomia e financeira".

No dia em que o presidente da Ucrânia discursou no parlamento português, o FMI fez as contas ao custo que a guerra terá nas finanças ucranianas. Nos próximos dois ou três meses, a Ucrânia vai precisar de cerca de 5 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) por mês para manter a “estabilidade macroeconómica e financeira”, de acordo com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva.

Na frente militar, Moscovo diz ter conquistado a cidade de Mariupol e Vladimir Putin optou por o cerco a siderurgia de Azovstal – onde estão sitiados combatentes e civis ucranianos – em vez de um ataque à instalação industrial. As forças russas vão conquistando posições e já controlam 80% de Lugansk, segundo o governador da região.

Há mais uma empresa a desistir de fazer negócio na Rússia. O grupo de restauração coletiva Sodexo anunciou que cessou as suas atividades na Federação Russa, que representavam menos de 1% do seu volume de negócios, declarando-se “fortemente mobilizada” para apoiar os ucranianos.

O petróleo volta às subidas alimentado pelos receios com abastecimento e embargo da UE.

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80% dos profissionais põem ética na IA nas mãos dos executivos

Cerca de 80% dos CEO inquiridos estão preparados para implementar práticas de ética na IA, mas menos de um quarto das organizações já atuaram nessa área.

Os executivos do negócio, como o CEO, são agora vistos como a força motriz da ética na inteligência artificial (IA): 80% dos profissionais consideram que um executivo não técnico é o principal defensor da ética aplica a esta tecnologia, uma subida acentuada face aos 15% registados em 2018. Os CEO (28%) são vistos como o principal garante da ética na IA, seguidos dos administradores (10%), consultores jurídicos (10%), responsáveis de privacidade (8%) e de risk & compliance (6%). Embora cerca de 80% dos CEO estejam preparados para implementar práticas de ética na IA, menos de um quarto das organizações já atuaram nessa área, revela um novo estudo do IBM Institute for Business Value (IBV).

“Como muitas empresas hoje em dia usam algoritmos de IA em todo o seu negócio, potencialmente enfrentam crescentes exigências internas e externas para conceberem estes algoritmos de forma a serem justos, seguros e confiáveis. No entanto, tem havido pequenos progressos em toda a indústria na incorporação da ética nas suas práticas de IA”, começa por explicar Jesus Mantas, global managing partner da IBM Consulting.

“Os resultados do nosso estudo do IBV demonstram que a construção de uma IA de confiança é um imperativo de negócio e uma expectativa social, e não apenas uma questão de conformidade. Como tal, as empresas podem implementar um modelo de governação e incorporar princípios éticos ao longo de todo o ciclo de vida da IA”, acrescenta, citado em comunicado.

A construção de IA de confiança é cada vez mais percecionada como um diferenciador estratégico — mais de três quartos dos líderes empresariais inquiridos este ano concordam que a ética na IA é importante para as suas organizações, acima dos cerca de 50% do estudo em 2018 — e as organizações estão a começar a implementar mecanismos de ética na IA.

A construção de uma IA de confiança é um imperativo de negócio e uma expectativa social, e não apenas uma questão de conformidade. Como tal, as empresas podem implementar um modelo de governação e incorporar princípios éticos ao longo de todo o ciclo de vida da IA.

IBV

Mais de metade dos inquiridos diz que a sua organização já tomou medidas para incorporar a ética na IA na sua atual abordagem à ética empresarial, nomeadamente criando mecanismo de ética específicos para a IA, como ferramentas de avaliação de risco dos projetos de IA e processos de auditoria e revisão. E os resultados têm sido positivos: 67% dos inquiridos que consideram importantes a IA e a ética na IA indicam que as suas organizações superam os seus pares em termos de desempenho em sustentabilidade, responsabilidade social e diversidade e inclusão.

Ainda assim, o processo é lento e nem todas as empresas já começaram realmente a fazer este caminho. Menos de um quarto das organizações que responderam ao inquérito do IBV operacionalizaram a ética na IA, e menos de 20% dos inquiridos concordaram significativamente que as práticas e ações da sua organização correspondem (ou excedem) os princípios e valores que foram declarados.

3 recomendações para os líderes

A boa notícia é que a larga maioria (79%) dos CEO entrevistados estão agora mais preparados para incorporar a ética nas suas práticas de IA do que em 2018 (20%), e mais de metade das organizações subscreveram publicamente princípios comuns da ética na IA.

“O momento para as empresas agirem é agora. Os dados do estudo sugerem que as organizações que implementem uma ampla estratégia de ética na IA integrada em todas as unidades de negócio podem ter uma vantagem competitiva ao avançarem já”, lê-se no estudo.

Enumerando algumas recomendações para os líderes empresais, o IBV destaca três recomendações:

  1. Ter uma abordagem multifuncional e colaborativa: “A IA ética requer uma abordagem holística, e um conjunto holístico de competências entre todas as partes envolvidas no processo de ética na IA. Executivos de C-Suite, designers, cientistas comportamentais, cientistas de dados e engenheiros de IA têm um papel distinto a desempenhar para uma jornada de IA confiável.”
  2. Estabelecer uma governança organizacional e do ciclo de vida da IA para operacionalizar a disciplina da ética na IA: “Ter uma abordagem holística para incentivar, gerir e governar soluções de IA em todo o ciclo de vida da IA, desde a definição da cultura certa para promover a IA de forma responsável, até às práticas, políticas e produtos.”
  3. Ir além da organização e estabelecer parcerias: “Alargar a abordagem identificando e envolvendo os principais parceiros tecnológicos, académicos e startups focadas em IA, assim como outros parceiros do ecossistema para estabelecer uma “interoperabilidade ética.”

O estudo do IBV, “AI ethics in action: An enterprise guide to progressing trustworthy AI”, entrevistou 1.200 executivos em 22 países de 22 indústrias para perceber qual a posição dos executivos quanto à importância da ética na IA e na forma como as organizações a estão a operacionalizar. Aceda ao estudo completo aqui.

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Em 2021, as rendas que recebi foram inferiores às despesas com a casa. Posso recuperar o prejuízo?

Para os contribuintes que ainda não entregaram o IRS e têm dúvidas sobre este processo, o ECO escolheu 20 dicas do Guia Fiscal da Deco para o ajudar. Será partilhada uma dica por dia.

A campanha do IRS já arrancou, no primeiro dia do mês, mas há quem tenha ainda dúvidas sobre a entrega desta declaração. Alguns têm o trabalho facilitado, estando abrangidos pelo IRS automático, alargado no ano passado, mas mesmo assim certos aspetos poderão ainda estar por esclarecer. A resposta às perguntas mais frequentes dos contribuintes pode ser encontrada no Guia Fiscal 2022, da Deco Proteste.

Agora, os “recibos verdes” já têm acesso ao IRS automático, e os mais novos podem optar pelo IRS Jovem. Entre as novidades deste ano, onde já se vai sentir o efeito das novas tabelas de retenção na dimensão do reembolso, encontra-se o IVA dos ginásios, que passou a ser possível descontar no IRS.

Assim, o ECO selecionou 20 das dicas disponibilizadas pela Deco para ajudar a esclarecer todas as dúvidas. Será partilhada uma diariamente ao longo deste mês.

Em 2021, as rendas que recebi foram inferiores às despesas com a casa. Posso recuperar o prejuízo?

Sim. Pode deduzir esse prejuízo nos seis anos seguintes a eventuais rendimentos prediais que venha a obter. Mas, para isso, é preciso optar pelo englobamento no quadro 6F do anexo F. Como obteve prejuízo em 2021, na nota de liquidação de 2022 já deverá estar indicado o montante que pode ser reportado até aos seis anos seguintes, no quadro “A título informativo”.

Este ano, quando preencher o quadro 4.1 do anexo F (ou 4.2 para arrendamentos de longa duração), mencione as rendas recebidas e as despesas tidas. Não precisa de inscrever o prejuízo do ano anterior. O Fisco faz todos os cálculos.

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Afinal, o que se passa com a Netflix?

Plataforma de streaming foi castigada pelos investidores e perdeu mais de um terço do seu valor em apenas um dia. Crescimento das assinaturas está ameaçado pela partilha de contas e saída da Rússia.

Há dois anos, a Netflix brilhava em Wall Street. Com o mundo confinado por causa da Covid-19, os investidores arrebataram ações da empresa como sendo um dos negócios mais resistentes aos efeitos da pandemia. Tinham razão: no final do primeiro trimestre de 2020, a Netflix contava com menos de 183 milhões de assinantes; no final do ano passado, eram quase 222 milhões.

O crescimento das subscrições pagas teve respaldo na cotação da empresa na bolsa. Entre meados de março de 2020 e outubro de 2021, a Netflix mais do que duplicou o seu valor de mercado. Porém, esta quarta-feira, a era dourada da maior plataforma de streaming do mundo parece ter terminado. De um momento para o outro, a tecnológica perdeu mais de um terço do seu valor de mercado, caindo 35%, de 348,61 para 226,19 dólares.

Netflix afunda na bolsa:

Intervalos de 30 minutos | Fonte: Refinitiv

São vários os fatores que explicam a derrocada desta quarta-feira. O primeiro está intimamente ligado ao número de assinaturas. A empresa revelou na terça-feira à noite que perdeu 200 mil assinantes entre janeiro e março, algo que não acontecia há uma década e um número completamente aquém das estimativas da própria plataforma, que esperava um crescimento de 2,5 milhões.

Esse recuo é explicado, por um lado, com o levantamento das restrições da pandemia em muitos mercados onde a Netflix opera. Por outro, a plataforma deixou de operar na Rússia depois da invasão à Ucrânia, o que ditou a perda de 700 mil assinantes naquele mercado.

Em segundo lugar, os investidores estão a castigar a Netflix pelo guidance que deu para este segundo trimestre, que é agora bem menos animador. Entre abril e junho, a empresa espera perder dois milhões de assinantes a nível global, o que indicia que a queda no número de assinantes ainda só começou.

Há ainda um terceiro motivo que bem pode ditar mudanças significativas para os utilizadores. É que, além dos 222 milhões de assinantes que a Netflix tem espalhados pelo mundo, a administração estima que existam mais 100 milhões de lares com acesso ao serviço através da partilha de contas entre utilizadores, uma prática que desrespeita as regras da plataforma, mas que a Netflix tem dificuldade em controlar.

Sobre este ponto, a plataforma está a preparar duas medidas de peso. Primeiro, quer lançar uma nova modalidade de subscrição que, por um valor adicional, permita a partilha de contas pelos utilizadores. Segundo, a empresa admite agora lançar uma versão gratuita, financiada por anúncios publicitários.

“Quem segue a Netflix sabe que tenho sido contra a complexidade da publicidade e um grande adepto da simplicidade da subscrição. Mas por muito que seja fã disso, sou ainda mais fã da escolha do consumidor”, disse Reed Hastings, chairman e co-CEO da companhia, na apresentação de resultados do primeiro trimestre.

Squid Game foi uma das séries de maior sucesso financiadas pela NetflixEPA/FAZRY ISMAIL

De facto, há muito que a empresa tem recusado a opção de lançar uma versão gratuita com publicidade, algo que é relativamente comum no streaming de música, com o Spotify à cabeça. Se a estratégia for adiante, tal representará uma novidade bastante significativa para este mercado, apesar de a Netflix, tal como as principais concorrentes, oferecerem um período inicial gratuito aos novos clientes, uma tendência que é mais preponderante entre os assinantes da Apple TV+.

Além de tudo isto, a Netflix tem apostado nos jogos e continua a investir muitos milhares de milhões de dólares em novos conteúdos, entre filmes e séries. Esta opção pela variedade no catálogo tem gerado autênticos sucessos de audiências, de que é exemplo a série sul-coreana Squid Game. Mas também já deu à luz alguns títulos menos bem-sucedidos, como Space Force.

Em suma, os próximos trimestres serão determinantes para definir a forma como os investidores e assinantes olham para a Netflix. Para já, é ponto assente que, para continuar a crescer, a empresa tem de afinar a sua estratégia e ajustar o modelo de negócio. Mas os tempos são de grande incerteza. O acelerar da taxa de inflação nos EUA e até na Zona Euro tem feito subir o custo de vida, ao mesmo tempo que a subida das taxas de juro ameaça deixar menos rendimento disponível às famílias. Um futuro de sucesso para a Netflix estará no difícil equilíbrio entre estas duas realidades.

(Notícia atualizada às 10h19 com gráfico interativo)

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Negócio de canábis em Portugal roda de mãos por 26 milhões de euros

Com cultivo em Sintra e Aljustrel, a Holigen, até agora detida pela canadiana Flowr e uma das 18 licenciadas pelo Infarmed, foi comprada por um grupo britânico que já produz canábis em África.

A Holigen, que detém uma propriedade de cultivo indoor de canábis com cerca de 7.600 metros quadrados em Sintra e ainda uma instalação exterior com perto de 40 hectares no concelho alentejano de Aljustrel (Beja), acaba de ser comprada pela Akanda Corp, sediada no Reino Unido, por um valor a rondar os 26 milhões de euros.

A multinacional que já era dona de um campo de cultivo no Reino do Lesoto — pequeno país da África Austral que forma um enclave na parte oriental da África do Sul — e da empresa de importação e distribuição CanMart, que abastece farmácias e clínicas no território britânico, fechou negócio com a canadiana The Flowr Corporation.

Foi em julho de 2019 que este grupo de Toronto recebeu autorização do Infarmed para avançar com a plantação de canábis medicinal em Portugal, tendo nessa altura anunciado um investimento de 45 milhões de euros. Menos de três anos depois, a operação roda para as mãos da Akanda, que assim espera “melhorar a capacidade para atender à crescente procura” por este produto.

No arranque deste ano, os antigos donos anunciaram que a subsidiária Holigen tinha concluído com sucesso a primeira colheita de canábis medicinal com elevado teor de THC nas instalações sintrenses, esperando colher aproximadamente 300 quilos no primeiro trimestre. As previsões apontam para uma produção anual de mais de duas toneladas de “canábis premium nessa que é uma das poucas unidades com certificação europeia de boas práticas de fabrico (GMP), além de uma quantidade superior a 100 toneladas de canábis outdoor.

Portugal é uma das principais jurisdições da União Europeia para acolher negócios de canábis, com um Governo voltado para o futuro, além de um regulador responsivo.

Tej Virk

CEO da Akanda Corp

Além de dar escala aos ativos da Akanda no espaço da União Europeia, esta operação em Portugal vai permitir “otimizar a sazonalidade” através das operações de cultivo nos hemisférios Norte e Sul, o que diz ser “único no setor”. A nova proprietária da Holigen destaca ainda o potencial de desenvolvimento do mercado nacional, adiantando a intenção de ter a “distribuição do produto e parcerias B2C [diretamente entre a produtora e o consumidor final] em Portugal, respondendo a uma procura não satisfeita no mercado”.

“Portugal é uma das principais jurisdições da União Europeia para acolher negócios de canábis, com um Governo voltado para o futuro, além de ter um regulador responsivo”, elogia o presidente executivo da Akanda, Tej Virk, citado num comunicado divulgado esta quarta-feira e em que sublinha ainda que esta aquisição “acelera significativamente a estratégia” do grupo e “posiciona-o para criar valor significativo e sustentável” no país.

O cofundador da Flowr, Tom Flow, que no outono do ano passado se tinha mudado para Portugal para controlar o negócio da Holigen, deve manter-se na empresa e continuar a liderar esta operação em Sintra e Aljustrel, assim que esteja fechado com sucesso este processo de aquisição. Já foi aprovado pelas administrações de ambas as empresas e deve ficar concluído em termos regulamentares no segundo trimestre deste ano.

Investimentos e exportações a disparar

A lei que autorizou o cultivo e a exportação de canábis em Portugal entrou em vigor em fevereiro de 2019 e no final desse ano o então presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, advertiu que “em poucos anos a canábis medicinal vai notar-se no PIB português”. Em 2021 foram exportadas quase 30 toneladas de flor seca de canábis, seis vezes mais do que no ano anterior. Canadá, Israel, Austrália, França, Reino Unido e EUA são os principais destinos.

Segundo o Infarmed, que já recebeu um total de 99 pedidos de licenciamento, existem atualmente 18 empresas com autorização para cultivar canábis para fins medicinais. É o caso da canadiana Tilray, que tem uma unidade de produção em Cantanhede, ou da colombiana Clear Leaves, que no final do ano passado foi autorizada a mais do que duplicar a área de cultivo em Odemira e que está a construir uma unidade de secagem, corte e embalamento em Setúbal.

Instalações da Clear Leaves em Odemira

Apesar de ser dominado por multinacionais, também há empresas portuguesas a apostar neste setor. A Cannprisma, localizada em Castro Marim, iniciou o cultivo no último trimestre de 2021 e vai produzir 20 toneladas por ano. Com o projeto a prever uma fábrica em Vila Real de Santo António para produzir óleos e preparados de canábis para fins medicinais, a sociedade liderada por João Nascimento prevê chegar a uma faturação entre 30 e 50 milhões de euros por ano.

Também a start-up portuguesa AceCann, que reclama o estatuto de primeira empresa em Portugal a receber um certificado de idoneidade para prática de atividades de I&D por parte da Agência Nacional de Inovação (ANI), fechou em outubro uma ronda de financiamento de 15 milhões de dólares, liderada pela sociedade de capital de risco Casa Verde, para construir em Vendas Novas um centro de produção dedicado ao cultivo, processamento e extração de canábis, dirigido ao mercado europeu que até 2024 deverá valer quase 3 mil milhões de euros.

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CEO da Galp preocupado com fornecimento de gás a Portugal e à Europa

Galp tem estado a trabalhar com o Governo para garantir a importação de gás natural da Nigéria, o maior fornecedor de Portugal. Moçambique pode ser parte da solução para resolver escassez na Europa.

O CEO da Galp, Andy Brown, convocou os jornalistas para uma conferência de imprensa na quarta-feira para partilhar a sua visão sobre a crise energética que afeta o mundo. E se não é indiferente ao impacto da forte valorização do petróleo nos consumidores — contexto que também ajuda os cofres da petrolífera — está muito mais preocupado com o fornecimento de gás à Europa e o impacto nos preços da eletricidade.

“O gás, e por arrasto a eletricidade, é uma questão mais grave a longo prazo”, apontou o presidente executivo da petrolífera. Até porque, em termos relativos, a subida da cotação é muito superior. “Temos noção dos preços do petróleo, que são muito visíveis, mas não dos do gás. Numa base energética equivalente, os preços do gás estiveram ao dobro dos do petróleo. Antes eram metade dos do petróleo”.

“Os preços do petróleo subiram, mas os do gás subiram muito mais. E os preços do gás estão a determinar os preços da eletricidade neste momento. Para mim, o gás e a eletricidade são questões mais importantes do que o petróleo e mais urgentes para a Europa e Portugal resolverem“.

Só que a resolução desta questão é tudo menos fácil e pode demorar vários anos. O problema: “Cerca de 40% do gás natural consumido na Europa é importado da Rússia, cerca de 160 mil milhões de metros cúbicos por ano. Para substituir esse gás será necessário importar de outros países, talvez um pouco mais da Noruega, talvez um pouco mais da Argélia. Mas estes países não têm a capacidade excedentária que a Europa irá necessitar“.

A alternativa é o gás natural liquefeito (GNL), que se obtém baixando o gás até uma temperatura negativa de 160 graus. Só que “os projetos de GNL que arrefecem o gás para o tornar num líquido são caros e levam muitos anos a construir.”

A produção mundial de GNL tem vindo a aumentar a um ritmo de 4% ao ano, mas a maior parte já está comprometido através de contratos de fornecimento de longo prazo, sobretudo para países asiáticos. “Há contratos de curto prazo em GNL que podem ser desviados para a Europa, mas teriam de ser retirados da Ásia”, aponta o CEO da Galp. Mesmo conseguindo esse redirecionamento, “a Europa também sofre com o facto de ter uma capacidade insuficiente de regasificação” para o gás natural ser usado. A Península Ibérica tem capacidade excedentária de regasificação, mas a ligação por gasoduto a França é limitada.

Independência energética da Europa ainda distante

Andy Brown considera, por isso, difíceis de atingir as metas definidas pela União Europeia no REPowerEU de encher até 80% as reservas de gás natural até 1 de outubro. Para o responsável, esse objetivo só pode ser alcançado através de importações da Rússia, que continuam a existir. “Pode levar vários anos até à Europa se tornar totalmente independente da Rússia se quiser manter a atividade no gás que tem hoje“, sentenciou.

A pressão no gás natural tem depois repercussões no preço da eletricidade, uma vez que este é fixado com base no custo marginal do tipo de produção mais cara. E a maior parte do tempo é a produção a partir de gás natural. “É apenas uma parte pequena do total de produção de energia na península ibérica, mas define o preço“, explicou. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, rondou os 30% em 2019, quer em Espanha, quer em Portugal.

Estamos preocupados que os preços da eletricidade possam continuar a subir a menos que seja encontrada uma solução de mais longo prazo.

Andy Brown

CEO da Galp

Andy Brown elogia a medida temporária proposta por Espanha e Portugal para limitar a cotação do gás (a 30 euros por MWh) usada no cálculo dos preços de eletricidade, e que ainda aguarda a luz verde de Bruxelas. Mas não chega. “Estamos preocupados que os preços da eletricidade possam continuar a subir a menos que seja encontrada uma solução de mais longo prazo“, afirma.

A pressão também existe sobre o fornecimento a Portugal, que importa todo o gás natural que consome, a maior parte da Nigéria (49,5%, em 2021). “Um dos nossos maiores esforços é assegurar o fornecimento de GNL da Nigéria, em particular perante sérias questões de segurança no delta onde muito do gás é produzido. Temos estado a trabalhar com a Europa e o governo português para garantir com os nigerianos que o gás continua a fluir e que conseguimos satisfazer as necessidades dos nossos clientes“, revelou Andy Brown.

O responsável lembrou ainda que a Argélia decidiu deixar de fornecer gás natural através do gasoduto de Marrocos e que entrega o gás contratado pela Galp através do Medgaz, que liga a Argélia a Espanha. Um gasoduto que “não tem grande capacidade excedentária”.

Moçambique faz parte da solução

“Gostávamos muito de receber mais gás da Argélia, mas isso dependerá dos argelinos”, diz o presidente executivo, que assumiu funções em fevereiro do ano passado. A Galp tem também um novo contrato de GNL que começa lá para finais do próximo ano, com a Venture LNG do Golfo do México. A diversidade de fornecedores é importante para “manter alguma segurança no abastecimento de gás a Portugal”, sublinha.

Os EUA também podem desempenhar um papel muito relevante, até porque têm grandes reservas (sobretudo shale gas) e como o custo é um quarto do que é na Europa, é economicamente viável convertê-lo em GNL e transportá-lo através do Atlântico. Mas o que Andy Brown gostaria de ver era “uma aceleração do GNL em Moçambique”, onde a Galp está envolvida. “Vamos ter uma unidade de GNL flutuante operada pela ENI, onde temos 10%, que começará este ano em Moçambique e vai reforçar o fornecimento”, afirmou.

Temos de ver o que acontece no futuro e a nossa capacidade de construir um projeto muito maior em Moçambique, que tem enormes reservas de gás. E o mundo precisa desse gás”, acrescentou.

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5 coisas que vão marcar o dia

Zelensky no Parlamento. CTT, Jerónimo Martins e Nos reúnem em assembleia geral. INE e BdP publicam dados estatísticos. Em Washington, banqueiros centrais reúnem-se à mesma mesa.

O Presidente da Ucrânia fala hoje aos portugueses numa sessão na Assembleia da República. Nas empresas, o dia é preenchido por três assembleias gerais de acionistas de grandes cotadas do PSI. Há ainda dados do mercado imobiliário para conhecer, bem como do endividamento da economia.

Zelensky fala ao Parlamento português

O Presidente da Ucrânia participa esta tarde, à distância, numa sessão solene na Assembleia da República. A iniciativa de “boas-vindas” está marcada para as 17h e deverá contar com um discurso de Volodymyr Zelensky, à semelhança do que o Chefe de Estado ucraniano tem feito noutros parlamentos internacionais. O convite foi endereçado como forma de assinalar a solidariedade de Portugal para com o povo ucraniano, que ainda resiste à invasão perpetrada pela Rússia. Na cerimónia estarão presentes o primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O PCP foi o único partido com assento parlamentar a opor-se a esta iniciativa.

BdP mede endividamento da economia

O Banco de Portugal (BdP) vai publicar os dados mensais do endividamento do setor não financeiro em fevereiro. No mês anterior, a dívida das administrações públicas, empresas e particulares engordou em 3,2 mil milhões de euros, totalizando 771,3 mil milhões. Contando apenas com o setor privado, a dívida aumentou 1,1 mil milhões. O resto do aumento, 2,1 mil milhões, verificou-se no setor público.

Quanto custa comprar casa?

No campo das estatísticas, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) vai publicar dados sobre os preços da habitação ao nível local relativos ao quarto trimestre do ano passado. No trimestre anterior, o preço mediano dos alojamentos familiares em Portugal foi 1.311 metros quadrados, um aumento superior a 12% face ao período homólogo, mas os dados vão permitir analisar a evolução do mercado imobiliário em cada município.

Cotadas reúnem com os acionistas

O dia nos mercados fica marcado pelas assembleias gerais de acionistas de três cotadas de peso da bolsa de Lisboa: CTT, Jerónimo Martins e Nos. A reunião magna dos Correios é a primeira das três e está marcada para as 10h. A da dona do Pingo Doce arranca uma hora depois. Já a da Nos foi agendada para as 15h30. Entre outras coisas, os acionistas das três empresas vão deliberar sobre as propostas dos respetivos Conselhos de Administração para a distribuição de dividendos.

Bancos centrais sentam-se à mesa

Prosseguem esta quinta-feira as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), de onde se destaca um seminário com vários nomes de peso — Jerome Powell da Fed, Christine Lagarde do BCE e Kristalina Goergieva do FMI vão debater o estado da economia global entre as 13h e 14h, num painel onde também estará Mia Mottley, primeiro-ministro de Barbados. O painel ganha ainda mais relevância tendo em conta as diferentes estratégias de política monetária seguidas nos EUA e Zona Euro. Enquanto a Fed já começou a subir as taxas de juro para tentar dominar a inflação, o BCE ainda não deu indicações de quando o planeia fazer, apesar de já ter começado a reduzir as compras de ativos.

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É preciso desmistificar a ideia de que a distribuição está a esmagar os produtores nacionais, diz diretor-geral da APED

Empresas de distribuição garantem que não estão a subir as margens e afastam escassez de produtos, mas admitem que "vai haver retração no consumo". Limites à venda de produtos já foram levantados.

O diretor-geral da APED reitera que “até ao final do primeiro semestre” deste ano os preços dos produtos alimentares vão subir, em média, cerca de 30%, mas assegura que as empresas de distribuição não estão a aumentar as margens de lucro. Em entrevista ao ECO, Gonçalo Lobo Xavier admite que a escala de preços vai provocar uma “retração no consumo” e garante que o setor não está “a esmagar os produtores nacionais”.

“O retalho alimentar é um negócio de volume, não é um negócio de margens altas e o que temos conseguido manter é o mesmo nível de margens na ordem dos 2% a 3% apesar de estarmos com níveis de custos dos fatores de produção a aumentar 10%, 15% ou 20%“, garante o diretor-geral da APED, que representa mais de 180 associados, dos quais 60 do retalho alimentar.

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia veio juntar-se à subida de preços da energia e à seca, provocando uma escalada do custo de várias matérias-primas essenciais para a produção alimentar, como os cereais. Nesse sentido, e baseando-se nas estimativas apresentadas pela OCDE e pela FAO, Gonçalo Lobo Xavier antecipa que o “custo de produção de bens alimentares vai ter um incremento na ordem dos 30%“, com este aumento a ser “completamente transmitido” ao consumidor até ao “final do primeiro semestre”.

“Não é em todos os produtos, não é em todos os segmentos, não é imediato, mas é decorrente de algo que está a acontecer desde setembro”, sinaliza, o responsável, em entrevista ao ECO, acrescentando, no entanto, que apesar de não as empresas do setor de distribuição não estarem a aumentar as margens estão a transmitir “obviamente, o aumento de custo de decorrente” a que foram sujeitos por parte dos “produtores e forneceres”.

Não obstante, Gonçalo Lobo Xavier diz que “é preciso desmistificar a ideia” de que o setor da distribuição está “a esmagar os produtores nacionais”, dado que as cadeias de supermercados não são “autossuficientes em todas as áreas, em todos os produtos” e têm “dado uma preferência bastante grande” à produção nacional. “A maior parte das vezes não compramos diretamente aos produtores. Compramos a organizações de produtores ou a intermediários ou à indústria e, portanto, até o produto chegar à distribuição há vários canais. É escusado os produtores estarem a atirar acusações à distribuição quando muitas vezes nem temos contacto com eles”, atira, em entrevista ao ECO.

O diretor-geral da APED reitera que “vivemos um clima de abundância”, pelo que não há “qualquer risco de rutura de produtos” e assegura que a venda de produtos como óleo de girassol, farinha ou pão ralado nos supermercados já não está sob qualquer limitação. “Esses produtos que foram há três ou quatro semanas limitados hoje já estão sem limitações, quer no mercado grossista quer no mercado retalhista“, revela.

Face à escalada de preços, Gonçalo Lobo Xavier admite ainda que “vai haver alguma perda de poder de compra” que irá provocar, consequentemente “uma retração no consumo”, dado que não é expectável que os salários dos portugueses acompanhem a inflação. “Aqui ao lado, em Espanha, a inflação em março estava nos 9,8%, rapidamente chegará aos dois dígitos. Em Portugal podemos correr esse risco também, nós estamos inseridos na Zona Euro e, portanto, vamos ser contaminados com certeza por esse fenómeno e isso é algo que tem que ser debatido e debelado a nível europeu”, conclui.

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Macron acusa Le Pen de depender do poder russo e de Putin

  • Lusa
  • 20 Abril 2022

Macron acusou Le Pen de “depender do poder russo e de Putin”, referindo-se ao empréstimo concedido por um banco russo à candidata de extrema-direita.

O candidato à Presidência francesa Emmanuel Macron acusou esta quarta-feira Marine Le Pen de “depender do poder russo e de Putin”, referindo-se ao empréstimo concedido por um banco russo à sua adversária de extrema-direita.

A acusação de Macron a Le Pen foi feita durante o debate televisivo para as eleições presidenciais, cuja segunda volta está marcada para 24 de abril.

Acusada de depender do Presidente russo Vladimir Putin, a candidata de extrema-direita respondeu que “não tinha outra dependência senão pagar o seu empréstimo”.

Le Pen refutou a acusação de Macron, que considerou “falsa e bastante desonesta”, justificando que nenhum banco francês lhe havia atribuído um empréstimo.

Emmanuel Macron e Marine Le Pen iniciaram o debate explanando as suas propostas para defender o poder de compra dos franceses, prejudicados nos últimos meses pelo aumento dos preços da energia e pelas consequências da guerra na Ucrânia.

Le Pen defendeu inicialmente as suas propostas para reduzir o IVA em todas as fontes de energia, de 20% para 5,5%, dizendo que entre essa e outras medidas poderia aumentar o rendimento familiar líquido numa média de 150 a 200 euros.

O atual chefe de Estado salientou as medidas já tomadas pelo seu Governo para estancar os preços do gás e da eletricidade, mas afirmou que o corte do IVA iria promover o consumo de “energia fóssil que deve ser importada”.

Marine Le Pen passou à segunda volta das eleições presidenciais em França, ao recolher 23,2% dos votos no escrutínio do passado dia 10, e voltará a defrontar o Presidente cessante, Emmanuel Macron, que obteve 27,8% dos votos.

O ocupante do Eliseu (Presidência francesa) é escolhido no próximo domingo, assinalando as sondagens mais recentes um aumento da vantagem de Emmanuel Macron em relação a Marine Le Pen.

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Netflix cai 35% na pior sessão em duas décadas

Plataforma de streaming de vídeo anunciou que perdeu assinantes pela primeira vez em dez anos, provocando uma razia no seu valor em bolsa. Perdeu um terço do seu valor em apenas uma sessão.

A Netflix perdeu mais de um terço do seu valor em bolsa apenas na sessão desta quarta-feira, depois de ter anunciado que perdeu assinantes pela primeira vez em dez anos.

As ações da plataforma de streaming de vídeo tombaram 35,12% para os 223,19 dólares, naquela que foi a pior sessão em cerca de duas décadas. Também os concorrentes diretos como a Walt Disney estiveram sob pressão em Wall Street.

A Netflix anunciou que perdeu cerca de 200 mil utilizadores no primeiro trimestre do ano. Os analistas antecipavam um crescimento de 2,5 milhões de subscritores no arranque do ano e saíram completamente defraudados. A Netflix revelou que a suspensão dos seus serviços na Rússia na sequência da invasão da Ucrânia resultou numa perda de 700 mil membros.

A empresa justificou este mau desempenho com a inflação, a guerra na Ucrânia e a concorrência apertada e que deverá continuar a pressionar o seu negócio nos próximos tempos. As previsões apontam para uma perda de mais dois milhões de subscritores no segundo trimestre.

Depois da apresentação dos resultados, bancos de investimentos como o JPMorgan cortaram o preço alvo da Netflix para metade, passando para os cerca de 300 dólares.

O afundanço dos títulos da Netflix levou o índice tecnológico Nasdaq a cair 1,22%. Também o S&P 500 perdeu 0,06%, enquanto o Dow Jones somou 0,71%.

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Prestações de desemprego recuam em março para valor mais baixo desde início da pandemia

  • Lusa
  • 20 Abril 2022

Em março de 2022, foram processadas 200.096 prestações de desemprego, representando o valor mais baixo desde o início da pandemia, em março de 2020, segundo dados da Segurança Social.

O número de prestações de desemprego desceu 25,5% em março, face ao período homólogo, para 200.096 subsídios, o valor mais baixo desde o início da pandemia, em março de 2020, segundo as estatísticas mensais divulgadas esta quarta-feira pela Segurança Social.

Em março de 2022, foram processadas 200.096 prestações de desemprego, representando o valor mais baixo desde o início da pandemia, em março de 2020”, lê-se na síntese estatística elaborada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A comparação com o mês anterior indica que, em março, havia menos 8.561 beneficiários do subsídio de desemprego (-4,1%). “Face ao período homólogo, a redução foi de 68.370 beneficiários/as (-25,5%)”, refere o mesmo documento.

Os mesmos dados mostram que do total de beneficiários, 141.780 estavam em março a receber o subsídio de desemprego, enquanto o número de processamentos de subsídio social de desemprego inicial se citou nos 7.580. Em ambas a situação verifica-se uma queda tanto por comparação com o mês anterior como face ao mês homólogo.

Já o subsídio social de desemprego subsequente foi concedido a 22.996 beneficiários, com a síntese estatística a indicar que relativamente ao mês anterior, ocorreu um aumento de 2.701 pessoas (+13,3%), enquanto em termos homólogos, o acréscimo foi de 1.600 pessoas (+7,5%).

A prorrogação da concessão do subsídio de desemprego, por seu lado, abrangeu 21.581 pessoas com o número de processamentos a manter “a tendência de queda dos últimos meses”, sendo que face ao mês anterior a redução foi de 21,9%. Em março, o valor médio das prestações de desemprego situou-se nos 548,59 euros, mantendo-se praticamente idêntico ao dos dois meses anteriores e acima dos registado ao longos dos últimos meses.

Trabalhadores em lay-off tradicional diminuem 23,9% de fevereiro para março

Os trabalhadores em lay-off tradicional, contemplado no Código do Trabalho, recuaram em 23,9% em março, face a fevereiro, e em 15,6% em termos homólogos, para 8.046 pessoas.

“Em março de 2022, as prestações de lay-off (concessão normal, de acordo com o previsto no Código de Trabalho) abrangeram 8.046 pessoas”, indica a síntese estatística elaborada pelo Gabinete de Planeamento e Estratégia (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Os mesmos dados adiantam que em termos mensais se registou uma redução de 23,9% no número de beneficiários face a fevereiro. Já na variação homóloga, observou-se uma queda 1.484 beneficiários (-15,6%).

A prestação que resulta de redução de horário é a que apresenta o maior número de pessoas beneficiárias, abrangendo 7.253, refere a mesma publicação, acrescentando que, em termos homólogos, se registam mais 3.449 beneficiários desta prestação, o que traduz um acréscimo de 90,7%.

Já a comparação mensal indica uma descida no universo de trabalhadores em lay-off com redução de horário, face aos 9.205 registados em fevereiro.

Os mesmos dados indicam ainda que em março havia 793 trabalhadores em lay-off na modalidade de suspensão temporária do contrato de trabalho. Abaixo dos 1.370 observados em fevereiro e dos 5.726 contabilizados no mesmo mês do ano passado.

Estas prestações foram processadas para 130 entidades empregadoras (menos vinte e uma que no mês anterior).

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