Crise de abastecimento de eletricidade intensifica-se na África do Sul

  • Lusa
  • 19 Abril 2022

A maioria dos cidadãos e empresas do país sofrerá, em média, cerca de três apagões programados de cerca de duas horas e meia cada.

Os cortes rotativos de eletricidade na África do Sul intensificaram-se esta terça-feira em extensas zonas do país e a empresa pública que gere a rede elétrica, Eskom, prevê que a situação se mantenha pelo menos até sexta-feira.

Os cortes, que fazem parte do quotidiano dos sul-africanos desde há anos, começaram na semana passada coincidindo com o agravamento das condições meteorológicas da estação de outono no país e são feitos de forma rotativa para tentar evitar o colapso da rede elétrica, caracterizada por infraestruturas velhas, saqueadas pela corrupção e avarias constantes.

Este fenómeno, conhecido no país como load shedding (diminuição de carga), significa que a maioria dos cidadãos e empresas do país sofrerá, em média, cerca de três apagões programados de cerca de duas horas e meia cada.

A situação precária da empresa pública responsável por 90% da produção nacional, a endividada Eskom, está na origem desta crise de eletricidade de longo prazo, que tem sido um fardo terrível para a economia mais desenvolvida do continente africano.

A mês e meio do início oficial do Inverno austral (período em que a procura energética aumentará ainda mais), o diretor do departamento de transmissão da Eskom, Segomoco Scheppers, alertou a imprensa que, em “caso extremo”, a África do Sul poderá atravessar mais de cem dias de “diminuição de carga” durante os meses frios.

Nesta ocasião, os problemas estruturais da empresa pública foram agravados pelas graves inundações que a província de KwaZulu-Natal, leste do país e que faz fronteiras com Moçambique, atravessa, e que já provocaram 443 mortes confirmadas e o desaparecimento de 48 pessoas.

Desde a sua eleição em 2018, o Presidente da República, Cyril Ramaphosa, não deixou de prometer o fim da crise energética, bem como uma mudança radical na estrutura da Eskom para reverter a situação desta gigantesca empresa (que tem mais de um século de experiência e foi uma das maiores empresas de eletricidade do mundo).

No entanto, mais de quatro anos depois de ter chegado à presidência para substituir Jacob Zuma – obrigado a renunciar após nove anos de governo atormentado por escândalos e acusações de má gestão -, persistem os graves problemas da Eskom e a necessidade recorrente de agendar apagões rotativos, pelo que não se prevê no médio prazo um fim para essa situação.

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João Pinho de Almeida reforça equipa da TELLES

João Pinho de Almeida reforçou a equipa da TELLES enquanto consultor. Antes de integrar no escritório, foi secretário de Estado da Administração Interna nos XIX e XX Governos Constitucionais.

A sociedade de advogados TELLES reforçou a equipa com a contratação de João Pinho de Almeida como consultor. Antes de integrar no escritório liderado por Miguel Torres, foi secretário de Estado da Administração Interna nos XIX e XX Governos Constitucionais.

“Esta integração está em linha com a estratégia da TELLES, não só na prestação de serviços de excelência, mas também na prestação de serviços inovadores, e neste sentido o João Pinho de Almeida vem aportar à TELLES um conhecimento de quem teve o engenho de participar em atividades muito distintas, enriquecedoras e de prestígio nacional“, nota o managing partner Miguel Torres.

Segundo o comunicado do escritório, esta integração insere-se na estratégia da TELLES que ao longo de 30 anos tem “procurado constituir uma equipa única no mercado, prestando um serviço jurídico de excelência, cada vez mais sofisticado, diferenciado e eficiente, baseado no acompanhamento próximo do cliente”. A TELLES assegura que vai continuar a desenvolver políticas de atração talento e a apostar na retenção de advogados.

Já João Pinho de Almeida considera que “é uma enorme honra poder fazer parte da equipa da TELLES, uma sociedade de referência nacional e internacional, não só pela qualidade dos serviços jurídicos prestados, mas também pela cultura institucional que permanece desde há várias gerações e com a qual me identifico”.

O novo reforço da TELLES é licenciado em Direito e mestre em Economia e Políticas Públicas pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG). Foi deputado em diversas Legislaturas, tendo sido vice-Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP e coordenador do mesmo Grupo Parlamentar nas Comissões de Orçamento e Finanças, Assuntos Europeus, Trabalho e Segurança Social; Educação, Ciência e Cultura, de Inquérito ao BPN e de Inquérito aos Contratos de Swap na administração pública. Na sua atividade parlamentar destaca-se o relatório final da comissão de inquérito à caixa geral de depósitos, da sua autoria, sendo o único a ser aprovado por unanimidade nas comissões de inquérito ao sistema financeiro.

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Juros em novos máximos condicionam Wall Street

Prossegue a temporada de resultados na bolsa de Nova Iorque, com a Netflix no centro das atenções. Wall Street abriu a sessão sob pressão, com os juros da dívida a subirem para novos máximos.

Wall Street abriu a sessão desta terça-feira sob alguma pressão, com as yields da dívida pública americana a atingir novos máximos à boleia das expectativas dos investidores de que a Reserva Federal vai ser agressiva a subir os juros por causa da inflação.

O presidente da Reserva Federal de St. Louis, James Bullard, reiterou a sua posição de subir os juros para 3,5% até final do ano para conter uma taxa de inflação que está em máximos de quatro décadas. Bullard também não afastou uma subida de 75 pontos base de uma assentada.

Neste cenário, os juros da dívida pública dos EUA estão a acelerar. A taxa a 10 anos avançou para 2,909%, o valor mais elevado desde o final de 2018.

Depois de recuperarem em março na sequência do impacto da guerra na Ucrânia, as ações americanas voltaram a estar sob pressão este mês, penalizadas com o potencial impacto da política monetária da Fed no crescimento económico.

Esta terça-feira, os principais índices de Nova Iorque estão em queda ligeira, com o S&P 500 a perder 0,10% e o tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones a cederem 0,25% e 0,02%, respetivamente.

Os investidores estão atentos à temporada de resultados. O Bank of America prestou contas esta segunda-feira e os lucros do banco saíram acima do esperado. Hoje é a vez da Netflix, depois do fecho de Wall Street. Os analistas avisam que poderá perder um milhão de utilizadores com a saída da Rússia. As ações da plataforma de streaming de vídeo recuam 0,71% para 335,46 dólares.

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Câmara do Porto aprova saída da Associação Nacional de Municípios

O município do Porto aprovou, em reunião do executivo, a saída da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). Rui Moreira dá murro na mesa e insurge-se contra "a lei come e cala".

A Câmara Municipal do Porto aprovou, em reunião do executivo, a saída da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) com os votos contra do PS, CDU, BE e do vereador Vladimiro Feliz, e com a abstenção do vereador Alberto Machado. O presidente da câmara Rui Moreira advertiu, contudo, que “não há nenhuma acrimónia com a presidente da ANMP Luísa Salgueiro”. Mas que não pode ser conivente com a “lei come e cala”.

“A razão pela qual o município pretende estar fora da ANMP – e sem nenhuma hostilidade em relação à associação – é apenas dizer que amanhã ninguém vai assinar por nós outra vez, seja na área da educação, saúde ou coesão e vai substituir os órgãos eleitos”, assegurou Rui Moreira durante a reunião do executivo, antes da sua proposta ser aprovada.

“Temos uma quaresma de 41 dias até à Assembleia Municipal, caso aprovem hoje”, referia ainda o autarca antes da votação, alegando querer assumir de forma “independente” e “sem qualquer representação” o processo de descentralização. A proposta de Rui Moreira acabou por ser aprovada, com declarações de voto dos vereadores sem pelouro Vladimiro Feliz, Alberto Machado, Ilda Figueiredo e Sérgio Aires.

O presidente da câmara do Porto notou que “a ANMP entende que pode representar os municípios nesta matéria. Se calhar até representa os que querem este tipo de descentralização”. Mas Rui Moreira discorda e dá um murro na mesa, assegurando que não valida decisões tomadas em nome do município. “Não a queremos [a transferência de competências] a qualquer custo e o custo que pretendem transferir para o município é excessivo”, avisou, sobretudo quando já tinha deixado bem claro essa postura. “A ANMP não pode representar naquilo que são compromissos financeiros para o município do Porto.”

"A ANMP não pode representar naquilo que são compromissos financeiros para o município do Porto.”

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

Esta decisão que, ainda vai a deliberação da Assembleia Municipal, surge na sequência do desconforto manifestado por Rui Moreira na sequência do processo de descentralização de competências, deixando bem claro que esta medida “não tem a ver com a atual direção da ANMP e com os outros municípios, mas sim, com o poder de representatividade”. E mostra-se preocupado por outros municípios terem concordado, repudiando “a lei come e cala”. Mais, avisou: “Agora não nos calem a nós. E depois acusam-nos de Porto centrismo. Considero que esse tipo de insulto é uma medalha e demonstra aquilo que estou a fazer pelo município do Porto”.

Rui Moreira aproveitou a oportunidade para contextualizar a sua decisão, começando por referir: “Aquilo que sabemos é que houve uma cimeira das áreas metropolitanas que decorreu em Sintra, em 2018, em que foi acertada a descentralização na área dos transportes e ficaram de ser criados grupos temáticos para as várias outras áreas da descentralização”. O presidente da câmara do Porto contou que “passados alguns dias, juntou-se o Governo com o líder do PSD e da ANMP sem dizer nada a nenhum membro da associação, a não ser aos que lá estavam, e fizeram um tratado de Tordesilhas péssimo para os municípios”.

Já na época, Rui Moreira alertou a ANMP para o facto de que “não tinham mandato da câmara do Porto para negociar um envelope financeiro”. Agora, para “surpresa” do autarca, no recurso do Governo para o Supremo Tribunal Administrativo “está taxativo, preto no branco, em que isto tudo resulta de um acordo entre o Governo e a ANMP” quando, garantiu, “não tinha mandatado a ANMP para o fazer”. Mais, já o tinha expresso, em 2018, para o não fazer em nome do município portuense. “Não passámos procuração nessa matéria. O facto de fazermos parte de uma associação não lhe dá o poder de representação que vincule o nosso município a compromissos desta natureza, principalmente quando prevenimos de que não nos conformávamos com isso.” Aliás, reiterou: “O que foi sucessivamente violado e não houve uma explicação nessa matéria que tem a ver com o nosso interesse”.

"Não passámos procuração nessa matéria. O facto de fazermos parte de uma associação não lhe dá o poder de representação que vincule o nosso município a compromissos desta natureza.”

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

Rui Moreira entende que a ANMP deveria ter sido solidária com as preocupações do município em matéria da descentralização de competências que iria entrar em vigor no sentido de pedir “um adiamento que permitisse que estas distorções fossem corrigidas”. Só que, lamentou, “a ANMP não fez nenhum esforço no sentido de um adiamento que era lógico, recomendável e que poderia ter resolvido esta situação”.

Por isso, a câmara do Porto meteu uma providência cautelar, “não no sentido de suspender, porque se sabe que uma lei não pode ser suspensa, mas de salvaguardar os direitos do município para ser ressarcido pelos encargos que iriam ser transferidos”, explicou.

Numa carta enviada a 14 de abril à presidente da ANMP, a que o ECO teve acesso, o autarca do Porto explica que a desvinculação do município “não pretende ser uma afronta a V. Excelência [a Luísa Salgueiro] nem uma desconsideração aos outros municípios nem tão pouco uma desconfiança sobre a sua boa vontade”.

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FMI revê em baixa crescimento mundial. Rússia afunda 8,5% e Ucrânia 35%

FMI aponta para aceleração da inflação para 5,7% este ano nas economias desenvolvidas e 8,7% nos mercados emergentes. Uma revisão em alta de 1,8 e 2,8 pontos percentuais face a previsões de janeiro.

“A guerra na Ucrânia desencadeou uma crise cara do ponto de vista humanitário que exige uma resolução pacífica”. É com esta fase que o Fundo Monetário Internacional (FMI) inicia o seu relatório anual onde revê em baixa o crescimento mundial para 3,6%, este ano e no próximo, mas em muito maior escala o dos protagonistas deste conflito. A economia ucraniana vai sofrer uma contração de 35% este ano e a da Rússia 8,5%.

Mas não são apenas a Ucrânia e a Rússia as mais penalizadas este ano — a primeira, resultado direto da invasão e da destruição de infraestruturas e êxodo da população, a segunda, devido ao impacto das sanções que lhe foram impostas pela comunidade internacional. O FMI antecipa que os países vizinhos, que recebem o maior fluxo de refugiados, também sejam impactados negativamente. A Polónia deverá crescer 3,7% este ano e abrandar para 2,9% no próximo e a Hungria 3,6%, em 2002, e 3,6% em 2023. Também a Bielorrússia, alvo de sanções tendo em conta o seu alinhamento com Moscovo, deverá registar uma contração económica de 6,4% este ano, recuperando para 0,4% no próximo ano.

A guerra na Ucrânia veio desacelerar o caminho de retoma que vinha a ser feito. Se em janeiro, o Fundo reviu em alta as previsões de crescimento a nível mundial para 2023 – de 3,6% para 3,8% — agora foi forçado a revê-las em baixa, já que o conflito acabou por hipotecar as perspetivas de recuperação que se antecipavam para a segunda metade deste ano à medida que os efeitos da variante Omicron se desvaneciam.

A guerra surgiu num momento que a economia mundial ainda não tinha recuperado totalmente da pandemia da covid-19, “havendo divergências significativas” entre os vários países. Mas a ela soma-se um segundo fator penalizador: os “frequentes e mais vastos confinamentos na China”, que abrangem hubs-chave da indústria transformadora e que leva à antecipação de novos constrangimentos nas cadeias de fornecimento mundiais. Ora, “pressões de preços mais elevadas, mais amplas e mais persistentes também conduzem à adoção de uma política monetária mais restritiva em muitos países”, alerta o FMI. Ou seja, “os riscos em geral para as perspetivas económicas aumentaram exponencialmente”, conclui o FMI.

Mas o conflito armado tem impacto global. “Os prejuízos económicos do conflito vão contribuir para um significativo abrandamento no crescimento mundial em 2022”, sublinha o FMI no World Economic Outlook publicado esta terça-feira. Os mercados de matérias-primas, as trocas comerciais e os canais financeiros são as vias de contágio do conflito.

O FMI sublinha que os preços dos combustíveis e dos alimentos subiram rapidamente, sendo a população dos países de mais baixos rendimentos as mais afetadas. Assim, o Fundo aponta para uma aceleração da inflação para 5,7% este ano nas economias desenvolvidas e de 8,7% nos mercados emergentes. Uma revisão em alta de 1,8 e 2,8 pontos percentuais face às previsões de janeiro.

Com países (como os Estados Unidos e alguns europeus) a registar recordes de inflação de 40 anos, o FMI alerta que a tendência de preços altos vai persistir mais tempo do que inicialmente previsto. É esperada uma “resolução gradual dos desequilíbrios entre a procura e a oferta e da oferta do mercado de trabalho” no cenário base da instituição, o que poderia aliviar a pressão inflacionista, mas “a previsão está envolta em incertezas”, reconhece o Fundo. Bastaria, por exemplo, um aumento mais forte dos salários ou dos preços das matérias-primas, nomeadamente do petróleo. As projeções apontam para um aumento de 55% nos preços do barril de crude este ano e uma ligeira descida (13,3%) no próximo. Usando uma média entre o brent e o crude, o FMI espera que o preço do barril rode os 106 dólares este ano e os 92 dólares, em 2023.

Com este nível de inflação, a instituição liderada por Kristalina Georgieva reconhece que será complicado o trade-off que os bancos centrais têm de fazer entre conter a escalada dos preços e preservar o crescimento. O Fundo antecipa uma subida dos juros, com os bancos centrais a adotar políticas monetárias mais restritivas, o que irá aumentar a pressão sobre as economias em desenvolvimento, lembrando que muitos países têm uma margem de manobra orçamental diminuta para amortecer o impacto da guerra nas suas economias.

A guerra na Ucrânia não apagou os desafios que a economia mundial continua a enfrentar, apenas os tornou ainda mais difíceis. “A erosão da margem orçamental torna ainda mais difícil investir na transição climática, enquanto os atrasos em lidar com a crise climática tornam as economias mais vulneráveis aos choques das matérias-primas, que se alimentam da inflação e da instabilidade económica”, alerta o FMI. E a fragmentação geopolítica apenas piora tudo isto, aumentando os riscos de conflitos e de volatilidade económica, diminuindo pelo caminho a eficiência económica.

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Guerra leva FMI a cortar previsão de crescimento de Portugal para 4%

O Fundo Monetário Internacional cortou as previsões para a economia mundial por causa da guerra. Portugal não escapou.

Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMI.Banco Mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou esta terça-feira as suas projeções no World Economic Outlook, tendo revisto em baixa as estimativas de crescimento da economia por causa dos efeitos negativos da guerra na Ucrânia.

Para Portugal, a instituição com sede em Washington, prevê um crescimento de 4% este ano e de 2,1% em 2023. Estes números representam uma forte revisão em baixa já que em outubro, o FMI projetava para a economia portuguesa uma aceleração do PIB este ano de 5,1%.

A nova estimativa de 4% para 2022 é mais pessimista do que a do Governo. No Programa de Estabilidade entregue em Bruxelas, João Leão, o ex-ministro das Finanças, apontava para um crescimento de 5% para este ano, valor que, entretanto, foi revisto em baixa para 4,9% por Fernando Medina na proposta do Orçamento do Estado entregue no Parlamento na semana passada.

Também o Banco de Portugal (4,9%) e o Conselho das Finanças Públicas (4,8%) têm previsões mais otimistas para a economia portuguesa.

A justificar este maior pessimismo do FMI está a guerra na Ucrânia que levou a instituição liderada por Kristalina Georgieva a baixar as estimativas de crescimento mundial. “Além do impacto humanitário imediato, a guerra vai travar a recuperação da economia e fazer acelerar ainda mais a inflação”, lê-se no World Economic Outlook.

Assim, para este ano e para 2023, o FMI prevê que a economia mundial cresça 3,6%, ou seja, uma revisão em baixa de 0,8% e 0,2%, respetivamente, face às estimativas feitas em janeiro, ainda antes da guerra.

Esta revisão em baixa reflete, largamente, o impacto direto da guerra na Ucrânia e na Rússia e os efeitos globais de contágio” às restantes economias, explica Pierre-Olivier Gourinchas, o responsável máximo pelo estudo do FMI.

Para a Ucrânia, as previsões do FMI para este ano apontam para um colapso do PIB de 35%, enquanto a economia russa deve afundar 8,5% no mesmo período.

Portugal converge com Zona Euro, mas pouco

Na Zona Euro, e depois de uma recuperação superior a 5% no ano passado, o FMI está a contar para este ano e para 2023 com um abrandamento do crescimento para 2,8% e 2,3%.

Isto significa que a economia portuguesa vai convergir este ano com a Zona Euro, mas será sol de pouca dura já que em 2023, o FMI estima que o PIB nacional cresça apenas 2,1%, abaixo dos 2,3% projetados para a Zona Euro.

O Governo, para o próximo ano, está a contar com um crescimento mais acentuado, de 3,3%.

Onde Portugal sai melhor na fotografia do que os parceiros europeus é na inflação. O FMI prevê que a inflação este ano chegue aos 4% em Portugal, um valor em linha com as estimativas do Governo. Na Zona Euro, as projeções apontam para um acelerar de preços mais acentuado, com a inflação a saltar para os 5,5%.

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“Chefe Cozinheiro do Ano” está de volta. Já distinguiu chefs como Henrique Sá Pessoa e Luís Américo

O concurso, que já vai na 33.ª edição, já distinguiu chefes na gastronomia nacional como Henrique Sá Pessoa, Luís Américo, Luís Gaspar ou João Rodrigues.

O concurso “Chefe Cozinheiro do Ano” (CCA) está de volta para a sua 33.ª edição. O concurso de cozinha reconhece o talento de cozinheiros profissionais, de norte a sul do país. O CCA já distinguiu chefes na gastronomia nacional como Henrique Sá Pessoa, Luís Américo, Luís Gaspar ou João Rodrigues.

“É com convicção que a marca Estrella Damm se volta a associar ao mais importante concurso de chefes em Portugal, um território onde tem sabido estabelecer excelentes parcerias. As relações que vamos criando com estes jovens chefs, permitem-nos estar junto dos melhores profissionais em Portugal, trabalhando uma dimensão que faz todo o sentido para uma marca que tem um portfólio rico em cervejas gastronómicas”, afirma Nádia Franco, brand manager da Estrella Damm, marca de cerveja que volta a juntar-se ao concurso como patrocinador.

“O CCA é um evento onde podemos todos aprender e enriquecer a experiência da conjugação entre a boa comida e a boa cerveja”, acrescenta, citada em comunicado.

O concurso é composto por três etapas regionais, recebidas pelas Escolas de Hotelaria e Turismo de Portugal, sendo este o momento em que os 18 concorrentes apurados apresentam o seu menu ao júri. Nesta edição, a primeira fase do concurso tem início a 4 de maio, na EHT do Estoril. A segunda etapa regional realiza-se no dia 11 de maio, na EHT de Portalegre, terminando com a terceira etapa regional a 18 de maio, na EHT do Porto.

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Governo reforça Linha de Apoio ao Turismo em 150 milhões de euros

Executivo vai reforçar em mais 150 milhões de euros a dotação da Linha de Apoio ao Turismo, lançada em janeiro. Objetivo é reforçar "fundo de maneio das empresas" e permitir novos investimentos.

O Governo decidiu reforçar em mais 150 milhões de euros a dotação da linha de crédito dirigida às empresas ligadas ao Turismo lançada no início do ano, anunciou o ministro da Economia e do Mar, António Costa, esta terça-feira. Objetivo é reforçar “fundo de maneio das empresas”, mas também permitir ao tecido empresarial apostar em novos investimentos.

Em causa está a Linha de Apoio ao Turismo, criada em janeiro com uma dotação inicial de 150 milhões de euros. Esta linha já foi iniciada este ano e a resposta das empresas foi extraordinária”, sinalizou o ministro da Economia e do Mar, em declarações transmitidas pela RTP3, à margem de um evento organizado pelo Turismo de Portugal, acrescentando que neste momento já existem “uma taxa de compromisso na ordem dos 70%”, o que representa “cerca de 103 milhões de euros”.

Nesse contexto, o Executivo decidiu “reforçar a linha em mais 150 milhões de euros”, revelou o governante. Contudo, o ministro não se compromete com uma data para o início do reforço, referindo apenas que “é para chegar as empresas logo que possível”. Recorde-se que este reforço já havia sido pedido pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), por forma a garantir a sobrevivência das empresas.

Segundo o governante, este reforço “é importante”, dado que vai permitir reforçar “o fundo de maneio das empresas de turismo, mas também os seus investimentos”. “Como todos sabemos o setor do turismo é absolutamente crucial na nossa economia, é transformador, está a recuperar e esperemos que essa trajetória se consolide no futuro”, justificou António Costa Silva.

Questionado sobre um imposto sobre os lucros “excessivos” das empresas, o ministro da Economia e do Mar prefere não se alongar sobre o tema, apesar de referir que FMI, OCDE e UE defendem a medida. “O Governo tem uma cartografia de medidas que está a olhar”, sublinhou Costa Silva, acrescentando que o Executivo é amigo das empresas. “Respeitamos muito as empresas e, portanto, não hostilizamos as empresas”, sinalizou.

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Magic Beans tem 50 vagas para jovens engenheiros

A tecnológica portuguesa estima duplicar este ano a faturação, para mais de três milhões de euros.

A Magic Beans tem 50 vagas de emprego para jovens engenheiros informáticos, com até três anos de experiência, para responder ao crescimento do negócio. A tecnológica portuguesa, que abriu uma nova subsidiária na Bélgica, estima duplicar este ano a faturação, para mais de três milhões de euros.

Estas contratações “pretendem responder ao aumento da capacidade de produção dos nossos centros de competência, na sequência da nossa expansão para outros mercados e do crescimento do número de clientes e projetos tanto em Portugal, como na Europa e nos EUA”, diz Vítor Rodrigues, CEO e fundador da Magic Beans, citado em comunicado.

A tecnológica aposta num modelo de negócio assente no nearshore do talento dos engenheiros e profissionais de TI portugueses e prevê este ano faturar mais de três milhões de euros duplicando o seu volume de negócios. Em Portugal, tem escritórios e centros de competência em Lisboa, Óbidos e no Porto, subsidiárias em Espanha e na Bélgica, e presta serviços no Luxemburgo, na Holanda, em França, na Alemanha, e nos EUA.

A companhia irá dar formação aos novos talentos que está a contratar, bem como a respetiva certificação, para que possam integrar de forma adequada as suas atuais equipas, informa.

As candidaturas podem ser enviadas para: [email protected].

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Superliga em impasse sem apoio do mercado audiovisual

  • Servimedia
  • 19 Abril 2022

Um ano após ter sido anunciada, a Superliga continua com falta de apoio tanto por parte dos clubes como do mercado audiovisual.

Passou um ano desde o anúncio da Superliga, o projeto promovido pelo presidente do Real Madrid, Florentino Pérez. Das dezenas de equipas que inicialmente aderiram ao projeto, apenas o Real Madrid, FC Barcelona e a Juventus mantiveram o seu apoio ao mesmo, noticia a Servimedia.

Nenhum dos nove clubes que se desmarcou do projeto nas primeiras 48 horas – Atlético, Manchester United, Manchester City, Chelsea, Liverpool, Tottenham, Arsenal, Milão e Inter – mostrou sinais de querer aderir novamente. Alguns abateram nas suas contas o valor da participação que tinham adquirido na holding que iria liderar o projeto da nova competição, como é o caso do Manchester City e do Atlético de Madrid.

Além disso, as delicadas situações financeiras dos únicos sócios do presidente do Real Madrid, Juventus e Barça, poderiam deixá-lo sozinho com o seu projeto. A Juventus perdeu mais de 300 milhões de euros nas duas primeiras épocas afetadas pela pandemia, e no final da primeira metade de 2021-2022, acumulou mais 119 milhões de euros no vermelho.

Pelo seu lado, o FC Barcelona tem 578 milhões de euros de perdas em apenas dois anos. A sua posição ao lado do Real Madrid em questões como a legalização do projeto LaLiga Impulso ou manter apenas a Superliga poderia ser explicada em parte, segundo algumas fontes avançadas pela Servimedia, pela sua necessidade de o Real Madrid não se opor à abolição da obrigação de garantias no Congresso dos Deputados, algo que ocorreu no final de dezembro de 2021. As mesmas fontes salientam que, a partir desse momento, foi possível ver como começou a modular a sua oposição ao projeto LaLiga com a CVC e está mesmo a procurar integrar-se no plano.

Os promotores da Superliga apresentaram a nova competição como a única forma de “trazer estabilidade financeira a toda a família do futebol europeu”. Embora seja verdade que houve perdas – a UEFA estima que serão de 6,174 milhões de euros -, os adversários do projeto argumentam que doze meses mais tarde ficou demonstrado que havia rotas alternativas a “um projeto que foi concebido para quebrar unilateralmente a atual pirâmide competitiva, com base no mérito desportivo”.

No ano passado, a UEFA assegurou um acordo de financiamento de sete mil milhões de euros com o Citibank para fornecer a liquidez necessária para garantir que nenhum clube profissional desaparecesse em resultado da pandemia.

A par dos mecanismos de financiamento promovidos por vários governos nacionais, competições como a LaLiga e a Ligue-1 chegaram a acordos com a CVC, que injetarão quase dois mil milhões e 1,5 mil milhões de euros, respetivamente, para impulsionar o crescimento dos seus clubes. Pelo contrário, os adversários da Super Liga salientam que o banco de investimento que devia financiar o arranque do projeto deu a entender que não voltaria a correr o risco de reputação a que se expôs ao simplesmente anunciar a criação do torneio em abril de 2021.

As equipas francesa e alemã que inicialmente faziam parte da Superliga e as seis equipas inglesas deixaram claro que não voltarão a participar no projeto como planeado. Como relatado pela BBC, se não cumprirem, enfrentam uma dedução de 30 pontos na classificação e uma multa adicional de cerca de 29 milhões de euros.

Para a França, o maior representante deveria ser o PSG e o seu presidente, Nasser Al-Khlelaifi, e que a 31 de março afirmava que “há três clubes e eles sabem que não há qualquer hipótese de isso acontecer”. Na Alemanha, o presidente do Bayern de Munique, Herbert Hainer, insistiu no final de outubro de 2021 que “para nós era claro: a Super Liga não pode acontecer na Europa dessa forma. Por conseguinte, dissemos imediatamente que não faríamos parte dela”. Pela sua parte, tanto a família Ricketts como o consórcio de investimento liderado por Todd Boehly declararam publicamente que manterão o seu “não” à Super League caso assumam o controlo do Chelsea FC no processo de venda aberta.

Direitos audiovisuais

Um ano após o anúncio falhado da Superliga, a LaLiga e a Premier League conseguiram manter o valor dos seus direitos audiovisuais nos mercados nacionais e multiplicaram-no em territórios estratégicos. A LaLiga assinou com a ESPN até 2029 por 175 milhões de dólares por ano, quase o dobro dos 100 milhões de dólares do contrato anterior. A Premier League duplicou as receitas com a CNBC também com um contrato a longo prazo.

Ambas as competições, as mais valiosas competições de clubes a nível nacional, também conseguiram manter o valor das suas transmissões televisivas no mercado nacional. Finalmente, a UEFA atribuiu os direitos comerciais da Champions League até 2027, que serão vendidos pela Relevent nos Estados Unidos e pela Team no resto do mundo.

Para além das críticas dos adeptos de futebol e da indústria do futebol, há também a oposição de vários governos. Boris Johnson, primeiro ministro do Reino Unido, indicou em abril de 2021 que, se a Super Liga continuasse, “devíamos largar uma bomba legislativa para o impedir, e devíamos fazê-lo agora”. Emmanuel Macron, num comunicado do Eliseu, deixou claro que “o Estado francês apoiará todas as medidas tomadas pela LFP, a FFF, a UEFA e a FIFA para proteger a integridade das competições federais, quer nacionais quer europeias”.

Em outubro de 2021, o governo liderado por Pedro Sánchez pronunciou-se contra a competição que “quebra o modelo do desporto, do futebol competitivo aberto baseado no mérito, que o grande e o pequeno podem jogar um contra o outro e que o pequeno pode ganhar de vez em quando”, como o ex-ministro da Cultura e do Desporto José Manuel Rodríguez Uribe observou. A última declaração formal chegou do Parlamento Europeu no final de novembro de 2021, no seu primeiro relatório vinculativo sobre o desporto, no qual confirmou que “se opõe firmemente às competições separatistas que minam os princípios e comprometem a estabilidade do ecossistema desportivo em geral”. Reforça o seu compromisso com “um modelo europeu de desporto que reconheça a necessidade de um forte empenho em integrar os princípios de solidariedade, sustentabilidade, inclusão, competição aberta, mérito desportivo e equidade”.

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Abreu Advogados assessora Cary Group na compra da ExpressGlass

A equipa da Abreu Advogados que assessorou o Cary Group na aquisição de 100% do capital da empresa portuguesa GlassCo foi liderada pelo sócio Pedro Pais de Almeida.

A Abreu Advogados assessorou o Cary Group na aquisição de 100% do capital da empresa portuguesa GlassCo, que detém a ExpressGlass, especializada na reparação e substituição de vidro automóvel, e a Diveraxial S.A, dedicada à importação e distribuição de vidro automóvel. Segundo explicou a firma em comunicado, a compra da empresa portuguesa assenta numa estratégia de consolidação e reforço da posição do Cary Group no mercado europeu.

A equipa da Abreu Advogados envolvida nesta operação foi liderada pelo sócio Pedro Pais de Almeida e contou com a participação da sócia Alexandra Nascimento Correia (Contencioso & Arbitragem), das sócias contratadas Maria de Deus Botelho e Maria de Santa Martha (Societário, Comercial e M&A), do consultor Alexandre Miguel Mestre (Concorrência), da advogada principal Ana Manuela Barbosa (Trabalho), das associadas sénior Madalena Bernardes Coelho (Público & Ambiente) e Isabel Pinheiro Torres (Banca e Serviços Financeiros) e do associado António Vidal (Societário, Comercial e M&A).

O Cary Group é um grupo sueco que fornece serviços sustentáveis de reparação de danos e assistência automóvel, sendo que além da Suécia, opera na Dinamarca, Noruega, Reino Unido e Espanha. Em 2021 adquiriu 19 empresas, com receitas totais anuais de quase 100 milhões de euros.

A ExpressGlass tem sede no Porto e em 2020 registou vendas totais na ordem dos 15 milhões de euros, com os lucros a rondarem os 11 milhões de euros. Conta com cerca de 200 trabalhadores, sendo que esta aquisição por parte do Cary Group não vai levar a mudanças na atual administração, que se manterá em funções.

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Metade dos portugueses quer aprender a programar

A larga maioria dos portugueses desejam ver o ensino de programação no ensino secundário, e no ensino superior. Reclamam por mais investimento em literacia digital.

Atentos e ao mesmo tempo preocupados com o ritmo da transformação digital, metade dos portugueses quer aprender a programar. Os homens (58%) manifestam este desejo mais expressivamente do que as mulheres (44%), mas não há diferenças entre camadas sociais. Além disso, 82% dos portugueses querem ver o ensino de programação no secundário e 83% também no ensino superior. Reclamam por mais investimento em literacia digital, revela um recente estudo sobre do estado da literacia digital em Portugal, num trabalho da Fundação PHC desenvolvido em parceria com a OnStrategy.

“Em relação aos principais desafios da população face ao tema ‘Literacia Digital’, 39% dos portugueses receiam a inteligência artificial e quatro em cada dez portugueses sentem-se inseguros a partilhar informações pessoais online, sendo os jovens os que mais receios têm (52%). Adicionalmente, um em cada quatro dos portugueses diz não ter o conhecimento para utilizar as soluções digitais. Nos mais seniores representa 30% da população”, pode ler-se no documento divulgado esta segunda-feira.

No que toca à literacia digital, 68% dos portugueses considera-se autónomo na utilização diária de tecnologia. No entanto, apenas 44% das populações mais seniores se consideram autónomas, e cerca de metade (55%) da população entre os 55 e os 64 anos, ainda em idade ativa, se considera autónoma.

Em relação à escolaridade, 76% das pessoas com ensino superior é autónoma, contrastando com os 35% da população com o ensino básico, o que evidencia uma relação clara entre escolaridade e autonomia digital. Apenas 26% da população com o ensino básico considera ter conhecimentos a nível digital, percentagem que dispara para 72% quando questionadas pessoas com o ensino superior.

Apesar dos receios e falta de conhecimentos digitais em determinadas camadas sociais, a generalidade dos portugueses reconhecem o impacto da tecnologia na sua vida. Mais de 80% considera que a tecnologia está a melhorar a sua qualidade de vida, e 78% consegue ver uma relação direta entre tecnologia e produtividade. “78% dos portugueses poupa tempo de forma significativa graças à tecnologia (mais de uma hora) e 25% dos portugueses afirma poupar mais de quatro horas por dia”, conclui a Fundação PHC.

Serviços de saúde (46,5%), serviços jurídicos e justiça (38%) e setor financeiro (33,5%) são as áreas que os portugueses mais desejam que evoluam a nível digital.

Portugueses querem mais investimento em literacia digital

No que toca ao investimento em literacia digital, os portugueses defendem que existe uma grande diferença a nível geográfico: 81% considera que fora dos grandes centros urbanos não há investimento suficiente, e 65% refere que têm sido os grandes centros urbanos a beneficiar do salto digital. Região norte interior (43%) e centro interior (44,5%) são as regiões seguintes apontadas com possíveis maiores ganhos de aposta digital.

Olhando para o investimento feito por parte do Estado — e tendo em conta mais de metade dos inquiridos consideram que pessoas que não sabem usar meios digitais são socialmente excluídas e discriminadas no seu dia a dia — 65% dos portugueses afirma que o Estado não fez os esforços suficientes para promover o ensino e a literacia digital. São as populações com menos escolaridade que se sentem mais excluídas, com 79% a defender que o Estado não tem feito o suficiente.

81% dos portugueses considera que fora dos grandes centros urbanos não há investimento suficiente em literacia digital.

Estado da Literacia Digital em Portugal

Para irem à procura do conhecimento e, sobretudo, quando necessitam de apoio a nível tecnológico, as mulheres (60%) recorrem mais do que os homens (38,5%) aos amigos e família. Os homens procuram mais em tutoriais online, como o YouTube (43%), sites especializados (33%) e recorrem também a especialistas (27%), contrastando com valores menores do universo feminino, com 36%, 26% e 20%, respetivamente.

A nível geracional também existem diferenças. Mais de metade dos jovens procura em tutoriais online, como os do YouTube, enquanto a maioria das pessoas com mais de 55 anos dependem quase exclusivamente da ajuda dos seus familiares. O mesmo se passa com o nível de escolaridade, em que 80% depende de amigos ou familiares para apoio tecnológico, contrastando com os 49% de pessoas com o ensino superior.

O estudo levado a cabo pela Fundação PHC em parceria com a OnStrategy recolheu um total de 8.000 respostas, representando uma amostra estratificada da população portuguesa.

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