Combustíveis descem pela terceira semana seguida

Alívio nas cotações do brent traz mais uma descida nos preços dos combustíveis. Gasóleo ficou 8 cêntimos mais barato e gasolina 3.

Os combustíveis arrancam a semana a descer pela terceira vez seguida, beneficiando do alívio dos preços do brent. Os portugueses que forem abastecer o carro esta segunda-feira vão pagar menos oito cêntimos por litro de gasóleo e menos três por litro de gasolina, apurou o ECO junto de fonte do setor.

Se se confirmarem estes valores, o litro de gasóleo simples deve voltar a custar menos de dois euros, ao descer para 1,986 euros, e o da gasolina simples 95 descerá para 2,071 euros, de acordo com os valores médios praticados nas bombas na sexta.

Pela via da fiscalidade, já não vão existir mais mexidas já que o Executivo decidiu prolongar por dois meses o desconto no ISP equivalente a uma descida da taxa do IVA dos 23% para 13% e manter em julho e agosto nos atuais valores a redução do ISP equivalente à receita adicional de IVA decorrente de subidas de preços dos combustíveis.

Além disso, também foi suspensa, por mais dois meses, a atualização da taxa de carbono. “Considerando todas as medidas, a diminuição da carga fiscal será de 28,2 cêntimos por litro de gasóleo e 32,1 cêntimos por litro de gasolina”, contabilizou o gabinete de Fernando Medina em comunicado, acrescentando que o “desconto será reavaliado em agosto”.

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Inflação muda consumo em Portugal: mais marcas brancas, promoções e menos produtos

Os portugueses estão a tornar-se cada vez mais criteriosos na gestão do orçamento familiar. Marcas próprias e procura por promoções estão a ganhar terreno e há quem compre menos produtos de cada vez.

Com os preços dos bens e produtos alimentares a manterem uma trajetória ascendente, os portugueses estão a tornar-se cada vez mais criteriosos na gestão do orçamento familiar. Se as marcas próprias e a procura por promoções já eram vistas com alternativas, a inflação veio acelerar esta tendência. Portugueses estão também a ir mais vezes ao supermercado, mas a comprar menos produtos de cada vez.

A invasão russa à Ucrânia veio acelerar a subida de preços da energia, o que, aliada à seca e a outros fatores, tem vindo a agravar a inflação na maior parte do mundo ocidental. A atual conjuntura económica também castiga as famílias portuguesas e reflete-se na taxa de inflação em Portugal, que acelerou para 8,7% em junho, um máximo desde 1992 e também um aumento face aos 8% registados em maio. Neste contexto, encher o carrinho de compras está cada vez mais caro. Desde o início do ano, o preço dos produtos da categoria ‘alimentares, álcool e tabaco’ em Portugal subiu de 3,3% para 10,9% em maio, sendo o valor mais elevado de sempre e a terceira maior subida na Zona Euro.

Assim, a tendência de subida dos preços agravou-se com a guerra na Ucrânia. Desde então, o preço de um cabaz de bens essenciais disparou 20,09 euros, o que representa um aumento de cerca de 11% face ao registado ao valor registado a 23 de fevereiro, totalizando já os 203,72 euros, segundo a última monitorização feita pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), com base na análise de 63 produtos alimentares essenciais.

O atual contexto está a obrigar a uma gestão mais criteriosa do orçamento familiar dos portugueses e a ter consequências nos hábitos de consumo. “O consumidor está a fazer escolhas bastante mais racionais. Há uma tendência para ir mais vezes aos supermercados e trazer um cabaz pequeno“, adianta o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), em declarações ao ECO, notando que os portugueses “estão a levar menos produtos, mas estão a pagar mais por eles”. A posição é partilhada por Alexandra Borges, diretora-geral de compras do Lidl Portugal, que destaca que atual conjuntura económica está a provocar “uma redução da compra por impulso“, bem como “uma rotina de compra mais organizada”.

Esta tendência é corroborada por Carlos Gonçalves, que admite que a subida do custo de vida o obrigou a fazer algumas mudanças na hora de ir ao supermercado. “Tenho reduzido as quantidades. Em vez de se comprar dois [produtos] compra-se um”, diz, ao ECO, este consumidor à saída de um supermercado na zona de Alfornelos, na Amadora. Já Ana Maria da Silva assegura que aumentou as deslocações ao supermercado. Venho mais vezes ao supermercado porque temos de andar atrás dos preços. Quanto mais baixos tiverem melhor é para nós“, assinala, junto a outra superfície comercial da mesma zona.

Por outro lado, as marcas brancas são cada vez mais consideradas alternativas mais atrativas. Segundo o diretor-geral da APED, as vendas de marca própria dos super e hipermercados “têm tem vido a crescer substancialmente”, chegando já a atingir os 35% aos 40% em alguns segmentos de produtos. “Estamos a ver um crescimento grande na área dos snacks e das bolachas, mas ainda é cedo para dizer se é mesmo uma tendência”, afirma Gonçalo Lobo Xavier, dando ainda como exemplo os laticínios e outros produtos de limpeza da casa, como os detergentes.

Ao ECO, fonte oficial da Sonae MC confirma esta mudança, referindo que em 2021, a marca própria na área do retalho alimentar representou 750 milhões de euros, sendo que nos últimos dois anos, esta opção teve “um crescimento extraordinário” com um aumento de 20%, isto é, mais 125 milhões de euros. “Em 2021, no total de marcas do universo alimentar Sonae, 99,26% dos clientes compraram marca própria“, adianta ainda a dona do Continente.

Também a Jerónimo Martins destaca um “aumento substancial” das vendas de artigos de marca própria, principalmente desde que eclodiu a guerra na Ucrânia. “Mais do uma redução no número de artigos adquiridos, notamos um aumento do peso da marca Pingo Doce nos
cabazes dos consumidores”, revela fonte oficial do Pingo Doce, sinalizando que “os produtos de marca própria mais procurados são os de mercearia, como massas, arroz, óleo ou azeite, por exemplo”.

Entre os vários consumidores consultados pelo ECO junto a dois supermercados na zona de Alfornelos, está é, aliás, a opção mais mencionada para fazer face ao aumento dos preços no supermercado. “Opto por marcas brancas porque é o que compensa mais. Se formos a comprar outro tipo de marcas os preços estão insuportáveis”, refere Ana Maria da Silva, dando como exemplo o detergente para a loiça. Já Sónia assegura que há alguns produtos que prefere comprar através de marca de fabricante, como os detergentes, ao passo que “arroz e massas” opta “mais por marcas brancas”.

De acordo com o Future Consumer Index da consultora EY, divulgado no início de junho, está é aliás, a escolha de seis em cada dez dos inquiridos na hora de comprar produtos para cuidar da casa, enquanto 54% dizem optar por marcas próprias nos alimentos frescos e 47% nos produtos de cuidados pessoais.

A par das marcas próprias, a procura por promoções está também aumentar, sendo que atualmente mais de 50% das vendas dos supermercados são feitas em promoção, segundo a APED. “No Continente, temos verificado que o preço e a variedade dos produtos em promoção são realmente fatores muito valorizados pelos consumidores portugueses”, confirma ainda fonte oficial da Sonae MC.

É o caso de Luís Viegas que admite que tem “rodado mais de supermercado”. “Procuro sempre o mais barato, as melhores opções e as melhores campanhas“, afirma, acrescentando, no entanto, que, ao contrário de Carlos Gonçalves ou Ana Maria da Silva, opta por “comprar mais” produtos de cada vez, para “durar mais e evitar estar sempre a fazer compras”.

A redução do cabaz de compras e a maior procura por marcas próprias ou promoções são também retratadas noutros estudos. Segundo o Observador Cetelem Consumo em tempos de inflação 2022, 43% dos inquiridos admitem que estão a optar por produtos mais baratos, 40% procuram novas formas de poupança e 38% equacionam reduzir a quantidade de compras.

Já um estudo conduzido pela Deco Proteste, em maio, revela que mais de metade dos inquiridos passaram a escolher marcas mais baratas no supermercado, como as das insígnias (53%), e 40% têm cortado nos alimentos que não entendem como essenciais, caso do álcool, dos doces e dos salgados, e um em cada cinco admite comprar menor quantidade de carne e peixe. Também numa sondagem realizada Aximage para o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF dois terços dos portugueses admitem que já reduziram ou cortaram em certos alimentos.

Para fazer face à escalada de preços, o Governo colocou em marcha um pacote de medidas, no qual se inclui um apoio de 60 euros para as famílias mais carenciadas, que foi agora prolongado. A medida é dirigida aos beneficiários com tarifa social de energia e de prestações mínimas sociais e vai abranger cerca de um milhão e 70 mil famílias.

Além disso, a redução do desperdício alimentar é também outra das estratégias dos portugueses para fazer face à escalada dos preços. Apesar de sublinhar que tem tido “mais ou menos a mesma logística, Mónica Vilhena admite que tem optado por comprar artigos avulso para reduzir o desperdício alimentar. “Se tiver embalado torna-se mais caro porque avulso consigo gerir melhor e não se estraga tanto”, diz, ao ECO, à saída do supermercado. Em entrevista ao ECO, no final de abril, o diretor-geral da APED já havia admitido que a escalada de preços estava a forçar os portugueses a “uma preocupação por comprar melhor e por responder ao desafio do combate ao desperdício alimentar”.

Certo é que a mudança nos hábitos de consumo não se cinge apenas ao retalho alimentar. No retalho especializado, nomeadamente na área dos grandes eletrodomésticos, a diferença também é notória. “Esta altura do ano era normalmente um período de bastante crescimento de vendas, até pela facilidade que as pessoas têm com o subsídio de férias, mas estamos a ver que houve aqui uma certa retração”, adianta Gonçalo Lobo Xavier. Dado que são bens mais dispendiosos, o que ” implica uma fatia bastante grande do orçamento das famílias”, esta compra é habitualmente mais racional e ponderada, pelo que os retalhistas notam já “que essa compra está a ser adiada”.

Por outro lado, as vendas dos pequenos eletrodomésticos estão mais estabilizadas, havendo “uma procura também por marcas de retalhista”, sinaliza o diretor-geral da APED. Ainda assim, Gonçalo Lobo Xavier sublinha que ainda é cedo para aferir com certeza se esta mudança de hábitos de consumo dos portugueses no retalho especializado se deve exclusivamente à subida do custo de vida ou se resulta da entrada em vigor da nova lei das promoções, que obriga os retalhistas a afixar o preço mais baixo praticado nos 30 dias anteriores, e não apenas a percentagem do desconto. “Os retalhistas ainda se estão a ajustar às melhores práticas e à melhor forma de comunicar”, refere o representante desta associação, acrescentando que os consumidores também se estão adaptar e a tentar perceber “a forma como devem interpretar os preços”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Julho 2022

No mesmo dia em que termina o período de subscrição de novas ações da Greenvolt, a Nos inaugura um hub 5G na capital portuguesa. Os preços dos combustíveis também voltam a estar em destaque.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) volta a analisar os preços dos combustíveis, enquanto a Nos inaugura um Hub 5G no Parque das Nações. O período de subscrição de novas ações da Greenvolt termina esta segunda-feira. E há duas conferências a ter em conta, uma com o antigo governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio, a outra com o ministro da Economia e do Mar.

Como evoluem os preços dos combustíveis?

A ERSE deve publicar o relatório semanal de supervisão dos preços dos combustíveis. Segundo os dados da semana anterior, o preço da gasolina 95 simples esteve, em média, quatro cêntimos por litro acima do “preço eficiente” calculado pela ERSE, tratando-se do “valor mais elevado” desde o início da publicação semanal do relatório, alertando ser necessário continuar a acompanhar a sua evolução. Esta segunda-feira, está prevista uma nova descida dos preços dos combustíveis.

Fim do período de subscrição de novas ações da Greenvolt

Termina esta segunda-feira, 4 de julho, o período de subscrição de novas ações da Greenvolt, cujo objetivo é aumentar o capital da empresa de renováveis em quase 100 milhões de euros. Com esta operação, que tem um preço de subscrição de 5,62 euros por cada novo título, num total de até 17.792.576 novas ações colocadas à venda, a empresa liderada por João Manso Neto estima um encaixe líquido de 95,7 milhões de euros.

Inauguração do Hub 5G da Nos

A Nos inaugura na tarde desta segunda-feira um Hub 5G no Parque das Nações, em Lisboa, uma iniciativa que deverá fazer parte dos esforços de investigação e desenvolvimento da operadora na área da quinta geração móvel. A inauguração conta com a presença do CEO da empresa, Miguel Almeida, e do secretário de Estado para a Digitalização e Modernização Administrativa, Miguel Campolargo.

Vítor Constâncio em conferência sobre Orçamento do Estado

Entre as 9 e as 13 horas desta segunda-feira decorre a conferência “OE2022: Alterações Fiscais” no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. O evento, organizado pela sociedade de advogados RFF & Associados, conta com a presença de Vítor Constâncio, antigo vice-presidente do Banco Central Europeu, antigo governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças.

Ministro da Economia na conferência sobre “O Impacto Económico da Digitalização em Portugal”

António Costa Silva, que tutela a pasta da Economia e do Mar no Governo, preside à sessão de encerramento da conferência de apresentação dos artigos premiados no âmbito da iniciativa “O Impacto Económico da Digitalização em Portugal”. O concurso foi organizado pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e do Mar (GEE), em parceria com a Google e a Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação.

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1,4 mil milhões. Multas da Autoridade da Concorrência atingem valor recorde

O ano ainda vai a meio e a AdC já aplicou 434 milhões em multas, um valor recorde. Hospitais privados foram as últimas “vítimas”. Em 6 anos de mandato de Matos Rosa, multas ascendem a 1,4 mil milhões.

Na sexta-feira, ao final do dia, a notícia caiu como uma bomba no setor privado dos hospitais. A Autoridade da Concorrência (AdC) tinha acabado de multar os maiores grupos de saúde privada em Portugal, bem como a associação que os representa.

O Grupo Trofa Saúde, o Hospital Particular do Algarve, o Grupo Mello, o Grupo Lusíadas, a Luz Saúde, além da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, foram multados em 191 milhões de euros.

A AdC “concluiu que os referidos grupos de saúde coordenaram entre si a estratégia e o posicionamento negocial a adotar no âmbito das negociações com a ADSE, através e com a participação conjunta da APHP, entre 2014 e 2019”, lê-se num comunicado enviado à imprensa. O Grupo Mello recebeu a coima mais elevada, no valor de 74,9 milhões de euros.

Com esta decisão, o total das coimas aplicadas pela AdC, só este ano, ascende a 434 milhões, o valor mais elevado de sempre (ver tabela em baixo). Ainda no mês passado, a Concorrência puniu a Auchan, a Modelo Continente e o Pingo Doce, a par da Beiersdorf, por terem participado num alegado esquema de fixação de preços de venda ao consumidor dos produtos de higiene pessoal e cosmética.

Já antes, a AdC tinha condenado a Auchan, E. Leclerc, Modelo Continente, Pingo Doce e Unilever por concertação na fixação de preços. As coimas ascenderam a 132 milhões de euros.

De acordo com a Lei da Concorrência, as coimas não podem exceder 10% do volume de negócios da empresa no ano anterior à data de adoção da decisão.

Nem o futebol escapa à mão pesada da AdC

Nem o futebol, este ano, escapou à mão pesada da Autoridade da Concorrência. Desde janeiro, foram sancionadas 31 sociedades desportivas da I e da II Liga (incluindo o Benfica, FC Porto e Sporting) por terem celebrado um acordo restritivo da concorrência que impedia a contratação pelos clubes da Primeira e Segunda Ligas de futebolistas que rescindissem unilateralmente o contrato de trabalho evocando questões provocadas pela pandemia Covid-19.

Esta foi uma decisão inédita porque foi a primeira vez que a AdC sancionou uma entidade em Portugal pela prática anticoncorrencial no mercado laboral.

A AdC tem vindo a aplicar sucessivas multas recorde desde que Margarida Matos Rosa assumiu a presidência da entidade, em novembro de 2016. Em seis anos de mandato — que termina em novembro, — a Autoridade da Concorrência já aplicou multas no valor de 1,4 mil milhões de euros (ver tabela em baixo).

O mandato único de Margarida Matos Rosa termina em novembro.TIAGO PETINGA/LUSA

Para se ter um termo de comparação, nos seis anos anteriores à chegada de Margarida Matos Rosa, o total das coimas aplicadas pela AdC não chegou sequer aos 50 milhões de euros.

Para o aumento exponencial das coimas da AdC terá contribuído também a nova Lei da Concorrência de 2012, uma imposição da troika, que veio dar maior independência ao supervisor e maior capacidade de prioritizar as investigações.

A mão pesada de Margarida Matos Rosa também tem feito aumentar a litigância judicial. Ainda na sexta-feira, os grupos de saúde privados prometeram recorrer a tribunal para tentar anular a coima da AdC.

Neste campo, a Concorrência tem puxado dos galões para tentar demonstrar que as suas decisões estão blindadas juridicamente. No ano passado, a entidade liderada por Margarida Matos Rosa foi destinatária de 60 decisões judiciais maioritariamente proferidas no âmbito de processos contraordenacionais, e respeitantes a decisões interlocutórias.

Segundo os números da Autoridade da Concorrência, “daquele universo de 60 decisões, 50 foram favoráveis à AdC, seis parcialmente favoráveis, e quatro desfavoráveis, o que determina uma taxa de sucesso de cerca de 85% ou de 93% se foram igualmente consideradas as decisões parcialmente favoráveis”.

O mandato único de Margarida Matos Rosa termina em novembro deste ano, e tem sido apontada como um dos nomes para ocupar a presidência da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Antes de ir para a AdC, Matos Rosa dirigia o departamento de Supervisão de Gestão de Investimento Coletivo na CMVM.

As multas aplicadas pela AdC

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Brasil suspende 70 planos de Saúde, devido a risco assistencial

  • ECO Seguros
  • 3 Julho 2022

Amil, operadora que é parte do UnitedHealth Group, tem maior fatia no conjunto de planos impedidos de comercializar após reclamações avaliadas pela autoridade do setor.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), autoridade brasileira que acompanha o desempenho do setor e atua na proteção dos consumidores, divulgou a lista dos planos de saúde que, a partir de 30 de junho, ficam com comercialização suspensa devido a reclamações relacionadas com prazos máximos para realização de consultas, exames e cirurgias e ainda por desconformidade na cobertura assistencial.

Após avaliação ao desempenho dos operadores de planos de Saúde Complementar durante o primeiro trimestre (“Monitoramento da Garantia de Atendimento”), a agência governamental aplicou o corretivo: 70 planos de oito operadoras foram suspensos (por reunirem o maior número de reclamações de beneficiários) e só poderão voltar a ser vendidos após reavaliação conclusiva de que não apresentam risco à assistência à Saúde.

De acordo com a lista oficial dos planos suspensos, a Amil, empresa que é parte da gigante norte-americana UnitedHealth Group, é a mais penalizada pela decisão da ANS, reunindo perto de 40 planos, mais de metade do total dos serviços interrompidos pela agência governamental.

Ao todo, mais de 1,4 milhão de beneficiários ficam protegidos com a medida, “já que esses planos só poderão voltar a ser comercializados para novos clientes se as operadoras apresentarem melhora no resultado no monitoramento,” nota o organismo brasileiro.

Quando uma operadora possui um produto com comercialização suspensa em resultado deste procedimento sancionatório, a empresa em causa “não pode registar nenhum novo plano que seja análogo aos que estiverem na lista de suspensão e nem receber novos beneficiários nos planos de saúde com comercialização suspensa por esse motivo (com exceção de novo cônjuge ou filho e de ex-empregados demitidos ou aposentados),” explica a ANS.

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Allianz e HSBC renovam parceria milionária

  • ECO Seguros
  • 3 Julho 2022

O HSBC vai distribuir produtos da Allianz em seis mercados asiáticos, uma oportunidade que pode significar mais de 450 mil milhões de dólares em prémios de seguro.

O braço da Allianz para a região da Ásia e Pacífico reiterou a sua parceria estratégica no domínio da bancassurance (banca/seguros) com o HSBC, estendendo-a até 2036. A parceria foi firmada em 2012. No âmbito do acordo renovado por 15 anos, o HSBC distribui produtos do grupo segurador em seis mercados asiáticos.

Os produtos de seguro de vida da Allianz serão propostos aos clientes do HSBC em Taiwan, na Indonésia, Malásia, Filipinas e Sri Lanka. Os produtos de seguro não vida serão distribuídos na Malásia e no Sri Lanka.

Já na China continental o acordo entre os grupos segurador e bancário será concretizado, preferencialmente, em cidades onde o HSBC Life não está presente.

A parceria representa “uma oportunidade de mais de 450 mil milhões de dólares em prémios de seguro”, de acordo com Greg Hingston, CEO do HSBC Global Insurance and Partnerships.

A Allianz Asia Pacific obteve, em 2021, receitas totais de 8,4 mil milhões de euros e um lucro operacional total para a Ásia de 574 milhões de euros, valores que correspondem a um crescimento de 14% e 9%, respetivamente.

O grupo Allianz conta com 100 milhões de clientes em todo o mundo, marcando presença em cerca de 70 países e reunindo mais de 150 mil colaboradores. Em Portugal, a Allianz está presente no mercado desde 1999, contando com uma rede de seis mil agentes de mediação e 600 colaboradores para apoiar os seus 980 mil clientes.

O britânico HSBC (Hong Kong and Shangai Banking Corporation) é o sexto maior banco do mundo em ativos sob gestão, posicionando-se entre as 20 maiores empresas globais. A sua rede, que cobre 64 países e territórios, serve 40 milhões de clientes em todo o mundo.

O lucro líquido do banco fixou-se, em 2021, em 14,7 mil milhões de dólares e os resultados antes de impostos atingiram 18,9 mil milhões de dólares. As operações do grupo bancário na Ásia contribuíram com 12,2 mil milhões de dólares para o lucro antes de impostos.

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Seguros têm mercado para mais 1.341 mil milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 3 Julho 2022

O índice de resiliência 2022 do grupo Swiss Re regista uma recuperação da proteção seguradora em 2021, podendo voltar-se este ano a níveis pré-pandemia.

Apesar da resiliência dos seguros ter recuperado em 2021, o que se ficou sobretudo a dever à forte melhoria da resiliência na área da saúde, a resiliência geral é ainda inferior à verificada antes do embate da pandemia de Covid-19 e da crise financeira global. A lacuna de proteção, que conjuga os riscos de saúde, mortalidade e catástrofes naturais, aumentou marginalmente, atingindo um novo recorde de 1.420 mil milhões de dólares no último ano (1.341 mil milhões de euros), revela o índice de resiliência 2022 do instituto da Swiss Re.

Embora a proteção concedida por produtos de seguros ainda demonstre um crescimento significativo este ano, a redução nos benefícios governamentais e a quebra no valor dos ativos são fatores de “corrosão” da resiliência seguradora, adianta o relatório. Há a acrescentar que a subida da inflação em 2022 se pode traduzir num aumento de 3,8% na lacuna global da proteção por seguros, apurada para 2021.

“A recuperação cíclica da resiliência macroeconómica e de seguros em 2021 não pode esconder o fato de que ainda são necessárias profundas reformas estruturais para impulsionar o crescimento de longo prazo. Para garantir maior resiliência e apoiar a estabilidade económica de longo prazo, parâmetros estruturais como infraestrutura e capital humano precisam de ser fortalecidos e a desigualdade reduzida”, considera Jerome Jean Haegeli, economista-chefe do grupo Swiss Re.

O relatório sobre o índice de resiliência para este ano do grupo segurador suíço, intitulado “Índice de Resiliência 2022: riscos para a resiliência novamente em alta após um ano de pausa”, acentua que “a economia mundial recuperou a resiliência macroeconómica em 2021, beneficiando da recuperação cíclica da crise do Covid-19 e do aumento das taxas de juros de longo prazo ao longo do ano. No entanto, estimamos que a resiliência perdida na crise da Covid-19 de 2020 só será recuperada este ano, e que qualquer deterioração económica nos próximos meses pode atrapalhar a recuperação”.

Os analistas do Instituto Swiss Re observam que a recuperação da resiliência no plano macroeconómico foi, em 2021, apoiada em fortes melhorias no espaço fiscal, embora as economias avançadas tenham obtido menos ganhos no domínio da política monetária. “Indicadores macroeconómicos estruturais, como o capital humano e a eficiência do mercado de trabalho, continuam a pesar na resiliência, principalmente nos mercados emergentes. Estimamos que, este ano, os ventos favoráveis ​​da economia cíclica apoiarão ainda mais o espaço fiscal, enquanto a ação dos bancos centrais para domar a persistente inflação expandirá o espaço da política monetária”.

Em 2021, o índice de resiliência macroeconómica situou-se em 0,5 a nível global, com os países avançados a registarem uma pontuação de 0,58 e os emergentes de 0,41. Portugal, entre os países avançados, regista um índice de resiliência macroeconómica baixo (0,45), posicionando-se em 25ª lugar no ranking respeitante a este grupo de países. Atrás de Portugal figuram a Hungria, México, Itália, Brasil, Turquia e Grécia.

O índice de resiliência para os seguros tem em vista avaliar como os seguros ajudam as pessoas, famílias e organizações a resistir a cenários de choque em três áreas essenciais: catástrofes naturais, mortalidade e saúde. Para a Swiss Re “indexar a resiliência e medir o quanto a sociedade está preparada para enfrentar riscos crescentes pode ajudar os formuladores de políticas a reduzir a exposição a desafios como a desaceleração da economia, o aumento da dívida nacional, as mudanças climáticas e a pressão sobre os recursos naturais”.

As lacunas de proteção identificadas relacionam a proteção disponibilizada e a disponível, refletindo o índice a medida de proteção existente, a qual varia entre 0 e 100, correspondendo os valores mais elevados a um maior nível de proteção.

O índice de resiliência macroeconómica classifica os países em relação a um espetro amplo de variáveis, procurando “oferecer uma avaliação mais holística da saúde económica” que a fornecida pela evolução do produto interno bruto (PIB).

O Swiss Re Institute tira proveito do conhecimento de risco acumulado pela Swiss Re para produzir investigação orientada por dados recolhidos no grupo e junto de organizações parceiras.

O Swiss Re é um dos maiores grupos seguradores mundiais, tendo comercializado, no primeiro trimestre deste ano, em termos consolidados, prémios líquidos e tarifas no valor de 10 620 milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros).

Com sede em Zurique, marca presença em todos os continentes, operando em 12 países da Europa, Médio Oriente e África, oito da região da Ásia e Pacífico e cinco das Américas.

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Marcelo admite fim da regionalização

  • Lusa
  • 3 Julho 2022

O Presidente da República afirma que vai "meditar" sobre a posição negativa de Luís Montenegro em relação ao processo de regionalização.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sinalizou que o novo líder do PSD, Luís Montenegro, se opôs a um referendo sobre a regionalização em 2024 e, por isso, considerou que é muito difícil este processo avançar. “Registo que o líder do PSD é oposto ao processo de regionalização e à realização de um referendo à regionalização. E registo isso. Vou meditar sobre isso“, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em São Paulo.

O chefe de Estado acrescentou que “isso pode querer dizer que, de facto, se tem de apostar mais na descentralização, uma vez que é muito difícil, com o principal líder da oposição a opor-se à regionalização, haver no futuro próximo regionalização”.

É um dado novo, que é de facto uma mudança de orientação do PSD em relação à liderança anterior ao afastar a conveniência do referendo da regionalização. Portanto, isso pesa, uma vez que é um domínio onde o consenso é muito importante“, reforçou o Presidente.

No discurso de encerramento do Congresso do PSD, Luís Montenegro defendeu que “não é adequado” haver um referendo sobre regionalização em 2024, tendo em conta a atual conjuntura de guerra na Ucrânia e os seus efeitos económicos e sociais. Se o Governo avançar no sentido de um referendo, não terá o aval do PSD, disse Montenegro.

Em 11 de dezembro do ano passado, num congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), em Aveiro, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, apontou 2024 como o momento adequado para um novo referendo sobre a regionalização, depois de no final de 2023 se avaliar o caminho feito em matéria de descentralização de competências.

No dia seguinte, no mesmo local, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que “o Presidente da República, em princípio, convocará referendo que tenha aprovação parlamentar“, concordando que a consulta popular seja deixada para 2024, e exortou os partidos a apresentarem as suas ideias sobre regionalização até às eleições legislativas antecipadas.

Quando foi presidente do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa opôs-se à criação de regiões administrativas em Portugal, batendo-se pelo “não” no referendo de 1998, que venceu com 60% dos votos.

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Adiar a reforma pode antecipar a morte

  • ECO Seguros
  • 3 Julho 2022

Um estudo que relaciona o aumento da idade de reforma e os seus efeitos sobre a saúde mostra que adiar o acesso a uma pensão traz o risco, acentuado em algumas profissões, de morrer mais cedo.

O adiamento da idade da reforma pode, em contrapartida, antecipar a morte, conclui um estudo da fundação espanhola sobre economia aplicada (Fedea), no momento em que muitos responsáveis políticos procuram assegurar a sustentabilidade do sistema público de pensões e fazer face ao envelhecimento da população desincentivando e restringindo as reformas antecipadas e prolongado a idade a partir da qual se tem acesso a uma pensão.

Os resultados do estudo mostram que retardar a saída do mercado de trabalho por um ano aumenta significativamente o risco de morrer entre os 60 e 69 anos de idade. O risco concentra-se especialmente nas profissões mais exigentes fisicamente e sujeitas a um maior nível de stress emocional e mental, sendo muito menor para os indivíduos que têm acesso a mecanismos de reforma parcial que lhes permitem reduzir o seu horário de trabalho a partir de determinada idade.

O trabalho, de autoria de S. Jiménez (UPF e Fedea), C. Belles e Han Ye (ambos da Universidade de Mannheim), salienta que “numa altura em que o prolongamento da vida ativa pode ser um instrumento essencial para garantir a sustentabilidade dos regimes de pensões, os resultados do estudo apontam para a necessidade de desenhar criteriosamente os detalhes das políticas de reforma, tendo em conta os seus possíveis efeitos na saúde dos trabalhadores”.

Impacto negativo

Assim, de acordo com o estudo, as reformas como o aumento da idade da reforma podem ter um impacto negativo na saúde da população, e que estes efeitos sobre a saúde devem ser levados em conta na avaliação global dos efeitos de tais políticas.

“Além disso, mostramos que os efeitos adversos sobre a saúde podem ser mitigados, permitindo a reforma antecipada a quem exerça determinadas profissões (com implicam atividades extenuantes, física ou mentalmente) e introduzindo a possibilidade de reduzir o tempo de trabalho para os trabalhadores mais velhos em fim de carreira”, sublinham os seus autores.

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Responsável do WTCR quer “salvar” corridas de Vila Real em risco para 2023

  • Lusa e ECO
  • 3 Julho 2022

Responsável máximo pela organização da Taça do Mundo de Carros de Turismo quer salvar corridas de Vila Real. Autarca local garante estarem em risco de ocorrer, em 2023, por falta de apoios.

“Compreendemos as dificuldades e temos de encontrar soluções para continuar a nossa colaboração e oferecer à cidade a oportunidade de continuar a manter as corridas”, anunciou o responsável máximo pela organização da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), o francês Jean-Baptiste Ley. Esta foi a reação às afirmações do presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, quando disse que a “falta de apoios deixa em risco a edição 2023 WTCR“.

Durante uma conferência de imprensa, Rui Santos lamentou a falta de apoio do Governo para a organização do evento e criticou também a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), a Eurosport e as empresas que subiram “inexplicavelmente” os preços e quem pede à organização uma pulseira pela qual não é capaz de pagar 10 euros.

O autarca socialista afirmou ainda que, no final desta edição, a organização, que junta o Clube Automóvel de Vila Real (CAVR), a Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR) e o município, vão refletir e ponderar todos estes factos.

Jean-Baptiste Ley admitiu, por sua vez, que as dificuldades económicas da organização, denunciadas pelo autarca Rui Santos, “não são surpreendentes”, tendo em conta a situação atual mundial. Mas sublinhou que a autarquia “é um dos parceiros mais fortes da Discovery Sport Events [que organiza o WTCR]”.

O Circuito Internacional de Vila Real tem acolhido no seu programa uma etapa do Mundial de Carros de Turismo [de 2014 a 2017] e da Taça do Mundo de Carros de Turismo [desde 2018, à exceção de 2020 e 2021 devido à pandemia de Covid-19], mas o contrato para 2023 ainda não foi assinado.

É do maior interesse para Vila Real e para a Discovery Sport Events estudar profundamente a questão para otimizar os custos de forma a salvar o evento no futuro.

Jean-Baptiste Ley

Da organização da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR)

Sem querer revelar pormenores sobre os acordos comerciais, Jean-Baptiste Ley admitiu que “gerir todo o Mundial é caro, pois há muitos custos que é preciso cobrir”. O responsável sublinhou, contudo, que “é do maior interesse para Vila Real e para a Discovery Sport Events estudar profundamente a questão para otimizar os custos de forma a salvar o evento no futuro”.

Jean-Baptiste Ley frisou que “a corrida de Portugal, em Vila Real, é icónica. E é uma das mais atrativas pistas citadinas de todo o campeonato”, pelo que não quer “interromper esta colaboração.

Apesar das dificuldades, o autarca Rui Santos fez um balanço positivo desta edição, sublinhando o recorde de pilotos inscritos, de bilhetes esgotados para as bancadas oficiais e em muito público espalhado pela pista de 4,6 quilómetros.

Vila Real é paixão, adrenalina, história e é também muita resiliência, porque, apesar de termos interrompido várias vezes o circuito, sempre conseguimos regressar. A última, como se sabe, deveu-se à Covid-19”, referiu.

“Este ano, montámos o circuito sem fundos comunitários. O quadro 2020 terminou e o 2030 ainda não se iniciou. Montámos este circuito sem Orçamento do Estado, que foi publicado há quatro ou cinco dias em Diário da República”; apontou. Mais, referiu o edil, “ao contrário do que aconteceu até 2013, em que o Turismo de Portugal sempre garantiu apoios para este tipo de provas no Circuito da Boavista, ao dia de hoje ainda não temos essa garantia por parte do Estado central no que diz respeito ao Circuito Internacional de Vila Real”.

O orçamento do município para esta edição das corridas de Vila Real é de 1,5 milhões de euros. A organização calcula que o evento, que custou mais de dois milhões de euros, tenha um retorno de 80 milhões para toda a região.

Rui Santos acha “estranhíssimo que o Governo se tenha predisposto a pagar, por exemplo, [provas em] Portimão, que teve 20 mil pessoas a ver corridas, e não faça o mesmo com Vila Real, em termos proporcionais”.

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Países da UE terão “livre acesso” a provas digitais nas investigações criminais

Bruxelas concluiu as linhas principais do pacote e-evidence. Em 50 % das investigações criminais da UE é feito um pedido transnacional para obter acesso às provas eletrónicas.

Bruxelas concluiu, esta quarta-feira, o acordo político entre o Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e o Conselho do pacote legislativo e-evidence. Ou seja: regras cujo principal objetivo será o de agilizar o acesso às provas eletrónicas em investigações criminais, no espaço da União Europeia (UE), independentemente do local onde os dados estejam armazenados.

Estas novas regras permitirão às autoridades judiciais de um país da UE pedir acesso às provas eletrónicas diretamente a qualquer prestador de serviços que opere na União Europeia e esteja estabelecido ou representado noutro Estado-Membro. O que permitirá ainda reduzir a burocracia, já que não será necessário passar pelas autoridades judiciárias do outro Estado-Membro.

Alterações que surgem num contexto em que em 50 % das investigações criminais é feito um pedido transnacional para obter acesso às provas eletrónicas e em que 85 % das investigações criminais realizadas na UE envolvem dados digitais.

“Em Bruxelas alcançámos as linhas principais do acordo político entre o Parlamento Europeu e o Conselho do importante pacote legislativo e-evidence, de que fui relator sombra”, explicou o eurodeputado eleito pelo CDS/PP, Nuno Melo. “Muitas horas de trabalho técnico nas últimas semanas permitiram às equipas negociais chegar a um acordo com a presidência francesa da UE e que será indispensável para que as autoridades judiciais tenham as ferramentas necessárias para lutar contra a criminalidade organizada e terrorismo”.

E o que são provas eletrónicas/digitais?

Provas eletrónicas são os dados digitais utilizados em investigações criminais. Podem ser mensagens de correio eletrónico (mails), mensagens de texto (sms), o conteúdo das aplicações de mensagens conteúdo audiovisual (fotografias de telemóvel) ou informações sobre a conta de um utilizador suspeito (de mail, de facebook, twitter, etc.). São dados que podem ser utilizados para identificar uma pessoa ou obter mais informações sobre as suas atividades suspeitas.

E o que dizem as novas regras?

  • O regulamento relativo às ordens de entrega ou de conservação de provas eletrónicas permitirá às autoridades aceder aos dados armazenados, independentemente do local de armazenamento.
  • A ordem de entrega permitirá a uma autoridade judicial de um Estado-Membro pedir o acesso às provas eletrónicas diretamente a um prestador de serviços que esteja estabelecido ou representado noutro Estado-Membro. O prestador de serviços terá de responder num prazo de dez dias, ou de seis horas em casos de emergência.
  • A ordem de conservação evitará que as provas eletrónicas sejam eliminadas por um prestador de serviços;
  • As regras aplicar-se-ão apenas aos dados armazenados, uma vez que a interceção das telecomunicações em tempo real não está abrangida pelas regras propostas;
  • A diretiva relativa aos representantes legais obrigará todos os prestadores de serviços não estabelecidos na União, mas que nela operem, a designarem um representante legal na UE. O representante será responsável por receber, respeitar e executar as decisões e ordens. O objetivo é assegurar que todos os prestadores de serviços que operem na UE tenham as mesmas obrigações no que se refere ao acesso a provas eletrónicas.

O que dizem os especialistas?

“Estas novas regras, ao estipularem uma cláusula de acesso imediato aos dados, independentemente do seu local de armazenamento, podem permitir uma maior flexibilidade e celeridade nos crescentes pedidos de acesso às provas electrónicas no espaço Europeu“, segundo explicou o advogado da RSA, João Luz Soares, “estabelecendo procedimentos directos juntos dos próprios prestadores de serviços, sem a necessidade de intervenção do Estado-membro, permitindo reduzir a carga burocrática inerente”.

“Por outro lado, os prazos de resposta curtos pelos prestadores de serviços – especialmente no caso dos procedimentos de emergência – poderão ser especialmente relevantes para assegurar a eficácia da investigação e, claro, garantir a salvaguarda da conservação dos dados armazenados”, acrescenta o mesmo advogado.

Raquel Caniço, advogada da Caniço Advogados, já é mais cética ao defender que “há uma dicotomia entre o que são as necessidades de obtenção de informação na investigação criminal e o direitos fundamentais dos suspeitos e dos arguidos a investigar”.

A advogada explica dizendo que “pode parecer muito óbvio, numa análise superficial, sobre o que deve prevalecer, entre investigar um crime de tráfico de estupefacientes, sobretudo ao nível da criminalidade organizada, versus direitos fundamentais como, a reserva da vida privada e o direito à imagem de um conjunto de pessoas, mas na verdade, há que saber como vai ser tratada essa informação e o “excedente” de informação que se recebe normalmente nas investigações (ex. entrar na conta de e-mail de um trabalhador, via introdução de um vírus, onde, entre outra, constem segredos de negócio de uma multinacional, cuja transmissão dessa informação, via propagação do vírus, a um concorrente, determine uma distorção de mercado). Por tudo isto e muito mais, levantam-se muitos problemas jurídicos, quer no âmbito do Direito interno, de cada Estado-membro, quer do Direito Internacional”, sublinha Raquel Caniço.

Sérgio Figueiredo, coordenador da comissão de penal e processo penal da JALP, acredita que com esta proposta, “retiram-se passos ao procedimento em causa, sem que isso, pelo menos aparentemente, limite qualquer direito dos visados, quer enquanto titulares dos dados pessoais, quer enquanto eventuais suspeitos ou até arguidos em processo penal”. E diz ainda que “a celeridade da investigação será proveitosa em todas as investigações, não só no que respeita à criminalidade informática ou ao terrorismo. Pense-se, por exemplo, até nos casos de crimes sexuais cuja infração seja transnacional e que permitirá um acesso mais célere a informação que pode ser fundamental para identificar os autores de um determinado crime ou até fazer cessar a prática do mesmo”, conclui.

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Fórum Nacional de Seguros: 12 conferências a não perder

  • ECO Seguros
  • 3 Julho 2022

Durante um dia e meio, mais de 40 especialistas do setor segurador estarão juntos para debater a atualidade da indústria, nas 12 conferências do 1º Fórum Nacional de Seguros.

Nos dias 5 e 6 de julho, todos os caminhos do setor segurador vão dar à Alfândega do Porto. É lá que decorre o 1º Fórum Nacional de Seguros, um ponto de encontro que pretender ser único nos seguros em Portugal.

O programa de conferências já está lançado: 12 debates, mais de 40 protagonistas e um olhar atento aos temas essenciais sobre a indústria dos seguros.

O ECOseguros promove dois momentos de debate no dia 5 de julho, um focado no “Estado da Cibersegurança“, onde espera abordar o que se tornou um hot topic através de várias perspetivas: do ponto de vista técnico, legal e específico dos seguros; e ainda uma conferência que parte do panorama económico atual, sob o mote “Pós-Covid, guerra, inflação. Como deve reagir o setor segurador”.

A Associação Portuguesa de Seguradores fará uma palestra sobre “Aumentar a proteção”, que incidirá sobre “a baixa poupança para a reforma e a baixa proteção patrimonial”.

Tendo em mente os “permanentes desafios de eficiência e otimização de operações, na busca incessante pela sustentabilidade do sistema”, a Associação Portuguesa de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE) parte do mote “Industrialização vs Humanização” para abordar a “industrialização de processos por parte das companhias de seguros e o equilíbrio na relação com o cliente, em que o mediador profissional de seguros se assume como o garante da humanização do processo”.

“Os Desafios das Seguradoras Vida” é o tema da mesa redonda promovida pela Real Vida Seguros. “Vivenciamos recentemente a nível global dois grandes eventos que estão a mudar radicalmente as nossas vidas. As pessoas foram privadas de relações sociais de proximidade e experienciamos uma guerra com os impactos inerentes nas sociedades e na economia. A distância e a separação têm impulsionado as empresas e as pessoas para soluções onde a componente tecnológica tem cada vez mais um peso importante, sendo um desafio constante à inovação. Com este fenómeno pull, assistimos à criação de ecossistemas que apresentam soluções e caminhos para o futuro. Esta mudança está hoje a criar experiências personalizadas aos seus clientes, fundamentais para o crescimento do setor. Os desafios das Seguradoras Vida perspetivam-se igualmente ao nível das alterações dos estilos de vida e da necessidade de inovação dos produtos na cobertura de novos riscos tanto em Vida como em Saúde”, explica a seguradora, em jeito de introdução ao tema do debate.

O Groupe Prévoir-Vie lança a pergunta: “Digitalização – Onde ficam as Pessoas?”, numa mesa redonda que pretende demonstrar que “os seres humanos e a digitalização não são incompatíveis, pelo contrário, a digitalização está ao serviço dos seres humanos”.

Não é possível falar de digitalização sem olharmos atentamente para a tecnologia. “O papel da tecnologia nas transformações do negócio” será o tema do debate da Cleva Inetum, que irá explorar “os desafios do mercado segurador com os inúmeros constrangimentos que, recentemente, têm surgido no panorama económico mundial (guerra na Ucrânia, pandemia, aumento das taxas de juro, etc.) e como a tecnologia pode alavancar a melhor resposta às mudanças no negócio”.

“O futuro digital com a mediação começa hoje!” será o ponto de partida para a conferência da Liberty Seguros, que desenvolverá o tema essencial da digitalização na distribuição do setor segurador.

A Caravela Seguros irá lançar um olhar prático sobre “Que ações para uma boa gestão de clientes no século XXI”, tendo como base as “necessidades dos clientes que estão em constante evolução. O que deveremos fazer para conhecer e efetuar uma boa gestão dos clientes?” Os dados para o debate estão lançados.

“O que acaba primeiro: a vida ou o dinheiro?” A palestra da Unipeople parte da dúvida para depois lançar as luzes para a melhor resposta. “Uma vida financeira saudável pressupõe um plano financeiro que começa com a proteção, segue para a poupança e, posteriormente, para o investimento. Assim, atinge-se o que é chamado de liberdade financeira. Vamos ensinar o porquê de os seguros de vida serem a base deste plano, a importância da previdência privada, a construção de equipas, entre outros. Nesse sentido, é isto que a Unipeople procura: planear a vida das pessoas para serem mais felizes com finanças saudáveis, protegidas e preventivas”, explica.

Não seria possível cobrir a atualidade sem lançar um olhar ao tópico transversal da sustentabilidade. A Ageas Seguros desenvolve a sua intervenção nessa linha, partindo da questão “Sustentabilidade: moda ou essência do negócio?”.

“A distribuição como eixo de uma longevidade sustentável” é o tema do debate promovido pela Fidelidade, onde caberão importantes questões sobre saúde, envelhecimento e o papel da distribuição seguradora.

A 1ª edição do Fórum Nacional de Seguros conta com o apoio institucional da APS e da APROSE, e com o patrocínio da Ageas Seguros, AIG, Arag, ASISA, Berkley Portugal, Caravela Seguros, Celestino Joaquim – Mediação de Seguros, Cleva Inetum, Diagonal, Fidelidade, Gemese, IBK Seguros, Infosistema, Innovarisk, i2S Brokers, Libax, Liberty Seguros, lluni, Methodus Seguros, Mudum, Prévoir-Vie, RandTech Computing, Real Vida Seguros, Sabseg, Safe 4 All, SEMPER, SPS Advogados, Tranquilidade, Unipeople e Zurich.

Conheça o programa com os horários e oradores de cada conferência aqui.

1º dia

2º dia

 

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